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São Paulo 2020 BRUNNO JULIANO SANTIAGO DE MELLO AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO ATENDIMENTO AS PESSOAS TRANSEXUAIS São Paulo 2020 AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO ATENDIMENTO AS PESSOAS TRANSEXUAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Instituição Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, Campus Campo Limpo, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Psicologia. Orientadora: Amanda Mattos. BRUNNO JULIANO SANTIAGO DE MELLO BRUNNO JULIANO SANTIAGO DE MELLO AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO ATENDIMENTO AS PESSOAS TRANSEXUAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Instituição Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, Campus Campo Limpo, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Psicologia. BANCA EXAMINADORA Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) São Paulo, 02 de dezembro de 2020. MELLO, Brunno Juliano Santiago de. As contribuições da psicologia no atendimento as pessoas transexuais. 2020. 26 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) – Instituição Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, Campus Campo Limpo, São Paulo, 2020. RESUMO A natureza do problema estudado consiste em entender as dificuldades de inserção das pessoas transexuais na sociedade e como isso pode afetá-las psicologicamente, dessa forma auxiliando na compreensão dos impactos psicológicos causados pela dificuldade de aceitação de pessoas transexuais. No contexto em questão, foi possível entender o conceito de transexualidade, verificar as dificuldades encontradas por transexuais para se inserir na sociedade e que podem afetar seu psicológico, além de se observar a atuação da psicologia na amenização do sofrimento psicológico das pessoas transexuais. A metodologia utilizada para a realização do estudo se baseia em uma revisão literária, consultando livros e artigos científicos, onde os principais autores pesquisados foram: Ramsey (2018) e Bento (2017). Dentre as principais considerações sobre a pesquisa, está o fato de que a família da pessoa transexual é necessária para auxiliar nas adversidades encontradas mediante a sociedade. Além disso, leva-se em conta o fato de que os transexuais desejam muito mais do que serem aceitos pela sociedade, e sim respeitados e tratados de forma igualitária independentemente do ambiente em que estiver inserido. Palavras-chave: Transexualidade; Sofrimento Psicológico; Identidade de Gênero; Exclusão Social; Psicologia MELLO, Brunno Juliano Santiago de. The contributions of psychology in the care of transgender people. 2020. 26 sheets. Course Conclusion Paper (Graduation in Psychology) - Institution Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, Campus Campo Limpo, São Paulo, 2020. ABSTRACT The nature of the problem studied is to understand the difficulties of inserting transsexual people in society and how it can affect them psychologically, thus helping to understand the importance of psychology in assisting transsexual people. In the context in question, it was possible to understand the concept of transsexuality, to verify the difficulties encountered by transsexuals to enter society and which may affect their psychological, in addition to observing the role of psychology in easing the psychological suffering of transsexual people. The methodology used to carry out the study is based on a literary review, consulting books and scientific articles, where the main authors surveyed were: Ramsey (2018) and Bento (2017). Among the main considerations about the research, is the fact that the family of the transsexual person is necessary to assist in the adversities encountered through society. In addition, it takes into account the fact that transsexuals want much more than being accepted by society, but rather respected and treated equally, regardless of the environment in which they are inserted. Keywords: Transexuality; Psychological Suffering; Gender Identity; social exclusion; Psychology. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 – Contexto geral de gênero ....................................................................... 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7 2. CONCEITO DE TRANSEXUALIDADE .................................................................. 9 3. OBSTÁCULOS SOCIAIS ENFRENTADOS POR TRANSEXUAIS ................... 15 4. ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NO ATENDIMENTO A TRANSEXUAIS ............ 