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Critério de estabilidade de Nyquist O critério de Nyquist relaciona a estabilidade de um sistema em malha fechada com a resposta em frequência em malha aberta e a posição dos polos em malha aberta. Assim, o conhecimento da resposta em frequência do sistema em malha aberta fornece informações sobre a estabilidade do sistema em malha fechada. Trata-se de conceito semelhante ao do lugar geométrico das raízes, onde inicia-se com informações sobre o sistema em malha aberta, seus polos e zeros, e desenvolve-se informações sobre o transitório e a estabilidade do sistema em malha fechada. Embora a princípio o critério de Nyquist forneça informações sobre a estabilidade, é possível estender o conceito para a resposta transitória e para os erros em regime permanente. Desse modo, as técnicas de resposta em frequência apresentam-se como uma abordagem alternativa ao lugar geométrico das raízes. Introdução Dedução Considere o Sistema O critério de Nyquist pode dizer quantos polos em malha fechada estão no semiplano da direita. Antes de deduzi-lo, revê-se quatro conceitos importantes: (1) a relação entre os polos de 1 + G(s)H(s) e os polos de G(s)H(s) (2) a relação entre os zeros de 1 + G(s)H(s) e os polos da função de transferência em malha fechada, T(s); (3) o conceito de mapeamento de pontos; (4) o conceito de mapeamento de contornos. Dedução (1) e (2) – Relações entre polos e zeros Sendo Então Portanto: (1) os polos de 1+G(s)H(s) são os mesmos que os polos de G(s)H(s), o sistema em malha aberta (2) os zeros de 1+G(s)H(s) são os mesmos que os polos de T(s), o sistema em malha fechada. Dedução (3) - Mapeamento Tomando-se um número complexo no plano s e o substituindo em uma função, F(s), o resultado é outro número complexo. Este processo é chamado de mapeamento. Por exemplo, substituindo s = 4 + j3 na função (s2 + 2s + 1) resulta 16 + j30. Diz- se que 4 + j3 é mapeado em 16 + j30 através da função (s2 + 2s + 1). Dedução (3) – Mapeamento de contornos Seja o conjunto de pontos, denominado de contorno A. O contorno A pode ser mapeado através de F(s) no contorno B substituindo-se cada ponto do contorno A na função F(s) e representando-se graficamente os números complexos resultantes. Por exemplo, o ponto Q na Figura abaixo é mapeado no ponto Q′ através da função F(s). Dedução (3) – Mapeamento de contornos O mapeamento de cada ponto é definido pela aritmética de números complexos, no qual o número complexo resultante, R, é calculado a partir dos números complexos representados por ω Admitindo-se sentido horário para o mapeamento dos pontos do contorno A, então: O contorno B é mapeado no sentido horário se F(s) possuir apenas zeros ou possuir apenas polos que não são envolvidos pelo contorno. O contorno B é mapeado no sentido anti-horário se F(s) possuir apenas polos que são envolvidos pelo contorno. Se o polo ou o zero de F(s) é envolvido pelo contorno A, o mapeamento envolve a origem. Dedução (3) – Mapeamento de contornos Dedução (3) – Mapeamento de contornos Dedução (3) – Mapeamento de contornos O contorno A envolve um polo e um zero, a rotação decorrente do polo e a rotação decorrente do zero se cancelam, e o mapeamento não envolve a origem. Dedução Critério de Nyquist Seja F(s) = 1 + G(s) H(s) com polos e zeros como mostrado na figura da esquerda, próximos do contorno A. R = (V1V2)/(V3V4V5) e à medida que cada ponto Q do contorno A é substituído em 1+G(s)H(s), um ponto mapeado resulta no contorno B. Admitindo-se que F(s) = 1+G(s)H(s) possua dois zeros e três polos, cada termo entre parênteses da equação acima é um vetor na figura. Dedução Critério de Nyquist À medida que se move, no sentido horário, ao longo do contorno A cada vetor da que se encontra no interior do contorno A aparentará ter passado por uma rotação completa, ou por uma mudança em ângulo de 360°. Por outro lado, cada vetor traçado a partir dos polos e dos zeros de 1+G(s)H(s) que existem fora do contorno A parecerá oscilar e retornar à sua posição anterior, passando por uma variação angular líquida de 0°. Dedução Critério de Nyquist Cada fator de polo ou zero de 1+G(s)H(s) cujo vetor passe por uma rotação completa ao redor do contorno A deve resultar em uma alteração de 360°no