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Importância da Contabilidade de Custos

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introdução
Introdução
Esta unidade tem o objetivo de apresentar a importância que a contabilidade de custos apresenta
para a geração de informações aos gestores, contribuindo para sua tomada de decisão.
Inicialmente, apresentamos os conceitos básicos de previstos na contabilidade de custos, como as
diferenças entre despesas e custos, e as inúmeras denominações para os tipos de custos.
Após, iremos veri�car que apuração dos custos dos produtos de uma empresa não é tarefa tão
simples, tendo em vista que alguns componentes dos custos não podem ser vinculados aos
produtos de forma tão precisa, como os gastos com seguro ou energia elétrica, que participam de
várias atividades para além de um tipo de produto.
PRATICAPRATICA
CONTÁBILCONTÁBIL
Me. Francisco Freire Duarte
INICIAR
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Por �m, após termos maior consciência de como levantar os custos dos produtos gerados pela
organização, é hora de apurar qual seria o preço para vendê-los, de forma que sejam cobertos os
custos veri�cados e garantam uma margem de rentabilidade para a entidade.
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De acordo com Martins (2010), a contabilidade tem por objetivo controlar o patrimônio das
empresas e apurar resultado, a variação desse patrimônio. Além disso, presta informações a
usuários externos que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como
entidades �nanceiras que concedem empréstimos, debenturistas e investidores.
Já a contabilidade gerencial , segundo Padoveze (2013), é o ramo da contabilidade voltada para a
melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, que busca fornecer instrumentos aos
administradores de empresas para auxiliar sua tomada de decisão.
A contabilidade de custos, cuja função inicial era fornecer elementos para a avaliação dos estoques
e dos resultados e auxiliar na de�nição do preço de venda, conforme Padoveze (2013), passa a
prestar duas informações importantes para a contabilidade gerencial. Os dados são utilizados:
para o auxílio ao controle, o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e
acompanhar o efetivamente acontecido com os valores previstos;
para a tomada de decisões, ou seja, avaliar as consequências de curto e longo prazo
sobre medidas de corte de produtos, �xação de preços de venda, opção de compra ou
fabricação etc.
Nomenclaturas de Custos
Desembolso : pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer
concomitantemente ao gasto (à vista) ou depois desse (a prazo).
Gasto : sacrifício que a entidade arca para a obtenção de um bem ou serviço,
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente, dinheiro).
○   Exemplos: gastos com mão de obra (salários e encargos); gasto com aquisição de
matérias-primas para industrialização; gasto com setores administrativos; gasto com
aquisição de máquinas e equipamentos.
○   Os gastos podem ser: INVESTIMENTOS, CUSTOS ou DESPESAS.
Investimento : gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a períodos futuros.
○   Exemplos: aquisição de móveis e utensílios; aquisição de imóveis; despesas pré-
operacionais; aquisição de marcas e patentes e aquisição de matéria-prima.
Custo : gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.
São todos os gastos relativos à atividade de produção.
○   Exemplos: salários do pessoal da produção; matéria-prima utilizada no processo
produtivo; combustíveis e lubri�cantes usados nas máquinas da fábrica; aluguéis e
seguros do prédio da fábrica; depreciação dos equipamentos da fábrica; gastos com
manutenção das máquinas da fábrica.
Aspectos Iniciais Sobre CustosAspectos Iniciais Sobre Custos
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ref l ita
Re�ita
ATENÇÃO: A matéria-prima adquirida pela indústria enquanto não utilizada no
processo produtivo representa um investimento e estará ativada em uma conta
do Ativo Circulante; no momento em que é requisitada pelo setor de produção,
é dada baixa na conta do Ativo e ela passa a ser considerada um custo, pois
será consumida para produzir outros bens ou serviços.
Despesa: gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e
consumidos com a �nalidade de obtenção de receitas.
○    Exemplos: salários e encargos sociais do pessoal de vendas e do escritório de
administração; energia elétrica consumida no escritório; gasto com combustíveis e
refeições do pessoal de vendas; contas telefônicas do escritório de vendas; aluguéis e
seguros do prédio da administração.
ref l ita
Re�ita
Todos os gastos realizados no processo produtivo são custos; os demais são
despesas. Gastos com embalagens são custos se realizados no âmbito do
processo produtivo (o produto é vendido embalado); são despesas se realizados
após a produção (o produto pode ser vendido com ou sem embalagem).
