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1º BIMESTRE
Resumo Ciência Política e Teoria do Estado
Origem da palavra estado: Os gregos, cujos Estados não ultrapassavam os limites da cidade, usavam o termo polis, cidade, e daí veio política, arte ou ciência de governar a cidade
Noção de Teoria Geral do Estado: 
Aristóteles (IV a. C) em sua obra denominada “a Política” já escrevia sobre o Estado, começando pela organização política de Atenas e Esparta, os órgãos de governo dessas cidades, chegando a uma classificação de todas as formas de governos então existentes, podendo ser considerado o fundador da ciência do Estado.
Já Platão (IV a. C) escreveu a obra denominada “a República”. No entanto, enquanto Aristóteles estudou o Estado real, tal como existia na época, procurando descobrir os princípios que o regiam, Platão descreveu o Estado ideal, tal como devia ser
de acordo com sua própria concepção do homem e do mundo, vindo Cícero (II a. C) fazer uma análise jurídica e moral do Estado romano, do que ele era e do que deveria ser.
No século XVI Maquiavel escreveu “o Príncipe”, lançando os fundamentos da política, como a arte de atingir, exercer e conservar o poder.
Noção de Estado
O Estado é uma sociedade natural, no sentido de que decorre naturalmente do fato de os homens viverem necessariamente em sociedade e aspirarem realizar o bem geral que lhes é próprio, isto é, o BEM COMUM. Por isso e para isso a sociedade se organiza em Estado
O Estado moderno é uma sociedade à base territorial, dividida em governantes e governados, e que pretende, dentro do território que lhe é reconhecido, a supremacia sobre todas as demais instituições. Põe sob seu domínio todas as formas de atividade cujo controle ele julgue conveniente.
O Estado pode coercitivamente impor sua vontade a todos que habitam seu território, pois, seus objetivos são os de ordem e defesa social para realizar o bem público. Por isso e para isso o Estado tem autoridade e dispõe de poder, cuja manifestação concreta é a força por meio da qual se faz obedecer. Assim, Estado é a organização político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público/comum, com governo próprio e território determinado.
A sociedade
Conceito – Sociedade é uma coletividade de indivíduos reunidos e organizados para alcançar um objetivo comum.
Origem da sociedade – Existe a idéia ou teoria da sociedade natural, fruto da própria natureza humana, bem como a que sustenta que a sociedade é tão-somente a conseqüência de um ato de escolha.
Teoria Naturalista: No século IV a. C., Aristóteles afirmou que “o homem é naturalmente um animal político”. Para ele só o indivíduo de natureza vil ou superior ao homem procuraria viver isolado dos outros homens sem que a isso fosse constrangido.
Assim, não seriam as necessidades materiais o motivo da vida em sociedade, havendo, independente dela, uma disposição natural dos homens para a vida asociativa
Teoria contratualista, que sustenta que a sociedade é tão-somente o produto de um acordo de vontades, um contrato hipotético celebrado entre os homens, onde estes transferem mutuamente direitos, que é cumprido por temor ao castigo imposto pelas normas. Aparece claramente proposto por Thomas Hobbes na obra “Leviatã” publicada em 1651, na obra de Rousseau, “O contrato Social”, em 1762. Assim, deve-se conceber o homem sempre como homem social.
A sociedade e seus elementos característicos
Devido ao pluralismo social, é necessário estabelecer uma caracterização geral das complexas sociedades para que o agrupamento humano seja reconhecido como sociedade, os seguintes elementos: a finalidade ou valor social, as manifestações de conjunto ordenadas e o poder social.
Finalidade social ou valor social - a finalidade social escolhida pelo homem é o bem comum, que consiste no conjunto de todas as condições de vida que possibilitem e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana
Manifestações de conjunto ordenadas (ordem social e ordem jurídica) – Para a consecução dos objetivos da sociedade, há necessidade de que os membros da sociedade se manifestem através de ação conjunta permanentemente reiterada, atendendo a três requisitos: reiteração, ordem e adequação
Poder social: Para se chegar a uma noção do poder, é importante apontar algumas características: 
Socialidade, o poder é um fenômeno social, jamais podendo ser explicado pela simples consideração de fatores individuais; 
bilateralidade, indicando que o poder é sempre a correlação de duas ou mais vontades, havendo uma que predomina.
Existe a teoria que nega a necessidade do poder social, os anarquistas, representados por Diógenes, originada dos filósofos da Grécia antiga (século V e VI a. C) chamados Cínicos, pregando que o homem deve viver de acordo com a natureza, sem se preocupar em obter bens, sem respeitar convenções ou instituições sociais.
Teorias Religiosas, revelam a presença de uma crença capaz de influir poderosamente na ação humana; 
Teorias Econômicas, as que indicam a predominância de um fator de natureza econômica, na base da diferenciação entre governantes e governados
Devido ao excessivo apelo à violência o anarquismo foi perdendo adeptos e é com os Contratualistas que a idéia de povo, como uma unidade, fonte de direito e de poder, toma força, chegando-se à afirmação da existência de uma vontade geral e de direitos sociais, situados na base de toda a organização social.
