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Benefícios do Regime Previdenciário

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 DIREITO PREVIDENCIÁRIO
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL	7
2.1	BENEFÍCIOS DEVIDOS AOS SEGURADOS	7
2.1.1	APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE (ANTIGA INVALIDEZ)	7
2.1.2	APOSENTADORIA PROGRAMADA	18
2.1.3	APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO	28
(Regras básicas da extinta aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima)	28
2.1.4	APOSENTADORIA ESPECIAL	33
2.1.5	AUXÍLIO-DOENÇA (AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA)	48
2.1.6	AUXÍLIO-ACIDENTE	58
2.1.7	SALÁRIO-FAMÍLIA	62
2.1.8	SALÁRIO-MATERNIDADE	65
2.2	BENEFÍCIOS DEVIDOS AOS DEPENDENTES	71
2.2.1	PENSÃO POR MORTE	71
2.2.2	AUXÍLIO-RECLUSÃO	81
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	87
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	87
ATUALIZADO EM 18/02/2023[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
Capítulo 4 – Benefícios Previdenciários
	INTRODUÇÃO
Estudaremos agora as prestações previdenciárias, formadas pelos benefícios (obrigações de pagar quantia certa) e pelos serviços (obrigações de fazer) do RGPS devidos aos segurados e aos seus dependentes.
Este tema sofreu importante alteração após a #REFORMADAPREVIDÊNCIA (EC 103/2019), em especial com a extinção da aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima e a criação da APOSENTADORIA PROGRAMADA, que reúne os requisitos idade e tempo de contribuição.
Observe que vários benefícios previstos na Lei 8.213/91 foram extintos ao longo do tempo, como o auxílio-natalidade, o auxílio-funeral, o pecúlio, do abono de permanência em serviço e as aposentadorias especiais do jornalista profissional, do jogador de futebol profissional, do telefonista, do juiz classista e do aeronauta[footnoteRef:2]. [2: CAIU NO CONCURSO DO CESPE PARA PROCURADOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DA BAHIA EM 2010, FOI CONSIDERADO ERRADO O SEGUINTE ENUNCIADO: Se um empregado de uma fábrica tivesse cumprido todos os requisitos para a aposentadoria por tempo de contribuição em setembro de 2009, ele teria direito ao abono de permanência em serviço a contar da data do requerimento. ] 
Com relação aos segurados, estão em vigor nove benefícios previdenciários:
	BENEFÍCIOS PARA OS SEGURADOS
	Aposentadoria por idade e tempo de contribuição (programada)
	Aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadora por invalidez)
	Aposentadoria especial
	Aposentadoria da LC 142/2013 (pessoas com deficiência, leve, média ou grave)
	Aposentadoria por idade do trabalhador rural, garimpeiro e pescador artesanal
	Auxílio-doença (auxílio por incapacidade temporária)
	Salário-família
	Salário-maternidade
	Auxílio-acidente
Já para os dependentes dos segurados são previstos apenas dois benefícios:
	BENEFÍCIOS DOS DEPENDENTES
	Pensão por morte
	Auxílio-reclusão
Vale ressaltar que, como visto, conquanto se trate de tema polêmico, entende-se que o seguro-desemprego não é um benefício previdenciário, devendo ser enquadrado como benefício assistencial, tendo em conta inexistir contribuição direta de seus beneficiários[footnoteRef:3]. [3: CAIU NO CONCURSO DO CESPE PARA JUIZ FEDERAL DA 5ª REGIÃO EM 2006, FOI CONSIDERADO ERRADO O SEGUINTE ENUNCIADO: Marcelo trabalha para a pessoa jurídica Alfa, exercendo o cargo de auxiliar administrativo. Em 10/2/2006, Marcelo teve seu contrato individual de trabalho com a empresa Alfa rescindido. Nessa situação, por sua condição de segurado obrigatório da previdência social, Marcelo terá direito ao benefício previdenciário denominado seguro desemprego. ] 
Ademais, existem benefícios pagos no RGPS previstos em normas especiais (benefícios especiais), a exemplo da aposentadoria do ex-combatente da 2a Guerra Mundial, da aposentadoria ou pensão excepcional do anistiado político, da pensão especial vitalícia para as vítimas da Talidomida, da pensão mensal vitalícia dos seringueiros, da pensão mensal das vítimas da hemodiálise de Caruaru, da pensão mensal das vítimas da Hanseníase, bem como da recente pensão especial destinada a crianças com microcefalia decorrente do Zika Vírus, que serão vistos em seguida. 
No que tange aos serviços previdenciários, são listados apenas dois, que poderão ser prestados tanto aos segurados quanto aos seus dependentes:
	SERVIÇOS DOS SEGURADOS E DOS DEPENDENTES
	Serviço social
	Reabilitação profissional
#LEISECA
Art. 25, RPS. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, expressas em benefícios e serviços:
I - quanto ao segurado:
a) aposentadoria por incapacidade permanente; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
b) aposentadoria programada; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
c) aposentadoria por idade do trabalhador rural; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
d) aposentadoria especial;
e) auxílio por incapacidade temporária; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
f) salário-família;
g) salário-maternidade; e
h) auxílio-acidente;
II - quanto ao dependente:
a) pensão por morte; e
b) auxílio-reclusão; e
III - quanto ao segurado e dependente: reabilitação profissional.
Como dito, a aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima foi extinta pela EC 103/2019, sendo respeitados o direito adquirido formado até 13/11/2019 e as regras de transição previstas nos arts. 15, 16 17 e 20 do texto da referida Emenda Constitucional. Foi substituída pela aposentadoria programada, que exige idade mínima, tempo de contribuição e período de carência e subdivide-se em comum e do professor do ensino básico, como será visto detalhadamente adiante. 
Observe que a aposentadoria do trabalhador rural e a aposentadoria especial também são aposentadorias programadas, já que não decorrem de infortúnio, mas foram preservadas e tratadas em separado. A aposentadoria da pessoa com deficiência, regulada pela LC 142/2013, também foi preservada pela EC 103/2019.
