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5 LIVRO C HUMANAS - ÉTICA, CULTURA E DIREITOS

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ÁREA DO CONHECIMENTO:
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
ENSINO MÉDIO
ENSINO MÉDIO
ÉTICA, CULTURA E DIREITOS
E DIREITOS
ÉTICA, CULTURA
ENSINO MÉDIOENSINO MÉDIO
ÁREA DO CONHECIMENTO:
CIÊNCIAS HUMANAS 
E SOCIAIS APLICADAS
ALFREDO BOULOS JÚNIORALFREDO BOULOS JÚNIOR
EDILSON ADÃO EDILSON ADÃO 
LAERCIO FURQUIM JR.LAERCIO FURQUIM JR.
9 7 8 6 5 5 7 4 2 1 1 0 9
ISBN 978-65-5742-110-9
MANUAL DO 
PROFESSOR
E DIREITOS
ÉTICA, CULTURA
MANUAL DO 
PROFESSOR
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ENSINO MÉDIO
1a edição
São Paulo – 2020
Área do conhecimento: 
CIÊNCIAS HUMANAS 
E SOCIAIS APLICADAS
MANUAL DO 
PROFESSOR
ALFREDO BOULOS JÚNIOR
Doutor em Educação (área de concentração: 
História da Educação) pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Mestre em Ciências (área de concentração: 
História Social) pela Universidade de 
São Paulo (USP).
Lecionou nas redes pública e particular e em 
cursinhos pré-vestibulares. 
É autor de coleções paradidáticas. Assessorou 
a Diretoria Técnica da Fundação para o 
Desenvolvimento da Educação – São Paulo.
EDILSON ADÃO CÂNDIDO 
DA SILVA
Mestre em Ciências (área de concentração: 
Geografia Humana) pela Universidade de 
São Paulo (USP).
Bacharel e licenciado em Geografia pela 
Universidade de São Paulo (USP).
Professor de Geografia há 20 anos no 
Ensino Médio e Superior.
LAERCIO FURQUIM JÚNIOR
Mestre em Ciências (área de concentração: 
Geografia Humana) pela Universidade de 
São Paulo (USP).
Bacharel e licenciado em Geografia pela 
Universidade de São Paulo (USP).
Professor de Geografia há 20 anos no 
Ensino Médio e Superior.
E DIREITOS
ÉTICA, CULTURA 
D3-CHS-EM-3074-V5-001-009-LA-G21-AVU.indd 1D3-CHS-EM-3074-V5-001-009-LA-G21-AVU.indd 1 9/22/20 11:15 PM9/22/20 11:15 PM
 
Copyright © Alfredo Boulos Júnior, Edilson Adão Cândido da Silva, 
Laercio Furquim Júnior, 2020
Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Flávia Renata Pereira de Almeida Fugita
Edição João Carlos Ribeiro Junior (coord.)
André Tomio Lopes Amano, Carlos Zanchetta, Carolina Bussolaro Marciano, 
Fábio Bonna Moreirão, Mariana de Lucena, Natália Leon Nunes, 
Renata Monken Gomes, Renata Paiva Cesar, Rosane Cristina Thahira, 
Tatiana Pedroso Gregório, Vivian Nani Ayres
Preparação e Revisão Maria Clara Paes (sup.)
Danielle Costa, Diogo Souza Santos, Eliana Vila Nova de Souza, Felipe Bio, 
Fernanda Rodrigues Baptista, Graziele Cristina Ribeiro, Jussara Rodrigues Gomes, 
Kátia Cardoso da Silva, Lívia Navarro de Mendonça, Rita Lopes, 
Thalita Martins da Silva Milczvski, Veridiana Maenaka
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Daniela Máximo (coord.), Sergio Cândido
Imagem de capa IVANCHINA ANNA/Shutterstock.com
Arte e Produção Vinícius Fernandes (sup.)
Maria Aparecida Alves, Sidnei Moura, 
Jacqueline Nataly Ortolan, Marcelo Saccomann (assist.)
Diagramação Arte4 produção editorial, Joana Resek, Nany Produções Gráficas
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga
Licenciamento de textos Érica Brambila, Bárbara Clara (assist.)
Iconografia Priscilla Liberato Narciso, Ana Isabela Pithan Maraschin (trat. imagens)
Ilustrações Sonia Vaz
Allmaps, Dacosta Mapas, Ericson Guilherme Luciano (cartografia)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Boulos Júnior, Alfredo
 Multiversos : ciências humanas : ética, cultura 
e direitos: ensino médio / Alfredo Boulos Júnior,
Edilson Adão Cândido da Silva, Laercio Furquim
Júnior. -- 1. ed. -- São Paulo : FTD, 2020.
 "Área do conhecimento : Ciências humanas e sociais
aplicadas"
 Bibliografia.
 ISBN 978-65-5742-109-3 (Aluno)
 ISBN 978-65-5742-110-9 (Professor)
 1. Ciências (Ensino médio) 2. Tecnologia I. Silva,
Edilson Adão Cândido da. II. Furquim Júnior, Laercio
III. Título.
20-44106 CDD-372.7
Índices para catálogo sistemático:
1. Ciências : Ensino médio 372.7
Aline Graziele Benitez – Bibliotecária – CRB-1/3129
Em respeito ao meio ambiente, as folhas 
deste livro foram produzidas com fibras 
obtidas de árvores de florestas plantadas, 
com origem certificada.
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD
CNPJ 61.186.490/0016-33
Avenida Antonio Bardella, 300
Guarulhos-SP – CEP 07220-020
Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 
de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
EDITORA FTD.
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP
CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300
Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970
www.ftd.com.br
central.relacionamento@ftd.com.br
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APRESENTAÇÃO
Olá, estudantes!
É com alegria que apresentamos os livros de Ciências Humanas e Sociais 
Aplicadas. Eles foram feitos com muito empenho pelos autores, editores e 
colaboradores para oferecer a vocês propostas que contribuam para suas 
formações com excelência e criatividade. 
Nossas escolhas foram pautadas em valores éticos, no exercício da 
cidadania e na busca por uma sociedade mais justa e menos desigual. 
Queremos estimular o desenvolvimento de habilidades que possibilitem 
a você agir de maneira propositiva, respeitosa e, ao mesmo tempo, que 
impulsionem a realização de seu projeto de vida. 
No momento em que nasce o Novo Ensino Médio, esta obra convida ao 
estudo de temas importantes para todos nós, como tecnologia, trabalho, 
sustentabilidade, globalização, geopolítica, ética, direitos humanos, 
valorização da cidadania. 
As abordagens visam proporcionar uma formação global compromissada 
com um repertório cultural e científico amplo, com o combate ao preconceito, 
à violência e baseada em princípios democráticos, inclusivos e solidários. 
A valorização e o respeito aos Direitos Humanos, à pluralidade nos modos 
de vida e a diferentes visões de mundo também são pilares dos seis livros 
que compõem esta coleção. 
Por fim, esperamos poder contribuir com boas experiências para esta 
fase de sua vida estudantil, essencial à construção autônoma e competente 
do caminho a ser trilhado. Esperamos, também, que esta obra colabore 
para aflorar em você uma força transformadora e construtora de ações 
conscientes e responsáveis com as gerações futuras!
Com carinho, os autores.
Olá, estudantes!
É com alegria que apresentamos os livros de Ciências Humanas e Sociais 
Aplicadas. Eles foram feitos com muito empenho pelos autores, editores e 
colaboradores para oferecer a vocês propostas que contribuam para suas 
formações com excelência e criatividade. 
Nossas escolhas foram pautadas em valores éticos, no exercício da 
cidadania e na busca por uma sociedade mais justa e menos desigual. 
Queremos estimular o desenvolvimento de habilidades que possibilitem 
a você agir de maneira propositiva, respeitosa e, ao mesmo tempo, que 
impulsionem a realização de seu projeto de vida. 
No momento em que nasce o Novo Ensino Médio, esta obra convida ao 
estudo de temas importantes para todos nós, como tecnologia, trabalho, 
sustentabilidade, globalização, geopolítica, ética, direitos humanos, 
valorização da cidadania. 
As abordagens visam proporcionar uma formação global compromissada 
com um repertório cultural e científico amplo, com o combate ao preconceito, 
à violência e baseada em princípios democráticos, inclusivos e solidários. 
A valorização e o respeito aos Direitos Humanos, à pluralidade nos modos 
de vida e a diferentes visões de mundo também são pilares dos seis livros 
que compõem esta coleção. 
Por fim, esperamos poder contribuir comboas experiências para esta 
fase de sua vida estudantil, essencial à construção autônoma e competente 
do caminho a ser trilhado. Esperamos, também, que esta obra colabore 
para aflorar em você uma força transformadora e construtora de ações 
conscientes e responsáveis com as gerações futuras!
Com carinho, os autores.
APRESENTAÇÃO
D3-CHS-EM-3074-V5-001-009-LA-G21-AVU.indd 3D3-CHS-EM-3074-V5-001-009-LA-G21-AVU.indd 3 9/22/20 11:15 PM9/22/20 11:15 PM
 Abertura 
 de unidade 
Momento para 
você ter os primeiros 
contatos com o tema 
principal da unidade. 
 BNCC 
Apresentação das competências e 
habilidades da Base Nacional Comum 
Curricular que são trabalhadas com mais 
ênfase ao longo da unidade.
 Integrando com 
 Ciências da Natureza 
 e suas Tecnologias 
Oferece a oportunidade de 
você compreender um aspecto 
do tema estudado por meio 
do ponto vista das Ciências 
Humanas em conjunto com o 
das Ciências da Natureza. 
 Para refletir 
 e argumentar 
Desenvolve sua 
capacidade de analisar 
a realidade, oferecendo 
instrumentos para que 
você defenda suas ideias 
e se posicione de maneira 
crítica e assertiva. Dialogando 
Convite para que você 
se expresse oralmente 
a fim de emitir uma 
opinião, contar uma 
experiência ou responder 
objetivamente a uma 
pergunta sobre um tema. 
