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PERÍCIA CONTÁBIL E FINANCEIRA Profª. Esp. Sara Maciel MBA Controladoria, Auditoria e Perícia Contábil 1 PERÍCIA CONTÁBIL NORMAS PERICIAIS Perícia Contábil e Financeira 2 O termo “perícia” vem do latim peritia, que significa conhecimento adquirido pela experiência, já utilizado na Roma Antiga, onde se valorizava o talento de saber. 3 PERÍCIA CONTÁBIL Perícia Contábil e Financeira A Perícia Contábil não é uma profissão em si, é uma especialidade da profissão contábil exercida por contadores. A necessidade da Justiça contar com especialistas em assuntos contábeis, econômicos, financeiros, tributários, trabalhistas, previdenciários e de administração de empresas e suas relações com os sócios, com o Estado e com as demais pessoas ligadas às atividades econômicas empresariais, fez com que o Contador se especializasse para atender essa demanda. DRUMMOND (1995, p. 78) 4 PERÍCIA CONTÁBIL Perícia Contábil e Financeira A perícia tem meios de cientificar e elucidar o julgador, orientando-o em suas decisões, uma vez que não se pode esperar que os magistrados sejam cientistas ou técnicos em quaisquer assuntos, visto que há matérias que precisam de esclarecimento e certificação de profissionais merecedores de inteira fé, nos aspectos técnicos, moral, científico e legal; 5 PERÍCIA CONTÁBIL Perícia Contábil e Financeira CONFLITO 6Perícia Contábil e Financeira São inerentes às relações humanas, assim sempre que tivermos as questões relacionadas com o convívio social teremos as questões conflitantes entre indivíduos e instituições. Ao longo de nossa história, pode-se observar tal questão; A solução de conflitos, não necessariamente será resolvida somente pelo Judiciário. O próprio Estado criou métodos para que a resolução se apresentasse de modo mais rápido: 7 CONFLITO Perícia Contábil e Financeira Algumas possibilidades de solução de conflitos, via: o Mediação; o Conciliação; o Arbitragem; o Judiciário; 8 CONFLITO Perícia Contábil e Financeira o Mediação: a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. (Art. 1º, p. único, Lei nº 13.140/15;) o Conciliação pode ser definida como um processo autocompositivo breve no qual as partes ou os interessados são auxiliados por um terceiro, neutro ao conflito, ou por um painel de pessoas sem interesse na causa, para assisti-las, por meio de técnicas adequadas, a chegar a uma solução ou a um acordo. 9 CONFLITO Perícia Contábil e Financeira Para reforçar a Definição: ➢Mediação é usada em casos mais complexos ➢Conciliação, nos mais simples. Para ser mediador judicial, o interessado deve ter curso superior completo, formado há pelos menos dois anos em instituição reconhecida pelo Ministério da Educação. É também necessário que se capacite em uma escola de formação de mediadores reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados ou pelos tribunais; 10 CONFLITO Perícia Contábil e Financeira O cadastro é administrado pelos tribunais, que recebem e avaliam os dados encaminhados pelos profissionais. Para ser um conciliador/mediador, é preciso estar capacitado, dentro de padrões estabelecidos pela Resolução CNJ n. 125/2010. Resolução n. 125/2010 do CNJ, a Lei n. 13.140/2015 (Lei de Mediação) e a Lei n. 13.105/2015 (Código de Processo Civil) determinam a obrigatoriedade da capacitação do mediador judicial e do conciliador, por meio de curso realizado pelos tribunais ou por entidades formadoras reconhecidas pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM). 11 CONFLITO Perícia Contábil e Financeira CONFLITO Arbitragem: é um método de resolução de conflitos, no qual as partes definem que uma pessoa ou uma entidade privada irá solucionar a controvérsia apresentada pelas partes, sem a participação do Poder Judiciário. 12Perícia Contábil e Financeira CONFLITO 13Perícia Contábil e Financeira 14Perícia Contábil e Financeira O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no cumprimento de sua atribuição privativa, edita as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) que devem ser adotadas por todos os profissionais da contabilidade no Brasil. Visando contribuir com o acesso a informação pelos profissionais de contabilidade, usuários de informações e demais interessados, o CFC disponibiliza livros eletrônicos, reunindo as Normas Brasileiras de Contabilidade 15 APRESENTAÇÃO Perícia Contábil e Financeira NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE PERÍCIA CONTÁBIL NBC TP 01 - que dispõe sobre perícia contábil. NBC PP 01 - que dispõe sobre perito contábil. 16Perícia Contábil e Financeira PERÍCIA CONTÁBIL (NBC TP 01 – Perícia Contábil) Esta Norma estabelece regras e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo perito, quando da elaboração de perícia contábil, no âmbito judicial, extrajudicial, inclusive arbitral, mediante o esclarecimento dos aspectos e dos fatos do litígio por meio de exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação, ou certificação 17Perícia Contábil e Financeira Conceitos A perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for pertinente. 