De logo, vale registrar uma novidade: a concessão de aposentadoria espontânea nas estatais[footnoteRef:4] não tinha o condão de extinguir o contrato de trabalho, não prevalecendo a redação do artigo 453, da CLT, conforme entendimento do STF (ADI 1.721-3), pois seria uma hipótese de despedida arbitrária. [4: CAIU NO CONCURSO DO CESPE PARA PROCURADOR DO BACEN EM 2009, FOI CONSIDERADO ERRADO O SEGUINTE ENUNCIADO: A mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. ] 
Ocorre que a EC 103/2019 inseriu no art. 37 da Constituição o §14, nos seguintes termos: “A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição”. 
A concessão de aposentadoria no regime próprio já gerava o rompimento da relação jurídica estatutária, com a vacância do cargo efetivo, e agora a concessão de aposentadoria no RGPS passa a gerar a extinção da relação de trabalho com a Administração Pública, quer celetista ou mesmo estatutária, o que atinge servidores efetivos de municípios que não criaram RPPS. 
Obs.: Tal regra chega a atingir os servidores que apenas ocupem cargo em comissão e que se aposentem pelo RGPS, mas nada impede, neste caso, uma nova nomeação após a exoneração decorrente da concessão da aposentadoria. 
	BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
BENEFÍCIOS DEVIDOS AOS SEGURADOS
APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE (ANTIGA INVALIDEZ)[footnoteRef:5][5: Este benefício passou a se chamar aposentadoria por incapacidade permanente, nos termos da EC 103/2019. ] 
Regulamentação básica: artigos 42 a 47 da Lei 8.213/91; artigo 43 a 50 do RPS (Decreto 3.048/99).
Beneficiários. Todos os segurados que ostentem essa qualidade no momento da incapacidade.
Carência[footnoteRef:6]. Em regra, será de 12 contribuições mensais, excepcionalmente dispensada nas hipóteses de acidente de qualquer natureza, doença profissional, do trabalho ou das moléstias graves listadas em ato regulamentar (desde que acometido após a filiação, salvo se houver progressão ou agravamento posterior à filiação que resulte em incapacidade superveniente – Súmula 53 da TNU). [6: CAIU NO CONCURSO DO CESPE PARA PROCURADOR DO BACEN EM 2009, FOI CONSIDERADO ERRADO O SEGUINTE ENUNCIADO: A aposentadoria por invalidez é benefício de pagamento continuado, de risco imprevisível, razão pela qual, conforme a legislação, não se exige período de carência para concedê-la. ] 
#DEOLHONASÚMULA Súmula 53 da TNU: Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez quando a incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso do segurado no Regime Geral de Previdência Social.
Insta lembrar que para o segurado especial a carência será integralizada com a comprovação do exercício da atividade campesina ou pesqueira artesanal para fins de subsistência, sem a utilização de empregados permanentes, no período imediatamente anterior ao infortúnio que o tornou inválido.
Há previsão de concessão da aposentadoria por incapacidade permanente a todas as classes de segurados do RGPS, uma vez realizados os requisitos legais.
Cuida-se de benefício devido ao segurado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, enquanto permanecer nesta condição. 
Requisitos da incapacidade. Em regra, para a concessão deste benefício, será imprescindível que o segurado esteja incapacitado de maneira total e permanente para o exercício do trabalho, bem como não haja possibilidade plausível de ser reabilitado para outra atividade laborativa, compatível com as suas restrições físicas ou psíquicas decorrentes do acidente ou enfermidade.
Essa análise normalmente é bastante difícil e casuística. Além das condições clínicas do segurado, será preciso analisar a sua idade e condições sociais, pois em alguns casos a baixa escolaridade e a idade avançada tornam inviável a reabilitação profissional, sendo necessário se conceder a aposentadoria por invalidez ao segurado.
Segundo a jurisprudência do STJ e TNU, a análise da incapacidade total pode levar em consideração o contexto pessoal e socioeconômico do segurado desde que reconhecida, pelo menos, a incapacidade parcial.
#DEOLHONAJURIS: "Segundo a jurisprudência deste Colegiado, é possível a verificação do contexto socioeconômico do segurado com a finalidade de concessão da aposentadoria por invalidez sem ofensa à norma do art. 42 da Lei de Benefícios" (passagem do julgamento do AgRg no Ag 1270388, de 24/04/2010).
(Atualizado em 28/06/2020) #STF É constitucional a previsão legal de presunção de vínculo entre a incapacidade do segurado e suas atividades profissionais quando constatada pela Previdência Social a presença do nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, podendo ser elidida pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social se demonstrada a inexistência. STF. Plenário. ADI 3931, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 20/04/2020 (Info 977)
(Atualizado em 14/11/2020) #STJ É possível receber o benefício por incapacidade, concedido judicialmente, mesmo que o período coincida com àquele em que o segurado estava trabalhando e aguardava o deferimento do benefício. Caso concreto: o segurado teve indeferido pelo INSS benefício por incapacidade (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez) na via administrativa. Para conseguir se sustentar, teve que trabalhar após o indeferimento e entrou com ação judicial para a concessão do benefício. O pedido foi julgado procedente para conceder o benefício desde o requerimento administrativo, o que acabou por abranger o período em que o segurado trabalhou. O INSS alegava que o benefício por incapacidade concedido judicialmente não poderia ser pago no período em que o segurado estava trabalhando. Isso porque o benefício por incapacidade não pode ser cumulado com salário. O STJ não concordou com a tese da autarquia. O segurado foi obrigado a trabalhar, mesmo estando incapacitado, por culpa do INSS, que indeferiu o benefício indevidamente. Esse trabalho realizado para o sustento, mesmo diante de uma situação de incapacidade é chamado de “sobre-esforço”. Tese fixada pelo STJ: No período entre o indeferimento administrativo e a efetiva implantação de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez, mediante decisão judicial, o segurado do RPGS tem direito ao recebimento conjunto das rendas do trabalho exercido, ainda que incompatível com sua incapacidade laboral, e do respectivo benefício previdenciário pago retroativamente. STJ. 1ª Seção. REsp 1.788.700-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/06/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1013) (Info 675).
