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Origem e Conquista das Plantas Terrestres

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BOTÂNICA 
SISTEMÁTICA
Ronei Tiago Stein
Origem e conquista 
do ambiente terrestre 
pelas plantas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar a linhagem que deu origem às plantas terrestres.
  Comparar o grupo de algas verdes com o de plantas terrestres.
  Relacionar os caracteres estruturais das plantas mais importantes na 
conquista do ambiente terrestre.
Introdução
O conhecimento das plantas é fundamental para a compreensão da vida 
na Terra e a sua evolução. Estima-se que o aparecimento da vida na Terra 
surgiu no Pré-Câmbrico, há mais de 3,5 milhões de anos, com as algas 
azuis. As algas são microrganismos procariotas, já que não têm membrana 
nuclear nem material genético organizado em cromossomas, mas com 
um sistema fotossintético constituído por clorofila A.
Atualmente, existem mais de 20 mil espécies de algas, desde as mi-
croscópicas diatomáceas até as gigantescas algas marinhas, que podem 
alcançar cerca de 100 metros. A maioria vive na água, e as algas maiores 
reproduzem-se por liberação de esporos.
Neste capítulo, estudaremos melhor as algas, pois acredita-se que 
elas deram origem às plantas terrestres, além de analisar e comparar suas 
características com as plantas terrestres atuais.
Origem das plantas terrestres
Como todos os outros organismos vivos, as plantas têm uma longa história 
durante a qual evoluíram, ou mudaram, com o passar do tempo. O planeta 
Terra, inicialmente, um aglomerado de poeira e gases girando em órbita ao 
redor de uma estrela, no caso, o nosso Sol, tem cerca de 4,6 bilhões de anos.
Os primeiros seres vivos que deram origem às plantas são desconhecidos. 
Contudo, acredita-se, com base, principalmente, em estudos fósseis, que eles 
foram seres unicelulares capazes de realizar fotossíntese e que viviam dentro do 
mar, deslocando-se dentro de massas de água que os carregavam. Esses seres 
também desenvolveram sensores captadores e direcionadores de foco de luz 
para realizar a fotossíntese. Há cerca de 1 bilhão de anos, a concentração de O2 
atmosférico tornou-se alta o bastante para que as grandes células eucarióticas 
florescessem. Novos incrementos no nível de O2 atmosférico, entre 700 a 570 
milhões de anos, permitiram que organismos multicelulares evoluíssem, ou seja, 
à medida que a concentração de oxigênio na atmosfera subiu, a complexidade 
da vida aumentou. A Figura 1 traz um pequeno resumo sobre a evolução da 
vida na Terra.
Figura 1. Evolução da vida na Terra em relação ao nível de oxigênio.
Fonte: Sadava et al. (2009, p. 470).
De acordo com Evert e Eichhorn (2014), os seres heterótrofos surgiram 
antes dos autótrofos. Após o aparecimento dos autótrofos, o fluxo de energia 
na biosfera assumiu sua forma moderna, ou seja, a energia radiante do sol 
canalizada por meio dos autótrofos fotossintetizantes para todas as outras 
formas de vida.
Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas2
Sobre as plantas, acredita-se que foi um grupo de algas verdes denomi-
nado Chlorophyta. Elas apresentavam genótipo e fenótipo bem diversos, o que 
permitiu sua sobrevivência em áreas pantanosas sujeitas a períodos alternados 
de inundação e seca. 
Diversas sinapomorfias, endossadas por evidências claras de estudos moleculares, 
indicam que o clado irmão das plantas é o grupo de algas verdes aquáticas chamado 
Charales. Sinapomorfias consiste no estado de caracteres (duas ou mais formas de 
um carácter) que surgiu no ancestral comum de um grupo e que está presente em 
todos os seus membros. 