18Perícia Contábil e Financeira PERÍCIA CONTÁBIL (NBC TP 01 – Perícia Contábil) Conceitos O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil têm por limite o próprio objeto da perícia deferida ou contratada. A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em situação regular perante o Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição. 19Perícia Contábil e Financeira PERÍCIA CONTÁBIL (NBC TP 01 – Perícia Contábil) ➢ A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. ➢A perícia extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária; ➢A perícia arbitral é exercida sob o controle da lei de arbitragem. Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle de órgãos de Estado. ➢Perícia voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes. 20Perícia Contábil e Financeira PERÍCIA CONTÁBIL (NBC TP 01 – Perícia Contábil) PERITO E ASSISTENTE TÉCNICO NBC PP01 (a) perito do juízo é o contador nomeado pelo poder judiciário para exercício da perícia contábil; (b) perito arbitral é o contador nomeado em arbitragem para exercício da perícia contábil; (c) perito oficial é o contador investido na função por lei e pertencente a órgão especial do Estado; (d) assistente técnico é o contador ou órgão técnico ou científico indicado e contratado pela parte em perícias contábeis. 21Perícia Contábil e Financeira PLANEJAMENTO O planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial, que antecede as diligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, na qual o perito estabelece os procedimentos gerais dos exames a serem executados no âmbito judicial, extrajudicial para o qual foi nomeado, indicado ou contratado, elaborando-o a partir do exame do objeto da perícia. 22Perícia Contábil e Financeira OBJETIVOS Os objetivos do planejamento da perícia são: (a) conhecer o objeto da perícia, a fim de permitir a adoção de procedimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual subsidiará o juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito da lide; (b)desenvolver plano de trabalho onde são especificadas as diretrizes e procedimentos a serem adotados na perícia; (c) estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo estabelecido; (d) identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no andamento da perícia; 23Perícia Contábile Financeira OBJETIVOS (e) identificar fatos que possam vir a ser importantes para a solução da demanda de forma que não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária; (f) identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia; (g) estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares; 24Perícia Contábil e Financeira OBJETIVOS • Elaborado o plano de trabalho pericial, o perito pode convidar os assistentes técnicos para uma reunião de trabalho, presencial ou por meio eletrônico, para dar conhecimento do planejamento da execução do trabalho pericial. • Ao identificar na etapa de elaboração do planejamento, as diligências necessárias desde que não haja preclusão de prova documental, é necessário considerar a legislação aplicável, documentos, registros, livros contábeis, fiscais e societários, laudos e pareceres já realizados e outras informações pertinentes para determinar a natureza do trabalho a ser executado 25Perícia Contábil e Financeira OBJETIVOS • O planejamento da perícia deve ser mantido por qualquer meio de registro que facilite o entendimento dos procedimentos a serem adotados e sirva de orientação adequada à execução do trabalho. • O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que fatos novos surjam no decorrer da perícia. • O planejamento deve ser realizado pelo perito-contador, ainda que o trabalho venha a ser realizado de forma conjunta com o perito-contador assistente, podendo este orientar-se no referido planejamento. 26Perícia Contábil e Financeira EQUIPE TÉCNICA • Quando a perícia exigir a necessidade de utilização de trabalho de terceiros (equipe de apoio, trabalho de especialistas ou profissionais de outras áreas de conhecimento), o planejamento deve prever a orientação e a supervisão do perito, que assumirá responsabilidade pelos trabalhos executados exclusivamente por sua equipe de apoio. 27Perícia Contábil e Financeira CRONOGRAMA • O perito-contador deve levar em consideração que o planejamento da perícia, quando for o caso, inicia-se antes da elaboração da proposta de honorários, considerando-se que, para apresentá-la ao juízo, árbitro ou às partes no caso de perícia extrajudicial, há necessidade de se especificar as etapas do trabalho a serem realizadas. • Isto implica que o perito-contador deve ter conhecimento prévio de todas as etapas, salvo aquelas que somente serão identificadas quando da execução da perícia, inclusive a possibilidade da apresentação de quesitos suplementares, o que será objeto do ajuste no planejamento. 