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Evolução e Classificação do Crédito

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O CRÉDITO
A palavra “crédito” vem do latim credere e significa confiar, confiança. É uma evolução do
contrato para otimizaras relações econômicas e a circulação de bens, Superando o
estado de natureza.
O escambo é o marco inicial dessa evolução.
O crédito é o resultado de dois elementos: o subjetivo e o objetivo. O primeiro está na
confiança, na segurança que a pessoa sente em face de uma prestação a ser cumprida.
O segundo é a própria riqueza que está inserida na obrigação. O crédito possibilita a
circulação de riquezas sem a necessidade do pagamento imediato.
Classificação do crédito:
Da sua garantia: a) crédito real, quando está garantido por determinado bem do
devedor, ficando o bem vinculado ao cumprimento da obrigação pelo devedor. b) crédito
pessoal é garantia representada por um pela integralidade do seu patrimônio.
Da sua utilização: a) crédito para consumo. b) crédito de produção.
Pode ser representado por: a) título de crédito; b) contrato
Ao beneficiário: a) privado, quando o devedor é pessoa natural ou jurídica de direito
privado; b) público, quando o Estado é o devedor.
Local de obtenção do crédito: a) interno, obtido dentro do território do Estado; b)
externo, fonte situada fora do território nacional.
LEGISLAÇÃO EM MATÉRIA DE TÍTULOS DE CRÉDITO:
Artigos 887 a 926 do Código Civil, devendo ser observada a Legislação Especial para
cada título de crédito.“Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de
crédito pelo disposto neste Código”. Código Civil que tratam de títulos de crédito são de
aplicação suplementar, incidindo unicamente na ausência de lei própria.
a) Letra de câmbio e nota promissória: Decreto no 57.663/66 e
Decreto no 2.044/1908.
b) Cheque: Lei no 7.357/85.
c) Duplicata: Lei no 5474/68.
Conceito: “Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e
autônomo, nele mencionado”. Os títulos de créditos surgiram na Idade Média, o primeiro
título de crédito inventado foi a letra de câmbio, o que ocorreu no século XI. 
Convenção de Genebra (1930). Trata-se de um tratado internacional cuja finalidade foi a
de “uniformizar” as regras sobre letra de câmbio e nota promissória (Decreto n. 57.663/66
– apelidado de “Lei Uniforme”.)
Principais expressões cambiárias
Sacar – Significa emitir o título (pode significar descontar de conta bancária).
Saque – É a expedição do título, emissão ou criação.
Sacador – É o emitente, quem cria o título; ele saca, por exemplo, a letra de câmbio,
dando a ordem para o sacado pagar determinado valor em determinada data.
Sacado – É o aceitante, o devedor, pois aceitando (aceite) o título estará concordando.
Aceite – É a concordância em pagar.
Tomador – É o credor, o beneficiário, que poderá ser um terceiro (cheque ou letra de
câmbio), ou ser a mesma pessoa que o sacador (duplicata).
Características
1.1 Disciplina pelo direito comercial/empresarial: conflito entre o interesse de um
credor de boa fé e um devedor de boa fé, a solução será dada a favor do credor.‐ ‐
1.2 Bem móvel:é bem móvel e está sujeito aos princípios gerais que regem bens móveis.
1.3 Natureza pro solvendo: A emissão do título não extingue a obrigação, a obrigação
cambial e a originária, coexistem. a perda ou destruição do título não impede a uma ação
baseada no contrato.
1.4 Circulação
1.5 Títulos de Apresentação: Para exigir o direito representado no título, seu titular deve
apresentar o título ao devedor.
1.6 Obrigação Quesível: o credor deve se dirigir ao devedor para exigir o pagamento, e
não o contrário.
1.7 Título de Resgate: Ao realizar esse pagamento, o devedor deve exigir a entrega do
título para evitar que mesmo volte a circular tendo o perigo de ser cobrado novamente.
1.8 Executividade: sem o pagamento, o credor pode ir ao Judiciário buscar o pagamento.
1.9 Presunção de Certeza e Liquidez: art. 783 CPC, execução deve por título líquido,
certo e exigível.
1.10 Formalismo: A não observância dos requisitos não gera a nulidade do documento,
mas apenas não se reconhece ao documento os efeitos de um título de crédito. A
irregularidade da forma afeta os efeitos do documento como título de crédito. Eventual
correção desses vícios de nada adianta, pois, uma vez promovidas as medidas para o
exercício do direito de crédito com um título incompleto, fica afastada a condição de título
de crédito que não poderá ser adquirida posteriormente.
1.11 Solidariedade Cambiária: Várias pessoas podem assumir a responsabilidade pelo
pagamento do título,o credor poderá exigir de um, de alguns ou de todos os obrigados o
pagamento integral do título. qualquer codevedor que paga a dívida terá direito de
regresso contra os outros codevedores.
ENDOSSO
Decorrente de declaração unilateral de vontade pela qual o beneficiário ou terceiro
adquirente (endossante) transfere os direitos dele decorrentes a outra pessoa
(endossatário). é o meio cambiário próprio para operar a transferência dos direitos
decorrentes dos títulos de crédito.
Sendo a transmissão da letra de câmbio e da nota promissória regrada pelos arts. 11 a 20
do Decreto no 57.663, de 1966. A Lei no 7.357, de 1985, disciplina a transmissão do
cheque nos arts. 17a 28. A Lei no 5.474, de 1968, a transmissão da duplicata, aplicando-
se no que couber, as normas da legislação sobre letra de câmbio (LD, art. 25).
