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Copyright©2008 por Paschoal Piragine Jr. Todos os direitos reservados por: A.D. SANTOS EDITORA Al. Júlia da Costa, 215 80410-070 Curitiba – Paraná – Brasil +55(41)3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br Tratamento editorial: Cleide da Silva Neto, Elly Claire Jansson Lopes Revisão ortográfica: Elly Claire Jansson Lopes Diagramação de epub: Editora Emanuel Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) PIRAGINE Jr. Paschoal, BATALHA ESPIRITUAL - Ministrando libertação no Corpo de Cristo – Pastor Paschoal Piragine Jr. / Curitiba: A. D. SANTOS EDITORA, 2008. ISBN – 978.85.7459-073-8 1. Experiência religiosa 2. Rearmamento moral 3. Normas de conduta cristã 4. Testemunhos de fé CDD: 248 1ª edição de epub: Abril de 2016 Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte. Edição e Distribuição: Sumário Capa Página de créditos Sumário Apresentação Possessão demoníaca e libertação 1. Conheça o inimigo 2. Possessão demoníaca 3. Opressão 4. Tentação 5. Armas do inimigo 6. Ministério de libertação 7. Manifestações satânicas no culto 8. Nossa energia: jejum e oração 9. Dicas práticas para o enfrentamento 10. Dúvidas e outras questões de interesse Conclusão file:///tmp/calibre_4.99.5_tmp_p3hbk8yn/kbcu_6zu_pdf_out/OEBPS/Text/cover.xhtml Apresentação Ao longo da história, a manifestação demoníaca é uma realidade, não apenas nas narrativas bíblicas como na igreja atual. O dinamismo da igreja e o crescente fluxo de pessoas que buscam orientações e soluções para conflitos espirituais, existenciais e morais exige que os líderes espirituais, atentos às necessidades que se evidenciam, estejam preparados para corresponder a essa busca e cumprir, da melhor maneira, a missão que o Senhor lhes deu. Possessão demoníaca e libertação espiritual é um assunto delicado e polêmico e, considerando que Satanás usa suas estratégias para dividir, confundir e amedrontar, é preciso estarmos alerta e bem fundamentados para não entrar no jogo do inimigo. Por esse motivo, e também atendendo ao pedido de muitos líderes, sentimos a necessidade de oferecer material específico sobre esse assunto que tem sido objeto de interesse dos cristãos. Foi elaborado para clarear pontos controversos e oferecer instrumento seguro de estudo à luz da Bíblia, trazer esclarecimentos sobre o tema, promover a unidade do corpo de Cristo e oferecer auxílio no trato com as pessoas que necessitam de auxílio nesta área. Pr. Paschoal Piragine Jr. Possessão demoníaca e libertação Introdução A postura filosófica da pós-modernidade acata e absorve todas as correntes, as concepções, os comportamentos, considerando válida toda e qualquer manifestação, como expressão da individualidade e da realização pessoal. Entretanto, o que se vê com mais frequência no mundo de hoje é uma sociedade mergulhada na depressão, na opressão e nos conflitos que aprisionam a mente e o corpo. Onde está, então, essa realização pessoal? Quais as consequências dessa atitude de aceitação indiscriminada de conceitos e ideias? Para o cristão, essa postura opõe-se frontalmente ao que Jesus ensinou ao dizer “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (BÍBLIA, N. T. João 8:36). Isso quer dizer que nossa libertação tem a ver, necessariamente, com a aceitação da verdade de Cristo e obediência ao que Ele nos ensina. Esse ensino pode até parecer radical, mas a missão de Jesus é salvar o ser humano, libertando-o do poder do mal e, assim, redimir o universo. Sempre que pregamos o Evangelho, estamos anunciando libertação. E aquele que aceita a Cristo como Salvador e Senhor, crendo que a sua palavra é a verdade, há de sentir o que é ser verdadeiramente livre. Porém, como vivemos em constante luta entre o bem e o mal, entre a verdade e a mentira (Rm. 6), precisamos saber que Satanás - o opositor e opressor – é guerreiro astuto e não desiste de suas malévolas intenções. Onde houver uma oportunidade, aí ele entra, para confundir, amedrontar, dividir. É isso que ele tem feito até mesmo em algumas igrejas evangélicas, deixando nelas as marcas de sua atuação. Paradoxal e visivelmente, uma dessas marcas é a atitude de alguns cristãos que, julgando-se especializados em expulsar demônios, começam a se sentir “mais espirituais” que aqueles que não se sentem capacitados para esse tipo de atuação. Resultado: igrejas divididas, inimizades, desarmonia porque a verdade bíblica não foi compreendida na sua inteireza, ou foi desvirtuada. O objetivo deste trabalho é apresentar um roteiro de estudo que facilite a compreensão do que a Palavra de Deus ensina sobre possessão demoníaca, opressão, e libertação. 1. Conheça o inimigo Todo aquele que se propõe entrar numa batalha tem, necessariamente, que saber quem é o seu inimigo, como ele se manifesta e age e qual o seu sistema de trabalho. O que se pensa a respeito de Satanás? Uma visão histórica, liberal, supersticiosa? Quais as concepções que se tem sobre ele e suas ações? Quem é Satanás? A história da igreja e da sua doutrina revela que, até o final do século 19, não havia nenhuma dúvida a respeito da existência de Satanás, em nenhum ramo do cristianismo, seja na Igreja Católica, Ortodoxa ou Evangélica. Embora houvesse divergência quanto à maneira de atuar, todas admitiam sua existência como uma pessoa e como inimigo dos santos, trabalhando contra a vida deles e contra a igreja. A partir do final do século 19 e meados do século 20, alguns teólogos, influenciados pelas correntes modernas da psicologia e da psiquiatria, começaram a publicar uma vasta literatura defendendo a ideia de que Satanás não existe, não é uma pessoa nem uma força, mas um mito das culturas antigas. O que a Bíblia relata como possessão demoníaca nada mais seria do que doenças psicossomáticas ou psiquiátricas como manifestações de epilepsia, dupla personalidade ou até mesmo ansiedade e, como tais, deveriam ser tratadas. Teólogos mais liberais abraçaram prontamente essa teoria e foram além, tentando desmitificar Jesus: há um Jesus histórico e um Jesus dos mitos da Bíblia. Os relatos bíblicos dos milagres, tanto do Velho como do Novo Testamento, devem ser entendidos como consequências de fenômenos naturais e não como intervenção direta de Deus. Tais ideias atingiram muitas igrejas evangélicas, inclusive batistas que, apesar de defenderem a plenitude da inspiração bíblica, deixaram-se enredar por essas teorias. Chegaram ao ponto de afirmar que a oração é um bom exercício de catarse, mas que Deus não vai intervir no mundo ou na vida das pessoas por causa da oração, pois ele já fez todos os seus planos. Entretanto, quem ler a Bíblia com sincero desejo de busca da verdade, com certeza a encontrará. O que a Bíblia diz sobre Satanás? A Bíblia diz claramente, em dezenas de textos, que existe um ser chamado Satanás. Quem ele é e a sua origem é uma doutrina construída em cima de poucos textos bíblicos e necessário se faz estudá-los com muito cuidado. Em Ezequiel 28, entendemos sua origem como um anjo que se revoltou contra Deus, sendo por isso expulso da corte celestial. Mas ele não foi sozinho; levou consigo um terço das hostes celestiais, que são Satanás e seus anjos ou demônios. Estes não são, portanto, espíritos desencarnados como ensinam os espíritas; são anjos caídos com Satanás. Na estrutura angelical, os anjos são ministros de Deus e fazem parte dos exércitos celestiais. Assim, à semelhança de um exército, eles têm uma estrutura hierárquica: anjo, arcanjo, serafim, querubim. Têm autoridade e poder delegados por Deus, soberano e único Senhor. Nessa hierarquia, Deus, na criação, confere autoridade a esses seres angelicais. Ora, se um terço desses seres angélicos caíram liderados por Satanás, isso significa que tais poderes, conferidos na criação, continuam com eles, ainda que distorcidos. Encontram-se, assim, castas demoníacas mais resistentes, conforme o relato de Marcos 9:28-29. Respondeu Jesus: “Quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaramem particular: Por que não podemos nós expulsá-lo? Respondeu-lhes; Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum”. Então: Satanás e os demônios são anjos caídos. A Bíblia ensina sobre o pecado e a queda de Satanás, mas não as razões desse fracasso. O livro de Deus não foi escrito para satisfazer a curiosidade do homem, mas para revelar o caráter de Deus. Pode-se inferir algumas ideias a partir de alguns textos biblícos. Confira: 11Esta palavra do SENHOR veio a mim: 12“Filho do homem erga um lamento a respeito do rei de Tiro e diga-lhe: Assim diz o Soberano, o SENHOR: ”Você era o modelo da perfeição, cheio de sabedoria e de perfeita beleza. 13Você estava no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. Seus engastes e guarnições eram feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que você foi criado. 14Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso eu o designei. Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes. 15Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você. 16Por meio do seu amplo comércio, você encheu- se de violência e pecou. Por isso eu o lancei, humilhado, para longe do monte de Deus, e o expulsei, ó querubim guardião, do meio das pedras fulgurantes. 17Seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e você corrompeu a sua sabedoria por causa do seu esplendor. Por isso eu o atirei à terra; fiz de você um espetáculo para os reis. 18Por meio dos seus muitos pecados e do seu comércio desonesto você profanou os seus santuários. Por isso fiz sair de você um fogo, que o consumiu, e reduzi você a cinzas no chão, à vista de todos os que estavam observando. 19Todas as nações que o conheciam espantaram-se ao vê-lo; chegou o seu terrível fim, você não mais existirá”. (BÍBLIA, V. T. Ezequiel 28:11-19)”. 13Você, que dizia no seu coração: “Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembleia, no ponto mais elevado do monte santo. 14Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo”. (BÍBLIA, V. T. Isaías 14:13-14). Assim, no ato da criação, Satanás e os demônios eram santos anjos. Deus não os criou no mal ou imperfeitos, criou-os na estrutura angélica, mas eles se rebelaram, caíram e passaram a ser imundos, abomináveis e cujo intento é maligno. Qual o propósito de Satanás contra a igreja e o mundo? Tomar o lugar que é exclusividade de Deus: o lugar da adoração. Ele se infiltra na igreja, plantando o joio no meio do trigo. Importante lembrar que fazer distinção entre joio e trigo é tarefa exclusiva de Deus; não compete a homem nenhum julgar o seu próximo. Qual a condição de Satanás e seus demônios hoje no universo? 10Seus filhos se prepararão para a guerra e reunirão um grande exército, que avançará como uma inundação irresistível e levará os combates até a fortaleza do rei do sul. 11“Em face disso, o rei do sul marchará furioso para combater o rei do norte, que o enfrentará com um enorme exército, mas, apesar disso, será derrotado. 12Quando o exército for vencido, o rei do sul se encherá de orgulho e matará milhares, mas o seu triunfo será breve. 13Pois o rei do norte reunirá outro exército, maior que o primeiro; depois de alguns anos voltará a atacá-lo com um exército enorme e bem equipado. 14“Naquela época muitos se rebelarão contra o rei do sul. E os homens violentos do povo a que você pertence se revoltarão para cumprirem esta visão, mas não terão sucesso. (BÍBLIA, V. T. Daniel 10:10- 14). 13Então vi saírem da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs. 14São espíritos de demônios que realizam sinais miraculosos; eles vão aos reis de todo o mundo, a fim de reuni-los para a batalha do grande dia do Deus todo- poderoso. 15 “Eis que venho como ladrão! Feliz aquele que permanece vigilante e conserva consigo as suas vestes, para que não ande nu e não seja vista a sua vergonha”. 16Então os três espíritos os reuniram no lugar que, em hebraico, é chamado Armagedom. (BÍBLIA, V. T. Apocalipse 16:13- 16). Estes textos revelam que Satanás e os demônios estão se opondo a todos os propósitos de Deus. Satanás não é onisciente, onipresente ou onipotente como Deus o é. Ele trabalha conectado a sua rede de ação; tem um exército com o qual troca informações. Por isso, esses demônios podem revelar coisas que nos deixam intrigados: “Como ele sabe isso?” O cristãos que está ministrando libertação a uma pessoa possessa ou endemoninhada precisa saber como o inimigo age para não se intimidar nem lhe dar oportunidade de intimidação. Os demônios têm um projeto, que é afligir os homens e fazê-los cair na fé, desanimar, abandonar os caminhos do Senhor e abraçar doutrinas falsas. Esses são seus alvos nessa batalha espiritual porque Satanás quer o lugar de Deus, quer ser adorado. Por isso, difundem doutrinas falsas. A Bíblía deixa claro esse propósito. O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios. (BÍBLIA, N. T. 1 Timóteo 4:1). Na história da igreja, aprendemos que os grandes pensadores evangélicos como Lutero e Calvino entendiam que a verdadeira batalha espiritual era uma cegueira que estava sendo lançada em todo o mundo, tentando impedir que Jesus fosse reconhecido como único Salvador e Senhor. A luta desses teólogos era contra as heresias que se alastravam e tentavam matar a verdadeira fé. A Bíblia também diz que o mundo jaz no maligno. O que significa isso? Satanás criou seu reino próprio e se lançou neste mundo, sendo o príncipe dele. Trabalha para controlar a cultura, os meios de comunicação, para disseminar suas ideias de tal maneira que fortalezas se criem em nosso entendimento, provocando uma cegueira espiritual tão grande cujo resultado será o afastamento de Deus. “Ele cegou o entendimento dos incrédulos”. (BÍBLIA, N.T. 2 Coríntios 4:4) Uma observação atenta e criteriosa aos programas de televisão, aos jornais, revistas, internet, música, cinema, teatro, leva-nos a concluir que existe na cultura do mundo de hoje um movimento oculto, orquestrado pelo mal, com o propósito de estabelecer um véu de cegueira que nos impeça de ver para onde estamos indo. A Bíblia diz que ele é o príncipe deste mundo, por isso, todas as vezes que o evangelho é pregado, nós tentamos rasgar esse véu e muitas batalhas espirituais acontecem. O livro “Quebrando Correntes” de Neil T. Anderson, esclarece esse fato e diz que há em nossas igrejas muita gente inativa, inoperosa, oprimida que se torna instrumento de rebeldia. Querem viver uma vida dupla: um pé na igreja, um pé no mundo. Sexualidade corrompida, desonestidade, mentira, libertinagem. Ora, a origem dessa perversidade no mundo cristão é Satanás. Viver essa duplicidade é abrir a brecha para a destruição da fé e afastamento da sã doutrina. Impossível viver essa duplicidade: ou estamos nas trevas ou estamos na luz. Jesus diz: “eu sou a luz do mundo”. Entenda os vocábulos bíblicos “Daímon” - significa demônio; no grego aparece geralmente no plural. Isso mostra que não se trata de um só, mas de uma casta. “Os demônios imploravam a Jesus: “Se nos expulsas, manda-nos entrar naquela manada de porcos”. (BÍBLIA, N. T. Mateus 8:31). “Daimonion” é adjetivo neutro singular que também aparece no plural, empregado aproximadamente 63 vezes no Novo Testamento. “Daimonizomai” é um verbo, significa ser endemoninhado, ter demônio, ou ser possesso por um demônio; também aparece muitas vezes no Novo Testamento. Outras expressões aparecem com frequência para definir essa situação: espírito, espírito surdo, espírito mudo, espírito de enfermidade, espírito maligno, espíritos enganadores. No Velho Testamento, vários textos falam sobre espírito de prostituição; um espírito de homicida e de discórdia estava atacando a vida de Saul. Em todas essas passagens, a ideia bíblicaé de que há uma influência satânica interferindo e gerando essas paixões. Veja os textos abaixo: “Eles pedem conselhos a um ídolo de madeira, e de um pedaço de pau recebem resposta. Um espírito de prostituição os leva a desviar-se; eles são infiéis ao seu Deus”. (BÍBLIA, V. T. Oséias 4:12). “No dia seguinte, um espírito maligno mandado por Deus apoderou-se de Saul e ele entrou em transe em sua casa, enquanto Davi tocava harpa, como costumava fazer. Saul estava com uma lança na mão”... (BÍBLIA, V. T. 1 Samuel 18:10). “Quando Deus enviou um espírito maligno entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém, e estes agiram traiçoeiramente contra Abimeleque”. (BÍBLIA, V. T. Juízes 9:23). Infere-se daí que os demônios são concebidos, segundo a Bíblia, como espíritos, ou seja: poderes não físicos que incidem sobre as pessoas e lhes causam malefícios. Outro dado digno de nota é que o Novo Testamento todo emprega uma só vez o termo “daimon” (demônio) no masculino plural, sendo as demais formas no neutro: demônios. Nas línguas primitivas, o gênero neutro designava, em geral, nomes de seres inanimados, de coisas, diferentemente do masculino ou feminino que designa pessoas. Essa distinção, mesmo nas línguas primitivas, não era absoluta; por isso, a maioria das línguas modernas, em sua evolução linguística, perdeu o gênero neutro. Com base nesse fato, muitos teólogos, difundiram a ideia de que se “daimon” é neutro, então não é uma pessoa, é uma coisa. Passaram assim a desacreditar daquilo que a Bíblia ensina, afirmando que as manifestações demoníacas seriam simples manifestações de coisas naturais. Mas, segundo a Bíblia, os demônios e Satanás são espíritos, pessoas incorpóreas capazes de possuir aqueles que os invocam e estão sem Cristo, à mercê de suas artimanhas. Muita literatura existe sobre o assunto, defendendo a ideia de que demônios não existem. Padre Oscar Quevedo[1] é um nome bem conhecido nessa linha. Alguns outros teólogos afirmam que sendo espíritos imundos, espíritos da maldade, designá-los com o gênero neutro significa não lhes atribuir dignidade. Enfim, para nós, gênero neutro ou masculino não é o que mais importa. A verdade é que demônios existem e possessão demoníaca acontece. Na cultura clássica No grego clássico, no tempo de