20 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 25 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 26 7 1. INTRODUÇÃO Desde os primórdios da história, a sociedade classifica o ser humano em dois gêneros: o feminino e masculino. Além disso, devido a uma série de regras impostas (não pelas leis e sim pela sociedade), se torna lento e gradativo a mudança de diversas visões e padrões que são consideradas únicas e verdadeiras para determinado período. A gradual mudança sobre a questão de gênero torna-se cada vez na aflorado na contemporaneidade, tendo em vista que a globalização e as formas cada vez mais ágeis de se comunicar fazem com que esse tipo de informação chegue de forma instantânea para todas as pessoas, o que facilita na compreensão e entendimento de novos padrões e comportamentos. Dentre os diversos gêneros que são conhecidos, nota-se que a transexualidade é um dos elementos que merecem uma melhor observação, tendo em vista a complexidade de diversas pessoas em entender e aceitar indivíduos com essa identidade. Portanto, para a sociedade e para a comunidade acadêmica, a realização dessa pesquisa torna-se fundamental para que ela auxilie e complemente diversos outros estudos já abordados sobre o assunto, e que ao mesmo tempo possa contribuir com uma nova perspectiva referente ao tema. Mediante ao contexto apresentado anteriormente, o Trabalho de Conclusão de Curso em questão trouxe como problema de pesquisa o entendimento de como as dificuldades de inserção social das pessoas transexuais podem impactá-las psicologicamente. Logo, o objetivo geral foi de compreender os impactos psicológicos causados pela dificuldade de aceitação de pessoas transexuais. Além disso, os objetivos específicos foram: compreender o conceito de transexualidade, apresentar as dificuldades encontradas por transexuais para se inserir na sociedade e que podem afetar seu psicológico, e verificar a atuação da psicologia na amenização do sofrimento psicológico das pessoas transexuais. A metodologia utilizada para a realização do estudo se baseia em uma revisão literária, consultando livros e artigos científicos em bases de sites como o Scielo e Google Acadêmico. Portanto, os principais autores pesquisados foram: Ramsey (2018) e Bento (2017). Por conta disso, o período dos livros e artigos pesquisados 8 englobam aproximadamente os últimos 10 anos (2010 – 2020). As palavras-chaves utilizadas na busca de conteúdo para o estudo são: Transexualidade; Sofrimento Psicológico; Identidade de Gênero; Exclusão Social; Psicologia. O trabalho foi feito da seguinte maneira: no primeiro capítulo buscou-se conceituar o termo transexualidade, tomando como base diversos autores ligados ao tema. Já no segundo capítulo, foi estudado os fatores sociais que influenciam no sofrimento psicológico das pessoas transexuais. Já no terceiro e último capítulo, foi descrito opapel do psicólogo frente a esse tipo de questão, além de compreender sua importância no processo de integração do paciente a sociedade. 9 2. CONCEITO DE TRANSEXUALIDADE Desde o surgimento do homem, as relações entre os indivíduos sofreram (e ainda sofrem) transformações. No entanto, as constantes mudanças que ocorrem nos tempos atuais ocasionada, dentre diversos motivos, pelas novas perspectivas de identidade de gênero, influenciaram nas novas transformações sociais. Seguindo essa mesma linha de raciocínio, Roso (2017, p. 27) compreende que “a transformação social ocorre por meio de um processo amplo e lento observado no tempo histórico, envolvendo toda a sociedade e implicando em mudanças nas relações sociais, econômicas e políticas”. Historicamente, quando o sistema patriarcal se instalou na humanidade (por volta de uns 5 mil anos atrás) e dividiu a humanidade em dois gêneros (homem e mulher) criou-se um ideal masculino e um ideal feminino. Enquanto no ideal masculino era remetido a ideia de força, sucesso, poder, coragem, ousadia e heterossexualdiade, o ideal feminino consistia na fragilidade, dependência, delicadeza, carisma, etc. (GOMES, 2018). No entanto, o que se aconteceu no decorrer dos tempos foi o dissolvimento dessa espécie de “fronteira” existente entre o que é tipico de ações e sentimentos masculinos e femininos. Por conta disso, a questão do sexo se apresenta como um fator composto, em que elementos biológicos são estreitamente ligados aos psicológicos e aos jurídico-sociais (PENNA; AUAD; MEDEIROS, 2010). A sexualidade, consequentemente, comporta variações e subtipos: o sexo biológico (constituído pelo sexo morfológico, genético e endócrino), o sexo psíquico e sexo jurídico. Logo, tudo o que envolve o termo gênero compreende diversas questões políticas e sociais, principalmente nas redes sociais (GOMES, 2018). Para se compreender esse fato, é necessário levar em conta uma outra expressão para o melhor entendimento desse contexto: a subjetividade. De acordo com Arilha (2010), a subjetividade nada mais é do que tudo o que diz respeito a aquilo que as pessoas são. Logo, é por meio da identidade de gênero e da orientação sexual que se elabora a subjetividade, ou seja, o modo como as pessoas se relacionam com as outras. É por meio da educação familiar, escolar ou social, que essas orientações sexuais dos individuos vão se formando. Uma vez que o processo de aprendizado e 10 formação das pessoas esta ligado aos valores vigentes na sociedade, é necessário que as pessoas estejam atentas para não reforçar, registar e legitimar diferentes ações e valores “supostamente” naturais (BOFF, 2013). No entanto, é necessário frisar que nas primeiras fases da vida, é praticamente impossível que as crianças não sejam influenciadas a seguir os valores e normas impostas pela sociedade, pois, aprende-se desde cedo, no ambiente familiar, a classificação do que vem a ser o seu gênero. Portanto, nota-se que falar de construção de gênero não é facil (PENNA; AUAD; MEDEIROS, 2010). No entanto, nota-se que no decorrer dos tempos o que se compreende do que vem a ser o gênero masculino e feminino vem mudando com o passar dos tempos, prova disso é a existência de mais de dois gêneros, conforme elucidado na figura 01 que esclarece com maiores detalhes as informações esse fato. Figura 01 – Contexto geral de gênero Fonte: Arilha (2010, p. 50). 