Responsabilidade do endossante
O endossante garante tanto o aceite, quanto o pagamento da letra de câmbio, e, da
mesma forma, é responsável pelo pagamento da nota promissória, do cheque e da
duplicata. O endosso permite a circulabilidade dos títulos, permitindo sua negociabilidade,
pode ser “em branco”, quando não identificado o endossatário, tornando-se título ao
portador, ou “em preto”, quando o endossatário é identificado, tornando-se título
nominativo.
São efeitos do endosso: a) o endossante transfere a titularidade do crédito; b) o
endossante continua codevedor do título, na hipótese de inadimplemento do sacado, o
endossante pode ser chamado pelo beneficiário a fim de adimplir o débito.
Endosso-mandato (ou procuração ou impróprio) A caracterização está no art. 917 do
Código Civil, O endossatário não perde os direitos com a cláusula constitutiva de
mandato, exceto se vier restrição expressamente convencionada.
Endosso-caução (ou pignoratício) Acontece quando o título é dado como garantia.
Nessa hipótese, não se transfere a titularidade definitiva do crédito ao endossatário, salvo
se não cumprir a obrigação garantida.
Endosso sem garantia Cuida daquele que proíbe outros endossos após ele, o que
desobriga o endossante ao pagamento a outras pessoas caso haja transferências
subsequentes.
Endosso posterior ao vencimento (póstumo) tem os mesmos efeitos do endosso
realizado anteriormente ao vencimento. Mas, se o endosso se der posteriormente ao
“protesto por falta de pagamento”, ele produzirá apenas efeitos de uma cessão de crédito.
AVAL
Aval total ou completo garante de modo integral o valor do título de crédito.
O aval parcial restringe a garantir apenas uma parte do valor do título.
ATENÇÃO: art. 897 CC, parágrafo único, veda o aval parcial. afrontando o art. 30 da Lei
Uniforme, o aval pode ser dado no todo ou em parte do valor do título. Em razão de a lei
especial prevalecer sobre a lei geral, o aval parcial é possível.
O aval em branco não identifica o avalizado, o art. 31 da LU, o sacador será o avalizado.
O aval em preto identifica o avalizado, podendo ser o sacador, o sacado ou endossantes.
4. PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
CARTURALIDADE “título de crédito é o documento necessário para o exercício do
direito, literal e autônomo, nele mencionado”. ATENÇÃO: O princípio da cartularidade em
alguns direitos podem ser exercidos sem a exibição do título.
LITERALIDADE O direito mencionado no título de crédito é literal, no sentido de ter seu
conteúdo e seus limites determinados notermo do título. O teor literal do título é relevante
para definir a existência, o conteúdo e a modalidade do direito.
ATENÇÃO: Tal princípio não se aplica integralmente à duplicata. Nesta, são admitidas a
quitação em separado (Lei n. 5.474/68 – art. 9), a compensação de valores não previstos
no título (Lei n. 5.474/68 – art. 10) e a assunção de obrigação fora do título, como o
chamado aceite presumido.
AUTONOMIA Um único título documentar mais de uma obrigação, elas serão
consideradas independentes, sendo que uma possível invalidade de qualquer uma delas
não acarretará prejuízos às demais obrigações. O princípio da autonomia é constituído
por dois subprincípios: INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS AOS
TERCEIROS DE BOA FÉ O executado, não pode alegar em sua defesa matéria estranha‐
à sua relação direta com o exequente salvo prova de má-fé. ABSTRAÇÃO o título de
crédito quando circula se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem, Quem
recebe o título de crédito recebe um direito abstrato, um direito não dependente do
negócio que deu origem ao título.
INDEPENDÊNCIA o título vale por si só, não precisando ser completado por outros
documentos. Ao transferir um crédito, não é necessária a transferência de qualquer outro
documento, uma vez que o título basta por si só.
LETRA DE CÂMBIO
Os Decretos 57.663/66 (anexos I e II) e 2.044/1908 regulam a Letra de Câmbio no Brasil.
A Letra de Câmbio é um instrumento de declaração unilateral de vontade, enunciada em
tempo e lugar, Letra de câmbio é uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao
sacado para que este pague a importância firmada a um terceiro denominado tomador. O
título considera-se emitido quando o sacador nele apõe sua assinatura, completando,
assim, o ato unilateral de sacar o título.
Criada na idade média, objetivo de em vez de dinheiro, recebiam os títulos para serem
trocados posteriormente, em suas cidades de origem, pela correspondente quantia
pecuniária, para não correr o risco de assaltos.
REQUISITOS DA LETRA DE CÂMBIO:
a) a palavra letra; b) o mandato de pagar uma quantia determinada; c) o nome daquele
que deve pagar (sacado); d) a época do pagamento; e) a indicação do lugar; f) o nome da
pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; g) a indicação da data em que, e do
lugar onde a letra é passada; h) a assinatura de quem passa a letra (sacador).
OBS: e se faltam à cártula (documento), o título não produzirá efeito como letra.
A LETRA DE CÂMBIO PODE SER SACADA: a) à vista; b) prazo depois do aceite);
c)certo termo de data(contar da data do saque); d) num dia fixado (artigo 33 da Lei
Uniforme).
OBS: Se a cártula não indica a época do pagamento, entende-se pagável à vista.
JUROS NA LETRA DE CÂMBIO
Quando pagável à vista ou termo de vista, o sacador poderá estipular juros sobre a
importância a ser paga. A taxa de juros deve ser indicada na letra, na falta de indicação, é
considerada como não escrita.
