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Tradução Sandra Martha Dolinsky A Dieta Campbell_miolo.indd 3 03/09/2015 18:13:17 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Campbell, Thomas A dieta Campbell: a maneira simples de perder peso e reverter doenças com alimentação integral / Doutor Thomas Campbell. Tradução de Sandra Martha Dolinsky. – São Paulo: Editora Gente, 2015. 304 p. ISBN: 978-85-452-0062-8 Título original: The Campbell plan 1. Nutrição 2. Saúde 3. Hábitos alimentares 4. Dietoterapia 5. Doenças induzidas pela nutrição I. Título II. Dolinsky, Sandra Martha 15-0904 CDD-613.2 Índice para catálogo sistemático: 1. Dietas 613.2 Diretora Rosely Boschini Gerente Editorial Marília Chaves Editora Carla Fortino Estagiária Natália Domene Alcaide Editora de Produção Editorial Rosângela de Araujo Pinheiro Barbosa Controle de Produção Karina Groschitz Tradução Sandra Martha Dolinsky Projeto gráfico e Diagramação Triall Composição Editorial Revisão Vero Verbo Serviços Editoriais Capa Rodrigo César Imagens de Capa Dimitrios Stefanidis e karandaev/iStock Impressão Assahí Gráfica Título original: The Campbell Plan Copyright © 2015 by Thomas Campbell, MD. Todos os direitos reservados. Publi- cado mediante acordo com Rodale Inc., Emmaus, PA, USA. Todos os direitos desta edição são reservados à Editora Gente. Rua Pedro Soares de Almeida, 114, São Paulo, SP – CEP 05029-030 Telefone: (11) 3670-2500 Site: http://www.editoragente.com.br E-mail: gente@editoragente.com.br A Dieta Campbell_miolo.indd 4 03/09/2015 18:13:17 Para Erin, minha favorita. Para mamãe e papai, os revolucionários mais gentis que conheci. E para os pacientes de todos os lugares que querem assumir o controle de sua saúde. A Dieta Campbell_miolo.indd 5 03/09/2015 18:13:17 A Dieta Campbell_miolo.indd 6 03/09/2015 18:13:17 7 Sumário Prefácio ..................................................................................................................9 Introdução ................................................................................................................. 11 Parte 1 Fundamentos da saúde Capítulo 1. The China Study .................................................................................. 21 Capítulo 2. A contagem de carboidratos do homem das cavernas ........... 34 Capítulo 3. Os três grupos alimentares ............................................................. 46 Capítulo 4. A prática diária .................................................................................. 59 Parte 2 tópicos principais Capítulo 5. Vegetais refinados: açúcar e soja ...................................................73 Capítulo 6. Óleos e gorduras ...............................................................................80 Capítulo 7. Peixes ................................................................................................... 92 Capítulo 8. O trigo é realmente terrível? .........................................................102 Capítulo 9. Um mundo sem glúten .....................................................................113 Capítulo 10. Orgânicos e transgênicos ............................................................... 122 Capítulo 11. A onda dos suplementos ................................................................136 Capítulo 12. A arte de alimentar filhotes de macacos ....................................149 Parte 3 o plano campbell de duas semanas Capítulo 13. O plano Campbell: chega do velho ..............................................163 Capítulo 14. O plano Campbell: que venha o novo ......................................... 175 Capítulo 15. Cardápio do plano Campbell e lista de compras .....................189 Capítulo 16. Adesão permanente ao plano Campbell ....................................201 Capítulo 17. Conclusão ...........................................................................................214 Receitas ....................................................................................................................219 Notas ........................................................................................................................ 273 Agradecimentos .......................................................................................................301 A Dieta Campbell_miolo.indd 7 09/09/2015 15:37:15 A Dieta Campbell_miolo.indd 8 03/09/2015 18:13:17 9 Prefácio Eu já apresentei centenas de palestras sobre alimentação e saúde ao lon-go dos últimos vinte ou trinta anos, especialmente sobre os excepcio-nais benefícios à saúde de uma alimentação integral à base de vegetais (AIBV) como estilo de vida. O mundo de alimentação e saúde está repleto de argumentos e contra-argumentos, mas a ideia da AIBV está começando a se destacar. O interesse por essa maneira extraordinária de obter saúde está ganhando uma força sem precedentes. Muitos se perguntam por que não ou- viram falar disso antes, enquanto outros estão ansiosos para começar, querendo saber o melhor modo de fazê-lo. Conforme cresce o interesse, naturalmente surgem perguntas sobre as evidências de sua efetividade, em parte porque essa ideia desafia práticas e pressupostos antigos e quase sagrados. É muito importante, portanto, que a discussão sobre as evidências seja arti- culada de maneira, antes de tudo, fiel a seu fundamento científico. As evidências são persuasivas e promissoras, pois indicam uma forma de resolver ampla gama de problemas difíceis da sociedade. Problemas complexos, tanto privados como públicos, que coletivamente definem a condição humana. Mais que qualquer outra consideração – e talvez de forma surpreendente para muitos –, decidir o que comer é um grande passo no caminho da solução desses problemas. Seguir corretamente esse estilo alimentar significa manter e restaurar a saúde pessoal, minimizar os custos com cuidados à saúde, prevenir a degradação ambiental, limitar a violência desnecessária e redefinir uma economia distorcida de pro- dução de alimentos. Visto que as causas profundas desses diversos problemas convergem em nossas escolhas alimentares, é essencial nos perguntarmos quais são os fundamentos dessa prática alimentar e de que modo ela pode ser obtida, compreendida e utilizada. O doutor Tom Campbell, meu filho, é notavelmente bem preparado para enfrentar essa questão. Formado em Artes e Comunicação pela universidade de Cornell, ele juntou-se a mim como coautor de The China Study, trazen- do consigo habilidades que tornaram nosso livro extraordinariamente legível e bem-sucedido. Essa experiência e as evidências promissoras dos benefícios desse estilo alimentar levaram-no a estudar Medicina e a se formar em Me- A Dieta Campbell_miolo.indd 9 03/09/2015 18:13:18 10 A DIETA CAMPBELL dicina de Família. Sua formação em Medicina, seu conhecimento profundo de nutrição e, ao longo do caminho, sua experiência com os pacientes de sua clínica lhe oferecem uma combinação incomum e excelente para analisar essas evidências de forma útil tanto para os pacientes como para seus colegas. Obter as evidências corretas exige atacar temas difíceis, de grande presen- ça no mercado e que geram