Custo dos produtos vendidos : soma dos custos incorridos na fabricação dos bens que
só agora estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos períodos,
caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes.
Custos de transformação ou de conversão : soma de todos os custos de produção,
exceto os relativos a matérias-primas e outros eventuais adquiridos e empregados sem
nenhuma modi�cação pela empresa (componentes adquiridos prontos, embalagens
compradas etc.). Representam o valor do esforço da própria empresa no processo de
elaboração de um determinado item (mão de obra direta e indireta, energia, materiais
de consumo industrial etc.).
Custos primários : soma de matéria-prima e mão de obra direta. Não é o mesmo que
custos diretos, já que nos primários só estão incluídos aqueles dois itens. Dessa forma, a
embalagem é um custo direto, mas não primário.
Materiais diretos : são os materiais que se incorporam (se identi�cam) diretamente aos
produtos. Exemplos: matéria-prima, embalagem e materiais auxiliares, tais como cola,
tinta, parafuso prego etc.
Mão de obra direta : representa custos com pessoal que trabalha diretamente na
elaboração dos produtos, por exemplo o empregado que opera um torno mecânico. A
mão de obra direta não deve ser confundida com a de um operário que supervisiona um
grupo de torneiros mecânicos.
Elementos Básicos do Custo Industrial
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Segundo Martins (2010), são três os elementos básicos do custo industrial: materiais (matéria-
prima), mão de obra e gastos gerais de fabricação (GGF) ou custos indiretos de fabricação (CIF).
Os materiais podem ser classi�cados em:
Matérias-primas primárias : são os materiais principais e essenciais que entram em maior
quantidade na fabricação do produto.
Materiais secundários : são os materiais que entram em menor quantidade na fabricação do
produto. Esses materiais são aplicados juntamente com a matéria-prima, complementando-a ou
até mesmo dando o acabamento necessário ao produto.
Materiais de embalagens : são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos
antes que eles saiam da área de produção.
A mão de obra compreende os gastos com o pessoal envolvido na produção da empresa,
englobando salários, encargos sociais, refeições e estadias, seguros etc.
Martins (2010) destaca que os gastos gerais de fabricação ou custos indiretos de fabricação
compreendem os demais gastos necessários para a fabricação dos produtos, por exemplo:
aluguéis, energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica,depreciação, seguros
diversos, material de limpeza, óleos e lubri�cantes para as máquinas, pequenas peças para
reposição, telefones e comunicações etc.
Classi�icação dos Custos em Relação ao Produto
Para Ribeiro (2018), a classi�cação dos custos em diretos e indiretos leva em consideração o
relacionamento entre o custo e o produto. Os diretos são fáceis, objetiva e diretamente
apropriáveis ao produto. Os indiretos precisam de bases ou critérios de rateio para a alocação ao
produto.
Custos diretos : são os que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos
produtos, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra ou de
máquina, quantidade de força consumida etc.). Em geral, identi�cam-se com os produtos
e variam proporcionalmente à quantidade produzida. Exemplos: matéria-prima e
embalagens; mão de obra direta; depreciação das máquinas; energia elétrica das
máquinas.
Custos indiretos : são os que, para serem alocados aos produtos, necessitam da
utilização de algum critério de rateio. Exemplos: aluguel, iluminação, salário de
supervisores etc., custos indiretos em relação ao produto.
ref l ita
Re�ita
Nota: a classi�cação de custos em diretos e indiretos, além de sua natureza, leva
em conta a relevância e o grau de di�culdade de medição. Por exemplo, o gasto
com energia elétrica é, por sua natureza, um custo direto, porém, devido às
di�culdades de medição de consumo por produto e ao fato de que o valor
obtido por rateio, em geral, pouco difere daquele que seria obtido com uma
medição rigorosa, quase sempre é considerado como custo indireto de
fabricação.
Classi�icação dos Custos em Relação ao Volume de Produção
De acordo com Veiga e Santos (2016), a classi�cação dos custos em �xos e variáveis não leva em
consideração o produto, e sim o relacionamento entre o valor total do custo em um período e o
volume de produção.
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Custos �xos : são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido.
Os custos �xos são �xos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor
no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre reajuste em
determinado mês, não deixa de ser considerado um custo �xo, uma vez que terá o
mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Exemplos: aluguel, seguro de
fábrica, imposto predial, salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguros da
fábrica etc.