PRESCRIÇÃO NA LETRA DE CÂMBIO (art. 70 da LU)
a) 3 anos em face do aceitante, contado do vencimento do título; b) 1 ano, contado do
protesto, em face dos coobrigados – sacador, endossante e avalista; c) 6 (seis) meses as
ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador, contar do dia em que o
endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.
ACEITE 
O tomador ou qualquer portador, deverá apresentar, até o vencimento, ao sacado, em seu
domicílio (artigo 21 da Lei Uniforme) para que seja aceita. O aceite é um ato unilateral
daquele indicado na cártula como sacado, assumindo a obrigação de pagar quantia
prevista na cártula. O sacador pode fixar um prazo para o aceite, mínimo ou máximo; A
recusa do aceite, total ou parcial, provoca o vencimento antecipado do título.
OBS: O Aceite vai ocorrer na letra de cambio (facultativo) e na duplicata
(obrigatório). Se exige a assinatura do aceitante (artigo 25 da Lei Uniforme). O aceite
pode ser parcial (artigo 26 da Lei Uniforme). Se não o faz, poderá será executado.
Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em três anos a contar
de seu vencimento (artigo 70 da Lei Uniforme).
RECUSA DE ACEITE
A recusa de aceite ser por protesto por falta de aceite, pois é um ato formal, que deve ser
feito no prazo para a apresentação ao aceite. Para evitar que o sacado seja prejudicado
por ato do sacador, o protesto por falta de aceite deve ser tirado contra o sacador, embora
o sacado deva ser intimado para, querendo, ir a cartório e aceitar a letra de câmbio.
NOTA PROMISSÓRIA
A legislação aplicável é a mesma da letra de câmbio a partir do seu art. 75.A nota
promissória é título de crédito consistente em uma promessa formalizada em um título,
cujo emissor assume um compromisso em favor do credor, Na nota promissória, o
devedor é a mesma pessoa que se comprometeu a pagar. O devedor de nota promissória
também é denominado emitente ou subscritor. Credor, por sua vez, é chamado
beneficiário.
Não tendo sido providenciado o pagamento na data aprazada e diante da apresentação
do título ao devedor, nasce para o credor o direito de executá-lo judicialmente,
independentemente do protesto. Pode protestar, mas trata-se de medida facultativa. O
protesto só é indispensável para preservar o direito do credor em face dos endossantes
do título e seus eventuais garantes.
PRESCRIÇÃO NA NOTA PROMISSÓRIA
a) 03 (três) anos contado do vencimento, para cobrar do devedor principal;
b) 01 (um) ano, contado do protesto do título, para cobrar dos coobrigados, endossantes
e avalistas;
c) 6 (seis) meses as ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador,
contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.
DUPLICATA
O regime jurídico da duplicata é a Lei n. 5.474/68, Lei da Duplicata, Criado a partir de uma
compra e venda mercantil, sendo emitida pelo vendedor contra o comprador, que efetuará
o pagamento. Na duplicata, o principal devedor é o sacado, que é o comprador (porém ele
não é o emitente). Pode-se dizer que o vendedor é ao mesmo tempo sacador (emissor) e
beneficiário (credor). A Duplicata é um título emitido juntamente com a fatura (fatura é
obrigatória, duplicata é facultativa).
Muitas vezes, o credor indicado na duplicata é um banco ou uma faturizadora, que
antecipa o valor ao vendedor, ficando como titular do crédito.
OS REQUISITOS DA DUPLICATA (LD, ART. 2o, § 1o)O aceite na duplicata é
obrigatório. O comprador pode se recusar a dar o aceite caso haja alguma irregularidade
com as mercadorias ou não as tenha recebido (LD, art. 8o).
O ACEITE DA DUPLICATA PODE SER: a) ordinário: se dá pela assinatura do aceitante
(comprador) no título; b) por comunicação: comprador retém o título, e efetua
comunicação avisando; c) por presunção: não há causa para recusa do aceite, o
comprador assina o canhoto da nota fiscal-fatura referente ao recebimento das
mercadorias.
O PROTESTO DA DUPLICATA PODE OCORRER: a) pela falta de pagamento; b) pela
falta de devolução do título; c) pela falta de aceite (LD, art. 13, caput).
Atenção: O credor que não efetuar o protesto no prazo de 30 dias do vencimento perde o
direito de regresso contra os coobrigados – endossantes e avalistas.
PRESCRIÇÃO NA DUPLICATA contra o sacado e avalistas em 3 (três) anos, da data do
vencimento do título; contra endossante e avalistas, em 1 (um) ano, da data do protesto;
qualquer coobrigados, contra demais, em 1 (um) ano, da data em que efetuado o
pagamento do título”.
DUPLICATA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS É possível por se emitido por profissionais
ou por empresas, para cobrança de serviços prestados (LD, art. 20) segue o mesmo
jurídico da duplicata mercantil.
DUPLICATA RURAL
situações de vendas a prazo cabível somente nas vendas realizadas diretamente por
produtores (Decreto-lei n. 167/67, art. 46).
DUPLICATA VIRTUAL Lei 13.775/2018
O agente econômico os dadosa uma instituição financeira, a qual, emite uma ficha de
compensação e a encaminha ao devedor, para pagar. Essa ficha não é a duplicata, mas
um aviso bancário para tornar a obrigação portável, que se baseia na duplicata que existe
em meio magnético. Não honrada a duplicata, o credor ou o próprio banco, podem
encaminhar ao cartório para que este efetue o protesto do título. Lavrado o protesto, pode
promover um processo de execução sem a criação da duplicata fisicamente. O STJ
chegou à conclusão que: “são plenamente válidas as indicações a protestos de duplicatas
mercantis emitidas na forma virtual”.