muita discussão pública, muitas vezes com pouca ou nenhuma ciência que os avalize. Refiro-me a temas como gorduras Ôme- ga-3 (suplementos versus alimentos?), dietas pobres em carboidratos (que tipo de “carboidratos”?), sensibilidade ao glúten (quantas pessoas precisam se preo- cupar com isso?), óleo de peixe (é o mesmo que o peixe inteiro, ou isso é im- possível?), trigo e outros cereais (bons para criar barriga ou fontes de fibrassau- dáveis?), alimentos orgânicos (nutrientes bons ou substâncias químicas ruins?) e alimentos geneticamente modificados (uma promessa para o bem social ou um risco para a saúde humana?), entre outros. Esses são os tipos de tópicos que Tom esclarece usando justificativas científicas sólidas. Além de sua prática médica e sua associação com o corpo docente da Esco- la de Medicina da universidade de Rochester, Tom é também diretor executivo de nossa organização sem fins lucrativos, o Center for Nutrition Studies, e possui crescente número de cursos on-line, oferecidos em parceria com o programa on-line de âmbito nacional da universidade de Cornell. Como coautor de The China Study e sendo graduado virtualmente (três anos de sólidos estudos) em conteúdo e metodologia de pesquisa da ciência nutricional, Tom traz informa- ções nutricionais importantíssimas, tanto para o público como para a comunida- de médica. Este é um livro que você vai querer ter em sua biblioteca. É bem escrito e contém uma perspectiva nova e única sobre as questões mais espinhosas da alimentação e da saúde. Por meio de seu estilo de escrita e da análise de evidên- cias, o doutor Campbell evita uma abordagem tendenciosa e sempre leva em conta vários pontos de vista. E, por fim, apresenta as evidências de maneira que se fundem com planos muito acessíveis para fazer que elas funcionem para você, sua família, seus amigos, sua comunidade e o planeta que todos nós ocupamos. Essa maneira de comer e viver é extremamente importante, aqui e agora e também no futuro. Deve ser colocada à disposição do público, mas articulada de modo que seja informativa e confiável. A dieta Campbell faz exatamente isso. Então, por favor, vire a página e veja sobre o que estou falando. Acho que você vai gostar da perspectiva científica, dos conselhos práticos e das receitas dele. Sua saúde e seu bem-estar poderão se beneficiar enormemente. T. Colin Campbell, Ph.D. A Dieta Campbell_miolo.indd 10 03/09/2015 18:13:18 11 Introdução Bato na porta marrom, mais para anunciar minha presença que para pe-dir permissão para entrar. Viro imediatamente a maçaneta e a empurro para entrar em uma sala bastante iluminada, com paredes cor de ca- nela e piso de linóleo, resistente e fácil de limpar, mas frio. À minha esquerda há uma maca de exame coberta com papel amassado e, depois dela, armários e uma pia de aço inox, onde lavo minhas mãos várias vezes ao dia. À minha direita estão duas cadeiras e a razão pela qual estou aqui: um paciente, sentado. Sento-me diante dele, em um banquinho giratório, e faço o login no compu- tador para poder abrir seu prontuário. Embora só nesse momento comecemos a falar sobre sintomas ou preo- cupações, eu já comecei minha avaliação no instante em que entrei na sala. Em poucos momentos posso ver quão alerta é a pessoa, quanto peso carrega, se tem dificuldades de locomoção. Escolheu a cadeira mais perto da minha mesa ou a mais distante? Levanta-se para me dar um aperto de mão rígido e formal ou mal desvia os olhos de seu celular enquanto faço duas ou três perguntas? Não tenho dúvida de que os pacientes me avaliam também. Quantos cabelos grisa- lhos tenho? Estou com pressa? Como me apresento? E assim começa a dança. Não sou o único médico, nem particularmente onisciente, que lê as pessoas. Isso é o que fazemos. Faço isso com frequência, a cada vinte minutos, uma e outra vez, com pessoas de todas as áreas da vida com todos os tipos de queixa, e não raro me encontrei diante de temas comuns a muitas dessas consultas: “Quero perder peso.” “Não quero ter de tomar outro remédio.” “Quero me livrar da dor.” “Estou cansado de me sentir ansioso e deprimido.” “Quero ser saudável.” Quando converso com as pessoas e ouço seus problemas, sempre fico im- pressionado com a importância das escolhas alimentares. Alimentação e saúde emocional e mental estão profundamente entrelaçadas. uma saúde emocional A Dieta Campbell_miolo.indd 11 03/09/2015 18:13:18 12 A DIETA CAMPBELL e mental deficiente pode conduzir a escolhas alimentares pobres, e às vezes essas escolhas criam ou agravam problemas de saúde emocional e mental. Obe- sidade, diabetes, dores artríticas, fatores de risco de doenças cardíacas, como hipertensão ou colesterol elevado, tudo isso está relacionado com a alimenta- ção. No entanto, muitos pacientes não percebem isso quando entram em meu consultório pela primeira vez. Eu não sou nutricionista. Vejo pessoas normais, a maioria não sabe sobre meu interesse e minha experiência em nutrição quando me procura. Minha formação é a de médico de família tradicional, de cuidados primários. Eu atendo bebês, adultos jovens e idosos. Posso fazer o primeiro exame de seu recém-nascido ou orientar a clínica de cuidados paliativos de seu avô à beira da morte. Cuido da saúde das mulheres. Aplico injeções nas articu- lações e faço biópsias de pele. Mesmo que muitos pacientes – incluindo aqueles com diagnósticos como obesidade, diabetes, hipertensão ou doenças cardíacas – não saibam que devem analisar suas escolhas alimentares com um olhar crítico, sinto-me revigorado por ouvi-los falar de suas frustrações com a doença e seu desejo de viver uma vida melhor. Não me interpretem mal: não é que eu goste de ver o grande nú- mero de pessoas em nossa sociedade que luta contra o excesso de peso, a ansie- dade, a depressão ou a dor. É que quando alguém está sentado diante de mim expressando motivação para mudar de vida, resta a esperança de que eu possa participar e ajudar. Há esperanças de que eu possa fazer meu trabalho – fazer diferença. Em poucas palavras, há esperança. Meus pacientes são pessoas como você. Por que você está segurando este livro agora? O que gostaria de mudar? Preencha a lacuna: “Daqui a um ano, no tocante à minha saúde, eu gostaria de ___________”. Quero que você pense a esse respeito seriamente. E espero que isso o revigore, porque perguntar e res- ponder às perguntas vai alimentar suas esperanças. Evidentemente, existe também uma abundância de barreiras no caminho do sucesso. Todos nós sabemos disso. Quantas vezes começamos uma dieta e conseguimos mantê-la por um tempo, mas acabamos recuperando o peso nos meses seguintes? Quantas vezes nos matriculamos na academia e treinamos forte por alguns meses, mas nos sentimos culpados quando nossos esforços diminuem? Quantas vezes tentamos comer saladas todos os dias e desistimos sob o peso da privação e da fome? Para muitos de nós, essas dificuldades são lutas da vida toda, que se repetem sem parar, sem que nunca obtenhamos bons resultados. Existem muitas evidências que comprovam aquilo que nos torna mais propensos a ser bem-sucedidos nas mudanças de comportamento. Correndo o A Dieta Campbell_miolo.indd 12 03/09/2015 18:13:18 INTRODUçãO 13 risco de “entregar o ouro” nas primeiras páginas do livro, vou lhe contar que os pesquisadores1 dizem que você será mais propenso a aderir às mudanças como as que eu recomendo, se: 1. Tiver razões claras e pessoais que justifiquem um forte desejo de mudar sua alimentação. 