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ESCLARECIMENTOS 
 
Olá! Você está recebendo a atualização de dezembro do CADERNO SISTEMATIZADO DE 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL. 
Por fim, salientamos que as atualizações são uma cortesia, por isso são enviadas de forma 
separada, indicando exatamente os pontos que foram alterados e/ou inseridos em seu caderno. 
Não haverá o envio integral do Caderno. 
Estamos juntos! 
Bons estudos!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponibilizado exclusivamente para Renato Flores Martins, documento 712.315.011-20, email concurseirarfm@gmail.com
 
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PÁGINA 72: Após o HC 198437, incluímos o disposto abaixo: 
Apesar da existência de julgados do STF favoráveis à aplicação do princípio da 
insignificância ao reincidente, em recente posicionamento, o STF (HC 224.553, de agosto de 2023) 
decidiu que no caso de um crime cometido por mais de uma pessoa e durante o repouso noturno, 
e sendo um dos condenados reincidente, não é possível aplicar o princípio da insignificância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponibilizado exclusivamente para Renato Flores Martins, documento 712.315.011-20, email concurseirarfm@gmail.com
 
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PÁGINA 74: Reformulamos o item 2) Crimes contra a administração pública, razão pela qual 
recomendamos a substituição pelo disposto abaixo: 
Conforme prevê a Súmula 599 do STJ, não se aplica o princípio da insignificância aos crimes 
contra a administração pública, isto porque o que importa em tais crimes é a moralidade pública, a 
ética administrativa. 
Súmula 599 do STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes 
contra a administração pública. 
 
Ressalta-se, contudo, que na Edição 220 da Jurisprudência em Teses, disponibilizada em 
01/09/2023, o STJ elaborou a seguinte tese: 
2) É possível, excepcionalmente, afastar a incidência da Súmula 599/STJ 
para aplicar o princípio da insignificância aos crimes praticados contra a 
administração pública quando for ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado. 
 
Na mesma ocasião, o STJ também formulou a tese de inaplicabilidade do princípio ao crime 
de estelionato, in verbis: 
3) O princípio da insignificância é inaplicável ao crime de estelionato cometido 
contra a administração pública, uma vez que a conduta ofende o patrimônio 
público, a moral administrativa e a fé pública, e possui elevado grau de 
reprovabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PÁGINA 75: Reformulamos o item 4) Posse e porte de munição de arma de fogo, a depender do 
caso concreto, razão pela qual recomendamos a substituição pelo disposto abaixo: 
O STF, a depender do caso concreto, reconhece a possibilidade de aplicação do princípio 
da insignificância para o crime de posse ou porte ilegal de pouca quantidade de munição 
desacompanhada da arma, conforme os julgados abaixo: 
I – Recorrente que guardava no interior de sua residência uma munição de 
uso permitido, calibre 22. II – Conduta formalmente típica, nos termos do art. 
12 da Lei 10.826/2003. III – Inexistência de potencialidade lesiva da munição 
apreendida, desacompanhada de arma de fogo. Atipicidade material dos 
fatos. (...). STF. 2ª Turma. RHC 143449, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 26/09/2017. 
 
É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição 
desacompanhada de arma. STF. 2ª Turma. HC 133984/MG, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 17/5/2016 (Info 826). 
 
No entanto, quando acompanhado de outros delitos, o STF entende pela não aplicação do 
princípio da insignificância: 
Não se reconhece a incidência excepcional do princípio da insignificância ao 
crime de posse ou porte ilegal de munição, quando acompanhado de outros 
delitos, tais como o tráfico de drogas. STF. 1ª Turma. HC 206977 AgR, Rel. 
Min. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2021. 
 
No que se refere ao STJ, na Edição 219 da Jurisprudência em Teses, disponibilizada em 
18/08/2023, formulou-se tese de possibilidade de aplicação do princípio com base nos seguintes 
termos: 
9) É possível aplicar o princípio da insignificância aos delitos de porte ou 
posse de munição de uso permitido ou restrito, desde que a quantidade 
apreendida seja pequena e esteja desacompanhada de armamento apto ao 
disparo e as circunstâncias do caso concreto demonstrem a ausência de 
lesividade da conduta. 
 
Todavia, se a apreensão acontecer no contexto do cometimento de outro crime, não é 
possível se aplicar o princípio da insignificância, conforme tese abaixo exposta: 
10) Não é possível aplicar o princípio da insignificância aos delitos de porte 
ou posse de munição, de uso permitido ou restrito, ainda que em pequena 
quantidade e desacompanhada de armamento apto ao disparo, se a 
apreensão acontecer no contexto do cometimento de outro crime. 
 