28Perícia Contábil e Financeira CRONOGRAMA • O planejamento da perícia deve evidenciar as etapas e as épocas em que serão executados os trabalhos, em conformidade com o conteúdo da proposta de honorários a ser apresentada, incluindo-se a supervisão e a revisão do próprio planejamento, os programas de trabalho quando aplicáveis, até a entrega do laudo. 29Perícia Contábil e Financeira CRONOGRAMA • No cronograma de trabalho, devem ficar evidenciados, quando aplicáveis, todos os itens necessários à execução da perícia, tais como: • Diligências a serem realizadas, deslocamentos, necessidade de trabalho de terceiros, pesquisas que serão feitas, elaboração de cálculos e planilhas, respostas aos quesitos, prazo para entrega do laudo e outros, de forma a assegurar que todas as etapas necessárias à realização da perícia sejam cumpridas. 30Perícia Contábil e Financeira TERMO DE DILIGÊNCIA • O termo de diligência deve ser redigido pelo perito, ser apresentado diretamente à parte, ao seu procurador, ou ao terceiro, por qualquer meio escrito que se possa documentar a sua entrega, contendo minuciosamente o rol dos documentos, livros, coisas, ou outros dados de que se necessite para a elaboração do laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil. 31Perícia Contábil e Financeira • Caso ocorra a negativa da entrega dos elementos de prova ou para a colaboração na busca da verdade, deve o perito se reportar diretamente a quem o nomeou, contratou ou indicou, narrando os fatos por meio de provas e solicitando as providências cabíveis e necessárias, para que não seja imputado responsabilidade por omissão na atividade profissional. 32 TERMO DE DILIGÊNCIA Perícia Contábil e Financeira • O perito deve observar os prazos a que está obrigado por força de determinação legal e, • dessa forma, definir o prazo para o cumprimento da solicitação pelo diligenciado. 33 TERMO DE DILIGÊNCIA Perícia Contábil e Financeira O termo deve conter os seguintes itens: (a) identificação do diligenciado; (b) identificação das partes ou dos interessados e, em se tratando de perícia judicial ou arbitral, o número do processo ou procedimento, o tipo e o juízo em que tramita; (c) identificação profissional do perito; (d) indicação de que está sendo elaborado nos termos desta Norma; 34 TERMO DE DILIGÊNCIA Perícia Contábil e Financeira (d) indicação de que está sendo elaborado nos termos desta Norma; (e) indicação detalhada dos documentos, coisas, dados e informações, consignando as datas e/ou períodos abrangidos, podendo identificar o quesito a que se refere; (f) indicação do prazo e do local para a exibição dos elementos indicados na alínea anterior; (g) local, data e assinatura. 35 TERMO DE DILIGÊNCIA Perícia Contábil e Financeira • Tudo quanto é debatido e deliberado nas reuniões realizadas pelo perito pode ser lavrado em ata, a qual será assinada pelos presentes, que receberão uma via da mesma, e uma das vias deve ser juntada com o laudo. 36 ATAS Perícia Contábil e Financeira EXECUÇÃO • Ao ser intimado para dar início aos trabalhos periciais, o perito nomeado deve comunicar às partes e aos assistentes técnicos: a data e o local de início da produção da prova pericial contábil, exceto se fixados pelo juízo, juízo arbitral ou autoridade administrativa: 37Perícia Contábil e Financeira EXECUÇÃO • O perito-contador assistente pode, logo após sua contratação, manter contato com o advogado da parte que o contratou, requerendo dossiê completo do processo para conhecimento dos fatos e melhor acompanhamento dos atos processuais no que pertence a perícia. • O perito, enquanto estiver de posse do processo ou de documentos, deve zelar por sua guarda e segurança. 38Perícia Contábil e Financeira EXECUÇÃO • Para a execução da perícia contábil, o perito deve ater-se ao objeto e ao lapso temporal da perícia a ser realizada. • Mediante termo de diligência, o perito deve solicitar por escrito todos os documentos e informações relacionadas ao objeto da perícia. • A eventual recusa no atendimento a diligências solicitadas ou qualquer dificuldade na execução do trabalho pericial deve ser comunicada, com a devida comprovação ou justificativa, ao juízo, em se tratando de perícia judicial; ou à parte contratante, no caso de perícia extrajudicial 39Perícia Contábil e Financeira EXECUÇÃO • O perito deve utilizar os meios que lhe são facultados pela legislação e normas concernentes ao exercício de sua função, com vistas a instruir o laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil com as peças que julgarem necessárias. • O perito deve manter registros dos locais e datas das diligências, nomes das pessoas que os atenderem, livros e documentos ou coisas examinadas ou arrecadadas, dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem necessário e possível, juntando o elemento de prova original, cópia ou certidão. 