Homero, DAÍMOM designava o divino. Não representava necessariamente o mal, representava uma divindade. Em seu politeísmo, os gregos antigos criaram uma gama imensa de deuses que, na sua concepção mitológica, habitavam o Olimpo (uma espécie de céu) e que atuariam nas mais diversas esferas da vida. Havia, assim, o deus da guerra, o da fertilidade, o da riqueza, o do mar, etc. Zeus era o pai de todos os deuses. A cultura romana tinha também seus deuses, com nomenclatura própria, numa estrutura semelhante à dos gregos. Explica-se esse fato, não só na cultura greco–latina, mas em todas as religiões politeístas, porque o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, tem em si o desejo inato de busca do sagrado, de busca do Ser Superior – Deus. Entretanto, criar ídolos para satisfazer esse desejo é substituir o verdadeiro culto pela idolatria e isso é obra de Satanás, que deseja tirar o lugar de adoração de Deus desviando o sentimento de busca do Deus verdadeiro para as paixões da carne, personificadas nos deuses (DAÍMOM) dos panteões gregos e romanos. A cultura cristã e o sincretismo religioso no Brasil Algo semelhante acontece no cristianismo. Até cerca de 250 D.C., a adoração era exclusivamente a Deus, em nome de Jesus. A partir daí, começa a difundir-se a ideia de que Maria, sendo a mãe de Jesus, é mais acessível ao homem. Deus é muito distante; então, Maria intercede junto a Jesus e este, junto a Deus. Assim, começa o culto à virgem Maria, que foi logo combatido pela igreja cristã, como heresia. Este assunto tornou-se objeto de disputa nos concílios e abriu-se a porta da idolatria católica, com adoração aos mais diversos santos. Quando o Imperador Constantino converteu-se, ele decretou que o Cristianismo seria a religião oficial. Todo pagão deveria tornar-se cristão. Ora, é óbvio que ninguém se torna cristão por decreto. O que aconteceu então foi uma espécie de transferência da estrutura mitológica greco romana para a idolatria católica. Explica-se assim o sincretismo religioso no Brasil. A influência dos mitos e da cultura indígena e estando a porta aberta com a idolatria a Maria, os negros escravos africanos implantaram seus deuses, associando-os aos seus correspondentes: o santo da guerra, o casamenteiro, o das causas impossíveis, etc. Cada santo é especialista em alguma coisa. Nada diferente dos deuses dos panteões greco-romanos. Período inter-bíblico e o Novo Testamento No período entre Antigo Testamento e Novo Testamento, a concepção passou a ser quase exclusivamente que os poderes espirituais ou os demônios eram seres antidivinos. O conceito de batalha já começa a ser identificado na literatura apocalíptica desse tempo. Eles eram os responsáveis por uma série de desgraças físicas e morais que pervertiam a religiosidade, geravam o pecado e a idolatria. Essa era, mais ou menos, a ideia popular a respeito dos demônios no tempo do Senhor Jesus. O ídolo, a estátua, em si mesma não é um demônio, mas atrás dessa instituição, dessa cegueira espiritual, existe um demônio. A Bíblia é clara a esse respeito (1 Co. 10), por isso, num processo de libertação, é necessário quebrar esses vínculos. Não porque esses objetos tenham algum poder, mas porque aquilo que eles representam tem um significado espiritual demoníaco. 2. Possessão demoníaca O que é possessão demoníaca? Primeiramente, faz-se necessária uma distinção clara entre possessão, opressão e tentação. São três armas de Satanás contra as criaturas, mas elas são diferentes entre si. O cristão pode ser oprimido ou tentado; mas aquele que foi realmente lavado no sangue de Jesus e está firmado em sua palavra jamais será possuído. Importa lembrar que a simples condição de membro de uma igreja evangélica não garante a condição de realmente salvo e liberto em Cristo. Possessão demoníaca é a ocupação da mente por uma entidade espiritual maligna, que ofusca a personalidade do possuído e manipula todas as suas faculdades sensoriais. Como uma pessoa fica endemoniada? O ser humano foi feito para honrar e glorificar o Criador. Nosso corpo é templo do Espírito Santo. É justamente aí que se trava a batalha: Satanás quer ocupar o lugar de Deus, quer ser glorificado, obter o domínio sobre a criatura. Então, ele se apossa da mente, do corpo, das emoções, da vida do ser humano, na tentativa de exprimir em nível físico suas intenções blasfemas. Se ele consegue seu intento, a pessoa torna-se possuída por Satanás, torna-se seu templo ou “ninho” e fica à mercê dele e de suas intenções de destruição dos propósitos divinos. Não sendo Satanás um ser onipresente, coloca em atuação seus demônios, que agem interligados em uma vasta rede, em todas as regiões do mundo. Em alguns locais onde é comum a prática animista, a invocação, adoração e incorporação de espíritos, sua atuação é tão forte e a incidência de possessão demoníaca é tanta que chega a aniquilar a fé. Esses espíritos são demônios e essas práticas nada mais são do que satanismo velado por trás das filosofias deste mundo. O secularismo, o materialismo se tornaram tão fortes que o deus de muitas pessoas é o dinheiro. Satanás é o príncipe e seus adeptos aniquilaram a fé de suas vidas e não vivem qualquer tipo de espiritualidade. Toda forma de invocação de espírito encarnado, desencarnado, guia de luz, de trevas, não deixa de ser uma forma de satanismo, seja de umbanda ou seja de mesa branca. A todo aquele que vai a esses rituais e práticas, a primeira coisa que lhe é dita é que ele tem mediunidade e que precisa desenvolver essa mediunidade, ou dom. O que significa isso? Significa abrir o corpo e a alma a esses espíritos e deixar-se controlar por eles. Ora, uma pessoa que invoca esses espíritos para falarem com sua boca, agirem com suas mãos, controlarem sua mente,nada mais é que um endemoninhado, um possuído por demônios. No Brasil, 40% da população transita entre catolicismo não praticante, práticas espíritas, feitiçarias e bruxarias. Não é de se estranhar então que haja tantas situações que necessitam de libertação, como se tem visto ultimamente. Por isso, aquele que deseja ser instrumento de Deus na libertação de alguém, precisa estar muito bem preparado para essa tarefa. Causas da possessão demoníaca Nem todas as pessoas que se envolvem com essas práticas ficam possessas. Mas, todas as que ficam possessas foram de alguma forma influenciadas por uma ou mais das seguintes causas: Primeira causa - Envolvimento com macumba ou com espiritismo, seja através da frequência aos rituais, da leitura de literaturas desse gênero ou após algum relacionamento sentimental com pessoas envolvidas nessas crenças. Não recorram aos médiuns, nem busquem a quem consulta espíritos, pois vocês serão contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês. (BIBLIA, V. T. Levítico 19:31) Segunda causa - Consagração da pessoa, através dos pais, aos demônios, antes do nascimento ou na infância mais tenra. Não entregue os seus filhos para serem sacrificados a Moloque. Não profanem o nome do seu Deus. Eu sou o SENHOR. (BÍBLIA, V. T. Levítico 18:21) Terceira causa - O acolhimento no coração de pecados relacionados ao sexo. A prostituição, o adultério, as relações extraconjugais, as relações com irmãos de sangue, o homossexualismo, o lesbianismo, e os coitos com animais. Essas coisas são abomináveis aos olhos de Deus e Satanás gosta de tudo que é abominável. Mas o homem que comete adultério não tem juízo; todo aquele que assim procede a si mesmo se destrói. (BÍBLIA, V. T. Provérbios 6:32). 9Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, 10nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. (BÍBLIA, N.T. 1 Coríntios 6:9-10). Quarta causa. O envolvimento místico com drogas alucinógenas. Elas fazem parte dos rituais macabros da igreja de Satanás, debilitam o corpo e a mente da pessoa. Como exemplo, na macumba utiliza-se a marafa (cachaça). Quinta causa - Não ter Cristo no coração. Há casos em que o possesso vive uma vida reta, do ponto de vista humano e nunca se envolveu com o espiritismo nem com qualquer dos outros motivos já apresentados, mas se Cristo não é o Senhor de sua vida, corre perigo. Como alguém fica endemoninhado? Primeiro: invocando - fazendo pactos - idolatria Uma das maneiras é invocar e fazer pacto com esses ídolos ou símbolos, consciente ou inconscientemente. Quem vai a um centro umbandista e se informa do processo ritual, fica sabendo que a primeira coisa que ele deve fazer é uma oferenda a Exu. O umbandista explica que Exu é um orixá, um espírito brincalhão que atrapalha tudo e desgraça a vida de quem o busca se não lhe fizer a oferenda. Com medo, ele faz a oferenda, faz o pacto, sabendo que o está fazendo com um demônio. Para se tornar mãe ou filha de santo, o ritual é, no mínimo, repugnante: a pessoa fica internada na tenda, presa a uma sela por sete dias. Raspa a cabeça, faz uma série de oferendas de animais e bebe o sangue deles. Durante o ritual, de tempos em tempos, a pessoa é banhada nas carnes putrefatas e cobertas de vermes. Faz o pacto com algumas daquelas entidades e então torna-se filha daquele santo. Por isso, a Bíblia diz que os demônios são espíritos imundos. Quais seriam as motivações para alguém fazer tais pactos? Desejo de sucesso, de dinheiro, de casamento e de morte de alguém. Sempre há uma motivação. As pessoas sabem o porquê dos pactos que estão fazendo e os fazem deliberadamente. Há também situações enganosas, veladas; manifestações e até pactos satânicos são firmados em nome de entidades que se dizem de luz, de bondade, algumas até se dizem enviadas por Jesus. A Bíblia diz que Satanás se disfarça em anjo de luz para, se possível, enganar até os fiéis a Deus. Algumas pessoas ficam possessas por demônios para obter bênçãos para a família, consagram seus filhos ou os abençoam através dessas entidades. Há também muita busca de cura espiritual, através de operações mediúnicas. Muitos buscam apenas tomar um passe e consciente ou inconscientemente, tais buscas são demoníacas, afastam as pessoas da comunhão com o Deus verdadeiro e podem torna-lás possessas de espíritos malignos que se apresentam como anjos de luz. Segundo: Impiedade Esta é uma maneira muito fácil de se iniciar uma possessão. Começa com o acolhimento de pecados no coração, o que a Bíblia chama de impiedade. Ímpio é o contrário de piedoso; o piedoso é uma pessoa temente a Deus, disposta a viver debaixo da graça de Deus em Jesus Cristo. Ao contrário, ímpio é aquele que entrou em mecanismos pecaminosos de maneira tão descarada que perdeu a vergonha de Deus, tornou–se duro de coração, obstinado em sua impiedade, de tal forma que abriu espaço para que demônios da impiedade se manifestem em sua vida. Algumas vezes como opressão, outras vezes como possessão. É triste perceber que algumas situações de abuso sexual dentro de casa acontecem por causa da impiedade. Há uma cadeia de impiedade nessas vidas, caracterizadas pela dureza do coração e de atos de atrocidade, claras manifestações demoníacas. O único remédio que nos purifica e nos cura da impiedade é o sangue de Jesus. Somente uma pessoa genuína, convertida, salva, que nasceu do Espírito Santo de Deus está imune à possessão. (BIBLIA, N. T. 1João 5) Tabela dos sintomas relacionados à possessão demoníaca. Sintomas físicos: Força sobre-humana / Expressão facial alterada / Mudança na voz (aspereza, zombaria, rouquidão) / Convulsões, prostração / Insensibilidade à dor / Mt. 8:28; At. 19:16; Lc. 4:33; Mc. 9:18-22; 5:1-5 Sintomas psicológicos: Clarividência / Telepatia / Habilidade para predizer o futuro / Habilidade para falar em línguas estrangeiras desconhecidas da pessoa possuída / Estado de transe / At.16:16-18; Mc. 1:21-24, 34; Lc. 4:33; 1 Sm. 18:10; Mc. 9:18-22 Sintomas espirituais: Caráter imoral (ex. mudanismo, nudez, linguagem obscena) / Ameaça verbal ou física a tudo que representa Cristo/cristianismo / Entrar em estado de transe quando alguém ora / Incapacidade de confessar Jesus de forma reverente / Fenômenos poltergeist (ex. ruídos inexplicáveis, objetos em movimentos, odores desagradáveis) / At. 13:4-11; Mc. 5:1-5; Lc. 9:41; 1 Jo. 4:1-6; 1 Co. 12:3, 1 Sm. 18:10 3. Opressão O que é opressão satânica? São ataques satânicos contra a nossa vida, que estão fora do controle da nossa mente e das nossas emoções. Satanás oprime, isto é, pressiona, esmaga. Os servos de Deus também passam por batalhas espirituais e por opressão nas suas mais variadas facetas. A opressão satânica é estratégia de Satanás para nos colocar no canto da parede e nos impedir de caminhar. Problemas, lutas, dificuldades, perseguições, enfrentamentos, problemas de relacionamentos são exemplos de situações em que pode estar havendo opressão demoníaca. Como acontecem essas opressões? Satanás as incita. Ele infunde, instiga ideias, preconceitos, desconfiança, ciúme nas pessoas que estão à nossa volta e que começam a ser instrumentos de opressão. Mas a opressão não acontece apenas através de circunstâncias. Às vezes são sentimentos, pressões interiores, acusações do diabo. Como estrategista que é, está olhando para nossas vidas, para nosso ponto fraco e é nesse ponto fraco que ele vai concentrar sua ação. Também em nossos pontos fortes, gerando orgulho e soberba. Temos, então, que aprender a usar as armas da graça de Deus, que está pronto para nos libertar. Não precisamos viver oprimidos, como quem tem uma tonelada de peso na cabeça, nem como aquele cristão que não sonha com as maravilhas de Deus porque acha que tudo vai dar errado e perdeu a fé, a confiança e segurança em Deus. Precisamos lembrar que a fé vem do sonho, da esperança do coração. Sonhar com osprojetos de Deus e estar constantemente em oração são armas para vencer as ciladas do diabo. A opressão pode, às vezes, apresentar-se como uma percepção demoníaca, fixação mental ou medo absurdo. É preciso, porém, ter muito cuidado e não considerar todos os males, indiscriminadamente, como manifestações demoníacas. Existem doenças, a depressão, por exemplo, que não tem nada a ver com demônio, pois pode ser causada por deficiência hormonal ou por outros fatores fisiológicos. Opressão é Satanás do lado de fora, instigando coisas sobre a vida das pessoas, no intuito de prejudicá-las. A Bíblia ensina que: “Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.” (BÍBLIA, N.T. Tiago 4:7). Sintomas da opressão maligna Abrasamento sexual doentio. A tara sexual é fruto da rendição ao pecado. Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria. (BÍBLIA, N.T. Colossenses 3:5). Medo doentio e irracional. A opressão maligna infunde na mente do oprimido medo de lugares escuros, medo de entidades espirituais, medo de feitiço e de macumba. Ódio e ressentimento. O ódio acirrado e vingativo quase sempre é consequência de opressão maligna e muitas vezes constitui uma ponte para a possessão. Quando vocês ficarem irados, não pequem”. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha e não deem lugar ao Diabo. (BÍBLIA, N. T. Efésios 4:26-27); Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso, nem neguem a verdade. Esse tipo de “sabedoria” não vem dos céus, mas é terrena; não é espiritual, mas é demoníaca. Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males. (BÍBLIA, N. T. Tiago 3:14-16). Dores de cabeça diante da exposição da Palavra de Deus. Não se deve chegar ao extremo de pensar que todas as dores de cabeça são consequências de opressão. Falta de ânimo para viver. O desânimo mórbido quanto à vida é, em muitos casos, consequência de opressão maligna. O inimigo persegue-me e esmaga-me ao chão; ele me faz morar nas trevas, como os que há muito morreram. O meu espírito desanima; o meu coração está em pânico. (BÍBLIA, V. T. Salmos 143:3-4). Posições teológicas acerca da opressão Doença e opressão As doenças são demoníacas? Não todas. Algumas sim. A Bíblia fala que Jesus curou do espírito de enfermidade, expulsando os demônios. A doença produzida por eles é consequência da opressão ou possessão. Devemos orar pela expulsão e cura. A oração da Fé 13Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore. Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores. 14Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. 15A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado. 16Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. 17Elias era humano como nós. Ele orou fervorosamente para que não chovesse, e não choveu sobre a terra durante três anos e meio. 18Orou outra vez, e os céus enviaram chuva, e a terra produziu os seus frutos. 