*(Atualizado em 17/02/2023): É inconstitucional — por ofensa aos princípios da proporcionalidade e da dignidade da pessoa humana — norma que prevê o pagamento da aposentadoria por invalidez decorrente de doença mental somente ao curador do segurado, condicionado à apresentação do termo de curatela, ainda que provisório.
Tese fixada: "A enfermidade ou doença mental, ainda que tenha sido estabelecida a curatela, não configura, por si, elemento suficiente para determinar que a pessoa com deficiência não tenha discernimento para os atos da vida civil." RE 918.315. /DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 16.12.2022 (sexta-feira), às 23:59 (Info 1080 - STF) (Tema 1.096 - Repercussão Geral)
#DEOLHONASÚMULA #TNU:
Súmula 47 TNU: Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria por invalidez.
Súmula 72 TNU: “É possível o recebimento de benefício por incapacidade durante período em que houve exercício de atividade remunerada quando comprovado que o segurado estava incapaz para as atividades habituais na época em que trabalhou”.
Súmula 77 TNU: O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual.
Súmula 78 TNU: Comprovado que o requerente de benefício é portador do vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatização social da doença.
No caso de portador de doença com estigma social a incapacidade será analisada em sentido amplo. A TNU vem afastando a aplicação da Súmula 77, nesta hipótese, pois é possível que a doença não gere incapacidade laboral do ponto de vista clínico, mas o mercado de trabalho se feche em discriminação aos segurados. Este entendimento vem sendo aplicado a doenças como a AIDS, a hanseníase, a obesidade mórbida, o vício às drogas (lícitas e ilícitas) e as doenças graves de pele.
	
Aferição da incapacidade e revisão administrativa. Dependerá de apreciação da perícia médica do INSS, sendo o segurado obrigado a se submeter a exames médicos periódicos, reabilitação profissional e tratamento dispensado gratuitamente, com exceção de cirurgia e transfusão de sangue, que são facultativas (art. 101). 
Estão isentos desta avaliação, quando não tenham retornado à atividade, o aposentado por incapacidade permanente após completarem 60 anos de idade ou após completar 55 anos ou mais de idade e quando decorridos quinze anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a precedeu.
NOVIDADE! Coube à Lei 13.847/2019 isentar de perícia médica de revisão o aposentado por incapacidade permanente com HIV/aids, desde quenão haja o retorno ao labor remunerado, independentemente de sua idade.
#IMPORTANTE!!!
Vale ressaltar que, em regra, a aposentadoria por invalidez não é definitiva, devendo cessar a qualquer tempo caso o segurado recupere a sua capacidade laborativa, a exemplo de cura após tratamento cirúrgico a que se submeteu espontaneamente.
Art. 43, §4º, Lei 8.213/91. O segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente, observado o disposto no art. 101 desta Lei.
§ 5º A pessoa com HIV/aids é dispensada da avaliação referida no § 4º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.847, de 2019)
Exceções à regra que impõe os exames periódicos:
Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e o pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. 
§ 1º O aposentado por invalidez e o pensionista inválido que não tenham retornado à atividade estarão isentos do exame de que trata o caput deste artigo:
I - após completarem cinquenta e cinco anos ou mais de idade e quando decorridos quinze anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a precedeu; ou
II - após completarem sessenta anos de idade. 
Exceções da exceção:
§ 2º A isenção de que trata o § 1º não se aplica quando o exame tem as seguintes finalidades:
I - verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do benefício, conforme dispõe o art. 45;
II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do aposentado ou pensionista que se julgar apto;
III - subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela, conforme dispõe o art. 110.
Entende-se que mesmo que a concessão da aposentadoria por invalidez seja judicial, poderá a Previdência Social revê-la na via administrativa, caso se constate a recuperação da capacidade laboral por perícia médica, pois a decisão judicial está sujeita à cláusula rebus sic stantibus (enquanto as coisas estão assim).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ:
No entanto, existem precedentes do STJ que exigem autorização judicial: "PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONCESSÃO POR ATO JUDICIAL. CANCELAMENTO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE AÇÃO JUDICIAL PARA REVISÃO DE BENEFÍCIO CONCEDIDO JUDICIALMENTE. ANÁLISE DE VIOLAÇÃO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO STF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Deferida a aposentadoria por invalidez judicialmente, pode a autarquia previdenciária rever a concessão do benefício, uma vez tratar-se de relação jurídica continuativa, desde que por meio de ação judicial, nos termos do art. 471, inciso 1, do Código de Processo Civil, e em respeito ao princípio do paralelismo das formas. (REsp 1201503/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, Data do Julgamento 19/11/2012, DJe 26/11/2012)". AgRg no REsp 1267699 de 16/05/2013.
RMI. Outro ponto alterado pela reforma da previdência foi a renda mensal deste benefício, tendo em vista que o art. 44 da Lei 8.213/91 não foi recebido pela EC 103/2019. Antes da alteração, a renda mensal correspondia a 100% do salário de benefício. Hoje, de acordo com o art. 26 da EC 103/2019, o valor do benefício corresponderá, para os homens, a 60% da média aritmética de 100% das remunerações/salários de contribuição, com acréscimo de 2% para cada ano que ultrapassar os 20 anos de contribuição. Para as mulheres, o §5º do mesmo dispositivo prevê a progressão a contar de 15 anos de contribuição, sendo o acréscimo de 2% somado para cada ano que ultrapassar os 15 anos. 
Não houve limitação à 100%, de modo que poderá fazer jus a uma aposentadoria por incapacidade permanente que ultrapasse a 100% da média dos salários de contribuição, a depender do tempo de contribuição acumulado. Dessa forma, o coeficiente mínimo será de 60% e o máximo não está limitado pela legislação constitucional transitória. 