Os custos �xos não variam de acordo com o volume de produção, mas os custos �xos
unitários são variáveis conforme o volume de produção, pois, quanto maior a produção,
menor será o custo �xo unitário.
Custos variáveis : são os que variam proporcionalmente ao volume produzido. Se não
houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam
à medida que aumenta a produção. Exemplos: matéria-prima, embalagem, materiais
indiretos consumidos, gastos com horas extras na produção etc.
Os custos variáveis variam conforme o volume de produção e costumam ser �xos por
unidade de produção.
praticar
Vamos Praticar
Saber identi�car os tipos de custos que representam a atividade produtiva é fundamental, considerando-se
que a contabilidade de custos tem nomenclatura, às vezes diversa da contabilidade societária. Além disso,
a contabilidade de custos contribui para a administração da entidade para gerenciamento mais adequado
do resultado. Leia atentamente os gastos a seguir.
Gasto com bens da atividade produtiva.
Gasto com setor administrativo.
Embalagens.
Depreciação de veículo da diretoria.
Seguro do prédio da fábrica.
Nesse contexto, assinale a alternativa correta sobre os tipos de gastos conforme a respectiva ordem de
listagem.
a) Despesa; despesa; custo; custo; despesa.
b) Despesa, custo; despesa; despesa; custo.
c) Custo; custo; despesa; custo; despesa.
d) Custo; despesa; custo; despesa; custo.
e) Despesa; despesa; custo; custo; despesa.
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De�ne-se método de custeio como a forma como se apropriam os custos aos bens e serviços das
entidades. Os principais, de absorção e o custeio variável, apresentam suas diferenças no
tratamento dos custos �xos.
Método de Custeio Variável
Conforme Veiga e Santos (2016), no método de custeio variável, também chamado de custeio
direto, consideram-se custos, como os de produção de determinado período, e as despesas
variáveis incorridas, ignorando-se os custos �xos, esses considerados como despesas �xas no
resultado, sem passar pelo estoque.
Nesse sistema, somente os custos que possam ser identi�cados aos produtos podem ser
apropriados. Sendo assim, não se distinguem os custos diretos e indiretos como no modelo de
absorção, sendo apenas considerados como custos da produção do período aqueles de natureza
variável.
A partir do conteúdo apresentado, supondo que a Cia ABC S.A. tenha os seguintes dados:
Preço de venda: $50:
Produção\vendas (2017): 200\200 quantidades
Produção\vendas (2018): 300\250 quantidades
Custos Variáveis Unitário: $30
Custos Fixos: $ 600
Despesas Fixas: $ 400
A Tabela 3.1, a seguir, apresenta a demonstração do resultado do exercício da Cia. ABC S.A.
Principais Métodos de CusteioPrincipais Métodos de Custeio
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Demonstração do Resultado ($) 2017 2018
Vendas (Preço X Quantidade) 10.000,00 12.500,00
(-) Custo Mercadorias Vendidas -           6.000,00 -           9.000,00
= Margem de contribuição 4.000,00 3.500,00
(-) Custos Fixos -           600,00 -           600,00
(-) Despesas Fixas -           400,00 -           400,00
= Lucro 3.000,00 2.500,00
Tabela 3.1 - Resultado do Exercício 2017 e 2018
Fonte: Elaborada pelo autor.
Considerando a Tabela 3.1, no custeio variável, sempre que parte da produção permanecer em
estoque e não for vendida, como no ano de 2018 para a Cia. ABC S.A., o lucro acaba se tornando
menor, por integrar no resultado o valor integral dos custos �xos. Ou seja, nesse método, quando
não houver venda total da produção, restando parte em estoque, os custos �xos, que no método
de absorção são alocados no custo dos estoques, são considerados despesas no custeio variável,
sendo lançados integralmente no resultado, o que acarreta em um lucro menor.
Podem ser considerados benefícios do custeio direto: facilidade de cálculo; lucro não sofre
alterações por mudança no inventário; facilidade para avaliação de custo-volume-lucro;
compreensão direta dos custos dos produtos sobre o desempenho.
Martins (2010) destaca que, dentre as desvantagens do custeio variável, estão: violar princípio
contábil ao não contemplar os custos �xos indiretos no custo do estoque; subestimar os custos
�xos vinculados ao processo produtivo; e principalmente, não ser aceito para apuração de
inventário pelo �sco.
