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1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br República da Espada - Deodoro da Fonseca HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICA DA ESPADA - DEODORO DA FONSECA HISTÓRIA DO BRASIL O GOVERNO PROVISÓRIO DE DEODORO DA FONSECA (1889–1891) O governo chefiado por militares tinha uma forte intenção e missão de contornar e resolver os problemas causados pela proclamação da república, garantir o efetivo fun- cionamento das instituições e substituir instituições, pensamentos e organizações que traziam, em seu seio, um cunho monárquico, além de ser um porto seguro contra um contragolpe monárquico. Objetivos: resolver os problemas criados pela proclamação e conduzir o país ao menos até a Constituição. • Falta de apoio da marinha, ainda fortemente monarquista. • Autoritarismo de Deodoro e a relação com civis. – Marechal Deodoro da Fonseca era uma liderança de alta patente do exército, assim, colocá-lo em uma república de tantos anseios era uma tarefa difícil. – Forma positivista republicada. Medidas iniciais de Deodoro • Extinção das instituições imperiais; • Convocação de eleições para a Assembleia Constituinte; – O Brasil não poderia ser uma república com uma constituição monárquica vigente, cujo poder era moderador e voto censitário. • Banimento da família imperial; – Deodoro era alguém de confiança de Dom Pedro. – Alguns historiadores entendem que, em vão, Dom Pedro esperou uma conversa de Deodoro, mas temendo um contragolpe monárquico, expulsou-se a família real. • Separação entre Igreja e Estado; – a igreja já estava rompida com o império. 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br República da Espada - Deodoro da Fonseca HISTÓRIA DO BRASIL – A união igreja e império é uma grande característica da monarquia (beneplácito e padroado), assim, almeja-se uma nova forma de convivência social e de compor- tamento entre o Estado e outras instituições; manteve-se o afastamento, o que não significou que a igreja não continuou a ter influência sobre as pessoas pensa- mento político, dia a dia, comportamentos etc. – Na Era Vargas, Getúlio Vargas se aproxima da igreja, por mais intervencionista que fosse, pois sabia que, se a igreja apoiasse, validasse seu governo e não o invali- dasse, seria uma forma de validação perante a sociedade. • A “grande naturalização”, projeto que oferecia a cidadania brasileira a todos os estrangeiros então residentes no Brasil. – Em um projeto eugenista, de clareamento da população brasileira, majoritaria- mente preta, entraram, no Brasil, milhares de estrangeiros (alemães, italianos, portugueses, asiáticos etc.). – Em 1891, há três anos da abolição da escravidão, ou seja, era uma nova dinâmica político-social no país. • Nomeação de Rui Barbosa para o Ministério da Fazenda. – Rui Barbosa é praticamente o redator da primeira Constituição Republicana, além de ser o responsável que promovera uma política que gerou um estímulo à espe- culação, não saúde financeira de empresas, uma grande emissão de papel poema (crise do encilhamento). Defrontavam-se duas candidaturas, a primeira, da situação, formada pelo marechal Deodoro da Fonseca e pelo almirante Eduardo Wandenkolk e a segunda composta por Prudente de Morais, paulista que havia presidido a Constituinte, e por Floriano Peixoto, militar de geração e formação distintas daquelas de Deodoro. Os resultados foram elo- quentes: para a Presidência, é eleito Deodoro com 129 votos, contra 97 dados a Prudente de Morais. Para vice-presidente, no entanto – os dois cargos, nessa eleição, não estavam vinculados –, Floriano recebeu 153 votos, enquanto Wandenkolk teve apenas 57. Os cenários da República. O Brasil na virada do século XIX para o século XX – Profa. Dra. Margarida de Souza Neves (PUC-Rio) Obs.: � da situação, pois foram os responsáveis pela proclamação. • A primeira eleição do período republicano para presidente não foi pela via direta. Houve uma convocação para as assembleias constituintes. • Votava-se tanto para presidente quanto para o vice. • Floriano Peixoto tinha mais aceitação e teve mais votos que o próprio Presidente. 