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O PAPEL DA EQUIPE DIRETIVA NO DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Natália Valim Mansan Quadros1 Bettina Steren2 GT 03 – Educação inclusiva, infâncias, juventudes e vida adulta. A Educação Infantil, atualmente, vive um intenso processo de revisão de concepções no que diz respeito às propostas pedagógicas e práticas cotidianas que buscam a garantia do desenvolvimento integral das crianças de zero a cinco anos, nos seus aspectos; físico, afetivo, intelectual, linguístico e social. Equipes docentes e, especialmente, gestores e responsáveis técnicos das instituições de Educação Básica, buscam repensar o atendimento ofertado para as crianças pequenas nos espaços educativos, a fim de garantir o efetivo cumprimento previsto na base legal para este nível de escolaridade. O objetivo geral da pesquisa é analisar a relevância da normativa, de caráter mandatório, prevista no Parecer n°20/2009, da Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, a qual prevê a garantia do desenvolvimento socioemocional, respaldado juntamente com os demais aspectos que a lei estabelece. Diante desta perspectiva, o estudo tem o objetivo de averiguar qual a responsabilidade legal e ética do gestor, no contexto escolar, perante o desenvolvimento das crianças nesta primeira etapa da Educação Básica. A pesquisa é de caráter qualitativo, quanto à natureza, caracteriza-se como aplicada, quanto ao objetivo, como exploratória, quanto aos procedimentos técnicos como bibliográfica e documental. Para contemplar os objetivos da presente pesquisa, realizou-se uma consulta sobre muitos aspectos referentes à neurociência, resultando em uma análise minuciosa de cada etapa do desenvolvimento cerebral que apontam claramente a maneira em que ocorrem os processos, especialmente, no que diz respeito ao amadurecimento socioemocional. Os neurocientistas, segundo Shore (2000), constataram que o cérebro se desenvolve a partir de uma complexa interação entre os genes com os quais se 1 Mestranda em Educação - PUCRS. 2 Doutora em Psicologia - PUCRS. nasce e as experiências que se tem nestes anos iniciais. Também afirmam os pesquisadores que as primeiras experiências ajudam a formar a arquitetura cerebral, influenciando nas capacidades da vida adulta. Desta forma as interações iniciais afetam diretamente a forma como o cérebro se desenvolve e há períodos preciosos para se adquirir diferentes tipos de conhecimentos e habilidades. As experiências positivas e negativas que as crianças têm nos primeiros anos de vida, ajudam a formar os cérebros adultos. Segundo Ramon M. Cosenza e Leonor B. Guerra (2011, p. 83), “Sabe-se que a amígdala interage com o hipocampo e pode mesmo influenciar o processo de consolidação da memória. Portanto, uma pequena excitação pode ajudar no estabelecimento e conservação de uma lembrança.”. As emoções podem influenciar significativamente na memória dos indivíduos. Neste sentido, o ambiente escolar precisa ser planejado com o intuito de suscitar as emoções positivas das crianças, tais como: entusiasmo, curiosidade, desafio, entre outras. O espaço que promoverá a aprendizagem dos pequenos precisa ser estimulante, permitindo momentos de relaxamento e minimizando situações de estresse e ansiedade. As experiências vivenciadas na escola permitem às crianças as devidas possibilidades para que sejam livres, criativas, inventivas, curiosas, descobridoras e felizes e de desenvolverem as potencialidades características desta fase da vida, com implicação para seu futuro intelectual, moral e socioemocional. Parafraseando Alves (2004, p. 20), toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência de afetividade. O aprendizado ocorre quando conseguimos proporcionar um ambiente acolhedor e, mais do que isso, um vínculo de afeto com este aluno, para que ele se sinta seguro de ir à busca de novos desafios. Segundo Antunes (2014, p. 63), “Requer que se tenha sobre cada etapa, cada dia, cada descoberta, cada aventura, um ouvido pleno de empatia, um olhar carregado de paixão, uma ajuda sem pressa, marcada pela serenidade da ternura.” A figura do professor e demais profissionais que mediam as aprendizagens das crianças no dia a dia escolar, deve ser marcada pela afetividade, considerando a necessidade de que ela se sinta segura e incentivada a prosseguir em busca da construção do conhecimento. O gestor não atua diretamente na execução da tarefa, porém, contribui e muito com fatores externos que oportunizarão que este crescimento ocorra. É papel do gestor escolar, disponibilizar espaços e recursos necessários para que o trabalho na Educação Infantil seja realizado com excelência. Está sobre a responsabilidade da equipe diretiva o preparo dos profissionais que irão atender estas crianças nas suas peculiaridades, tornando-se eficaz um acompanhamento periódico, a valorização efetiva, a formação continuada e o espaço de troca de experiências e integração. As famílias devem ser acolhidas e instruídas pela instituição, a fim de que a parceria se estabeleça e o desenvolvimento integral de fato aconteça. Sendo assim, mediante a presente pesquisa, tem sido possível refletir sobre a prática a todo o momento, tendo os autores referidos e suas observações, como base para esta análise. Em algumas ocasiões foi possível recordar as vivências da infância e as marcas que pessoas importantes deixaram, como por exemplo, os educadores que se destacaram. Em outros momentos, foi possível vivenciar o papel da professora que exerceu sua docência por intensos anos de trabalho, e assim pode influenciar e colaborar com o desenvolvimento de muitas crianças, hoje adolescentes ou adultos que carregarão as marcas desta educação para sempre, quanta responsabilidade! Em determinadas circunstâncias destaca-se a maternidade, dimensionando este papel e toda a sua capacidade de influenciar uma vida. E por fim, a figura da gestora escolar, função que desacomoda e possibilita um movimento constante de busca por uma educação transformadora, motivo este que mobiliza a atual pesquisa. É evidente que, novas demandas estão postas para as equipes diretivas das escolas que atendem a Educação Infantil. Responsáveis legais e técnicos, bem como educadores e demais colaboradores, necessitam de um novo olhar a respeito do currículo e das experiências realizadas até aqui. A pesquisa reúne teoria e prática no intuito de buscar um atendimento de qualidade para as crianças pequenas que se encontram no período mais promissor de suas vidas, considerado por pesquisadores e neurocientistas como os “anos de ouro”. Se olharmos para a primeira infância garantindo o que a lei estabelece, certamente contribuiremos para uma sociedade mais saudável e equilibrada emocionalmente. PALAVRAS-CHAVE: Gestão escolar. Desenvolvimento socioemocional. Educação infantil. REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. O desejo de ensinar e a arte de aprender. Campinas: Fundação Educar Dpaschoal, 2004. ANTUNES, Celso. Relações interpessoais e autoestima. Rio de Janeiro: Vozes, 2014. BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CEB N° 20/2009. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2097 -pceb020-09&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 07 maio. 2023. COSENZA, Ramom M.; GUERRA, Leonor B. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. SHORE, Rima. Repensando o Cérebro: novas visões sobre o desenvolvimento inicial do cérebro. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2000. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2097-pceb020-09&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2097-pceb020-09&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192