CHEQUE LEI 7.357/85 Cheque é uma ordem de pagamento à vista, emitida (sacada)
contra um banco. cria três figuras: a) emitente (sacador); b) sacado (o banco que recebe
a ordem e efetua o pagamento); c) portador (beneficiário, tomador, credor).
Ao cheque são aplicáveis os princípios da cartularidade, literalidade, autonomia,
abstração e da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé.
O CHEQUE PODE SER EMITIDO DE 3 FORMAS: a) nominal (ou nominativo) à ordem
só pode ser apresentado pelo beneficiário indicado no cheque, podendo ser transferido
por endosso do beneficiário; b) nominal não-à ordem, que é aquele que não pode ser
transferido pelo beneficiário; c) ao portador, que não nomeia um beneficiário, o cheque é
pagável a quem o apresente ao banco sacado.
REVOGAÇÃO E SUSTAÇÃO DE CHEQUE FORMAS PARA IMPEDIR O PAGAMENTO
DE UM CHEQUE a) oposição ao pagamento ou sustação, pode ser determinada pelo
emitente ou beneficiário, suspende de imediato o pagamento cheque; b) contra-ordem ou
revogação, vigora após o término do prazo de apresentação, só vale para cheques
preenchidos e só pode ser pelo emitente do cheque. Revoga em definitivo o cheque.
PRAZOS QUE AFETAM O CHEQUE: a) prazo de apresentação de 30 dias, a contar da
data de emissão, para os cheques emitidos na mesma praça do banco sacado; e de 60
dias para os cheques emitidos em outra praça; b) prazo de prescrição de 6 meses a partir
do término do prazo de apresentação. A aceitação do cheque é facultativa, não
obrigatória. fundamentam por não aceitar cheque na Constituição Federal, art. 5o, inc. II.
REQUISITOS a)a expressão “cheque”; b)quantia; c)nome do banco; d)data e lugar de
emissão; e)assinatura do emitente. OBS: O cheque é um título vinculado, devendo seguir
os padrões previstos na legislação quanto à sua formatação.
CHEQUE PRÉ-DATADO (pós-datado) fixa um vencimento a prazo. No entanto, por ser
uma ordem de pagamento à vista, poderá ser apresentado ao banco para compensação
antes da data. Se essa apresentação antecipada violar um acordo entre as partes, cabe
ação indenizatória conforme Súmula 370 do STJ. O cheque pré-datado não é considerado
cheque, e sim apenas prática usual das pessoas e do comércio.
CHEQUE CRUZADO deve ser creditado a uma conta bancária, não podendo ser pago
diretamente ao credor/portador. O cruzamento não impede a circulação do título, mas
apenas limita o número de pessoas legitimadas em recebê-lo. O objetivo é segurança ao
furto, extravio ou abuso de confiança. Cheque cruzado em preto é quando indica o nome
de um banco. Assim, o cheque só poderá ser depositado naquele banco específico.
CHEQUE VISADO O cheque com o visto fica garantido pelo banco durante o prazo de
apresentação. Este tipo de cheque garante que dos fundos do emitente, não será retirada
importância que comprometam o valor do cheque.
CHEQUE ADMINISTRATIVO sacado/emitido por um banco contra uma filial em favor de
terceiro (sacado e sacador são a mesma pessoa). o banco
retira da conta do cliente e transfere a uma conta interna sua, do próprio banco.
CHEQUE-VIAGEM (traveller’s check) emitido por agentes autorizados a operar com
moedas estrangeiras em favor de terceiro para utilizar o crédito em viagem.
CHEQUE SEM FUNDO é aquele não pago ou não compensado por insuficiência. Se o
emitente, ao sacar o cheque, tinha ciência da insuficiência de fundos, estará sujeito à
condenação por crime de estelionato.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: A recuperação judicial se trata de uma intervenção do
judiciário em uma relação privada, a fim de auxiliar o empresário a superar os problemas
econômicos e garantir a saciedade dos créditos de seus credores. O juízo competente
para o pedido de recuperação judicial é o local do estabelecimento do devedor, não é
necessariamente a sede do devedor, e sim a sede dos negócios realizados pelo devedor
(art. 3º da Lei n. 11.101/2005).
A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à
atividade econômica.
PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA
O princípio da preservação da empresa ganhou visibilidade com a aprovação da Lei n.o
11.101/05, que em seu artigo 47 consagra. Há de se considerar que o referido princípio
alcança abrigo além da Lei infraconstitucional. Trata-se de um princípio constitucional não
escrito, respaldado materialmente pela Constituição Federal de 1988.
Deve-se levar em consideração que o objetivo principal da recuperação judicial é evitar a
quebra da empresa e não, apenas, procrastinar sua falência; pois, a manutenção da
empresa envolve vários segmentos, inclusive o interesse público.
PRINCÍPIO DA VIABILIDADE DA EMPRESA atribuído às empresas que se encontram
em condições de assumirem as responsabilidades estipuladas por conta do plano de
recuperação judicial, somente a empresa com viabilidade econômica deve ser
preservada.
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA Consagrou a função social da empresa,
célula vital para a economia, gerando empregos, melhorias locais e fomentação do
mercado capital, está presente de forma intrínseca no exercício da atividade empresarial,
tendo o ordenamento econômico fundado na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa; assegurando a todos a justiça social.
