Buscar

TURISMO RECEPTIVO EM OURO PRETO - IMPACTOS DA SEMANA SANTA

Prévia do material em texto

ESCOLA ESTADUAL DOM PEDRO II
CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO
TURISMO RECEPTIVO EM OURO PRETO
IMPACTOS DA SEMANA SANTA
Angelita Fernandes André
Cristina Aparecida Corrêa
Laíssa Camile Corrêa
Wallerson Diniz
OURO PRETO / MG
2024
Angelita Fernandes André
Cristina Aparecida Corrêa
Laíssa Camile Corrêa
Wallerson Diniz
TURISMO RECEPTIVO EM OURO PRETO
IMPACTOS DA SEMANA SANTA
Trabalho de Conclusão apresentado à Escola Estadual Dom Pedro II como requisito básico para a conclusão do Curso Técnico em Administração.
Orientador: Wallessy Faria
Aprovado em: ____ de _________ de 2024.
Banca Examinadora
____________________________________________________________
 
____________________________________________________________
____________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradecemos às nossas famílias pela confiança, pelo estímulo e pela alegria a cada retorno.
	A todos que participaram direta ou indiretamente do desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, enriquecendo o processo de aprendizado, família e amigos.
	Aos professores pelo incentivo e atenção durante este trabalho. Aos meus amigos do curso, que fizeram com que todo esse processo acontecesse e que causaram impacto em nossa formação acadêmica.
À Escola Estadual Dom Pedro II pelo ensino de qualidade, que foram fundamentais durante o Curso de Administração.
RESUMO
As cidades consideradas patrimônio histórico e artístico nacional e da humanidade pela UNESCO foram construídas em tempos históricos diferentes. O conceito de Patrimônio sofreu radicais mudanças ao longo da História, e, sobretudo nas últimas décadas vem sendo discutido dentro e fora dos domínios acadêmicos. É importante traçar um caminho para adaptar esses locais para o cotidiano da comunidade, considerando os elementos que estão situados nestes locais e suas especificidades. O trabalho de pesquisa trata do Turismo na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, um dos redutos brasileiros de maior herança histórico-culturais e jóias arquitetônicas, por sua valorização e popularização em relação ao conceito de patrimônio, sobretudo o material. Com o tema Turismo Receptivo em Ouro Preto – Impactos da Semana Santa, o referido trabalho tem por objetivo analisar os impactos da atividade turística, que por muitas vezes tem sido propulsora da preservação do patrimônio, gerados para uma cidade colonial que é um bem histórico de todo o mundo. A Semana Santa atrai turistas que procuram vivenciar a tradição religiosa e outros aproveitam a data para visitar amigos e parentes. Em seguida, o resultado da análise e reflexões dos impactos do turismo em Ouro Preto, onde o patrimônio edificado da cidade tem vivenciado uma série de dificuldades com relação à preservação. A metodologia foi realizada através de pesquisas a artigos acadêmicos, bem como artigos jornalísticos sobre a cidade. O produto final se apresenta na forma de uma análise de autores originários de diversos nichos do conhecimento acadêmico. A conclusão aponta uma série de providências necessárias à preservação dos sítios históricos nacionais. O artigo como um todo apresenta uma universalização na medida em que a situação de Ouro Preto retrata os problemas de grande parte desses sítios.
PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio histórico. Herança histórico-culturais. Preservação.
INTRODUÇÃO
	A primeira cidade brasileira a receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, em 1980 foi Ouro Preto.
	A cidade está localizada na Região Central de Minas Gerais e é ícone do Ciclo do Ouro, sendo um dos expoentes do roteiro turístico Estrada Real. Berço do mestre do barroco, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1914), a cidade abriga igrejas barrocas, capelas, oratórios chafarizes dos tempos coloniais e outros monumentos que atraem turistas do mundo inteiro por seu acervo cultural presente em museus, arquivos e instituições públicas, pela religiosidade e sua importância histórica.