2. Minimizar obstáculos (ambientais, cognitivos, físicos) para a adoção de um novo padrão alimentar. 3. Tiver as habilidades e a confiança necessárias para implementar esse novo estilo de vida. 4. Sentir-se positivo em relação a seus novos hábitos alimentares e acredi- tar que serão benéficos. 5. Estabelecer metas alimentares consistentes com sua autoimagem e as normas sociais. 6. Tiver apoio e incentivo de pessoas que você valoriza, bem como uma comunidade que dê suporte a suas mudanças alimentares. Eu atendo pacientes que não conseguem atingir seus objetivos por difi- culdades com cada um desses fatores, porém acredito que uma das causas mais comuns do fracasso é a falta de conhecimento. Muitas pessoas ficariam surpre- sas ao saber que o que comemostem profundo efeito sobre nossa saúde. E é mais poderoso do que quase qualquer coisa que seu médico possa lhe dar ou fazer por você. Fazer escolhas alimentares corretas pode virar tudo a seu favor. Muito bem, qual é a escolha alimentar “correta”? uma alimentação integral à base de vegetais. É fundamental saber qual é a dieta ideal e, portanto, saber qual é nossa meta. Se não soubermos se devemos comer poucas calorias, comida vegana ou sem glúten, poderemos fazer as mudanças que quisermos, contudo, na maioria das vezes, nossos esforços serão sem propósito e temporários: bacon e cream cheese no café da manhã hoje, depois salada crua e arroz no de amanhã, ou na próxima dieta. Podemos perder 4,5 quilos com uma dieta e depois ganhar tudo novamente; e, então, emagrecer de novo com mais esforço e uma dieta diferente. Quero que você saiba que não há mais necessidade de dietas. Nada de efeito sanfona nem de busca por segredos. Este livro vai lhe ensinar qual é a alimentação ideal é ajudá-lo a chegar lá, sem drama. Fui coautor do livro The China Study, publicado em 2005, com meu pai, T. Colin Campbell, Ph.D., autor principal. Através da lente da longa e destacada carreira investigativa de meu pai na área da nutrição, no ensino e na elaboração A Dieta Campbell_miolo.indd 13 03/09/2015 18:13:18 14 A DIETA CAMPBELL de políticas nos altos escalões de seu campo de atuação, nosso livro revelou o que as evidências mostram sobre a alimentação ideal. O que descobrimos foi que, se quisermos perder peso, ter uma aparência melhor, nos sentir melhor, prevenir doenças, recuperar a saúde perdida, ajudar nosso coração, nosso cé- rebro, nossos rins, nossa pele e nossos intestinos, ou diminuir as chances de desenvolver câncer, a ação mais poderosa que podemos pôr em prática é comer mais frutas, vegetais, leguminosas e cereais integrais e evitar carnes (inclusive de frango!), laticínios e alimentos processados. Com o sucesso de The China Study, vimos uma comunidade muito grande de pessoas mudar sua alimentação e, no processo, transformar de modo radical sua vida. Sou diretor executivo do T. Colin Campbell Center for Nutrition Stu- dies, uma organização sem fins lucrativos, e vejo estudantes que obtiveram certi- ficados em nossos cursos no eCornell (o provedor de cursos on-line da univer- sidade de Cornell) ter insights que mudam para sempre a vida deles. Depois de receber a melhor base de conhecimentos, eles sabem o que é necessário para ser saudável e como isso é fácil e profundamente poderoso. Médicos, nutricionistas e leigos têm sido motivados e inspirados por aquilo que aprenderam. Isenção de responsabIlIdade Contudo, antes que eu use meus argumentos, permita-me declarar minha isen- ção de responsabilidade, como a que se encontra nas primeiras páginas de livros de saúde: “Este livro não pretende dar aconselhamento médico. Consulte seu médico antes de fazer qualquer mudança em sua alimentação ou adotar qual- quer novo programa de saúde”. Embora sempre me desanime a necessidade de declarar isenção de res- ponsabilidade para proteger nossa alma e nossa carteira de um provável com- prometimento legal, para este livro sobre alimentação em particular isso é mais interessante do que pode parecer. Quase por acidente isso destaca os pontos fortes deste livro e de qualquer outro livro sobre os alimentos que ingerimos. Veja só: os alimentos que ingerimos são tão profundamente instrumentais para nossa saúde que o café da manhã, o almoço e o jantar são, de fato, exercí- cios na tomada de decisões médicas. Talvez você tenha escolhido este livro com um objetivo singular, como perder peso, reduzir o risco de doenças cardíacas, ter mais energia, ou só para se sentir melhor. Acima de tudo, porém, o que quero lhe transmitir é que, se fizer as escolhas alimentares corretas, você vai fazer mais para melhorar sua saúde do que qualquer outra coisa lhe permitiria. A Dieta Campbell_miolo.indd 14 03/09/2015 18:13:18 INTRODUçãO 15 Não só terá mais energia e perderá peso, como também protegerá seu coração e diminuirá o risco de desenvolver vários tipos de câncer. No longo prazo, otimizará a saúde do cérebro, dos rins, dos pulmões e do trato gastrintestinal. Em poucos dias poderá mudar o modo como seu sangue flui por seu sistema circulatório e os níveis de açúcar e colesterol que ele carrega. Pode até começar a reverter o curso de doenças crônicas que levaram anos para se desenvolver. Não existem panaceias para uma saúde perfeita ou para resolver todos os pro- blemas de saúde, no entanto, escolher os alimentos certos para comer é o mais próximo que podemos chegar de tomar uma simples decisão que melhorará significativamente vários aspectos da saúde. Contudo, não se engane; recomendo que você consulte um médico antes de adotar este plano de alimentação, especialmente se tomar medicamentos; a necessidade desses medicamentos pode mudar conforme você modificar sua alimentação. Pessoas com diabetes podem precisar reduzir as dosagens ou eli- minar inteiramente os medicamentos. Quem tem hipertensão também pode precisar reduzir a quantidade de remédios, assim como pessoas com níveis ele- vados de colesterol. Portanto, consulte seu médico. Mesmo se você se considera saudável, é útil fazer exames para que possa comparar seus resultados antes e depois de realizar as mudanças. Suas escolhas alimentares são opções médicas, portanto, mudar sua ali- mentação vai afetá-lo de forma médica. Enfatizo: as poderosas ferramentas des- te livro podem mudar sua saúde e sua vida para sempre. Por isso, siga esta jornada somente sob o aconselhamento e a supervisão de seu médico. O alerta está feito. Quem sou eu? Talvez você se surpreenda com as grandes argumentações – e se sinta cético em relação a elas – em favor de que suas escolhas alimentares podem afetar todos esses aspectos de sua saúde. E eu o convido a manter uma dose saudável de ceticismo. Existem muitas incógnitas na ciência de nutrição e saúde, e muitas pessoas dispostas a nos vender qualquer nova ideia. O marketing de produtos de saúde é um terreno fértil para vendedores de todo tipo de artigos