Evert e Eichhorn (2014) mencionam que os mais antigos organismos fo-
tossintetizantes, embora simples em comparação com as plantas atuais, eram 
muito mais complexos do que os heterótrofos primitivos. O uso de energia 
solar requeria um complexo sistema de pigmentos para capturar a energia 
luminosa e, associada a esse sistema, uma maneira de armazenar a energia 
em um molécula orgânica.
Evidências das atividades de organismos fotossintetizantes foram en-
contradas em rochas de 3,4 milhões de anos. Contudo, tanto a vida quanto 
os organismos fotossintetizantes evoluíram muito antes do que sugerem os 
registros fósseis. Lousã et al. ([2007]) apresentam os principais passos evo-
lutivos do surgimento da vida na Terra:
  Ordovícico (488 a 443 milhões de anos atrás): passagem dos organismos 
vegetais para as zonas emersas.
  Silúrico (443 a 416 milhões de anos atrás) e Devónico (416 a 359 milhões 
de anos atrás): evolução dos tecidos condutores.
  Pérmico (290 a 248 milhões de anos atrás): surgem e diversificam-se 
as plantas vasculares com sementes.
  Cretácico (145 a 66 milhões de anos atrás): surgem as plantas vasculares 
com sementes cujas flores têm perianto.
Três características básicas que emergiram durante a evolução das plantas 
são embriões protegidos, tecido vascular e sementes, e representam adaptações 
3Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas
para a vida no ambiente terrestre. A Figura 2 apresenta um resumo sobre como 
ocorreu a linhagem das plantas ao longo de sua evolução.
Figura 2. Evolução das plantas.
Fonte: Sadava et al. (2009, p. 612).
O Gênero fóssil Cooksonia é considerado a primeira planta terrestre, que 
não ultrapassava 5 cm de altura e, possivelmente, sobrevivia submersa em 
substrato enlameado. A linhagem que originou as plantas terrestres evoluiu 
do ambiente aquático. Algumas algas carófitas que habitavam águas rasas das 
margens de lagos estavam sujeitas a períodos de secas. Nesse ambiente (assim 
como em ambientes similares), a seleção natural favorece os indivíduos que 
são capazes de sobreviver em períodos de escassez de água. O zigoto dessas 
algas, na falta de água, é protegido da dessecação por uma camada de uma 
substância chamada esporopolenina, mesma substância encontrada em grãos 
de pólen. O acúmulo dessas características em, pelo menos, uma população 
ancestral de carófitas tornou seus descendentes aptos a viverem de forma 
permanente fora da água. Essa grande novidade evolutiva permitiu a conquista 
do hábitat terrestre, que oferecia inúmeras vantagens, como: 
  o ar não oferece a mesma turbidez que a água;
  não existia a competição por luz com o plâncton; 
  o dióxido de carbono é mais abundante na terra do que na água, pois 
sua solubilidade é restrita na água;
  o solo é mais rico em nutrientes; 
  naquele tempo, havia poucos herbívoros e patógenos.
Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas4
Na conquista do ambiente terrestre, as plantas precisaram transpor alguns desafios 
importantes, como:
  a relativa escassez de água;
  a dessecação das plantas fora da água;
  a falta de uma estrutura resistente à gravidade.
Evert e Eichhorn (2014) mencionam que, conforme os organismos aumenta-
vam em número, a face do planeta era alterada. Essa revolução biológica ocorreu 
porque a fotossíntese envolve a quebra da molécula de água (H2O), liberando 
seu oxigênio como moléculas livres de oxigênio (O2). Há mais de 2,2 bilhões 
de anos, o oxigênio liberado em oceanos e lagos reagiu com o ferro dissolvido 
e se precipitou como óxidos de ferro, como pode ser observado na Figura 3.
Figura 3. Exemplo da precipitação de óxidos de ferro, resultado do O
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 liberado em oceanos 
e lagos com o ferro dissolvido.
Fonte: Andriy Solovyov/Shutterstock.com.
5Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas
Para saber mais sobre a origem e a evolução das plantas, assista ao vídeo disponível 
no link a seguir (A ORIGEM…, 2018).
https://qrgo.page.link/6A6s
Algas verdes e plantas terrestres
O termo algas é aplicado a uma ampla variedade de organismos aquáticos 
fotossintetizantes pertencentes a diversas linhagens não diretamente relacio-
nadas entre si, não constituindo, assim, uma categoria taxonômica (JUDD et 
al., 2009). As algas diferem-se das plantas por apresentar pouca variação entre 
as células que compõem seu corpo, ou seja, não têm tecidos bem diferencia-
dos. Elas utilizam a energialuminosa do Sol para a produção do seu próprio 
alimento e, na cadeia alimentar, servem de alimento para outros tipos de vida.
As algas, exemplo apresentado na Figura 4, frequentemente, são divididas 
em seis filos ou divisões (apresentados no Quadro 1, com base em caracte-
rísticas como o tipo de pigmento presente, o tipo de substâncias de reserva e 
a composição da parede celular).
Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas6
Figura 4. Exemplo de alga. Elas vivem em ambientes onde há água, luz e suplemento mineral.
Fonte: Alex Coan/Shutterstock.com.
As algas são organismos avasculares, portanto, sem organização de raízes, 
caule e folhas. A maioria de seus representantes é aquática, mas alguns vivem 
em ambiente terrestre, crescendo sobre troncos de árvores, por exemplo. O 
Quadro 1 traz um resumo sobre a classificação das algas.
7Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas
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Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas8
Carotenos são substâncias químicas que dão os tons de amarelo ao vermelho, 
já os xantofilas são pigmentos amarelos que formam uma das duas principais 
divisões do grupo carotenoide. Segundo Amabis e Martho (1997), a divisão 
binária é o tipo básico de reprodução das espécies unicelulares de alga. A 
célula que forma o indivíduo se divide, produzindo dois novos indivíduos. 
A reprodução sexuada das algas, assim como em todos os demais euca-
riontes, envolve a fusão de dois gametas haploides, com formação de um 
zigoto diploide. O zigoto, ou o indivíduo diploide que dele se origina, sofre 
meiose em alguma fase do seu ciclo de vida, o que restabelece o número de 
cromossomos originalmente presente em cada gameta.
Entre os filos, as algas verdes (Chlorophyta) são as mais comuns, tanto em 
ambiente terrestre como em água-doce. Os cientistas acreditam que, devido às 
semelhanças bioquímicas, às ultraestruturas, aos detalhes da divisão celular e 
aos dados de biologia molecular, um pequeno grupo de Chlorophyta, chamado 
Charophyceae, originou as embriófitas. A hipótese considerada mais plausível 
é que um grupo de algas verdes relacionado às Charophyceae teria originado 
um organismo desconhecido que seria o ancestral comum entre formas de 
briófitas e de pteridófitas.
As tradicionais algas verdes estão relacionadas com as plantas terrestres e 
juntas formam um clado conhecido como plantas verdes. Esse clado, conforme 
Judd et al. (2009), inclui mais de 300 mil espécies descritas, ou cerca de um 
sexto de todas as espécies atuais da Terra. Evidências moleculares, incluindo 
dados de sequenciamento de DNA (nuclear e de organelas) e características 
estruturais, sustentam fortemente a monofila das plantas verdes, conforme 
pode ser observado na Figura 5.
9Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas
Figura 5. Filogenia das plantas verdes: separação entre clorófitas e estreptófitas, relação 
entre algumas das tradicionais algas verdes com as embriófitas e caracteres diagnósticos 
para os clados principais. 
Fonte: Judd et al. (2009, p. 157).