5m 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br República da Espada - Deodoro da Fonseca HISTÓRIA DO BRASIL O café era a base do crescimento industrial nacional, primeiro de tudo, porque proporcionava o pré-requisito mais elementar de um sistema industrial, a economia monetária. A REFORMA FINANCEIRA DE RUI BARBOSA (CRISE DO ENCILHAMENTO) Rui Barbosa almejava alavancar a arrecadação e o giro da economia para melhorar as contas do governo e realizar uma modernização da economia brasileira, sendo assim, ele estimulou o crédito e a emissão de papel-moeda. Sua intenção era desenvolver a econo- mia brasileira. • Estímulo à concessão de crédito e emissão de papel-moeda. • Intuito de incentivar o desenvolvimento econômico nacional. • Problemas: – Muito dinheiro no mercado sem um correspondente crescimento econômico; – Declínio do valor real da moeda. – Encarecimento dos produtos e diminuição do poder de compra. – Os cafeicultores sentiam-se ameaçados pela política que beneficiava industriais e novos investidores. – A economia foi predominantemente rural. – Desvalorização da moeda e surgimento de empresas fantasmas. – Como se estimulou um crescimento, investimento, concessão de crédito, a moeda girava, assim, apostava-se muito, havia especulação. – Crise econômica, inflação e falências múltiplas. 10m 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br República da Espada - Deodoro da Fonseca HISTÓRIA DO BRASIL Tentando manter-se no poder, Deodoro da Fonseca e o grupo positivista retardaram ao máximo a instalação de uma Assembleia Constituinte. As eleições só foram convoca- das em junho de 1890, após intensas pressões do grupo paulista, e os deputados cons- tituintes eleitos foram empossados em novembro de 1890. Após três meses de debates sobre um projeto já preparado pelo grupo de Rui Barbosa, promulgou-se a nova Cons- tituição. Vicentino, Cláudio. História geral e do Brasil / Cláudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo – 2. ed. – São Paulo: Scipione, 2013. Obs.: � proclamou-se no dia 15/11/1889, mas foram convocadas em junho de 1890. • 1824 – Outorgada • 1891 – Promulgada. Com a charge, percebem-se muitas mudanças em relação à Constituição de 1824. Já na Constituição de 1891 alguns traços do novo sistema começaram a delinear- -se com clareza. O princípio federativo, apontado desde o primeiro decreto do Governo Provisório de 15/11/89, consagra-se na Constituição. O regime instaurado seria repre- sentativo, estaria controlado por uma divisão de poderes entre o Legislativo, bicameral, 15m 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br República da Espada - Deodoro da Fonseca HISTÓRIA DO BRASIL o Executivo e o Judiciário. Os congressistas gozariam de imunidades e (para corrigir as distorções imperiais das Câmaras compostas por funcionários e apadrinhados da Coroa) “não poderão celebrar contratos com o Poder Executivo, nem dele receber empregos ou comissões remuneradas (...)” (Art. 23). O Presidente seria eleito e os juízes do Supremo Tribunal nomeados em forma vitalícia, perdendo o cargo apenas por sentença judicial. Em suma, a Constituição instituía um sistema representativo, de divisão e indepen- dência entre os poderes, cabendo ao Presidente designar livremente os Ministros ao Con- gresso (bem como ao Supremo), controlar € inclusive julgar, sendo o caso, o Presidente, bem como legislar sobre o Orçamento, os impostos, o efetivo das Forças Armadas etc. Na prática, o arcabouço democrático-representativo da Constituição vai confron- tar-secom uma situação bem diversa da que o mundo das normas abstratas supunha. Entretanto, havia um princípio, consagrado pela Constituição, que coincidia com os inte- resses e o perfil das realidades impostas pelos vencedores de 89: o federalismo. A prá- tica da autonomia dos Estados não se fez esperar em matéria extremamente delicada: a contração de empréstimos externos. Brasil - História — República Velha, 1889-1930. 