Em Ouro Preto, as celebrações da Semana Santa, são marcadas por procissões, cerimônias, apresentações teatrais com participação da comunidade local, sendo um destino perfeito para o turista que vem em busca de uma experiência de religiosidade. O setor do turismo tem relevante impacto na economia local, gerando emprego e renda a boa parte da população.
	O trabalho com o tema “Turismo Receptivo em Ouro Preto - Impactos da Semana Santa” tem por objetivos compreender a importância do turismo receptivo na cidade de Ouro Preto; investigar como a falta de investimento em mão de obra qualificada, impacta economicamente no Município de Ouro Preto; analisar a percepção dos profissionais do turismo e da cultura em relação ao turismo receptivo da cidade durante a semana santa; identificar a importância das ações do poder público visando evitar os impactos econômicos; compreender os desafios e as possibilidades de reescrever o potencial de desenvolvimento turístico da cidade, partindo de uma perspectiva histórica. O estudo também destaca a presença do Barroco nas procissões da Semana Santa e o uso dos espaços públicos da cidade. Para esta discussão, o artigo descreve os eventos vivenciados por Ouro Preto a partir de observação participante, de pesquisas a artigos acadêmicos, bem como artigos jornalísticos sobre a cidade.
Ouro Preto é palco de diversos eventos de massa. A população diversificada, composta por comunidade universitária, intelectuais e artistas, além da tradicional comunidade mineira, é traduzida nos diversos eventos celebrados todos os anos na cidade. Festas diversas, tanto por suas concepções quanto pelo público que atraem, se intercalam e atraem multidões de turistas para a cidade.
A descrição dos problemas e a consequente reflexão, refere-se a Ouro Preto como exemplo dos problemas vivenciados por diversos sítios históricos brasileiros, e chega a conclusão da necessidade de diversas providências para a preservação do Patrimônio Cultural Nacional.
A cidade celebra as datas mais importantes do calendário litúrgico católico, com destaque para as festividades da Semana Santa, amplamente reconhecida como um espetáculo litúrgico. No ano de 2003, aproximadamente 30 mil visitantes acompanharam o evento (ODILLA, 2003). Outro evento tradicional de Ouro Preto é o Festival de Inverno, encontro artístico com duração de um mês aproximadamente. A escolha do município de Ouro Preto como o foco do estudo é decorrente do importante legado histórico material e do crescimento do lazer na cidade. A antiga capital de Minas Gerais teve notória participação na formação do estado mineiro, e se beneficiou do início da exploração aurífera. 
Brandão (2007) retrata Ouro Preto como o resquício do fim do ciclo do seu principal produto de exploração, criando um ambiente em ruína e poético, como retratado em obras de Tarsila do Amaral e Olavo Bilac.
O trabalho traz o seguinte questionamento: De que maneira a falta de investimentos em mão de obra qualificada e infraestrutura geram impactos no Turismo Receptivo em Ouro Preto?
OURO PRETO
Em Ouro Preto, foi muito ouro descoberto por mero acaso, por uma expedição de paulistas chefiada pelo bandeirante Antônio Dias. Assim nasce Ouro Preto, berço do Barroco Mineiro. Andar por suas ruas é contemplar o mais importante conjunto arquitetônico do país, suas igrejas, museus, pontes, chafarizes, casario e ruínas da mineração. Circundada pelo Parque Estadual do Itacolomi Tripuí e por várias cachoeiras, Ouro Preto mescla história, cultura e natureza privilegiada, fazendo-a Patrimônio Cultural da Humanidade.
	Com sua importância econômica, o turismo gera empregos direta e indiretamente, incentivando a conservação dos espaços físicos e proporcionando o contato com novos povos e culturas. As atividades e os Recursos Culturais, Históricos, Naturais, Cênicos e paisagens, são os motivos para planejar os destinos turísticos. O turismo é analisado através da combinação das lógicas de apropriação do espaço, residentes outuristas.