Método por Absorção
Segundo Martins (2010), o método de absorção também é denominado por custo integral, na
medida que contempla todos os custos vinculado ao processo produtivo na formação do valor do
estoque, ou seja, o custo dos produtos absorve cada etapa de produção. Dessa forma, esse método
é aceito pela auditoria e para �ns �scais.
Os custos indiretos são absorvidos pelos distintos produtos por critérios de rateio, ou seja, a
administração de�ne a regra de alocação dos custos indiretos de fabricação. Além disso, todas as
despesas são direcionadas ao resultado do exercício.
Considerando o exemplo do Cia. ABC S.A., agora pelo método de custeio:
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Demonstração do Resultado 2017 2018
Vendas (Preço X Quantidade) 10.000,00 12.500,00
(-) Custo Mercadorias Vendidas -6.600,00 -           8.100,00
= Lucro Bruto 3.400,00 4.400,00
(-) Despesas Fixas -           400,00 -           400,00
= Lucro 3.000,00 4.000,00
Tabela 3.2 - Resultado do exercício 2017 e 2018
Fonte: Elaborada pelo autor.
Nesse caso, conforme a Tabela 3.2, identi�ca-se o confronto de despesas e receitas previsto pelo
regime contábil de competência, na medida em que são contemplados todos os custos na
formação do valor apurado no custo das mercadorias vendidas.
Sendo assim, é possível elencar como benefício do método de absorção: otimiza o uso de recursos;
vai ao encontro dos princípios contábeis e legais; e vincula aos custos o que for efetivamente usado
no processo produtivo.
Já não quali�cam esse método: critérios subjetivos de alocação dos custos indiretos; os custos
unitários podem oscilar muito em função do volume de produção; pouca efetividade gerencial pela
ausência de critérios técnicos para distribuição de gastos �xos.
Custeio ABC
Para Martins (2010), é um procedimento mais e�ciente na alocação dos custos indiretos de
fabricação, na medida em que a alocação desses valores se dá por meio de vinculação de
atividades do processo produtivo a determinado gasto, o que permite otimizar o custeamento em
função dos processos que acarretam sua formação.
Essa metodologia permite que sejam apurados os custos envolvidos em cada etapa ou atividade
produtiva que ocorre na entidade, conforme cada transação consuma ou provoque a geração de
determinado recurso provido como custo indireto. Ao buscar analisar empiricamente esses eventos
no processo produtivo, esse método é mais e�ciente que o de absorção (departamentalização com
critérios subjetivos de rateio) ao contemplar uma maior quantidade de fases, sendo mais rigorosa e
�el a destinação dos recursos, uma vez que um único departamento poderá atingir vários níveis de
atividades distintas.
De acordo com cada departamento, é possível eleger uma sequência lógica de direcionadores de
atividades, como os exemplos a seguir:
Compras: número de ordens de compras; cotações.
Manutenção: horas trabalhadas; número de atendimentos.
Energia: uso da capacidade das máquinas; consumo.
Almoxarifado: total de itens estocados, área ocupada, �uxo de entrada.
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Ter condições de avaliar os custos dos bens gerados ao longo de determinado período para veri�car qual
proporciona melhor rentabilidade, por meio de margem ou escala, é fundamental para de�nição de metas
de vendas e proposição de melhorias em processo ou revisão de preços junto a fornecedores.
Além disso, é importante saber adotar uma metodologia de custos, o que gera e�ciência produtiva e
e�cácia nos resultados. Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta corretamente a caracterização
de métodos de custeio.
a) O maior benefício do método direto é sua aceitação por pro�ssionais da auditoria e pelo �sco.
b) O método de absorção é muito utilizado para �ns gerenciais por permitir a avaliação da
margem de contribuição por produto.
c) O método ABC contempla tanto as premissas do método direto quanto do método de absorção.
d) O método de custeio por absorção exige que seja feito o cálculo do custo das mercadorias
vendidas unitárias com alocação dos custos �xos e variáveis.
e) O método de custeio variável não apresenta diferença no resultado da companhia se houver
venda total ou parcial da produção.
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Segundo Padoveze (2013), dentro da atividade industrial, organizam-se as etapas de planejamento e
fabricação dos produtos. A administração almeja que os ganhos obtidos pelas vendas sejam tais
que possibilitem cobrir todos os custos e despesas envolvidos, além de gerar certa margem para
constituição de reservas em virtude de possíveis instabilidades futuras.