resultado, R, ou em uma rotação completa do contorno mapeado B. Caso se mova no sentido horário ao longo do contorno A, cada zero dentro do contorno A produz uma rotação no sentido horário, enquanto cada polo dentro do contorno A produz uma rotação no sentido anti-horário. Assim, N = P – Z, em que: N é o número de voltas no sentido anti-horário do contorno B ao redor da origem P é o número de polos de 1+G(s)H(s) no interior do contorno A Z é o número de zeros de 1+G(s)H(s) no interior do contorno A. Dedução Critério de Nyquist Como os polos mostrados na figura são polos de 1+G(s)H(s), sabe-se que eles também são polos de G(s)H(s) e são conhecidos. Porém, uma vez que os zeros mostrados na figura são os zeros de 1+G(s)H(s), sabe- se que eles também são polos do sistema em malha fechada e não são conhecidos. Portanto, P é igual ao número de polos em malha aberta envolvidos e Z é igual ao número de polos em malha fechada envolvidos. Assim, N=P–Z, ou, alternativamente, Z=P–N, diz que o número de polos em malha fechada no interior do contorno (que é o mesmo que o número de zeros dentro do contorno) é igual ao número de polos em malha aberta de G(s)H(s) no interior do contorno menos o número de voltas no sentido anti-horário do mapeamento em torno da origem. Dedução Critério de Nyquist Caso se estenda o contorno para incluir todo o semiplano da direita, pode-se contar o número de polos em malha fechada no interior do contorno A, no semiplano da direita, e determinar a estabilidade de um sistema. Uma vez que é possível contar o número de polos em malha aberta, P, dentro do contorno, que são os mesmos que os polos de G(s)H(s) no semiplano da direita, o único problema que resta é como obter o mapeamento e determinar N. Como todos os polos e zeros de G(s)H(s) são conhecidos, o que acontece se o mapeamento for feito através de G(s)H(s) em vez de 1+G(s)H(s)? O contorno resultante é o mesmo que o de um mapeamento através de 1+G(s)H(s), exceto que ele é transladado uma unidade para a esquerda Assim, conta-se as voltas em torno de –1 em vez das voltas em torno da origem. Critério de Nyquist Portanto, o critério de estabilidade de Nyquist é definido como: Se um contorno, A, que envolve todo o semiplano da direita, for mapeado através de G(s)H(s), então o número de polos em malha fechada, Z, no semiplano da direita é igual ao número de polos em malha aberta, P, que estão no semiplano da direita menos o número de voltas do mapeamento no sentido anti-horário, N, em torno de –1; isto é, Z=P–N. O mapeamento é chamado de diagrama de Nyquist, ou curva de Nyquist, de G(s)H(s). Critério de Nyquist Ao longo do contorno A na figura, o mapeamento dos pontos sobre o eixo jω através da função G(s)H(s) é o mesmo que substituir s=jω em G(s)H(s) para formar a função de resposta em frequência G(jω)H(jω). Portanto, se está determinando a resposta em frequência de G(s)H(s) sobre esta parte do contorno A que corresponde à parte positiva do eixo jω. Em outras palavras, parte do diagrama de Nyquist é o diagrama polar da resposta em frequência de G(s)H(s). Determinando estabilidade Exemplo 1: A Figura mostra um contorno A que não envolve polos em malha fechada, isto é, os zeros de 1+G(s)H(s). O contorno desse modo é mapeado através de G(s)H(s) em um diagrama de Nyquist que não envolve –1. Assim, P = 0, N = 0 e Z = P – N = 0. Uma vez que Z é o número de polos em malha fechada no interior do contorno A, que envolve o semiplano da direita, este sistema não possui polos no semiplano da direita e é estável. Determinandoestabilidade Exemplo 2: A figura mostra um contorno A que, embora não envolva polos em malha aberta, gera duas voltas no sentido horário em torno de –1. Assim, P = 0, N = –2, e o sistema é instável; Há dois polos em malha fechada no semiplano da direita, uma vez que Z=P–N=2. Os dois polos em malha fechada são mostrados no interior do contorno A como zeros de 1+G(s)H(s). Determinando estabilidade Exemplo 2: Cabe ressaltar que voltas no sentido horário implicam um valor negativo para N. O número de voltas pode ser determinado traçando-se um raio de teste a partir de –1 em qualquer direção conveniente e contando-se o número de vezes que o diagrama de Nyquist cruza o raio de teste. Os cruzamentos no sentido