Para se aferir a legitimidade do poder Max Weber indica três hipóteses: 
O Poder Tradicional, característico das monarquias, que independem da legalidade formal; 
O Poder Carismático, que é aquele exercido pelos líderes autênticos, que interpretam os sentimentos e aspirações do povo; 
O Poder Racional, exercido pelas autoridades investidas pela lei, havendo coincidência necessária, apenas neste caso, entre a legitimidade e a legalidade.
As configurações atuais do poder e seus métodos de atuação estão sintetizadas em:
O poder, reconhecido como necessário, quer também o reconhecimento de sua legitimidade, o que se obtém mediante o consentimento dos que a ele se submetem;
Embora o poder não chegue a ser puramente jurídico, ele age concomitantemente com o direito, buscando uma coincidência entre os objetivos de ambos;
Há um processo de objetivação, que dá precedência à vontade objetiva dos governados ou da lei, desaparecendo a característica de poder pessoal;
Atendendo a uma aspiração à racionalização, desenvolveu-se uma técnica do poder, que o torna despersonalizado (poder do grupo, poder do sistema), ao mesmo tempo em que busca meios sutis de atuação, colocando a coação como forma extrema.
Assim, Poder Social consiste na faculdade de alguém impor a sua vontade a outrem.
Sociedades políticas - São sociedades políticas todas aquelas que, visando criar condições para a consecução dos fins particulares de seus membros, ocupam- se da totalidade das ações humanas, coordenando-as em função de um fim comum.
Estas sociedades de fins gerais, denominadas sociedades políticas, não se prendem a um objetivo determinado e não se restringem a setores limitados da atividade humana buscando integrar todas as atividades sociais que ocorrem no seu âmbito.
O Estado
Conceito: É a organização político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público/comum, com governo próprio e território determinado.
Origem do Estado: Sob o aspecto da época do surgimento do Estado existem três posições fundamentais:
O Estado, assim como a própria sociedade, sempre existiu visto que o homem desde que vive na terra está integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento social de todo o grupo;
Outros autores defendem que a sociedade existiu sem o Estado durante um certo período e depois, por diversos motivos, foi se constituindo o Estado para atender às necessidades dos grupos sociais;
Alguns autores somente admitem como Estado a sociedade política dotada de certas características bem definidas, o que só ocorreu a partir do século XVII.
Formação do Estado
Existem duas teorias sobrea formação originária do Estado: 
a formação natural, que afirma que o Estado se formou naturalmente e não por ato voluntário; 
a formação contratual, afirmando que um acordo de vontades de alguns homens ou de todos que levou à criação do Estado.
Quanto às causas determinantes do aparecimento do Estado existem as seguintes teorias:
Origem familial ou patriarcal; cada família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado;
Origem em atos de força, de violência ou conquista; a superioridade de força de um grupo social permitiu-lhe submeter um grupo mais fraco, nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominados;
Origem em causas econômicas ou patrimoniais; o acúmulo de riquezas individuais deteriorou a convivência harmônica, surgindo assim a necessidade do reconhecimento de novas formas de aquisição da propriedade, que se desenvolviam umas sobre as outras, num acúmulo acelerado de riquezas que dividia a sociedade em classes, sendo a classe possuidora exploradora da não-possuidora, dominando- a, nascendo a instituição Estado;
Origem no desenvolvimento interno da sociedade; é o próprio desenvolvimento espontâneo da sociedade que deu origem ao Estado.
Evolução histórica do Estado
O Estado Oriental, Antigo ou Teocrático; Antigas civilizações no Oriente ou do Mediterrâneo. 
A família, a religião, o Estado, a organização econômica formavam um conjunto confuso, não se distinguindo o pensamento político da religião, da moral, da filosofia ou outras doutrinas econômicas, sendo marcas características a natureza unitária e a religiosidade
O Estado aparece como uma unidade geral, sem divisão interior, territorial ou de funções
A religiosidade denomina este Estado de Teocrático, onde a autoridade dos governantes e as normas de comportamento individuais e coletivos são a expressão da vontade de um poder divino
Em alguns casos o governante é considerado representante do poder divino e, noutros, o poder do governante é limitado pela vontade divina.
O Estado Grego; A característica fundamental é a cidade-Estado, a polis, cujo ideal era a auto-suficiência, a autarquia
Há uma elite que compõe a classe política, com intensa participação nas decisões de caráter público do Estado, sendo restrita a autonomia individual nas relações de caráter privado
Quando citado como governo democrático significava que uma parte restrita da população – os cidadãos – é que participavam das decisões políticas, pois, além destes, habitavam a cidade os Metecos (estrangeiros) e os escravos, que não participavam do poder político
O Estado Romano; A família é a base da organização, dando-se aos descendentes dos fundadores do Estado privilégios especiais
O povo, que compreendia uma pequena parte da população, participava diretamente do governo que era exercido pelo Magistrado
Com o tempo, novas camadas sociais surgiram, adquirindo e ampliando direitos
Com a idéia do surgimento do Império, Roma pretendeu a integração dos povos conquistados, mantendo um sólido núcleo de poder político para assegurar a unidade e ascendência da Cidade de Roma
Com a liberdade religiosa assegurada por Constantino (Edito de Milão) a noção de superioridade dos romanos desapareceu em face do cristianismo
O Estado Medieval; A caracterização se dá pelo Cristianismo, invasões dos bárbaros e o feudalismo. 