 Dica 
Sugestões de livros, filmes, vídeos, 
sites, músicas etc. para ampliar a 
abordagem do assunto estudado. 
U
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A
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2
Vivemos em um mundo marcado por um grande acúmulo de conheci-
mentos que se manifesta em inovações tecnológicas em ritmo jamais visto. 
A nossa capacidade de matar se ampliou enormemente; entre outros motivos, 
pelo fato de produzirmos armas cada vez mais eficientes e letais. Essa reali-
dade se abre para algumas questões de cunho ético e até mesmo filosófico. 
 Nas mãos de quem ficam essas armas?
 No campo ético, que reflexão podemos fazer sobre a atitude de um 
governo que usa seu arsenal bélico para obrigar outro a adotar seu 
modelo político e social?
 Em um mundo com produção crescente de armas, como garantir a apli-
cação do artigo 3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 
1948?
Art. 3. Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal.
DECLARAÇÃO Universal dos Direitos Humanos. Organização das Nações Unidas (ONU), 1948. 
Disponível em: https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf.
 Acesso em: 9 set. 2020.
Direitos Humanos e 
princípios éticos
COMPETÊNCIAS E 
HABILIDADES DA BNCC:
O texto integral das 
competências e das habilidades 
encontra-se no final do livro.
Competências gerais: 1, 2, 4, 5, 6, 
7, 8, 9 e 10
Ciências Humanas e Sociais 
Aplicadas
Competências específicas: 1, 3, 4, 
5 e 6
Habilidades: EM13CHS102, 
EM13CHS106, EM13CHS304, 
EM13CHS306, EM13CHS401, 
EM13CHS403, EM13CHS404, 
EM13CHS501, EM13CHS502, 
EM13CHS503, EM13CHS504, 
EM13CHS603, EM13CHS606.
Não escreva no livro
 1. Que relação pode-se estabelecer entre as fontes 1, 2 e 3?
2. Vocês são contrários ou favoráveis à facilitação do porte de armas 
ao cidadão comum?
90
Consultar as Orientações para o Professor.
Fonte 3
Leia a notícia a seguir:
Mortes por bala perdida
Com a voz embargada, Fábio Antonio da Silva, de 39 anos, conta como 
revive a todo tempo o dia 16 de março de 2018. Por volta das 20h, a irmã 
ligou avisando que o fi lho dele, Benjamin, de 1 ano e 7 meses, morreu baleado no 
carrinho de bebê em que estava. A criança é uma das seis vítimas entre 0 e 14 anos 
assassinadas por balas perdidas no Rio de Janeiro até junho deste ano.
[...]
Segundo levantamento da ONG Rio de Paz, o bebê de 1 ano e 7 meses integra uma 
lista de 45 crianças e adolescentes mortos por balas perdidas desde 2007, quando 
teve início a contagem das mortes até 14 anos – são consideradas como crianças 
pessoas até 12 anos, segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Os casos 
são contabilizados por denúncias e matérias jornalísticas, tendo em 2016 o pico de 
vítimas até o momento, com 10 mortes. [...]
MENDONÇA, J. Em 11 anos, balas perdidas matam 45 crianças e adolescentes no Rio. Ponte Jornalismo, 28 jun. 2018. Disponível em: https://ponte.org/em-11-anos-balas-perdidas-matam-45-criancas-e-adolescentes-no-
rio/#/. Acesso em: 9 set. 2020.
D3-CHS-EM-3074-V5-U2-C4-090-113-LA-G21-AVU.indd 90D3-CHS-EM-3074-V5-U2-C4-090-113-LA-G21-AVU.indd 90
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Fonte 1
Fonte 2
 » O artista brasileiro Eduardo Kobra 
pintando um mural com a imagem 
do músico Bob Dylan, na lateral de 
um prédio na cidade de Minneapolis 
(Estados Unidos), 2015.
 » Reprodução da escultura de bronze Arma atada, 
feita pelo artista sueco Carl Fredrik Reutersward 
como um modo de expressar seu posicionamento 
contra as armas de fogo. Essa reprodução está 
localizada em Estocolmo (Suécia), 2019.
Mestres da Guerra (Bob Dylan)
Vocês que constroem todas as armas
Vocês que constroem os aviões mortais
Vocês que constroem as bombas grandes
Vocês que se escondem atrás de paredes 
 [...]
Vocês que nunca fizeram nada
A não ser construir para destruir
Vocês brincam com meu mundo. [...]
E se viram e correm para longe
Quando as balas rápidas voam
MASTERS of War. Intérprete: Bob Dylan. In: THE 
FREEWHEELIN’ Bob Dylan. Nova Iorque: Columbia 
Studios, 1963. Faixa 3, lado A. Tradução da letra da 
canção extraída do site Vagalume. Disponível em: 
https://www.vagalume.com.br/bob-dylan/masters-
of-war-traducao.html. Acesso em: 9 set. 2020.
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9/22/20 2:25 PM9/22/20 2:25 PM
O texto a seguir foi escrito por uma indígena e por uma doutora em Educação e trata dos valores Kaiowá e Guarani. Leia-o com atenção.
[...] Vida é todo ser que res-pira em cima da terra e embaixo dela [...]. Cada uma dessas vidas depende da outra para sobreviver.[...] sem terra não haverá vida e sem vida não haverá a língua.
[...] saber respeitar o outro – na caça, na pesca, na hora de lavar roupa no rio, respeitar o lugar de banho dos mais velhos, saber falar na hora certa. [...]
A palavra [...] é sagrada por isso não pode ser proferida de qualquer jeito. A palavra tem muita força. É carregada de compromisso e de valor, representa a verdade.
[...] ser Kaiowá e Guarani seja onde for.[...] falar a verdade sem magoar o outro. Dar a palavra para o outro e cumprir.[...] viver essa vida sem maldade.[...] saber viver de modo digno, com lealdade [...].[...] saber ouvir e obedecer aos mais velhos, saber ouvir a terra, [...] a mata, [...] os rios, [...] os animais.
[...] saber dividir as coisas com as pessoas [...].[...] vida sem maldade, vida de fé [...] não [...] matar, nem roubar, [nem] falar mal do outro [...].
[...] ter piedade do outro e ajudá-lo sempre que necessário [...], seja na doença, na morte na família, na fome [...]
[...] sempre passar a vida de alegria seja onde for [...].[...] buscar força para viver a vida com coragem [...], na caça [...], na pesca [...], na roça [...].
XAMIRINHUPOTY, V. V.; REZENDE, M. A. Nhande rekoha nhe'e ayvu arandu. Para o bem viver da humanidade na 
cosmovisão Kaiowá. In: TEIXEIRA, L. C. Povos indígenas e psicologia: a procura do bem viver. São Paulo: Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, 2016. p. 27-30. Disponível em: 
https://www.crpsp.org/uploads/impresso/110/RLAg_HX8E6bm0fVjb2gpqCkreIBkTy0W.pdf. Acesso em: 2 set. 2020.
Para refletir e argumentar
 1. Um dos importantes valores indígenas é falar a verdade sem magoar o outro. Você tem conseguido pôr em prática este valor?
 2. Compare a importância da palavra para os Kaiowá Guarani à que ela tem na nossa sociedade.
 3. Os valores sociais dos Kaiowá Guarani podem nos ajudar a pensar sobre a crise de valores vivida pela nossa sociedade hoje? Em quais pontos?
Não escreva no livro
» Líder indígena da etnia guarani. Na Aldeia Água Bonita (MS), 2015.
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Consultar as Orientações para o Professor.
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D3-CHS-EM-3074-V5-U1-C1-010-035-LA-G21-AVU.indd 17
9/22/20 6:12 PM9/22/20 6:12 PM
Equador
50° O
Trópico de Capricórnio
0°
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
PA
AM
MT 
AC
RR
RO
RS
RJ
MG
MS
PR
SC
SP
ES
GO
DF
MA
AP
TO
BA
PI
CE RN
PB
PE
AL
SE
Acima de 90
De 80,1 a 90
De 60,1 a 80
Abaixo de 60
Domicílios do estado com
acesso à água encanada
(em percentual)
0 355
0°
Fonte de dados: MARCO legal: saneamento básico em 6 gráfico
s. Portal do Saneamento Básico, 31 maio 2019. 
Disponível em: https://www.saneamentobasico.com.br/saneam
ento-basico-brasil-graficos/. 
Acesso em: 1 ago. 2020. 
» Acesso à água encanada (2018)
Saneamento básico e moradia no Brasil
Ciências da Natureza e suas TecnologiasIntegrando com
Leia os textos a seguir.
Entre os setores de infraestrutura, o saneamento se desta
ca pela essencialidade 
atribuída aos serviços, necessários para a garantia de salu
bridade ambiental e dig-
nidade humana. Tais serviços trazem benefí cios signifi cat
ivos para a população em 
diversos campos, como saúde, preservação ambiental e des
envolvimento de ativida-
des econômicas, como o turismo, por exemplo. No entanto,
 a situação do saneamento 
ainda é precária no Brasil, especialmente no que diz respe
ito ao esgotamento sani-
tário. Este fato torna urgente a formulação de políticas p
úblicas que efetivamente 
promovam os avanços necessários ao setor e, consequentem
ente, atendam às deman-
das da população.
FREITAS, R. M. S. et al. Medindo o saneamento: potencialidade
s e limitações dos bancos de dados 
brasileiros. Rio de Janeiro: FGV CERI, 2018.
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Nos textos iluministas, muitas vezes encontramos a defesa da igualdade entre todos os homens. No entanto, a França pós-revo-lução foi palco de desigualdades de gênero e desigualdades raciais. Mulheres tinham menos direitos que os homens. Moradores das colô-nias francesas na América e na África tinham menos direitos que os europeus. Por isso, o período posterior ao século XVIII – os séculos XIX, XX e o XXI – são marcados por muitas manifestações, lutas e revoltas dos grupos excluídos “dessa universalidade”.