 
 
 
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PÁGINA 320: Após o parágrafo, igualmente, é concedido por decreto privativo e discricionário do 
Presidente da República (...), incluímos o disposto abaixo: 
É importante ressaltar, nesse sentido, que o decreto de indulto pode ser julgado 
inconstitucional caso fique demonstrado que tinha por finalidade atingir objetivos de interesse 
pessoal ao invés do interesse público, conforme posicionamento do STF: 
É inconstitucional decreto presidencial que, ao conceder indulto individual 
(graça em sentido estrito), visa atingir objetivos distintos daqueles autorizados 
pela Constituição Federal de 1988, eis que observa interesse pessoal ao 
invés do público. Há, no caso, violação aos princípios da impessoalidade e 
da moralidade administrativa (art. 37, “caput”, CF/88), além de desvio de 
finalidade. STF. Plenário. ADPF 964/DF, ADPF 965/DF, ADPF 966/DF e 
ADPF 967/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 10/5/2023 (Info 1094). 
 
Como o tema foi cobrado em concurso? 
(TJ-MS - Juiz - FGV - 2023): O indulto é concedido mediante decreto do 
presidente da República, podendo extinguir pena ou medida de segurança. 
Correto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PÁGINA 332: Após o parágrafo “É o réu maior de 70 anos à época da primeira decisão condenatória 
proferida contra ele na (...)”, incluímos o disposto abaixo: 
No entanto, há diferentes situações para aplicação (ou não) do art. 115 do CP. Para melhor 
compreensão do tema, colaciona-se as explicações do Professor Márcio Cavalcante (Dizer o 
Direito). 
Situação 1: João, com 69 anos, foi condenado. Opôs embargos de declaração. No dia do 
julgamento dos embargos, já tinha mais que 70 anos. O réu terá direito à redução do art. 115 do 
CP. 
É cabível a redução do prazo prescricional pela metade (art. 115 do CP) se, 
entre a sentença condenatória e o julgamento dos embargos de declaração, 
o réu atinge a idade superior a 70 anos, tendo em vista que a decisão que 
julga os embargos integra a própria sentença condenatória. STJ. 6ª Turma. 
EDcl no AgRg no REsp 1.877.388-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, 
julgado em 2/5/2023 (Info 773). 
 
Como foram opostos embargos de declaração contra a sentença condenatória e se entre a 
sentença condenatória e o julgamento dos embargos o réu atingir idade superior a 70 anos, é 
possível aplicar o art. 115 do Código Penal, tendo em vista que a decisão que julga os embargos 
integra a própria sentença condenatória. 
Situação 2: Pedro, com 69 anos, foi condenado. Interpôs apelação. No dia do julgamento 
da apelação, já tinha mais que 70 anos. O réu não terá direito à redução do art. 115 do CP. 
O termo “sentença” contido no art. 115 do Código Penal se refere à primeira 
decisão condenatória, seja a do juizsingular ou a proferida pelo Tribunal, não 
se operando a redução do prazo prescricional quando o édito repressivo é 
confirmado em sede de apelação ou de recurso de natureza extraordinária. 
STJ. 6ª Turma. HC 503.356/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 
13/08/2019. 
 
Por expressa previsão do art. 115 do CP, são reduzidos pela metade os 
prazos de prescrição quando o criminoso era, na data da sentença, maior de 
70 anos. O termo sentença deve ser compreendido como a primeira decisão 
condenatória, seja sentença ou acórdão proferido em apelação. A redução do 
prazo prescricional prevista no art. 115 do CP não se relaciona com as causas 
interruptivas da prescrição previstas no art. 117 do mesmo diploma legal, 
tratando-se de fenômenos distintos e que repercutem de maneira diversa. 
STJ. 6ª Turma. HC 316.110-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 
25/06/2019 (Info 652). 
 
Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é necessário 
que, no momento da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. Se ele só completou a idade 
após a sentença, não terá direito ao benefício, mesmo que isso tenha ocorrido antes do julgamento 
de apelação interposta contra a sentença. 
Por fim, tem-se que o Estatuto do Idoso adota um critério etário. Assim, entende que a 
pessoa com 60 anos ou mais deve ser considerada idosa. Diante disso, indaga-se: a prescrição 
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será reduzida também para os maiores de 60 anos? Houve modificação do Código Penal? A 
redução pela metade continua valendo apenas para o maior de 70 anos (STF HC 89.969), eis que 
os fundamentos do Estatuto (proteção da hipossuficiência) e da redação são totalmente diversos 
(fragilidade da pessoa para cumprir a pena). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PÁGINA 345: Após o art. 112, incluímos o disposto abaixo: 
É importante ressaltar que a prescrição da execução da pena, apesar da disposição legal 
acima exposta, começa a contar da decisão definitiva para todas as partes, conforme decidido pelo 
STF: 
O prazo para a prescrição da execução da pena concretamente aplicada 
somente começa a correr do dia em que a sentença condenatória transita em 
julgado para ambas as partes, momento em que nasce para o Estado a 
pretensão executória da pena, conforme interpretação dada pelo Supremo 
Tribunal Federal ao princípio da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, 
da Constituição Federal) nas ADC 43, 44 e 54. STF. Plenário. ARE 
848.107/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 01/7/2023 (Repercussão Geral 
- Tema 788) (Info 1101). 
 