#ATENÇÃO! Para este benefício, não poderão ser excluídas da média as contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, regra que se limita às aposentadorias programadas (art. 26, §6º, da EC 103/2019; art. 37 da Portaria INSS 450/2020 e art. 32, §24, RPS). 
#MAISATENÇÃO! Se decorrente de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho, os proventos serão integrais, correspondendo a 100% da média de todos os salários de contribuição. 
#LEISECA 
Art. 44, RPS. A aposentadoria por incapacidade permanente será devida a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio por incapacidade temporária, ressalvado o disposto no § 1º, e consistirá em renda mensal decorrente da aplicação dos seguintes percentuais incidentes sobre o salário de benefício, definido na forma do disposto no art. 32: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
I - sessenta por cento, com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de vinte anos de contribuição, para os homens, ou quinze anos de contribuição, para as mulheres; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
II - cem por cento, quando a aposentadoria decorrer de: (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
a) acidente de trabalho; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
b) doença profissional; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
c) doença do trabalho. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Não confundir! A EC 103/2019 não alterou a renda do auxílio-doença, que, como será visto adiante, continua sendo de 91% do salário de benefício, limitado à média dos 12 últimos salários de contribuição. Sobre o assunto, Frederico Amado observa que, “dessa forma, será comum ver a renda do auxílio-doença superior à renda da aposentadoria por incapacidade permanente dos segurados que não possuírem largo tempo de contribuição, o que é um contrassenso, até que haja uma possível alteração na Lei 8.213/91”[footnoteRef:7]. [7: AMADO, Frederico, Curso de direito e processo previdenciário. Salvador: Juspodivum, 2020, p. 673.] 
Data de início do benefício (DIB):
(I) Requerida em até 30 dias, será devida desde a incapacidade (salvo empregado);
(II) Requerida após esse prazo, desde a data do requerimento;
(III) No caso do segurado empregado, após o 16º dia da incapacidade (nos primeiros quinzes dias o empregador que arcará com o pagamento do salário). Excepcionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passar mais de 30 dias, a DIB será a data do requerimento;
(IV) Em caso de concessão judicial: o STJ, atualmente, entende que a DIB será a data da citação, não mais a data da juntada do laudo pericial judicial, quando não for possível retroagir ao requerimento administrativo. 
#DEOLHONASÚMULA #SÚMULANOVA #STJ #MUITAATENÇÃO: 
Súmula 576-STJ: Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida judicialmente será́ a data da citação válida. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/06/2016, DJe 27/06/2016.
Segundo o STJ, a citação válida informa a parte ré sobre a existência do litígio, constitui em mora o INSS e deve ser considerada como termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando ausente a prévia postulação administrativa.
Como conciliar a Súmula 576 do STJ com a decisão do STF que impõe o prévio requerimento administrativo (RE 631240/MG)?
Se formos analisar os precedentes que deram origem à Súmula 576-STJ, iremos perceber que eles envolvem processos judiciais iniciados antes da decisão do STF no RE 631240/MG, ou seja, na época em que a jurisprudência majoritária não exigiao prévio requerimento administrativo para que o segurado pudesse ingressar com a ação. Portanto, os debates que envolveram a Súmula 576-STJ ocorreram em processos surgidos em dado momento histórico em que o segurado ainda podia escolher se primeiro iria tentar requerer o benefício na via administrativa ou se já queria propor diretamente a ação judicial pleiteando a aposentadoria por invalidez. Assim, a Súmula 576-STJ surgiu principalmente para dirimir estes processos.
Situações em que incide a Súmula 576-STJ.
Desse modo, o que podemos concluir é que a Súmula 576 do STJ se aplica em duas situações:
1a) Para os processos antigos, isto é, anteriores à decisão do STF no RE 631240/MG e que tramitam na Justiça mesmo sem que tenha havido prévio requerimento administrativo;
2a) Para os casos excepcionais reconhecidos pela jurisprudência em que o prévio requerimento administrativo é dispensado. Ex1: Quando o entendimento do INSS é notório e reiteradamente contrário ao pedido do segurado. Ex2: Quando o autor comprova que o INSS se recusou a receber o requerimento administrativo apresentado ou se omitiu em dar uma resposta dentro do prazo normativo. Ex3: Quando na localidade onde o segurado reside não existe agência do INSS.
Percebe-se, portanto, que os casos em que a Súmula 576-STJ irá ser aplicada são muito restritos, o que nos faz refletir se havia realmente necessidade de se editar um enunciado para tratar sobre o tema.
Auxílio-acompanhante ou grande invalidez[footnoteRef:8] (art. 45 da Lei n.º 8.213/1991). É possível um acréscimo de 25% sobre a RMI da aposentadoria por incapacidade permanente, que pode extrapolar o teto de pagamento dos benefícios do RGPS, ou seja, chegar a 125% do salário de benefício, se o segurado necessitar da assistência permanente de outra pessoa. Será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado e cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão. [8: CAIU NO CONCURSO DO CESPE PARA JUIZ FEDERAL DA 5A REGIÃO EM 2009, FOI CONSIDERADO ERRADO O SEGUINTE ENUNCIADO: O valor da aposentadoria por invalidez de segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de valor específico pago em parcela fixa, que não será recalculada quando o benefício que lhe deu origem for reajustado. Outrossim, CAIU NO CONCURSO PARA JUIZ FEDERAL DA 2A REGIÃO EM 2009, O CESPE CONSIDEROU ERRADO O SEGUINTE ENUNCIADO: Nos casos de aposentadoria por invalidez em que o segurado necessite de assistência permanente de outra pessoa, o valor do benefício previdenciário não pode ser superior ao limite máximo do salário-de- -contribuição na data inicial do benefício. ] 
Esse acréscimo deverá ser pago desde a DIB, caso o aposentado por incapacidade permanente já necessite do auxílio permanente de outra pessoa naquele momento ou, sendo superveniente, a partir da data de entrada do requerimento administrativo, não gerando efeitos financeiros antes da provocação administrativa.