O turismo de massa movimenta a economia de Ouro Preto, ainda de forma consideravelmente sazonal. (PELLEGRIN FILHO, 1993)
Quais os impactos do turismo na Semana Santa
	A cidade foi elevada à categoria de vila em 1711 com o nome de Vila Rica. Em 1720 foi escolhida para capital da nova capitania de Minas Gerais. Em 1823, após a Independência do Brasil, Vila Rica recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por D. Pedro I do Brasil, tornando-se oficialmente capital da então província das Minas Gerais e passando a ser designada como Imperial Cidade de Ouro Preto. Foi sede do movimento conhecido como Inconfidência Mineira. A antiga capital de Minas conservou grande parte de seus monumentos coloniais e em 1933 foi elevada a Patrimônio Nacional, sendo, cinco anos depois, tombada pela instituição que hoje é o IPHAN.
	Cruz (2003, p. 5) menciona que o turismo é, antes de tudo, uma prática social, que envolve o deslocamento de pessoas pelo território e que tem no espaço geográfico seu principal objeto de consumo. As atividades relacionadas ao turismo incorporam o espaço geográfico pelo seu valor paisagístico, para transformá-lo em um espaço de consumo.
	O Turismo Receptivo assume um lugar importantíssimo na valorização das múltiplas cidadanias e tende a ser uma força vital de integração entre as diversas comunidades humanas, contribuindo para a formação sócio-cultural do indivíduo. É possível afirmar que o turismo receptivo contribui para o reconhecimento da igualdade do indivíduo no que se refere aos direitos fundamentais por uma vida digna.
	De acordo com Arendt (2000, p. 109) “o indivíduo só se torna um cidadão quando ele participa e atua no espaço em que vive”, portanto, toda a infra-estrutura de turismo receptivo deve em primeiro lugar, contemplar o morador, tornando seu local cada vez mais hospitaleiro. Quando uma cidade é hospitaleira para seus moradores, estará sendo para seus visitantes. O turismo receptivo atende os turistas que preferem pacotes de viagens e precisam de suporte nos deslocamentos, como locomoção, dicas de locais, descontos. É o serviço que acontece no lugar onde você está visitando.
	Nesse sentido, as agências de turismo receptivo trabalham para receber/ acolher o turista em agências de turismo, com meios de hospedagem, restaurantes, empresas organizadoras de eventos. Organiza roteiros históricos, culturais e educativos, assim como desenvolve atividades inerentes à arte da hospitalidade. Presta informações, assistência e orientação técnica ao turista, para tornar a viagem agradável.
O turismo receptivo
É possível perceber a evolução da cidade de Ouro Preto. O turismo receptivo acolhe diariamente turistas de todo o mundo, com maior frequência na Semana Santa, fortalecendo o desenvolvimento e promoção do setor turístico e no interesse em contribuir com o turismo na esfera econômica/social da região, que segundo Queiroz (2019), pode ser alcançada através do planejamento e gerenciamento adequados do turismo.
	O Turismo em Ouro Preto disponibiliza atividades turísticas que se desenvolvem em torno de um produto característico local. Destacam-se a religiosidade e os segmentos histórico-culturais. É evidente a importância da cidade enquanto patrimônio e as dificuldades provenientes desta condição.
	A cidade de Ouro Preto está localizada na Serra do Espinhaço, na zona leste do Brasil, sendo conhecida pela arquitetura barroca que inclui pontes, fontes e praças, e ruas íngremes e sinuosas. A Praça central de Tiradentes recebeu o nome do mártir da Inconfidência Mineira. São várias igrejas e capelas distribuídas pela cidade, incluindo a Igreja de São Francisco de Assis, do século XVIII.