Sendo assim, é incompatível com a atual ordem constitucional a aplicação meramente literal 
do art. 112, I, do Código Penal. Por isso, é necessário interpretá-lo sistemicamente, com a fixação 
do trânsito em julgado para ambas as partes (acusação e defesa) como marco inicial da prescrição 
da pretensão executória estatal pela pena concretamente aplicada em sentença condenatória. 
O Estado não pode determinar a execução da pena contra condenado com base em título 
executivo não definitivo, dada a prevalência do princípio da não culpabilidade ou da presunção de 
inocência. Assim, a constituição definitiva do título judicial condenatório é condição de exercício da 
pretensão executória do Estado. 
A prescrição da pretensão executória pressupõe a inércia do titular do direito de punir. 
Portanto, a única interpretação do inciso I do art. 112 do Código Penal compatível com esse 
entendimento é a que elimina do dispositivo a locução “para a acusação” e define como termo inicial 
o trânsito em julgado para ambas as partes, visto que é nesse momento que surge o título penal 
passível de ser executado pelo Estado. 
Ademais, a aplicação da literalidade do dispositivo impugnado, além de contrária à ordem 
jurídico-normativa, apenas fomenta a interposição de recursos com fins meramente 
procrastinatórios, frustrando a efetividade da jurisdição penal. 
Diante disso, o STF declarou a não recepção pela Constituição Federal da locução “para a 
acusação”, contida art. 112, inciso I (primeira parte), do Código Penal, conferindo-lhe interpretação 
conforme a Constituição no sentido de que a prescrição começa a correr do dia em que transita em 
julgado a sentença condenatória para ambas as partes. 
Ressalta-se que o entendimento ora exposto se aplica aos casos em que: 
1) A pena não foi declarada extinta pela prescrição; e 
2) Cujo trânsito em julgado para a acusação tenha ocorrido após 12/11/2020. 
Como o tema foi cobrado em concurso? 
(DPE-RJ - Defensor - FGV - 2023): O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar 
recurso cuja repercussão geral foi reconhecida, proferiu importante decisão 
que fixou o termo inicial do prazo da prescrição da pretensão executória. A 
decisão tem ensejado relevantes debates sobre violações a princípios 
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constitucionais explícitos e implícitos que limitam o poder de punir do Estado. 
O termo a quo do prazo da prescrição da pretensão executória, segundo o 
Pretório Excelso, e o princípio cuja densidade normativa foi reduzida pela 
decisão o dia em que transita em julgado a sentença condenatória para 
ambas as partes; princípio pro homine. Correto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PÁGINA 389: Após o HC 647642/SC, incluímos o disposto abaixo: 
Vale ressaltar, contudo, que não se trata de tema pacífico, tanto é que o próprio STJ, em 
abril de 2023, adotou posicionamento no sentido de que a depender da gravidade da circunstância 
judicial, a incidência de uma única delas é suficiente para a fixação da pena-base no máximo legal. 
Assim segue: 
A análise das circunstâncias judiciais do art. 59, do Código Penal, não atribui 
pesos absolutos para cada uma delas a ponto de ensejar uma operação 
aritmética dentro das penas máximas e mínimas cominadas ao delito. Assim, 
é possível até mesmo que o magistrado fixe a pena-base no máximo legal, 
ainda que tenha valorado tão somente uma circunstância judicial, desde que 
haja fundamentação idônea e bastante para tanto. STJ. 5ª Turma. AgRg nos 
EDcl no AREsp 2.172.438-SP, Rel. Min. João Batista Moreira 
(Desembargador convocado do TRF1), julgado em 11/4/2023 (Info 13 – 
Edição Extraordinária). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PÁGINA 395: Após o parágrafo “A Súmula 231 do STJ prevê que (...)”, incluímos a observação 
abaixo: 
Obs.: em maio de 2023 foi convocada audiência pública para fomentar 
e incrementar o debate quanto à possível revisão da Súmula 231 do 
STJ. 
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