Direitos das mulheres 
ontem e hoje
Você já ouviu falar da Declaração Universal do Direito das Mulheres? Este documento foi escrito por Marie Gouze, dramaturga francesa que usava o codinome Olympe de Gouges. Ela escreveu diversos textos sobre política e teatro. Viveu em Paris e frequentou círculos intelectuais, partici-pou de discussões políticas e pôde participar do processo revolucionário. Entusiasta da Revolução Francesa, ela teceu críticas aos próprios revolu-cionários quando percebeu que havia grande desigualdade entre homens e mulheres no processo político que derrubou o Antigo Regime.Olympe de Gouges foi condenada pelos revolucionários durante a fase conhecida como Terror, a mais violenta da Revolução. Ela criticou a violência usada pelos jacobinos e acabou sendo guilhotinada, sem direito à defesa. Vista hoje como grande líder política da sua época, Gouges foi lembrada por gerações que a sucederam.
1. Quando o voto femi-
nino foi instituído no 
Brasil? 
2. Você já pode votar? 
Debata com seus cole-
gas e depois verifique 
as respostas. 
Dialogando
» Retrato de Olympe de 
Gouges feito pelo pintor 
polonês Alexandre Kucharsky 
no final do século XVIII.
Jacobinos:
grupo político que 
participou ativamente 
da Revolução 
Francesa. Defendia 
um governo central 
forte, o voto universal 
e a participação 
popular no processo 
revolucionário.
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era otimista e até mesmo utópico. Na França, um importante projeto foi condu-zido pelos filósofos Denis Diderot (1713-1784) e Jean D’Alembert (1717-1783), com a colaboração de outros célebres iluministas como Rousseau, Montesquieu (1689-1755) e Condorcet (1743-1794). A ideia principal deste projeto era reunir todos os saberes, ciências e conhecimentos da época em uma grande publicação, a chamada Enciclopédia, ou dicionário arrazoado das ciências, artes e profis-sões, primeira obra do gênero a surgir na Europa moderna. Muitos artigos e textos importantes sobre política, artes e ciência foram publicados nesse enorme projeto editorial, marco do iluminismo na França, com a reunião dos saberes em uma única publicação, mudando o modo como as pessoas se educavam e adquiriam o conhecimento bem como uma defesa da educação secular e laica, livre do domínio dos dogmas religiosos. 
» Frontispício da Enciclopédia ou dicionário arrazoado das ciências, artes e profissões, de Diderot e D’Alambert, publicada em Paris (França), em 1751. A enciclopédia foi a concretização do projeto iluminista. Ao centro da imagem, mais no alto, encontra-se a representação da Verdade envolta em um véu branco e irradiando feixes de luz que dispersam as nuvens. Do seu lado direito, levantando o véu, vê-se a Razão, e um pouco mais abaixo, a Filosofia que puxa o véu, ao mesmo tempo em que toca na Teologia, que se encontra ajoelhada aos pés da Verdade. Várias outras ciências são representadas na imagem, mostrando como os iluministas valorizavam o conhecimento.
Em um país em que, até então, poucas pessoas tinham acesso ao conhecimento, a Enciclopédia abria a possibilidade de democra-tização do conhecimento. Alguns dos verbetes da primeira edição da Enciclopédia continham visão crítica da Igreja e do Estado, o que levou o livro a ser proibido durante alguns anos na França do século XVIII.
 Você já teve contato 
com alguma enciclo-
pédia impressa? Tem o 
hábito de consultar as 
páginas da Wikipedia, 
uma enciclopédia digi-
tal? O que acha dela?
Dialogando
Cândido, ou o Otimismo, livro do filósofo iluminista Voltaire que retrata a aparente ingenui-dade do protagonista e de seu mentor diante dos males do mundo. Este interessante livro chegou até a inspirar novela televisiva brasileira Êta Mundo Bom!, exibida em 2016.
VOLTAIRE. Cândido, ou o Otimismo. São Paulo: Penguin Companhia, 2012. 
Dica
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Vivemos em um mundo marcado por um grande acúmulo de conheci-
mentos que se manifesta em inovações tecnológicas em ritmo jamais visto. 
A nossa capacidade de matar se ampliou enormemente; entre outros motivos, 
pelo fato de produzirmos armas cada vez mais eficientes e letais. Essa reali-
dade se abre para algumas questões de cunho ético e até mesmo filosófico. 
 Nas mãos de quem ficam essas armas?
 No campo ético, que reflexão podemos fazer sobre a atitude de um 
governo que usa seu arsenal bélico para obrigar outro a adotar seu 
modelo político e social?
 Em um mundo com produção crescente de armas, como garantir a apli-
cação do artigo 3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 
1948?
Art. 3. Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal.
DECLARAÇÃO Universal dos Direitos Humanos. Organização das Nações Unidas (ONU), 1948. 
Disponível em: https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf.
 Acesso em: 9 set. 2020.
Direitos Humanos e 
princípios éticos
COMPETÊNCIAS E 
HABILIDADES DA BNCC:
O texto integral das 
competências e das habilidades 
encontra-se no final do livro.
Competências gerais: 1, 2, 4, 5, 6, 
7, 8, 9 e 10
Ciências Humanas e Sociais 
Aplicadas
Competências específicas: 1, 3, 4, 
5 e 6
Habilidades: EM13CHS102, 
EM13CHS106, EM13CHS304, 
EM13CHS306, EM13CHS401, 
EM13CHS403, EM13CHS404, 
EM13CHS501,EM13CHS502, 
EM13CHS503, EM13CHS504, 
EM13CHS603, EM13CHS606.
Não escreva no livro
 1. Que relação pode-se estabelecer entre as fontes 1, 2 e 3?
2. Vocês são contrários ou favoráveis à facilitação do porte de armas 
ao cidadão comum?
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Consultar as Orientações para o Professor.
Fonte 3
Leia a notícia a seguir:
Mortes por bala perdida
Com a voz embargada, Fábio Antonio da Silva, de 39 anos, conta como 
revive a todo tempo o dia 16 de março de 2018. Por volta das 20h, a irmã 
ligou avisando que o fi lho dele, Benjamin, de 1 ano e 7 meses, morreu baleado no 
carrinho de bebê em que estava. A criança é uma das seis vítimas entre 0 e 14 anos 
assassinadas por balas perdidas no Rio de Janeiro até junho deste ano.
[...]
Segundo levantamento da ONG Rio de Paz, o bebê de 1 ano e 7 meses integra uma 
lista de 45 crianças e adolescentes mortos por balas perdidas desde 2007, quando 
teve início a contagem das mortes até 14 anos – são consideradas como crianças 
pessoas até 12 anos, segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Os casos 
são contabilizados por denúncias e matérias jornalísticas, tendo em 2016 o pico de 
vítimas até o momento, com 10 mortes. [...]
MENDONÇA, J. Em 11 anos, balas perdidas matam 45 crianças e adolescentes no Rio. Ponte Jornalismo, 28 jun. 2018. Disponível em: https://ponte.org/em-11-anos-balas-perdidas-matam-45-criancas-e-adolescentes-no-
rio/#/. Acesso em: 9 set. 2020.
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CONHEÇA
SEU LIVRO
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 Retomando 
Atividades que visam retomar e organizar 
o estudo dos temas abordados. 
 #JovensProtagonistas 
Você vai conhecer uma ação realizada por 
um jovem ou por um grupo de jovens e se 
inspirar nela para propor a resolução de um 
problema presente em sua realidade. 
 #JovensEmAção 
Você vai participar ativamente 
de propostas focadas em práticas 
de pesquisa social, tendo em vista 
compreender aspectos da sua realidade. 
 Atividade síntese 
Você poderá perceber que 
um problema, um conceito ou 
um tema podem ser analisados 
por diferentes perspectivas 
pelos componentes curriculares 
que fazem parte das Ciências 
Humanas e Sociais Aplicadas. 
 Leitura de imagem 
Você vai descobrir a riqueza 
de informações e significados 
existentes em uma imagem e a 
relação dela com os conhecimentos 
da área de Ciências Humanas e 
Sociais Aplicadas. 
Retomando
 1. (UERJ)
Mandando indagar estes dias, em Amsterdã, se o texto Sistema do Mundo de Galileu 
achava-se à venda, comunicaram-me que fora impresso, mas que todos os exemplares 
haviam sido queimados em Roma, ao mesmo tempo que condenaram Galileu a retra-
tar-se; o que me surpreendeu tanto que quase resolvi queimar todos os meus papéis 
ou, pelo menos, não os mostrar a ninguém. Pois não podia imaginar como Galileu, que 
é italiano, e mesmo estimado pelo papa, pudesse ter sido criminalizado, a não ser por 
ter desejado, por certo, demonstrar o movimento da Terra.
Adaptado de DESCARTES, R. Carta de René Descartes ao Padre Mersenne, novembro de 1633. O discurso do método. 
Martins Fontes: São Paulo: 2001.
René Descartes (1596-1650) e Galileu Galilei (1564-1642) são alguns dos principais 
integrantes da chamada Revolução Científica do século XVII, processo que alterou visões 
de mundo e hábitos de pensamento da época.
 Aponte uma proposta da Revolução Científica do século XVII e um motivo para o posi-
cionamento contrário da Igreja Católica às proposições dessa revolução.
 2. Leia o texto a seguir com atenção.
Carta de convocação dos Estados Gerais
Por ordem do Rei.
[...] Temos necessidade do concurso de nossos fi éis súditos para nos ajudarem a 
superar todas as difi culdades em que nos achamos, [...] e para estabelecer [...] uma 
ordem constante e invariável em todas as partes do governo que interessam à felicidade 
dos nossos súditos e à prosperidade de nosso reino. Esses grandes motivos nos determi-
naram convocar a assembleia dos Estados de todas as províncias sob nossa obediência 
[...], de maneira que [...] seja achado, o mais rapidamente possível, um remédio efi caz 
para os males do Estado e que os abusos de toda espécie sejam reformados e prevenidos.
