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Instalações para Gado de Corte

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Profa. Dra. Letícia Ane Sizuki Nociti 
Instalações para Bovinos de Corte 
Aspectos gerais 
 As instalações adequadas facilitam o bom manejo do 
rebanho, devendo ser bem planejadas, projetadas e 
construídas, para contribuir positivamente na 
exploração pecuária. 
 
 A quantidade e os tipos de instalações dependem do 
sistema de criação e da finalidade da exploração, 
havendo maior necessidade das mesmas em sistemas 
mais intensivos. Na pecuária de corte mais extensiva, 
as instalações são mais simplificadas. 
Planejamento das Instalações 
 Deve considerar as características da área, tipos de 
solo, topografia do terreno, distribuição das aguadas e 
benfeitorias existentes. 
 
 
 O passo seguinte é o da construção/adequação das 
instalações e também deverá ser feita por profissionais 
qualificados, para que não ocorram falhas na 
implantação do projeto. 
Instalações para Bovinos de Corte 
 Consistem em um curral e construção acessória, onde 
são realizadas diversas operações de manejo da 
criação: 
 - apartação; 
 - marcação e identificação; 
 - descorna; 
 - vacinação; 
 - embarque e desembarque; 
 - castração e pequenas cirurgias; 
 - curativos; 
 - desinfecção contra parasitos (banho 
carrapaticida). 
Instalações para Bovinos de Corte 
 O curral pode ser completo, construído geralmente próximo à 
sede da fazenda, ou secundário, localizado nos retiros, no caso 
de grandes fazendas. 
 
 O completo é dotado de divisões, brete, tronco, seringa, banheiro 
carrapaticida, maternidade, bezerreiro, estábulo, balança e rampa 
de embarque. 
 
 O curral secundário apresenta apenas brete, seringa e divisões. 
O formato é variado, podendo ser redondo, quadrado ou 
retangular. A área de serviço deverá ser 
coberta, com exceção das divisórias. 
Localização 
 O terreno escolhido deve estar bem posicionado em 
relação à sede e às invernadas, visando à facilidade de 
acesso e manejo. 
 
 A localização no centro da propriedade, antecedendo a 
construção de cercas e outras benfeitorias, é a melhor 
opção. 
 
 Com bom planejamento, é possível garantir o fácil 
acesso dos animais ao curral. O local deve ser firme e 
seco, preferencialmente plano, não sujeito à erosão. 
 
 
Localização 
 Inicialmente, faz-se a limpeza do terreno, que deve ficar 
livre de toda vegetação e com inclinação de até 5%. 
 
 Essa operação visa favorecer o escoamento das águas 
pluviais, impedindo a formação de lama nos pontos de 
maior movimentação de gado. 
 
 Finalmente, se acrescenta uma camada de piçarra/rocha 
em toda a área, com uma faixa excedente em volta do 
curral e proximidades do embarcadouro, seguida de 
compactação. 
 
. 
 
 
Instalações para Bovinos de Corte 
 
 Tratando-se de gado de corte (regime normal de 
alimentação é através e pastagem) – é no curral que os 
animais recebem complementação de ração 
necessária (sal, melaço, uréia, forragens, etc.). 
 
 Operações de reprodução, bem como controle de 
ganho de peso, são feitos em instalações anexas ao 
mesmo. 
Instalações para Bovinos de Corte 
 As construções de currais deve ser simples, econômica e 
funcional, visando o melhor aproveitamento de mão-de-obra 
e do tempo destinado às diversas operações. 
 
 Madeira em quase sua totalidade, sob a forma de: 
 - moirões roliços de 0,20 m de  ou peças de 0,20 
 m x 0,20 m; 
 - peças menores de 3 x 6’’ e 
 - tábuas de 0,50 m x 0,033 m ou 0,30 m x 0,03 m. 
 
 A área destinada aos animais varia de criador para criador, 
podendo tomar em média 2 a 4 metros quadrados/animal. 
Criação confinada 
 Tem larga aceitação pelos criadores, em função das 
vantagens, destacando-se como principais: 
 - área muito < para a criação em comparação com 
o sistema tradicional, permitindo intensiva em 
propriedades pequenas; 
 - redução da idade de abate e rendimento + 
elevado em carne, proporcionando retorno + rápido do 
capital investido na engorda; 
 - produção bem > de adubos orgânicos e 
aproveitamento de resíduos de indústrias (melaço, 
uréia) e de culturas agrícolas. 
 
Criação confinada 
 O confinamento costuma ser feito em cercados sem 
cobertura (céu aberto) em currais com um dos lados 
possuindo área coberta (comedouros e bebedouros 
distribuídos dentro da área cercada que deve ser de 12 
a 15 m2/animal) e em galpões fechados. 
 