As situações em que o aposentado terá direito a essa majoração estão relacionadas no Anexo I do RPS quais sejam: 1 - Cegueira total; 2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores; 4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível; 5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível; 6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível; 7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social; 8 - Doença que exija permanência contínua no leito; 9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária.
Diversas são as situações que podem levar o aposentado a necessitar de assistência permanente, o que pode ser comprovado por meio de perícia médica. Portanto, essa relação pode ser considerada como exemplificativa. Constatado por ocasião da perícia médica que o segurado faz jus à aposentadoria por invalidez, deverá o perito, de imediato, verificar se existe a necessidade da assistência permanente de outra pessoa, fixando-se, se for o caso, o início do pagamento na data do início da aposentadoria por invalidez. 
Trata-se de situação em que o INSS deve conhecer de ofício do direito, independentemente de requerimento. Caso não seja concedido de imediato, ou deferida por via judicial, deve retroagir à data de início da aposentadoria por invalidez, portanto – já que não há prazo para o requerimento do acréscimo – obedecida, quando for o caso, a prescrição.
Enunciado 201, FONAJEF - Na hipótese de aposentadoria por invalidez, é possível a concessão de ofício do adicional de 25%, no caso de necessidade de assistência permanente de terceiro (Aprovado em 2018).
	Inexiste previsão legal de concessão do acréscimo de 25% a outras aposentadorias (por idade, especial e por tempo de contribuição), mesmo que o aposentado em algum momento passe a necessitar da assistência permanente de outra pessoa. 
	Diante disso, inicialmente, o STJ rejeitava esta extensão, mas o entendimento foi modificado em sede de recurso repetitivo. Tema 988: Comprovadas a invalidez e a necessidade de assistência permanente de terceiro, é devido o acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento), previsto no art. 45 da Lei n. 8.213/91, a todos os aposentados pelo RGPS, independentemente da modalidade de aposentadoria (julgado em 22/08/2018). 
	#ATENÇÃO: Esse antigo entendimento do STJ está superado por decisão do STF (Tema 1095 em repercussão geral) não devendo mais ser adotado.
(Atualizado em 19/05/2022) O STF, apreciando o Tema 1095 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para declarar a impossibilidade de concessão e extensão do “auxílio-acompanhante” para todas as espécies de aposentadoria. De acordo com a Corte Suprema, “no âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar ou ampliar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão de extensão do auxílio da grande invalidez a todas as espécies de aposentadoria”. STF. Plenário. RE 1221446/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1095) (Info 1022).
#AJUDAMARCINHO: Se a pessoa foi aposentada por tempo de contribuição e, algum tempo depois, torna-se inválida, precisando do auxílio permanente de terceiros, ela poderá requerer, por analogia, o mencionado adicional? Ex.: Pedro aposentou-se por tempo de serviço/contribuição em 2012. Ficou em casa aposentado, sem trabalhar de forma remunerada. Em 2015, durante um passeio de carro, sofre acidente e perde as duas pernas; ele poderá requerer o aumento de 25% do valor recebido a título de aposentadoria, aplicando-se o art. 45 por analogia? NÃO.
Não é possível a extensão do auxílio contido no art. 45 da Lei nº 8.213/91, também chamado de auxílio de grande invalidez ou auxílio-acompanhante, para todos os segurados aposentados que necessitem de ajuda permanente para o desempenho de atividades básicas da vida diária.
A Lei nº 8.213/91 trata sobre os benefícios do regime geral da previdência social. A Lei nº 8.742/93, por sua vez, dispõe sobre o benefício assistencial. Em nenhuma das duas há previsão do chamado auxílio de grande invalidez para outras espécies de aposentadoria que não seja a decorrente de invalidez.
Assim, sem lei garantindo esse direito, não é possível estendê-lo para outras espécies de benefício. Essa extensão violaria os princípios da legalidade/reserva legal, da distributividade e da regra da contrapartida.
Regra da contrapartida:
A regra de contrapartida, prevista no § 5º do art. 195 da CF/88, afirma que é necessária prévia fonte de custeio para a criação ou a extensão de benefícios:
CF, Art. 195, §5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
Essa regra tem por objetivo garantir o equilíbrio financeiro do sistema previdenciário, sendo uma das características que diferenciam a previdência dos outros segmentos da seguridade social– saúde e assistência social.
Assim, não obstante o louvável intuito de proteção às pessoas que precisam da ajuda permanente de terceiros, a extensão do “auxílio-acompanhante” para além da hipótese prevista em lei, ainda que sob à luz dos princípios da dignidade da pessoa humana e da isonomia, não encontra eco na jurisprudência do STF.
Com efeito, a Corte Constitucional não tem legitimidade para suprir ou suplantar a atuação legislativa na seara da proteção aos riscos previdenciários.
Princípio da distributividade:
O regime previdenciário brasileiro é regido pelo princípio da distributividade, o qual remete ao legislador ordinário a escolha dos riscos sociais e dos segurados que serão atendidos por determinado benefício. Sendo assim, a criação ou extensão dos benefícios previdenciários é uma opção política a ser exercida pelo legislador, em momento e lugar adequados para a reflexão e análise sobre a questão.
As razões que inspiraram a edição da súmula vinculante 37 podem ser aplicadas, mutatis mutandis, à solução da controvérsia analisada:
Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.
Adicional da grande invalidez não tem caráter assistencial:
Não prospera o argumento de que o adicional da grande invalidez teria natureza assistencial e que, por isso, poderia ser concedido às demais espécies de aposentadoria.
Primeiro, porque para o deferimento dos benefícios assistenciais deve-se observar os requisitos legais.
Segundo, porque seu caráter supostamente assistencial não afasta a exigência de previsão legal.
Em suma:
O Plenário, por maioria, apreciando o Tema 1095 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para:
a) declarar a impossibilidade de concessão e extensão do “auxílio-acompanhante” para todas as espécies de aposentadoria;
b) modular os efeitos da tese de repercussão geral, de forma a se preservarem os direitos dos segurados cujo reconhecimento judicial tenha se dado por decisão transitada em julgado até a data deste julgamento;
c) declarar a irrepetibilidade dos valores alimentares recebidos de boa-fé por força de decisão judicial ou administrativa até a proclamação do resultado deste julgamento.