Viridófitas (plantas verdes)
Clorófitas Estreptófitas
“Algas verdes”
“Micromônades”
Clorofila b, amido como substância
de reserva, estrutura flagelar estrelada,
transferência genética
>1.000 MAA
Sistema de glicolato oxidase
Estrutura flagelar
multiestratificada
e citoesqueleto
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Crescimento filamentoso
>470 MAA
Fragmoplasto
Crescimento apical e ramificado, oogamia,
plasmodesmos, retenção do gameta feminino
Revestimento do gameta feminino,
morfologia do gameta masculino,
numerosos cloroplastos por célula
Esporófito multicelular, embrião,
gametângios, esporângio, cutícula
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Judd et al. (2009) mencionam que as plantas verdes são sustentadas por 
diversas características químicas e morfológicas, como perda de ficobilinas 
e produção de clorofila B (em adição à clorofila A). Todas as plantas verdes 
estocam carboidratos nas células em forma de grãos de amido, e suas células 
motoras possuem uma característica estrutural estrelada na base de cada um 
dos flagelos anteriores em forma de chicote. 
Ficobilina é um tipo de pigmento utilizado no processo de fotossíntese que ocorre 
nas algas vermelhas e nas cianobactérias.
Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas10
A maioria das análises filogenéticas tem sustentado uma ramificação basal 
das plantas verdes em duas linhagens, que são:
  Clorófitas: contêm a maioria das algas verdes. Dentro das clorófitas, 
existem três clados fortemente sustentados, Chlorophyceae, Ulvo-
phyceae e Trebouxiophyceae. A relação entre esses clados é incerta, 
porém, a organização genética e outros caracteres moleculares sugerem 
que as ulvofíceas e as clorofíceas sejam de grupos-irmãos.
  Estreptófitas: compreende as plantas terrestres e outras linhagens 
incluídas previamente nas algas verdes. 
As plantas terrestres também são denominadas embriófitas, pois possuem 
um embrião de duração variada, que constitui o esporófito jovem. Além do 
embrião, Judd et al. (2009) afirmam que as embriófitas são caracterizadas 
pela produção de um esporófito multicelular, pelas estruturas reprodutivas 
também multicelulares (gametângios e esporângios), pela presença de uma 
cutícula e pelos esporos com paredes espessadas e com cicatrizes ou marcas 
triletes características. Assim, as principais semelhanças entre plantas e algas 
verdes podem ser resumidas da seguinte forma:
  Tanto plantas quanto algas verdes possuem clorofila A como pigmento 
responsável pela fotossíntese.
  Tanto plantas quanto algas verdes armazenam amido no interior de 
cloroplastos.
  Tanto plantas quanto algas verdes possuem celulose em sua parede 
celular.
  Tanto plantas quanto algas verdes possuem células reprodutivas com 
flagelos.
  Tanto plantas quanto algas verdes apresentam a formação de fragmo-
plasto no momento de divisão celular.
Principais características das plantas que 
dominaram e ainda dominam a Terra
Durante milhões de anos, os tecidos vegetais estiveram submersos na água, 
realizando suas trocas gasosas e de nutrientes por todas as partes do vegetal. 
As primeiras espécies que foram capazes de dominar o ambiente terrestre não 
11Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas
apresentavamraízes verdadeiras ou folhas. Sem as raízes, elas não poderiam 
absorver nutrientes do solo. 
Entretanto, fósseis de 420 milhões de anos, aproximadamente, mostram uma 
adaptação que fez com que as plantas resolvessem esse problema: a formação 
de associações simbiônticas com alguns fungos. Os fungos conseguem formar 
grandes redes de filamentos no solo, aumentando a capacidade de absorção 
de nutrientes quando comparados com o que a planta conseguiria absorver 
sozinha. O fungo passa a transferir nutrientes para a planta simbionte, e esse 
processo teria ajudado as plantas sem raízes a colonizarem o ambiente terrestre.
Simbiose significa coexistir, conviver. Designa qualquer tipo de relação ecológica 
entre espécies de seres vivos. 
Os cientistas acreditam que as primeiras plantas terrestres não ultrapas-
savam 5 cm de altura e, provavelmente, sobreviviam submersas em substrato 
enlameado. Podiam desenvolver estruturas reprodutivas no ápice do talo, as 
porções subterrâneas tinham menor impermeabilização e absorviam água 
e sais minerais da lama, ao passo que as porções emersas possuíam maior 
impermeabilização e faziam a maior parte da fotossíntese. 