 Comedouros, em geral confeccionados de tábuas, 
conforme sua distribuição, apresentam as seguintes 
dimensões: 
- Para alimentos volumosos: seção de 0,80 x 0,60 x 0,30 
m e comprimento de 0,70 a 0,90 m/animal; 
- Para sais minerais e mistura melaço-uréia: 0,40 x 0,30 
x 0,30 m e comprimento de 2 m para cada 50 animais. 
Projeto de um cocho para a suplementação de bezerros. 
Fonte: Tortuga (2004). 
Criação confinada 
 Bebedouros: podem ser de paredes de alvenaria de 
tijolos e fundo de concreto simples ou construídos 
inteiramente de concreto armado. 
 São + higiênicos e de duração ilimitada. 
 Cuidados especiais devem ser observados na sua 
impermeabilização interna, e não devem apresentar 
arestas vivas. 
 Como medida de economia da água deve ser prevista 
uma pequena caixa-d’água com bóia anexa ao 
bebedouro. 
 A fim de evitar formação de lama, ao redor do mesmo, 
é aconselhável a construção de piso pavimentado com 
cerca de 1,50 m de largura. 
Bebedouro de concreto/alvenaria com proteção lateral. 
Bebedouro de concreto circular. 
Bebedouro de aço circular. 
Criação confinada 
 Comedouros: a proteção contra as chuvas e os raios 
solares diretos é feita por meio de uma simples 
cobertura. 
Colocação de cocho e piso pavimentado com cerca de 1,50 m de largura. 
Cocho móvel e duplo, para ração e 
sal. 
Cocho móvel para sal. 
Outros tipos, área parcialmente coberta e galpões fechados 
 Curral para distribuição de gado, com 4 recintos fechados e interligados, 
com um corredor central (seringa) onde se realizam operações de 
marcação, vacinação e curativos. 
 As cercas são feitas de moirões roliços de diâmetro de 0,20 m ou peças 
de 0,20 x 0,20 m e tábuas de 0,20 x 0,03 m pregadas do lado interno. 
 As porteiras têm as dimensões de 1,80 x 2,10 e são confeccionadas 
conforme desenho. 
Outros tipos, área parcialmente coberta e galpões fechados 
 Projeto semelhante ao anterior, porém destinado a separação do gado para 
as operações de rotina nesse tipo de criação. 
 
 Dispõe de uma área coberta para engorda em confinamento, para 35 a 40 
animais, onde são colocados comedouros e bebedouros necessários. 
 
 O corredor de tratamento, situado num dos lados do curral, facilita bastante 
os serviços, despendendo < tempo de execução. 
 
 As pessoas encarregadas das tarefas ficam numa posição + alta em 
relação aos animais, por meio de um tablado (corte A-B). 
 
 Mesmo madeiramento utilizado nos projetos anteriores. 
 
 A cobertura do galpão anexo é de telhas francesas, possuindo uma calha 
para águas pluviais no beiral do telhado que fica para o lado de dentro do 
curral. 
Outros tipos, área parcialmente coberta e galpões fechados 
 Projeto destinado a criação confinada. Galpão com área de 240 m, dividido 
em 8 boxes com capacidade para 6 a 7 animais cada um. 
 
 Compartimentos com entradas independentes. Comedouros um em frente 
ao outro, na parte central da construção. Bebedouros em forma de 
semicírculo, servindo cada um para abastecer 2 boxes. 
 
 Colunas podem ser de alvenaria de tijolos ou de concreto armado e a 
cobertura de telhas francesas. 
 
 Todo o perímetro do abrigo será fechado até a altura de 1,75 m com tábuas 
de 0,20 m x 0,03 m com espaçamento de 0,15 m para ventilação. 
 
 As paredes divisórias dos boxes também serão construídas do mesmo 
modo. 
 
 Para os animais se exercitarem ao ar livre, são previstas duas áreas 
cercadas, com cerca de 600 m2 cada uma, nos 2 lados do galpão. 
Relação ambiente/enfermidade 
 Modernamente, a enfermidade em umagroecossistema é 
considerada uma variável “entrante” ou “resultante”. 
 No primeiro caso, elas surgem no sistema de produção 
trazidas por um agente transmissor externo (Ex. febre 
aftosa). 
 No segundo caso, elas são geradas dentro do próprio 
sistema de produção (Ex. carência nutricional). Em ambos 
os casos, para que ocorram e se mantenham, dependem de 
fatores de risco presentes no ambiente de criação dos 
animais. 
Fator de risco é uma inadequação do próprio sistema de 
produção e podem ter suas origens na alimentação, nas 
instalações rurais, nos animais e no manejo, itens que 
devem permanecer sempre em interação dinâmica entre si. 
Relação ambiente/enfermidade 
 Qualquer desequilíbrio entre eles é motivo de aparecimento 
de um estado mórbido dentro do sistema de produção como 
um todo. 
 
 No que se refere à alimentação, os principais fatores de 
risco de uma enfermidade é a inadequação quantitativa 
e/ou qualitativa das pastagens e/ou da mineralização. 
 
 A alimentação tem interferência direta nos animais e 
indireta no manejo, e qualquer desequilíbrio entre eles 
poderá acarretar o surgimento de uma enfermidade. 
 
 
Relação ambiente/enfermidade 
 Quanto às instalações, é a ausência ou a inadequação delas que 
favorece o aparecimento de problemas sanitários no rebanho. 
 
 Esse item tem interferência direta na alimentação, nos animais e 
no manejo. Podemos citar, como exemplo, a ausência ou 
inadequação de cochos de sal, que fatalmente provocarão o 
surgimento de enfermidades carenciais no rebanho. 
 
 Outro exemplo, é a inadequação ou ausência de cercas de 
contenção que podem provocar alteração no manejo das 
pastagens e, conseqüentemente, na alimentação dos animais. 
 
 
 
Relação ambiente/enfermidade 
 Assim, a melhor maneira de se evitar as enfermidades em 
um rebanho é manter em equilíbrio todos os componentes 
ambientais do sistema de produção: a alimentação, as 
instalações, os animais e o manejo. 
 
 Entretanto, no tratamento de uma enfermidade já 
ocorrente, não se 
deve pensar somente na eliminação do agente patogênico 
causador do mal (vírus, bactéria, e parasito), mas também 
e, principalmente, na eliminação do fator de risco 
responsável pelo aparecimento de tal agente.

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