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GUIA DE ILUMINAÇÃO: SANCAS @jupascoalini 1 SUMÁRIO QUEM SOU EU ....................................................................................................................... 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3 SANCAS .................................................................................................................................. 4 O QUE SÃO SANCAS ......................................................................................................... 4 TIPOS DE SANCAS ............................................................................................................. 4 SANCAS FECHADAS ...................................................................................................... 4 SANCAS ABERTAS ......................................................................................................... 5 SANCAS INVERTIDAS .................................................................................................... 6 CARACTERÍSTICAS DA LUZ INDIRETA EM SANCAS ......................................................... 8 LÂMPADA TUBULAR DE LED E FITA LED ............................................................................ 9 LÂMPADA TUBULAR LED .................................................................................................. 9 SOQUETES ...................................................................................................................... 9 LÂMPADAS ...................................................................................................................... 9 FITA LED ........................................................................................................................... 10 COR ................................................................................................................................ 10 TAMANHOS ................................................................................................................... 11 MODELOS ...................................................................................................................... 11 TENSÃO DE OPERAÇÃO ............................................................................................. 11 DIMERIZAÇÃO ............................................................................................................... 11 PERFIL DE ALUMÍNIO ...................................................................................................... 11 ILUMINAÇÃO PARA SANCAS .............................................................................................. 13 SANCA COM LÂMPADA ................................................................................................... 13 INSTALAÇÃO ................................................................................................................. 14 SANCA COM FITA LED ..................................................................................................... 14 INSTALAÇÃO ................................................................................................................. 15 2 QUEM SOU EU Olá, meu nome é Juliana Pascoalini. Sou arquiteta especialista em iluminação com mais de 15 anos de experiência em projetos luminotécnicos, desenvolvimento de produtos e consultoria técnica. Minha missão é desmistificar a iluminação e incentivar estudantes e profissionais de arquitetura, design de interiores, engenharia e paisagismo a explorarem em seus projetos todo o potencial que a luz pode oferecer! Por isso eu compartilho conteúdos de alto valor sobre iluminação, arquitetura e temas relacionados. Siga meu perfil no Instagram: @ju_pascoalini Nos vemos por aí! Ju Pascoalini 3 INTRODUÇÃO Você já sabe que a iluminação interfere diretamente no ambiente. Tem o poder de afetar o humor das pessoas e até mesmo causar sensações de mais relaxamento, estimular o foco ou causar inquietude. A luz é uma grande aliada nos projetos de arquitetura e design de interiores, pois irá unificar todos os elementos e entregar ao usuário uma excelente experiência.... ou não! É preciso estar muito atento na hora de especificar a iluminação, pois da mesma forma que ela pode elevar seu projeto, ela também poderá desvalorizar todo o trabalho