	Anualmente, Ouro Preto recebe fiéis de todo o país para as celebrações da Semana Santa, sendo que as atrações religiosas e culturais têm crescente procura em relação a outros seguimentos ligados à natureza, ecoturismo, aventuras etc. São explorados também como atividade turística os parques, florestas, cachoeiras e montanhas, além do artesanato e turismo gastronômico. Sendo o acervo histórico cultural de Ouro Preto, um legado da mineração do Século XVIII, é importante a reconstrução da atividade turística, investir em novas atrações, promover capacitação da mão de obra e profissionalização do setor e apostar em investimentos de novos equipamentos turísticos. De acordo com Baeta (2002), a topografia é um importante elemento para a percepção da cidade. “Em Ouro Preto, além de moldura e limite visual, a montanha enriquece a gama infindável de cenas das mais diversas qualidades que despontam no circuito fechado das vias mais importantes da cidade” (BAETA, 2002, p. 53).
O que o turista vai encontrar em Ouro Preto?
	A Semana Santa reúne atividades religiosas, culturais e turísticas, conta com boa gastronomia, belas paisagens e receptividade única. Ouro Preto é uma das cidades mais procuradas pelos turistas na Semana Santa. A festa constrói uma nova paisagem que altera os sentidos e desenvolve novas percepções da cidade, desvendando a importância da Semana Santa para a cultura e a história de Ouro Preto, destacando seu papel na construção cultural e de uma nova paisagem, reflexo das procissões dessa festa.
	Dagognet (1982) afirma que a paisagem é item importante na formação do sujeito, estando relacionada às suas percepções sensoriais e experiências. Através das pesquisas foi possível delinear a construção histórica da Semana Santa, que compreende uma festividade com seu início após o fim da quaresma. Dividida em cinco momentos principais: Domingo de Ramos, Quinta-feira Santa ou Endoenças, Sexta-feira da Paixão, Sábado de Aleluia e Domingo de Páscoa, ou da Ressurreição. Durante esses dias, são realizadas celebrações litúrgicas (missas) e ritos específicos. As ladeiras históricas de Ouro Preto são tomadas pelas celebrações da Semana Santa, a maior festividade para a comunidade católica e um dos eventos mais importantes do calendário cultural ouro-pretano. Além da programação religiosa, a cidade também oferece uma programação cultural.
	A Semana Santa é uma forma de expressão de identidades coletivas e de ligação com o passado, uma construção social resultante de uma série de valores históricos, culturais e sociais. É possível analisar as características tradicionais da celebração, demonstrando a continuidade e reinvenção constante da paisagem e das manifestações culturais.
Valorização do turismo
	O Turismo de Eventos Culturais tem se consolidado cada vez mais no mercado turístico, proporcionando o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos, através da movimentação de diversos setores da economia, principalmente da valorização da cultura local. O turismo de eventos é uma forma de turismo em que os visitantes se deslocam para participar de eventos específicos, como feiras, exposições, competições esportivas, festivais musicais, conferências, congressos que são organizados com um propósito específico, como negócios, cultura, educação, entretenimento, lazer ou promoção de destinos turísticos.
	Os impactos sócio-culturais são manifestados através de vários aspectos que vão desde as artes, artesanato, costumes, rituais e arquitetura de uma comunidade até ao comportamento fundamental de indivíduos e grupos coletivos. Um dos principais produtos do turismo de eventos são os eventos culturais que desencadeiam uma série de benefícios junto ao destino-sede. São festas, festivais ou comemorações que valorizam e revivem hábitos e costumes das tradições de um povo e proporcionam ao turista interagir com a comunidade que visita.
	Segundo Marujo (2014b), “o desenvolvimento do turismo de eventos é uma realidade incontestável e evidente em todo o mundo”. O turismo de eventos, especialmente aquele que envolve valores culturais, pode ser utilizado como um instrumento de apoio ao desenvolvimento de uma região. Realizar eventos que buscam celebrar a cultura, a tradição de um povo, é uma tendência mundial, pois segundo Yeoman (2006) “os eventos promovem destinos, atraem novos turistas e podem ser atrelados a umanova prosperidade econômica e de desenvolvimento social e cultural.”
