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Coerência
Segundo os autores Beaugrande e Dressler (1981), a coerência “diz respeito ao 
modo como os componentes do universo textual, ou seja, os conceitos e relações 
subjacentes ao texto de superfície são mutuamente acessíveis e relevantes entre 
si, entrando numa configuração veiculadora de sentidos”.
Assim, a coerência não está somente no nível cotextual, ela estabelece uma ligação com elementos 
contextuais. Para melhor visualizarmos, destacamos o exemplo que se segue:
Fonte [2]
Para entendermos a tira, é preciso que ativemos conhecimentos que já estão previamente 
constituídos e armazenados em nossa memória: o personagem Cascão, criado por Maurício de Sousa, 
não gosta de tomar banho e nem gosta de água, por isso conseguimos compreender o motivo de o 
barbeiro utilizar uma marreta e um cinzel para cortar o cabelo do personagem. Isto nos mostra uma clara 
distinção entre coesão – baseada na forma, e a coerência – que está baseada no sentido. 
Os dois princípios básicos da coerência são:
1. Não contradição – permite a diversidade dentro de esquemas de compatibilidade definida pela relação de 
ordem e causalidade.
2. Não tautologia – permite a continuidade do texto, ou seja, que ocorra a progressão do tema tratado 
trazendo também novos conteúdos, sem que o texto perca o sentido.
Intencionalidade
De acordo com Fávero (1986), a intencionalidade é “a intenção do locutor de produzir uma 
manifestação linguística coesiva e coerente, ainda que essa tensão nem sempre se realize na sua 
totalidade, especialmente na conversação usual.
Aceitabilidade 
A aceitabilidade, de acordo com Marcuschi (2008, p. 127) diz respeito à atitude do receptor do texto, 
que “recebe o texto como uma configuração aceitável, tendo-o como coerente e coeso, ou seja, 
interpretável e significativo. Permite um certo grau de tolerância, além do qual o texto não seria se quer 
inteligível.” 
g) Hoje levantei cedo e tomei banho, um café e um táxi para a universidade.
Sobre a aceitabilidade da sentença g, Marcuschi (2008) afirma que apesar de parecer um enunciado 
mal-formado do ponto de vista gramatical, ele pode ser aceito em certos contextos e para finalidades 
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