19Meus irmãos, se algum de vocês se desviar da verdade e alguém o trouxer de volta, 20 lembrem-se disso: Quem converte um pecador do erro do seu caminho, salvará a vida dessa pessoa e fará que muitíssimos pecados sejam perdoados. (BÍBLIA, N.T. Tiago 5:13-20). A opressão pode vir sobre o cristão? Um grupo teológico diz que sim; outro diz que não. Uma coisa é certa: nada acontece na vida de um cristão sem a permissão de Deus. Ele está no controle total e absoluto, Ele é Senhor. Um exemplo é a palavra de Paulo: “Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.” (BÍBLIA, N. T. 2 Coríntios12:7). Segundo alguns estudiosos, o espinho na carne era a enfermidade dos olhos que o impediu de continuar suas viagens e que o levava a lutar espiritualmente com aquela situação. Pode-se, então imaginar alguém que viaja por tantos lugares, fazendo tantas curas e agora ele mesmo enfermo não sendo curado? A resposta que Deus lhe dá – “A minha graça te basta” – pode ser entendida como um recurso de Deus para lembrar a Paulo que ele é homem e que a graça divina é maior e melhor que qualquer outra coisa. Outro exemplo é o caso de Jó: “Disse o Senhor a Satanás: Muito bem, tudo o que ele tem está no teu poder, mas somente contra ele não estendas a tua mão”. Logo adiante, Satanás pede para tocar-lhe nos ossos e na carne. Deus permitiu, mas que lhe poupasse a vida. E Jó ficou coberto de chagas, dos pés à cabeça. Por que Deus permitiu isso a um servo fiel? A única resposta é: provar a sua fé, mas também dar aos outros testemunho da fidelidade. Um terceiro exemplo, no livro de Apocalipse: Este é um grande livro de batalha espiritual. São os conflitos que ali estão sendo revelados, até a vitória final e total do Senhor Jesus. A cada selo que vai sendo quebrado, uma nova invasão demoníaca vai aparecendo na terra. Trata de perseguição, de martírio, de morte. E o que se lê, algumas vezes: “não foi permitido tocar nos santos”. Outras vezes lê-se: “foi permitido tocar nos santos, mas não na vida”. Esses textos dão a entender que, com a permissão divina, às vezes podem vir ataques ou doenças oriundas de demônios. Porém nem toda doença é demoníaca. A maioria tem causas bem conhecidas, como a falência natural do corpo; outras vezes, doenças psicossomáticas, oriundas de traumas, amarguras e deficiências emocionais. Desde que o pecado entrou no mundo, nosso corpo está num processo de morte. Os relacionamentos estão em decadência, as pessoas, precisam de cura e restauração. A máquina humana tem essa semente de morte; isso significa que as doenças representarão a falência natural do corpo e até distúrbios cognitivos e emocionais. Doença e pecado Algumas doenças, é óbvio, têm a ver com a consequência natural e direta do pecado, como as doenças sexualmente transmissíveis; o câncer do pulmão, causado pelo cigarro; a cirrose hepática, causada pelo álcool e muitas outras. Satanás opera o pecado, o pecado gera a doença. Há uma cadeia, mas isso não isenta ninguém de culpa, pois podemos escolher pecar ou não; não podemos, porém, escolher as consequências do pecado. Doença e amargura Raiz de amargura é outra causa de doenças, principalmente as psicossomáticas. As doenças têm causas diversas. Por isso, o dom de cura na Bíblia não está no singular, mas no plural; são os dons de cura. Algumas curas só acontecerão pela confissão. Tiago diz: “confessai os vossos pecados uns aos outros para serdes sarados”. Outras doenças poderão ser espírito de enfermidade, tanto para o cristão como para o não cristão e somente acontecem com a permissão de Deus (Neste ponto, há discordância entre os teólogos). Distúrbios psicológicos Às vezes a pessoa a quem estamos ministrando não manifesta uma possessão aparente. Mas, se descobrimos que há envolvimentos com práticas demoníacas, precisamos ministrar libertação para que tais vínculos sejam destruídos, pela graça de Deus. Opressões malignas em membros da igreja Um cristão no Senhor Jesus jamais se tornará possesso. Ele está guardado da possessão demoníaca, porém, pode tornar-se oprimido por demônios se der lugar ao diabo. Quatro causas podem dar acesso à opressão maligna na vida de um cristão. Primeira causa - Pecados. Quando um filho de Deus entrega-se à prática do pecado, ele entristece o Espírito Santo. Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. (BÍBLIA, N. T. Efésios 4:30); Não apaguem o Espírito. (BÍBLIA, N. T. 1 Tessalonicenses 5:19). Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. (BÍBLIA, N. T. 1 Pedro 5:8). Segunda causa - Ressentimento,ódio, inveja e amargura no coração. São elementos utilizados por Satanás para oprimir a vida do filho de Deus. Quando vocês ficarem irados, não pequem”. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem lugar ao Diabo. (BÍBLIA, N. T. Efésios 4:26- 27); Quem é sábio e tem entendimento entre vocês? Que o demonstre por seu bom procedimento, mediante obras praticadas com a humildade que provém da sabedoria. Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso, nem neguem a verdade. Esse tipo de “sabedoria” não vem dos céus, mas é terrena; não é espiritual, mas é demoníaca. (BÍBLIA, N. T. Tiago 3:13-15). Terceira causa - O abandono de uma vida de oração e leitura da Palavra. Com frequência, esta situação é a causa da opressão maligna na vida de certos cristãos. Sem a espada do Espírito, o cristão fica sem a arma ofensiva para vencer as batalhas e permanecer inabalável. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. (BÍBLIA, N. T. Efésios 6:13 e17). Quarta causa - Dúvida quanto ao poder que Jesus tem para livrar os seus. As consequências de não se apropriar pela fé, da potencialidade das promessas de Deus para a sua segurança é sempre o derrotismo e uma visão espiritual maligna. Pessoas assim sentem-se derrotadas, vêem demônios em tudo e se sentem atormentadas por eles em todo o tempo. 4. Tentação O que é? A ação mais direta de Satanás na vida do homem. É o principal campo de batalha da luta do cristão contra o diabo. Somos culpados pelos nossos pecados; não adianta querer colocar a culpa em Satanás. A Bíblia diz que o desejo ardente dá à luz o pecado, gera o pecado no coração. Como Satanás trabalha na tentação? Ele é astuto; prepara um cenário convidativo, com o objetivo de fazer o cristão cair no processo, afastando-o de Deus e tornando-o inoperante no reino de Deus por causa dos pecados em que se envolve. Portanto, os desejos humanos conduzem ao pecado e Satanás coopera com eles, prepara as astutas ciladas e cria a tentação. Assim, somos culpados porque o desejo ímpio, o pecado já estava dentro de nós. Satanás não é onisciente, onipresente e onipotente. Mas, ele tem a sua rede de informação, que está atenta para armar o cenário da tentação. À vezes esse cenário é armado de maneira muito sutil, através de um convite amigo ou de uma situação aparentemente inocente, sem maldade. E a cilada destrutiva nem é percebida até que as consequências comecem a aparecer. Como pastor, acompanhei, há algum tempo, um caso impressionante. A moça foi a primeira da família a se converter. Seus familiares tinham envolvimentos com umbanda, não somente na prática, mas na “ministração” em terreiros. Ela se mantinha firme na palavra de Deus. Mas os demônios falavam através de seus familiares que iam lutar contra ela, iam destruir sua vida. Um dia, ela conheceu um rapaz, na igreja, namoraram, pensavam em se casar. Antes que isso acontecesse, resolveram dormir juntos. Naquele dia, enquanto se envolviam sexualmente, demônios que estavam naquele rapaz se manifestaram, dizendo: “Está vendo com quem você está se relacionando? Eu falei que ia destruir sua vida“. Resultado: baixa autoestima, batalha interior intensa, afastamento do Evangelho, de Deus, término do relacionamento com o rapaz. Dentro dela ficara um sentimento profundo como uma maldição. Depois, enveredou-se para o caminho da prostituição. Somente muitos anos depois, veio a se converter, mudou de vida e entrou num processo de restauração e de transformação espiritual. Essa história, mostra quão ardiloso Satanás é: coloca um jovem desse no meio do rebanho para destruir uma vida. Pode-se imaginar as marcas dessa tragédia? Mostra também, que a tentação, às vezes, simplesmente aproxima os desejos, monta o cenário, toca os pontos fracos, monta a armadilha. Por isso, vigiar e orar é a nossa arma. Advertências que nos ajudam a enfrentar as tentações Tiago preocupa-se em ajudar o amadurecimento e o crescimento espiritual das pessoas e faz uma clara diferença entre as provações que ajudam a amadurecer na fé, na perseverança, no caráter e na sabedoria e as tentações que nos seduzem a pecar. Primeira advertência: Entender como a tentação funciona. Tiago apresenta quatro estágios: Desejo Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. (BÍLBIA, N. T. Tiago 1:14) Tiago nos ensina que toda tentação tem origem em nossos desejos; eles não são maus em si mesmos e fazem parte da vida e da natureza da pessoa. A tentação acontece quando se quer satisfazê-los fora da vontade de Deus. Neste momento eles se tornam um problema na vida das pessoas. Os desejos são como o vapor que impulsiona uma máquina. Sem eles não há força para fazê-la funcionar, porém se estiverem descontrolados irão gerar destruição, tragédia e angústia. Eles impulsionam a vida, mas precisam ser controlados. A Bíblia ensina que os desejos devem ser servos e não senhores. Por isso, a ideia de que não temos controle é armadilha satânica. Jesus ensina o valor e o controle sobre os desejos. Engano Satanás é o tentador, conhece os desejos das pessoas e os usa para enganar e fazer com que se abandone a vontade de Deus. Ele faz com astúcia, por isso, nenhuma tentação parece ruim, apresenta-se muito melhor do que é. Tiago usa duas ilustrações para nos ajudar a entender o engano. A caça e a pesca. Ele usa duas palavras gregas que as caracterizam - atrair - isca - de uma armadilha e engodar isca de um anzol. A ideia é que a isca esconde a armadilha e o anzol. A isca (desejo) usada por Satanás (o tentador) atrai e esconde as consequências que virão, promovendo tristeza e sofrimento, quando se cai na armadilha. Quando se está lidando com a tentação, descobre-se que, de alguma maneira, a isca tenta esconder as consequências do pecado, assim como, se cobre o anzol para pescar. Uma das ilusões que sempre acompanha a tentação é que a queda não será descoberta e mesmo que seja não terá maiores consequências. Deus perdoa, mas a dor provocada, como consequência natural do pecado é inevitável e precisa ser enfrentada. Nem sempre é possível retomar a mesma posição de onde se caiu. Líderes que caíram, não conseguiram retomá-la. Desobediência Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também. (BÍBLIA, V. T. Gênesis 3:6). A tentação caminha das emoções (desejos), para o intelecto (engano) e para o nível da decisão (vontade). O desejo é o caminho que nos leva a ansiar pela isca. Mas é a vontade e a decisão que a aprova e nos fazem agir, mesmo sabendo que se contraria a vontade de Deus. Isto é pecado. É um ato de rebeldia e desobediência deliberada contra a vontade de Deus. Não importa se isto é perceptível ou não. No momento em que se deixa fisgar, cai-se na armadilha. Maturidade é saber que a vida cristã não é controlada, nem dirigida pelos sentimentos, mas por decisões da própria vontade. As crianças agem pelas suas vontades - Eu quero. Mas os adultos por decisões baseadas em valores, pelo que creem ser correto e aceitável. O cristão imaturo cai facilmente pois, como uma criança, toma as suas decisões por impulsos volitivos e não pelas convicções provenientes de seus valores espirituais. Quanto mais se diz não às tentações, mais os valores da vontade de Deus se fortalecem na vida. Quanto mais se fortalece o desejo, menos valor se dá à vontade de Deus. O que tem alimentado a sua mente? Sua mente é alimentada com a pornografia? Já pensou nas consequências dessa escolha? Fortaleça sua mente e seu espírito com os salutares valores do cristianismo e verá a diferença. Morte Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte. (BÍBLIA, N. T. Tiago1:15)A Bíblia é clara quando afirma que a consequência natural do pecado é a morte. A serpente foi usada (Satanás) para despertar o desejo em Eva. Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus , serão conhecedores do bem e do mal”. (BÍBLIA, V. T. Gênesis 3:5). O que há de errado em desejar obter maior conhecimento? O que há de errado em comer algum tipo de comida? O desejo se instalou. O processo do engano é claramente descrito por Paulo. O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida e se desvie da sua sincera e pura devoção a Cristo. (BÍBLIA, N. T. 2 Coríntios 11:3) Satanás é o enganador que procura corromper, torcer, enganar a nossa mente. Eva viu a isca, mas se esqueceu da advertência. Mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá”. (BÍBLIA, V. T. Gênesis 2:17) Morte é a consequência. A desobediência pode ser vista no tomar o fruto, comer e repartir com o seu esposo. Quando se cai na isca, torna-se isca viva. A morte espiritual acontece imediatamente quando se perde a bênção de habitar com Deus e desfrutar da sua intimidade; a morte física acontece quando o processo de decadência se instala na vida humana dando início à perda gradativa da saúde. Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. (BÍBLIA, N. T. 1 Coríntios 15:21-22). Os mortos são julgados 11Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles. 12Vi também os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. 13O mar entregou os mortos que nele havia e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. 14Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. 15Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida foram lançados no lago de fogo. (BÍBLIA, N.T. Apocalipse 20:11-15). A consequência do pecado é o juízo de Deus. Há muitas pessoas que brincam com o pecado, e não percebem as suas consequências, tanto momentâneas quanto eternas. Também não crêem que o pecado não somente os afasta de Deus quanto os conduz ao inferno. Esta é a realidade das escrituras. Por isso, o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, pois levamos a sério a santidade de Deus que não somente não pode abençoar o pecado, quanto não pode conviver com ele a eternidade no céu. Conheça a natureza de Deus 16Meus amados irmãos, não se deixem enganar. 13Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. 17Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes. (BÍBLIA, N. T. Tiago 1:13;16-17). Um dos truques satânicos é convencer que Deus impede a pessoa de ser feliz, não nos ama de verdade nem cuida de nós. Essa foi a tática usada com Eva: “Se Deus verdadeiramente a amasse “permitiria que comesse o fruto que poderia lhe dar conhecimento. Ele não quer que você seja tão sábia quanto ele”. Isso era o que Satanás desejava incutir na cabeça de Eva. O que podemos aprender desta lição bíblica é que, quando se desconfia da bondade de Deus fica-se suscetível às ofertas de Satanás. Tiago apresenta quatro fatos sobre a bondade de Deus que não podem ser esquecidos: Deus é bom... Ele não induz ao mal, não é o tentador. Satanás o é. Seus propósitos são bons... Ele não planeja o mal, todo o plano e vontade dele para a vida das pessoas não podem ser para o mal. Se Deus tem um plano para sua vida, ainda que lhe pareça desgraça, ele é o que há de melhor para a sua vida. Não importa o que o inimigo tente convencê-lo, não existe nada melhor do que o plano e propósito de Deus para você. Seus atos são bons... Até quando nos disciplina. Ele não pode deixar de ser bom... não muda a sua natureza. Se isso fosse possível, não haveria luz, somente trevas. Ele é bom e não pode mudar. Podemos ter a certeza de que não existe outro caminho melhor do que continuar seguindo-o mesmo quando não se entende todas as coisas. Jesus ama você muito mais do que você é capaz de entender. Confie no seu amor cuidadoso e não nas palavras do tentador. Ele é mentiroso. O propósito de Deus para sua vida Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, a fim de sermos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou. (BÍBLIA, N. T. Tiago1:18). Construir em nós a sua salvação; para isso ele nos gerou novamente pelo seu Espírito Santo, através de Jesus e mediante a sua palavra que nos foi anunciada para que pudéssemos ser os primeiros entre as suas criaturas, acima até mesmo dos anjos. Tudo o que ele faz tem o propósito de culminar na nossa salvação eterna para que ele reparta conosco por toda a eternidade a sua glória. Então por que não viver de um modo digno do Deus Santo? Por que não deixar que os valores e propósitos do seu amor eterno governem a nossa vida? Por que trocar o eterno por um prato de lentilhas? O que são os nossos desejos comparados ao que ele tem preparado para nós? 5. Armas do inimigo Quem vai entrar numa batalha precisa conhecer as principais armas do seu inimigo para não ser pego de surpresa. Por que é necessário conhecê-las? Como ele trabalha e age? Quais são as suas ferramentas mais comuns? Sutileza Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o SENHOR Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: “Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’?” (BÍBLIA, V. T. Gênesis 3:1). Era isso que Deus tinha dito? Não. O que Deus realmente disse: 16E o Senhor Deus ordenou ao homem: “Coma livremente de qualquer árvore do jardim, 17mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá”. (BÍBLIA, V. T. Gênesis 2:16-17). É só comparar os textos e perceber como a expressão foi distorcida O que Satanás estava induzindo na mente de Eva, de maneira sutil, astuta, não declarada? Ele estava armando um sentimento de que Deus não estava sendo verdadeiro, estava ocultando algo. Ele monta um cenário para Eva pensar: “Deus não quer que eu pense, que eu seja inteligente, que eu desfrute da vida”. É preciso, então estar atento às sutilezas, àquilo que parece ser verdadeiro, mas, na realidade é engodo. Satanás não aparece como tem sido pintado, com chifres, capa vermelha e tridente na mão. Essa figura espantaria; então, ele se mascara. Fortalezas do entendimento Muitas vezes a batalha espiritual acontece por falta de discernimento dessas sutilezas. O texto a seguir nos ajuda a entender esse processo, como Satanás atua na mente, criando armadilhas. O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida e se desvie da sua sincera e pura devoção a Cristo. (BÍBLIA, N. T. 2 Coríntios 11:3). Aqui não se trata de possessão, mas de fortalezas do entendimento. Ele induz pessoas a acreditarem em mentiras que afastam do propósito de Deus e nos conduzem às heresias. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos revelou que um grande número de pastores e líderes evangélicos deixaram de acreditar na concepção virginal de Jesus e na Trindade Divina. Essa atuação ardilosa de Satanás faz a pessoa crer que é muito inteligente e capaz, afastando-a dos princípios da fé. A história de Balaão, no livro de Números, é outro bom exemplo de como Satanás usa de artimanhas para tentar confundir e tirar as pessoas do caminho do Senhor. Por opção, ou escolhas erradas, alguns pecados vão se tornando tão enraizados quepassam a ser considerados normais, naturais até que as consequências danosas, como a dor, o sofrimento despertem a pessoa para a verdade. Impureza Esta é uma batalha que se trava no dia-a-dia e no seio da família. A permissividade com algumas situações que estão sendo consideradas normais e pertinentes à cultura tem levado a degradação dos valores para dentro de casa. A justificativa para essa permissividade é que “todo mundo faz, não se pode ficar alienado dos valores da nossa época”. Lamentavelmente, na maioria das vezes, só se vai perceber a sutileza do diabo e seu engodo quando já se está no fundo do poço. Muitos pais argumentam que se não deixarem o filho participar dos programas de sua turma, ele se sentirá frustrado, fora do grupo. Então, levam-no às danceterias e vão buscá-lo lá pelas cinco horas da manhã. Seria muito bom que esses pais entrassem nos banheiros desses ambientes e vissem o que acontece lá. Poderiam assim julgar o que é mais frustrante e ajudar o filho a pensar no risco que corre, dando essa oportunidade ao diabo. Dúvida Uma das maneiras de Satanás destruir nossa fé é semeando dúvidas em nossa mente. Dúvidas sobre Deus, seu amor e bondade, seu poder de interferir na nossa vida e sobre os propósitos do Senhor. Foi assim que tentou a Jesus: “Se tu és o filho de Deus...” A única maneira de vencer essa tentação é como Jesus mesmo o fez: responder com a própria palavra de Deus: “Está escrito...”. Medo Relacionado com a dúvida está o medo. Muitas vezes, não enfrentamos as batalhas espirituais por causa do medo; medo de sermos derrotados, de não termos autoridade ou conhecimento suficientes para tanto; do futuro; de sermos mal interpretados, enfim, medo de tantas coisas que inibem a nossa atitude diante de situações que exigiriam de nós uma atitude segura. Entretanto, ...no amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. (BÍBLIA, N. T. I João 4:18). A Bíblia nos diz que o verdadeiro amor lança fora o medo. Então, se temos em nós o amor de Deus, podemos nos deixar conduzir por esse amor que liberta. Mentira Disse a serpente à mulher: “Certamente não morrerão!” (BÍBLIA, V. T. Gênesis 3:4) “Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira”. (BÍBLIA, N. T. João 8:44). Este texto diz que ele é mentiroso e pai da mentira. Satanás cria o cenário, arma situações, gera dúvida e medo; semeia discórdia, gera desconfiança. Tudo isso porque é o grande mentiroso. E nós temos que entender essas armas do inimigo. Quando se vive uma batalha espiritual ou mesmo ajudando alguém, é necessário discernir bem o que está acontecendo. • Qual é a sutileza de Satanás nisso? • Ele está gerando dúvida quanto ao poder da graça de Deus em minha vida? • Está ele mentindo sobre alguma coisa que gera angústia em meu coração? • E o poder do Espírito em meu viver? Fortalezas de Satanás fazem com que se acredite em mentiras. Algumas pessoas ficam tão bloqueadas, sentindo–se fora do alcance da misericórdia divina, acreditando estar fadadas ao infortúnio, que não conseguem ver a graça de Deus e seu poder transformador. Precisamos lembrar que fomos criados pelo seu amor e que nosso Pai Eterno não quer nos ver fora da sua misericórdia. A Bíblia usa uma série de metáforas para descrever a “luta da fé”, bem como, as armas que o Senhor colocou a nossa disposição para dar-nos vitória. O Boxeador - Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. (BÍBLIA, N. T. I Coríntios 9:26). O Soldado - “3Suporte comigo os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. 4Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o alistou.” (BÍBLIA, N. T. 2 Timóteo 2:3-4). O Lutador - “Pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. (BÍBLIA, N. T. Efésios 6:12) Efésios 6:12 descreve a armadura de Deus, na figura do lutador, para enfrentar o dia mau. Algumas pessoas pensam que o cristão não tem lutas, nem doenças e nem problemas. Isso não é verdade. Jesus mesmo disse que no mundo teríamos aflições. O dia mau vem; situações e momentos difíceis vão oscilar em aspectos diferentes da vida. Algumas situações, permitidas por Deus, têm propósitos de crescimento, de fortalecimento da fé ou de transformação. Às vezes são problemas com os quais não queremos lidar e Deus usa essas situações para nos abençoar. A regra bíblica para enfrentar essas batalhas quer sejam interiores ou exteriores, de enfrentamento de possessão demoníaca com alguém é estarmos revestidos dessa armadura. Convém, pois, fazer um bom estudo deste texto: “10Finalmente fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. 11Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo, 12pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. 13 Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. 14Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça 15e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. 16Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. 17Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. 18Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. (BÍBLIA, N. T. Efésios 6:10-18). “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós”. (BÍBLIA, N. T. Tiago 4:7). Uma questão pode surgir: • Por que Satanás trabalha a dúvida, o engano, a sutileza? Seu propósito com essas artimanhas é que batamos em retirada. Ele sabe que está derrotado, como inimigo que já perdeu a batalha, que ficou num determinado reduto, aonde não pode chegar o suprimento, não tem como se articular. Continua, porém, guardando-se, defendendo-se, até o último homem. Nós estamos nesse confronto; ele já está derrotado, mas se batermos em retirada é vitória para ele. Então, cria situações para que a gente se amedronte e diga: “Vou chamar alguém que me ajude”. Cuidado com essa situação! Quem tem poder é Jesus, que está sobre a nossa vida e, na autoridade do nome de Jesus, vamos resistir porque a vitória é do Senhor. O que significa resistir a Satanás? Como isso pode ser feito?Na prática, a lição principal é Efésios 6. Precisamos colocar os valores da graça de Deus como prioritários em nossa vida: Verdade O diabo é o pai da mentira. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Se você diz ser crente, comprometido com Jesus, mas não está comprometido em ser autêntico, verdadeiro, há algo de errado nisso. Você está permitindo que o reduto do inimigo entre na sua história, está abrindo brechas espirituais que criarão dificuldades na sua vida e, consequentemente, a perda da batalha. A mentira, o descompromisso com a verdade é a porta da nossa derrota e da vitória de Satanás. Mas, para sermos verdadeiros, precisamos pagar o preço. No mundo de hoje, esse preço não é tão simples. Exige caráter, firmeza, transparência. Uma só palavra: sim, sim; não, não. E isso em toda e qualquer situação da nossa vida, desde o dia–a–dia em casa até o pagamento correto do imposto de renda. Essa é uma maneira de resistir a Satanás. A Bíblia diz: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (BÍBLIA, N. T. João 8:32).Trabalhando em processos de libertação, é comum ouvir-se do drogado ou do homossexual uma fuga, a mentira, nestes termos: “Eu não sou viciado; quando eu quiser, eu paro”.“Eu não sou um homem, eu não sou uma mulher; eu tenho uma terceira natureza, consequência de um erro genético”. Quando virá a libertação para essas pessoas? O primeiro passo é aceitar a verdade, reconhecer que é mesmo um dependente e que precisa de ajuda; reconhecer que tem um desvio moral-sexual que precisa ser corrigido. Esse reconhecimento à luz da verdade é o começo do processo de libertação.Com relação a pessoas envolvidas com umbanda, entra a questão do medo. Ao apresentar o plano de libertação e de salvação, é preciso propor a renúncia a todos os acordos feitos com Satanás e suas entidades. Satanás tenta incutir na mente das pessoas que ele é mais poderoso que Deus. Precisamos, então, permanecer firmes na verdade: nada nem ninguém é maior, nem mais poderoso que nosso Deus. 2. Justiça Se você professa sua fé no Senhor Jesus e não pratica a justiça, parece que não está entendendo bem o caráter de Deus, que é o perfeito amor e a perfeita justiça. A nossa justiça se evidencia no trato com as pessoas, em nossos relacionamentos, em nossos negócios, em nossos compromissos com o reino de Deus, em nossos dízimos... “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus”. (BÍBLIA, N. T. Mateus 5:20).Praticar a justiça, tanto no seu sentido mais abrangente, como nas pequenas coisas, é uma forma de resistir ao diabo e suas sutilezas. 3. Fé Temos visto que praticar a verdade e a justiça são atitudes imprescindíveis para que possamos resistir ao inimigo das nossas almas. Efésios 6, descrevendo a armadura de Deus, fala do capacete da salvação. Capacete, é claro, usa–se na cabeça. É com a cabeça, com a mente que entendemos o plano da salvação. Se esse plano estiver bem ajustado e aceito na cabeça e no coração, nada vai nos derrubar; não há ideias ou planos que possam substituir o plano eterno de Deus. Temos o escudo da fé e o evangelho da paz. Deus nos capacita com todas essas armas para invadirmos o reino das trevas e enfrentarmos o inimigo. Veremos, então, a graça de Deus, o poder de Deus libertando e salvando.A batalha espiritual é vencida pelas armas da fé. Mas essa fé precisa estar pautada no ensino bíblico. Não é simplesmente uma crença no poder do pensamento positivo. Fé bíblica é aquela que provém da palavra de Deus; não está em nós mesmos, nem no poder da nossa mente, mas na pessoa maravilhosa do Senhor Jesus, que enfrenta as batalhas por nós. A batalha espiritual é vencida por essa fé atuante no nome de Jesus, que está acima de todo nome. 4. Enfrentamento Em determinados momentos, estamos vivendo a verdade, a justiça, e entendendo a estratégia de Satanás que é criar uma zona de pressão para que nos retiremos. Mas é preciso continuar firmes e reafirmar nossa posição, entender o que está acontecendo e usar as armas que o Espírito Santo nos deu. Isso é resistir. Há determinadas situações em que entendemos o que o inimigo está fazendo e percebemos que ele pode ser agressivo nessa batalha. Deus nos dá uma autoridade específica para repreender Satanás; nesse momento, resistir ao diabo é, literalmente, expulsar o diabo. Um dos exemplos mais claros dessa situação está na tentação de Jesus, em Lucas 4, onde se percebem claramente esses processos: fé, verdade, justiça, palavra de Deus. Mas chega a hora da confrontação e após enfrentar todas as sutilezas de Satanás, Jesus usa sua autoridade, expulsando o diabo: “Vai-te, Satanás!” (BÍBLIA, N. T. Mateus 4:10).Observe outra situação semelhante: “21 Desde aquele momento Jesus começou a explicar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas nas mãos dos líderes religiosos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, e fosse morto e ressuscitasse no terceiro dia. 22Então Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: “Nunca, Senhor! Isso nunca te acontecerá!” 23Jesus virou-se e disse a Pedro: “Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens”. (BÍBLIA, N. T. Mateus 16:21-23).O que está nas entrelinhas da resposta de Jesus é que Pedro não estava pensando no plano de Deus, mas desviando os seus propósitos, segundo a mente humana. Aprendemos aí que os ataques de Satanás são setas de pensamentos que, às vezes, acolhemos em nossa mente e que precisamos repreendê-las.Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: “Mestre, não te importas que morramos?” (BÍBLIA, N. T. Marcos 4:38). Esta situação pode também servir de exemplo. Jesus está dormindo e os discípulos a perecer na tempestade, o barco prestes a afundar. Jesus se levanta e repreende o mar, prova seu poder sobre a natureza e identifica a pequena fé dos discípulos. Semelhantemente, muitas pessoas reclamam que Deus está lá longe nos céus e não se importa com o sofrimento humano aqui na terra, não faz nada. É preciso, então, repreender para que ideias distorcidas não venham a se instalar na mente e trazer o prejuízo.Há momentos em que resistir a Satanás é atacar, com a autoridade que o Senhor nos deu, aquilo que está afetando, que está se colocando contra a nossa vida, quer seja através de uma situação, quer seja através da influência de pessoas. Nossa atitude será de repreensão, de batalha, de enfrentamento. Podemos dizer com todas as letras que, em nome de Jesus e na autoridade espiritual que ele nos deu, Satanás está proibido de agir. A autoridade espiritual dada por Deus para repreender demônios é a mesma para expulsar. E os demônios obedecem. Não porque a palavra é bonita ou eloquente, mas por causa da autoridade emanada do Pai, do Filho, do Espírito Santo sobre a nossa vida e usada com discernimento espiritual para reconhecer quando é obra satânica. 5. Cuidado com os extremos Algumas pessoas, por ficarem tão amedrontadas ou por não compreenderem bem o tema, tomam atitudes neuróticas e começam a ver demônios em tudo: choveu bem na hora de ir para a igreja; queima lâmpada a toda hora; a luz não acendeu; o carro pifou; amanheci com dor de cabeça; não sei se abro o presente, pode ter mandinga aqui... Precisamos ter cuidado com essas interpretações, sob pena de transformar a vida num constante suplício. Em vez disso, o bom seria ficarmos focados na graça de Deus, no seu poder e misericórdia, na iluminação do Senhor, na sua proteção, naquilo que Ele está fazendo em nosso favor. A moderação, o equilíbrio, a temperança são atitudes melhores para qualquer situação; como disse um sábio pastor, não podemos ser nem congelados nem torrados pelas sutilezas de Satanás. 6. Adoração e louvor Esta é uma tremenda arma contra Satanás. O Salmo 149 é um hino de louvor e diz que enquanto adoramos a Deus, é como se uma espada de Deus estivesse passando e promovendo a vitória porque Ele é Senhor e Rei. A palavra de Deus fala de alguns momentos na história de Israel em que a única arma era o louvor. No meio dos louvores Deus habita e onde Deus habita não há lugar para medo; não há lugar para o inimigo onde reina a graça de Deus.Há pessoas que só usam a arma da expulsão. Deveriam mudar de tática e experimentar a arma do louvor. Há batalha espiritual, sim; há opressão, sim, mas glorificar o nome de Deus, adorá-lo é uma arma cujo poder deveríamos conhecer mais, para perceber a graça de Deus agindo a nosso favor. Não se deve ficar nos extremos, porém, há momentos em que é preciso expulsar; outros em que adoração e louvor trazem maior libertação. Para se colocar vitoriosamente na batalha contra o inimigo, certos requisitos espirituais precisam ser encontrados na vida do crente: Obediência, e um relacionamento certo com Deus. 6. Ministério de libertação O ministério de libertação é parte do processo de evangelização, mas não é o centro, a essência. Se alguém passou pelo processo de libertação, mas não recebeu Jesus como Salvador e Senhor, a Bíblia diz que voltam os espíritos malignos e a pessoa se torna pior que antes. (BÍBLIA, N.T. Mateus 12:43-45; Lucas 11:24-26). Só Jesus liberta.Quando a luz entra, as trevas vão embora. O que realmente significa um ministério de libertação?É a selagem na nossa vida de um compromisso com Jesus, uma conversão genuína, um pacto definitivo e total com Jesus, o Senhor da nossa vida. A única pessoa que liberta é Jesus. Foi Ele quem conferiu autoridade aos seus discípulos para repreender os demônios. Entretanto, se a obra não for completa, será um desserviço à pessoa ministrada. É necessário fazê-la compreender que precisa estabelecer um pacto com Jesus. É responsabilidade de quem repreende os demônios discipular, acompanhar espiritualmente, completar a evangelização, sob o risco de que a pessoa se torne, como diz a Bíblia, sete vezes pior. Então, ministério de libertação não é simplesmente expulsar demônios, mas ajudar as pessoas a terem seus nomes escritos no livro da vida. Foi o que Jesus disse aos discípulos: “Contudo, alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus “. (BÍBLIA, N. T. Lucas 10:20)”. • Por que os demônios se submetem? • O que faz estas coisas acontecerem? • Expulsar demônios é um dom? É preciso entender a posição que tem o cristão em Jesus. Expulsar demônios é uma autoridade delegada pelo nosso Senhor e ninguém pode fazê-lo se não for por meio da autoridade que vem dEle, como resultado de nossa inclusão no reino de Deus. A Bíblia ensina que Deus outorgou a Jesus toda a autoridade, no céu e na terra, colocando-o acima de todo principado e potestade, até que todos os inimigos do Senhor sejam derrotados. (BÍBLIA, N. T. Mateus 28:19-20; Efésios 1:20-23). Não podemos esquecer que o nome de Jesus está acima de todo nome e de toda autoridade no céu e na terra. Se temos autoridade e a exercemos em nome de Jesus, ela não é nossa, é de Jesus, e foi delegada a todos quantos têm o selo e estão cheios do Espírito Santo. Estes são os que podem usar essa autoridade, dada por Deus, através de seu filho Jesus, para expulsar demônios. Portanto, é a autoridade de Jesus que se manifesta quando alguém é liberto do poder das trevas . O livro de Judas evidencia bem esse fato: Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: “O Senhor o repreenda!” (BÍBLIA, N. T. Judas 1:9). Todo crente genuíno tem autoridade delegada pelo Espírito de Deus para promover a verdadeira libertação, que é plantar a semente do evangelho. Esse não é um dom dado a alguns apenas, é missão de todo cristão. Se evangelizar é libertar cativos, essa autoridade inclui a libertação de demônios. Quando no processo de evangelização, acontece um enfrentamento satânico, o mesmo Senhor que deu autoridade para falarmos da graça, nos dá também para repreender os demônios. A autoridade é dele, o poder é dele, e a graça é dele. Precisamos entender isso de maneira muito clara. Se imaginarmos que é um dom especial, que precisa de um “raio de luz” especial para poder exercê-la, nunca vamos entrar nesse enfrentamento, vamos ficar com medo. Mas se entendermos que é uma autoridade delegada pelo Senhor, iremos em nome de Jesus e, nessa autoridade, haverá libertação. O livro de 1 Samuel, capítulo 17 esclarece essa situação: Davi olha o gigante Golias, o valente do inimigo. O exército de Deus está acuado, olhando o tamanho do gigante, de sua lança, de sua couraça, ouvindo as vozes, as acusações; ninguém se mexe. A cena é metáfora da nossa batalha espiritual. Mas Davi vem em nome do Senhor, dispensa a armadura de proteção e, com apenas uma funda e cinco pedras, enfrenta o opositor. O inimigo zomba daquele jovenzinho e menospreza sua coragem. O final da história todos sabem: derrota total e completa do inimigo, para a glória de Deus. Davi enfrentou o gigante sem medo algum porque sabia em nome de quem estava lutando. Medo é a antítese da fé. Se cremos que estamos selados no nome de Jesus e fazendo a obra na autoridade dele, sob delegação e instrução dele, não há lugar para medo. O nome de Jesus tira de nós todo medo e a vitória é certa. Acusação e Mentira Outra situação que acontece é Satanás nos acusar. Ele é acusador e mentiroso. Muitas vezes quer criar confusão no meio do povo de Deus e fala mentiras. Nessa situação, não se deve dar- lhe crédito, não se deve dialogar com ele. Sua palavra é de intimidação e tem o propósito de desestabilizar, de promover a perturbação. Então, quem está ministrando a libertação precisa estar consciente dessas artimanhas e ficar muito firme no propósito de falar da libertação que Jesus quer fazer. É a hora de chamar a pessoa à consciência, levá-la a fazer renúncias, quebrar pactos, tomar posição firme na fé em Jesus. Lembrar sempre que a verdadeira libertação é Jesus dentro de nós, não é uma manifestação escandalosa nem um show pictórico, mas um momento de mais profundo significado na vida de alguém, momento decisivo de seu destino eterno, por isso requer o mais profundo respeito. Tampouco devemos ter a pretensão de conquistar convertidos a nós – a um proselitismo religioso, porque é o Espírito Santo que convence a pessoa do pecado, da justiça e do juízo. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. (BÍBLIA, N.T. João 16:8). É preciso cair no chão? As libertações acontecem não apenas nas pessoas que caem no chão. Existem fortalezas do entendimento. Satanás pode tomar posse de uma área do entendimento de uma pessoa e fazê-la crer em mentiras sobre si mesma, sobre a vida, sobre os conceitos da fé. Então a libertação terá que atuar nessa área, contra as fortalezas do entendimento. Lembremos: quem liberta é Jesus e Ele não estabeleceu fórmulas exteriores, como cair no chão, rolar, contorcer-se ou algo semelhante. Isso pode acontecer, mas não é condição “sine qua non”. A autoridade vem de Jesus e a verdadeira libertação só acontece quando Cristo toma posse da pessoa. “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (BÍBLIA, N. T. João 8:36) Expulsão de Demônios - Com o advento do liberalismo teológico, as igrejas começaram a questionar se deviam ou não expulsar demônios. Porém, até o final do século XIX e começo do século XX, expulsar demônios era prática comum da igreja. Os evangelhos sinóticos registram que essa prática foi não apenas efetuada por Jesus em inúmeros casos, mas foi também orientada aos discípulos. Jesus deu-lhes autoridade para repreender e expulsar demônios. Eles vão, dois a dois, e mediante a autoridade espiritual dada por Jesus a eles, os demônios se submetem e são expulsos. Os discípulos voltam alegres por causa disso. Mas Jesus mostra- lhes algo mais precioso pelo que deveriam se alegrar: “alegrai-vos antes por terem seus nomes escritos nos céus”. O alerta que nos dá essa palavra de Jesus é que precisamos de cuidado para não desviar o foco do verdadeiro propósito de Deus, que é a salvação da alma. (Lucas 10). Exorcismo Todos os evangelhos sinóticos dão testemunhos da prática exorcística de Jesus. “Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus.” (BÍBLIA, N.T. Mateus 12:28) Ele respondeu: “Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago.” (BÍBLIA, N.T. Lucas 10:18) A autoridade dada por Jesus aos seus servos Cristo é o cabeça dos principados e potestades. “E, por estarem nele, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude.” (BÍBLIA, N.T. Colossenses 2:10). É dada por Jesus aos seus servos autoridade sobre os demônios para repreendê-los e expulsá-los.17 Os setenta e dois voltaram alegres e disseram: “Senhor, até os demônios se submetem a nós, em teu nome”. 18Ele respondeu: “Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago. 19Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes fará dano. 20Contudo, alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus”. 21Naquela hora Jesus, exultando no Espírito Santo, disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondesteestas coisas dos sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado. 22Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar”. 23Então ele se voltou para os seus discípulos e lhes disse em particular: “Felizes são os olhos que veem o que vocês veem. 24Pois eu lhes digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vocês estão vendo, mas não viram; e ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram”. (BÍBLIA, N.T. Lucas 10:17-24) 15E disse-lhes: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. 16Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. 17Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados”. (BÍBLIA, N.T. Marcos 16:15- 17). Exorcismos praticados por Jesus 7. Manifestações satânicas no culto Oobjetivo do culto público é adorar a Deus, proclamar o nome de Jesus e seu Evangelho e isto deve ser respeitado e preservado. Mas é possível que algum demônio tente se manifestar para trazer confusão. A arma a ser usada é a oração. Orar não só para que a pessoa seja liberta, mas pedindo a Deus que tal situação não aconteça no culto, que haja ordem, reverência e decência enquanto a palavra é pregada, que haja louvor e salvação. Em primeiro lugar deve-se entender o jogo do inimigo e não entrar nele. A primeira coisa que se deve fazer é, com a maior cautela e discrição possíveis e com o mínimo de movimentação, retirar do ambiente de culto a pessoa atacada, chamar pastores ou líderes, preparados para tal, para atendimento em local restrito para que eles cuidem do caso, com discernimento e autoridade espiritual. Essa atitude evita que o culto seja interrompido, que o foco da pregação seja desvirtuado, pois é isso mesmo que o inimigo quer. Então, não se deve deixar que o “show” aconteça. Provocaria escândalo, medo, algumas pessoas jamais voltariam à igreja. Um fato inusitado aconteceu certa vez, quando um grupo de adolescentes se preparava para sair para um retiro. Em meio à movimentação normal de ônibus, bagagem, cumprimentos, de repente, entra uma pessoa, vinda da rua e, sem que ninguém esperasse, cai endemoninhada na recepção. Qual seria o objetivo de Satanás com isso? Com certeza, gerar medo, criar confusão. Assim, aqueles que estão começando sua vida cristã ficam com medo, apavorados, sem compreender a questão e, até, acabam por afastar-se. Isso seria a vitória do inimigo. • Mas, como exercer libertação, como atuar na hora da necessidade? Usar da autoridade, em nome de Jesus e, literalmente, ordenar que o demônio deixe aquela pessoa. Porém, importa saber que a verdadeira libertação somente ocorre quando o reino do Senhor Jesus é implantado no coração.Precisamos saber que nem toda pessoa que manifesta alteração de comportamento ou que cai está endemoninhada. Há situações que são doenças, enfermidades do sistema nervoso, distúrbios neurológicos, depressão, descontrole emocional, conflitos, raivas. Se você estiver lidando com uma enfermidade é preciso procurar o profissional adequado que tomará as medidas necessárias. Existem muitas enfermidades, temos que ter isso em mente e tomar cuidado com as avaliações precipitadas. Entretanto, se é caso de possessão demoníaca nenhum remédio dará conta a não ser o poder libertador de Jesus. Só a maturidade espiritual nos fará aptos para discernir essas coisas. Reconhecemos que, muitas vezes, é difícil discernir o que está acontecendo. Principalmente, no caso de um surto psicótico: a pessoa vê coisas, ouve vozes, tem alucinações e outras manifestações estranhas. Corremos o perigo de espiritualizar muito rápido e agir imprudentemente. Algumas denominações adeptas da teologia da prosperidade agem insensatamente. Se há uma pessoa enferma, mandam logo parar com todos os remédios. Isso é um grande perigo, que pode levar ao agravamento da doença.Durante vários anos tenho tomado remédios para controle da diabete e posso afirmar com certeza de que nunca tive nenhum demônio me possuindo. Bom senso, discernimento, prudência, sabedoria do alto; sem estas condições não podemos tratar de assunto tão delicado. Outra arma nessa batalha: Oração Não podemos imaginar o que acontece quando oramos! Esta é a arma mais poderosa na vida do cristão. Por isso mesmo, a batalha mais difícil que enfrentamos em nossa vida cristã é manter uma vida de oração. Requer luta e compromisso. Não porque seja algo desagradável, pelo contrário, temos prazer de estar na presença de Deus. Mas, as nossas tarefas, agenda, telefone, cansaço... e tantas outras coisas nos roubam o tempo da oração. Ainda que tudo isso seja necessário e importante precisamos perceber que muitas vezes se tornam em ferramentas do inimigo para entulhar a nossa vida de modo que não estejamos buscando o poder de Deus através da oração, pois ele sabe o que acontece quando oramos. A Bíblia diz que a porta da sala do trono de Deus está aberta, quando oramos Ele nos convida para entrar com ousadia no glorioso local da sua presença porque temos um sumo sacerdote que intercede por nós. João, no livro de Apocalipse registra uma bela visão acerca da oração: os anjos recolhem as orações dos crentes e as apresentam a Deus em uma salva de prata. Nesse momento, ouvem–se trovões e raios, como se o poder de Deus estivesse entrando na terra por causa das intercessões. É um símbolo, mas sugere que nossas orações, mesmo que não respondidas no modo e no tempo que esperamos, estão diante do Senhor e coisas grandiosas de Deus começam a acontecer. Um recurso que temos experimentado na vida de nossa igreja é o programa de sentinelas de oração: enquanto o culto transcorre, pessoas chamadas por Deus para esse ministério, posicionam-se pelo santuário e ficam intercedendo pelo pastor, pelo público, pelo ambiente, pelo culto todo. Que recurso magnífico é esse! É como se o pastor sentisse de maneira muito concreta o poder da oração intercessória; ele se sente apoiado, protegido, encorajado pelo seu rebanho. E Deus atua; as vendas de Satanás caem dos olhos, pessoas se convertem e a igreja toda é edificada. Essa é uma batalha na qual todos precisamos entrar. Alguém comparou a batalha da oração com as guerras modernas. Como funcionam elas? Não é o exército que vai primeiro. Antes de tudo, faz-se o trabalho de minar o campo do adversário: vão os aviões, os mísseis atingem as torres de comunicação, os sistemas de transportes, de alimentação, de combustíveis, enfim vão destruindo tudo para que o exército inimigo não tenha mais mobilidade alguma. Quando toda essa estrutura logística está minada, entra o exército e, em pouco tempo, toma o lugar. É isso que a oração faz: mina o território inimigo e deixa-o sem ação. Essa visão tem atingido a obra missionária. Sentimos cada vez mais que ela precisa de intercessão. O missionário, no seu campo de atuação, precisa de uma retaguarda intercedendo para desmobilizar o inimigo e para a graça de Deus atuar na salvação dos perdidos. Precisamos também diferenciar uma guerra de uma escaramuça: a guerra se prolonga e vai até o seu final quando o inimigo é totalmente derrotado; a escaramuça é um ato isolado, rápido, sem grandes consequências. Não pensemos que as coisas acontecem como um passe de mágica: uma simples e rápida oração e tudo está resolvido. A oração não pode ser uma escaramuça, mas uma verdadeira guerra, até que o inimigo seja derrotado cabalmente.Um testemunho: visitei uma igreja de 1600 membros, numa cidade de 26000 habitantes. Perguntei ao pastor o segredo. Contou-me ele que pastoreara aquela igreja por oito anos e ela não crescia: tinha uma média de 20 a 30 membros e não saía disso. Desanimado, ele voltou a exercer sua antiga profissão e, com o dinheiro que ganhava, pagava um missionário para ficar em seu lugar.Nada mudou; porém, um dia, Deus lhe mostrou que o queria de volta na sua obra, mas do jeito dEle. Ele entendeu que não faria nada se não se dispusesse a buscar o poder da oração. Começou a dobrar os joelhos intensamente. Convocou a liderança e começou a gastar tempo em oração com os líderes da igreja. Trocaram a televisão nas tardes de domingo pelo orar no templo antes de sair para evangelizar. E Deus fez os milagres: a igreja cresceu naquela proporção, graças ao poder da oração. Queremos vitória contra o inimigo? Tomemos a mais poderosa arma que Deus coloca em nossas mãos: oração. Obediência Esta é outra arma imprescindível. Você quer ser vitorioso na batalha contra o mal? Submeta-se a Jesus, o General. Submeta-se à autoridade de seus líderes espirituais. Rebeldia é o pecado que está dentro do coração humano. O pecado de Adão e Eva não foi outro senão o pecado da rebeldia e essa semente passou para nós, somos rebeldes por natureza. Por isso, Deus coloca algumas regras que governam o mundo espiritual: 1. Submeter-se a Deus incondicionalmente 2. Submeter-se às pessoas que Deus colocou com autoridade sobre a sua vida A Bíblia ensina que devemos nos submeter aos nossos pastores porque eles zelam por nossas almas. “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas.” (BÍBLIA, N. T. Hebreus 13:17). Satanás tenta incitar a rebeldia no meio do povo de Deus. Quando não consegue promover rebeldia contra Deus, ele tenta nos sujeitar uns aos outros em amor a Deus. É aí que surgem as igrejas divididas, os partidos, as críticas; não há avanço do Evangelho, não há crescimento, não há testemunho porque um princípio bíblico está sendo quebrado. 1Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. 2 Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. 3Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. (BÍBLIA, N. T. Efésios 4:1-3). Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. (BÍBLIA, N. T. Colossenses 3:13) • Os líderes espirituais são infalíveis? Não. Eles são falíveis; são pecadores lavados pelo sangue de Jesus, transformados pela graça de Deus. Mas foram investidos de autoridade pelo Espírito Santo de Deus. Essa era uma consciência muito forte em Davi: ele tinha sido ungido rei, Saul o perseguia, mas ele dizia: “Não posso tocar no ungido do Senhor”. A posição de Davi era que Deus havia investido Saul de autoridade e enquanto assim fosse, ele nada faria contra. Quando esse espírito de rebeldia é quebrado, podemos ser usados por Deus no exercício de maior autoridade espiritual. Quando um líder espiritual erra, é nosso dever confrontá-lo com a palavra de Deus. A Bíblia ensina como se faz isso: com testemunhas, para evitar divisão e para que as bênçãos de Deus não fiquem impedidas. Na história de Israel, em seus 40 anos de deserto, vê-se claramente um espírito de rebeldia latente. Uma geração inteira morreu para que a outra pudesse crescer. Infelizmente isso acontece com algumas igrejas onde o espírito de rebeldia é tão grande que Deus não tem como abençoá-la. Obediência a Deus sempre, em primeiro lugar. Mas entender que Deus colocou pessoas investidas espiritualmente de autoridade. Entender que podemos confrontá-las, mas que isso deve ser feito em amor, em respeito a essa autoridade delegada por Deus. Quem não puder entender isso, torna-se um rebelde no meio da comunidade, sofrerá as consequências e ainda pode prejudicar o rebanho de Deus. A Bíblia nos adverte que ao rebelde devemos resistir para evitar danos maiores. (BÍBLIA, N. T. Hebreus 13:17 e 1Tessalonicenses 5:14). Muita batalha espiritual nas comunidades cristãs têm acontecido por causa da rebeldia, fato que tem se tornado mau testemunho para o mundo. Esse mesmo tipo de batalha espiritual tem acontecido também no seio das famílias. Há casas onde ninguém se considera, ninguém se respeita. Mas se assumirmos os critérios de Deus para essa batalha, com certeza, haverá vitória. Comunhão com Deus Não há como ser vitorioso sem um relacionamento adequado com Deus. Certa vez, uma mulher me procurou, pedindo que eu lhe ensinasse uma oração poderosa. Pedi que ela me explicasse melhor, eu não havia entendido bem de que se tratava. Ela explicou: uma oração poderosa, por exemplo, para os endividados ou outras necessidades, como aparece nos jornais.Muita gente está indo por esse caminho perigoso, pensando que “uma oração poderosa” é suficiente para resolver todos os problemas. Enganam-se e se decepcionam, pois o que importa mesmo é uma vida de comunhão espiritual verdadeira com Deus, em obediência a sua Palavra, viver, no dia-a-dia, os ensinos de Jesus, andar com Ele. Mas se quer continuar vivendo no pecado, em adultério, em fraudes, fazendo aquilo que o Senhor não aprova, Deus não pode abençoar. Jesus é a nossa bênção e é preciso que o deixemos atuar em todas as áreas da vida, sem restrições. Então, podemos orar, em nome de Jesus, e Ele, segundo a sua vontade soberana, nos responderá e fará o melhor por nós. Rejeição total e absoluta à atuação de Satanás Nenhuma área de nossa vida pode ficar entregue a Satanás. Efésios 4, a partir do v. 26 nos exorta a não dar lugar ao diabo, detalhando comportamentos maus, típicos do estilo de vida que levávamos antes de conhecer a Cristo. Se não deixarmos Jesus ser o senhor absoluto de nossas vidas, se o impedirmos de atuar em um cantinho quem vai atuar aí? Estaremos abrindo esse espaço para o inimigo de nossas almas. Não significa que ele vai nos possuir, que vamos ser possessos de demônios, mas teríamos um dedo dele nos perturbando e tirando de nós a alegria de viver a vida abundante que Jesus nos promete. A Bíblia nos exorta a olharmos para nossas vidas com inteireza de coração e tirarmos dela tudo o que Deus não aprova. Isso está muito claro no capítulo 8 de Ezequiel. Um grupo de líderes de Jerusalém vai à casa do profeta pedir-lhe que ore pelo povo, os inimigos estão chegando, tudo estará perdido se Deus não fizer um milagre. O profeta anima-se, pensando que agora o povo se converteu de seus maus caminhos. Deus, então, arrebata Ezequiel em espírito e lhe dá uma visão: abre um buraco numa parede do templo, através da qual ele pôde ver o que estava aí escondido, dentro do próprio templo do Senhor: abominações inomináveis, desrespeito, culto promíscuo a deuses pagãos, altares a Baal. E o povo pedindo que Deus os abençoe! O pensamento era que em Jerusalém o inimigo não entraria, pois ali estava o templo do Senhor e a arca da aliança; se alguém tocasse na arca, seria morto. Mas Deus diz a Ezequiel que já retirou seu espírito do templo e a arca perdeu seu sentido, é agora apenas madeira, a aliança foi quebrada.Da mesma forma, como vamos querer a bênção de Deus, se reservamos um pedaço de nossa vida a práticas reprováveis, a pornografias, a vícios, a coisas aviltantes, coisas que Deus não pode abençoar?Quer uma dica para vencer essa batalha? Zele por sua vida espiritual, na presença de Deus. Se surgirem tentações, use a autoridade, em nome de Jesus. Se o inimigo quer levar você a enxergar demônios, adore e glorifique o nome de Deus: resista ao diabo e ele fugirá é o que a Bíblia nos ensina. 