milagro- sos, e isso é tão verdadeiro hoje quanto era há cem anos. Como você sabe que não sou um vendedor de produtos milagrosos? Eu poderia ser! Contudo, peço que você espere antes de me julgar para ver que não sou. Minha jornada na nutrição teve início logo após 2001, quando co- A Dieta Campbell_miolo.indd 15 03/09/2015 18:13:18 16 A DIETA CAMPBELL mecei a escrever The China Study com meu pai. Criado em uma fazenda de laticínios, ele se formou e pensou em maneiras de melhorar a produção de proteína animal de alta qualidade, sempre acreditando que devíamos con- sumir mais proteína animal da mais alta qualidade. Entretanto, ao longo de décadas de pesquisa, ele acabou tendo uma visão muito diferente. Seu escárnio inicial aos vegetarianos se rendeu perante a aceitação de que frutas e vegetais são mais saudáveis que qualquer outro alimento e, por fim, mais adiante em sua carreira, o reconhecimento de que a alimentação mais saudável pode, de fato, ser essencialmente desprovida de toda carne e do leite. Enquanto ele contava sua história ao público, mergulhei nas pesquisas que conectavam essas escolhas alimentares com a saúde. Nós nos debruçamos sobre pesquisas de outros cientistas e incluímos no livro alguns dos seus resultados mais tentadores; conversamos com médicos e perguntamos o que era, em nossa nutrição e nossos sistemas médicos, que estava obscurecendo as descobertas científicas. Acabamos com um livro com mais de setecentas referências, muitas das quais eram relatórios sobre estudos de pesquisa primária publicados em revistas médicas. Anos depois desse trabalho eu me tornei médico. Passei de pensar so- bre nutrição e saúde a estudar e aprender sobre doenças, diagnósticose tra- tamentos, como se faz em nosso sistema médico atual. O que encontrei foi que, a despeito de toda a genialidade e toda a tecnologia do excelente sistema de atendimento médico dos Estados unidos, somos, de fato, muito pobres na compreensão, no tratamento e na prevenção do desenvolvimento de doenças e problemas crônicos de saúde. Na maioria das vezes, esses problemas estão rela- cionados ao estilo de vida, e o atual modelo médico lida pobremente com essas questões. Nosso sistema médico ignora a poderosíssima informação nutricional e de estilo de vida sobre a qual passei anos aprendendo enquanto meu pai e eu escrevíamos The China Study. As razões para isso poderiam ser tema de vários livros, mas é suficiente dizer que não é uma situação ideal. Minha experiência como médico de família e coautor de uma análise bem profunda da alimentação e da saúde me permite combinar o melhor dos dois mundos. Como médico, trabalhando dentro do sistema de atendimento, quero que cada paciente saiba como abordar suas doenças crônicas relacionadas ao estilo de vida. À medida que avanço em minha carreira e atendo novos pa- cientes, quero lhes oferecer ferramentas para ajudá-los a evitar a doença e, caso já estejam doentes, para que tenham melhores chances de recuperar a saúde. Este livro contém essas ferramentas. A Dieta Campbell_miolo.indd 16 03/09/2015 18:13:18 INTRODUçãO 17 Até o final destas páginas, você saberá por que a alimentação é tão im- portante para sua saúde. uma breve amostragem das evidências vai ajudá-lo a entender a profundidade que suas escolhas alimentares podem ter e quais alimentos provaram ser mais saudáveis. Depois de explicar o “porquê”, vou lhe dar diretrizes para saber quais alimentos são seguros e quais são tóxicos. Você vai saber não apenas quais alimentos ingerir, como também como navegar pela cultura alimentar que nos cerca todos os dias, que em geral nos prepara para o fracasso e a doença. Vou oferecer respostas para algumas perguntas que comu- mente ouço: É preciso comer alimentos orgânicos? Peixe é saudável? E glúten? E, por fim, vou lhe oferecer, passo a passo, sugestões para fazer compras no supermercado, comer fora e cozinhar, que vão permitir pôr seu novo conhe- cimento em prática. Tudo isso vai guiá-lo ao experimento de catorze dias de cozinhar e comer, apresentado no final do livro. Depois de apenas alguns dias de leitura e catorze dias de teste, você terá todas as habilidades necessárias para fazer as melhorias mais radicais em sua saúde. E terá as ferramentas para obter sua melhor saúde possível. Já atendi muitos pacientes com doenças relacionadas ao estilo de vida. E, embora cada pessoa e cada situação sejam diferentes, quase todos os que conheci poderiam se beneficiar, de alguma forma, com uma alimentação mais saudável. Esta mensagem nem sempre é popular entre meus colegas ou pacien- tes, mas continuo motivado por aqueles que conheci ao longo dos anos. Os pacientes merecem o melhor; merecem saber como perder peso, diminuir a dor, evitar ingerir medicamentos ou reduzir as dosagens, e até reverter ou retar- dar a progressão da doença simplesmente escolhendo diferentes alimentos para o café da manhã, o almoço e o jantar. É meu desejo que todos possam saber como ser saudáveis. Quero que todos saibam como proteger melhor e promo- ver sua saúde no longo prazo, mais do que qualquer médico, medicamento ou procedimento jamais poderia. Durante esse processo, perceba que você está no comando. Está em suas mãos ser bem-sucedido, e é mais fácil de compreender, mais saboroso, mais barato e mais conveniente do que você poderia imaginar. Ter uma saúde melhor é uma prática, uma meta que você pode alcançar, e vou lhe dizer como. A Dieta Campbell_miolo.indd 17 03/09/2015 18:13:18 A Dieta Campbell_miolo.indd 18 03/09/2015 18:13:18 Parte 1 Fundamentos da saúde A Dieta Campbell_miolo.indd 19 03/09/2015 18:13:18 A Dieta Campbell_miolo.indd 20 03/09/2015 18:13:18 21 Capítulo 1 The China Study “Acho que você quis dizer alimentação rica em proteínas”, disse ela. Eu a encarei meio confuso, sem entender bem por que minha pro-fessora dizia que eu estava errado. Comecei a discordar. “Acho que você quis dizer que ratos que comiam mais proteína corriam mais”, disse ela novamente. “Mas tudo bem. Obrigada por nos contar sobre o experimento.” Ela se voltou para a classe: “Pessoal, agradeçam a Tom pela oportunidade de aprender sobre essa experiência”. Esse deve ter sido o primeiro desacordo nu- tricional de minha vida, e, honestamente, eu não tinha ideia do que estava acontecendo. Eu estava no ensino fundamental, diante da classe fazendo uma apresenta- ção. Meu pai, T. Colin Campbell, Ph.D., foi durante muito tempo bioquímico nutricional e, entre outras coisas, conduziu pesquisas de ponta na universidade de Cornell a respeito da influência da alimentação no câncer. Ele tinha um programa de pesquisa robusto que ganhou reconhecimento nacional, e algumas das cobaias que utilizava ingeriam diferentes tipos de alimentação. Ele ofereceu a minha professora a oportunidade de realizar uma pequena experiência com ratos em sala de aula. Nada agrada mais aos alunos do ensino fundamental que ter roedores na sala de aula, portanto, naturalmente, parecia uma ideia perfeita. O experimento explorou a seguinte pergunta: se alimentarmos ratos com diferentes níveis de proteína, quais se exercitarão mais? Cada rato que levei fi- cava alojado em uma gaiola com uma roda de exercício, que