O Cristianismo é a base da aspiração à universalidade, superando a idéia de que os homens valiam diferentemente, de acordo com a origem de cada um, sendo todos iguais, inclusive os ainda não convertidos
O alvo era que todos fossem cristãos e adotassem mesma norma de comportamento público e particular. Com este intuito o Papa Leão III confere a Carlos Magno o título de Imperador, que tinha sua autoridade contestada em face multiplicidade de centros de poder (os reinos, os senhorios, as comunas, as organizações religiosas)
O Próprio Imperador recusava-se a se submeter à autoridade da igreja, terminando esta luta no Estado Moderno com a afirmação da supremacia absoluta dos monarcas
A invasão dos bárbaros, iniciada no século III e reiteradas até o século VI, com suas influências estimularam as regiões invadidas a se afirmarem como unidades políticas independentes, originando vários Estados, mantendo com os bárbaros relações econômicas, caracterizando o Estado Medieval numa ordem precária com indefinições das fronteiras políticas
Com o feudalismo valorizou-se a posse da terra, onde ricos e pobres tiravam a subsistência, desenvolvendo um sistema administrativo e uma organização militar ligados à situação patrimonial. Pela vassalagem os proprietários menos poderosos colocavam-se a serviço do senhor feudal, obrigando-se a dar-lhe apoio nas guerras e contribuir financeiramente em troca de proteção. Também existia o benefício, contrato entre o senhor feudal e o chefe de família que não possuísse patrimônio, sendo que este recebia uma faixa de terra para cultivar e sustentar sua família, repassando parte da produção ao senhor feudal, que tinha pleno domínio sobre as regras de comportamento social e privado de toda esta família. Já a imunidade era o ato pelo qual se concedia a isenção de tributos às terras sujeitas ao benefício.
Assim, no Estado Medieval existiu um poder superior exercido pelo Imperador, uma infinita pluralidade de poderes menores, sem hierarquia definida, várias ordens jurídicas (norma Imperial, eclesiástica, monarquias inferiores, direito comunal desenvolvido, ordenações dos feudos e as regras estabelecidas no fim da Idade Média pelas corporações de ofício), instabilidade social, política e econômica, gerando uma intensa necessidade de ordem e autoridade, germe do Estado Moderno
O Estado Moderno; A soberania, a territorialidade e o povo são as características do Estado Moderno que se originou da necessidade de unidade, a busca de um único governo soberano dentro do território delimitado.
Os povos do Oriente não tiveram uma concepção definida de Estado, pois, seus filósofos não se preocuparam com o aspecto da vida social
Elementos constitutivos do Estado – Três são os elementos do Estado: Povo ou população, o território e o governo
Alguns autores citam, como quarto elemento constitutivo do Estado, a soberania. Para os demais, no entanto, a soberania integra o terceiro elemento. O governo pressupõe a soberania. Se o governo não é independente e soberano, não existe o Estado Perfeito. O Canadá, Austrália e África do Sul, por exemplo, não são Estados perfeitos, porque seus governos são subordinados ao governo britânico
Povo: É a população do Estado, considerada pelo aspecto puramente jurídico. É o grupo humano encarado na sua integração numa ordem estatal determinada; é o conjunto de indivíduos sujeitos às mesmas leis, são os súditos, os cidadãos de um mesmo Estado, detentores de direitos e deveres
Nação: (entidade moral) É um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses comuns, e principalmente, por idéias e aspirações comuns. É uma comunidade de consciência, unidas por um sentimento complexo, indefinível e poderosíssimo: o patriotismo.
Território: É a base espacial do poder jurisdicional do Estado onde este exerce o poder coercitivo estatal sobre os indivíduos humanos, sendo materialmente composto pela terra firme, incluindo o subsolo e as águas internas (rios, lagos e mares internos), pelo mar territorial, pela plataforma continental e pelo espaço aéreo.
Governo: É o conjunto das funções necessárias à manutenção da ordem jurídica e da administração pública. No magistério de Duguit, a palavra governo tem dois sentidos; coletivo e singular
O primeiro, como conjunto de órgãos que presidem a vida política do Estado. 
O segundo, como poder executivo, “órgão que exerce a função mais ativa na direção dos negócios públicos”. 
Governo confunde-se, muitas vezes, com soberania.
Diferença entre população, povo e raça
População representa a massa total dos indivíduos que vivem dentro dos limites territoriais de um país, incluindo os nacionais e os não nacionais
Povo, no sentido amplo,genérico, equivale à população. Mas, no sentido estrito, qualificativo, condiz com o conceito de Nação: povo brasileiro; povo italiano, etc.