11 Logo, conforme visto na figura 01, a questão da construção do gênero ultrapassou as fronteiras do que vem a ser elementos femininos e masculinos. Esse tipo de classificação é fruto das constantes transformações pelas quais a sociedade passa (e ainda está passando) pelo seu modo de pensar e agir. Para algumas teorias, o reconhecimento individual de gênero se dá através de influências biológicas do sexo, e para outras se constrói socialmente através das influências culturais, pelos quais oferecem caminhos bem definidos para meninos e meninas (GOMES, 2018). Já para Costa (2020), o fato de nascer com a genitália masculina ou feminina não caracteriza o comportamento de como ser homem ou ser mulher, esse comportamento precisa ser aprendido no convívio social, e essa aprendizagem é individual, dando-se através de um longo processo (que pode ser definido como identidade de gênero) que se evidenciará na puberdade cm o surgimento dos caracteres secundários que surgem na adolescência. Esse fator contribui no entendimento de que “atualmente, dificilmente se sustentar a existência de critérios capazes de constituir classificações naturais em identidades fixas, unitárias, separadas por fronteiras biológicas que forma e corpo” (GUEDES, 2010, p. 39). Devido a essas transformações sociais, ocasionadas pelas novas perspectivas de identidade de gênero, uma que requer bastante atenção é a transexualidade. Penna, Auad e Medeiros (2010) compreendem que existem diferentes conceitos de transexualidade, todos eles convergem para um entendimento comum, a saber o de que o transexual tem a convicção intersubjetiva de um indivíduo de que pertence a um sexo diferente do seu sexo biológico. Por conta disso, o entendimento de transexualidade pode ser interpretado e demonstrado por diversas maneiras entre as pessoas. Além disso, é necessário frisar que esse entendimento pode ser influenciado por questões sociais, biológicas, religiosas, dentre diversos outros aspectos (COSTA, 2020). O início da história do estudo do transexualismo é escasso, entretanto, o conceito de sua categorização de pessoas transexuais pode ser observado por volta de 1923 no trabalho de Magnus Hirschfekd. Contudo, o termo foi imaginado por Caudwell em 1949, em um artigo intitulado Psychopathia Transsexualis, transposto da obra Psychopathia Sexualis, de Krafft-Ebing (GUEDES, 2010). 12 Contudo, é importante frisar que foi a Harry Benjamin, em 1953, que se atribui o êxito de sua divulgação. E ele conceituou transexualismo como um sentimento manifestado por um indivíduo, de sexo determinado, de pertencer ao sexo oposto, e desejo intenso, frequentemente obcecado, de mudar sua conformação sexual para viver uma aparência conforme a imagem que ele faz de si mesmo (PENNA; AUAD; MEDEIROS, 2010). De forma sucinta, Ramsey (2018) explica que a descrição de “mente de uma mulher no corpo de homem” ou “mente de homem no corpo de mulher” faz-se notar a transexualidade a partir do cérebro, que é precisamente onde ela está, segundo evidências de pesquisas contemporâneas. Logo, a transexualidade, assim como diversos outros gêneros existentes, tem o seu início a partir da sua mente, ou seja, a partir do momento em que o indivíduo possui plena consciência de sua identidade, passará a refletir (na maioria dos casos) essa nova identidade em seu modo de agir, comportar e vestir (BENTO, 2017). Transexual, portanto, é aquele que é biologicamente formado de um sexo, mas psicologicamente identificado com sexo oposto ao seu sexo biológico. Isso não refere a uma preferência sexual, mas sim de uma identidade de gênero (PENNA; AUAD; MEDEIROS, 2010). Pedra (2020) explica que na contemporaneidade, as pessoas transexuais não são as únicas que rompem e cruzam os limites estabelecidos socialmente para os gêneros. Os travestis, os transgêneros, as drag queens, os drag kings são exemplos que desfazem a relação simplista vagina-feminino e pênis-masculino. O termo transexualidade, conforme descreve Bento (2017), significa tanto um diagnóstico quanto, mais fundamentalmente, um método de reabilitação para uma condição intratável de outra forma. A mudança de sexo é levada a cabo para alívio do sofrimento. Portanto, a transexualidade é um desdobramento inevitável de uma ordem de gênero que estabelece a inteligibilidade dos gêneros no corpo. Já Teixeira e Meneghel (2015, p. 28) expressam a transexualidade como“uma experiência de trânsito entre os gêneros que demonstram que as pessoas não são predestinadas a cumprir os desejos de suas estruturas corpóreas”. Portanto, pode se dizer que um indivíduo transexual é uma pessoa que não se reconhece com o gênero (sexo) que tem desde o dia de seu nascimento. 