O STF fixou a seguinte tese:
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar ou ampliar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão de extensão do auxílio da grande invalidez a todas as espécies de aposentadoria.
STF. Plenário. RE 1221446/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1095) (Info 1022)
Aposentadoria por invalidez e mandato eletivo. Frederico Amado entende que o exercício de mandato eletivo deve gerar o cancelamento da aposentadoria por incapacidade permanente, pois se trata de exercício de atividade laboral remunerada. Isso porque as atividades políticas exigem uma capacidade de trabalho bastante similar a uma série de profissões.
Ressalta que, ao menos, em situações extremas, durante o exercício do mandato eletivo deveria ser suspenso o pagamento do benefício, sob pena de se consumar uma anomalia jurídica, pois haveria o recolhimento de contribuições previdenciárias como segurado obrigatório empregado e, ao mesmo tempo, o pagamento da aposentadoria por incapacidade permanente.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ:
No âmbito do STJ o tema é polêmico: 
"PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CUMULAÇÃO COM SUBSÍDIO DECORRENTE DO EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO. POSSIBILIDADE. 1 . É possível a percepção conjunta do subsídio decorrente do exercício de mandato eletivo (vereador), por tempo determinado, com o provento de aposentadoria por invalidez, por se tratarem de vínculos de natureza diversa, uma vez que a incapacidade para o trabalho não significa, necessariamente, invalidez para os atos da vida política" (1ª Turma, REsp 1377728, de 18/06/2013). 
"PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CANCELAMENTO. RETORNO DO SEGURADO AO TRABALHO. EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO (PREFEITO). 1. De acordo com o art. 46 da Lei 8.213/91, o retorno do segurado ao trabalho é causa de cessação da aposentadoria por invalidez, devendo ser respeitado, entretanto, o devido processo legal, com a garantia da ampla defesa e do contraditório. 2. Na hipótese de o segurado voltar ao trabalho para desempenhar atividade diversa da que exercia, a aposentadoria será gradualmente mantida, até o cancelamento definitivo, nos termos descritos no inciso li do art. 47 da Lei 8.213/91. 3. A aposentadoria por invalidez é uma garantia de amparo ao Trabalhador Segurado da Previdência Social que, em virtude de incapacidade laborativa total e definitiva, não possa prover suas necessidades vitais básicas. No caso, não mais subsistem as causas que ampararam a concessão do benefício, já que o recorrente possui condições de manter sua subsistência por meio de atividade remunerada, exercendo, inclusive, o cargo de Prefeito Municipal. 4. Recurso Especial do particular improvido" (5ª Turma, REsp 966736, de 23/08/2007).
	Cessação do benefício: a cessação do benefício pode se dar imediatamente, quando o segurado retorna voluntariamente às suas atividades (art. 46), ou gradualmente, nos termos do art. 47 da LBPS. 
Isso porque a concessão deste benefício pressupõe a incapacidade laborativa total e permanente para o exercício do trabalho. Se há exercício de atividade laboral pelo segurado, significa que a manutenção da aposentadoria por invalidez é indevida.
O procedimento previsto no art. 47, em que há uma cessação progressiva, é chamado pela doutrina de MENSALIDADES DE RECUPERAÇÃO, uma vez que há o pagamento de um “prêmio” pelo esforço do segurado, que ainda receberá algumas parcelas do benefício por alguns meses, período que serve para que ele se prepare para o retorno às atividades laborativas, já que não subsiste mais a incapacidade. Quanto mais tempo afastado do mercado de trabalho, enquanto recebia a aposentadoria, maior o período das mensalidades de recuperação.
Observe que, no caso de segurado empregado, a cessação do pagamento será imediata, caso ele tenha direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou. 
Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, será observado o seguinte procedimento: 
I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará: a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social; ou b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados;
II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade; b) com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses; c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente.
	QUADRO SINTÉTICO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
	Cabimento
	Segurado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.
	Beneficiários
	Todos os segurados.
	Carência
	12 contribuições mensais (segurado especial: 12 meses de atividade rurícolaou pesqueira em regime de economia familiar para a subsistência), salvo acidente de qualquer natureza, doença profissional ou do trabalho e doenças graves listadas em ato regulamentar.
	Valor
	Até o advento da EC n. 103/2019: 100% do salário de benefício, em todos os casos.
Para os fatos geradores ocorridos após a publicação da EC n. 103/2019:
Aposentadoria por incapacidade permanente (não acidentária): A partir de 60% da média de todos os salários de contribuição.
Aposentadoria por incapacidade permanente quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho: 100% do salário de benefício.
	Outras informações
	A) Não é definitiva, salvo para os maiores de 60 anos de idade, maiores de 55 anos com 15 anos do benefício ou portadores do HIV, se não voltarem a exercer atividade laboral;
B) É possível um acréscimo de 25%, inclusive extrapolando o teto, se o segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa;
C) O segurado é obrigado a se submeter a exames médicos periódicos (a cada 2 anos), salvo regra de isenção, mas não a cirurgia e transfusão de sangue;
D) Será devida desde a incapacidade (salvo empregado), se requerida até 30 dias. Se após, a data de início será a data do requerimento; no caso do segurado empregado, o empregador deve arcar com os salários por quinze dias antes da concessão da aposentadoria.
E) Caso tenha perdido a qualidade de segurado, deverá cumprir metade da carência de 12 meses a partir da nova filiação à Previdência Social – Lei nº 13.846/2019.
APOSENTADORIA PROGRAMADA
Regulamentação básica: Até o advento da EC 103/2019 (Reforma da Previdência) o artigo 201, §7°, da Constituição Federal previa duas aposentadorias distintas (aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria por idade). Após a Reforma da Previdência extinguiu-se a aposentadoria sem idade mínima, vinculando-se idade e tempo de contribuição mínimos. 