Raça é a unidade bio-antropológica.
Conceito de soberania: Poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro do seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência emanado da vontade geral da nação.
Fontes do poder soberano: 
Para as teorias carismáticas, do direito divino (sobrenatural ou providencial) dos reis, o poder vem de Deus e se concentra na pessoa sagrada do soberano
Para as correntes de fundo democrático, a soberania provém da vontade do povo (teoria da soberania popular) ou da nação propriamente dita (teoria da soberania nacional)
Para as escolas alemã e vienense, a soberania provém do Estado, como entidade jurídica dotada de vontade própria (teoria da soberania estatal).
Finalidade e funções do Estado
O Estado, como sociedade política, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os indivíduos e as demais sociedades, situadas num determinado território, possam atingir seus respectivos fins (manter a ordem, assegurar a defesa, e promover o bem-estar e o progresso da sociedade). Assim, conclui-se que o fim do Estado é o BEM COMUM, entendido este como conjunto de todas as condições de vida que possibilitem e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana.
Assim, as funções do Estado são todas as ações necessárias a execução do bem comum.
Função Legislativa: Exercido pelo Poder Legislativo que tem a função de elaborar leis;
Função Executiva: Exercida pelo Poder Executivo e tem como função administrar o Estado visando seus objetivos concretos. Assim acontece quando o Estado nomeia funcionários, cria cargos, executa serviços públicos, arrecada impostos, etc;
Função Judiciária: Exercida pelo Poder Judiciário, tem a função precípua de interpretar e aplicar a lei nos dissídios surgidos entre os cidadãos ou entre os cidadãos e o Estado. Em síntese, declara o Direito
O poder do Estado: Na observação de qualquer sociedade humana revela sempre, mesmo nas mais rudimentares, a presença de uma ordem jurídica e de um poder político
Assim, mesmo que o poder se apresente com a aparência de mero poder político, ele é essencialmente poder jurídico, visto que tem sua legitimidade reconhecida pela ordem jurídica, objetivando fins jurídicos ou não, fazendo-se obedecer através de normas jurídicas com as quais exerce a dominação estatal
Estado e Direito
Personalidade jurídica do estado: Não é difícil perceber que as pessoas físicas, quando agem como órgãos do Estado, externam uma vontade que só pode ser imputada a este e que não se confunde com as vontades individuais.
Além de ser facilmente demonstrável a existência dessa vontade estatal, que é pressuposto da capacidade jurídica do Estado, é também evidente a necessidade dessa concepção para o tratamento jurídico dos interesses coletivos, evitando-se a ação arbitrária em nome do Estado ou dos próprios interesses coletivos. Assim, somente as pessoas físicas ou jurídicas podem ser titulares de direitos e deveres jurídicos, sendo necessário para o Estado ter direitos e obrigações o seu reconhecimento como pessoa jurídica.
É por meio da noção do Estado como pessoa jurídica, existindo na ordem jurídica e procurando atuar segundo o direito, que se estabelecem limites jurídicos eficazes à ação do Estado no seu relacionamento com os cidadãos.
Se de um lado é inevitável que o Estado se torne titular de direitos, que ele próprio cria por meio de seus órgãos, há, de outro, a possibilidade de que os cidadãos possam fazer valer contra ele suas pretensões jurídicas. Gropalli ensina que a personalidade jurídica do Estado contempla não só capacidade de Direito Público, que se manifesta no exercício do poder público através de atos de Imperium, mas a capacidade de Direito Privado, que se manifesta pelo exercício de direitos de caráter patrimonial através de atos de gestão.
Assim, o Estado é pessoa jurídica de Direito Público. (Direito Público - conjunto de normas que organizam o poder soberano e a ordem política, bem como regulam as relações e os interesses do Estado entre os seus agentes e a coletividade), (Pessoa Jurídica – é a unidade de pessoas naturais e/ou de patrimônios que visa a obtenção de certas finalidades, reconhecida pela ordem jurídica como pessoa de direitos e obrigações).
O Estado, Direito e Política
Todo Estado desenvolve sua complexa atividade que têm aspectos jurídicos e conteúdo político, pois, toda fixação de regras de comportamento se prende a fundamentos e finalidades, enquanto que a permanência de meios orientados para certos fins depende de sua inserção em normas jurídicas. Assim, reduz-se a margem de arbítrio e discricionariedade, assegurando a existência de limites jurídicos à ação do Estado.
Enquanto sociedade política, voltada para fins políticos, o Estado participa da natureza política, que convive com a jurídica, ocorrendo uma interação entre elas
O caráter político do Estado é que lhe dá a função de coordenar os grupos e indivíduos em vista de fins a serem atingidos, impondo a escolha dos meios adequados, levando-se em conta:
A necessidade e possibilidade; deve se identificar as necessidades preponderantes do povo (conjunto de condições e dos elementos que assegurem a sobrevivência dos indivíduos e dos grupos sociais compatíveis com a natureza humana) e os meios disponíveis de cada Estado para viabilizá-las.