Dessa forma, é possível intuir que, para a determinação do preço de venda, devem ser
contemplados: custos, despesas, lucro.
Para a gestão adequada de uma organização, deve-se, necessariamente, ter plenos conhecimentos
de todos os custos envolvidos no processo de produção, tanto �xos como variáveis; das despesas
apuradas para proporcionar as vendas, gerir a estrutura e capitalizar a entidade; e do retorno
esperado pela administração.
Quando a empresa industrial planeja a fabricação de produtos para venda, espera-se que as
receitas auferidas com essas vendas sejam su�cientes para cobrir os custos, as despesas totais e
ainda proporcionar a formação do lucro, sem que precise contar para isso com as demais receitas.
Podemos concluir, então, que:
PREÇO DE VENDA = CUSTOS + DESPESAS + TRIBUTOS + LUCRO
Portanto, para �xar o preço de venda de um produto, é preciso conhecer:
a)   o custo de fabricação do referido produto (se o variável ou se o total);
b)   as despesas que serão geradas pela venda do respectivo produto;
c)   o montante das despesas necessárias para administrar e �nanciar;
d)   a margem de lucro desejada.
Caso a empresa tenha optado em considerar custo de fabricação somente o variável (custeio
variável), os custos �xos deverão ser tratados de forma semelhante às despesas �xas.
Composição do Preço de Venda
Você já sabe que custos são os gastos incorridos na fabricação dos produtos. Sabe também que,
em relação aos produtos, os custos podem ser diretos e indiretos.
De acordo com Padoveze (2013), o levantamento dos custos diretos ou variáveis de cada produto
não gera di�culdades, uma vez que a empresa deve encontrar meios para identi�cá-los em relação
a cada produto fabricado. Assim, na �cha técnica própria para a apuração do preço de venda de
cada produto, esses custos devem ser anotados sem embaraços.
Formação de PreçosFormação de Preços
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Além disso, é sempre importante lembrar que, ainda que se conheçam os valores reais dos CIFs, a
alocação aos produtos sempre causará di�culdades, especialmente porque são custos que
bene�ciam a fabricação de todos os produtos ao mesmo tempo. Os produtos que tiverem maior
volume de produção receberão carga maior desses custos que aqueles com volume menor.
Diante disso, o procedimento que tem sido utilizado com resultados satisfatórios é a adoção do
custeio variável. Nesse caso, considera-se custo de fabricação somente os custos variáveis, sendo
os custos �xos tratados de forma semelhante ao das despesas �xas.
Assim, atribui-se um percentual sobre o preço de venda que seja su�ciente para cobrir os custos
�xos. Esse percentual será diferente em cada tipo de empresa industrial, uma vez que cada
processo de fabricação possui características próprias. A solução encontrada então é estimar, no
primeiro período de fabricação, um percentual sobre o preço de venda e, frequentemente,
acompanhar e ajustar esse percentual conforme a realidade vivida pela indústria em cada
momento.
Ribeiro (2018) destaca que o contador da companhia deve apontar os eventos e ajustes referentes a
abatimentos e cancelamentos na repercussão dos tributos como ICMS (Impostos de Circulação de
Mercadorias e Serviços) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Em seguida, deve-se apurar o custo total da mão de obra direta que está circundada ao processo
produtivo. A Tabela 3.3 apresenta o detalhamento dos custos relativos hipotéticos:
Contribuições obrigatórias
INSS 20%
Fundos: Salário-Educação 2,5%
SESC/SENAC 1,5%
SESC/SESI 1,8%
TOTAL 5,8%
Seguro para Acidentes Trabalho 2%
FGTS 8%
Custo das Contribuições Obrigatórias 35,8%
Tabela 3.3 - Custo relativo de obrigações
Fonte: Elaborada pelo autor.
Além disso, devem ser providenciadas as provisões legais trabalhistas para cada mês trabalhado,
como férias (1/3 e 1/12) e o 13º salário,que devem ser tributadas pelo custo de 35,8% (1,358 a ser
aplicado):
Férias 1/12 * 1,358 = 11,32%
1/3 Férias [(1/3)/12] * 1,358 = 3,77%
13º Salário 1/12 * 1,358 = 11,32%
Total de encargos anual = 26,41%
Tabela 3.4 - Custo relativo de encargos
Fonte: Elaborada pelo autor.