Desse ponto evolutivo, as plantas lidaram com o caráter ambíguo do novo 
ambiente em relação aos recursos para a manutenção da vida vegetal. A 
luz e o CO2 precisavam ser obtidos diretamente do meio aéreo. Componen-
tes minerais, como a água, eram encontrados na superfície da terra. Dessa 
forma, os ramos que realizavam fotossíntese deveriam crescer em direção à 
luz, e os órgãos responsáveis pela absorção precisariam crescer para baixo. 
Esses aspectos foram fundamentais para a especialização apresentada pelas 
plantas terrestres, permitindo uma ampla diversificação de estruturas. Esse 
ambiente ambíguo selecionou as espécies de modo a torná-las compostas por 
dois compartimentos fisiológicos, além de padrões de crescimento distintos. 
O Quadro 2 apresenta um pequeno resumo com as diferentes classificações 
das plantas existentes atualmente.
Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas12
 Fonte: Adaptado de Sadava et al. (2009). 
Grupo Nome comum Características
Plantas avasculares
Hepatófita Hepáticas Sem estágio filamentoso; 
gametófitos planos.
Antocerófita Antocerófilas Arquegônios embebidos; esporófito 
cresce basalmente (a partir do solo).
Briófita Musgos Estágio filamentoso; esporófito cresce 
apicalmente (a partir da extremidade).
Plantas vasculares
Licófita Licopódeos Folhas simples em espiral; 
esporângios nas axilas foliares.
Pteridófita Samambaias Diferenciação entre caule 
principal e ramificações laterais 
(crescimento acima do topo).
Plantas com sementes
Gimnospermas
Cicadófita Cícadas Folhas compostas; anterozoide natante; 
sementes em folhas modificadas.
Ginkgófita Ginkgo Decíduas; folhas em forma de 
leque; anterozoide natante.
Gnetófita Gnetófitas Vasos no tecido vascular; 
folhas simples opostas.
Coniferófita Coníferas Sementes em cones; folhas em 
forma de agulha ou escamas.
Angiospermas Plantas com 
flores
Endosperma; carpelos; gametófitos muito 
reduzidos; sementes dentro do fruto.
Nota: essa classificação não inclui grupos extintos.
 Quadro 2. Classificação das plantas terrestres 
13Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas
As briófitas, especificamente, podem ser encontradas em ambientes úmidos 
e sombrios, como no interior das matas, em hábitats aquáticos ou em ambientes 
secos e desérticos (AMABIS; MARTHO, 1997). As briófitas toleram condições 
ambientais extremas, uma vez que são capazes de sobreviver como esporos 
dormentes e, dessa forma, sua distribuição geográfica é ampla, ocorrendo desde 
os polos até as zonas tropicais, e desde ambientes desérticos até ambientes 
submersos. Além disso, as briófitas podem ser encontradas em diferentes 
substratos, por exemplo, sob o solo, rochas, troncos e galhos de árvores, 
madeira em decomposição, telhados, muros, entre outros (MICHEL, 2001). 
As briófitas, os liquens e as cianobactérias foram os pioneiros no processo de sucessão 
vegetacional. Os extensos tapetes de musgos (exemplo de briófitas) conseguem 
reter grande quantidade de água, o que os caracteriza como importantes substratos 
para a germinação das sementes das plantas vasculares (pteridófitas, gimnospermas 
e angiospermas).
Amabis e Martho (1997) e Sadava et al. (2009) apresentam como as prin-
cipais características das briófitas:
  São avasculares: não possuem canais especiais para a circulação da 
seiva, ou seja, de água e nutrientes.
  São pequenas: apresentam poucos centímetros de altura.
  Possuem clorofila A e B: a clorofila é um pigmento fotossintetizante. A 
clorofila A é a principal responsável pela coloração verde das plantas 
e pela realização da fotossíntese. A clorofila B tem como função a 
ampliação da faixa de luz utilizada pela fotossíntese, uma espécie de 
pigmento acessório.