13 Na questão da identificação da transexualidade em individuo, Gomes (2018) diz que o diagnóstico rigoroso da transexualidade demanda que um psicoterapeuta diplomado e experiente realize uma exaustiva avaliação, incluindo um histórico completo do caso, testes psicológicos e extensas series de entrevistas ou sessões de terapia. Embora qualquer médico possa legalmente estabelecer o diagnóstico na maioria dos estados, não é considerada boa prática clínica que não-especialistas o façam. Aqueles que não são profissionais de saúde mental podem colocar-se em uma situação vulnerável a processos judiciais se atuarem neste delicado campo sem o apoio de profissionais de saúde mental devidamente treinados e experientes (BOFF, 2013). Na maioria dos casos, conforme explicam Penna, Auad e Medeiros (2010) o diagnóstico de transexualidade é feito por uma equipe que inclui um psicólogo clínico, um psiquiatra e, em algumas instancias, um terapeuta experiente, tal como um assistente social. Portanto, em vista de tudo o que foi levantando sobre o conceito de transexual, é possível concluir que se trata de uma pessoa que nasceu como um homem, mas na verdade se sente como uma mulher, e o contrário também acontece, a pessoa pode nascer como uma mulher, mas na verdade se sente como um homem, tudo isso a partir do momento que o indivíduo percebe que seu cérebro se identifica por um determinado gênero (SAMPAIO, 2016). Na visão de Cecchetto (2014) esse processo de fuga do cárcere dos corpos sexuados é marcado por conflitos e medos. A transexualidade, ao contrário de um simples distúrbio de identidade de gênero, não é um fenômeno passageiro. Explicando melhor esse fato, Boff (2013, p. 37) justifica que: No processo transexual, a jornada que começa com uma terapia e vestir-se como o outro sexo, passa por tratamento hormonal e termina em cirurgia, não é um capricho passageiro. É a busca consistente de integração física, emocional, social, espiritual e sexual, conquistada a enormes penas pessoais. Por conta disso, é necessário apresentar as dificuldades encontradas por transexuais para se inserir na sociedade e que podem afetar seu psicológico. Sobre 14 isso, surgem questionamentos em determinados fatores, como a cidadania, diversidade e igualdade de gênero, assuntos que serão vistos no próximo capítulo. 15 3. OBSTÁCULOS SOCIAIS ENFRENTADOS POR TRANSEXUAIS As mudanças profundas oriundas desde a antiguidade influenciam na maneira que as pessoas classificam os gêneros do ser humano. No entanto, devido aos estigmas colocados pela sociedade, muitas pessoas ainda não se sentem no direito expressar sua identidade de gênero de forma completa, fazendo com que o sofrimento seja muito maior do que aparenta ser (CECCHETTO, 2014). Em relação a construção histórica dos gêneros, Ceccarelli (2019), traz à tona como um exemplo a questão do gênero masculino, onde a história mostra que desde o início dos tempos o homem é visto como provedor, como aquele que toma as decisões mais importantes, sendo essa visão permanecida e imperando em variadas culturas e crenças. Já em relação ao gênero, Boff (2013, p. 22) compreende que: A questão de gênero pede uma reflexão ontológica, pois levanta a pergunta: o que é o ser humano para além de sua diferenciação sexual da difícil relação de gênero? Que significa a diferença masculino-feminino no interior da humanidade? Que é essa humanidade, presente de forma diferente e mutuamente recíproca, no homem e na mulher? Responder a isso é praticar uma reflexão ontológica que visa a identificar a unidade na diferença e a diferença na unidade, captar o modo de ser próprio do homem e da mulher e com isso entender melhor quem somos e qual é o nosso lugar na história da vida. Logo, a partir desse entendimento é possivel concluir que a diferença existente entre muher e homem é anatomica e fisiológica, o restante é construido pela cultura ao qual o indivíduo (tanto homem quanto mulher) esta inserido. Além disso, outro ponto importante a ser destacado é que o gênero é uma construção social, e que podem existir diversas formas de se fazer esse tipo de classificação (GOMES, 2018). Na questão da pessoa transexual, conforme já abordado até aqui, sabe-se que se um indivíduo que nasce com um corpo feminino, por exemplo, mas não se identifica com o gênero atribuído no nascimento acaba se entendendo como sendo do gênero masculino (um sujeito trans) (CECCHETTO, 2014). Logo, as dúvidas da pessoa não gostar de suas roupas, odiar tudo que é do seu gênero de nascimento, ou o porquê ela ter esse corpo, levam os sujeitos que vivem em conflito com as normas de gênero a localizar em si a explicação para suas dores, gerando o pior efeito da patologização das identidades: os sujeitos se veem como anormais (PEDRA, 2020). 