[...]
Versalhes, 24 de janeiro de 1789.
MATTOSO, K. de Q. Textos e documentos para o estudo de história contemporânea. 
São Paulo: Edusp; Hucitec, 1977. p. 1.
A Revolução Francesa iniciou-se em 1789 e estendeu-se até 1799, quando Napoleão 
Bonaparte assumiu o poder na França com o Golpe de 18 de Brumário. Esse aconteci-
mento foi influenciado pelos ideais do Iluminismo e pela burguesia. Levanto em conta 
tais fatos, comente:
a) Alguns dos valores e ideias iluministas que se fizeram presentes na França 
revolucionária.
b) O papel exercido pela burguesia e o ambiente político e econômico da França no final 
do século XVIII.
 3. (CESGRANRIO-RJ) A Revolução Científica, ocorrida na Europa Moderna entre os séculos 
XVI e XVII, caracterizou-se por:
a) acentuar o espírito crítico do homem através do desenvolvimento da ciência 
experimental.
b) reforçar as concepções antinaturalistas surgidas nos primórdios do Renascimento.
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Consultar as Orientações para o Professor.
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c) comprovar a tese de um universo geocêntrico contrária à explicação tradicional aceita 
pela Igreja Medieval.
d) negar os valores humanistas, fortalecendo assim as ideias racionalistas.
e) confirmar os fundamentos lógicos e empiristas da filosofia escolástica em sua crítica 
aos dogmas católicos medievais.
 4. (UEPB) O século XVIII europeu foi marcado pela crise do Antigo Regime e pelo advento 
do Iluminismo – um movimento intelectual e político favorável ao uso da razão como 
forma de se alcançar a liberdade, a felicidade e o bem-estar social. 
Analise as assertivas abaixo:
I. Enquanto movimento intelectual, o Iluminismo pretendia divulgar o conhecimento até 
então produzido pela humanidade. Foi por isso que se produziu, entre 1751 e 1780, 
uma Enciclopédia (composta de 35 volumes). A ideia dos enciclopedistas era travar 
uma batalha permanente contra a ignorância e a favor da educação popular.
lI. A base ideológica do Antigo Regime, assim chamado por se inspirar na elabora-
ção aristotélica, era a crítica ao poder absolutista e a defesa da soberania popular. 
Filosoficamente, se filiava à elaboração de enciclopedistas como Voltaire, d’Alembert, 
Montesquieu e Rousseau.
III. As sociedades europeias do Antigo Regime eram estamentais e o poder político e 
econômico estava nas mãos da nobreza e da Igreja. Mas a educação ficava a cargo 
dos enciclopedistas, que fundaram universidades para lecionar aos filhos da elite um 
tipo de conhecimento laico, científico e comprometido com a reestruturação social.
IV. Enquanto movimento político, o Iluminismo criticava as sociedades estamentais 
baseadas no Antigo Regime. Os “homens da ilustração” questionavam a influência 
política e cultural da Igreja, os privilégios da nobreza, a servidão no campo e a censura 
às chamadas ideias perigosas”.
Assinale a alternativa correta:
a) I, II e III corretas, enquanto IV incorreta.
b) IV correta, enquanto I, II e III incorretas.
c) II e III corretas, enquanto I e IV incorretas.
d) II correta, enquanto I, II e IV incorretas.
e) I e IV corretas, enquanto II e III incorretas.
 5. (Enem/MEC)
Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, 
os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo impé-
rio da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a 
vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia 
pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pelaver-
dade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela 
grandeza do homem.
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. in: PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada: da Revolução Francesa à 
Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado)
O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, 
relaciona-se a qual dos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?
a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força polí-
tica dominante.
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Atividade síntese
O mundo é cada vez mais urbano e o meio urbano é composto por cidades. Podemos entender cidade como a área urbana de um município. Segundo o filó-sofo e sociólogo francês Henri Lefebvre, é a partir da Revolução Industrial que a cidade e o urbano se tornam cada vez mais presentes no cotidiano da humanidade. Muito embora a cidade seja bem mais antiga que a indústria é a partir do processo irreversível da industrialização mundial (há dois séculos) que o processo urbano foi se consolidando. Ele também afirma que toda cidade é marcada por ações políticas porque na cidade se põe conflitos entre o interesse do capital e a função social do espaço urbano. Logo, como a cidade deve ser para todos, o cidadão deve reivindicar seu direito à cidade.
Eludir: 
desviar-se com 
habilidade.
Não escreva no livro
Responda:
 1. Afirma-se que o meio urbano é formado pela cidade. Para você, o que é cidade? 2. Segundo Henri Lefebvre, quando ocorre o grande salto para a urbanização do mundo e por quê?
 3. A partir da leitura do filósofo francês, qual sua compreensão sobre o “direito à cidade”? 4. Porque o filósofo afirma que se “ corre de sua moradia para a estação próxima ou dis-tante, para o metrô superlotado”? Você ou alguém de sua família se identificam com essa afirmação?
 5. Como você entende a questão da moradia digna no contexto traçado pelo autor?
» Manifestação pelo direito à moradia digna, em São Paulo (SP), 2020.
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O direito à cidade não pode ser concebido como um simples direito de visita [...] Basta abrir os olhos para compreender a vida cotidiana daquele que corre de sua moradia para a estação próxima ou distante, para o metrô superlotado, para o escritório ou para a fábrica, para retomar à tarde o mesmo caminho e voltar para a casa a fi m de recupe-rar as forças para recomeçar tudo no dia seguinte. O quadro dessa miséria generalizada não poderia deixar de se fazer acompanhar pelo quadro das “satisfações” que a dis-simulam e que se tornam os meios de eludi-la e de evadir-se dela.
LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2010. p. 117-118.
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Consultar as Orientações para o Professor.
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A Ética Ambiental é um campo de est
udo prático, multidisciplinar e que inv
estiga soluções 
para os dilemas éticos que surgem
 através da ação do homem sobre o
 meio ambiente. 
Sobre a tirinha acima, é correto afir
mar que o personagem, com sua pe
rgunta, está:
a) questionando a legalidade de ins
tituições que aprisionam animais, c
omo os zoológi-
cos, e sugerindo a extinção destas.
 
b) atribuindo um caráter de sujeito
 moral à onça e sugerindo que o pú
blico que visita o 
zoológico é imoral.
c) atribuindo um caráter de sujeito 
à onça e sugerindo que ela deva ser
 encarcerada por 
não possuir estatuto moral.
d) sugerindo que a beleza da onça de
va ser condição suficiente para que e
la seja mantida 
em liberdade.
e) atribuindo um caráter de sujeito 
à onça e sugerindo que ela também
 deva ser mere-
cedora de tratamento moral.
 Observe a imagem com atençã
o.
Leitura de imagem
 1. O que vemos na imagem?
 2. O que o autor da charge pode te
r pretendido ao escrever a palavra É
TICA no vestido da 
mulher que está despencando?
 3. O que se pode concluir e está im
plícito na imagem do casal que fotog
rafa a mulher/ética?
 4. Que relação se pode estabelece
r entre a charge e a proposta do cap
ítulo?
 5. Em grupo. Debatam o tema Ét
ica, Tecnologia e Sociedade e propo
nham práticas para 
um convívio ético e solidário no me
io em que vocês vivem.
Não escreva no livro
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As TDICs e o mundo contemporâneo
Nessa atividade você irá realizar uma entrevista em sua comunidade para saber 
como as pessoas sentiram as alterações que as Tecnologias Digitais da Informação 
e Comunicação (TDICs) trouxeram ao mundo.
Uma entrevista é um processo de interação social, uma técnica em que o entre-
vistador tem como objetivo obter informações do entrevistado para coletar dados 
sobre um objeto específico para fins de pesquisa. O fim dessa entrevista é conhe-
cer como a vida das pessoas de sua comunidade se alterou com a preponderância 
das TDICs no mundo atual. 
» Estudantes idosos durante aula de computação no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente 
Prudente (SP), 2019. 
1a Etapa • Problematização
a) Reúnam-se em grupos e realizem uma pesquisa sobre as alterações que as TDICs 
causaram na vida de pessoas que viveram parte de sua vida sem elas. 
b) Em seguida, compartilhem os resultados da pesquisa com o restante da turma. 
2a Etapa • Escolhendo os entrevistados
c) Com algum conhecimento teórico sobre o assunto a ser estudado, os grupos deverão 
escolher personagens significativos de sua comunidade, pessoas que vivenciaram de 
forma mais ou menos brusca a alteração causada pelas TDICs. O seu avô e sua avó 
vivenciaram essa alteração de maneira distinta dos seus pais, mas não é necessário 
que sejam familiares.
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As TDICs e o mundo contemporâneo
Entrevista
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3a Etapa • Elaboração do roteiro
d) Escolham previamente as questões que desejam fazer, partindo do conhecimento 
que tiveram com a pesquisa. Elas podem ser genéricas, como “como era a sua vida 
antes da massificação das TDICs”, ou específicas, “você foi afetado em seu trabalho 
pelo advento das TDICs”. Além disso, pode se referir às dificuldades de compreensão 
das novas tecnologias: “você teve dificuldade de adaptar-se ao mundo virtual?”. 
e) A elaboração do roteiro é uma etapa essencial para o sucesso da entrevista. É preciso 
que estejam inseridas todas as perguntas e tópicos relevantes para orientar o trajeto 
da sua entrevista. Atenção, ao elaborar o roteiro, fique atento à linguagem (formal ou 
coloquial), à forma das perguntas e à sequência delas. Tudo depende do seu público 
e de quem escolheu como seu entrevistado.