8. Nossa energia: jejum e oração Jejum Qual o sentimento de Jesus quando nos ensinou a jejuar e orar? Ele respondeu: “Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum”. (BÍBLIA, N. T. Marcos 9:29) • Que devemos ter compaixão por aquele que está vivendo uma possessão demoníaca. • Que devemos perceber a tristeza de Deus ao ver alguém sofrendo. • Que movidos de compaixão, possamos suplicar a misericórdia de Deus. • Que Ele nos use como instrumentos de bênção para que a libertação aconteça. Oração e jejum não é um procedimento mágico para resolver um problema, mas um processo de identificação com Deus e com aquele a quem estamos ministrando. É para isso que Deus nos está enviando aesse ministério: ser veículo da Sua graça. Um cuidado se faz necessário: termos plena consciência de que no reino de Deus não existem atos mágicos; as coisas, os atos em si mesmos não detêm nenhum poder miraculoso. São referenciais, são símbolos da graça de Deus. Por isso, é bom saber que, na cultura oriental, o jejum era um ato de luto. Quando alguém morria, os parentes e amigos não comiam, cobriam a cabeça com cinzas e pó, rasgavam as vestes, como sinal de tristeza e de dor. Também era comum, no funeral israelita, o rabino chamar o membro mais próximo da família e, com uma navalha, rasgar a camisa dele, como lembrança do luto e do sofrimento do povo. Assim, pois, o jejum não detém nenhum poder em si mesmo; ele é um referencial, um símbolo da nossa dependência de Deus, de nossa contrição e de nossa absoluta submissão ao poderio do Senhor. O preparo do jejum Jejum é passar algum tempo sem ingerir alimento ou água. Há o jejum parcial, normalmente exercitado durante tempo maior do que o tempo dos intervalos convencionais entre uma refeição e outra, ou a supressão de alguns alimentos. Uma alteração tanto em quantidade como em qualidade. O jejum pode ser a abstenção de alimentos saborosos e o uso exclusivo de alimentação bem simples, como o pão e água. Jesus praticou o jejum como elemento profundamente necessário à sua vida, ministério e devoção. Jesus disse que o jejum deveria ser uma das mais sigilosas práticas, pelo menos durante a sua realização. 1Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. 2Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. (BÍBLIA, N.T. Mateus 4:1-2). 16“Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os outros vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa. 17Ao jejuar, arrume o cabelo e lave o rosto, 18para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê em secreto. E seu Pai, que vê em secreto, o recompensará. (BÍBLIA, N.T. Mateus 6:16-18). Jesus cobrou o jejum rigoroso e sério. Em razão do quebrantamento da carne e mortificação dos seus apetites há uma maior manifestação do poder de Deus. “Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum”. (BÍBLIA, N.T. Mateus 17:21). Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.” (BÍBLIA, N.T. 2 Coríntios 12:10). O jejum expressa A tristeza pelo pecado e busca de restauração. 3Por isso me voltei para o Senhor Deus com orações e súplicas, em jejum, em pano de saco e coberto de cinza. 4Orei ao SENHOR, o meu Deus, e confessei: Ó Senhor, Deus grande e temível, que manténs a tua aliança de amor com todos aqueles que te amam e obedecem aos teus mandamentos, 5nós temos cometido pecado e somos culpados. Temos sido ímpios e rebeldes, e nos afastamos dos teus mandamentos e das tuas leis. (BÍBLIA, V.T. Daniel 9:3- 5). Busca de orientação. 21Ali, junto ao canal de Aava, proclamei jejum para que nos humilhássemos diante do nosso Deus e lhe pedíssemos uma viagem segura para nós e nossos filhos, com todos os nossos bens. 22Tive vergonha de pedir soldados e cavaleiros ao rei para nos protegerem dos inimigos na estrada, pois lhe tínhamos dito: “A mão bondosa de nosso Deus está sobre todos os que o buscam, mas o seu poder e a sua ira são contra todos os que o abandonam”. 23Por isso jejuamos e suplicamos essa bênção ao nosso Deus, e ele nos atendeu. (BÍBLIA, V.T. Esdras 8:21-23). 28Moisés ficou ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão e sem beber água. E escreveu nas tábuas as palavras da aliança: os Dez Mandamentos. (BÍBLIA, V.T. Êxodo 34:28). Consagração de vidas para o ministério. 2 Estava sendo levado para a porta do templo chamada Formosa um aleijado de nascença, que ali era colocado todos os dias para pedir esmolas aos que entravam no templo. 3Vendo que Pedro e João iam entrar no pátio do templo, pediu-lhes esmola. (At 13:2-3); 23Paulo e Barnabé designaram-lhes a presbíteros em cada igreja; tendo orado e jejuado, eles os encomendaram ao Senhor, em quem haviam confiado. (BÍBLIA, N.T. Atos 14:23). O jejum tem efeitos espirituais maravilhosos. Quando um homem jejua, ele está, entre outras coisas, dizendo que a comunhão com Deus tem mais sabor do que os outros alimentos. Ele está, dessa forma espiritual, alimentando-se da presença de Deus. O jejum era uma realidade na vida de Paulo e de todos os apóstolos. 27Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. (BÍBLIA, N.T. 2 Coríntios 11:27). No jejum específico para a confrontação com castas malignas, precisamos ter em mente o fato de que o poder não está no jejum, mas na motivação espiritual que nos leva ao quebrantamento diante de Deus que é a fonte doadora de todo poder e virtude. 21Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum”. (BÍBLIA, N.T. Mateus 17:21). Há, porém, algumas situações nas quais o jejum não conta com a aprovação de Deus. Quando isso acontece, o jejum é apenas passar fome. Vejamos algumas destas situações: 1. Jejum feito com o coração irado. 3Por que jejuamos’, dizem, ‘e não o viste? Por que nos humilhamos, e não reparaste?’ Contudo, no dia do seu jejum vocês fazem o que é do agrado de vocês, e exploram os seus empregados. 4Seu jejum termina em discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto. (BÍBLIA, V. T. Isaías 58:3-4). 2. A vida do praticante do jejum está envolta pelo pecado. 10 Assim diz o Senhor acerca deste povo: “Eles gostam muito de vaguear; não controlam os pés. Por isso o Senhor não os aceita; agora ele se lembrará da iniquidade deles e os castigará por causa dos seus pecados”. 11Então o Senhor me disse: “Não ore pelo bem-estar deste povo. 12Ainda que jejuem, não escutarei o clamor deles; ainda que ofereçam holocaustos e ofertas de cereal, não os aceitarei. Mas eu os destruirei pela guerra, pela fome e pela peste”. (BÍBLIA, V.T. Jeremias 14:10-12). 3. O praticante não possui o coração quebrantado. 3perguntando aos sacerdotes do templo do SENHOR dos Exércitos e aos profetas: “Devemos lamentar e jejuar no quinto mês, como já estamos fazendo há tantos anos?” 4Então o SENHOR dos Exércitos me falou: 5“Pergunte a todo o povo e aos sacerdotes: Quando vocês jejuaram no quinto e no sétimo meses durante os últimos setenta anos, foi de fato para mim que jejuaram? 6E quando comiam e bebiam, não era para vocês mesmos que o faziam? (BÍBLIA, V.T. Zacarias 7:3-6). 4. O coração do praticante é soberbo e hipócrita, Deus não aceita a “oferta religiosa” do jejum. 9A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: 10 “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. 11O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. 12Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.. 13 “Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador. 14 “Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. (BÍBLIA, N.T. Lucas 18: 9-14). 5. Pessoas que, por motivos de saúde, não podem praticar o jejum e mesmo assim o fazem. Neste caso, a motivação e o sentido do jejum não foi bem entendido. Oração 18Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. 19Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho, 20pelo qual souembaixador preso em correntes. Orem para que, permanecendo nele, eu fale com coragem, como me cumpre fazer. (BÍBLIA, N.T. Efésios 6:18-20). Paulo faz questão de mostrar que há uma energia capacitadora que vai além das peças da armadura de Deus de que podemos nos revestir. Na sua visão, a oração não é mais uma peça da armadura, mas uma energia sobrenatural que envolve toda a armadura. As coisas acontecem quando a oração envolve toda a vida, o ministério e relacionamentos do servo do Senhor. Nesses três versículos Paulo apresenta alguns princípios de como podemos usar a bênção da oração como recurso do céu, em meio aos enfrentamentos da vida. 1. Todo tempo é tempo de oração Através dela mantemos o nosso contato vital com aquele que é poderoso para “fazer tudo, muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera.” Outra maneira de ver esta expressão é entendê-la como em toda ocasião, ou seja, não somente quando as coisas vão mal. Aqueles que só oram em meio às desgraças da vida, Deus terá de permitir mais desgraças para chamar a sua atenção. Todo o tempo é tempo de oração, por isso, a Bíblia nos ensina a orar sem cessar. 2. A oração precisa ser feita no Espírito A Bíblia é muito clara quando nos ensina sobre a ajuda do Espírito Santo em nossas orações. Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. (BÍBLIA, N.T. Romanos 8:26). Ele não somente nos guia quanto ao que devemos orar, como também intercede por nós ao Pai, quando nós não sabemos pedir. Ele nos dá: • a convicção de pecado e propicia a confissão em nossas orações; • a convicção de vitória sobre Satanás; caso contrário, estaríamos tomados de medo; • nos ajuda a compreender as verdades de Deus e as aplica em nossa vida, nesses momentos de oração; • nos revela o que Deus está por fazer; • nos ensina a glorificar o Pai e o Filho. Por isso, a oração é diferente da reza que é uma repetição automática de uma ladainha. 3. Precisa ser feita em unidade Dois são os entendimentos deste ensino: 1. a oração não pode ser uma batalha contra a vontade de Deus, mas sim um movimento de submissão a Ele. Submissão à vontade de Deus é maturidade e não falta de fé. 2. a oração deve ser de unidade com a igreja de Deus e com os nossos líderes espirituais. É muito fácil o diabo fazer-nos imaginar que somos os únicos que conhecemos a verdade transformando-nos em pessoas que, por causa do orgulho espiritual nos posicionamos contra a unidade espiritual da Igreja, como se isso fosse uma guerra santa. Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem discussões. (BÍBLIA, N.T. 1 Timóteo 2:8) 4. Deve ser feita em vigilância Todo soldado precisa ser vigilante! O que Paulo nos ensina é que devemos usar as nossas orações como meio de discernir a vida, as circunstâncias boas e más. É através da vigilância em oração que podemos discernir todas as questões da vida. O que nos impede de vigiar, de discernir a vida através da oração é quando se está: Entulhado: uma tática satânica é encher a nossa vida de tantos afazeres de modo que não tenhamos tempo para orar. Intoxicado - perdemos a capacidade de discernir porque algo controla a nossa mente (pecados, vícios, desejos ardentes). Adormecido: um dos maiores problemas da vida cristã é que muitos crentes não têm a capacidade de discernir os perigos espirituais, pois não vigiam, são como bebês espirituais. As tentações e as armadilhas de Satanás podem causar-lhes dano, mas ele não percebe e, por isso, são levados para o mal. A isto chamamos de adormecimento na fé, no compromisso e na busca do poder de Deus 9. Dicas práticas para o enfrentamento Libertação é uma autoridade do Espírito Santo, dada a todo crente, em nome de Jesus. No entanto, assim como acontece com outras áreas do Reino, Deus separa pessoas para ministrarem na área da libertação. Todo cristão tem obrigação de evangelizar, cuidar uns dos outros, mas há pessoas que recebem uma vocação específica para ajudar na libertação dos oprimidos porque têm um chamado especial para esse tipo de pastoreio. Ao anunciarmos a mensagem do Reino, certamente encontraremos pessoas endemoninhadas e oprimidas por Satanás. As estatísticas dizem que 40% da população brasileira pratica algum tipo de ocultismo e invoca demônios. Isso é trágico e deve levar-nos a uma tomada de posição no caminho da libertação. • Como lidar com pessoas oprimidas e endemoninhadas? Primeira dica: Ministre em equipe Existem vários tipos de ataques e ciladas que o inimigo lança sobre a nossa vida, algumas vezes até fisicamente. Por uma questão de cuidado e bom senso, é melhor ter mais alguém para ajudar. Jesus orientou os discípulos a irem de dois em dois, conforme o texto: Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava prestes a ir. 2E lhes disse: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Portanto, peçam ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita. 3Vão! Eu os estou enviando como cordeiros entre lobos. 4Não levem bolsa, nem saco de viagem, nem sandálias; e não saúdem ninguém pelo caminho. 5“Quando entrarem numa casa, digam primeiro: Paz a esta casa. 6Se houver ali um homem de paz, a paz de vocês repousará sobre ele; se não, ela voltará para vocês. 7Fiquem naquela casa, e comam e bebam o que lhes derem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de casa em casa. 8“Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam o que for posto diante de vocês. 9Curem os doentes que ali houver e digam-lhes: O Reino de Deus está próximo de vocês. 10Mas quando entrarem numa cidade e não forem bem recebidos, saiam por suas ruas e digam: 11Até o pó da sua cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vocês. Fiquem certos disto: o Reino de Deus está próximo. 12Eu lhes digo: Naquele dia haverá mais tolerância para Sodoma do que para aquela cidade. 13“Ai de você, Corazim! Ai de você, Betsaida! Porque se os milagres que foram realizados entre vocês o fossem em Tiro e Sidom, há muito tempo elas teriam se arrependido, vestindo roupas de saco e cobrindo-se de cinzas. 14Mas no juízo haverá menor rigor para Tiro e Sidom do que para vocês. 15E você, Cafarnaum: será elevada até ao céu? Não; você descerá até o Hades! 16“Aquele que lhes dá ouvidos, está me dando ouvidos; aquele que os rejeita, está me rejeitando; mas aquele que me rejeita, está rejeitando aquele que me enviou”. 17Os setenta e dois voltaram alegres e disseram: “Senhor, até os demônios se submetem a nós, em teu nome”. 