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Metabolismo dos Carboidratos Nutrição Esportiva Educação Física 7° Período Prof. Ma. Anelise Jaeger Barancelli Definição • O que são carboidratos? • Os carboidratos são compostos orgânicos que contém C, H e O em várias combinações. • Conhecidos como açúcar ou sacarídeo, originária do Latim saccharum e do Grego sakcharon. Funções do Carboidrato • Fornecimento de energia. • 1g = 4 Kcal • Reserva de energia. • (amido nos vegetais e glicogênio nos animais). • Estrutural (parece celular da celulose/plantas). O carboidrato é a única fonte de energia aceita pelo cérebro, importante para o bom funcionamento do sistema nervoso. Classificação • SIMPLES: • Monossacarídeos: • Glicose • Frutose • Galactose • Dissacarídeos: • Sacarose (glicose + frutose) • Lactose (glicose + galactose) • Maltose (glicose + glicose) Classificação • COMPLEXOS: • Combinação de três ou mais moléculas de monossacarídeos. • Polissacarídeos: • Vegetais (celulose e amido). • Animais (glicogênio). Moléculas de polissacarídeos Consumo diário • A quantidade preconizada de carboidratos ao dia, para um indivíduo saudável, é de 55% a 60% do Gasto Energético Total (GET) de suas calorias. • Destes, • 10% devem vir de carboidratos simples; • 40% a 50% de carboidratos complexos. De quanto carboidrato você precisa? Necessidade energética segundo a FAO (2004): • GET = TMB X FA • Sendo, • GET = Gasto energético total • TMB = Taxa metabólica basal • FA = Fator atividade GET = TMB X FA • GET --- 100% • X --- 55% • X = quantidade de calorias da dieta que equivalem aos carboidratos • Mas equivale a quantas gramas? 1g CHO --- 4 kcal x --- Calorias acima • X = gramas de carboidrato que você precisa • O processo de quebra da molécula de CHO para produção de energia CHO é denominado Glicólise. Digestão e Absorção ENZIMA ORIGEM EFEITOS Amilase salivar Glândula salivar Início da quebra do polissacarídeo em dissacarídeo na boca. Amilase pancreática Pâncreas No intestino delgado, o polissacarídeo é convertido em dissacarídeo. Sacarase Células do intestino No intestino delgado, a sacarose é convertida em glicose e frutose. Maltase Células do intestino No intestino delgado, a maltose é convertida em duas moléculas de glicose. Lactase Células do intestino No intestino delgado, a lactose é convertida em glicose e galactose. Principais enzimas digestivas envolvidas na digestão dos carboidratos. Digestão e Absorção Após a absorção Armazenamento • Estimativa dos estoques de carboidratos no organismo de um adulto sedentário Glicogênese: Síntese de glicose em glicogênio. Glicogenólise: Processo que converte o glicogênio em glicose. Gliconeogênese: Formação de glicose a partir de outras substâncias (aminoácidos, glicerol, piruvato, lactato) e ocorre no fígado. Os produtos da decomposição de gorduras, proteínas e outras substâncias podem ser levados ao fígado pelo sangue para a conversão em glicose. Papel dos hormônios no controle da glicemia HORMÔNIO EFEITO Insulina Com o aumento da glicose sanguínea, ajuda a transporta-la para a célula. Glucagon Estimula a glicogenólise e gliconeogênese no fígado. Adrenalina Quebra do glicogênio (glicogenólise) e liberação da glicose pelo fígado. Cortisol Estimula para a gliconeogênese a partir das proteínas e gorduras. Carboidratos e Exercício físico • Exercícios intensos, que necessitam de energia rápida. • < 1 minuto. • Exercício prolongado, que necessitam de liberação de energia lenta. • Duração de > 1 ou 2 horas. Carboidratos e Exercício físico • Os carboidratos são a principal fonte de energia para os atletas e o consumo glicídico influencia diretamente a reserva de glicogênio e a capacidade que o atleta possui de treinar e competir. • Atletas de endurance quando apresentam dieta pobre em carboidratos, e consequentemente pouco glicogênio muscular, chegam a exaustão e a fadiga muito mais rapidamente do que aqueles que possuem uma dieta normal em carboidratos. Ingestão de carboidratos • Durante o exercício, pode melhorar o desempenho. • Benefícios: • Mantém as concentrações de glicose. • Reduz a percepção do esforço. • Após o exercício, • Reposição dos estoques. • Aumenta a capacidade de armazenamento. • Carboidratos de alto índice glicêmico (IG). • Quais são os alimentos com: • Baixo índice glicêmico. • Médio índice glicêmico. • Alto índice glicêmico. Ingestão de carboidratos antes do treino TEMPO EFEITO 1 a 4 horas Qualquer tipo de CHO