40Perícia Contábil e Financeira EXECUÇÃO • A execução da perícia, quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada sob a orientação e supervisão do perito, que assume a responsabilidade pelos trabalhos, devendo assegurar-se que as pessoas contratadas estejam profissionalmente capacitadas à execução. 41Perícia Contábil e Financeira EXECUÇÃO • O perito deve documentaros elementos relevantes que serviram de suporte à conclusão formalizada no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil, por meio de papéis de trabalho, que foram considerados relevantes. • Visando fundamentar o laudo ou parecer e comprovar que a perícia foi executada de acordo com os despachos e decisões judiciais, bem como as normas legais e Normas Brasileiras de Contabilidade. 42Perícia Contábil e Financeira EXECUÇÃO • Entende-se por papéis de trabalho a documentação preparada pelo perito para a execução da perícia. • Eles integram um processo organizado de registro de provas, por intermédio de termos de diligência, informações em papel, meios eletrônicos, plantas, desenhos, fotografias, correspondências, depoimentos, notificações, declarações, comunicações ou outros quaisquer meios de prova fornecidos e peças que assegurem o objetivo da execução pericial. 43Perícia Contábil e Financeira PERÍCIA Procedimentos: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) • Os procedimentos periciais contábeis visam fundamentar o laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. • O exame é a análise de livros, registros de transações e documentos. 44Perícia Contábil e Financeira PERÍCIA Procedimentos: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) • A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. • A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia. • A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias. 45Perícia Contábil e Financeira PERÍCIA Procedimentos: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) • O arbitramento é a determinação de valores, quantidades ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico. • A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações. • A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas. • A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo ou ao parecer pelo perito. 46Perícia Contábil e Financeira LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E PARECER PERICIAL CONTÁBIL: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) Concluídas as diligências, o perito-contador apresentará laudo pericial contábil, e o perito-contador assistente seu parecer pericial contábil, obedecendo aos respectivos prazos; O perito-contador, depois de concluído seu trabalho, fornecerá, quando solicitado, cópia do laudo, ao perito-contador assistente, informando-lhe a data em que o laudo pericial contábil será protocolado. 47Perícia Contábil e Financeira O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil são documentos escritos, que devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho. Os peritos devem consignar, no final do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil, de forma clara e precisa, as suas conclusões. 48Perícia Contábil e Financeira LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E PARECER PERICIAL CONTÁBIL: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) A linguagem adotada pelo perito deve ser clara, concisa, evitando o prolixo e a tergiversação, possibilitando aos julgadores e às partes o devido conhecimento da prova técnica e interpretação dos resultados obtidos. As respostas aos quesitos devem ser objetivas, completas e não lacônicas. Os termos técnicos devem ser inseridos no laudo e no parecer, de modo a se obter uma redação que qualifique o trabalho pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade. 49Perícia Contábil e Financeira LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E PARECER PERICIAL CONTÁBIL: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) O perito deve elaborar o laudo e o parecer, utilizando-se do vernáculo, sendo admitidas apenas palavras ou expressões idiomáticas de outras línguas de uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais. O laudo e o parecer devem contemplar o resultado final alcançado por meio de elementos de prova inclusos nos autos ou arrecadados em diligências que o perito tenha efetuado, por intermédio de peças contábeis e quaisquer outros documentos, tipos e formas. 