4a Etapa • Trabalho de campo
f) Com os entrevistados escolhidos e o 
roteiro elaborado, vocês deverão reali-
zar a entrevista. Caso tenham escolhido 
gravar a entrevista, lembrem-se de 
pedir autorização ao entrevistado. 
5a Etapa • Análise e interpreta-
ção dos resultados
g) Com as entrevistas realizadas, é 
importante transcrevê-las, caso 
tenham sido gravadas. Com esse 
material em mãos, debatam com os 
outros grupos os resultados preli-
minares alcançados. É importante 
compreender as semelhanças e 
diferenças entre os resultados e as 
possíveis razões para isso. 
h) Após o debate, a turma deverá elaborar 
um único relatório com as conclusões. 
É importante levantar hipóteses para 
as respostas alcançadas e pensar se 
esses resultados podem ser genera-
lizados para outras regiões do país. 
Lembrem-se que no relatório deve 
constar todo o caminho percorrido por 
vocês desdea primeira etapa.
6a Etapa • Divulgação
i) Compartilhem o relatório final com a 
comunidade escolar, usando a rede 
social oficial da escola ou em suas 
próprias contas e marquem as posta-
gens com a #JovensEmAção.
 » Jovem entrevista senhora em Goiás, 2019. 
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Educação para todas e todos
1o Passo • Conhecer ações inspiradoras realizadas por uma jovem
Leia a história de Malala Yousafzai:
[...] Nascida no dia 12 de julho de 1997 na região do vale do Swat, nordeste 
do Paquistão, Malala cresceu em uma família que geria escolas na região. O pai, 
Ziauddin Yousafzai, fez questão de proporcionar à filha todas as oportunidades 
que um homem teria — inclusive estudar. Quando tinha 11 anos, porém, em 2008, 
o regime Talibã tomou controle da cidade onde a família Yousafzai morava. Entre 
as várias medidas proibitivas determinadas estava a proibição de garotas frequen-
tarem a escola.
[...] Malala não estava disposta a desistir tão fácil de continuar estudando. Meses 
depois, em protesto ao fechamento das escolas, fez um discurso em Peshawar, uma 
das grandes capitais do país, no qual confrontou o regime: “como o Talibã ousa 
tirar meu direito básico à educação?”, foi o título do discurso. No ano seguinte, 
usando o pseudônimo Gul Makai, começou a escrever em blogs da BBC relatando 
a vida sob o regime. Sua verdadeira identidade foi revelada, e Malala passou a 
conceder entrevistas a emissoras de TV e a jornais, sem nunca se omitir da luta 
pelo direito de estudar.
» Malala Yousafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, falando em uma entrevista coletiva conjunta com o 
primeiro-ministro norueguês após reunião em seu escritório. Oslo (Noruega), 2014.
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[...] No dia 9 de outubro de 2012, quando estava no ônibus escolar que a levaria para 
casa, um homem usando uma máscara entrou no veículo e perguntou: “quem é Malala?” 
e atirou no lado esquerdo de sua cabeça. “Acordei 10 dias depois em um hospital em 
Birmingham, na Inglaterra”, relata Malala no site de sua fundação.
[...] Em fevereiro de 2013, após meses de tratamento na Inglaterra, Malala obteve 
alta. [...] O ano de 2013 foi agitado para a jovem ativista. Em abril, foi criada a 
Malala Fund, uma organização que busca arrecadar fundos para financiar a edu-
cação de garotas no mundo todo. No mesmo mês, ela foi considerada a pessoa mais 
influente do ano pela revista Time. E, no seu aniversário de 16 anos, discursou nas 
Nações Unidas em Nova York. A data passou a ser chamada de “Malala Day”, ou Dia 
de Malala.
[...] Malala continuou engajada na luta pelo direito das meninas de estudar, pelo que 
foi reconhecida com diferentes prêmios. O maior deles, porém, veio em 2014, quando 
foi laureada com o Nobel da Paz, junto com Kailash Satyarthi, pelo trabalho como ati-
vista por direitos das crianças.
MARASCIULO, M. Malala Yousafzai: 7 pontos para entender a história da jovem ativista. Galileu, 12 jul. 2020. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2020/07/malala-yousafzai- 
7-pontos-para-entender-historia-da-jovem-ativista.html. Acesso em: 27 ago. 2020.
a) Qual foi o problema enfrentado por Malala?
b) Como Malala enfrentou esse problema?
2o Passo • Mapear a realidade.
c) Faça uma pesquisa e descubra outras soluções encontradas por pessoas que enfren-
tam problemas de acesso à educação escolar. Anotem as informações que julgarem 
pertinentes.
d) Na sua escola ou na sua cidade existem problemas ligados ao acesso à educação? 
Pergunte a familiares, amigos e membros da comunidade escolar. E pesquise dados 
sobre o acesso à educação em sua cidade e em sites confiáveis.
3o Passo • Atuar na sociedade
e) Depois do mapeamento, pense nas formas de colaboração para que se encontrem 
soluções para o problema pesquisado. Seja por meio de sua divulgação, seja por meio 
de ações práticas que busquem reduzir seus impactos. Conversem com os professores 
e colegas e retomem as informações levantadas para encontrar ideias inspiradoras 
em sua própria cidade ou em seu estado. 
f) Após definir as propostas, chegou a hora de colocá-la em prática! Vocês podem 
se organizar em pequenos grupos, cada qual responsável por uma etapa do 
trabalho.
4o Passo • Compartilhar o trabalho com a comunidade
g) Compartilhem suas propostas e ações por meio de um blog, de perfis nas redes sociais, 
de fotografias, vídeos curtos e lives. Não esqueçam de compartilhar com a comuni-
dade escolar na rede social oficial da escola ou em suas próprias contas e marquem 
as postagens com #JovensProtagonistas.
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Sumário
 CAPÍTULO 1 Ética: da Idade Média ao 
Renascimento | 12
A ética Ubuntu | 13
A ética indígena | 15
Uma viagem no tempo e no espaço | 18
Idade Média: conceito e periodização | 18
Renascimento | 24
O comportamento na visão da 
Sociologia | 31
Sobre a construção sócio-histórica e 
arbitrária do comportamento humano | 33
Retomando | 34
 CAPÍTULO 2 Ética, revoluções
e Iluminismo | 36
A Revolução Científica e o racionalismo do 
século XVII | 37
Cientistas e filósofos do século XVII | 38
Debates éticos e democracia | 101
Unidade
O século das Luzes | 41
Pensadores iluministas | 41
Progresso, otimismo e ciência | 44
O Antigo Regime na França | 46
A sociedade | 46
A economia e a política | 47
A Revolução em marcha | 49
Retomando | 58
 CAPÍTULO 3 A universalidade não tão 
universal | 62
Universalidade em questão: 
representatividade e direitos | 62
As vozes femininas na Revolução 
Francesa | 63
Direitos das mulheres ontem e hoje | 65
O que é o feminismo? | 66
O que é o patriarcado? | 67
Desigualdade racial e direito dos 
negros | 70
O caso do Haiti: América francesa | 70
A Razão Negra | 72
Desigualdade racial e o direito à vida na 
atualidade | 73
A mortalidade dos negros no Brasil | 75
Homossexualidade: passado 
e presente | 78
Retomando | 81
#JovensProtagonistas | 86
#JovensEmAção | 88
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2
Unidade
Direitos Humanos e princípios éticos | 90
 CAPÍTULO 4 Direito à moradia e 
segregação urbana | 92
O direito à moradia | 92
Políticas públicas de moradia | 94
Urbanização brasileira e o dilema da 
moradia | 96
Metrópole e centros urbanos | 103
Desigualdade espacial urbana e segregação 
social | 107
Movimentos populares por direito à 
moradia | 109
Retomando | 111
 CAPÍTULO 5 A violência | 114
As variadas formas de violência | 117
As principais vítimas da violência | 119
Uso da violência na divulgação de 
notícias | 123
A cultura da paz | 128
Retomando | 129
Base Nacional Comum Curricular | 154
Bibliografia comentada | 158
 CAPÍTULO 6 Impasses éticos da 
atualidade | 132
Os impactos das inovações 
tecnológicas | 132
Inovação tecnológica e comunicação | 133
Bioética e ética ambiental | 136
Impactos ético-políticos nos valores, 
nas atitudes de indivíduos, grupos e 
sociedades | 138
O que é afinal a crítica? | 138
Inovação e poder | 140
Ética e saúde | 143
Ética e direitos humanos | 144
Humanidade em risco e 
transumanismo | 145
Tecnologia e desemprego | 146
Retomando | 147
#JovensProtagonistas | 150
#JovensEmAção | 152
JONAS GRATZER/LIGHTROCKET/GETTY IMAGES
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8
CONHEÇAO VOLUME
8
Objetivos a serem desenvolvidos neste volume
Ao realizar os estudos propostos neste livro da coleção, espera-se que os objetivos apresentados 
a seguir sejam alcançados.
 Esclarecer a noção de ética. 
 Entender as diversas maneiras pelas quais os princípios que regem a conduta humana são 
formulados.
 Analisar as diferenças e as proximidades entre a ética indígena e a ética Ubuntu.
 Compreender as diferentes concepções éticas desenvolvidas durante a Idade Média e o Renascimento.
 Expor as implicações do estudo do comportamento humano a partir da perspectiva sociológica.
 Investigar a mudança de paradigma advinda da revolução científica no século XVII, observando a 
contribuição de alguns de seus mais famosos cientistas e filósofos.
 Entender a formação da mentalidade contemporânea por meio dos exemplos e ideias dos pensa-
dores do Iluminismo. 
 Analisar as origens e os impactos dos eventos da Revolução Francesa, e seu marco de transição 
da modernidade para o mundo contemporâneo.
 Compreender a formação do conceito de direitos humanos e sua relevância para a garantia da 
cidadania e da ética na sociedade contemporânea.
 Compreender e debater as reivindicações de grupos sociais surgidos no ambiente da Revolução 
Francesa e do Iluminismo. 