pode ajudar na melhoria do desempenho, mas não são todos os estudos que demonstraram melhora. < de 1 hora Indivíduos propensos à hipoglicemia reativa* devem evitar; acelera a utilização do glicogênio, que poderá esgotar-se logo. Minutos antes A ingestão de CHO simples melhora o desempenho em provas longas e a resposta insulínica é compensada pelo próprio exercício, evitando a hipoglicemia. Hipoglicemia reativa* • A hipoglicemia reativa ou de rebote é consequência de uma sobrecarga de açúcar no sangue. Quando comemos alimentos muito doces e cheios de carboidratos, nosso organismo é obrigado a liberar uma enorme quantidade de insulina – para equilibrar os níveis de glicose. • Vamos ilustrar com uma cena para ficar mais claro: • Imagine um rio que inunda a cidade. A prefeitura decide aterrar o rio para acabar com o problema. E o que acontece? A população fica sem água. • É como a hipoglicemia reativa. Quando o açúcar “inunda” o corpo, a insulina entra em ação em doses altíssimas para solucionar o problema. • Porém, acaba tirando açúcar demais do sangue. E isso se transforma em um quadro de baixa glicose. Sintomas da hipoglicemia reativa • Na hipoglicemia reativa, as células nervosas deixam de receber a quantidade de glicose adequada. Dessa forma, os neurônios passam a agir lentamente, causando sintomas de cansaço, desequilíbrio e outros. • Sudorese • Fome • Fadiga • Tontura • Enjoo • Palpitações • Tremores • Sensibilidade a luz • Vontade de comer alimentos doces • Irritabilidade • Dor de cabeça Ingestão de carboidratos X Treino TEMPO EFEITO Durante CHO simples melhora o desempenho principalmente em provas longas ou em casos de séries de alta intensidade, ajudando a manter a glicemia sérica e diminuindo a percepção ao esforço. Após Ingestão de CHO simples ajuda a recuperação e diminui o processo de gliconeogênese. Supercompensação • Supercompensação de carboidratos é uma ferramenta simples que tem como objetivo recuperar os estoques de glicogênio muscular, perdidos ao longo do treino, para que o atleta tenha energia extra na hora da alta intensidade do treino/prova. • O atleta aumenta a ingestão de carboidrato, num período de pouco exercício. Alguns protocolos sugerem que os exercícios parem 2 dias antes da competição, para que haja estoque máximo de glicogênio. Efeito prejudicial da supercompensação • Aumento da água corporal, • Resulta em peso corporal extra. • Entre 900 e 1.400g de peso corporal. Índice glicêmico (IG) e Carga glicêmica (CG) dos alimentos • IG: proposto por Dr. David Jenkins (Universidade de Toronto - Canadá), em 1981, representa o efeito sobre a glicemia de uma quantidade fixa de carboidrato disponível em um determinado alimento, em relação a um alimento-controle (normalmente pão branco ou glicose). Saciedade e Índice glicêmico Batata doce • O carboidrato da batata-doce é absorvido lentamente, promovendo energia constante, sem provocar picos de glicose e consequentemente, evitando picos de insulina. • Mantém a saciedade. • Vitamina A: auxilia na quebra de radicais livres na atividade física, por teruma ação antioxidante; • Vitamina B: envolvida em inúmeros processos metabólicos, em especial na síntese de proteínas e produção de energia • Vitamina C: fortalece o sistema imunológico • Cálcio: importante na contração muscular • Potássio: regula o metabolismo e evita câimbras • O mais indicado é consumir batata doce antes do treino. Isto porque consumir carboidrato de baixo índice glicêmico antes do exercício, melhora o desempenho durante a atividade física, pois libera glicose para a produção de energia, de forma gradativa e constante. • Desta forma, evita-se hipoglicemia de rebote, quando ocorre liberação de insulina aumentada em resposta à elevação brusca da concentração de glicose no sangue, resultando na queda da glicemia. Esta situação provoca queda de rendimento e pode causar mal-estar durante o treino. • Após o treino, a melhor opção são os carboidratos de alto índice glicêmico, para que haja o rápido reestabelecimento das reservas hepáticas e musculares de glicose, adequada recuperação muscular e evitar a depleção muscular. • Para quais tipos de atividade física você recomendaria estes grupos de carboidratos? • Baixo IG • Alto IG • Considere o tempo de duração do exercício. É um exercício de tempo prolongado ou de curta duração? Justifique. • Recomendação para 5 tipos de exercício. • MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.