Indivíduos e coletividade; Também deve se considerar ao tomar decisões políticas a conciliação entre as necessidades dos indivíduos e as da coletividade, pois, não se pode considerar as necessidades do indivíduo isoladamente.
Liberdade e autoridade; Na escolha dos meios de satisfação das necessidades será necessário, não raro, determinar limitações à liberdade individual a fim de aumentar a eficácia dos meios disponíveis. Além disso, para que a dinâmica social se oriente no sentido de um fim determinado, será preciso coordenar a atuação dos indivíduos e dos grupos sociais com o uso da ordem, inclusive com a possibilidade de se usar de coação
Cassirer define política como “arte de unificar e organizar as ações humanas e dirigi-las para um fim comum.” e Maquiavel a define como sendo “ a arte de atingir, exercer e conservar o poder.”
Estado e nação 
No século XVIII foi criado o conceito de nação, símbolo da unidade popular com forte conotação emocional, a fim de levar a burguesia, economicamente poderosa, que manipulava emocionalmente o povo, à conquista do poder político. Era em nome da Nação que se lutava contra a monarquia absoluta, dando-se a entender que era justo e necessário que o povo assumisse o seu próprio governo.
Com as Revoluções Americana e Francesa a Nação passou a ser identificada com o próprio Estado pelo fato do termo Nação ser muito vago e já utilizado com êxito como símbolo de reivindicações populares, se prestando mais para despertar reações emocionais, o que culminou na derrubada ou enfraquecimento das monarquias. Depois, os novos governantes passaram a utilizar a força mística da expressão para justificar suas investidas sobre os pequenos Estados.
No século XX numa exploração de sentimentos nacionais eclodiram as duas guerras mundiais sobre o pretexto de reunir numa só unidade política os componentes da mesma nação e, além disso, a afirmação da existência de Nações superiores.
Assim, o conceito de Nação foi um artifício para envolver o povo em conflitos de interesses alheios, sem contexto jurídico.
A regra hoje é o plurinacionalismo, ou seja, em cada Estado existem indivíduos pertencentes a várias Nações, evidenciando a existência, dentro do mesmo Estado, de grupos sociais claramente distintos por sua cultura e costumes, gerando uma unidade jurídica que respeita estas diferenças. Contudo, convém ao Estado que haja a possibilidade de estabelecer o máximo possível de regras gerais e uniformes para todo o povo.
Portanto, Estado é uma sociedade e Nação é uma comunidade.Estado: organização político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público, com governo próprio e território determinado;
Sociedade: coletividade de indivíduos reunidos e organizados para alcançar uma finalidade comum;
Nação:grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses comuns, e principalmente, por idéias e aspirações comuns.
Tem-se uma visão formalista e estática de ordem, que leva à utilização do Estado como um embaraço às mudanças sociais, prestigiando valores já superados pela realidade social. Assim é inevitável o uso da força para impor as novas exigências da realidade e adotar o Estado adequado. Desta forma, a ordem jurídica deve ter fundamento na realidade social, tendo sempre o caminho aberto a uma permanente transformação que a acompanha.
Para se assegurar a permanência do Estado adequado deve se aceitar o conflito de opiniões e de interesses como fatos normais, componentes da realidade e participantes do processo dialético de que resulta a ordem capaz de promover e assegurar o bem comum.
A observação dos fatos revela que os conflitos entre pessoas são produto de necessidades naturais que cada indivíduo sente em fazer prevalecer sua opinião ou interesse, devendo o Estado se organizar de maneira a permitir a livre expressão das idéias e das aspirações, estabelecendo regras gerais e uniformes para a escolha da vontade preponderante.
Não feito isso, somente através da força se manterá um Estado inadequado, que não corresponde à vontade social preponderante, que se enfraquecerá visto que o povo não se empenhará na manutenção de uma ordem que não corresponde aos seus desejos e às suas necessidades.
Com a evolução ocorre o desenvolvimento natural e progressivo das idéias e dos costumes, da constante adaptação do Estado às novas condições de vida social, caminhando-se com mais segurança, sendo mais fácil avaliar o sentido real das mudanças verificadas nas condições de vida e nas aspirações dos indivíduos, a fim de integrá-las na ordem jurídica.
Estado moderno e a Democracia 
O Estado Democrático moderno, noção de governo do povo, nasceu das lutas contra o absolutismo, sobretudo através da afirmação dos direitos naturais da pessoa humana. Daí a grande influência dos jusnaturalistas, como Locke e Rousseau.
Três grandes movimentos político-sociais conduziram ao Estado Democrático:
Revolução Inglesa: que teve sua expressão mais significativa no Bill of Rights de 1689. Houve a intenção de estabelecer limites ao poder absoluto do monarca e a influência do protestantismo, ambos contribuindo para a afirmação dos direitos naturais dos indivíduos, nascidos livres e iguais, justificando o poder da maioria, que deveria exercer o poder legislativo assegurando a liberdade dos cidadãos;
Revolução Americana: cujos princípios foram expressos na Declaração de Independência das treze colônias americanas em 1776;
Revolução Francesa: que teve sobre os demais a virtude de dar universalidade aos seus princípios, os quais foram expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789, sendo evidente a influência de Rousseau. 