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Supondo que uma empresa com seis funcionários cuja jornada seja de 160 horas ao mês e que
tenha uma folha de pagamento total de $ 850,00, terá um custo:
Custo hora = [Folha de pagamento x (1 + Encargos sociais + Provisões)] / [horas trabalhadas x nº de
empregados]
Para o exemplo, temos:
Custo hora = [850 * (1 + 0,358 + 0,2641)] / (160 * 6) = 1.378,79 / 960 = $ 1,436
O que signi�ca dizer que o custo da hora de funcionamento da fábrica é de $ 1,436. Para ser
mensurado o custo da mão de obra direta, basta multiplicar esse valor pelo tempo de produção
para gerar os produtos. Caso sejam necessários 30 minutos para essa fabricação, o custo será =
$1,4362 * (30 / 60), ou seja, $ 0,7181 de gastos com a mão de obra direta por produção de um
produto.
Ribeiro (2018) aponta que se deve realizar a apuração dos custos de mão de obra direta total do
mesmo modo nos demais departamentos da companhia, de forma a se contemplar todas aquelas
que áreas e, posteriormente, dividir pelo total produzido para se chegar no valor do custo de mão
de obra direta unitária.
Após, chega-se à etapa de identi�car os custos indiretos �xos, que são apurados por meio de
sistema de controle mensal das contas a pagar, tais como aluguel, material de expediente,
honorários, água e energia elétrica, manutenção e limpeza.
Para se estimar o preço de venda a partir dos custos de produção, é necessário que seja
determinada a margem de contribuição desejada, ou seja, a rentabilidade que o proprietário deseja
obter após a dedução dos custos �xos.
Supondo que o gestor deseje uma margem de contribuição de 50%, o preço de venda poderá ser
de�nido por meio da fórmula a seguir:
Preço de Venda = [Custo Direto Unitário] / [ 1 – (Custo de Venda + Margem de contribuição)
Supondo um Custo Unitário Direto de $ 3,00, um Custo de Venda de 15% e uma margem de 50%,
qual seria o preço de venda?
PV = 3,00 / [1 – (0,15 + 0,50)] <=> 3 / 0,35
PV = $ 8,57
Ou seja, vendendo seus produtos a $8,57 a unidade, é possível cobrir os custos diretos de
fabricação, as despesas de venda e garantir a margem de lucro almejada.
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Tabela 3.5 - Demonstração do resultado
Fonte: Elaborada pelo autor.
Uma outra forma de se aplicar a metodologia de preci�cação sobre os custos é o chamado Custo
por Taxa de Marcação ou Mark Up , em que é aplicado um percentual sobre o custo unitário que
contemple os custos em comercializar os produtos e garantir a margem desejada pela
administração.
É possível de�nir a Taxa de Marcação (TM) pela fórmula a seguir:
TM = 1 / [ 1 – (Custo de Venda + Margem de contribuição)]
No caso do exemplo discutido anteriormente, temos:
TM = 1 / [ 1 – (0,15 + 0,5)]
TM = 2,85714
Ao aplicar o produto da Taxa de Marcação sobre os Custos Unitários, pode-se chegar ao mesmo
preço de venda de $8,57:
PV = TM x Custo Direto Unitário
PV = 2,85714 * 3 = $ 8,57
Deve-se ter ciência de que uma indústria ou empresa mercantil tem diversos tipos de produtos e
mercadorias, cada uma com características próprias e per�l de clientes distintos. Dessa forma,
deve ser apurada uma taxa de marcação para cada bem produzido, tendo em vista que cada um
apresenta um retorno esperado próprio.
Demonstração do Resultado
Discriminação Percentual Valor ($)
Preço de Venda 100% 8,57
(-) Tributos 6% 0,51
(-) Comissão 5% 0,43
(-) Frete 2% 0,17
(-) Encargos 2% 0,17
(-) Margem de contribuição 50% 4,29
Custo unitário do produto 35% 3,00
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Há em novos estudos de métodos alternativos de apuração
dos custos unitários dos produtos gerados na cadeia
produtiva de uma empresa, além daqueles vistos nesta
unidade, os quais apresentam outros enfoques como a
questão do tempo de cada processo e atividade.
A C ESSA R
ref l ita
Re�ita
Muito se questiona sobre a aplicabilidade dos métodos de custeio para além do
setor industrial. Será possível que pequenas empresas tenham a oportunidade
de apurar os custos devidos de cada um de seus produtos com o mesmo grau
de acurácia que grandes corporações?