	Marujo (2014a) entende que: “os eventos criam oportunidades para a viagem, aumentam o consumo e promovem o desenvolvimento [...]” (MARUJO, 2014a). Ressaltando que os eventos têm por finalidade divulgar as características singulares do ambiente local ou regional. É inegável o crescimento do deslocamento de pessoas em busca do lazer, do conhecimento de novas culturas, provocando uma crescente competitividade entre os destinos no mundo.
	As Atividades Turísticas estão entre as quatro principais atividades econômicas do mundo, e o setor de turismo no Brasil é uma atividade econômica relativamente importante e com potencial de crescimento futuro. As atividades turísticas correspondem ao deslocamento voluntário em determinado tempo de indivíduos com um propósito de lazer, descanso ou viagens de negócios, tratamentos de saúde e fazem parte do setor terciário da economia apresentando um crescimento expressivo na última década, no mundo.
A pintura de Manuel da Costa Athaíde e as esculturas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, são exemplos vivos deste período de enorme inspiração criativa.
METODOLOGIA DA PÉSQUISA
	A metodologia é um dos principais elementos para o sucesso de uma pesquisa, sendo fundamental para a execução do trabalho. Para Timbó (2018), a investigação científica deverá definir e explicitar o tema ou objeto de análise de forma clara e direta.
	Esta é uma pesquisa de cunho qualitativo, que de acordo com Moresi (2003) este modelo “considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem”. Diante dessa explanação sobre a pesquisa qualitativa, o que se pretende com essa pesquisa é investigar a importância do turismo para a cidade de Ouro Preto e os impactos no turismo cultural da cidade, também suas implicações no decorrer da Semana Santa, partindo de uma perspectiva histórica.
	O estudo tem a cidade de Ouro Preto como foco de pesquisa, local muito procurado, principalmente na semana santa, período em que a cidade recebe milhares de turistas que se encantam com a beleza da festividade e sempre voltam nos anos seguintes trazendo mais visitantes. Ouro Preto possui um patrimônio material e imaterial bem rico.
Para a pesquisa bibliográfica que, segundo Gil (2010) “é elaborada com base em material já publicado com o objetivo de analisar posições diversas em relação a determinado assunto”, fez-se um levantamento de artigos acadêmicos e publicações sobre o turismo na cidade de Ouro Preto de autores como ARENDT (2000); BAETA (2002); BRANDÃO (2007); MARUJO (2014); ODILLA (2003); entre outros, voltados para a discussão do tema, com a contribuição de professores da área da Administração, os quais são grande notoriedade no cenário educacional e acadêmico no Brasil, essenciais para a construção do estudo que busca compreender a complexidade da natureza da questão, possibilitando o maior entendimento para o leitor.
	A realização do estudo se deu em três etapas: A primeira etapa foi através de estudos apresentados em artigos e meios eletrônicos em relação ao tema e seus impactos na cidade, a relação entre turismo cultural, semana santa e a cidade de Ouro Preto.
A segunda etapa foi a metodologia complementar através da análise de conteúdo, que é "uma técnica de investigação que através de uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações tem por finalidade a interpretação destas mesmas comunicações" (BERELSON apud BARDIN, 2016, p. 41). Para Bardin (2016, p. 37), a análise de conteúdo utiliza diversas técnicas para o entendimento da comunicação.
A terceira etapa foi a elaboração da conclusão do estudo, apresentando os impactos da semana santa no turismo receptivo da cidade, onde observou-se que o título de Patrimônio Cultural Mundial faz com que Ouro Preto tenha visibilidade tanto de forma positiva quanto negativa.