18Ele respondeu: “Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago. 19Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes fará dano. 20Contudo, alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus”. (BÍBLIA, N. T. 10:1-20) Portanto, não ministre sozinho. E há, pelo menos, duas boas razões para trabalhar em equipe: Há manifestação de graça e poder quando concordamos em oração: 19 “Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus. 20 Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles”. (BÍBLIA, N. T. Mateus 18:19-20) Em equipe, há mais discernimento. Satanás é muito ardiloso e mexe com as coisas que têm a ver com a história de nossa vida. Então, é importante ministrarmos em equipe para termos melhor discernimento, para evitar cair nas ciladas e na conversa do inimigo, evitar entrar em diálogo com ele, querer saber histórias. Alguns tipos de possessão manifestam verdadeiras aberrações. Em equipe, fica um pouco mais fácil enfrentar tais situações não permitindo que o diabo se torne senhor da situação. Segunda dica: Ministre sempre com pessoas do mesmo sexo Mulheres navida de mulheres, homens na vida de homens. Esta orientação vale para qualquer área de ministração. Acima de tudo, é uma questão de prudência e se evitará qualquer conotação errônea. Se você estiver ministrando como um casal, convide mais alguém para estar junto. Esta terceira pessoa pode ter uma percepção melhor, mais objetiva, por estar vendo o problema como alguém de fora, não tão vinculado aos laços culturais e afetivos da vida conjugal. Quando Billy Graham viajava pelo mundo inteiro, pregando, ele tinha um pessoal de sua equipe que entrava nos quartos dos hotéis onde se hospedava, para ver se não havia ninguém lá. Não por medo de ser assassinado ou qualquer outra coisa. Sua precaução era que Satanás lhe armasse uma cilada, colocando uma mulher no quarto e isso virasse um escândalo para o evangelho. Se as pessoas procuram agir com bom senso em tantos aspectos da vida, por que não teríamos nós também esse cuidado? Principalmente, quando estamos em meio a uma batalha espiritual, com um estrategista malévolo que quer matar, roubar e destruir. Precisamos de muito bom senso. Terceira dica: Busque a Deus, juntamente com quem vai ministrar com você Orem, preparem-se espiritualmente, vocês vão entrar numa guerra. Peçam que Deus vá à frente, dando discernimento, aclarando as ideias, que o Senhor tenha toda liberdade de os guiar e controlar. É muito importante que a equipe esteja bem unida espiritualmente, como um time. Se vamos jogar futebol, basquete ou qualquer modalidade esportiva, precisamos estar afinados com a equipe. Também em termos de equipe espiritual, precisamos dessa unidade: orar juntos, crescer juntos, afinar a visão, perceber o que Deus quer ministrar, qual a sua vontade no consenso da equipe. Cuidado com a presunção especialmente de quem diz: “Pode deixar comigo, eu sei”. Antes de ministrar, busquem a Deus juntos. Em nossa igreja, temos sentido o valor e a bênção do trabalho em equipe. Cada ministro atua numa área específica, mas nos reunimos, oramos juntos, compartilhamos, revemos o foco, buscamos a direção de Deus para a igreja e somos abençoados. Quarta dica: Tenha sempre em mente o alvo da libertação - Salvação em Cristo Você pode exercer a autoridade do Espírito, ela existe, é verdadeira, o inimigo vai se render à autoridade do nome de Jesus. Porém, a Bíblia diz que se o demônio expulso voltar e encontrar a casa vazia, limpa e adornada, ele voltará com mais sete e o estado dessa pessoa será pior que o anterior. Isso quer dizer que é necessário cuidar para que a libertação não seja simplesmente um ato, um acontecimento isolado de expulsão de demônios. É absolutamente necessário que a pessoa seja levada ao arrependimento, à confissão de seus pecados, à renúncia aos pactos, aos vínculos que tenham sido feitos consciente ou inconscientemente. Ao mesmo tempo, levá-la à aceitação de Jesus como senhor de sua vida. Somente assim, com a presença real de Cristo ocupando a mente, a alma e o espírito haverá verdadeira libertação. Por isso, é muito importante não perder o foco, cuidar para não se deixar desviar do princípio básico do processo libertador que é Jesus e só Jesus. Com frequência ocorrem situações em que a pessoa demonstra fortes influências satânicas, sem demonstrar isso através de possessão. O procedimento, nesse caso, não será propriamente de expulsão, mas de ministrar a graça de Deus e levá-la à aceitação de Jesus, pelo arrependimento e fé. Por outro lado, é muito comum também ver pessoas que passam por várias igrejas, pessoas muito influenciadas por Satanás, que passam por situações de libertação, mas continuam tendo manifestações e vão de igreja em igreja em busca de socorro. Isso acontece quando o foco da libertação não foi considerado. A pessoa precisa aceitar a Jesus, fazer um discipulado, firmar-se na palavra de Deus, entrar num processo de crescimento espiritual e compromisso pessoal com Deus. Sem esse compromisso, a libertação não acontece. E, à medida que esse compromisso vai se desenvolvendo, áreas da vida que, às vezes, no primeiro encontro não foram entregues, começam a ser confrontadas e vai se operando a limpeza espiritual e o senhorio de Cristo. Há pessoas que apresentam, inclusive enfermidades do corpo como consequências da atuação do inimigo. Mas, à medida que o Espírito de Deus vai tendo liberdade para agir, entregas vão sendo feitas, vínculos vão sendo cortados, compromissos desfeitos, marcas e mágoas vão sendo reveladas e a cura vai se processando de maneira maravilhosa, verdadeira, com os sinais da presença consoladora do Espírito Santo de Deus. Então, se você está ministrando, não perca esse foco: Jesus dentro do coração, arrependimento e fé, confissão de pecados; aí começa o processo de libertação. Outro dado importante a lembrar é que Deus não está limitado em sua maneira de agir. Ele atua, segundo sua graça infinita, de acordo com seus propósitos, de acordo com o que está sendo necessário quebrar, mudar, transformar na vida das pessoas. Assim, algumas são libertas de maneira imediata, completa. Outras entram em processo lento, mais ou menos demorado. Deus trabalha em áreas diferentes da vida; cada pessoa é diferente, é única. Deus respeita a individualidade e usa as ferramentas libertadoras, segundo a necessidade de cada um. Quem move o coração e promove o arrependimento é o Espírito Santo. Então, não estipule fórmulas, não faça juízos segundo padrões humanos. Você pode usar da autoridade que o Senhor lhe conferiu para expulsar demônios, mas ministre Jesus, o libertador na vida das pessoas, ministre a graça de Deus que cura e transforma. Coisas maravilhosas acontecerão. Quinta dica: Tenha consciência de que está numa guerra: prepare-se! Para exercer o ministério de libertação, requer-se perfeito entendimento de que estamos em batalha espiritual. Orar com o companheiro de ministério é imprescindível, mas cuidar da própria vida espiritual está em primeiro lugar. Nenhum ministério pode ser exercido no reino de Deus sem que haja um derramar da graça do Espírito Santo sobre a nossa vida. Podemos ter a competência humana, mas não vamos ter a unção divina se não buscarmos em Deus essa graça. Jesus ensina que o preparo para essa batalha vem através da oração, do jejum, da vigilância e do discernimento. Em resumo, precisamos do poder do alto, que nos habilita, capacita e revela o poder e a graça de Deus enquanto ministramos. Praticar a oração e o jejum nada mais é que reconhecer a nossa limitação, buscar a graça de Deus e o poder do Espírito Santo. O tempo para libertação Algumas pessoas levam horas, ou até dias no processo de libertação. Para outras, acontece de maneira rápida. O que determina essa diferença? Em primeiro lugar, a realidade de cada pessoa é única, a problemática de cada um é exclusivamente sua. É preciso também entender que existem castas diferentes de demônios. Estes seres eram anjos criados por Deus, mas que, por causa de sua rebelião contra o Criador, juntamente com Satanás, caíram de seu estado original de anjos de luz. Na hierarquia angelical que antes possuíam, Deus lhes conferiu certos poderes, com os quais continuam atuando, agora, para o mal. Dependendo, então, do tipo de casta demoníaca com que se está lidando num processo de libertação, haverá mais ou menos resistência. Pode-se comparar essa situação com os diferentes níveis de autoridade na hierarquia militar: um soldado tem menos autoridade que um sargento e assim sucessivamente. Este relato esclarece bem essa situação: 14Quando chegaram onde estava a multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se diante dele e disse: 15“Senhor, tem misericórdia do meu filho. Ele tem ataques e está sofrendo muito. Muitas vezes cai no fogo ou na água. 16Eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não puderam curá- lo”. 17Respondeu Jesus: “Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino”. 18Jesus repreendeu o demônio; este saiu do menino que, daquele momento em diante, ficou curado. 19Então os discípulosaproximaram-se de Jesus em particular e perguntaram: “Por que não conseguimos expulsá-lo?” 20Ele respondeu: “Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível. 21Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum” (BÍBLIA, N. T. Mateus 17:14-21). Quando nos deparamos com determinadas castas, há mais ou menos resistência. Precisamos identificar que tipo de batalha estaremos enfrentando. Por isso, é preciso preparo e é bom nunca estar só. 10. Dúvidas e outras questões de interesse Amarrar demônios Na verdade, este é o único texto que nos daria a possibilidade de entender algo parecido com amarrar demônios: 21“Quando um homem forte, bem armado, guarda sua casa, seus bens estão seguros. 22Mas quando alguém mais forte o ataca e o vence, tira-lhe a armadura em que confiava e divide os despojos. (BÍBLIA, N. T. Lucas 11:21-22)”. Essa é uma linguagem figurada para dizer que há um opressor fazendo o mal e que há um libertador que desarma o inimigo, no exercício de sua autoridade. A autoridade dada por Deus aos seus servos é algo tão extraordinário que os discípulos voltaram admirados ao ver como os demônios se submetiam a eles. Esse exercício de autoridade de fato acontece quando o crente repreende Satanás, dando- lhe comandos de ordem em nome de Jesus, que representam o impedimento de ações satânicas. Por exemplo: se o possesso está muito agressivo, pode acontecer de o ministrante ou o próprio possesso agredir-se. É preciso então exercer a autoridade: “Eu te proíbo, em nome de Jesus de fazer mal a esta pessoa...” Na linguagem da batalha espiritual, chama-se a isso de “amarrar demônios”. Porém, é uma expressão figurada, significando o impedimento da ação satânica naquela determinada situação. Não significa que, mediante essa ordem, Satanás está impedido de continuar agindo no universo. Já esclarecemos que a libertação acontece de fato quando temos uma experiência pessoal com Jesus. Se a casa ficar vazia, limpa e adornada, os inimigos voltarão com mais sete e o segundo estado será pior que o primeiro. Os cristãos são pecadores? Todos somos pecadores e, se não fosse a graça de Deus, estaríamos perdidos. Zacarias fala do papel do sumo sacerdote e diz que Josué estava com as vestes sujas, e era como um tição tirado do fogo, mas a graça de Deus o cobria. “Veja, eu tirei de você o seu pecado, e coloquei vestes nobres sobre você”. Esta é a figura de um pecador que está constantemente sendo trabalhado pela graça. Porém, importa entender que há uma diferença de natureza. Um pecador restaurado é aquele que recebeu uma nova natureza espiritual, pelo que não tem mais prazer no pecado, apesar de estar sujeito a pecar. Quando se recebe o Espírito Santo de Deus, o pecado passa a ser um acidente que pode acontecer, mas vai incomodar profundamente; não será mais algo corriqueiro, porém produzirá tristeza que nos levará ao arrependimento e à restauração. À medida que se cresce espiritualmente, o padrão moral se aperfeiçoa e se procura evitar o pecado com todas as suas forças. Veja como o texto esclarece: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, porém alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. (BÍBLIA, N. T. 1 João 2:1). Maldições hereditárias Existem processos de ação e de influência demoníaca que se repetem em determinadas famílias. Sob o ponto de vista da Psicologia, a explicação é que existe nessas famílias um padrão de desvio de comportamento. Sob o ponto de vista espiritual, entende-se que existem entidades espirituais que se manifestam, provocando situações repetitivas na história dessas famílias. O Velho Testamento faz referência a espíritos familiares que acompanham determinadas histórias de família, sempre por invocação, por pacto, por situações que a própria família propicia. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o SENHOR, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelo pecado de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, (BÍBLIA, V. T. Deuteronômio 5:9) Entretanto, a Palavra de Deus ensina que toda maldição foi cravada na cruz do Calvário. Então, quando recebemos Jesus como Senhor e Salvador, não importa a maldição anterior. A promessa de Deus é que essa maldição foi cravada na cruz (BÍBLIA, N.T. Gálatas 3). Existem opressões, sim. Às vezes, pessoas mais suscetíveis podem sofrer pressões, opressões ou cair em armadilhas espirituais nas áreas em que a família vivia esses ataques. Um exemplo é o alcoolismo; filho de pai alcoólatra pode vir a ser um alcoólatra também, se não for sabiamente orientado. Pode sofrer a influência, mas as armas da graça de Deus estão ao seu dispor porque toda maldição já foi vencida na cruz. Não há liturgia religiosa maior que Jesus Cristo. O que precisamos fazer é tomar posse dessa verdade e aprender o que Jesus ensinou no Getsêmani: vigiai e orai para não cair em tentação. Vigiar e orar porque a carne é fraca. Vigiar e orar para discernir determinadas armadilhas que fazem parte da família, da história, da cultura, do jeito de ser de cada pessoa; uns são mais suscetíveis que outros e sem esse discernimento, pode ocorrer a queda. Mas não há uma sina determinante que vai se abater sobre a pessoa para o resto da vida, ou que necessite dessa ou daquela liturgia para ser liberta. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (BÍBLIA, N. T. João 8:32) Jesus morreu para nos libertar e só ele nos liberta. Maldade dos pais A maldade dos pais se transmite aos filhos? É uma pergunta que se faz com frequência. Segundo o Velho Testamento, a iniquidade tem uma saga. Mas que é a iniquidade? Quem é o ímpio? Quem é o iníquo? Iniquidade é tudo aquilo que é pecado e ímpio ou iníquo é todo aquele que deliberadamente, determinadamente é rebelde à vontade de Deus. As consequências dessa rebeldia aparecem de várias maneiras. Umas atingem de maneira mais específica o emocional; outras, o espiritual; outras, o físico. E, como o ser humano é um todo indivisível, uma área atua sobre a outra. É necessário o discernimento para compreender a situação, antes de qualquer interpretação precipitada. Mas, o bom e verdadeiro é que tudo isso cessa, Deus não computa a maldade dos pais no filho que se converte. É isto o que Ezequiel nos ensina: Se uma pessoa boa tornar-se obstinada e endurecida em seu coração para com o Senhor, apesar do bem que fez será julgado por sua iniquidade. Ezequiel ainda afirma que se o filho deste homem que se tornou iníquo for um servo de Deus, ele não precisa se preocupar pois a iniquidade de seu pai não poderá afetar as bênçãos provenientes de seu pacto com Deus. O profeta afirmou esta verdade duas vezes no seu livro. O povo dizia: Os pais comem uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotam? (BÍBLIA, V.T. Ezequiel 18:2). Ele contradiz este ditado popular afirmando: Se e o seu dente está cariado é porque quem comeu o doce foi você. Mas quando não temos Jesus podemos ser afetados pelas nossas heranças espirituais. Existe influência demoníaca nas propagandas? Cuidado com os extremos. É preciso ter bom senso e equilíbrio em todas as coisas. Que existe mensagem e poder subliminar na mídia em geral, está claro, é verdade, tanto é que algumas são proibidas e retiradas dos meios de comunicação. Mas dizer que tudo isso é do demônio, é exagero. Por outro lado, se percebemos que determinada propaganda ou programa é apelativo e influi negativamente ou passa mensagem contrária aos preceitos cristãos, qual será nossa atitude? Proibir que a família veja televisão? O mais inteligente será conversar com os filhos, com os familiares a respeito do assunto; discutir, trocar ideias e analisar, à luz da palavra de Deus, quais os verdadeiros objetivos que estão atrás desses programas, o que pretendem comunicar e, então, tomar a atitude mais sábia. Se for o caso, desligar o aparelho ou procurar algo melhor. Essa questãolembra o que o apóstolo Paulo ensinou a respeito de comer ou não carnes sacrificadas aos ídolos. 1Com respeito aos alimentos sacrificados aos ídolos, sabemos que todos temos conhecimento. O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica. 2Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria. 3Mas quem ama a Deus, este é conhecido por Deus. 4Portanto, em relação ao alimento sacrificado aos ídolos, sabemos que o ídolo não significa nada no mundo e que só existe um Deus. 5Pois, mesmo que haja os chamados deuses, quer no céu, quer na terra (como de fato há muitos “deuses” e muitos “senhores”), 6para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos. 7Contudo, nem todos têm esse conhecimento. Alguns, ainda habituados com os ídolos, comem esse alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como a consciência deles é fraca, fica contaminada. 8A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante de Deus; não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos. 9Contudo, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos. 10Pois, se alguém que tem a consciência fraca vir você que tem este conhecimento comer num templo de ídolos, não será induzido a comer do que foi sacrificado a ídolos? 