16 Portanto, de acordo com Teixeira (2010), as pessoas transexuais que não conseguem entender as transformações do seu corpo e entendimento do seu gênero, tendem a ser pessoas frustradas, tristes e confusas psicologicamente, apresentando diversos quadros, como por exemplo, depressão, crises de identidade, comportamentos agressivos, dentre diversos outros. Além de prejudicar sua própria saúde, esses quadros clínicos podem afetar a vida das pessoas que a cercam, como por exemplo familiares e os amigos mais próximos. A depressão pode ser considerada uma das mais graves que pode acontecer e que, sendo vivenciada a longo prazo, pode desencadear outros efeitos, como o vício em droga ou álcool, diminuição de convívio social, e em casos mais severos, pensamentos e comportamentos suicidas (PENNA; AUAD; MEDEIROS, 2010). Outro ponto a ser trabalhado nesses casos é evitar que esse tipo de discriminação possa ocasionar em suicídio para essas vítimas. As demandas do dia a dia podem exigir determinadas cargas de estabilidade emocional para essas pessoas (CECCHETTO, 2014). Seja por determinadas situações de discriminação, quaisquer pessoas tendem a passar por ocasiões que exigem um controle emocional para suportar a situação. No entanto, é possível observar que não são todos os transexuais que conseguem superar esse fato (BENTO, 2017). Em diversas situações, muitas delas chegam ao ato mais extremo possível: o suicídio. Suscetível a qualquer faixa de idade, esse fator pode acontecer com maior frequência entre vítimas na faixa da adolescência, devido ao fato de estar desenvolvendo seu senso crítico e emocional, o que pode acabar levando o mesmo a decisões equivocadas (TEIXEIRA; MENEGHEL, 2015). O sofrimento psíquico do transexual se encontra no sentimento de uma total inadequação, pois de um lado está a anatomia do sujeito e seu “sexo biológico” e, de outro, este mesmo “sexo psicológico” e sua identidade civil. Enquanto homossexuais, bissexuais e travestis lutam para serem aceitos tal qual são, vendo seus problemas originarem-se mais nos preconceitos da sociedade e menos em cada indivíduo pertencente a estas minorias, os transexuais sofrem em seu íntimo, de forma contínua, de uma desarmonia entre o sexo a que sentem pertencer e o sexo anatômico de seu corpo (GOMES, 2018). 17 Contudo, não é somente o sofrimento interno que está relacionado a questão dos transexuais, os fatores sociais, assim como para diversos outros gêneros, também influenciam diretamente para o sofrimento dos transexuais. Em decorrência disso, ele poderá sofrer uma série de opressões e estigmas sociais, decorrente dessa visão globalizante de que há identidades especificas para cada gênero (BENTO, 2017). Fazendoum contraponto a essa questão, Ramsey (2018) afirma que não há dúvidas de que os transexuais também almejam integrar-se à sociedade sem serem perseguidos, mas de modo algum querem permanecer como são ou pensam que o caminho para uma vida feliz termine na autoaceitação. Esse ponto de vista abre caminho para se falar da exclusão social que os transexuais podem sofrer. A problemática da exclusão social, em nível mundial, tem sido tema de debates de academias, de governos e da sociedade civil, todos preocupados com os contingentes cada vez mais significativos de populações aliadas dos seus direitos de cidadania e que, de modos e formas diversas, sofrem as consequências desse processo desumanizante (PENNA; AUAD; MEDEIROS, 2010). Cecchetto (2014) observa que a exclusão social não pode ser explicada por uma só causa, e que ela é um fenômeno poliédrico, formado pela articulação de um acúmulo de circunstâncias desfavoráveis, frequentemente inter-relacionadas fortemente, o que impede que seja a ela dispensado um tratamento “unidimensional e setorial”. Em vez disso, é importante que sejam adotadas abordagens integrais em sua definição e horizontais ou transversais em seus processos de gestão. Dessa forma, pode-se dizer que um quadro de “exclusão estrutural” atualmente vivenciado por travestis e homens e mulheres transexuais se constitui a partir de diversos elementos, como por exemplo, o acesso dificultado ou impedido a educação, ao mercado de trabalho qualificado e até mesmo ao uso de banheiros (RAMSEY, 2018). Outros exemplos de exclusão social apontados por Pedra (2020) são as diversas violências sofridas por eles, como as ameaças, agressões, homicídios e reproduções estereotipadas que geram percepções negativas sobre esses grupos. Para isso, utiliza-se a palavra “transfobia” para designar o preconceito ou discriminação em função da identidade de gênero de pessoas transexuais. A maioria dos atos de opressão e marginalização a que são submetidas as 18 pessoas transexuais é decorrente de um desconhecimento por parte da sociedade das realidades desses indivíduos e da pressuposição, por parte dessa sociedade, de uma existência binária e universal sobre o sexo, com masculino em oposição ao feminino, ambos atrelados ao corpo biológico (ARILHA, 2010). Ao tratar dos fatores sociais que podem causar sofrimento as pessoas transexuais, revela-se uma imensidão de significados, experiências e comportamentos que essas vítimas passam desde se identificarem como tal, e que sem um auxílio de um profissional para lidar com essas mudanças, poderá refletir em seu futuro sobre o significado de realmente ser um transexual (ROSO, 2017). Esse contexto contribui para o entendimento de que os indivíduos nessa situação encontram-se em estado de vulnerabilidade social. Em vista disso, Teixeira (2010, p. 43) cita que são “inúmeras situações de risco, das mais diferentes ordens, que impossibilitam o indivíduo desenvolver ao máximo das