A Lei 11.101/05 trouxe mecanismos de restauração da saúde financeira do
empresário, permitindo sua permanência no mercado.
1) recuperação extrajudicial: a negociação diretamente entre o devedor e seus credores
e, uma vez elaborado o acordo é submetido à homologação judicial. 2) recuperação
judicial: a negociação se dá em juízo, proposta do devedor, a qual dependerá de
aprovação direta ou indireta dos credores. 3) recuperação judicial do plano especial
para microempresas e empresas de pequeno porte: A negociação se dá em juízo, a
partir de uma proposta do devedor, a qual dependerá de aprovação direta ou indireta dos
credores.
OS PRESSUPOSTOS E REQUISITOS PARA REQUERER O PROCESSAMENTO DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL ART. 1, 2 E 48, DA LEI N. 11.101/2005 aplica somente aos
empresários e sociedades empresárias. exerça regularmente suas atividades há mais de
2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I não ser falido e,
se o foi, de estar extintas, por sentença; II não ter em menos de 5 anos, obtido
recuperação judicial; IV não ter sido condenado como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. § 1o A recuperação
judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge.
CREDORES NÃO ALCANÇADOS PELA RECUPERAÇÃO JUDICIAL A recuperação
judicial, segundo os §§ 3o e 4o, do art. 49, e o art. 57, da Lei n. 11.101/2005, não atingirá
o crédito quando se tratar de: 1) Credor titular da posição de proprietário fiduciário de
bens móveis ou imóveis;2) Arrendador mercantil;3) Proprietário ou promitente vendedor
de imóvel;4) Proprietário em contrato de venda com reserva de domínio;5) Credores
fiscais;6) Credores de contratos de adiantamento de câmbio;7) Créditos sub judice.
PEDIDO E PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
• petição inicial deverá estar instruídacom os documentos previstos no art. 51 e com
a comprovação dos requisitos do art. 48, ambos da Lei n. 11.101/2005.; 
• antes de deferir o processamento o juiz pode nomear profissional de sua confiança
(art. 51-A, acrescentado pela Lei n. 14.112/2020); 
• caso contrário dará ampla publicação à decisão que autorizou o início do processo,
inclusive com a publicação de edital para ciência de todos os interessados;
• Deferido o processamento, no prazo improrrogável de 60 dias, a empresa
recuperanda apresentará seu plano de recuperação judicial, sob pena de se tornar
falencia, Tal prazo poderá ser estendido em até 2 (dois) anos se atender aos
seguintes na forma do § 2o do art. 45 desta Lei e § 2o do art. 53, da Lei n.
11.101/2005, acrescentado pela Lei n. 14.112/2020); 
• Após novo edital será publicado, Publicado o edital, no prazo de 30 dias, qualquer
credor da recuperanda poderá apresentar objeção. Não havendo objeções dos
credores, o processo estará pronto para receber decisão. Havendo objeção ao
plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia geral de credores.
• Rejeitado o plano de recuperação judicial, o administrador judicial submeterá
votação da assembleia-geral de credores no prazo de 30 dias para que seja
apresentado plano de recuperação judicial pelos credores.
• Se não apresentado ou rejeitado o Plano Alternativo apresentado pelos credores, o
juiz converte a recuperação judicial em falência (§ 8o, do art. 56), sendo que da
sentença caberá agravo de instrumento, nos termos do art. 58-A.
• A decisão que conceder a recuperação judicial promoverá obrigações da
recuperanda. O devedor permanecerá 2 anos em recuperação judicial mesmo que
o plano tenha previsão de parcelamentos que ultrapassem tal período e
independentemente de eventual período de carência.
OBS: Se a recuperanda descumprir alguma das obrigações assumidas, dentro dos
2 anos da recuperação, o juiz converte a recuperação judicial em falência (art. 73,
IV, da Lei n.11.101/2005).
• Caso cumpridas as obrigações o juiz encerrará a recuperação, por sentença.
• Desde o deferimento da recuperação judicial até o seu encerramento, em todos os
atos judicial deverá conter a expressão ―em Recuperação Judicial‖ (art. 69 e seu
parágrafo único).
PLANO DE RECUPERAÇÃO Requisitos exigidos pelo art. 53.
CONSTITUEM MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL, OBSERVADA A LEGISLAÇÃO
PERTINENTE A CADA CASO, DENTRE OUTROS (art.50)
ADMINISTRADOR JUDICIAL (art. 21): auxiliar do juiz nos processos de falência e de
recuperação judicial que será escolhido pelo juiz. 
FUNÇÃO PRINCIPAL DO ADMINISTRADOR JUDICIAL
Na Falência Administrar a massa falida: arrecada e vende o ativo e paga o passivo.
Na Recuperação Judicial Fiscalizar o processamento da recuperação judicial e o
cumprimento do plano no interesse dos credores.
Na Recuperação judicial especial para ME e EPP Fiscalizar o cumprimento do plano de
recuperação judicial.
Recuperação extrajudicial Atuará excepcionalmente.
ADMINISTRADOR JUDICIAL
Proferido o despacho que conceder a RJ, nomeação do administrador judicial. encarrega-
se de acompanhar o processo de RJ e o comportamento da empresa em recuperação e
de seus dirigentes. Deverá apurar quaisquer reclamações dos interessados. A
remuneração será fixada pelo juiz com base na qualidade do trabalho realizado e no seu
grau de complexidade, não podendo exceder 5 % do valor pago aos credores. A
remuneração fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas e
de empresas de pequeno porte, bem como na hipótese de que trata o art. 70-A da Lei
(Plano especial que trata para micro e pequenas empresas). Não terá direito a
remuneração que renunciar sem relevante razão e não cumprir as obrigações fixadas em
lei. O administrador será remunerado pela empresa em recuperação.
