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TIREOIDITE DE HASHIMOTO: UMA CONDIÇÃO AUTOIMUNE Josinaldo da Silva Pereira Discente do Curso de Farmácia – UNIPLAN RESUMO A Tireoidite de Hashimoto é uma condição autoimune na qual o corpo ataca a própria glândula tireoide, resultando em uma redução de sua função. Este artigo tem como objetivo realizar uma pequena revisão sobre os principais aspectos da doença em algumas fontes cientificas. Conclui-se então, que o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e permitir um tratamento adequado. Foram analisadas as principais opções terapêuticas disponíveis para controlar e aliviar os sintomas da doença. Além disso, questões psicossociais relacionadas à doença têm impacto no bem-estar emocional e social dos pacientes, enfatizando a importância de um suporte adequado. Palavras-chave: Tireoidite de Hashimoto, Doença autoimune, Tireoide. Abstract Hashimoto's Thyroiditis is an autoimmune condition in which the body attacks its own thyroid gland, resulting in a reduction in its function. This article aims to carry out a small review of the main aspects of the disease in some scientific sources. It is therefore concluded that early diagnosis is essential to avoid complications and allow adequate treatment. The main therapeutic options available to control and alleviate the symptoms of the disease were analyzed. Furthermore, psychosocial issues related to the disease have an impact on patients' emotional and social well-being, emphasizing the importance of adequate support. Keywords: Hashimoto's, thyroiditis, Autoimmune disease, Thyroid. 2 INTRODUÇÃO A Tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune crônica que acomete a glândula tireoide. Essa condição é caracterizada pela presença de autoanticorpos que atacam e danificam as células da tireoide, prejudicando a sua função hormonal. Esta, é uma das principais causas de disfunção tireoidiana no mundo e sua prevalência tem aumentado significativamente nos últimos anos (BENSÑOR et. Al., 2021; CHAKER et. Al., 2017). Primeiramente, apresentaremos a clínica da Doença de Hashimoto, destacando os sinais típicos do hipotireoidismo, como cansaço, aumento de peso, intolerância ao frio, e outros. Adicionalmente, serão abordadas as mudanças nos exames laboratoriais relacionadas à doença, tais como a elevação do hormônio estimulador da tireoide (TSH) e a diminuição dos níveis dos hormônios tireoidianos T3 e T4. A avaliação desses aspectos clínicos auxiliará na compreensão dos obstáculos no diagnóstico e na importância da terapia apropriada (CATUREGLI; REMIGIS; ROSE, 2014; RADETTI, 2014). Ao considerar todos esses aspectos de forma integrada, é possível perceber que a Doença de Hashimoto pode causar um impacto considerável na vida dos indivíduos afetados. Esse impacto vai além dos sintomas físicos, atingindo também sua saúde emocional e interações sociais. Logo, reconhecer essa complexidade é crucial para oferecer um cuidado mais completo e empático aos pacientes que sofrem com a doença de Hashimoto. APRESENTAÇÃO CLÍNICA A Doença de Hashimoto tem uma ampla variedade de sintomas que podem ser diferentes de pessoa para pessoa. Os primeiros sinais costumam ser discretos e podem evoluir lentamente. Os pacientes podem sentir cansaço, ganho de peso, sensibilidade ao frio, pele ressecada, queda de cabelo e constipação. Alguns indivíduos também podem desenvolver um inchaço no pescoço chamado bócio. A principal alteração é o hipotireoidismo, caracterizado pela redução na produção dos hormônios da tireoide, o que resulta em uma série de sintomas metabólicos e neurológicos. É essencial destacar que a manifestação clínica da Doença de Hashimoto pode variar bastante, sendo crucial um diagnóstico precoce para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes (CATUREGLI; REMIGIS; ROSE, 2014; LAURBERG et al., 2005). O diagnóstico da Doença de Hashimoto é determinado através de uma combinação entre avaliação clínica, exame físico e análise dos resultados laboratoriais. Inicialmente, o 3 médico pode suspeitar da presença da doença com base nos sintomas manifestados pelo paciente, tais como fadiga, ganho de peso e bócio. Em seguida, são solicitados exames laboratoriais para dosagem dos níveis sanguíneos do hormônio estimulante da tireoide (TSH), tiroxina (T4) e anticorpos antiperoxidase tireoidiana (anti-TPO). Na Doença de Hashimoto, é frequente observar um aumento nos níveis de TSH, enquanto os valores de T4 podem estar dentro da normalidade ou reduzidos. Um diagnóstico precoce e preciso é fundamental para iniciar