realizado, se aplicada da forma errada. E um bom projeto não depende somente da parte estética. É preciso estar atento às questões técnicas, relativas à instalação, a funcionalidade, a eficiência energética dos produtos e ainda adequar tudo isso à verba do cliente. Neste guia vou te explicar tudo o que precisa ser considerado para a iluminação de sancas: quais são os tipos de sanca, os principais produtos para iluminação indireta, quais suas vantagens e desvantagens, bem como dar algumas dicas de relativas à especificação e instalação. Este material leva em consideração que você já conhece os fundamentos básicos da iluminação e as questões técnicas muito importantes que norteiam todo o projeto de iluminação como Temperatura de Cor, IRC, eficiência energética, etc. 4 SANCAS O QUE SÃO SANCAS A palavra sanca denomina, originalmente, uma moldura colocada na junção entre a parede e o teto. Ela pode comportar ou não iluminação. Trata-se basicamente de um rebaixo no forro e existe em 3 modelos diferentes. De uma forma geral as sancas são feitas em gesso ou madeira. Mas, a rigor, elas podem ser feitas de qualquer material que forneça as características que as definem. TIPOS DE SANCAS SANCAS FECHADAS As sancas fechadas são modelos onde não há nenhuma abertura, não sendo possível a instalação de iluminação indireta. O forro é rebaixado somente entre a parede e o teto, viabilizando a instalação de spots para iluminação direta no perímetro do ambiente. Imagem Fórum da construção 5 Exemplo de sanca fechada SANCAS ABERTAS As sancas abertas são modelos em que existe uma abertura voltada para o centro do teto com um espaço entre o forro de a laje, permitindo o uso da iluminação indireta. Nesse caso, o efeito indireto de luz é central no qual a própria laje funciona como um refletor, gerando um grande plano iluminado. Essa sanca também permite a instalação de spots na parte inferior no perímetro do ambiente, assim como na sanca fechada. Portanto, são tipos bastante interessantes pois permitem iluminação direta e indireta simultaneamente. 6 Exemplo de sanca aberta SANCAS INVERTIDAS As sancas invertidas são modelos em que existe um rebaixamento no forro no centro do teto fazendo com que a abertura da sanca fique voltada para as paredes possibilitando o contorno de todo o ambiente com luminosidade. É como funcionam também os cortineiros. Só que neste caso, no vão da sanca são instalados o trilho e a cortina. Os cortineiros também têm a possibilidade de receber iluminação formando efeito de luz nas cortinas. Este modelo é quase que um rebaixo completo de forro, mas com uma abertura de pelo menos 20cm distante das paredes. No caso de cortineiros, recomenda- se 25cm. No centro do forro é possível distribuir outros pontos de luz conforme o que for mais adequado de acordo com o layout e as atividades do ambiente. A dimensão ideal para sanca será determinada conforme o projeto e o espaço disponível no local, no entanto de uma forma geral, as dimensões recomendadas para uma boa saída de luz são: • Altura do entreforro: mínimo de 15cm • Área livre para instalação da fonte de luz: 10cm • Altura do anteparo: 5cm • Em sancas invertidas, é necessário um afastamento de 20cm da parede para viabilizar a manutenção 7 Exemplo de sanca invertida 8 CARACTERÍSTICASDA LUZ INDIRETA EM SANCAS A luz indireta funciona através da reflexão, ou seja, o facho de luz é direcionado para uma superfície que irá refleti-lo para o ambiente. Vantagens da iluminação indireta: • Tende a ser mais suave, difusa e agradável; • Não atinge diretamente os olhos: previne o ofuscamento e garante conforto visual; • Maior uniformidade na iluminação do ambiente: não são gerados grandes contrastes de luz e sombra; • Não emite calor diretamente para o ambiente; • Efeito de iluminação menos óbvio: confere charme ao ambiente. Desvantagens da iluminação indireta: • Geralmente requer planejamento desde a construção do ambiente com o projeto de forro; • O nível de iluminação proporcionado geralmente não é muito alto: não é adequado para iluminação de tarefa. 