CONCLUSÃO
As conclusões foram construídas através das observações e das pesquisas bibliográficas realizadas sobre o tema abordado em relação a compreensão dos impactos socioeconômicos sofridos pelo setor turístico em Ouro Preto, objetivando a construção de políticas públicas no sentido de potencializar a diversificação e qualidade da oferta turística em Ouro Preto, e a elaboração de planos de contingências para os períodos de crise.
O estudo analisou o crescimento do turismo cultural em Ouro Preto (Brasil) e seu impacto na gestão patrimonial. A partir da revisão de literatura e da pesquisa, foi possível entender a importância da conservação do patrimônio cultural, com a necessidade de criar estratégias para promover um desenvolvimento socioeconômico mais inclusivo nas regiões estudas. Ouro Preto, por sua importância, está entre os 65 destinos indutores para o desenvolvimento turístico do Brasil, segundo o Índice de Competitividade do Turismo Nacional (FGV, 2015).
Observa-se, que se faz necessária a implantação de ações que corroborem com o desenvolvimento sustentável do turismo em Ouro Preto sendo imprescindível que a cidade invista na implantação de políticas públicas setoriais integradas, realizem investimentos contínuos e direcionados à preservação patrimonial e destinem esforços para maior profissionalização do setor turístico com estímulo ao fortalecimento do turismo cultural.
É indicado maior investimento em competitividade, incremento do planejamento e da gestão do turismo, aliado à diversificação da oferta para diminuir a pressão nos principais atrativos, e aproveitar a ampla estrutura turística existente em Ouro Preto.
O debate sobre o turismo cultural e o desenvolvimento sustentável, assim como a análise das dinâmicas do setor turístico e empresarial contribui para o fomento do turismo cultural, fundamentado no respeito à alteridade entre turistas e comunidades locais, e ao ampliar o conhecimento científico sobre o tema, permite a nível empresarial e governamental a adoção de medidas para contribuir com o desenvolvimento sustentável do turismo cultural.
REFERÊNCIAS
ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. Trad. de M. Barbosa de Almeida. São Paulo: Perspectiva, 2000.
BAETA, Rodrigo. Ouro Preto: cidade barroca. Cadernos PPG-AU/UFBA, v. 1, n. 1, 2002.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BRANDÃO, Angela. Contemplação de Ouro Preto: Murilo Mendes e uma poética
para o barroco mineiro. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, História e
multidisciplinaridade: territórios e deslocamentos, 24, 2007. São Leopoldo, RS. Anais... São Leopoldo: Unisinos, 2007.
CRUZ, Rita de Cássia Ariza da. Introdução à geografia do turismo. 2 ed. São Paulo: Roca, 2003.
DAGOGNET, François. Philosophie et esthétique du paysage. In: Actes du colloque de Lyon. Lyon: Editions Champ Vallon, 1982.
FGV Índice de Competitividade do Turismo Nacional (2015). Disponível em http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/Indice_competitividade/2015/OuroPreto_RA_2015.p
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARUJO, N. Os eventos turísticos como campo de estudo acadêmico. TURyDES – Revista Turismo y Desarrollo Local Sostenible, 7 (17), 2014, p. 1-11.
ODILLA, F. Povo aponta omissão. Estado de Minas, Belo Horizonte, p.15, 18 abr. 2003.
PELLEGRIN FILHO, Ecologia, cultura e turismo. 7 ed. Campinas, SP: Papirus, 1993. 192 p. (Coleção Turismo)
QUEIROZ, Lucia Maria Aquino de. Turismo cultural e desenvolvimento. Cachoeira e Ouro Preto. Editora UFRB. Coleção Recôncavo. Cruz das Almas, Bahia,2019.
YEOMAN, Ian [et al]; [tradução Gabriela Scuta Fagliari]. Gestão de festivais e eventos: uma perspectiva internacional de artes e cultura. São Paulo: Roca, 2006.
3

Mais conteúdos dessa disciplina