tinha um contador improvisado para registrar o número de vezes que eles a giravam. Era como um podômetro de rato. Os ratos entravam intermitentemente na roda e corriam – com propósito. Isso me fazia pensar se eles sabiam que não iam chegar a lugar A Dieta Campbell_miolo.indd 21 03/09/2015 18:13:18 22 A DIETA CAMPBELL nenhum, mas suponho que podemos fazer o mesmo na academia. Animais só precisam se exercitar, acho, ainda que não cheguem a lugar nenhum. Os dois grupos de ratos comeram a mesma ração alimentícia, com apenas uma variação: um grupo recebia uma ração pobre em proteínas (provavelmente cerca de 5% de proteína) e o outro, uma ração rica em proteínas (provavel- mente cerca de 20% de proteína). O alimento pobre em proteínas tinha um pouco mais de açúcar para substituir o componente proteico. Eu alimentava os ratos fielmente e anotava com exatidão quanto se exer- citavam. Meu pai havia fornecido tudo, claro. Como você pode imaginar, como aluno do ensino fundamental eu não entendia o que estava acontecendo. Eu tinha uns ratos bonitinhos e anotava os resultados do contador da roda e os alimentava. Era uma vida boa. Depois de uma ou duas semanas, reuni todos os meus dados e obtive o resultado final: os ratos que ingeriram menos proteínas se exercitaram mais. Eu era uma criança compulsiva, apreciava os detalhes e verificava cuidadosa e du- plamente todos os meus registros. No final do experimento, fui à frente da clas- se e relatei os dados às outras crianças. Os ratos que receberam uma dieta pobre em proteínas correram mais nas rodas, disse eu. Foi quando minha professora me interrompeu dizendo que eu havia misturado os ratos ou os números; sem dúvida o que eu quisera dizer foi que os que comeram rações ricas em proteí- nas se exercitaram mais. Eu era um jovem estudante e não conseguia imaginar por que minha professora discordava de minhas conclusões. Ela era maravilho- sa, muito atenciosa, entusiasmada e carinhosa. Era uma das minhas favoritas. No entanto, com certeza eu não havia misturado os números. Ela não ha- via registrado as contagens da roda de exercício, eu o fizera. De que modo ela poderia saber quais foram os resultados? Devo ter dito que estava certo, porém não me lembro. Eu também era uma criança teimosa. É engraçado, não me lembro muito do experimentoem si, contudo, por alguma razão, lembro-me da professora me dizendo que eu havia misturado as conclusões. E assim foi o primeiro desacordo nutricional de minha vida. Eu não sabia disso na época, mas foi minha primeira lição sobre a absoluta reverência que as pessoas têm pela proteína. ConheCendo meu paI Apesar de brincar com ratos no ensino fundamental, eu não era apaixonado pelo trabalho do meu pai ou por nutrição, na época. Quando era criança e A Dieta Campbell_miolo.indd 22 03/09/2015 18:13:18 The China STudy 23 adolescente, eu mal sabia o que ele fazia. Estava muito mais interessado em esportes e amigos. Desde aquela época percorri um caminho longo e sinuoso até chegar aonde estou hoje. Em minha nostalgia, é difícil não pensar em al- gumas das experiências mais marcantes que tive desde então, particularmente durante o curso de Medicina. Nunca vou me esquecer dos momentos de vida e morte que já presenciei: fazer massagem cardíaca em um homem que devia estar no auge da vida; ou em um bebê recém-nascido com 26 semanas de ges- tação que sequer tentava respirar. Eu era a pessoa que tinha de dizer a alguém que sua mãe ou seu cônjuge estava morrendo, ou que os exames de imagem mostravam uma massa provavelmente cancerígena. Vi lágrimas de júbilo, de alegria, de triunfo e de amor tranquilo ao trazer à luz cerca de cem bebês. No centro cirúrgico, auxiliei em diversas cirurgias, de vários pacientes, na assepsia do campo cirúrgico. Nunca vou me esquecer de algumas dessas experiências. Tampouco do trabalho, do estresse ou da agonia da incerteza quando o espe- rado é nada menos que a perfeição. Pode parecer que esses momentos nada têm a ver com alimentação, mas a única razão pela qual os vivi foi minha experiência com nutrição. Eu não decidi ser médico em tenra idade; foi um caminho que escolhi depois de trabalhar com meu pai e me sentir inspirado a seguir uma carreira na área da saúde. Depois de, durante a infância, não saber que tipo de trabalho meu pai realizava, e mais tarde fazer incursões no teatro e na atuação, e até nas leis da imigração, meu caminho mudou drasticamente aos 20 e poucos anos. Tive a oportunidade de trabalhar com meu pai como coautor de The China Study: The Most Comprehensive Study of Nutrition Ever Conducted and the Startling Im- plications for Diet, Weight Loss and Long-Term Health, no qual contamos a histó- ria da carreira dele e os mais excitantes resultados de suas pesquisas. Além dis- so, detalhamos os resultados de dezenas de outros trabalhos de pesquisadores na área de alimentação e saúde. Em tudo isso há uma mensagem consistente e inspiradora: a alimentação integral à base de vegetais é profundamente im- portante na prevenção e no tratamento das doenças. Grande parte do trabalho do meu pai era focado na relação entre proteí- nas e câncer. Ele cresceu em uma fazenda de laticínios e estudou para aprender a produzir proteína animal de alta qualidade com mais eficiência. Começou tendo a mesma reverência pelas proteínas que minha professora do ensino fun- damental. Contudo, durante décadas, ele realizou pesquisas experimentais sobre alimentação e câncer usando uma variedade de roedores como cobaias. As pes- quisas revelaram que o câncer causado por grandes doses de agentes químicos A Dieta Campbell_miolo.indd 23 03/09/2015 18:13:18 24 A DIETA CAMPBELL cancerígenos pode ser quase totalmente controlado pelas proteínas. De fato, um dos experimentos mais estimulantes revelou que o desenvolvimento precoce do câncer pode ser estimulado ou detido mediante a mudança da quantidade de proteína ingerida. E adivinhe só? A dieta rica em proteínas era o tipo mais perigoso. A figura abaixo mostra um experimento1 de doze semanas no qual a quantidade de proteína ingerida foi modificada a cada três semanas. Isso de- monstra que uma dieta composta de 5% de proteína deteve o crescimento precoce do câncer, ao passo que a de 20% de proteína promoveu o desenvolvi- mento precoce da doença. T u m o r c a n c e ro so i n ic ia l Tempo (semanas) Dieta com 20% de proteína 3 6 9 12 Dieta com 20% de proteína Dieta com 5% de proteína Dieta com 5% de proteína EFEITOS DA ALTA E DA BAIXA INGESTÃO DE PROTEÍNAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO PRECOCE DO CÂNCER Fonte: Youngman, L. D. e Campbell, T. C. The sustained development of preneoplastic lesions depends on high protein in- take. Nutrition and Cancer, 1992; 18:131-142. Talvez a maior surpresa tenha sido a de que a proteína que promoveu o câncer nesses modelos experimentais foi a caseína, a principal proteína do leite de vaca. As proteínas do trigo2 e da soja, em suas formas naturais presen- tes nos alimentos, não promovem o câncer, mesmo com níveis mais elevados de consumo. Além disso, a ingestão de proteína afeta de várias maneiras a ini- ciação e a promoção do câncer. A composição da dieta não