2. Brasil — História — 1889-. I. Cardoso, Fernando Henrique, 1931-. II. Série. CDD - 981.05 97-0586 CDU — 981“*1889/1930” AAA d PAA Em 2023, iniciou-se uma discussão sobre uma possível mudança da forma de nomea- ção e ascensão de juízes para o Supremo Tribunal Federal: não ser mais simplesmente pela indicação. Há mais de 100 anos, a escolha é realizada dessa maneira; para os moldes atuais do Brasil, isso tem se mostrado motivo de queixas. Existiam províncias, atualmente, são estados. CONSTITUIÇÃO DE 1891 • 1ª Constituição republicana, promulgada em 24 de fevereiro de 1891. • Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, foi o principal redator. • Influência da Constituição norte-americana (República federativa liberal). • Estados da federação (antigas províncias) receberam certos direitos. • Tripartição dos poderes, harmônicos e interdependentes. • Bicameralismo (Câmara dos deputados e Senado federal). – Senador com mandato de 9 anos e deputados com 3 anos, tendo sua quantidade estipulada pela população do Estado. • O corpo de ministros seria de acordo com a vontade do presidente. • Validava a separação da Igreja e do Estado (Laicização do Estado). • Liberdade religiosa e o direito à certidão de casamento. 20m 6www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br República da Espada - Deodoro da Fonseca HISTÓRIA DO BRASIL • Concessão da naturalização aos imigrantes (atração de capitais estrangeiros e a permanência de imigrantes diversos, principalmente aqueles favorecidos pela liber- dade religiosa). • A partir da Constituição de 1891, não havia necessidade de provar renda. 7www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br República da Espada - Deodoro da Fonseca HISTÓRIA DO BRASIL Houve um momento em que Deodoro da Fonseca foi duramente criticado, pois se vivia, no Brasil, uma ideia de rejeição daquilo que era monárquico, pois já se estava em um sistema presidencialista. • Regime autoritarista, prezando pela redução da autonomia dos estados, evitando uma possível fragmentação territorial; • Descontentamento tanto entre os oficiais positivistas quanto entre os cafeiculto- res paulistas pela nomeação do barão de Lucena para o Ministério da Fazenda. • Barão de Lucena era de origem monárquica, a qual incomodou muito. • O desagrado dos positivistas e dos cafeicultores gerou um grande problema. • As divergências com as oposições partidárias ao governo fez Deodoro fechar o Con- gresso, contrariando a Constituição de 1891; • 1ª Revolta da Armada em 1891: Marinha insatisfeita com sua condição político e militar inferiorizada em relação ao exército e ao governo; • Um clima de divergências entre opositores florianistas nas forças armadas e o Governo geral favoreceram a renúncia de Deodoro em 1891. A charge de 1891 de Ângelo Agostini mostra o barão de Lucena, de origem monár- quica, sentado na constituição da república. 25m 8www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br República da Espada - Deodoro da Fonseca HISTÓRIA DO BRASIL O primeiro imperador do Brasil abdicou. O primeiro Presidente da República renunciou. O primeiro Presidente da República, eleito após o Regime Militar, sofreu impeachment. O primeiro Presidente eleito pelo voto indireto, pós-Regime Militar, não assumiu (formalmente, houve celebração). A primeira Presidente da República sofreu impeachment. No dia seguinte, a insatisfação da marinha veio à tona, quando o almirante Custódio de Melo mandou apontar os canhões dos navios atracados na baía de Guanabara para a cidade, ameaçando bombardeá-la e exigindo a renúncia do presidente. Deodoro da Fon- seca cedeu às pressões e em seu lugar assumiu o vice-presidente Floriano Peixoto. Vicentino, Cláudio. História geral e do Brasil / Cláudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo – 2. ed. – São Paulo: Scipione, 2013. Praticamente todo o período de Deodoro – e é desnecessário seguir os zigueza- gues das conjunturas – vai caracterizar-se pelo impasse até sua renúncia a 23/11/1891 (depois do “golpe de Lucena” do dia 3, quando o Generalíssimo dissolveu a Câmara; e o contragolpe, fruto da resistência generalizada no Pará, no Rio Grande, em Santa Cata- rina, em Minas, em São Paulo, de civis e militares). Dessa forma, finda o primeiro governo presidencial do Brasil. ��������������������������������� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.