  Apresentam alternância de gerações bem definidas, gametofítica (pro-
cesso de formação de gametas) e esporofítica (indivíduo que forma 
esporos no ciclo). O esporófito depende do gametófito para sobreviver.
No decorrer da evolução, as plantas tenderam a estabelecer um esporófito li-
vre e independente quanto à nutrição, e esse esporófito tornou-se mais evidente, 
pela primeira vez, nas pteridófitas. Segundo relata Pietrobom e Barros (2002), 
Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas14
as pteridófitas (por exemplo, as samambaias e as avencas) são encontradas em 
uma grande variedade de hábitats, e sua principal característica é a presença 
de caule, raízes e folhas, porém não há formação de sementes, muito menos 
de flores, o que as colocam no grupo das criptógamas.
O esporófito livre garantido pela evolução das plantas foi fundamental para 
a conquista do ambiente terrestre, uma vez que possibilitou maior resistência e 
maior crescimento vegetal. Pesquisas apontam que as pteridófitas começaram 
a existir no Siluriano (há mais de 380 milhões de anos) e, com o passar do 
tempo, as plantas foram evoluindo, desde simples Rhyniophytos (que tinham 
como característica um caule dicotomicamente ramificado) aos Pterphytas 
(que tinham rizoides, folhas e raízes). 
Os pesquisadores apontam três teorias referentes à natureza dos primeiros 
esporófitos: 
1. Consistiam em folhas, e o eixo folhoso surgiu mais tarde no decurso 
da evolução do caule.
2. Os apêndices do eixo evoluíram de áreas superficiais do eixo.
3. O esporófito é inteiramente de natureza axial, e as folhas e os ramos 
resultam de uma modificação de ramos.
Atualmente, estima-se que existam entre 9 mil e 12 mil espécies de pteridófitas, e 
cerca de 3.250 espécies ocorrem nas Américas.
Durante a evolução das plantas no período Devoniano (há 360 milhões de 
anos, aproximadamente), surgiu a linhagem das plantas que produzem semen-
tes, ou seja, as espermatófitas. Essa divisão reúne as plantas vasculares que 
têm sementes e compreende a subdivisão das gimnospermas e angiospermas.
15Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas
As gimnospermas foram as primeiras plantas a se reproduzir por sementes. Hoje, esse 
grupo de plantas contém menos de mil espécies. Já as angiospermas são as mais 
distribuídas e bem-sucedidas plantas da Terra. Estão presentes no mundo inteiro, 
adaptadas a quase todos os tipos de hábitats, desde os desertos escaldantes até as 
montanhas geladas.
São gimnospermas todas as plantas fanerogâmicas, ou seja, caracteri-
zadas pelo fato de os óvulos ou elementos reprodutores femininos não esta-
rem protegidos por nenhum envoltório e por manterem-se em contato com o 
meio, diferentemente do que ocorre com as angiospermas. Suas sementes, em 
consequência, são também nuas, e a polinização é feita pelo vento. 
As angiospermas são os vegetais de maior sucesso evolutivo e os mais 
adaptados aos ambientes terrestres, representando a base da cobertura ve-
getal atual do planeta. Existem poucas espécies de água-doce e raríssimas 
marinhas, podendo ser encontradas em formade ervas, arbustos ou árvores 
(SCHWAMBACH; CARDOSO SOBRINHO, 2014). 
A maioria das angiospermas possui clorofila e é autótrofa, com atividade 
fotossintetizante. Porém, existem algumas espécies destituídas de clorofila, 
que não realizam fotossíntese e, por isso, são parasitas (por exemplo, o cipó-
-chumbo). Ocorrem também muitas espécies epífitas, como as orquídeas e 
as bromélias.
