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Gramáticos Latinos e a Língua Latina

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da oração, no entanto o grego tinha 8; contudo a 
interjeição passará a ser em latim uma parte da 
oração, estabelecendo o equilíbrio. 
(MOUNIN, 1968, p. 101)
Ou seja, o desejo latino era fazer uma mesma descrição de sua língua, 
assim como a que foi feita na língua grega, que incluíram mais uma classe 
gramatical, a interjeição, para manter o mesmo padrão grego. Daí que, 
diferentemente das outras classes gramaticais, é a interjeição a única classe 
de palavra que não pode ser descrita pelos critérios: morfológico, sintático e 
semântico. 
PRINCIPAIS GRAMÁTICOS LATINOS
VARRÃO DE REATE (116-27 A. C.)
QUINTILIANO (30-96 D.C.)
ÉLIO DONATO (IV D.C.)
PRISCIANO (V-VI D.C)
SANTO ISIDORO DE SEVILHA (556-636)
VARRÃO DE REATE (116-27 A. C.)
autor de De lingua latina, obra em 25 tomos, mas que apenas os tomos 5 
a 10 chegaram-nos; sua obra se divide em etimologia, morfologia e sintaxe; 
trata da "aspectividade verbal" (perfectum e infectum): "A analogia, diz-se, 
não se observa nos tempos de algum verbo, como legi (li), lego (leio) e legam 
(lerei); o primeiro dos quais pertence ao perfeito (perfectum) e os outros dois 
ao imperfeito (inchoatum) (incoativo, grifo nosso) (IX, §§96)". (MOUNIN, 
1968: 102-103).
QUINTILIANO (30-96 D.C.)
autor de Institutio oratoria, obra que trata de Retórica, mas na qual ele 
discorre sobre fonologia e morfologia; e define gramática com base em 
Varrão: "recte loquendi scientiam et poetarum enarrationem" (I, IV, 1, apud 
idem).[tradução: Arte de falar corretamente e de narrar os poetas.]. O 
destaque merece Quintiliano, pois não apenas se preocupou em descrever a 
língua latina, com vistas ao ensino, mas também aponta que o uso gramatical 
deve ter uma funcionalidade, principalmente na constituição de um discurso. 
Observe trechos de sua obra.
OBSERVE TRECHOS DE SUA OBRA
Mas não basta ler os poetas: todo tipo de escritores deve ser 
estudado, não apenas pelo conteúdo de suas obras como pelas suas 
palavras, que amiúde recebem o aval dos que as empregam. Além disso, 
a Gramática não se pode considerar perfeita prescindindo da Música, 
pois o gramático deve trazer de metros e ritmos, e, se ignorar a 
Astronomia, não compreenderá os poetas, os quais – deixando de lado 
outras coisas – servem-se tantas vezes do nascimento e do ocaso dos 
astros para veicular a ideia de tempo. Não pode a Gramática, 
igualmente, ignorar a Filosofia, tendo em vista que numerosas 
passagens de muitos poemas se baseiam na mais profunda sutileza da 
Filosofia Natural. De mais, entre os gregos temos, por exemplo, 
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