 Analisar as origens e as demandas do movimento feminista por igualdade de direitos.
 Analisar as origens e as demandas democráticas dos movimentos negros e por igualdade racial, 
em uma perspectiva espaço-temporal.
 Analisar as origens e as demandas atuais dos movimentos LGBTQI+ e de diversidade sexual.
 Refletir sobre o conceito de direitos humanos e sua universalidade a partir dos movimentos sociais 
surgidos nos séculos XIX e XX.
 Compreender e relacionar os conceitos de direito à moradia e de segregação urbana.
 Analisar e compreender o papel do Estado na organização do espaço e planejamento urbano no Brasil.
 Compreender as diferenças dos principais modelos de produção industrial utilizados no século XX.
 Investigar o processo de urbanização brasileira e seus impactos na qualidade da moradia.
 Situar historicamente o fenômeno da metropolização das grandes cidades, a instituição das Regiões 
Metropolitanas e o surgimento das megacidades.
 Contextualizar as causas e as consequências da segregação espacial e seus impactos na promoção 
de desigualdades sociais.
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9
 Analisar o papel dos movimentos de luta por direito à moradia, suas reivindicações e seu antagonismo 
com as construtoras e incorporadoras imobiliárias.
 Apresentar o conceito de violência nas suas diversas formas.
 Fornecer subsídios para identificação da violência em diversos contextos e discursos.
 Reconhecer as principais vítimas da violência (mulheres, crianças, negros, refugiados etc.).
 Promover o debate sobre soluções e caminhos que erradiquem a violência do cotidiano das pessoas. 
 Desnaturalizar situações de violência reproduzidas na vida cotidiana.
 Apresentar as violências próprias do mundo virtual a partir da discussão sobre fake news. 
 Compreender as transformações sociais originadas com o avanço científico e tecnológico do início 
do século XX.
 Entender a relação entre ciência, tecnologia e comunicação, bem como seus impactos culturais e no 
modo como nos relacionamos.
 Analisar as implicações morais e éticas das biociências e das ciências da saúde na organização das 
sociedades.
 Compreender a articulação entre ética e ciência, levando em conta os princípios fundamentais dos 
direitos humanos e o universo do trabalho no interior da sociedade.
Justificativa da pertinência dos objetivos
Os temas propostos neste volume visam fornecer diversos caminhos para suas reflexões sobre o 
mundo que o cerca com base em princípios éticos. Para isso, você vai aprender sobre os fundamentos 
éticos em diferentes épocas e sociedades, ampliando seu repertório sobre o assunto. Esse conhecimento 
é importante para que você consiga analisar e refletir sobre o passado, mas também sobre o presente.
As discussões sobre a ética atingem diversos campos da vida, desde as relações pessoais, pas-
sando pelas relações sociais, até o contato entre diferentes povos e nações. Por isso, você vai conhecer 
e refletir sobre acontecimentos históricos importantes, nos quais os problemas éticos estiveram muito 
presentes, como os processos de dominação de alguns povos sobre outros; vai refletir sobre as desi-
gualdades sociais, as injustiças e as diversas formas de violência no mundo atual; e, também, pensar 
sobre dilemas éticos relacionados ao desenvolvimento tecnológico.
Essas reflexões vão permitir a você desnaturalizar determinados costumes que ferem os princípios 
éticos, percebendo as desigualdades, os preconceitos e as discriminações presentes nessas atitudes. 
Do mesmo modo, você vai poder elaborar um pensamento e uma conduta que visam combater as 
diversas formas de injustiça, preconceitos e violências, a partir de princípios éticos, democráticos, 
inclusivos e solidários e que respeitam os direitos humanos.
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1 Debates éticos e democracia
Vivemos em um mundo dividido pela enorme distância entre pobres 
e ricos, castigado por acidentes ambientais e atravessado por inúmeras 
formas de violência: desde a causada por conflitos armados, terrorismo, 
crime organizado até as motivadas por distração e negligência no trânsito.
Observe a imagem com atenção.
Fonte 1
COMPETÊNCIAS E 
HABILIDADES DA BNCC:
O texto integral das competências 
e das habilidades encontra-se no 
final do livro.
Competências gerais: 2, 3, 6, 7, 9 
e 10
Ciências Humanas e Sociais 
Aplicadas
Competências específicas: 1, 2, 4, 
5 e 6
Habilidades: EM13CHS101, 
EM13CHS103, EM13CHS204, 
EM13CHS205, EM13CHS403, 
EM13CHS501, EM13CHS502, 
EM13CHS503, EM13CHS504, 
EM13CHS603, EM13CHS605, 
EM13CHS606.
� O que está acontecendo na cena?
� Onde a cena principal se passa?
� O fato apresentado pode ser considerado distração ou negligência no trânsito?
� Você já presenciou alguém usando celular ou já fez isso enquanto dirigia?
� Já soube de um acidente ocorrido por esse motivo?
Leia a seguir o trecho de uma reportagem e alguns artigos do Código de Trânsito 
Brasileiro.
Fonte 2
Jovens ao volante: Por que eles são as grandes vítimas?
Os acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre os jovens [...] em 
todo o mundo.
[...] 
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 » Fac-símile da capa da 8a edição 
do Código de Trânsito Brasileiro, 
publicado pela Câmara dos 
Deputados. 
Durante as fiscalizações, não é difícil nos depararmos com jovens dirigindo alcooli-
zados, ou, ainda, excedendo os limites de velocidade. 
Causas que estão entre os principais motivos de acidentes entre jovens ao volante. 
Apesar das estatísticas pesarem para estes fatores, outro grande perigo também 
começa a aparecer. Tornando-se um dos grandes desencadeadores de acidentes entre 
este público. 
Manusear o celular, seja para falar ao telefone, mandar mensagens de texto ou de 
voz têm sido os principais novos problemas registrados. 
[...] 
Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, tanto jovens ao volante 
como adultos que manuseiam o celular enquanto dirigem aumentam em 23 vezes o 
risco de se envolver em acidentes. 
Fato que faz com que a inexperiência, associada à distração e a negligência no trân-
sito, torne-se uma arma poderosa e letal. 
JOVENS ao volante e o comportamento de risco no trânsito. Icetran, 11 out. 2017. 
Disponível em: https://icetran.com.br/blog/jovens-ao-volante-e-o-risco-no-transito/. Acesso em: 14 set. 2020. 
Fonte 3
Art. 161. Constitui infração de trânsitoa inobservância de qualquer preceito deste 
Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN [...].
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada 
obrigatória [...].
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida 
para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em 
rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias [...].
Art. 252. Dirigir o veículo: [...]
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelha-
gem sonora ou de telefone celular [...].
BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. 
Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm. 
Acesso em: 14 set. 2020. 
 � Você sabia que acidentes de trânsito são a principal causa de 
morte entre os jovens?
 � Conhecia as leis presentes na fonte 3? 
 � Que relação podemos estabelecer entre as fontes 1, 2 e 3?
 � Qual é a importância da Educação para o Trânsito na construção 
da cidadania no nosso país? O que você sabe sobre o assunto?
 � O que pode ser feito para mudar essa situação?
 � Produza um cartaz, podcast ou vídeo com propostas para enca-
minhar a solução dos problemas apontados nas fontes 1, 2 e 3.
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LO 1 Ética: da Idade Média ao Renascimento
» Jovens 
protestam em 
defesa da ética, 
da democracia 
e contra o 
racismo, em 
Londrina (PR), 
2020.
Você, no seu dia a dia, já ouviu certamente a palavra ética em diversas situações 
e contextos. No plano individual, por exemplo, é comum ouvirmos uma pessoa 
dizer a outra: “Isto é falta de ética!”. Ou então, em um contexto mais amplo, “o 
problema brasileiro é a falta da ética na política!”. Ouvimos, também, a palavra 
ética em tom elogioso: “a professora é uma pessoa muito ética!”.
Mas como podemos definir ética, afinal?
Ética é um campo de estudo da Filosofia que investiga os diferentes conjuntos 
de princípios que orientam as ações de um indivíduo ou de um grupo. O conceito 
de Ética, no entanto, não é universal e atemporal, mas sim histórico, pois varia de 
uma cultura para a outra e, também, no tempo.
Para melhor compreender essa variedade vamos começar estudando uma ética 
de matriz africana.
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 » Grupo Jongo de Piquete 
- dança de roda de 
origem africana com 
acompanhamento de 
tambores e solista. 
Piquete (SP), 2007.
Banto: tronco linguístico com 
dezenas de famílias e cerca 
de 470 línguas. Essas línguas 
são faladas hoje por cerca de 
100 milhões de indivíduos 
concentrados em territórios 
ao sul da linha do equador, 
entre eles, Congo, Angola e 
Moçambique. Por extensão, os 
povos que falam essas línguas 
são chamados de bantos.
A ética Ubuntu
O Ubuntu é uma ética e filosofia africana que propõe um modelo 
de sociedade mais humanizada e solidária. É também uma das 
muitas contribuições dos africanos de origem banto e seus descen-
dentes para pensarmos soluções para os problemas de ordem ética 
no Brasil de hoje.
A palavra ubuntu é de origem quimbundo, a língua mais falada em 
Luanda, capital de Angola. A ética e filosofia Ubuntu baseiam-se no 
princípio de que “Eu sou porque nós somos”; ou seja, a existência de 
um indivíduo está estreitamente ligada à do outro e à da coletividade.
Nesse modo de ver, portanto, a comunidade se sobrepõe ao indi-
víduo em importância. Isto ajuda a explicar por que nas importantes 
manifestações de matriz africana, como a capoeira e o samba, os figu-
rantes formam uma roda e são chamadas de roda de samba, roda de 
capoeira, roda de jongo, entre outras.
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 » Costureiras 
mostrando 
máscaras 
confeccionadas 
para 
distribuição 
durante a 
pandemia de 
covid-19, na 
comunidade de 
Paraisópolis, 
em São Paulo 
(SP), 2020.