Além de se oporem ao governo absolutista, os líderes franceses enfrentavam uma grande instabilidade interna, que deveria também ser trabalhada. Esta situação favoreceu o aparecimento da idéia de nação, como centro unificador de vontades e de interesses. Também a situação religiosa favoreceu fortemente o movimento visto que na França a igreja e o Estado eram inimigos, o que influenciou para que a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, tomasse um cunho universal, sem as limitações impostas pelas lutas religiosas locais.
Como fim da sociedade política aponta-se a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem, que são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão
A limitação somente pode ser imposta ao indivíduo através de lei, que é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, para a formação dessa vontade geral. Assim, a base da organização do Estado deve ser a preservação dessa possibilidade de participação popular no governo, a fim de que sejam garantidos os direitos naturais.
Os Estados democráticos tinham três pontos fundamentais:
Supremacia da vontade popular: a participação popular no governo, suscitando acesas controvérsias e dando margem às mais variadas experiências, tanto no tocante à representatividade, quanto à extensão do sufrágio e aos sistemas eleitorais e partidários;
Preservação da liberdade: poder de fazer tudo o que não incomodasse o próximo, bem como o poder de dispor de sua pessoa e de seus bens, sem qualquer interferência do Estado;
Igualdade de direitos: proibição de distinções no gozo de direitos, sobretudo por motivos econômicos ou de discriminação entre classes.
As transformações no Estado durante o século XIX e a primeira metade do século XX seriam determinantes pela busca da realização desses preceitos. A preocupação primordial foi sempre a participação do povo na organização do Estado, na formação e atuação do governo, por se considerar implícito que o povo, expressando livremente sua vontade soberana, saberá resguardar a liberdade e a igualdade.
Formas de governo: Monarquia e República
É o modo pelo qual o poder se organiza e se exerce, permitindo agrupar os Estados em seu modo de ser substancial, determinando a situação jurídica e social dos indivíduos em relação à autoridade.
A classificação mais antiga das formas de governo que se conhece é a de Aristóteles, baseada no número de governantes
Distingue ele três espécies de governo: 
a monarquia, quando é um só indivíduo quem governa em prol do bem geral; 
a aristocracia, que é o governo exercido por um grupo de minoria privilegiada da nobreza em benefício da sociedade;
a democracia, quando o poder é exercido pelo povo com o objetivo do bem comum
Cada uma destas formas de governo pode sofrer uma degeneração, quando quem governa deixa de se orientar pelo interesse geral e passa a decidir segundo conveniências particulares. 
Assim, as formas puras de governo são substituídas por forma impuras: 
a monarquia degenera em tirania (um só quem governa em proveito próprio); 
a aristocracia degenera em oligarquia (governo exercido por um grupo de minoria privilegiada da nobreza em benefício próprio);
a democracia degenera em demagogia (o governo nas mãos da multidão revoltada ou esta domina diretamente os governantes, implantando um regime de violência e de opressão).
Estado de Direito
O conceito de Estado de Direito, deu-se a partir das correntes liberais, substituindo o poder quase ilimitado dos reis e monarcas (absolutismo).
O Estado de Direito, é baseado na regra de que, ao mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar-se a ele.
Assim, no Estado de Direito, a legitimação do poder político deixa de relacionar em critérios tipicamente religiosos ou carismáticos, passando a prevalecer as normas jurídicas abstratas e gerais. Ou seja, a conduta das pessoas que dirigem a atividade estatal passa a ser sobre as regras previstas nas constituições e nas leis, não mais na simples vontade dos governantes.
A ideia de Estado de Direito se traduziu, originalmente, na relação de três dogmas fundamentais: a generalização do princípio da legalidade; a universalidade de jurisdição e a tripartição dos poderes.
Princípio da legalidade: A atuação estatal exige autorização legislativa para as suas ações ou omissões. Ou seja, a atividade do Estado deve ser realizada em estrita obediência ao que estabelece a lei.
Universalização de jurisdição (judiciário independente): A universalização de jurisdição, por sua vez, significa que todos os atos estatais devem submeter-se a controles que permitam a responsabilização dos sujeitos que atuarem de modo inadequado
tripartição dos poderes: A tripartição dos poderes consiste na dissociação da atuação
estatal, gerando a distinção de competências, atribuídas a variados órgãosDessa forma, nenhum órgão estatal possui poder ilimitado, estando sujeito ao sistema de freios e reparações, assim gerando o equilíbrio aos chamados três poderes
1.Legislativo.
2. Executivo.
3. Judiciário.
Por fim, é justamente por meio desses três poderes que o Estado manifesta a sua vontade
Estrutura do Estado brasileiro
O Brasil é uma República Federativa Presidencialista, formada pela União, Estados, Distrito Federal e municípios, em que o exercício do poder é atribuído a órgãos distintos e independentes, submetidos a um sistema de controle para garantir o cumprimento das leis e da Constituição.