#LEISECA 
§7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
	Beneficiários. Há previsão de concessão desta espécie de aposentadoria a todas as classes de segurados do RGPS, uma vez realizados os requisitos legais.
Os contribuintes individuais e segurados facultativos que recolheram contribuições simplificadas com alíquota de 11% ou de 5% sobre o salário mínimo (art. 21, §2º, da Lei 8.212/91) fazem jus à aposentadoria programada por idade, tempo de contribuição e carência, por não haver impedimento normativo e por se tratar da única aposentadoria programada que eles têm acesso após a EC 103/2019.
Trabalhadores rurais. O art. 48, §1º, da Lei 8.213/91 regulamentou a aposentadoria dos trabalhadores rurais nos seguintes termos: “Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinquenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11”.
	
O texto legal referiu-se ao empregado rural, o contribuinte individual rural, o trabalhador avulso rural e o segurado especial, mas não contemplou o produtor rural contribuinte individual, pois não fez referência ao art. 11, V, a, da Lei 8.213/91, ainda que o texto constitucional não tenha feito qualquer restrição. 
#IMPORTANTE! O Congresso Nacional não aceitou as alterações propostas pelo Governo para a aposentadoria voluntária dos trabalhadores rurais, pescadores rurais e garimpeiros. Motivo pelo qual, para estes, não há exigência de tempo de contribuição, mantidas as idades mínimas. 
	Professor do ensino básico (art. 19, EC 103/2019). Os professores do ensino básico submetem-se a regras especiais para a aposentadoria. Também serão beneficiados os professores do ensino infantil, fundamental e médio que estejam exercendo atividades de direção de unidade escolar, coordenação e assessoramento pedagógico (art. 1º, Lei 11.301/2006). Registre-se que o STF excluiu os especialistas em educação, pois não habilitados a ministrar aulas, sendo uma espécie de carreira de apoio ao magistério. É preciso avaliar o caso concreto e as atribuições das funções do cargo.
#DEOLHONAJURIS #STF CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL DOS PROFESSORES (CONSTITUIÇÃO, ART. 40, § 5º). CONTAGEM DE TEMPO EXERCIDO DENTRO DA ESCOLA, MAS FORA DA SALA DE AULA. 1. Revela especial relevância, na forma do art. 102, § 3º, da Constituição, a questão acerca do cômputo do tempo de serviço prestado por professor na escola em funções diversas da docência para fins de concessão da aposentadoria especial prevista no art. 40, § 5º, da Constituição. 2. Reafirma-se a jurisprudência dominante desta Corte nos termos da seguinte tese de repercussão geral: Para a concessão da aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 5º, da Constituição, conta-se o tempo de efetivo exercício, pelo professor, da docência e das atividades de direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento pedagógico, desde que em estabelecimentos de educação infantil ou de ensino fundamental e médio. 3. Repercussão geral da matéria reconhecida, nos termos do art. 1.035 do CPC. Jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL reafirmada, nos termos do art. 323-A do Regimento Interno. (RE 1039644 RG, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 12/10/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-257 DIVULG 10-11-2017 PUBLIC 13-11-2017)
Carência. O dispositivo constitucional não cita período de carência, se referindo apenas a “tempo mínimo de contribuição”. Frederico Amado acredita que as regras de carência de 180 contribuições mensais do art. 25 da Lei 8.213/91 foram recebidas pela EC 103/2019[footnoteRef:9]. [9: AMADO, Frederico, Curso de direito e processo previdenciário. Salvador: Juspodivum, 2020, p. 692.] 
	A carência para os trabalhadores rurais de 180 contribuições mensais[footnoteRef:10], como já visto, mormente para os segurados especiais, será demonstrada pelo exercício da atividade campesina em regime economia familiar para a subsistência, por meio de início de prova material produzido contemporaneamente ao período probando, mesmo que de maneira descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício ou à data do implemento da idade mínima (art. 55, § 3º, da LBPS)[footnoteRef:11]. [10: CAIU NO CONCURSO DO CESPE PARA JUIZ FEDERAL DA 5a REGIÃO EM 2011, FOI CONSIDERADO ERRADO O SEGUINTE ENUNCIADO: Para fins de aposentadoria por idade, é necessário que o trabalhador rural comprove atividade rurícola contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo ou judicial, por período equivalente à metade do prazo de carência legalmente exigido aos demais trabalhadores. ] [11: CAIU NO CONCURSO DO CESPE PARA DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL EM 2007, FOI CONSIDERA- DO ERRADO O SEGUINTE ENUNCIADO: Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício, sendo que, para a comprovação de tempo de serviço rural, é imprescindível documento em nome do próprio interessado.] 
#DEOLHONASSÚMULAS #TNU #TESEFIXADAEMRECURSOREPETITIVO #STJ
Súmula 34, TNU - "Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar". 
Súmula 54, TNU - "Para a concessão de aposentadoria por idade de trabalhador rural, o tempo de exercício de atividade equivalente à carência deve ser aferido no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo ou à data do implemento da idade mínima".
Por outro lado, não se exige que o trabalhador rural tenha documentos correspondentes a todo o período de carência.
Súmula 14, TNU - "Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material, corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício". 
Súmula 6, TNU - "A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola".
Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?
No julgamento do REsp. 348.633/SP, sob o rito do art. 543-C do CPC (recursos repetitivos), a 1ª Seção do STJ em 28/08/2013 reconheceu o tempo de serviço rural mediante apresentação de um início de prova material sem delimitar o documento mais remoto como termo inicial do período a ser computado, contanto que corroborado por testemunhos idôneos. No caso julgado, Arnaldo Esteves Lima, Ministro Relator, concluiu que as provas testemunhais juntadas para complementar o início de prova material, tanto do período anterior ao mais antigo, quanto posterior ao mais recente, eram válidas. Para ele, mesmo que não haja nenhum documento que comprove a atividade rural anterior à certidão de casamento do segurado, ocorrido em 1974, os testemunhos colhidos em juízo sustentam a alegação de que ele trabalha no campo desde 1967. 
