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AULA 1 1 - PRISÕES E MEDIDAS CAUTELARES - PRISÃO EM FLAGRANTE

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PROF. ME. WENDELL LUIS ROSA 
 
PROCESSO PENAL II 
AULA 1.1 – PRISÕES E MEDIDAS CAUTELARES – PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
1. PRISÃO 
Art. 283 do CPP. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em 
decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal 
transitada em julgado. 
§1° As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a 
que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa 
de liberdade. 
• Regra: liberdade. 
• Exceção: prisão. 
a) Prisão civil: 
b) Prisão pena (definitiva): 
c) Prisão processual (provisória ao cautelar): 
• Prisão em flagrante: 
• Prisão preventiva: 
• Prisão temporária: 
Art. 300 do CPP. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das 
que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução 
penal. 
2. PRISÃO EM FLAGRANTE 
2.1. ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
a) Espécies típicas: previstas na legislação (art. 302 do CPP). 
• Flagrante próprio (ou real): incisos I e II do art. 302 do CPP: “está cometendo a infração 
penal” e “acaba de cometê-la”. 
• Flagrante impróprio (ou quase flagrante): inciso III do art. 302 do CPP. “é perseguido, 
logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça 
presumir ser autor da infração”. 
• Flagrante presumido (ou ficto): inciso IV do art. 302 do CPP: “é encontrado, logo depois, 
com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração”. 
• Flagrante em crime permanente: 
 
 
 
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Art. 303 do CPP. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em 
flagrante delito enquanto não cessar a permanência. 
• Flagrante retardado: arts. 8° e seguintes da Lei n. 12.850/13. 
Art. 8º da Lei n. 12.850/13. Consiste a ação controlada em retardar a 
intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por 
organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação 
e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais 
eficaz à formação de provas e obtenção de informações. 
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será 
previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá 
os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
b) Espécies atípicas: construções doutrinárias e/ou jurisprudenciais. 
• Flagrante provocado ou preparado: pressupõe indução para a prática delitiva. 
Súmula 145 do STF. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela 
polícia torna impossível a sua consumação. 
• Flagrante esperado: 
• Flagrante forjado: 
2.2. SUJEITOS DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
a) Sujeito ativo: quem pode efetuar a prisão em flagrante? 
• Flagrante obrigatório: a autoridade policial e seus agentes. 
• Flagrante facultativo: qualquer do povo. 
b) Sujeito passivo: quem pode ser preso em flagrante? 
• Regra: qualquer pessoa. 
• Exceção: algumas autoridades. 
➢ Não podem ser presos em flagrante, independentemente do 
crime praticado: 
• Os menores de 18 anos. 
• O Presidente da República. 
• Diplomatas estrangeiros. 
 
 
 
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➢ Não podem ser presos em flagrante, por crimes afiançáveis: 
• Os deputados e senadores; 
• Os juízes e promotores de justiça; 
• Os advogados, se o crime for cometido no desempenho de suas 
atividades profissionais. 
2.3. TODOS OS CRIMES ADMITEM PRISÃO EM FLAGRANTE? 
a) No período eleitoral: 
Art. 236 do Código Eleitoral. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) 
dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da 
eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em 
virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, 
por desrespeito a salvo-conduto. 
b) Infrações de menor potencial ofensivo: 
Art. 69 da Lei n. 9.099/95, Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a 
lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o 
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se 
exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, 
como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de 
convivência com a vítima. 
c) Crimes de trânsito: 
Art. 301 do CTB. Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de trânsito 
que resultem em vítima, não se imporá a prisão em flagrante nem se exigirá 
fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. 
3. ASPECTOS FORMAIS DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
3.1. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
a) Responsável pela lavratura APF: 
b) Prazo para lavratura do APF: 
Art. 306 do CPP. §1°. Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da 
prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, 
caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a 
Defensoria Pública. 
c) Onde deve ser lavrado o APF: 
 
 
 
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Art. 290 do CPP. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro 
município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o 
alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de 
lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do 
preso. 
Art. 308 do CPP. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado 
a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo. 
3.2. FASES DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
Art. 304 do CPP. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o 
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do 
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das 
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a 
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas 
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 
• Oitivas do(a): 
a) Condutor: testemunhas de apresentação (art. 304, §2°, do CPP). 
b) Testemunhas: testemunhas do fato. 
c) Vítima: 
d) Acusado (interrogatório do indiciado): 
• Advertência sobre o direito de permanecer em silencio (art. 5°, LXIII, do CPP). 
• Assinatura do APF: acusado se recusa a assinar (art. 304, §3°, do CPP). 
• Informações familiares do acusado (art. 304, §4°, do CPP). 
3.3. NOTA DE CULPA 
Art. 306, §2°, do CPP. No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante 
recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o 
nome do condutor e os das testemunhas. 
4. O QUE O JUIZ DEVE FAZER AO RECEBER O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE? 
• Audiência de custódia (no prazo de 24h). 
• Hipóteses do art. 310 do CPP. 
a) Relaxar a prisão: pressupõe a existência de prisão ilegal (art. 5°, LXV, da CF). 
 
 
 
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• Quando faltar formalidade essencial na lavratura do auto. 
• Quando não for hipótese de prisão em flagrante descrita no art. 302 do Código de Processo 
Penal. 
• Quando o fato for atípico. 
• Quando houver excesso de prazo da prisão. 
b) Converter a prisão em flagrante em preventiva: art. 312 + art. 313 do CPP. 
2 pressupostos (art. 312 do CPP) 
+ 
1 Fundamento (art. 312 do CPP) 
+ 
1 Condição de admissibilidade (art. 313 do CPP) 
c) Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança: 
Art. 321 do CPP. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão 
preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o 
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados 
os critérios constantes do art. 282 deste Código. 
5. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA (OU DE APRESENTAÇÃO)• Realizada nos casos de prisão em flagrante e nos casos de cumprimento de mandados de 
prisão. 
• Atendimento prévio e reservado por advogado por ela constituído ou defensor público: 
• Advertência sobre o direito ao silêncio: 
• Finalidade: apurar tratamento recebido pelo preso em todos os locais por onde passou antes 
da apresentação à audiência. 
• Verificar se foi realizado o exame de corpo de delito. 
• Não devem ser formuladas perguntas acerca do mérito (regra): a AC não é momento próprio 
para a produção de provas. 
• O que as partes devem requerer? Prisão preventiva, liberdade provisória ou relaxamento da 
prisão.

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