O Brasil é uma República porque o Chefe de estado é eleito pelo povo, por período de tempo determinado
É presidencialista porque o presidente da República é Chefe de Estado e também Chefe de governo. 
É federativa porque os estados têm autonomia política.
A União está dívida em três poderes, independentes e harmônicos entre si. São eles o 
· O Legislativo, que elabora leis; 
· O Executivo, que atua na execução de programas ou prestação de serviço público; e 
· O Poder Judiciário, que soluciona conflitos entre cidadãos, entidades e o estado.
O Brasil tem um sistema pluripartidário, ou seja, admite a formação legal de vários partidos. O partido político é uma associação voluntária de pessoas que compartilham os mesmos ideais, interesses, objetivos e doutrinas políticas, que tem como objetivo influenciar e fazer parte do poder político.
Questões relevantes de provas anteriores 
1) Defina poder político, diferenciando-o do conceito geral de poder e demonstre a importância que a antiguidade clássica grega representou para a formação das bases da civilização ocidental (5,0)
[PROPOSTA a]
O poder político é a capacidade unilateral de impor regras ao outro e fazer cumpri-las, com a possibilidade do uso legítimo da força, com exclusividade, interna ou externamente. Já o conceito geral de poder é a capacidade unilateral de impor regras e fazer o outro cumprir, mesmo se ele não queira. 
A civilização ocidental se baseia para ter acesso ao conhecimento, em dois pilares fundamentais, obtidos da cultura grega clássica: O da ciência: verdade obtida pela razão e o da investigação: surge a ideia de processo. Foi na antiguidade clássica também, que surgiu o regime político que denominamos como democracia (ainda que de forma não tão complexa como atualmente) que se utiliza nos dias atuais, nos quais o próprio povo exerce a soberania e elege seus representantes.
[PROPOSTA b]
O poder político traz a ideia de impor regras e fazer as mesmas serem cumpridas pelo uso legítimo da força, não da violência. No conceito geral de poder, a diferença estaria, que seria feito cumprir as regras independente de como. 
Na antiguidade clássica da Grécia, já era seguido o modelo de polis, ou seja, uma cidade-estado, (auto suficiente, com separação de estado e religião), onde tinham a democracia como princípio.
2) Disserte sobre a teoria das formas de governo em Aristóteles e explique sua afirmação sobre a característica do homem como um “animal político (zóon politikon)” (5,0)
[PROPOSTA a]
A teoria de formas de governo foi elaborada com base em dois critérios, um objetivo (interesse comum) e outro subjetivo (interesse pessoal): O número de pessoas que exercem o governo (quem governa?) e como governam? (no interesse de quem? De forma justa ou injusta?). 
O resultado é a relação entre formas más e boas, em número crescente de titulares. 
As formas boas (que visam o interesse comum) de governo são:
monarquia (governo de um) 
aristocracia (governo de poucos) 
democracia (governo de muitos) 
Correspondem às formas más (que visam o interesse pessoal): 
tirania, 
oligarquia e 
demagogia.
A distinção entre as formas boas e más aceita, ainda, uma classificação hierárquica: a pior forma é a degeneração da forma melhor, de tal modo que as demais degenerações são menos ruins que a pior. Nesse contexto é possível compreender a dimensão ética da pólis, da perspectiva do “dever-ser” - A pior forma de governo - tirania - é a degeneração da melhor forma de governo - monarquia - e assim sucessivamente. 
O animal político de Aristóteles é definido pela ideia de que o homem é um animal racional e político por essência, capaz de distinguir o mal e o bem, o justo e o injusto. Como o homem tende a viver em grupo – famílias – aldeias – cidades – surge a necessidade de buscar a comunidade e a vida em sociedade, a fim de trazer, a ele, felicidade. Sendo assim, cada cidadão deve se responsabilizar pela Polis. Isso define o homem como animal político
3) O que foi o movimento conhecido como renascimento, como ele surgiu, quais foram os seus principais autores e o que eles defendiam e combatiam? (5,0)
[PROPOSTA a]
Renascimento foi um movimento cultural (e intelectual também) que inspirou resgatar os ensinamentos da sociedade presente na antiguidade clássica. Foi a retomada do ideal greco-romano; a visão, até então, teocêntrica, passa a ser antropológica. Era defendida a ideia do poder centralizador, apoiado pela burguesia. Seus principais filósofos eram Maquiavel e Bodin. 