Além de estar presentes nessas manifestações artísticas e religiosas da 
matriz africana, o Ubuntu está presente também no modo de organização de 
ações, como festas comunitárias, campeonatos esportivos, mutirões para ajudar 
um vizinho a construir uma casa, obter roupas, material escolar e/ou cadeiras 
de rodas para deslocar-se até a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) mais 
próxima. Boa parte dessas ações é geralmente coordenada por mulheres, com 
grande liderança e respeitabilidade no seio de sua comunidade.
Nós vivemos em uma sociedade em que predomina a disputa para saber quem 
é o melhor e nessas disputas há sempre um vencedor e perdedor. Já a filosofia 
Ubuntu não se funda na vitória sobre o outro, mas no compartilhamento de téc-
nicas, saberes e valores.
Os africanos trazidos para o Brasil aos milhões durante mais de três séculos 
eram portadores de saberes e técnicas e visões de mundo que foram e continuam 
sendo parte do ser brasileiro; e um desses importantes legados é a ética e filo-
sofia Ubuntu, baseada no humanismo e na interconexão com o outro como parte 
constitutiva da condição humana. 
A escravização pretendeu desumanizar os africanos, retirando deles o nome, 
a língua, a lembrança dos amigos, dos familiares e das terras de onde eram origi-
nários. A filosofia e a ética Ubuntu querem devolver a eles a força vital para reaver 
a humanidade e transformar a realidade, apoiadas nos saberes e valores éticos 
herdados de seus ancestrais.
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» Jean-Bosco Kakozi é professor da Universidade Federal da 
Integração Latino-americana (Unila), em Foz do Iguaçu. 
Porto Alegre (RS), 2018. 
O texto a seguir é do doutor em Filosofia Marcelo José Derzi Moraesm. Leia-o 
com atenção.
[...] O filósofo congolês Jean-
Bosco Kakozi Kashindi apresenta 
a dimensão do ubuntu como uma 
consciência africana; um espírito 
africano, em que na relação com a 
alteridade encontramos uma con-
dição de vivermos melhor [...], 
que pode ser compreendida pela 
máxima [...] do grupo shoto do norte 
da África do Sul [...]: se e quando 
tiver de enfrentar uma escolha 
decisiva entre a riqueza e a preser-
vação da vida de outro ser humano, 
deve sempre optar pela preservação 
da vida. Esse ensinamento explica 
a fi losofi a ética ubuntu [...]. A ética 
[...] ubuntu é a ética da responsabilidade, que invoca o tshiamalenga (a fi losofi a do 
nós), em que o nós ubuntu é a partilha, a solidariedade e o cuidado mútuo, em que o 
nós é anterior ao eu; isso não quer dizer que não existe identidade pessoal, autônoma 
e singular. Para Kashindi, é no o ato de fazer o bem que se gera mais potência e força 
nas relações de alteridade, é um reconhecimento de ubuntu do doador [...] e, ao mesmo 
tempo, uma responsabilidade para com esse doador. [...]
MORAES, M. J. D. A filosofia ubuntu e o quilombo: a ancestralidade como questão filosófica. 
Revista África e Africanidades, ano XII, n. 32, nov. 2019. Disponível em: 
http://www.africaeafricanidades.com.br/documentos/0320112019.pdf. Acesso em: 7 set. 2020.
Para refletir e argumentar
 1. Como é seu relacionamento com o outro e sua comunidade?
 2. Você considera que a filosofia e a ética Ubuntu podem nos ajudar a refletir sobre o Brasil 
de hoje? Como? 
Não escreva no livro
A ética indígena
Para compreender a ética indígena é preciso levar em conta que a educação 
indígena é responsabilidade da comunidade como um todo; cada criança vai sendo 
iniciada pelos adultos nos rituais e valores do grupo, por meio de gestos e palavras 
da família extensa. No convívio com osadultos, a criança e o jovem vão aprendendo 
os valores relacionados à pessoa e ao meio ambiente do grupo a que perten-
cem. Assim, no convívio com pessoas, animais e vegetais do lugar onde vivem vão 
aprendendo o ser e o fazer dentro de sua comunidade.
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Consultar as Orientações para o Professor.
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Vão aprendendo na prática, enquanto ajudam os adultos, como a comunidade 
faz para obter o que precisa para sobreviver: caça, pesca, coleta ou cultivo. Além 
de aprender todas técnicas e saberes tradicionais, aprendem também os valores 
sagrados para seu grupo, a noção de certo ou errado, verdadeiro ou falso etc. Esse 
aprendizado se faz oralmente dos mais velhos para os mais novos, e nas atividades 
ou conversas do dia a dia.
Um valor ético central na vida indígena é o respeito; seja no convívio com outras 
pessoas do grupo, seja nas atitudes ante a natureza.
O indivíduo é ensinado a respeitar por meios de gestos, olhares e palavras e 
também pelo silêncio, quando a ocasião pede como, por exemplo, quando escuta 
o que o outro fala, sobretudo se é mais velho. Quem desrespeita perde a consi-
deração dos demais bem como a capacidade de influenciar por meio de palavras.
Desde que os indígenas conquistaram o direito à educação escolar em sua 
própria língua foi possível conhecer melhor a força de seus valores éticos e suas 
cosmovisões e permitiu a eles levar essa riqueza para os currículos escolares de 
suas escolas por meio dos registros escritos e visuais de alunos e professores.
As lutas pela afirmação de suas identidades e em defesa de seus valores se 
conectam à luta pelo direito à terra onde vivem e estão enterrados os seus ances-
trais e por um ensino específico e de qualidade.
A importância de valores indígenas, como a responsabilidade compartilhada por 
crianças e jovens e o respeito ao outro e ao ambiente, com certeza pode pautar 
nossos debates éticos para a construção de uma sociedade mais justa, mais equâ-
nime e que respeita a diversidade de línguas, culturas e opções sexuais e religiosas 
de seus membros.
 » Líder indígena 
falando para 
crianças na Aldeia 
Aiha, Parque 
Indígena do Xingu 
(MT), 2018.
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O texto a seguir foi escrito por uma indígena e por uma doutora em Educação 
e trata dos valores Kaiowá e Guarani. Leia-o com atenção.
[...] Vida é todo ser que res-
pira em cima da terra e embaixo 
dela [...]. Cada uma dessas vidas 
depende da outra para sobreviver.
[...] sem terra não haverá vida e 
sem vida não haverá a língua.
[...] saber respeitar o outro – na 
caça, na pesca, na hora de lavar 
roupa no rio, respeitar o lugar de 
banho dos mais velhos, saber falar 
na hora certa. [...]
A palavra [...] é sagrada por isso 
não pode ser proferida de qualquer 
jeito. A palavra tem muita força. 
É carregada de compromisso e de 
valor, representa a verdade.
[...] ser Kaiowá e Guarani seja onde for.
[...] falar a verdade sem magoar o outro. Dar a palavra para o outro e cumprir.
[...] viver essa vida sem maldade.
[...] saber viver de modo digno, com lealdade [...].
[...] saber ouvir e obedecer aos mais velhos, saber ouvir a terra, [...] a mata, [...] os 
rios, [...] os animais.
[...] saber dividir as coisas com as pessoas [...].
[...] vida sem maldade, vida de fé [...] não [...] matar, nem roubar, [nem] falar mal 
do outro [...].
[...] ter piedade do outro e ajudá-lo sempre que necessário [...], seja na doença, na 
morte na família, na fome [...]
[...] sempre passar a vida de alegria seja onde for [...].
[...] buscar força para viver a vida com coragem [...], na caça [...], na pesca [...], na 
roça [...].
XAMIRINHUPOTY, V. V.; REZENDE, M. A. Nhande rekoha nhe'e ayvu arandu. Para o bem viver da humanidade na 
cosmovisão Kaiowá. In: TEIXEIRA, L. C. Povos indígenas e psicologia: a procura do bem viver. São Paulo: Conselho 
Regional de Psicologia de São Paulo, 2016. p. 27-30. Disponível em: 
https://www.crpsp.org/uploads/impresso/110/RLAg_HX8E6bm0fVjb2gpqCkreIBkTy0W.pdf. Acesso em: 2 set. 2020.
Para refletir e argumentar
 1. Um dos importantes valores indígenas é falar a verdade sem magoar o outro. Você tem 
conseguido pôr em prática este valor?
 2. Compare a importância da palavra para os Kaiowá Guarani à que ela tem na nossa 
sociedade.
 3. Os valores sociais dos Kaiowá Guarani podem nos ajudar a pensar sobre a crise de 
valores vivida pela nossa sociedade hoje? Em quais pontos?
Não escreva no livro
» Líder indígena da etnia guarani. Na Aldeia Água Bonita 
(MS), 2015.
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Idade Média: Período da 
história europeia de cerca 
de mil anos, que tem início 
em 476, com a deposição do 
último imperador romano 
do Ocidente, e termina 
em 1453, com a queda de 
Constantinopla, capital do 
Império Romano do Oriente. 
Essa periodização, que tem 
como marco inicial o século 
V e o final do século XV, 
tem recebido várias críticas, 
principalmente pelo fato 
de ser eurocêntrica. Nós a 
apresentamos por ser muito 
usada em livros, revistas e 
jornais.
Uma viagem no tempo e 
no espaço
Agora que já dialogamos sobre a ética Ubuntu e a ética Kaiowá e 
Guarani, vamos fazer uma viagem no tempo e no espaço e estudar 
filosofias e éticas de europeus ocidentais em outros tempos.
Idade Média: conceito e 
periodização
Vamos começar estudando uma ética e filosofia que se formou 
durante a Idade Média, época em que a Igreja era a instituição mais 
poderosa na Europa.
O poder da Igreja no medievo
Como a igreja Católica se tornou poderosa na Idade Média? 