exerce seus efei- tos sobre uma enzima ou um componente químico do câncer; ela modifica quase todos os aspectos bioquímicos da iniciação e da promoção do câncer já investigados. Durante décadas, fontes de financiamento como o National Institutes of Health, a American Cancer Society e o American Institute for Cancer Research concederam muito dinheiro à equipe de pesquisas de meu A Dieta Campbell_miolo.indd 24 03/09/2015 18:13:18 The China STudy 25 pai, e os resultados de seus trabalhos foram divulgados em publicações cien- tíficas de prestígio. Nós também escrevemos a respeito de um dos mais abrangentes estudos sobre alimentação e doenças já realizados: o China Project, que deu nome ao nosso livro. A pesquisa, com 6.500 adultos em 65 cidades rurais da China – um estudo chamado de “Grand Prix da epidemiologia” pelo New York Times3 –, in- vestigou as relações entre 367 variáveis. Os resultados foram claros: mesmo em uma população que consumia pequenas quantidades de alimentos de origem animal, aqueles que consumiam mais alimentos desse tipo apresentaram níveis mais elevados de colesterol, que, por sua vez, foram relacionados a taxas mais elevadas de doenças mais comuns em culturas mais ricas, como vários tipos de cânceres e diabetes.4 Nos anos que passei escrevendo e fazendo pesquisas em bibliotecas, aprendi que a argumentação a favor da alimentação à base de vegetais se tor- nou muito mais poderosa que qualquer pesquisa. Nenhum estudo sozinho pode “provar” alguma coisa, e determinar aquilo que provavelmente é verdade requer que examinemos com profundidade e amplitude as evidências em fa- vor de qualquer argumentação. Se você não estiver disposto a dedicar anos à procura de dietas alimentares que possuam amplas e profundas evidências a seu favor, vou lhe dizer que essas evidências apoiam de forma avassaladora o argu- mento de que deveríamos comer mais alimentos integrais de origem vegetal e menos carne, laticínios e alimentos processados. Nenhuma outra recomenda- ção alimentar chega perto em termos de apoio abrangente. Vejamos as doenças cardíacas. Já sabemos, há mais de cinquenta anos, que as populações que consomem mais alimentos de origem animal têm mais doenças cardíacas.5 De fato, em muitas culturas vegetarianas tradicionais ao redor do mundo as doenças cardíacas são, historicamente, uma causa rara de morte prematura.6,7 No entanto, nos Estados unidos do século XXI é bem diferente. Quantas pessoas com doenças cardíacas você conhece? Ou com hi- pertensão? Ou colesterol alto? É inegável que nos Estados unidos de hoje as doenças cardíacas e seus fatores de risco estão por toda parte. Contudo, mesmo quando essas doenças se encontram em estado avançado, sabemos que optar por um estilo de vida saudável por si só pode reverter a situação. Os doutores Dean Ornish e Caldwell Esselstyn Jr. reverteram as doenças cardíacas de seus pacientes com alimentação e estilo de vida e provaram issocom angiografias (radiografias dos vasos sanguíneos). O Experimento Coração e Estilo de Vida A Dieta Campbell_miolo.indd 25 03/09/2015 18:13:18 26 A DIETA CAMPBELL do doutor Ornish foi um estudo randomizado, controlado, no qual um gru- po de pacientes com doenças cardíacas seguiu um programa de alimentação e estilo de vida, sem drogas redutoras de colesterol, ao passo que o outro grupo recebeu os cuidados médicos padrão. O grupo do tratamento médico padrão recebeu as recomendações médicas usuais (medicamentos, exames, procedi- mentos etc.), sem o programa intensivo de estilo de vida. O grupo de estilo de vida teve prescrita uma alimentação rica em frutas, vegetais e cereais integrais, com quase nada de carne ou laticínios e sem adição de gordura, além da apli- cação de técnicas de redução de estresse, exercícios e apoio social. O que se seguiu foi nada menos que revolucionário: apesar de uma vida inteira de maus hábitos que entupiram suas artérias, os pacientes do grupo de estilo de vida co- meçaram a ver a reversão da doença em um curto espaço de tempo. A figura a seguir mostra como a obstrução dos vasos diminuiu no grupo de estilo de vida, enquanto no grupo de tratamento padrão aumentou.8 –3.1% +11.8% Grupo de Alimentação e Estilo de Vida MUDANÇAS NAS OBSTRUÇÕES ARTERIAIS COM O EXPERIMENTO CORAÇÃO E ESTILO DE VIDA DO DR. ORNISH P e rc e n tu a l d e a rt é ri a s o b st ru íd a s p o r le sã o c o m u m d a d o e n ç a (m u d a n ç a a b so lu ta e m c in c o a n o s) Grupo de Cuidados Padrão Fonte: Ornish, D.; Scherwitz, L. W.; Billings, J. H.; Gould, L. et al. Intensive lifestyle changes for reversal of coronary heart disease. JAMA: The Journal of the American Medical Association 1998; 280:2001-2007. Com o diabetes é a mesma história. Adivinhe quais populações apre- sentaram as menores taxas de diabetes tipo 2 nos últimos cem anos? Aquelas que têm uma alimentação rica em carboidratos, com baixo teor de gordura e à base de vegetais.9 Agora sabemos que, assim como as doenças cardíacas, tam- bém podemos reverter o diabetes. Em um estudo publicado há trinta anos, A Dieta Campbell_miolo.indd 26 03/09/2015 18:13:18 The China STudy 27 13 dos 17 participantes diabéticos que requeriam insulina diariamente para controlar o açúcar no sangue deixaram de ser insulinodependentes em apenas três semanas. Dos 23 pacientes que necessitavam de medicação via oral, 21 conseguiram interromper o uso dos medicamentos em três semanas e meia. Quando a maioria das pessoas para de tomar esses medicamentos para baixar o nível de açúcar no sangue, a glicose aumenta. Contudo, os participantes des- se programa, mesmo aqueles que pararam de tomar a medicação, na verdade viram uma diminuição nos níveis de glicose no sangue. Como isso aconte- ceu? Com uma dieta rica em carboidratos, rica em fibras, com baixo teor de gor- dura, junto com exercício físico10 – o mesmo plano alimentar que apresento neste livro. Pare um momento e imagine o seguinte: se você toma remédios para diabetes, em apenas duas a três semanas seguindo o plano Campbell – com a anuência de seu médico – pode estar pronto para abandonar a medicação para sempre! (Lembre-se, consultar seu médico antes de fazer uma mudança alimentar é crucial.) E, claro, temos a perda de peso. Você pode comer quanto quiser das re- feições descritas no final deste livro e emagrecer! Os estudos mostram que vegetarianos e veganos, em média, são mais magros que os carnívoros.11-13 Em um amplo estudo recente, pesquisadores concluíram que, de duas pessoas que ingeriam a mesma quantidade de calorias por dia, aquela que comia diariamen- te mais 250 gramas de carne ganharia 2 quilos a mais, a cada cinco anos, que aquela que obtinha as calorias de outras fontes.14 Duzentos e cinquenta gramas deve ser o tamanho de um bife, ou um pouco mais que uma dúzia de nuggets de frango. O estudo mostrou que a carne vermelha e as processadas (presunto, salsicha, linguiça, frios, bacon, e assim por diante) e até aves foram associadas ao aumento de peso.14 Foi demonstrado que uma alimentação rica em vegetais não refinados, mais saudáveis, previne ou trata grande variedade de outras doenças, como as renais (incluindo pedras nos rins), Alzheimer, cálculos