50Perícia Contábil e Financeira LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E PARECER PERICIAL CONTÁBIL: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) PERÍCIA LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E PARECER PERICIAL CONTÁBIL: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) Havendo determinação de esclarecimentos sobre o laudo ou parecer sem a realização de audiência, o perito deve fazer, por escrito, observando em suas respostas os mesmos procedimentos adotados quando da feitura do esclarecimento em audiência, no que for aplicável. Quesitos suplementares/complementares formulados sob a forma de esclarecimentos devem ser submetidos à autoridade julgadora. 51Perícia Contábil e Financeira Considera-se leigo ou profissional não habilitado para a elaboração de trabalhos periciais contábeis qualquer profissional que não seja contador habilitado perante Conselho Regional de Contabilidade. 52Perícia Contábil e Financeira LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E PARECER PERICIAL CONTÁBIL: (NBC TP 01 – Perícia Contábil.) NBC PP 01 – PERITO CONTÁBIL Perícia Contábil e Financeira 53 CONCEITO • Perito é o contador detentor de conhecimento técnico e científico, regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade e no Cadastro Nacional dos Peritos Contábeis, que exerce a atividade pericial de forma pessoal ou por meio de órgão técnico ou científico, com as seguintes denominações: 54 ASSISTENTE TÉCNICOPERITO 1. Nomeado pelo Juiz. 5. O prazo de manifestação para opinar sobre o laudo do perito é de 10 dias após a publicação. 5. O prazo para entrega dos trabalhos é determinado pelo Juiz. 4. Recebe seus honorários mediante alvará determinado pela Justiça. 4. Recebe seus honorários diretamente da parte que o indicou. 3. Sujeito a Impedimento ou suspeição, no CPC, art. 138-III. 3. Não está sujeito ao impedimento previsto no CPC, art. 422. 1. Indicado pelo litigante. 2. Contador habilitado. 2. Contador habilitado. 6. Profissional de confiança do Juiz. 6. Profissional de confiança da parte. DISTINÇÃO ENTRE PERITO E ASSISTENTE TÉCNICO 55 • (a) perito do juízo é o contador nomeado pelo poder judiciário para exercício da perícia contábil; • (b) perito arbitral é o contador nomeado em arbitragem para exercício da perícia contábil; • (c) perito oficial é o contador investido na função por lei e pertencente a órgão especial do Estado; • (d) assistente técnico é o contador ou órgão técnico ou científico indicado e contratado pela parte em perícias contábeis. 56 CONCEITO 57 58 COMPETENCIA PROFISSIONAL • Competência técnico-científica pressupõe ao perito manter adequado nível de conhecimento da ciência contábil, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação relativa à profissão contábil e aquelas aplicáveis à atividade pericial, atualizando-se, permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação continuada e especialização. Para tanto, deve demonstrar capacidade para: 59 • (a) pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil; • (b) realizar seus trabalhos com a observância da equidade significa que o perito-contador e o perito-contador assistente devem atuar com igualdade de direitos, adotando os preceitos legais, inerentes à profissão contábil. 60 COMPETENCIA PROFISSIONAL HABILITAÇÃO PROFISSIONAL • O perito deve comprovar sua habilitação por intermédio de Certidão de Regularidade Profissional emitidapelos Conselhos Regionais de Contabilidade ou do Cadastro Nacional de Peritos Contábeis do CFC. • O perito pode anexá-las no primeiro ato de sua manifestação e na apresentação do laudo ou parecer. 61 • A indicação ou a contratação de assistente técnico ocorre quando a parte ou a contratante desejar ser assistida por contador, ou comprovar algo que dependa de conhecimento técnico-científico, razão pela qual o profissional só deve aceitar o encargo se reconhecer estar capacitado com conhecimento, discernimento e independência para a realização do • trabalho. 62 HABILITAÇÃO PROFISSIONAL EDUCAÇÃO CONTINUADA • O perito, no exercício de suas atividades, deve comprovar a participação em programa de educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade. • Os profissionais devem cumprir, no mínimo, 40 (quarenta) pontos de Educação Profissional Continuada por ano calendário. 63 INDEPENDÊNCIA • O perito deve evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu trabalho, não admitindo, em nenhuma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que possa comprometer sua independência, denunciando a quem de direito a eventual ocorrência da situação descrita. 64 IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO – CPC 13.105/2015 • Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: • II - aos auxiliares da justiça; • § 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos. • Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição. • Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará novo perito. 