Durante a lenta e profunda crise vivida pelo Império Romano, a 
vida na Europa se desorganizou e suas populações foram tomadas 
pela insegurança e pelo medo. Nesse contexto, a Igreja era a única 
instituição capaz de oferecer proteção e ajuda a essas populações. 
Nos primeiros tempos, o sustento da Igreja provinha de esmolas 
dadas pelos fiéis. Posteriormente, ela passou a acumular um patri-
mônio crescente, originário de doações em terras e dinheiro que 
recebia dos fiéis. 
No século IV, a Igreja ganhou o direito à isenção de impostos e 
a um tribunal próprio. Em 445, desejando prestigiar a sua capital, o 
imperador romano Valentiniano III concedeu ao bispo de Roma auto-
ridade sobre os outros bispos. Com o nome de Leão I (440-461), esse 
bispo passou a se chamar papa. Leão I era herdeiro e representante 
do apóstolo Pedro, tido como o primeiro bispo de Roma e cujo corpo 
se acreditava estar enterrado naquela cidade.
O poder da Igreja se estendia a todos os campos da sociedade 
medieval. Aqueles que não seguiam as regras nem participavam das 
festas e rituais da Igreja Católica eram considerados hereges e podiam 
ser excomungados. Ser excomungado não significava apenas ser proi-
bido de frequentar a igreja, mas ser excluído também de toda a vida 
social. A Igreja Católica estava presente em todos os momentos da 
vida de uma pessoa, do nascimento à morte. Todos os acontecimentos 
importantes da vida dos indivíduos eram regulados pela Igreja. Nesse 
ambiente social, desenvolveu-se e ganhou força o teocentrismo.
O filme O Nome da Rosa, adap-
tação do romance homônimo, 
do escritor italiano Humberto 
Eco, trata de um monge benedi-
tino que investiga uma série de 
assassinatos em um mosteiro 
italiano no fim da Idade Média.
O NOME da Rosa. Direção: 
Jean-Jacques Annaud. Itália; 
Alemanha; França: Cristaldifilm; 
France 3 Cinéma; Les Films 
Ariane; Neue Constantin Film; 
Zweites Deutsches Fernsehen, 
1986. Vídeo (130 min).
Dica
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 » A Catedral de Notre Dame, uma das principais atrações turísticas da cidade de Paris (França), foi 
construída durante a Idade Média. A construção é um exemplo do gótico, um dos principais estilos 
arquitetônicos medievais. Fotografia de 2018.
Teologia: discurso 
racional sistemático 
que, apoiando-se no 
mais das vezes nas 
religiões reveladas 
(como o cristianismo, 
o islamismo, 
o judaísmo 
etc.), pretende 
aproximar-se do 
conhecimento do 
divino.
Teocentrismo
O termo teocentrismo designa uma concepção de mundo que considera 
Deus como o centro de tudo. O teocentrismo não se restringe a conceber um 
único deus; nessa concepção, Deus é o centro do universo e essa centralidade 
é organizadora da vida das pessoas. Na Idade Média, o teocentrismo estava 
presente em várias áreas da vida social como, por exemplo, na superioridade 
da dimensão espiritual em relação à carnal. Isso significa dizer que a vida dos 
cristãos da Idade Média era muito mais voltada para o mundo sagrado do que 
para o mundo material. 
No mundo medieval, que como vimos era profundamente cristão, todas as 
pessoas (ou quase todas) acreditavam em uma vida após a morte e orienta-
vam suas ações e comportamentos com vistas a conquistar o paraíso celeste.
Na vida cotidiana das pessoas, voltada muito mais para o mundo sagrado 
– considerado superior à realidade material em que essas pessoas viviam 
– o corpo e os bens materiais, por exemplo, tinham um valor menor. Por 
isso, ninguém vivia pensando em acumular o máximo de objetos possíveis, 
ou então em modificar o próprio corpo a fim de deixá-lo bonito, pois essas 
preocupações eram menores. 
Todos acreditavam na existência de uma hierarquia dos saberes; a teologia, 
ou seja, os estudos sobre Deus, era o assunto primeiro e mais importante.
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» Vista interior 
da Catedral de 
Chartres, também 
conhecida como 
a Catedral de 
Nossa Senhora 
de Chartres, na 
França, 2016.
Cristianismo e arte gótica
[...] A forte infl uência do Cristianismo determina [...] o sentido teocêntrico da civi-
lização e da cultura medievais. Deus será [...] o centro de convergência e o supremo 
referencial da vida. [...] Este teocentrismo exprime-se bem na arte gótica, refl exo de 
todo um mundo em ogiva. Com a sua perfeita estruturação em vertical, os seus arcos 
em ogiva, o seu lançamento em altura, as suas agulhas apontando o Céu, a catedral 
gótica é o símbolo plástico mais eloquente de uma civilização em que tudo converge 
para Deus. E com ele se liga também o sentido hierárquico da organização da vida [...], 
em que Deus [...] ocupa o seu trono, no topo da escala dos estratos sociais e dos poderes 
subordinados, como supremo senhor do mundo e da vida. 
No domínio do saber, também a teologia ocupa o lugar cimeiro, como rainha das 
ciências, à qual todas as demais estão subordinadas e em função da qual existem e 
funcionam. A fi losofi a inclui-se nessa subordinação e serviço, em lugar imediatamente 
abaixo da ciência divina, como [...] Serva da teologia [...].
O homem medieval tenderá a ver tudo com os olhos da sua fé religiosa. Terá, por-
tanto, uma visão tendencialmente [...] sobrenaturalista do mundo e da vida. A Bíblia, 
como palavra revelada por Deus e fundamento da sua fé, tenderá a exercer para ele um 
papel [importante] [...]
COUTINHO, J. Elementos de História da Filosofia Medieval. Braga: Universidade Católica Portuguesa, 2008. p. 7-8. 
Disponível em: https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/12729/1/Elementos%20de%20Filosofia%20Medieval.pdf. 
Acesso em: 9 set. 2020.
Para refletir e argumentar
 Segundo o autor, “a catedral gótica é o símbolo plástico mais eloquente de uma civili-
zação em que tudo converge para Deus”. Dê exemplos dessa afirmação retirados da 
própria imagem.
Não escreva no livro
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� Pense nos aconteci-
mentos do seu coti-
diano e responda: você 
concorda com a tese 
dos maniqueístas de 
que todos erram por-
que o mal faz parte do 
mundo? Justifique sua 
resposta com exemplos. 
Dialogando
Ética agostiniana
Um dos pensadores mais importantes do mundo 
medieval foi Agostinho de Hipona (354-430), filósofo e 
teólogo cujos textos são fundamentais na formação do 
pensamento cristão. Isso significa dizer que uma série 
de crenças, explicações e regras da Igreja católica se 
formaram a partir dos textos desse filósofo. Agostinho 
preocupou-se com questões éticas como: o que é o 
bem? Como fazer o bem? O que é a felicidade? Como 
atingir a felicidade? Filósofos da Grécia Antiga, como 
Sócrates, Platão e Aristóteles, entendiam que fazer o 
bem e obter a felicidade eram ações realizadas pelos 
homens, de forma autônoma. Diziam que todo homem 
é dotado de razão, e essa característica lhe permite agir 
desta ou daquela forma, obter felicidade ou não, agir 
bem ou mal. Agostinho de Hipona formulou essas ques-
tões éticas de outra maneira. 
Para entendermos as diferenças entre o pensamento 
agostiniano e os filósofos gregos da Antiguidade preci-
samos saber um pouco sobre sua vida. Agostinho de 
Hipona era filho de uma mulher muita cristã e devota, 
enquanto seu pai acreditava nas divindades greco-ro-
manas. Durante sua infância e juventude, apesar do 
esforço de sua mãe para que ele se convertesse ao cristianismo, 
Agostinho tinha outros interesses; gostava de ler os escritos dos 
oradores romanos, sobretudo, Cícero. Nesta época, Agostinho se 
interessou por três correntes filosóficas: o maniqueísmo, o ceticismo 
e o neoplatonismo.
No campo da filosofia, os maniqueístas constituíam uma seita, 
fundada por um persa chamado Mani, que reunia num único corpo 
de doutrina as influências cristãs e os saberes do Oriente. O mani-
queísmo acreditava que o mundo era composto por um dualismo 
fundamental: um princípio bom e um princípio mau. Ou seja, para 
os maniqueístas o bem e o mal compuseram o mundo. E, numa 
luta incessante, o bem e o mau se confrontavam a todo instante. 
Segundo Mani e seus seguidores, os aspectos negativos da exis-
tência são decorrências do princípio mau que se confunde com a 
matéria. Por isso, o erro, o pecado cometido por algum indivíduo, 
não era simplesmente sua culpa. Todos erram porque o próprio 
mundo é constituído pelo mal. Explicava assim por que o mal existe, 
apesar da bondade divina. 
» Santo Agostinho, afresco de 
Sandro Boticelli, 1480.
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Já o ceticismo tinha como tese principal que nada pode ser conhecido. Para 
os céticos, era impossível que alguém obtivesse o conhecimento da verdade 
das coisas. Por isso, a única postura possível diante da realidade era a dúvida 
radical. Até hoje, quando alguém não confia que se pode chegar à verdade ou a 
uma solução para um problema, se diz que esta pessoa é cética. Agostinho teve 
contato com o filósofo cético Arcesilau de Pitane que discordava, inclusive, da 
afirmação socrática “só sei que nada sei”. Para Arcesilau, era impossível saber 
que não se sabia. 
Por fim, o neoplatonismo, corrente que retomava o filósofo grego Platão, autor 
da teoria das ideias. Para Platão, vivemos em um mundo material, mas existe 
outro mundo, imaterial, o mundo das ideias, que é superior e mais verdadeiro que 
o nosso. Cabia aos filósofos conhecer este mundo. O Neoplatonismo combinou 
a teoria das ideias de Platão com os deuses do panteão grego (como pode ser