biliares e certos tipos de câncer, incluindo de mama, pulmão, cólon, ovários, útero e próstata. A seguir são listadas algumas doenças que, segundo pesquisa publicada,15 estão associa- das a melhores resultados com maior ingestão de vegetais, ou piores com mais consumo de alimentos de origem animal. Se existisse um comprimido ou um procedimento cirúrgico que, sem nenhum efeito colateral, obtivesse resultados como os possíveis com uma alimentação integral à base de vegetais, todo mun- do nos Estados unidos ia querer tomar. A Dieta Campbell_miolo.indd 27 03/09/2015 18:13:18 28 A DIETA CAMPBELL Doenças que PoDem ser Parcialmente PreveniDas ou trataDas com uma alimentação à base De vegetais ou nutrientes vegetais Hipertensão Colesterol alto Doenças cardíacas Cálculos biliares úlceras Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) Diabetes (tipos 1 e 2) Cálculos renais Doença renal crônica Câncer colorretal Câncer do endométrio (útero) Câncer de pâncreas Câncer de próstata Acne Obesidade Mal de Alzheimer Mal de Parkinson Catarata Degeneração macular Hiperplasia prostática Câncer de boca Câncer de pulmão Câncer de fígado Câncer de estômago Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Colite ulcerativa Doença de Crohn Artrite reumatoide Esclerose múltipla Fonte: Campbell, T. M. II e Campbell, T. C. “The breadth of evidence favoring a whole foods, plant-based diet: Part I: Meta- bolic diseases and diseases of aging”. Primary Care Reports 2012; 18:13-23. No entanto, neste livro não utilizarei a argumentação científica que justi- fica por que é tão imperativo pensar em uma alimentação integral à base de ve- getais. Eu quero lhe mostrar como fazer isso respondendo às perguntas mais co- muns sobre os detalhes desse tipo de alimentação. O processo de mudança de hábitos alimentares é difícil, mas não tanto quanto se poderia pensar. Os novos alimentos são gostosos, não custam uma fortuna e não são difíceis de preparar. Quando começar, você nunca mais vai olhar para trás. A Parte 1 deste livro é uma introdução a essa alimentação e ao jeito de pensar e entender a comida. Você vai encontrar dicas fundamentais e ideias para fazer mudanças verdadeiras A Dieta Campbell_miolo.indd 28 03/09/2015 18:13:18 The China STudy 29 em sua alimentação e seu estilo de vida. Na Parte 2, respondo às perguntas mais comuns que as pessoas fazem sobre a alimentação ideal. Devo comer peixe? E trigo? Alguns óleos não são saudáveis? Depois que meu pai e eu escrevemos The China Study, ficou claro para nós que alguns temas exigem mais atenção, e é isso que faço nessa parte do livro. A Parte 3 é o plano alimentar diário, que lhe dá, passo a passo, as instruções; é como se eu estivesse segurando sua mão no caminho de transição de duas semanas que tem o potencial de mudar sua vida para sempre. No final estão as habilidades e o conhecimento necessários para você assumir o controle de sua saúde. Para quem chegar ao fim e quiser saber mais sobre os motivos para manter uma alimentação integral à base de vegetais, normalmente encaminho as pessoas a The China Study. Levamos três anos e meio para escrevê-lo. Depois dos últi- mos estressantes meses trabalhando muitas horas todos os dias para ter certeza de que poderíamos cumprir os prazos, tirei um tempo para viajar pelo país. No dia em que parti, lembro-me de que tive uma resposta emocional muitofor- te, a sensação de que havia chegado ao fim de um projeto muito especial. Foi especial para mim de diversas formas. No final, eu soube o que meu pai havia feito ao longo de sua carreira. Soube por que ele era tão respeitado e por que foi convidado a servir em comitês políticos nacionais e a ajudar a moldar a for- ma como os norte-americanos veem a alimentação e a nutrição. Eu soube que estive na posição invejável de passar anos com um gigante da área e aprender as lições que ele havia recolhido durante toda a sua carreira. Soube quão instru- mental minha mãe havia sido em seu trabalho. E também, àquela altura, que de alguma forma esse projeto moldaria minha vida nos anos seguintes. E, de fato, foi o que aconteceu. The China Study me levou à Medicina, uma carreira na qual rotineiramente acontecem notáveis ocorrências huma- nas, tanto trágicas quanto inspiradoras. Agora, como resultado da experiência que tenho com nutrição, vou além do âmbito médico ocidental tradicional e cuido de meus pacientes usando uma abordagem mais holística. Depois que aprendi qual é a causa óbvia de nossas doenças mais comuns, e conheci a arte e a frustração do diagnóstico e do tratamento com remédios e procedimentos, tornou-se minha obrigação compartilhar com todos os que estiverem interes- sados as lições que aprendi escrevendo The China Study. Embora, a partir do momento em que o terminamos, eu soubesse que o livro havia sido pessoalmente importante para mim, não podia imaginar o sucesso comercial que ele alcançaria. Como se pode ver, as pessoas estão deses- peradamente famintas por informações capazes de mudar sua vida. Apesar de A Dieta Campbell_miolo.indd 29 03/09/2015 18:13:18 30 A DIETA CAMPBELL The China Study ser um livro mais complexo, que contém muito mais deta- lhes científicos do que a maioria dos livros sobre alimentação, foi um sucesso, que atingiu a marca de mais de 1 milhão de exemplares vendidos, e que, com a propaganda boca a boca, tornou-se um dos mais influentes livros sobre a alimentação dos últimos vinte anos. Inspirou legiões de fãs, incluindo atletas profissionais, políticos de prestígio e líderes empresariais poderosos. Tive a sorte de ter a oportunidade de criar melhorias significativas para indivíduos e a so- ciedade, como educador e diretor executivo do T. Colin Campbell Center for Nutrition Studies, uma organização sem fins lucrativos que tem propiciado a educação de milhares de estudantes por meio de programas on-line na eCor- nell, provedor de cursos on-line da universidade Cornell. Isso pode ser verdade? Enquanto estou escrevendo isto, quase nove anos se passaram desde que The China Study foi lançado. Quando algo se torna popular e ameaça aquilo que algumas pessoas defendem, certas amarras precisam ser desfeitas. Comer é um tema surpreendentemente pessoal e sugerir que a alimentação ideal pode não incluir nenhum tipo de carne é suficiente para chocar alguns. Na era da inter- net, não são poucos os “especialistas” autoproclamados e autodidatas. Podemos encontrar qualquer opinião crível on-line. Infelizmente, as motivações das pes- soas são menos aparentes. Quem financia quem, e quem gera as informações que lemos na internet? Existem enormes interesses financeiros envolvidos na indústria de alimentos. Na verdade, a indústria alimentar é, sem dúvida, a mais poderosa do planeta. Afinal, a única coisa que todos nós precisamos comprar e consumir todos os dias é comida. Infelizmente, os maiores conglomerados ali- mentícios são, de longe, empresas fabricantes de alimentos derivados de animais e vegetais processados. Tudo isso para dizer que houve muitas distrações e fontes de confusão ao longo do caminho de nosso sucesso. Grande parte da confusão sobre ali- mentação e saúde pode ser atribuída a um erro fundamental: ver