potencialidades, tanto no próprio ambiente familiar quanto no social”. Boff (2013) explica que o conceito de vulnerabilidade social está relacionado aos grupos sociais específicos que se encontram em um determinado território, expostos a um determinado fenômeno e fragilizados quanto a sua capacidade de compreender e se restaurar frente aos riscos, o que de certa forma representa a exclusão social desses indivíduos (no caso, as pessoas transexuais). Do ponto de vista de Pedra (2020), falar de cidadania hoje é muito mais uma necessidade prática do que uma questão meramente teórica. A vida, especialmente de pessoas oriundas de grupos historicamente discriminados, como os transexuais segue desvalorizados, e os diálogos referentes a essa questão ainda não é amplamente disseminado entre a sociedade. A “cidadanização” da população transexual, portanto, é um desafio para toda a sociedade, do qual depende a compreensão de todos para além dos estereótipos de gênero, e reconhecer a diversidade de identidade de gênero, para além mesmo das amarras que sempre foi imposta enquanto a “identidade” (ROSO, 2017). Logo, a realidade vivida pelos transexuais poderá causar grande sofrimento psíquico, sendo comparada aquela vivida por um enfermo, pois eles passam por mudanças físicas, comportamentais, emocionais, cognitivas e até do seu cotidiano, deixando de ser um ser produtivo que participa das demandas sociais (BENTO, 2017). Na percepção de Arilha (2010), o contexto mundial atual se proliferam as 19 guerras, o desrespeito as diferenças, a falta de solidariedade e a inversão de valores, fazendo com que a vida digna seja secundarizada, onde é fundamental que sejam somados os esforços e estimulados os processos de parceria para buscar alternativas efetivas de humanização e inclusão. Portanto, o trabalho do psicólogo torna-se fundamental para que o transexualismo possua cada vez novos significados e abordagens, para que dessa forma contribuindo para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Nesse sentido, constata-se a necessidade de se verificar detalhadamente a atuação da psicologia na amenização do sofrimento psicológico das pessoas transexuais, assunto para o último capítulo do trabalho. 20 4. ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NO ATENDIMENTO A TRANSEXUAIS As alterações para as quais a sociedade moderna já apontava estão agora se efetivando e desmantelando uma série de instituições e certezas que foram fundamentais para existir os diversos ideais da modernidade, dentre os quais se destaca a identidade de gênero (BENTO, 2017). O papel do psicólogo consiste em contribuir no esclarecimento do processo de construção da transexualidade no interior do indivíduo, contribuindo na promoção do desenvolvimento do sujeito. Além disso, um acompanhamento contínuo pode auxiliar na melhora da saúde psicológica dos pacientes (GOMES, 2018). Sampaio (2016) avalia que as práticas psicoterapêuticas auxiliam as pessoas transexuais a lidar com as mudanças que podem acontecer no seu convívio social a partir do momento em que se assume sua identidade. Nessa mesma linha de pensamento, Boff (2013, p. 33) avalia que: Identidade, é um empreendimento paradoxal. Através dela o agente se integra a algum grupo e fariam essa personalidade por signos, comportamentos condutas que poderiam ser ditos impessoais, pois são sustentados por práticas coletivas que o agente toma como definidoras de sua identidade. As dificuldades da sociedade em entender que a identidade de gênero é um fator que deve ser melhor compreendido e aceito por todos, pois se trata de uma escolha individual do ser humano. No atendimento as pessoas transexuais, a participação da família é fundamental, pois, conforme explica Roso (2017 p. 33) a “família é o contexto natural para crescer e receber auxilio, pois ela cumpre o papel de garantir o pertencimento e promover a individualização do sujeito que, por sua vez, elabora a própria identidade”. No entanto, em diversas situações, esse tipo de caso pode ser ignorado pelas familiar, ou, existem situações nas quais as famílias discriminam a pessoa transexual devido ao fato do mesmo não se encaixar nos padrões culturais e sociais impostos pela sociedade (ARILHA, 2010). Por conta disso, os psicólogos devem encontrar as melhores técnicas e ações para auxiliar seus pacientes que estão sofrendo com esse tipo de problema e ajudar no enfrentamento dessa situação. O acompanhamento psicológico as pessoas 21 transexuais são necessárias, nos quais as práticas psicoterapêuticas auxiliam os transexuais a lidarem com as dificuldades encontradas no cotidiano (SAMPAIO, 2016). O auxílio de tratamentos terapêuticos, o acompanhamento do psicólogo para que os pacientes possam entender a questão complexa do que vem a ser a transexualidade, juntamente com o apoio da família ou de amigos e pessoas maispróximas ao paciente, são fatores essenciais para ajudar no sofrimento psíquico dos pacientes (ROSO, 2017). A intervenção médica do fator transexual ocasiona não apenas a delimitação do conceito e uma construção da percepção clínica e psicológica, estritamente ligada a transexualidade, mas, também, viabiliza uma discussão sobre o