65 IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO • Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias. 66 IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO • São situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o perito de exercer, regularmente, suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial ou extrajudicial, inclusive arbitral. • O perito nomeado deve se declarar suspeito ou impedido quando não puder exercer suas atividades, observadas as disposições legais. 67 IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO • O perito deve declarar-se suspeito quando, após nomeado ou contratado, verificar a ocorrência de situações que venham suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, dessa maneira, comprometer o resultado do seu trabalho em relação à decisão. • Os casos de suspeição e impedimento a que está sujeito o perito nomeado são os seguintes: 68 IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO • (a) ser amigo íntimo de qualquer das partes; • (b) ser inimigo capital de qualquer das partes; • (c) ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou entidades das quais esses façam parte de seu quadro societário ou de direção; • (d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges; 69 IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO • (e) ser parceiro, empregador ou empregado de uma das partes; • (f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da discussão; e • (g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de uma das partes. • O perito pode ainda declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo. 70 Impedimento técnico-científico • O impedimento por motivos técnico-científicos a ser declarado pelo perito decorre da autonomia, estrutura profissional e da independência que devem possuir para ter condições de desenvolver de forma isenta o seu trabalho. • São motivos de impedimento técnico-científico: • (a) a matéria em litígio não ser de sua especialidade; 71 • (b) constatar que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos trabalhos em que o perito-contador for nomeado, contratado ou escolhido; ou em que o perito-contador assistente for indicado; • (c) ter o perito-contador da parte atuado para a outra parte litigante na condição de consultor técnico ou contador responsável, direto ou indireto em atividade contábil ou em processo no qual o objeto de perícia seja semelhante àquele da discussão, sem previamente comunicar ao contratante. 72 IMPEDIMENTO TÉCNICO-CIENTÍFICO SIGILO • O perito, em obediência ao Código de Ética Profissional do Contabilista, deve respeitar e assegurar o sigilo das informações a que teve acesso, proibida a sua divulgação, salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo. • O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se desligar do trabalho antes de tê-lo concluído. 73 RESPONSABILIDADE • O perito deve conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para a execução de perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral. • O termo “responsabilidade” refere-se à obrigação do perito em respeitar os princípios da moral, da ética e do direito, atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissionalmente por seus atos. 74 • O perito-contador no desempenho de suas funções deve propugnar pela imparcialidade, dispensando igualdade de tratamento às partes e especialmente aos perito-contadores assistentes. • Não se considera parcialidade, entre outros, os seguintes: • (a) atender a uma das partes ou perito-contadores assistentes, desde que se assegure igualdade de oportunidade à outra parte, quando solicitado; • (b) fazer uso de trabalho técnico-científico anteriormente publicado pelo perito-contador que verse sobre o tema objeto da perícia. 75 RESPONSABILIDADE E ÉTICA • A legislação civil determina responsabilidades e penalidades para o profissional que exerce a função de perito, as quais consistem em multa, indenização e inabilitação. • Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis. • 76 RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL • A legislação penal estabelece penas de multa e reclusão para os profissionais que exercem a atividade pericial que descumprirem as normas legais. • Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) • Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 77 RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10268.htm#art342 78 ZELO PROFISSIONAL • O termo “zelo” para o perito refere-se ao cuidado que o mesmo deve dispensar na execução de suas tarefas, em relação à sua conduta, documentos, prazos, tratamento dispensado às autoridades, aos integrantes da lide e aos demais profissionais, de forma que sua pessoa seja respeitada, seu trabalho levado a bom termo e, consequentemente, o laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil dignos de fé pública. 