Maquiavel preocupou-se em identificar os perigos que ameaçavam os novos principados, através das formas de adquirir e conservar o poder político. Defendia a ideia de um governo real e não ideal, rompendo com o idealismo. Também, afirmava sobre a virtude política X virtude moral
Bodin defendia a ideia de uma centralização do poder através de uma soberania – um poder perpétuo e absoluto de uma república - que possibilita definir o estado e legitimar o poder político. Esse conceito de soberania possibilitou a centralização do poder, em que comandava a todos e não era comanda por ninguém. Era um poder ilimitado do lado do direito positivista (criação, revogação, aplicação, correção de leis) mas limitado às leis divinas, naturais e algumas comum a todos
4) Analise o processo de formação dos Estados Modernos a partir da superação do feudalismo e do surgimento das chamadas reformas protestantes (5,0)
[PROPOSTA a]
No feudalismo temos o Clero com o maior poder, pois é um período teocêntrico, ou seja, Deus como centro do universo. Porém isso vai se modificar quando surgem as reformas protestantes, iniciadas por Martinho Lutero que faz 95 teses contra a igreja católica. O clero tinha a autoridade, pois era formado pelos estudiosos e a autoridade provinha da bíblia. A compra de indulgências, fez com que houvessem revoltas contra os abusos do Clero. 
O Estado moderno surge com da fragmentação do feudalismo, que se deu através das revoltas sociais dos camponeses e da evolução do comércio na Europa. As reformas protestantes, por outro lado, destruíram o monopólio católico, enfraqueceu a Igreja, fortalecendo os monarcas e a expansão do desenvolvimento econômico, e por fim, trouxe uma ideia de igualdade
5) Aponte os principais pressupostos das teorias contratualistas dos filósofos
jusnaturalistas, Hobbes e Locke, apontando as semelhanças e diferenças entre eles
(5,0) 
[PROPOSTA a]
Ambos defendiam o surgimento do Estado através do contrato social, em que o indivíduo abria mão do seu poder individual para viver em comunidade.
Hobbes defendia a ideia de que o homem é o lobo do homem e que no estado de natureza ele acabaria em guerra, tentando buscar paixões, que seriam, por fim, as mesmas que as dos outros indivíduos. Então um contrato social deveria ser constituído através da conclusão dos homens, que enxergam que o estado de natureza necessita de uma limitação. Essa limitação é poder do soberano através do contrato. Esse contrato, porém, não visa a desobediência civil.
Já Locke acredita que o estado de natureza é a liberdade do homem, que é juiz de si mesmo. Mas para isso não acarretar em guerra, eles acabam abdicando parte de sua liberdade natural para o soberano, que tem como função proteger os direitos naturais do povo. 
Locke contesta Hobbes, principalmente, na questão dos direitos civis. Em hobbes o poder do soberano é ilimitado mas para Locke essepoder era dividido em executivo/federativo e legislativo (expressão da vontade do povo), sendo possível a desobediência civil em caso de insatisfação
6) Disserte sobre o pensamento de Montesquieu e Rousseau e suas principais contribuições para a transição do Estado Moderno ao Estado de Direito
[PROPOSTA a]
Montesquieu acreditava na submissão do Estado às leis. Afirmava que o homem sempre que pudesse, abusaria do poder. Por isso, era importante a divisão dos poderes, (legislativo, judiciário e executivo) sendo que um freava o outro (sistema de freios e contrapesos). O poder legislativo deveria ser bicameral, o judicial deveria ser neutro e obedecer às leis e que os poderes devem ser independentes e harmônicos. 
Rousseau era republicano, contratualista e defendia as 6 fases – do estado natureza ao estado sociedade. 1.bom selvagem 2. Momento hobbesiano 3.primeiro contrato social fraudulento 4.Estado social corrupto 5.revolução democrática 6.segundo contrato social honesto – proposta de troca de regime político e sistema de governo por meio de uma nova constituição. Defendia um a igualdade de todos perante a lei, a laicização do estado, democracia direta e liberdade individual. Formou a ideia que todo poder estava à mercê da degeneração, assim surgindo a tirania e da tirania a revolução. 
As divisões de poderes, limitação do poder do soberano, luta contra a monarquia e participação do povo, foram as principais influências de Montesquieu às revoluções. 
Já Rousseau trouxe a noção de igualdade, liberdade individual e um regime político democrático-republicano, incentivando as revoluções da época
7) Porque as revoluções do século XVIII são conhecidas como “liberais-burguesas”?
Podemos afirmar que superaram verdadeiramente a sociedade estamental e atingiram
a pretensão de instaurar uma sociedade universalmente igualitária? Justifique (5,0)
[PROPOSTA a]
As revoluções do século XVIII são chamadas assim, pois são protagonizados pela classe burguesa que, com o fim do feudalismo e a estruturação dos países europeus em estados nacionais governados por uma monarquia absolutista, (centralização do poder em um ente estatal), encontravam-se em uma situação decadente no que diz respeito a seus direitos políticos. Como apenas a nobreza era convidada a fazer parte de cargos importantes do Estado, sem contar que além destas restrições políticas, cobravam-se altas taxas e impostos dos mesmos, buscaram o liberalismo econômico e social e a ascensão da burguesia. 
Em relação a afirmação, não se deve afirmar que a sociedade estamental foi superada de fato. Nos EUA a propriedade representou um “título” para a nova sociedade americana, alimentando a desigualdade. Já na França, mesmo propondo uma nova ordem social e combatendo os privilégios da sociedade estamental, na constituição, o voto censitário proibia o voto feminino e dos homens de baixa renda, e ainda continuava a manutenção da escravidão e execução na guilhotina.