entendimento da identidade “trans” (GOMES, 2018). Além disso, possibilita a reivindicação de direitos desses indivíduos, ressaltando o direito ao nome e a inserção social dos sujeitos “trans”, bem como, a promoção de políticas públicas de saúde e assistência, não esgotando o assunto apenas nas questões terminológicas (ROSO, 2017). A cirurgia de redesignação sexual é vista, portanto, como parte do processo de adequação a uma realidade já existente, possibilitando que o indivíduo tenha a plenitude da sua identidade de gênero, livrando-se da parte do seu corpo que não reconhece como sua (BENTO, 2017). Sobre isso, é interessante refletir que: [...] é comum as pessoas citarem que o tempo resolve tudo, no entanto, isso efetivamente não acontece. Quanto mais o tempo escoa, mais o conflito se cristaliza e é mais difícil voltar atrás; mesmo que não haja recuo, o filho transexual pode acabar por ver o pai que haviam rejeitado anteriormente, mas mesmo neste caso, em 10 anos, 20 anos, ver 40 anos depois. O tempo realmente modificou os fatos, mas a que preço? (ARILHA, 2010, p. 59). Logo, o trabalho em conjunto do psicólogo com a família é fundamental para que esse tipo de situação não aconteça novamente, o que poderá ser importante para o transexual ter uma boa relação com os pais. Os transexuais podem assumir uma postura violenta caso não sejam aceitos pela sociedade. Nesse assunto, Arilha (2010, p. 35) relata sobre o autoconhecimento e sua importância no processo terapêutico, discorrendo que o autoconhecimento tem um valor especial para o próprio indivíduo, e que “uma pessoa que se “tornou consciente 22 de si mesma” por meio de perguntas que lhe foram feitas, está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento”. Logo no primeiro atendimento ao paciente, apresenta-se o modelo cognitivo, escuta-se toda a história do mesmo, e nesse primeiro atendimento já aconselha-se ao indivíduo a colocar as suas vivências, a identificar seus pensamentos, a reconhecer seus sentimentos e então perceber se esses comportamentos nas quais ele está realizando diante das situações está realmente adequados a esse vivência (TEIXEIRA, 2010). Conforme explica Arilha (2010), a transexualidade vem carregada de preconceitos, abandonos, desconstruções de valores e crenças, e por causa disso, a psicoterapia é uma forma na qual os profissionais de psicologia podem auxiliar seus pacientes transexuais. A psicoterapia, segundo Lima (2018) é um tipo de procedimento, usado principalmente por psicólogos, para ajudar as pessoas a serem mais felizes, saudáveis e produtivas. Elas ocorrem por meio de encontros, entre o profissional e a pessoa, e, ao longo desses encontros, o profissional usa alguma abordagem teórica, além de diferentes técnicas para entender e impactar a vida da pessoa, além de tentar ajudá-la a alcançar seus objetivos e se sentir melhor consigo mesma. Independentemente da abordagem utilizada pelo psicólogo, a psicoterapia, de acordo com Teixeira (2010), é um tratamento colaborativo, que depende bastante da relação que o paciente desenvolve com o profissional. O psicólogo interage com o paciente, visando facilitar o autoconhecimento. Os dois devem trabalhar em conjunto para perceber e mudar os padrões de pensamento, e comportamento estão lhe atrapalhando. Além do autoconhecimento, a psicoterapia pode ser excelente ferramenta para os pacientes (no caso os transexuais) buscarem seu crescimento pessoal (GOMES, 2018). Psicólogos trabalham com as questões dos traumas, e que por meio de técnicas, auxiliam os pacientes a descobrir o que está “encoberto” em determinados comportamentos apresentados. Logo, é interessante citar que, seu trabalho, juntamente com o empenho e vontade do paciente, assim como também a colaboração da família, será fundamental para que as pessoas transexuais vítimas de discriminação possam superar esse fato (BENTO, 2017). 23 Além desse entendimento, é necessário deixar evidenciado o trabalho psicológico voltado aos agressores e discriminadores de transexuais (caso sejam identificadas pessoas especificas praticando esse ato), tendo em vista que esse tipo de comportamento deve ser estudado afim de que futuramente se encontrem técnicas ou meios para que tais atitudes possam ser tratadas e que evitem esse tipo de ato (ROSO, 2017). O (a) psicólogo (a) pode contribuir de diversas formas para que os transexuais com sofrimento por dificuldades de inserção e aceitação da sociedade. Em diversos casos, o simples ato de ouvir o transexual pode ser importante para auxiliar no tratamento desse tipo de quadro (GOMES, 2018). O acolhimento e a orientação para as famílias são fundamentais para que elas deixem de lado crenças errôneas, e não se desgastem com culpas desnecessárias e sem propósitos. Cuidar dos familiares, especialmente das mães, é tão importante quanto cuidar das próprias vítimas (ARILHA, 2010). A psicoterapia, bem como outras formas de acompanhamento terapêutico pode ser indicada para auxiliar os pais na compreensão do que está acontecendo e do que estão sentindo, inclusive acolhendo sentimentos comuns, como negação, raiva, rejeição, culpa, frustração, ressentimento etc. (TEIXEIRA, 2010). Bento (2017) observa