anti-horário são positivos, e os cruzamentos no sentido horário são negativos. Por exemplo, na figura o contorno B cruza o raio de teste duas vezes no sentido horário. Portanto, há –2 voltas em torno do ponto –1. Esboçando o diagrama de Nyquist Exemplo 1 Esboçando o diagrama de Nyquist Exemplo 1 O diagrama de Nyquist é traçado substituindo-se os pontos do contorno mostrado na Figura em G(s) = 500/[(s + 1)(s + 3)(s + 10)] em um processo equivalente a efetuar aritmética de números complexos utilizando os vetores de G(s) traçados até os pontos do contorno, como mostrado nas figuras abaixo. Esboçando o diagrama de Nyquist Exemplo 1 Cada termo de polo e zero de G(s) é um vetor na figura. O vetor resultante, R, obtido em qualquer ponto ao longo do contorno é, em geral, o produto dos vetores de zeros dividido pelo produto dos vetores de polos. Assim, a magnitude do resultado é o produto das distâncias até os zeros dividido pelo produto das distâncias até os polos, e o ângulo do resultado é a soma dos ângulos dos zeros menos a soma dos ângulos dos polos. Esboçando o diagrama de Nyquist Exemplo 1 À medida que se move no sentido horário ao longo do contorno, do ponto A até o ponto C na primeira figura, o ângulo resultante vai de 0°a –3×90°=–270°, ou de A′ a C′ na última figura. Uma vez que os ângulos emanam de polos no denominador de G(s), a rotação ou o aumento no ângulo é na verdade uma diminuição no ângulo da função G(s). Os polos ganham 270° no sentido anti-horário, o que explica por que a função perde 270°. Enquanto o resultado se move de A′ para C′ na última figura 10.27(c), sua magnitude varia de acordo com o produto das distâncias até os zeros dividido pelo produto das distâncias até os polos. Portanto, o resultado vai de um valor finito em frequência zero [no ponto A existem três distâncias finitas até os polos] até uma magnitude zero na frequência infinita no ponto C [no ponto C existem três distâncias infinitas até os polos]. Esboçando o diagrama de Nyquist Exemplo 1 Analiticamente: De A a C o conjunto de pontos ao longo do contorno é imaginário. Portanto, de A até C, G(s) = G(jω), ou Multiplicando o numerador e o denominador pelo conjugado complexo do denominador, tem-se Esboçando o diagrama de Nyquist Exemplo 1 Na frequência zero, G(jω) = 500/30 = 50/3. Portanto, o diagrama de Nyquist começa em 50/3 com um ângulo de 0°. À medida que v aumenta, a parte real permanece positiva, e a parte imaginária permanece negativa. Em ω= 30/14 a parte real se torna negativa. Em ω= 43 , o diagrama de Nyquist cruza o eixo real negativo, uma vez que o termo imaginário se anula. O valor real no cruzamento do eixo, ponto Q′, encontrado substituindo-se na equação anterior, é –0,874. Continuando para ω = infinito, a parte real é negativa e a parte imaginária é positiva. Em frequência infinita, G(jω) < 500j/ω3, ou aproximadamente zero a 90°. Esboçando o diagrama de Nyquist Exemplo 1 Ao longo do semicírculo infinito do ponto C ao ponto D, os vetores giram no sentido horário, cada um por 180°. Portanto, o resultado passa por uma rotação no sentido anti-horário de 3×180°, começando no ponto C′ e terminando no ponto D′. Analiticamente, pode-se ver isso admitindo que, ao longo do semicírculo infinito, os vetores começam aproximadamente na origem e possuem módulos infinitos. Para qualquer ponto no plano s o valor de G(s) pode ser obtido representando cada número complexo na forma polar, como a seguir: em que R–i é a magnitude do número complexo (s+i), e θ –i é o ângulo do número complexo (s+i). Ao longo do semicírculo infinito, todos os R –i são infinitos, e pode- se usar a hipótese para aproximar os ângulos como se os vetores começassem na origem. Esboçando o diagrama de Nyquist Exemplo 1 Assim, ao longo do semicírculo infinito: No ponto C os ângulos são todos 90°. Portanto, o resultado é 0∠–270°, mostrado como ponto C′. De modo análogo, no ponto D, G(s) = 0∠+270° que é mapeado no ponto D′. O eixo imaginário negativo pode ser mapeado percebendo-se que a parte real de G(jω)H(jω) é sempre uma função par, enquanto a parte imaginária de G(jω)H(jω) é uma função ímpar. Isto é, a parte real não mudará de sinal quando valores negativos de ω são utilizados, enquanto a parte imaginária mudará de sinal. Portanto, o