Raven et al. (2007) descrevem que, em relação à história evolutiva, as 
angiospermas representam um grupo de plantas com sementes com carac-
terísticas especiais, como flores, frutos e um ciclo de vida distinto, o que as 
diferenciam de todas as outras plantas. Acredita-se que as angiospermas sejam 
monofiléticas (derivadas de um único ancestral comum). 
O Quadro 3 apresenta um resumo dos principais tecidos vegetais e suas 
funções encontrados durante as fases de desenvolvimento das plantas.
Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas16
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Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas18
Kerbauy (2008) ressalta que, durante o ciclo de vida das plantas superiores 
(gimnospermas e angiospermas), as células meristemáticas alteram suas vias 
de desenvolvimento, resultando na produção de novas estruturas. Os vegetais 
crescem apenas através de determinados tecidos, denominados de meristemas 
(ou gemas), e esse crescimento ocorre com base em três processos:
1. Divisão celular: as células se multiplicam.
2. Elongação celular: as células aumentam de tamanho.
3. Diferenciação celular: as células sofrem mudanças de forma, função e 
composição, tornando-se especializadas.
As plantas superiores (gimnospermas e angiospermas) apresentam algumas 
fases de desenvolvimento relativamente bem definidas e que ocorrem em uma 
sequência obrigatória:
  Plântula: embrião de uma planta contida na semente. 
  Fase juvenil: é caracterizada pelo rápido crescimento vegetativo.
  Fase adulta vegetativa: referente à fase de crescimento da planta até o 
momento em que atinge o estado reprodutivo, correspondendo, assim, 
à fase juvenil. Essa fase tem início com a germinação das sementes e 
chega à sua conclusão quando a planta produz a flor (inflorescência). 
Durante essa fase, ocorre o desenvolvimento da planta, por exemplo, 
o crescimento dos tecidos meristemáticos (meristemas).
  Fase adulta reprodutiva: a partir do surgimento da flor, inicia-se uma 
nova fase, a fase reprodutiva com a produção das sementes. 
Os cientistas e pesquisadores não sabem ao certo a real quantidade de 
espécies de plantas que existem ao redor do mundo. Entretanto, a Agência 
FAPESP (2011) relata que, em 2011, foi feita uma estimativa pelo Censo da 
Vida Marinha, uma rede de pesquisadores de mais de 80 países, em uma 
iniciativa de dez anos, focada na diversidade, distribuição e abundância de 
vida nos oceanos. Esse estudo concluiu que, ao redor do mundo, existem 8,7 
milhões de espécies vivas; 6,5 milhões vivem na terra e 2,2 milhões, na água. 
Essas espécies são divididas em:
  animais: 7,7 milhões de espécies (953.434 descritas e catalogadas);
  plantas: 298 mil espécies (215.644descritas e catalogadas);
  fungos: 611 mil espécies (43.271 descritas e catalogadas);
  protozoários: 36.400 espécies (8.118 descritas e catalogadas);
19Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas
  cromistas: 27.500 espécies (13.033 descritas e catalogadas). 
As angiospermas constituem mais de 70% de todas as espécies de plantas 
existentes no planeta. Raven et al. (2007) mencionam que as angiospermas são 
compostas por 300 a 450 mil espécies, o maior filo de organismos fotossinte-
tizantes. Já as gimnospermas apresentam cerca de 900 espécies espalhadas ao 
redor do mundo. Isso significa que as angiospermas foram sofrendo inúmeras 
mutações gênicas, o que acabou possibilitando que se adaptassem aos mais 
variados tipos de ambientes.
Sabe-se que tanto as gimnospermas como as angiospermas produzem 
flores e sementes, porém, em relação às gimnospermas, suas sementes são 
nuas, ou seja, não são envolvidas pelo ovário desenvolvido, no caso, os frutos. 
Os frutos atuam como envoltório protetor das sementes e auxiliam em sua 
dispersão, promovendo a propagação e perpetuação da espécie. Dessa forma, as 
angiospermas acabaram conquistando diferentes ambientes ao redor do mundo.
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21Origem e conquista do ambiente terrestre pelas plantas

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