9 LÂMPADA TUBULAR DE LED E FITA LED LÂMPADA TUBULAR LED SOQUETES Os soquetes também são chamados de base ou bocal e são os responsáveis pela fixação das lâmpadas e a conexão com a rede elétrica, ou seja, a lâmpada só vai funcionar quando fixada no soquete correto. Os modelos mais comuns no mercado para lâmpadas tubulares são o G5 e o G13, que alimentam as lâmpadas T5 e T8, respectivamente. Esses modelos de lâmpadas utilizam normalmente dois soquetes, um em cada ponta, mas atualmente já existem lâmpadas LED em que é necessário apenas um soquete para o funcionamento. Esta questão deve ser checada no momento da compra da lâmpada. Como a lâmpada tubular tem um formato comprido, em algumas aplicações somente o soquete não é suficiente para fixar a lâmpada, por isso algumas vezes são utilizadas presilhas para ajudar a fixar. LÂMPADAS A lâmpada LED tubular foi muito bem recebida pelo mercado depois do seu lançamento. Para substituir a lâmpada tubular convencional para o LED, é importante saber que para o funcionamento da lâmpada convencional é necessário o uso de um reator. E, para fazer a troca da lâmpada convencional pela LED geralmente é necessário tirar o reator, não é possível simplesmente tirar uma lâmpada e instalar a outra. 10 Já foram desenvolvidas algumas lâmpadas em que não é preciso retirar o reator, é só tirar a lâmpada antiga e colocar a nova, mas ainda não são a maioria existente no mercado. Este tipo de lâmpada é encontrado em branco quente, neutro e frio. Provavelmente a maior variável do mercado dentre essas lâmpadas seja a vida-útil. Existem modelos com 25.000h, 30.000h ou até 50.000h de vida útil e, isso interfere diretamente no custo do produto. As lâmpadas tubulares convencionais existem em 2 tamanhos: 60cm e 120cm e as LED seguem o mesmo padrão. Essas lâmpadas não são dimerizáveis. FITA LED Pode-se dizer que as fitas LED são as queridinhas do mercado no momento. Por serem finas e flexíveis, elas têm tornado possível iluminar áreas que antes eram muito difíceis, como degraus de escadas, corrimões, marcenaria etc. As fitas LED existem em muitas versões de fluxos luminosos, que geram efeitos de iluminação totalmente diferentes e, por esse motivo elas são adequadas tanto para iluminação decorativa quanto para iluminação funcional. COR Com relação à cor da luz, existem basicamente 5 modelos de fita LED: • Monocromáticas de luz branca, em várias temperaturas de cor • Monocromáticas em luz colorida • RGB: fornece milhares de cores, menos o branco • RGBW: fornece milhares de cores e o branco • Branco inteligente: fornece luz branca em diversas temperaturas de cor 11 TAMANHOS Uma das vantagens da fita LED em relação às lâmpadas é a flexibilidade de tamanhos. A fita é geralmente fornecida em rolos de 5 metros e, o modelo da fita determina a cada quantos centímetros é possível fazer o corte. MODELOS De uma forma geral, para iluminação decorativa, utiliza-se fitas de 5W/m, enquanto para iluminação em sancas, 15W/m é suficiente. Porém isso deve ser validado projeto a projeto, conforme as características e layout do local. TENSÃO DE OPERAÇÃO Existem fitas que operam em tensão de rede (127V ou 220V) e ainda os modelos que operam em baixa tensão (12V ou 24V). Para estas, será necessário um driver, que é um equipamento que irá transformar a tensão e a corrente conforme a necessidade da fita. DIMERIZAÇÃO A rigor, todas as fitas LEDs são dimerizáveis. O que irá determinar a possibilidade de dimerização ou não é o driver. Se ele for dimerizável, a fita poderá ser dimerizada. PERFIL DE ALUMÍNIO O perfil é um material comprido que utiliza um difusor leitoso para deixar a luz mais homogênea. Esse difusor bloqueia um pouco da luz que sai da fita. Você 12 pode considerar que existe uma perda cerca de 40% da luz da fita LED. Se for usar a fita com perfil não se esqueça de considerar um fluxo luminoso sobressalente para compensar essa perda, caso contrário você não atingirá o objetivo pretendido com a instalação. O perfil também pode ser fornecido sem o difusor, somente uma chapa para facilitar a fixação da fita. Essa é uma grande vantagem, pois não há perda de luz e a chapa garante a instalação por mais tempo. O perfil é um material muito versátil, pode ser utilizado em qualquer tipo de aplicação, inclusive em sancas. Uma das vantagens é que ele pode ser fornecido no tamanho que for necessário para o projeto, acompanhando assim o corte da fita LED e o tamanho de seção mais adequado para o seu projeto. 