OBRIGAÇÕES COMUNS DO ADMINISTRADOR JUDICIAL NA RECUPERAÇÃO
JUDICIAL E NA FALÊNCIA
a) enviar correspondência a todos os credores relacionados e habilitados, b) fornecer
todas as informações pedidas pelos credores interessados; c) dar extratos dos livros do
devedor, os quais poderão ser usados nas habilitações e impugnações de créditos; d)
exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações; e)
elaborar a relação de credores; f) consolidar o quadro geral de credores; g) requerer, ao
Juiz, a convocação da assembleia geral de credores nos casos previstos na Lei n.
11.101/2005 ou quando entender necessário; j) manter endereço eletrônico com
informações sobre os processos de falência e de recuperação judicial, com a opção de
consulta às peças principais do processo, salvo decisão judicial em sentido contrário;
pedidos de habilitação ou a apresentação de divergências, ambos em âmbito
administrativo, com modelos que poderão ser utilizados pelos credores, salvo decisão
judicial em sentido contrário;
l) providenciar, no prazo máximo de 15 dias, as respostas aos ofícios e às solicitações
enviadas por outros juízos e órgãos públicos, sem necessidade de prévia deliberação do
juízo.
OBRIGAÇÕES DO ADMINISTRADOR JUDICIAL SOMENTE NA RECUPERAÇÃO
JUDICIAL
a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;
b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de
recuperação;
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor,
fiscalizando a veracidade e a conformidade das informações prestadas pelo devedor;
d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso
III do caput do art. 63 desta Lei;
e) fiscalizar o decurso das tratativas e a regularidade das negociações entre devedor e
credores;
f) assegurar que devedor e credores não adotem expedientes dilatórios, inúteis ou, em
geral, prejudiciais ao regular andamento das negociações;
g) assegurar que as negociações realizadas entre devedor e credores sejam regidas
pelos termos convencionados entre os interessados ou, na falta de acordo, pelas regras
propostas pelo administrador judicial e homologadas pelo juiz, observado o princípio da
boa-fé para solução construtiva de consensos, que acarretem maior efetividade
econômico-financeira e proveito social para os agentes econômicos envolvidos;
h) apresentar, para juntada aos autos, e publicar no endereço eletrônico específico
relatório mensal das atividades do devedor e relatório sobre o plano de recuperação
judicial, no prazo de até 15 (quinze) dias contado da apresentação do plano, fiscalizando
a veracidade e a conformidade das informações prestadas pelo devedor, além de informar
eventual ocorrência das condutas previstas no art. 64 da lei 11.101/05.
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL ART.161- LEI N. 11.101/2005 REQUISITOS
Deve o devedor preencher os mesmos requisitos exigidos para a recuperação judicial, ou
seja, nos termos do art. 48 da Lei n. 11.101/2005.
CRÉDITOS NÃO ATINGIDOS a) Credor na posição de proprietário fiduciário de bens
móveis ou imóveis; b) O credor de arrendamento mercantil; c) O proprietário ou
promitente vendedor de imóvel contenham cláusula de irrevogabilidade ou
irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias; d) O proprietário em contrato de
venda com reserva de domínio (art. 49, § 3º, da Lei n. 11.101/2005); e) Crédito decorrente
de adiantamento a contrato de câmbio para exportação; f) Crédito tributário (art. 187 do
CTN). g) Créditos de natureza trabalhista e decorrentes de acidente de trabalho, salvo
negociação coletiva art. 161, § 1º, da lei n. 11.101/2005, alterada pela lei n. 14.112/2020.
PLANO DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL O plano de recuperação extrajudicial não
pode contemplar o pagamento antecipado das dívidas e nem um tratamento desfavorável
a alguns credores.
O plano possui alguns limites: a) Na alienação de bem de garantia real, a substituição
somente serão admitidasmediante aprovação do credor titular da respectiva garantia; b)
Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será parâmetro da obrigação e só
poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar previsão diversa no
plano de recuperação judicial (art. 161 da Lei n. 11.101/2005).
ATENÇÃO: 
• Uma vez que o plano esteja concluído, deve ser submetido à homologação judicial
havendo concordância de credores que representem mais da metade dos créditos
de cada espécie abrangidos pelo plano de recuperação extrajudicial. A
homologação nesse caso é a única forma de atingir os credores que não
aprovaram o crédito.
• A recuperação extrajudicial não será possível se já estiver em andamento uma
recuperação judicial, ou ainda se, nos últimos 2 anos, já houve a homologação de
outro plano de recuperação extrajudicial (art. 161, § 3º, da Lei n. 11.101/2005).
• A homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará a suspensão
de direitos, ações ou execuções, e nem impedirá a decretação da falência a pedido
dos credores não subordinados ao plano.
HOMOLOGAÇÃO DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL (Art. 163, § 6º, da Lei n.