79 80 ESCLARECIMENTOS • Em defesa de sua conduta técnica profissional, o perito deve prestar esclarecimentos sobre o conteúdo do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil, em atendimento a determinaçãodo juiz ou árbitro que preside o feito ou a pedido das partes. 81 HONORÁRIOS 82 HONORÁRIOS • Na elaboração da proposta de honorários, o perito dever considerar os seguintes fatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexidade, a quantidade de horas, o pessoal técnico, o prazo estabelecido, a forma de recebimento e os laudos interprofissionais, entre outros fatores. • A relevância é entendida como a importância da perícia no contexto social e sua essencialidade para dirimir as dúvidas de caráter técnico- científico contábil, suscitadas em demanda judicial ou extrajudicial. 83 • O perito deve elaborar a proposta de honorários, quando possível, descrevendo o plano de trabalho de forma a atender ao objeto da perícia, considerando as várias etapas do trabalho pericial até o término da instrução ou homologação do laudo. • O perito pode ressalvar que as despesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação e outras despesas não estão inclusas na proposta de honorários e devem ser objeto de ressarcimento. 84 ELABORAÇÃO DE PROPOSTA EXEMPLO 85 • O assistente técnico deve, obrigatoriamente, celebrar contrato de prestação de serviços com o seu cliente, observando as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade. 86 ELABORAÇÃO DE PROPOSTA QUESITOS SUPLEMENTARES • O perito deve ressaltar, em sua proposta de honorários, que esta não contempla os honorários relativos a quesitos suplementares e, se estes forem formulados pelo juiz e/ou pelas partes, pode haver incidência de honorários suplementares a serem requeridos, observando os mesmos critérios adotados para elaboração da proposta anterior. • Quesito suplementar – é o formulado e apresentado antes do fim da perícia ou diligência, ampliando o escopo original da investigação, são quesitos novos. • CPC Art. 469º. 87 QUESITOS DE ESCLARECIMENTOS • Quesito de esclarecimento – é aquele que visa elucidar os fatos constantes da perícia, cujo laudo já foi juntado aos autos do processo e que estejam vinculados a respostas incompletas, ausência de respostas, obscuridade e/ou relativo a contradições. Sem necessidade de complementação dos honorários do perito 88 LEVANTAMENTO DOS HONORÁRIOS • O perito nomeado pode requerer a liberação de até 50% dos honorários depositados, quando julgar necessário para o custeio antes do início dos trabalhos, sendo defeso o perito receber honorários diretamente dos litigantes ou de seus procuradores ou prepostos, salvo disposição em contrário determinada pela autoridade competente. 89 DEVOLUÇÃO DE HONORÁRIOS • Quando a perícia for considerada inconclusiva ou ineficiente, ou quando substituído, pode a autoridade competente determinar a redução ou devolução do valor dos honorários já recebidos. 90 PERÍCIA CONTÁBIL APLICAÇÃO Perícia Contábil e Financeira 91 APLICAÇÃO DE PERÍCIA CONTÁBIL E FINANCEIRA A perícia contábil pode ser aplicada a vários tipos de situações, não necessariamente na esfera dos tribunais, mas em quaisquer situações que exigem provas e análises. Isso porque sua aplicação traz para as partes interessadas informações e dados comprovados por meio do laudo pericial, que justificam ou desqualificam argumentos. 92 APLICAÇÃO DE PERÍCIA CONTÁBIL E FINANCEIRA • Apuração de haveres e avaliações de direitos e obrigações (Valuation) - Tem como objetivo avaliar o patrimônio da sociedade para estipular o valor devido a cada sócio em cenários de saída ou dissolução da sociedade. O Fluxo de Caixa Descontado é um método de avaliação de empresas que calcula o valor do negócio com base na sua capacidade de geração de riqueza no futuro e não apenas a partir da sua realidade atual. Mas seu cálculo deduz o custo do capital para esse crescimento e o risco do negócio. Por isso, o valuation por meio desse método reflete o valor intrínseco da empresa de forma mais justa e, por isso, é reconhecido pelo mercado 93 • Levantamentos de balanços especiais para fins de determinação do patrimônio líquido; • Avaliação de acervos patrimoniais; • Cálculos de juros bancários abusivos; - Sistemas de amortização; A Tabela Price oferece parcelas fixas, com juros mais altos no início. O SAC tem parcelas decrescentes, com amortização constante e juros menores ao longo do tempo. A Tabela Price é mais previsível, enquanto o SAC geralmente resulta em pagamentos menores a longo prazo. Perícia Contábil e Financeira 94 APLICAÇÃO DE PERÍCIA CONTÁBIL E FINANCEIRA • Causas trabalhistas; • Dissolução de sociedades; • Reorganização societária; • Fusões, cisões e aquisições de empresas. Perícia Contábil e Financeira 95 APLICAÇÃO DE PERÍCIA CONTÁBIL E FINANCEIRA