que é preciso que os profissionais da área de saúde, tais como, médicos, enfermeiros e psicólogos, dentre outros, conheçam a temática do transexualismo e compreendam a dor e sofrimento que acompanham os transexuais. Também é necessário compreender que o transexualismo é algo distinto de travestismo, de homossexualismo, de disforia de gênero e de hermafroditismo. Auxiliando nesse tipo de questionamento, Sampaio (2016, p.12) compreende que: Dessa forma, o transexual sofre psiquicamente por não saber como ser aceito socialmente. Que tipo de perfil as pessoas - homens e mulheres – querem dele? É esse indivíduo fragilizado que fica a margem dos desejos sociais e não procura auxílio médico o psicológico. Seja pela orientação sexual ou pelo não entendimento do contexto ao qual está inserido, o entendimento de transexualidade pode ser confuso para grande parte das pessoas deles, o que pode causar diversas consequências, dessa forma, o trabalho do psicólogo é fundamental nesses casos, pois contribui para que ada vez mais pessoas possam descobrir sua verdadeira identidade (ROSO, 2017). 24 Tendo em vista as consequências de tal ato, é fundamental deixar evidente que o trabalho do psicólogo é fundamental na formação e conduta ética e moral das vítimas, e evitar que esse tipo de sofrimento possa ocasionar em consequências drásticas para o futuro da vítima. 25 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em relação ao conceito de transexualidade, percebe-se que são diversas interpretações e entendimento dessa expressão, no entanto, todas elas se baseiam no mesmo aspecto, que são indivíduos que nasceram biologicamente com um determinado gênero, mas que se reconhecem e identificam com outro tipo de gênero. Além do processo de identificação interna da transexualidade, outros fatores podem desencadear em sofrimento para que essas pessoas, como por exemplo, a exclusão social, por meio de atos de discriminação e dificuldades de inserção em determinados âmbitos da sociedade, ocasionando prejuízos no psicológico das vítimas. Tendo em vista tudo o que foi abordado, percebe-se que a participação da psicologia (por meio de suas técnicas) é fundamental nessa questão, pois, as consequências da aceitação da transexualidade podem prejudicar o relacionamentodo indivíduo com sua família. Além disso, pode ser observado que quando não solucionadas a tempo, as consequências poderão ser cada vez mais severas. Em decorrência disso, o objetivo geral de compreender os impactos psicológicos causados pela dificuldade de aceitação de pessoas transexuais foi alcançado, tendo em vista que no decorrer dos capítulos, e mais especificamente no segundo capítulo, foi detalhando os principais atos que podem sofrer as pessoas transexuais, além de entender os tipos de consequências que que tais ações ocasionam. Por conta disso, um estudo voltado para a importância do estudo do comportamento de indivíduos que discriminam determinados grupos da sociedade é um tema que pode ser oriundo a partir desse estudo. 26 REFERÊNCIAS ARILHA, Margareth Rident. O contexto social de gênero. São Paulo: Ecos: Editora 2010. BENTO, Berenice. O que é transexualidade: Primeiros passos. Brasília: Brasiliense, 2017. BOFF, Leonardo. Gênero e Teologia: Interpelações e perspectivas. São Paulo: Edições Loyola, 2013. CECCHETTO, Fátima Regina. Violência e estilos de gênero: Violência, cultura, poder. São Paulo: FGV Editora, 2014. CECCARELLI, Paulo Roberto. A construção da identidade transexual. São Paulo: Cengage Learning, 2019. COSTA, Isadora Machado. Raça, Gênero e Sexualidade em Perspectivas Discursivas: teorias e análises. São Paulo: Pimenta Cultural, 2020. GOMES, Romeu. Sexualidade: gênero e saúde. Rio de janeiro: Editora Fiocruz; 2018. GUEDES, Maria Helena. As transexuais. São Paulo: Clube de Autores, 2010. LIMA, Lucas Velasquez. Psicologia. Rio de janeiro: biblioteca24horas, 2018. PEDRA, Caio Benevides. Cidadania Trans: O Acesso à Cidadania por Travestis e Transexuais no Brasil. São Paulo: Editora Appris, 2020. PENNA, João Bosco; ADUA, Olga Juliana; MEDEIROS, Alexandre Alliprandino. O Médico, O Transexual e a Responsabilidade Civil. São Paulo: Clube de Autores, 2010. RAMSEY, Gerald. Transexuais: perguntas e respostas. São Paulo: GLS Editora, 2018. ROSO, Adriane. Crítica e Dialogicidade em Psicologia Social: Saúde, Minorias Sociais e Comunicação. São Paulo: UFSM, 2017. SAMPAIO, Luan. Transexualidade na contemporaneidade. São Paulo: Saraiva, 2016 TEIXEIRA, Elizabeth Fleury; MENEGHEL, Stela Neil. Dicionário da infâmia: acolhimento e diagnóstico de pessoas em situação de violência. São Paulo: Cengage Learning, 2015. TEIXEIRA, Thiago M. A psicologia na identidade transexual. São Paulo: Cengage Learning, 2010. https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=p&tbm=bks&q=inauthor:%22Elizabeth+Fleury-Teixeira%22&source=gbs_metadata_r&cad=6 https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&tbo=p&tbm=bks&q=inauthor:%22Stela+N.+Meneghel%22&source=gbs_metadata_r&cad=6 1. INTRODUÇÃO 2. conceito de transexualidade 3. obstáculos sociais enfrentados por transexuais 4. atuação da psicologia no atendimento a transexuais 5. CONsiderações finais REFERÊNCIAS