11.101/2005)
a) Na petição inicial, o devedor apresentará a proposta no prazo improrrogável de 90 dias,
contado da data do pedido, facultada a conversão do procedimento em recuperação
judicial a pedido do devedor (art. 163, § 7º, da Lei n. 11.101/2005, com a alteração da Lei
n. 14.112/2020); b) Deverá apresentar as demonstrações contábeis relativas ao último
exercício social e as levantadas especialmente para instruir o pedido, a classificação e o
valor atualizado do crédito de cada transação pendente.; c) Assim que o juiz receber a
inicial, ordenará a publicação de edital com vistas a convocar os credores do devedor
para apresentar impugnações ao plano de recuperação. No prazo do edital, o devedor
deverá comprovar o envio de carta a todos os credores (art. 164 da Lei n. 11.101/2005,
com a alteração da Lei n. 14.112/2020); d) Quando houver a apresentação de alguma
impugnação o devedor terá 5 dias para se manifestar.
§ 2º Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do edital, para
impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito.
§ 3º Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os credores somente
poderão alegar: I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163
desta Lei; II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 130
desta Lei, ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei; III – descumprimento de
qualquer outra exigência legal.
e) Caso os requisitos estejam presentes, e o juiz verifique que não houve simulação de
créditos ou algum vício na concordância dos credores, então homologará a proposta de
recuperação extrajudicial, nos termos do art. 164, § 5º, da Lei n. 11.101/2005.
A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação
judicial implica: - Suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas
ao regime da Lei 11.101/05. - Suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor,
inclusive daquelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou
obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência. - Proibição de qualquer forma de
retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou
extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais
cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência.
Na recuperação judicial, a assembleia geral de credores terá por atribuições
deliberar sobre: - Aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial
apresentado pelo devedor. - A constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus
membros e sua substituição. - O pedido de desistência do devedor. - O nome do gestor
judicial, quando do afastamento do devedor. 
Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada
caso, dentre outros: - Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das
obrigações vencidas ou vincendas. Cisão, incorporação, fusão ou transformação de
sociedade. - Alteração do controle societário. Substituição total ou parcial dos
administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos. - Aumento de
capital social. Trespasse ou arrendamento de estabelecimento. - Redução salarial,
compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva.
FALÊNCIA (art. 75) A falência é uma execução coletiva que tem por finalidade liquidar o
passivo (dívidas) a partir da realização (venda) do patrimônio da empresa.
LEGITIMIDADE ATIVA Possuem legitimidade para requerer a falência, de acordo com o
art. 97 da Lei; ART. 98. CITADO, O DEVEDOR PODERÁ APRESENTAR
CONTESTAÇÃO NO PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS.
LEGITIMIDADE PASSIVA é necessário que o empresário seja individual ou sociedade
empresária (art. 1° da lei 11.0101/05), ficando excluidos aqueles que não exercem
atividades empresariais (ex profissionais intelectuais 966 cc)
QUANDO SE EXCLUI A LEI 11.101/05? art. 2° 
Competência Art 3° 
Prazo de contestação 10 dias art 98. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput
do art. 94, o devedor poderá, no prazo da contestação: depositar o valor correspondente
ao total do crédito (depósito elisivo), acrescido de correção monetária, juros e honorários
advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o
pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor. Poderá pleitear
sua recuperação judicial no prazo de contestação, ainda que não tenha realizado o
depósito elisivo.
A SENTENÇA QUE DECRETAR A FALÊNCIA DO DEVEDOR, DENTRE OUTRAS
DETERMINAÇÕES: I conterá a síntese do pedido; II fixará o termo legal da falência. III
ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 dias, relação
nominal dos credores, sob pena de
desobediência; IV explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o
disposto no § 1º do art. 7º desta Lei; V ordenará a suspensão de todas as ações ou
execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º do art. 6º
desta Lei; VI proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do
falido; VII determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das
partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus
administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime
definido nesta Lei; VIII ordenará ao Registro Público de Empresas que procedam à
anotação da falência no registro do devedor, para que dele constem a expressão
“falido”, a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei
IX nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso
III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput
do art. 35 desta Lei; X determinará a expedição de ofícios aos órgãos públicas para que
informem a existência de bens e direitos do falido; XI pronunciar-se-á a respeito da
continuação provisória das atividades do falido com o
administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art.
109 desta Lei; XII determinará, a convocação da assembleia-geral de credores, podendo
autorizar a manutenção do Comitê em funcionamento na recuperação judicial quando da
decretação da falência; XIII ordenará a intimação eletrônica do Ministério Público e das
Fazendas Públicas federal em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem
conhecimento da falência.
SÃO ALGUNS DEVERES LEGAIS DO FALIDO (Art. 104):
I) Entregar ao administrador judicial os seus livros e escrituração pertinentes, que os
encerrará por termo.
II)Não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e
comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas
cominadas na lei.
III) Comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por
procurador, quando não for indispensável sua presença.
IV) Prestar as informações reclamadas pelo juiz, sobre circunstâncias e fatos que
interessem à falência.
CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS O Direito Falimentar divide os créditos em dois
grandes grupos: créditos concursais e extraconcursais.
Os créditos extraconcursais serão pagos ao final do processo falimentar
antes dos créditos concursais (art. 84 da Lei n. 11.101/2005, alterado pela Lei n.
14.112/2020), na seguinte ordem: a) os créditos trabalhistas vencidos nos
3 meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 salários mínimos por
trabalhador (art. 151 da Lei n. 11.101/2005) e as despesas cujo pagamento
antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de
continuação provisória das atividades (art. 150 da Lei n. 11.101/2005), que serão
pagas assim que exista dinheiro em caixa; b) o valor efetivamente entregue ao devedor
em recuperação judicial pelo financiador, em conformidade com o disposto na Seção IV-A
do Capítulo III da Lei n. 11.101/2005; c) os créditos em dinheiro objeto de restituição,
conforme previsto no art. 86 da Lei n. 11.101/2005; d) as remunerações devidas ao
administrador judicial e aos seus auxiliares, e os créditos derivados da legislação
trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a
decretação da falência; e) as obrigações de atos jurídicos válidos durante a
recuperação judicial, nos termos do art. 67 da Lei n. 11.101/2005, ou após a decretação
da falência; f) as quantias fornecidas à massa falida pelos credores; g) as despesas com
arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição do seu produto e custas do
processo de falência; h) as custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a
massa falida tenha sido vencida; i) os tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a
decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 da Lei n. 11.101/2005.