um tratamento adequado e reduzir o impacto da doença na qualidade de vida dos pacientes (CATUREGLI; REMIGIS; ROSE, 2014; LAURBERG et. al., 2005). TRATAMENTO O tratamento da Tireoidite de Hashimoto baseia-se principalmente na reposição do hormônio tireoidiano. A terapia principal envolve o uso oral de levotiroxina sódica titulada. Este remédio é considerado a opção ideal devido à sua meia-vida de 7 dias, o que possibilita a administração diária. Recomenda-se tomar a levotiroxina em jejum, logo cedo pela manhã, para melhorar a absorção. No entanto, é essencial evitar tomar levotiroxina junto com suplementos de ferro ou cálcio, hidróxido de alumínio e inibidores da bomba de prótons, pois isso pode prejudicar a absorção correta do medicamento (MINCER & JIALAL, 2023; LAURBERG et al., 2005). A dosagem padrão de levotiroxina é de 1,6 a 1,8 mcg/kg por dia, mas pode variar de acordo com as características de cada paciente. Pacientes com menos de 50 anos devem iniciar com a dose completa padrão, enquanto doses menores são indicadas para idosos e pacientes com doenças cardiovasculares. Em pacientes com mais de 50 anos, a dose inicial recomendada é de 25 mcg/dia, com reavaliação após seis a oito semanas. Já durante a gravidez, a dose de levotiroxina precisa ser aumentada em 30%, e em pacientes com síndrome do intestino curto, doses maiores de levotiroxina são necessárias para manter um estado de eutireoidismo (MINCER & JIALAL, 2022). Em casos de obesidade associada como discutido por Song et. al. (2019) é importante realizar o tratamento da doença de base por meio de dieta hipocalórica junto do tratamento medicamentoso. Em relação à dieta, embora haja evidências limitadas para apoiar uma dieta anti- inflamatória/autoimune, teorias sugerem que a inflamação pode estar relacionada à síndrome do intestino permeável. Nessa condição, ocorre um comprometimento da mucosa intestinal, 4 permitindo a penetração de proteínas que normalmente não entrariam na corrente sanguínea através dos transportadores da mucosa intestinal. Acredita-se que uma resposta semelhante à mimetização molecular ocorra, levando à produção de anticorpos contra antígenos. Infelizmente, o antígeno pode ser estruturalmente muito semelhante à tireoperoxidase, resultando na formação de anticorpos contra essa enzima. A ideia por trás da dieta autoimune é focar na cicatrização do intestino e redução da resposta autoimune. No entanto, são necessárias mais pesquisas sobre esse tema antes que essa abordagem se torne parte das diretrizes de tratamento (RAYMAN, 2018; MINCER & JIALAL, 2023; OLIVEIRA & BARROS, 2022). CONCLUSÃO Resumidamente, a Doença de Hashimoto tem um impacto amplo na vida dos pacientes, influenciando tanto a saúde física quanto o bem-estar emocional e social. Por isso, questiona-se o uso do termo “tireoidite de Hashimoto”, pois ele se limita ao impacto na glândula tireoide enquanto a doença afeta diversos sistemas do organismo dos afetados. Nesta revisão abrangente da literatura, ficou claro que uma abordagem completa, na qual o médico trabalhe junto com uma equipe multidisciplinar, é essencial para lidar eficazmente com a doença. O apoio psicológico, a orientação nutricional e um tratamento médico personalizado sãocruciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e promover uma abordagem mais holística e humanizada. Ao considerar cuidadosamente a nutrição, é possível otimizar a função tireoidiana e reduzir os sintomas relacionados ao hipotireoidismo, trazendo assim uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes com a Doença de Hashimoto. 5 REFERÊNCIAS BENSEÑOR, I. M et. al. Incidence of thyroid diseases: Results from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Arch. Endocrinol. Metab. v. 4, n. 65, 2021. CATUREGLI, P.; REMIGIS, A.; ROSE, N. R. Hashimoto thyroiditis: Clinical and diagnostic criteria. Autoimmun. Rev., v. 13, n. 4-5, 2014. MINCER, D. L; JIALAL, I. Hashimoto Thyroiditis. State Pearls. 2023. Disponivel em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK459262/. Acesso em: 23 mai. 2024. RAYMAN, M. P. Multiple nutritional factors and thyroid disease, with particular reference to autoimmune thyroid disease. Proc Nutr Soc. v. 78, n. 1, 2019. ASSAD, F. R, RESENDE, R. B. Doença de Hashimoto: Uma revisão Integrativa de Literatura. 2023. Disponivel em: https://revistas.unilago.edu.br/index.php/revista- medicina/article/view/965. Acesso em: 25 mai. 2024. https://revistas.unilago.edu.br/index.php/revista-medicina/article/view/965 https://revistas.unilago.edu.br/index.php/revista-medicina/article/view/965