mapeamento do eixo imaginário negativo é uma imagem refletida do mapeamento do eixo imaginário positivo. O mapeamento do trecho do contorno do ponto D até A é traçado como uma imagem refletida em relação ao eixo real do mapeamento do ponto A até C. Esboçando o diagrama de Nyquist No exemplo, não havia polos em malha aberta situados ao longo do contorno envolvendo o semiplano da direita. Caso esses polos existam, então um desvio ao redor dos polos sobre o contorno é necessário; caso contrário, o mapeamento iria para infinito de uma forma indeterminada, sem informação angular. Consequentemente, um esboço completo do diagrama de Nyquist não poderia ser feito, e o número de voltas em torno de –1 não poderia ser determinado Esboçando o diagrama de Nyquist Admitindo G(s)H(s) = N(s)/sD(s), em que D(s) possui raízes imaginárias. O termo s no denominador e as raízes imaginárias de D(s) são polos de G(s)H(s) que estão no contorno. Para esboçar o diagrama de Nyquist, o contorno deve desviar ao redor de cada polo em malha aberta que está em seu caminho. O desvio pode ser à direita do polo, e o vetor de cada polo gira de +180° quando se move ao longo do contorno próximo desse polo. Esse conhecimento da rotação angular dos polos no contorno permite completar o diagrama de Nyquist. O desvio deve levar apenas a uma distância infinitesimal no semiplano da direita; caso contrário, alguns polos em malha fechada no semiplano da direita serão excluídos da contagem. Pode-se também desviar para a esquerda dos polos em malha aberta. Nesse caso, cada polo gira de um ângulo de –180° quando desvia-se ao seu redor. Esboçando o diagrama de Nyquist Estabilidade Para determinar a estabilidade de um sistema, empregando a equação simples Z=P–N, os valores de P (número de polos em malha aberta de G(s)H(s) envolvidos pelo contorno) e de N (número de voltas que o diagrama de Nyquist dá em torno de –1) são utilizados para determinar Z, o número de polos no semiplano da direita do sistema em malha fechada. Caso o sistema em malha fechada possua um ganho variável na malha, uma questão que surge é: “Para que faixa de ganho o sistema é estável?” Esta questão, respondida anteriormente pelo método do lugar geométrico das raízes e pelo critério de Routh-Hurwitz, é agora respondida através do critério de Nyquist. A abordagem geral é ajustar o ganho de malha com valor unitário e traçar o diagrama de Nyquist. Uma vez que o ganho é simplesmente um fator multiplicativo, seu efeito é o de multiplicar o resultado por uma constante em qualquer ponto do diagrama de Nyquist. Estabilidade Estabilidade À medida que o ganho é variado, pode-se visualizar o diagrama de Nyquist expandindo (ganho maior) ou encolhendo (ganho menor) como um balão. Essa alteração poderia mover o diagrama de Nyquist para além de –1, alterando o quadro daestabilidade. Para esse sistema, uma vez que P = 2, o ponto crítico deve ser envolvido pelo diagrama de Nyquist para resultar em N = 2 e em um sistema estável. Uma redução no ganho colocaria o ponto crítico fora do diagrama de Nyquist em que N = 0, resultando em Z = 2, um sistema instável. Sob outra perspectiva, pode-se pensar no diagrama de Nyquist como permanecendo estacionário e no ponto –1 se movendo ao longo do eixo real. Para isso, ajusta-se o ganho como unitário e posiciona-se o ponto crítico em –1/K em vez de em –1. Assim, o ponto crítico parece se mover para mais perto da origem à medida que K aumenta. Estabilidade Ademais, se o diagrama de Nyquist cruza o eixo real em –1, então G(jω)H(jω) = –1. A partir dos conceitos do lugar geométrico das raízes, quando G(s)H(s) = –1 a variável s é um polo em malha fechada do sistema. Portanto, a frequência na qual o diagrama de Nyquist passa por –1 é a mesma frequência na qual o lugar geométrico das raízes cruza o eixo jω. Assim, o sistema é marginalmente estável se o diagrama de Nyquist interceptar o eixo real em –1. Em resumo, se o sistema em malha aberta contém um ganho variável, K, faz-se K = 1 e cria-se o esboço do diagrama de Nyquist. Considerando o ponto crítico como –1/K em vez de –1, ajusta-se o valor de K para resultar em estabilidade, com base no critério de Nyquist. Critério de estabilidade de Nyquist Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35