CRÉDITOS CONCURSAIS Os créditos concursais são os originados antes da decretação
da falência, e serão pagos ao final da falência, depois do pagamento dos créditos
extraconcursais, obedecendo à seguinte ordem determinada pelo art. 83 da Lei n.
11.101/2005: I) Créditos trabalhistas limitados a 150 salários mínimos por credor e
créditos surgidos de acidentes de trabalho, sem limitação de valor. OBS: Se o crédito
trabalhista tiver um valor superior a 150 salários mínimos, o montante que ultrapassar
esse valor será considerado crédito quirografário. II) Créditos com garantia real até o
limite do valor do bem gravado. III) Créditos tributários, exceto as multas tributárias. serão
pagos no terceiro lugar dos créditos concursais (art. 186 do CTN). IV) Créditos
quirografários. V) Multas contratuais, penas pecuniárias, incluindo as multas tributárias.
VI) Créditos subordinados. São créditos subordinados os assim previstos em lei ou
em contrato, como, por exemplo, as debêntures, que não possuem garantia. VII) Os juros
vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124
da Lei n. 11.101/2005.
Administrador Judicial
Se for pessoa jurídica, deverá ser informada a pessoa física que ficará responsável pela
administração da massa, que não poderá ser substituída sem a autorização judicial (art.
33). O Juiz nomeará o administrador judicial na sentença que decreta falência (art. 99, IX,
da Lei n. 11.101/2005). Os honorários do administrador serão fixados pelo juiz.
Entretanto, a remuneração não poderá exceder 5% do valor da venda dos bens na
falência, valor este que será pago pela massa (art. 24, § 1o). Se a empresa falida for ME
ou EPP, o valor máximo da remuneração do administrador será de 2% do valor da venda
dos bens (art. 24, § 5o). Na falência, os honorários do administrador são considerados
créditos extraconcursais (art. 84, da Lei n. 11.101/2005) e serão pagos em duas parcelas:
60% do valor será pago quando forem pagos os créditos extraconcursais, e 40% ao final
do processo falimentar, quando forem aprovadas as contas do administrador (art. 24, §
2o).
CAUSAS DA FALÊNCIA A falência pode ser requerida em virtude dos motivos indicados
no art. 94 da Lei: 1. a impontualidade; 2. a execução frustrada; 3. os atos de falência.
IMPONTUALIDADE ocorre quando o devedor não paga no vencimento a obrigação
materializada num título executivo, desde que o valor ultrapasse 40 salários mínimos (art.
94, I). A lei permite o litisconsórcio ativo, a reunião de vários títulos, para a formação
desse valor mínimo necessário para o pedido de falência (art. 94, § 1o,). Para que os
títulos executivos sejam usados como causa de um pedido de falência baseada na
impontualidade, é indispensável o protesto. O protesto é necessário tanto para os títulos
executivos judiciais como para os extrajudiciais.
EXECUÇÃO FRUSTRADA Se o executado por quantia certa não pagar, nem depositar e
nem nomear bens à penhora dentro do prazo legal, no processo de execução ou na fase
do cumprimento da sentença por si só, já é causa para a decretação da falência. (art.
94,II). Nesse caso, não há valor mínimo estabelecido na lei, bastando a tripla omissão
(não pagar, não depositar em juízo e não nomear bens a penhora) do devedor no
cumprimento da sentença ou do processo de execução.
ATOS DE FALÊNCIA Os atos de falência são atitudes suspeitas praticadas pelo devedor
que permitem ao credor o requerimento da falência. O inc. III do art. 94 da Lei n.
11.101/2005 trata exemplificativamente de algumas dessas condutas
A ARRECADAÇÃO E DA CUSTÓDIA DOS BENS DO FALIDO (ART. 108):
DA REALIZAÇÃO DO ATIVO Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do
respectivo auto ao processo de falência, será iniciada a realização do ativo. A alienação
dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de
preferência:
a) alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;
b) alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas
isoladamente;
c) alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor;
d) alienação dos bens individualmente considerados.
A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro geral de
credores.
DO ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA E DA EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DO
FALIDO
Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os credores, o
administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 (trinta) dias.
O juiz ordenará a publicação de aviso de que as contas foram entregues e se encontram
à disposição dos interessados, que poderão impugná-las no prazo de 10 (dez) dias.
A sentença que rejeitar as contas do administrador judicial fixará suas responsabilidades,
poderá determinar a indisponibilidade ou o sequestro de bens e servirá como título
executivo para indenização da massa.
Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório final da falência
no prazo de 10 (dez) dias, indicando o valor do ativo e o do produto de sua realização, o
valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, e especificará justificadamente
as responsabilidades com que continuará o falido.
Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença e ordenará a
intimação eletrônica às Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal
e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento e determinará a baixa da falida no
Cadastro Nacionalda Pessoa Jurídica (CNPJ), expedido pela Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil.
A sentença de encerramento será publicada por edital e dela caberá recurso de apelação.