11Assim, esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é destruído por causa do conhecimento que você tem. 12Quando você peca contra seus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo. 13Portanto, se aquilo que eu como leva o meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne, para não fazer meu irmão tropeçar. (BÍBLIA, N. T. 1 Coríntios 8). Fique com a sua consciência (v. 8), mas não seja pedra de tropeço para o irmão, por quem Cristo morreu. (vs. 9 e 13). Drogas Dentre as drogas permitidas, a que mais causa dano à família é o álcool. Talvez mais que a heroína, mais que a cocaína, pois o álcool tem grande alcance, está à disposição de quem quiser. No Brasil, dificilmente vamos encontrar uma família que não tenha um componente, próximo ou distante, que não tenha algum envolvimento com o alcoolismo, seja por dependência química ou emocional. O processo de libertação, nesse caso, é bastante complicado, difícil e doloroso na vida da família. Dificilmente se conseguirá desenvolver um processo de libertação sem ajuda de um profissional. É necessário orar muito, pedindo que Deus trabalhe o sentimento de necessidade no coração da pessoa, para que ela queira buscar ajuda e aceite a ministração. Sabemos de muitos casos de alcoólatras que se dispuseram a deixar que Deus atuasse em suas vidas e houve verdadeiros milagres. O fato de ser difícil não devemos desanimar, mas enfrentar a batalha, por amor. Yoga Ao ouvir que no Brasil muitos cristãos estão praticando Yoga, um indiano cristão se escandalizou e pediu que, por favor, sejam eles esclarecidos a respeito do que está por trás dessa prática, porque não sabem o que estão fazendo. A técnica do Yoga foi desenvolvida por monges budistas, com a finalidade de anular a consciência, para se perder no universo. A ideia básica é ir diminuindo a capacidade de reflexão, de pensamento e ir-se esvaziando até se misturar à força cósmica. É uma espécie de fusão com as forças espirituais, exercitada com muita técnica, com aparência de ginástica e de relaxamento. Ginástica e relaxamento são práticas saudáveis e necessárias. Mas, vincular essas práticas a ideias que contrariam a verdade bíblica é muito perigoso. Acupuntura Sabe-se, hoje, que toda descoberta científica, teve em algum tempo, substratos religiosos. A acupuntura é uma prática de origem oriental, muito antiga, milenar, talvez e que tem, naturalmente, essa relação com a postura religiosa dominante no Oriente. Mas, sabe-se também que nosso corpo funciona através de terminais nervosos carregados de energia elétrica, que é levada para todo o corpo. O que a acupuntura faz é estimular a transmissão dessa corrente, proporcionando assim melhoria da atividade e o consequente bem-estar. Se o cristão utilizar a acupuntura apenas nessa linha científica, isolando-a de concepções religiosas, poderá obter algum proveito. Por outro lado, não deixa de existir o perigo da influência de conceitos contrários à fé cristã. Diante disso, o que se pode dizer é que precisa haver muito cuidado, muita firmeza doutrinária, muito discernimento espiritual para não incorrer em desvios doutrinários que poderão trazer um mal espiritual maior que o mal físico. E, como é uma questão que ainda está em processo, muita coisa há de surgir; portanto é bom ficar atento. Desvios sexuais Com frequência, quem está ministrando libertação depara–se com situações que envolvem a vida sexual da pessoa. Área delicada e difícil que precisa ser investigada e trabalhada com absoluto sigilo e sabedoria. Desvios sexuais, abusos de menores, práticas ilícitas que aviltam o ser humano são marcas diabólicas que necessitam de libertação espiritual e até de acompanhamento de um profissional cristão. Raiz de Amargura Há pessoas que não conseguem fazer entregas, ficam presas a seus problemas, às mágoas e estão emocionalmente doentes. Repetindo, a libertação se dá quando Jesus passa a assumir o controle de nossa vida. E se Jesus se torna a raiz de nossa vida, o que ele produz é o fruto do Espírito: amor, bondade, mansidão, temperança, alegria, perdão... Mas, se na raiz, na base de nossa vida estão sentimentos amargos, mágoa, rancor, ira, ódio, ressentimentos, que tipo de fruto isso vai produzir? Feridas e desgraças, com certeza, pois tais sentimentos são insuflados pelo inimigo de nossas almas. Aí, o trabalho não se limita a expulsar o demônio da amargura, mas é preciso ajudar a pessoa a deixar-se transformar pela graça libertadora de Jesus. Isso requer tempo e paciência. Mexer com as feridas da alma é um processo doloroso e pode provocar reações as mais diversas e estranhas, como as que evocam atitudes de um passado distante. Isso se explica porque uma dor, uma mágoa pode ficar congelada no âmago do ser humano; então, quando suscitada no processo de libertação, ela vem à tona na forma como se originou. Há, por exemplo, o caso de uma pessoa adulta que, ao ser ministrada nessa área, começou a falar como um bebezinho. Apesar de estar trabalhando e produzindo profissionalmente, na vida emocional estava presa às amarguras da infância que a impediam de viver plenamente. É muito comum também encontrarmos pessoas que frequentam normalmente a igreja, convivem com os irmãos, mas carregam dentro de si profundas raízes de amargura. Como consequência, os relacionamentos familiares, com amigos, companheiros de trabalho são sempre prejudicados por atritos e desencontros. Ainda que a amargura seja um processo emocional e humano, o fruto por ela produzido pode se tornar uma brecha onde o inimigo pode atuar. Às vezes a amargura e o ódio são tão intensos que a pessoa começa a maquinar planos de vingança para livrar-se dessa situação. Aí existe o perigo dos suicídios, dos homicídios e a desgraça está instalada. A Bíblia fala da multiforme graça de Deus que opera segundo a necessidade de cada um. Só essa graça é capaz de ir ao fundo da alma e arrancar de lá toda raiz de amargura, preenchendo o vazio com o fruto do Espírito. Então, o que podemos e devemos fazer não será a crítica a esse ou àquele comportamento, mas ministrar a graça e o poder do Senhor Jesus. E, assim como a raiz da amargura brota e causa danos, a raiz da fé e do amor também brota abundantemente e cresce dando os frutos da alegria, da paz, da libertação. 31Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. 32Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo. (BÍBLIA, N. T. Efésios 4:31-32). A orientação clara desses versículos é que a libertação vai acontecer mediante uma condição: o perdão. Esse éum assunto também bastante delicado e até complexo. Nem sempre é fácil perdoar. Podemos perdoar com mais espontaneidade aquilo que não nos custou nem nos prejudicou muito. Mas quando o prejuízo é maior, fica mais difícil. É como se tomássemos a nota promissória e a pregássemos na parede para lembrar sempre que alguém está nos devendo algo. Vamos nos corroendo com essa lembrança e, no entanto, a pessoa que nos deve nem sabe e nem lembra dessa dívida. Perdoar é assumir o prejuízo por completo. Somente quando caminhamos na graça de Deus somos capazes de perdoar, porque entendemos que foi isso que Jesus fez conosco. Ele nos perdoou de coisas muito piores e o preço que pagou foi caríssimo: Ele tomou nosso lugar na cruz do calvário, morreu em nosso lugar. Quando não conseguimos perdoar, é porque há um mecanismo acontecendo no nosso mundo espiritual que está nos impedindo e que precisa ser identificado. Na oração do Pai Nosso, Jesus ensinou a orar: “Pai, perdoa as nossas faltas assim como perdoamos aos nossos devedores”. Uma questão fica em aberto: se Deus nos perdoar como nós perdoamos, que tipo de perdão teremos? Jesus também contou a parábola do credor incompassivo: 23“Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. 24Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. 25Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. 26“O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. 27O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. 28“Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá- lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve!’ 29“Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei’. 30“Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. 31Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido. 32“Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. 33Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?’ 34Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. 35“Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão”. (BÍBLIA, N. T. Mateus 18:23-35) Essa historieta revela bem a nossa natureza malévola: queremos ser perdoados, mas não sabemos perdoar. A lição que fica é que se não podemos perdoar, então seremos visitados todos os dias pelo verdugo, aquele que virá nos cobrar e nos castigar, até que paguemos tudo o que devemos. Ou seja: a nossa consciência vai nos acusar e nos tirar a paz. Como cristãos que se colocam nas mãos de Deus para ministrar libertação a alguém, estamos numa batalha espiritual. Estamos falando da graça de Deus, somos emissários do perdão. Se nós mesmos não formos capazes de perdoar, então estaremos dando autoridade para o inimigo não nos ouvir ou não atender o comando de Jesus; não estamos autorizados pela graça de Deus porque estamos carregando o fel da amargura em nossos corações. Essa verdade está bem clara: “As vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”. (BÍBLIA, V. T. Isaías 59:2). Precisamos descansar na graça, no poder e na sabedoria de Deus, entregar nossa causa a Ele e entender que, muitas vezes, quando a entregamos não significa necessariamente que quem me feriu vai voltar e pedir perdão. Significa antes que Deus, que nos ama com amor infinito, vai nos abençoar muito mais do que aquilo que a pessoa poderia nos restituir. Quando perdoamos, estamos dizendo: “Deus, queremos ficar com a tua graça; o que vai acontecer com aquele outro teu filho, a quem tu amas, tanto quanto a nós, é problema teu. Queremos ficar com a tua paz”. No processo de educação de um filho, é muito difícil guardar raiz de amargura; o perdão flui mais facilmente, o coração não fica pesado nem ressentido pelas travessuras de uma criança. Também não significa que ele nunca mais vai praticar aquela travessura, mas o pai ou a mãe ficam mais espertos para controlar o comportamento do filho. Isto não significa carregar peso ou amargura. Depressão Além da depressão de origem emocional, sabe-se hoje que existe um tipo de depressão de origem química, causada pela falta de uma substância – a serotonina, responsável pelo equilíbrio emocional. A falta dessa substância impede a pessoa de ter esperança, alegria ou motivação pela vida, causando uma alteração de comportamento. O psicólogo que trata de alguém com esse tipo de depressão deve encaminhar para um tratamento psiquiátrico, com medicamentos específicos, sob pena de ter todo o trabalho comprometido, pois a depressão profunda pode levar ao suicídio. Outro tipo de depressão acontece num distúrbio psiquiátrico chamado transtorno bipolar, caracterizado pela mudança de comportamento: ora uma euforia artificial, ora uma profunda tristeza. Também é uma situação que requer tratamento profissional e medicamentoso porque também há o risco de suicídio, pela perda do discernimento. A respeito do suicídio, entendemos que muitas vezes pode acontecer como consequência de enfermidade, outras de perdas, ou de origem demoníaca. Devemos sempre pedir ajuda de um profissional competente e cristão. É muito difícil fazer um juízo único; precisamos de muito discernimento e sabedoria de Deus para poder ministrar debaixo da graça divina em situações tão delicadas. Laços de alma É muito fácil criarmos vínculos com pessoas ou coisas que representam ou representavam algo de valor para nós. Por exemplo, se antes de se converter, a pessoa adorava ídolos, aquelas imagens tinham um vínculo com a alma, eram muito importantes. Porém, elas representavam um tipo de culto que desagrada a Deus, e isto é pecado. Por isso, esse vínculo deve ser rompido; não que as imagens detenham algum poder em si mesmas, mas porque representam um passado que precisa de libertação. Um ex-karatista entrou para o seminário e vindo trabalhar na igreja, foi orientado a que utilizasse o karatê como ferramenta de trabalho para trazer jovens a Jesus. Sua reação foi um seguro “Não posso”. E explicou: “Por causa do karatê, eu retardei minha chamada e minha vida. Um dia fiz um pacto com Deus: prometi que entregaria o karatê para o Senhor e que Ele seria o dono da minha vida e nunca mais iria praticar o karatê “. Isso não significa que haja algum mal no karatê em si, mas, para esse jovem, representava um vínculo que precisava ser quebrado. Já tratamos muitos casos de pessoas que se converteram, aceitaram a Cristo e gostariam de se tornar membros da igreja. Entretanto, sentem muita dificuldade em relação ao batismo porque esse ato tem para elas uma conotação de rompimento com o passado tradicional da família, o que causaria mágoas aos pais, principalmente. Cria-se assim uma batalha espiritual que exige bastante cuidado no trato, levando a pessoa a compreender que a graça de Jesus liberta, sem traumas, nem inimizades. Outra situação delicada é em relação a pessoas que foram alcoólatras e se converteram. Havia uma prisão espiritual, uma dependência com a qual não se pode brincar mais. Evitar qualquer apelo, qualquer convite perigoso, rompimento total e radical é a atitude mais sábia para não abrir espaço àquilo que aprisionava corpo e alma. Esse é o preço da liberdade. E Jesus concede a graça para vencer. O que a Bíblia ensina é vigiar e orar para não entrar em tentação e não dar lugar ao diabo. Quem está em pé, cuide para não cair. Laços de amizade, namoros, companhias que representavam um estilo de vida longe dos caminhos de Deus também são vínculos que precisam ser evitados ou rompidos quandooferecem o risco de um retorno ao caminho mau. Este texto traz um ensinamento muito claro a esse respeito: 11Por isso dediquem-se com zelo a amar o SENHOR, o seu Deus. 12“Se, todavia, vocês se afastarem e se aliarem aos sobreviventes dessas nações que restam no meio de vocês, e se casarem com eles e se associarem com eles, 13estejam certos de que o SENHOR, o seu Deus, já não expulsará essas nações de diante de vocês. Ao contrário, elas se tornarão armadilhas e laços para vocês, chicote em suas costas e espinhos em seus olhos, até que vocês desapareçam desta boa terra que o SENHOR, o seu Deus, deu a vocês. (BÍBLIA, V. T. Josué 23:11-13). Cabe aqui um alerta aos jovens: cuidado com quem você está pensando em se casar. Não existe vínculo mais forte entre duas pessoas que o vínculo matrimonial e ele precisa ser fundamentado sobre as bases sólidas da Palavra de Deus. Quando uma família é alcançada pela graça de Deus, um dos cônjuges se converte, outro não, aquele que se converteu foi colocado por Deus como portal nessa casa para que toda a família seja alcançada. As mudanças interiores podem ser motivo de incompreensão, de batalhas, mas será preciso pagar o preço e levar a graça e a paz do Senhor para toda a família. Finalmente, lembrar que libertação é processo e pode haver áreas da vida que ainda precisam ser libertas. Por isso, vale sempre se perguntar: “De que eu tenho que me arrepender?”. Precisamos todos deixar Cristo trabalhar em nossas mentes, dar-nos o discernimento, o sentimento de confissão e arrependimento para que as fortalezas do entendimento sejam levadas cativas aos pés do Senhor. O libertador é Jesus. Libertação é a graça de Deus operando na vida, é o processo em que o Espírito Santo vai transformando e reconstruindo. Há atos pontuais da intervenção divina, mas o processo continua à medida que vamos vivendo e novas experiências vão acontecendo. E é maravilhoso pensar que estamos debaixo da graça de um Deus que zela por nós, opera em nós e através de nós. Ocultismo É uma prática muito difundida. A umbanda tem rituais chocantes e agressivos, com sacrifícios de animais, banhos de sangue, rituais macabros que causam repulsa e nojo, cerimônias verdadeiramente diabólicas, que nada têm a ver com a vida cristã. Uma pessoa que teve tais envolvimentos não poderá caminhar livremente pela vida sem um processo de limpeza, de transformação, um quebrar desses vínculos, uma libertação espiritual. Nesse processo de orientação, de evangelização, precisamos saber quais as crenças, quais os envolvimentos que existem e, então, ministrar Jesus, o único que liberta. Espiritismo kardecista Muito cuidado também com a aparente inocência, que diz tratar somente com espíritos evoluídos. É a chamada mesa branca, cujos adeptos não fazem o mal, somente o bem, praticam ação social, leem o Evangelho, até falam de Jesus. São fortalezas do entendimento, obras satânicas que confundem muita gente porque se apresentam com sutilezas enganadoras. Há ainda que considerar os antecedentes familiares. Nem sempre a pessoa com quem tratamos tem envolvimento direto com tais práticas, mas alguém da família pode ter e é possível haver influência que precisa de libertação. Maçonaria e Rosacruz Algumas pessoas veem esses grupos como sociedades civis de finalidade filantrópica. Na realidade, há aí um substrato de filosofias religiosas, um misto de crenças, na prática, um sincretismo religioso, apesar de afirmarem que não se trata de religião. Ambos são fundamentados numa ritualística simbólica, muito próxima do esoterismo e, portanto, estranha à pratica do cristianismo. Barreiras mentais Outra situação muito comum é a respeito de falsas crenças. Algumas pessoas têm dificuldade em crer que Jesus é o Salvador, único e suficiente. Não se trata de bloqueio emocional, mas de um bloqueio espiritual, que a Bíblia chama de “fortalezas do entendimento”: 4As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. 5Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo. (BÍBLIA, N. T. 2 Coríntios 10:4-5). As fortalezas do entendimento, do pensamento, do orgulho, de outras situações que aprisionam a alma são bloqueios que precisam ser libertos. Certos comportamentos são também fortalezas da mente: a pessoa que acredita ser homossexual, prostituta ou travesti porque esse é seu destino; nada pode mudar; não consegue entender o processo de regeneração e o poder transformador do Evangelho. São falsas crenças sobre si mesmos, fortalezas que precisam ser quebradas, também fazem parte do processo de libertação. Conclusão Por que o mundo de hoje que apregoa ideias liberais, com tanto avanço científico e tecnológico está cada vez mais mergulhado na depressão, na opressão, nos conflitos emocionais e sociais? Por que os avanços da pós-modernidade não dão conta de restaurar no homem a dignidade de ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus? A resposta a esses questionamentos não é simples. Mas uma verdade não pode ser ignorada: o homem moderno precisa de libertação, no seu sentido mais amplo e abrangente. A começar pela libertação do pecado. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (BÍBLIA, N. T. João 8:32). Aqui está o princípio de tudo, o início de um processo que há de se desenvolver ao longo da existência, pois sempre haverá coisas de que precisamos nos libertar para que a vida abundante flua em nós, num viver vitorioso em Cristo. O verdadeiro cristão precisa tomar, cada vez, mais consciência de que ele é um instrumento que Deus quer e há de usar na evangelização e libertação dos cativos. Que o Espírito Santo use, pois, cada filho de Deus para ajudar a transformar esse mundo de trevas em um mundo de paz. E que este guia de estudo, apesar de não esgotar o assunto, seja útil no preparo daqueles que desejam entrar nessa batalha como veículo de libertação dos cansados e oprimidos. [1] Teólogo, fundador do Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP) Página de créditos Sumário Apresentação Possessão demoníaca e libertação 1. Conheça o inimigo 2. Possessão demoníaca 3. Opressão 4. Tentação 5. Armas do inimigo 6. Ministério de libertação 7. Manifestações satânicas no culto 8. Nossa energia: jejum e oração 9. Dicas práticas para o enfrentamento 10. Dúvidas e outras questões de interesse Conclusão