13 ILUMINAÇÃO PARA SANCAS A iluminação em sancas pode ocorrer de forma direta, quando são instalados spots ou outras luminárias embutidas na sanca, ou ainda de forma indireta, que ocorre quando a luz é projetada para o teto ou para a parede e refletida para o ambiente. A iluminação indireta pode ser feita com lâmpada ou com fita LED. SANCA COM LÂMPADA A utilização de lâmpadas para a iluminação indireta de sancas era a única opção viável antes do lançamento das fitas LED. Até então essa iluminação era feita com lâmpadas fluorescentes tubulares, que depois foram substituídas pelas lâmpadas tubulares de LED. Esse tipo de instalação de lâmpadas requer alguns cuidados, sejam elas fluorescentes ou de LED. Vantagens: • Lâmpadas são bastante fáceis de encontrar, o que facilita a instalação e a manutenção; • A instalação e a manutenção não exigem mão de obra especializada; • Manutenção é mais simples, basta trocar a lâmpada queimada; • As lâmpadas operam em tensão de rede e geralmente são bivolt; • Geralmente o custo inicial da instalação é mais barato do que o da fita LED. Desvantagens: • As lâmpadas têm uma limitação de cores disponíveis. Existem geralmente em 3 temperaturas de cor: 3000K, 4000K e 6500K; • Os tamanhos das lâmpadas estão limitados a 60cm ou 120cm; • As potências e fluxos luminosos das lâmpadas são padronizados, geralmente as de 60cm tem 9W e em torno de 900lm enquanto as de 120cm tem 18W e em torno de 1800lm; 14 • Não permite o direcionamento da luz, ela emite luz em 360°, perdendo um pouco de luz na sanca; • Menos eficientes do que a fita LED para instalação em sancas INSTALAÇÃO Embora a instalação de lâmpadas tubulares seja muito simples, em sancas necessita de cuidados adicionais. Tendo em vista que na ponta das lâmpadas não há saída de luz, ao instalar uma lâmpada em seguida da outra levará a geração de sombras no teto, formando um efeito desagradável de luz e sombra ao invés da iluminação linear que geralmente se espera de uma sanca. Para evitar este problema, as lâmpadas devem ser sobrepostas uma às outras cerca de 10cm e para que a iluminação seja garantida. Veja na imagem abaixo: Outra questão relevante para esta instalação é que cada lâmpada necessita de um ponto de elétrica para alimentação. SANCA COM FITA LED O uso de fita LED em sancas tem sido cada vez mais difundido pela grande gama de modelos existentes e flexibilidade do material. A fita LED tem um adesivona parte de trás para facilitar sua fixação, no entanto dois pontos devem ser observados: 15 1. Com o tempo e o aquecimento constante pela passagem de energia o adesivo tende a se soltar e a fita poderá ficar torta na sanca; 2. O adesivo requer que a sanca seja limpa antes da fixação da fita, pois não pode haver poeira na superfície, caso contrário ele se soltará com ainda mais facilidade. Tendo isso em mente, o ideal é aliar perfis de alumínio na instalação de fitas LED em sancas. O perfil é um material mais robusto que garantirá que a instalação perdure bonita por muito mais tempo. Vantagens: • A fita é um material com maior número de opções de modelos, potências e fluxos luminosos; • É possível criar sancas coloridas ou com controle dinâmico de luz; • O uso da fita permite o direcionamento da luz, principalmente se for utilizada com perfil de alumínio; • Se usada sem o perfil a fita LED é mais eficiente do que as lâmpadas; • É possível vencer grandes distâncias sem a necessidade de emendas; • Viabiliza a instalação em trechos curvos ou redondos; • São facilmente dimerizáveis com o uso de um driver dimerizável. Desvantagens: • A fita é um material que exige mão de obra mais qualificada, especialmente se forem necessárias emendas entre trechos; • A manutenção é mais complexa; • Os modelos de baixa tensão requerem um driver. O driver precisa ser alojado próximo à fita em local de fácil acesso para manutenção; • O custo inicial de instalação é mais caro do que com a lâmpada LED, especialmente se for utilizada com perfil de alumínio. INSTALAÇÃO Se a fita LED escolhida for de baixa tensão será necessário considerar um alojamento para o driver (ou drivers) de fácil acesso para manutenção. Esse alojamento pode ser no próprio entreforro, lembre-se de garantir que haja acesso. 16 Caso a decisão seja não utilizar o perfil para fixação, a sanca deve ser bem limpa antes da instalação da fita. O instalador precisa se certificar de que a fita está bem presa. @jupascoalini