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Análise no conteúdo a seguir, um breve histórico sobre a
contabilidade de custos, ou seja, quando surge a
necessidade de se levantar tais questões e o porquê da sua
relevância e evolução. Para ler mais, veja a matéria
“Contabilidade de custos, o que é?”.
A C ESSA R
praticar
Vamos Praticar
A Cia Produtora S.A. realiza a produção de um produto X e precisa estimar seu preço de venda com base
nos seus custos e expectativa de rentabilidade. Após um levantamento junto ao seu contador, veri�cou-se
que os tributos representam 12% do valor de venda médio para produtos semelhante. Além disso, o custo
unitário da mão de obra direta representa $ 2,50 a unidade produzida, custos de comercialização na ordem
de 10% e uma margem esperada pelos gestores de 55%. Diante desse cenário, assinale a alternativa que
contempla o valor correto para o preço de venda a ser aplicado para comercialização do produto X, a partir
dessas variáveis dispostas.
http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/Ambiente/article/view/2238/1947
http://www.cienciascontabeis.com.br/contabilidade-de-custos/
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a) $7,14.
b) $10,87.
c) $9,00.
d) $8,00.
e) $9,14.
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indi cações
Material Complementar
L I VRO
Contabilidade de Custos: Teoria, Prática, Integração com
Sistemas de Informações (ERP)
Editora : Cengage Learning
Autor : Clóvis Luís Padoveze
ISBN : 9788522113712
Comentário : É uma obra empolgante, que aborda uma visão gerencial
da contabilidade de custos e controladoria. Introduz conceitos e
fundamentos da formação de estrutura de informações, uma ampla
abordagem de métodos de custeios, além de contribuir para a
de�nição de dados para tomada de decisão.
F I LME
O Contador
Ano : 2016
Comentário : Este �lme aborda a vida de Christian Wol�, um contador
com uma síndrome que limita suas habilidades sociais e que cuida da
contabilidade das organizações criminosas mais perigosas do mundo.
TRAILER
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conclus ão
Conclusão
Nesta unidade, foi possível investigar as inúmeras nomenclaturas previstas na contabilidade de
custos, diferenciar custos de despesas e distinguir os diferentes tipos de custo, sejam variáveis,
�xos, diretos ou indiretos.
Percebemos que saber tais distinções facilita na hora de direcionar cada um para os diversos
produtos de uma entidade, tendo ciência que métodos como o de custeio variável têm apenas �ns
gerenciais, enquanto o de absorção é aceito pelo �sco, mas tem certa subjetividade na alocação
dos custos indiretos, o que já se torna mais ajustado com os direcionadores de atividades com o
método ABC.
Por �m, após investigarmos os tipos de elementos que norteiam a formação de preços, como os
custos diretos unitários, os tributos e demais custos de comercialização, foi possível apurar que
preço seria capaz de garantir a rentabilidade mínima esperada pelos gestores de uma companhia.
re f erências
Referências Bibliográ�cas
CIÊNCIASCONTÁBEIS Contabilidade de custos , o que é? Disponível em: <
http://www.cienciascontabeis.com.br/contabilidade-de-custos/ >. Acesso em: 30 ago. 2019.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos . 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARTINS, E. Contabilidade de custos . 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos : teoria, prática, Integração com Sistemas de
Informações (ERP). São Paulo: Cengage Learning, 2013.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos . 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. de A. Contabilidade de custos : gestão em serviços, comércio e indústria.
São Paulo: Atlas, 2016.
WARNER BROS. PICTURES BRASIL. O Contador – Trailer Teaser (leg.) [HD]. YouTube , 13 maio 2016.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=AP3fTyPoxgQ >. Acesso em: 30 ago. 2019.
WERNKE, R. et al. Comparativo entre os métodos UEP E TDABC: estudo de caso. Revista Ambiente
Contábil , Universidade Federal do Rio Grande do Norte, v. 7. n. 1, jan./jun. 2015. Disponível em: <
http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/Ambiente/article/view/2238/1947 >. Acesso
em: 30 ago. 2019.
IMPRIMIR
http://www.cienciascontabeis.com.br/contabilidade-de-custos/
https://www.youtube.com/watch?v=AP3fTyPoxgQ
http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/Ambiente/article/view/2238/1947

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