os detalhes fora do contexto. Por exemplo, quando estávamos escrevendo The China Study, conversamos com um pesquisador muito respeitado que fazia um trabalho com ácido linoleico conjugado. Trata-se de um ácido graxo, presente na carne de ruminantes e nos laticínios, que apresentou evidências de atuar na inibição da formação do câncer. Essa pesquisa gerou manchetes infinitas que proclamavam que carne vermelha e laticínios podiam inibir a formação do câncer. Quando A Dieta Campbell_miolo.indd 30 03/09/2015 18:13:18 The China STudy 31 estivemos com esse pesquisador, que durante parte significativa de sua carreira havia sido partidário da indústria de alimentos de origem animal, com um hu- mor quase irônico, ele admitiu que quaisquer efeitos sobre a saúde atribuídos ao ácido linoleico conjugado seriam pertinentes apenas farmaceuticamente. Em outras palavras, ele sabia que, nas pequenas quantidades que esse ácido está presente nos alimentos, não há nenhum efeito relevante para a saúde. Somente ingerido em grandes quantidades (o que tem sido feito, é claro) e se isolado o componente químico, seria possível oferecer alguma proteção. Contudo, mes- mo assim, a mídia continuou impulsionando as vendas de carnes e laticínios ao anunciar os resultados fora de contexto das pesquisas com o ácido linoleico conjugado, e o cientista continuou a lhe fornecer dados. Da mesma forma, a pequena multidão de pessoas que luta vigorosamente contra The China Study (quase nenhum deles é médico ou cientista) utiliza detalhes fora do contexto para tentar inviabilizar a mensagem. Por exemplo, se algumas correlações feitas no China Project (estudo científico real) não esti- verem alinhadas com as conclusões gerais dos pesquisadores, os detratores de- fendem que todo o estudo é falho, portanto, que toda a pesquisa que T. Colin Campbell tem feito é falha; logo, que toda a argumentação apresentada no The China Study é falha. Você consegue ver a lógica disso? Eu não. Vamos supor que o China Project não prove nada (o que, ironicamente, é uma ideia com a qual todos os pesquisadores concordariam). Isso desconsidera, ainda, centenas de ou- tros estudos, de centenas de outros pesquisadores, que emprestam seu peso à amplitude e à profundidade das evidências que apoiam uma alimentação à base de vegetais. Todos os detratores de The China Study na internet tendem a igno- rar a amplitude e a profundidade da pesquisa. Eles teriam de revisar centenas de trabalhos e encontrar falhas e discordar de centenas de outros cientistas em um esforço para negar montanhas de evidências, tudo do computador de sua casa, sem formação em Ciência ou Medicina. uma pessoa capaz de escrever blogs sugestivos pode tentar desacreditar alguém, mas você não vai ver em nenhum lugar, nem mesmo na internet, alguém conseguir derrubar a profundidade e a amplitude das provas em favor da maior ingestão de vegetais. De fato, nos últimos nove anos as evidências que apoiam uma alimenta- ção integral à base de vegetais só se tornaram mais amplas e profundas. Outro estudo controlado randomizado mostrou, mais uma vez, que o diabetes pode ser tratado com êxito.16 Além disso, existem pesquisas promissoras sobre o tra- tamento do câncer de próstata com alimentação e estilo de vida. Homens com câncer de próstata de baixo grau podem reduzir os níveis de PSA (antígeno A Dieta Campbell_miolo.indd 31 03/09/2015 18:13:18 32 A DIETA CAMPBELL específico da próstata, o biomarcador sanguíneo usado para acompanhar a pro- gressão desse tipo de câncer) apenas com mudanças de alimentação e estilo de vida.17 Essa mesma pesquisa demonstrou que uma alimentação integral à base de vegetais pode controlar a expressão genética, desativando os genes ruins do câncer e ativando os bons para tratar o câncer de próstata.18 As capas nas extremidades livres dos nossos cromossomos (chamadas telômeros), que pro- tegem os genes, degradam-se ao longo do tempo à medida que envelhecemos ou sofremos estresse e doenças. Talvez a descoberta mais notável das pesquisasrecentes seja a de que, quando comparada a uma dieta norte-americana padrão, a alimentação integral à base de vegetais, em combinação com outras mudanças de estilo de vida, pode realmente reverter esse processo degenerativo.19 Outro tema importante é o bastante complexo sistema microbiano que reside em nosso intestino. Estamos aprendendo que essas bactérias provavel- mente desempenham um papel importante em nossa saúde e nas doenças. Evi- dências de estudos com animais mostram que o papel da alimentação é fun- damental para determinar se temos um sistema de bactérias boas ou ruins.20,21 uma alimentação à base de vegetais, com baixo teor de gordura, rica em fibra, está relacionada a comunidades bacterianas mais saudáveis.22,23 E mais impres- sionante ainda é que as evidências mostram que, depois de apenas um dia in- gerindo alimentos ruins, os tipos de bactérias no intestino mudam de maneira drástica.23 Em uma série separada de estudos proeminentes, pesquisadores des- cobriram que as bactérias do intestino exercem um papel essencial na transfor- mação de um nutriente encontrado na carne vermelha, a L-carnitina, em um promotor de doenças cardíacas conhecido como N-óxido de trimetilamina.24 Essa é só outra maneira pela qual o consumo crônico de alimentos de origem animal promove doenças cardíacas. Veganos e vegetarianos que participaram do estudo não tinham as bactérias intestinais necessárias para promover essas mu- danças desagradáveis.24 do ensIno Fundamental em dIante Eu passei de uma criança que comia linguiça e rocambole de carne a um ado- lescente esquisito semivegetariano. Eu sabia que comer era importante, mas nunca me preocupei com isso. Comia o que me davam. Quando adulto, apren- di com a ciência que, para muitos dos nossos problemas pessoais e sociais mais prementes, a comida é uma questão central. Como médico, é minha obrigação compartilhar essa informação. Quando me recordo de minha professora do A Dieta Campbell_miolo.indd 32 03/09/2015 18:13:18 The China STudy 33 ensino fundamental, só posso rir de minha primeira aula de nutrição. Eu não tinha ideia de onde estava entrando quando sugeri que os ratos que recebiam uma alimentação pobre em proteínas tinham mais energia; mas agora sei. Hoje eu não ficaria confuso com a afirmação da professora e poderia sugerir que ratos ou seres humanos que comem menos proteína animal e mais alimentos de origem vegetal podem ter não somente mais energia, como também as mais baixas probabilidades de desenvolver obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, renais, hepáticas, cerebrais e câncer de próstata, mama e cólon; que seus genes “parecem” mais jovens; que até seu cocô e as bactérias dele estão mais alinhados com a boa saúde. Os seres humanos não são tão diferentes dos ratos em muitos aspectos. E, embora eu não passe o dia pensando em minhas chances de desenvolver doenças ou na qualidade de meu cocô, gosto de pensar que sou capaz de brincar na roda de exercício um pouco mais a cada dia. Isso significa mais energia, mais vitalidade, mais diversão, mais sucesso e mais saúde. A Dieta Campbell_miolo.indd 33 03/09/2015 18:13:19