Súmula 149, STJ - "A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário". (Resquício do sistema de tarifação da prova).
Súmula 577, STJ – “É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento mais antigo apresentado, desde que amparado em convincente prova testemunhal colhida sob o contraditório”. (DJe 27/06/2016).
Ademais, a jurisprudência do STJ vem admitindo documentos em nome de terceiros para a comprovação da carência para a concessão da aposentadoria por idade do segurado especial: "É sedimentado o entendimento das Turmas que integram a Egrégia Terceira Seção no sentido de que as atividades desenvolvidas em regime de economia familiar, podem ser comprovadas através de documentos em nome do pai de família, que conta com a colaboração efetiva da esposa e filhos no trabalho rural." (REsp 386.538/RS, Quinta Turma, DJ de 07/04/2003).
No caso do segurado especial trabalhador rural, observe, ainda, que o exercício de curtos períodos de trabalho urbano intercalados com o serviço campesino não irá descaracterizar a sua condição, especialmente porque a Lei 11.718/2008 passou a permitir literalmente que durante a entressafra o segurado especial possa trabalhar em outra atividade por até 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, sem perder a sua filiação.
#MAISUMASÚMULA #TNU Súmula 46, TNU - “O exercício de atividade urbana intercalada não impede a concessão de benefício previdenciário de trabalhador rural, condição que deve ser analisada no caso concreto”.
Considera-se início de prova material, para fins de comprovação da atividade rural, documentos que contêm a profissão ou qualquer outro dado que evidencie o exercício da atividade rurícola e seja contemporâneo ao fato nele declarado.
Na prática previdenciária, o mais comum é a certidão de casamento em que conste a profissão de lavrador; atestado de frequência escolar em que conste a profissão e o endereço rural; declaração do Tribunal Regional Eleitoral; declaração de ITR; contrato de comodato; notas fiscais de compra de insumos agrícolas; carta de concessão de benefício para trabalhador rural concedido a outro membro da família (Enunciado 188, FONAJEF) etc.
A declaração sindical de atividade rural homologada pelo INSS era utilizada para a comprovação da condição de rurícola, conforme art. 106, III, Lei 8.213/91, revogado pela Lei 13.846/2019, que dá redação ao inciso IV da seguinte forma: “Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua”. 
Para Frederico Amado, o objetivo normativo foi retirar a atribuição dos sindicatos rurais de declarar a condição de segurado especial, passando a tarefa para a PRONATER[footnoteRef:12]. Trata-se de documento que identifica os beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). [12: Idem, pg. 699.] 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: O segurado que tenha provado o desempenho de serviço rurícola em período anterior à vigência da Lei nº 8.213/91, embora faça jus à expedição de certidão nesse sentido para mera averbação nos seus assentamentos, somente tem direito ao cômputo do aludido tempo rural, no respectivo órgão público empregador, para contagem recíproca no regime estatutário se, com a certidão de tempo de serviço rural, acostar o comprovante de pagamento das respectivas contribuições previdenciárias, na forma da indenização calculada conforme o dispositivo do art. 96, IV, da Lei nº 8.213/91. STJ. 1ª Seção. REsp 1.682.678-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 624).
#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O empregado rural, trabalhador da lavoura da cana-de-açúcar, não pode ser enquadrado na categoria profissional de trabalhador da agropecuária constante no item 2.2.1 do Decreto nº 53.831/64 vigente à época da prestação dos serviços. STJ. 1ª Seção. PUIL 452-PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/05/2019 (Info 652).
O INSS também fazia uma entrevista para verificar a condição de rurícola, sendo elemento indispensável à comprovação do exercício da atividade rural e da forma como ela foi exercida, inclusive para confirmação dos dados contidos em declarações sindicais e de autoridades, com vistas ao reconhecimento ou não do direito ao benefício pleiteado, sendo obrigatória a sua realização, independente dos documentos apresentados.
	Requisitos: 
· Regra geral: Para os segurados filiados ao RGPS após a reforma constitucional em comento. 
· Idade mínima: a) Homens: 65 anos; b) Mulheres: 62 anos*;
· Tempo de contribuição: a) Homens: 20 anos; b) Mulheres: 15 anos.
*Note-se que a redução para a idade das mulheres caiu de 5 para 3 anos em relação à idade dos homens. A EC 103, em seus arts. 18 e 19, ao tratar sobre a regra da nova aposentadoria por idade (programada), traz uma norma de transição. Vale destacar que, para o homem, não há regra de transição na idade, ou seja, manteve-se a exigência de 65 anos de idade, mais 15 anos de contribuição; porém, caso se filie após a data da Emenda Constitucional, terá de contribuir para o INSS por 20 anos. Para a mulher, entretanto, a partir de 1º de janeiro de 2020, a idade de 60 anos será acrescida em seis meses a cada ano, até atingir os 62 anos de idade.
· Regra especial 1: Professor do ensino básico:
· Idade mínima: a) Homens: 60 anos; b) Mulheres: 57 anos;
· Tempo de contribuição: 25 anos exclusivo no magistério do ensino básico.
· Regra especial 2: Trabalhadores rurais:
· Idade mínima: a) Homens: 60 anos; b) Mulheres: 55 anos;
· Comprovação da atividade pelo período mínimo de carência. 
#IMPORTANTE! Com o advento da Lei Complementar 142/2013, que veio a regulamentar a aposentadoria especial dos segurados deficientes, estes também passaram a ter direito à redução em 05 anos na idade na concessão da sua aposentadoria por idade, independentemente do grau da sua deficiência, desde que cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período. 
	Tempo decontribuição fictício. O art. 201, §14, da CF, incluído pela EC103/2019 prevê que “é vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca”. Entende-se por tempo fictício aquele considerado em lei como tempo de contribuição para fins de concessão de aposentadoria sem que tenha havido a prestação do serviço ou a correspondente contribuição. 
	Ocorre que o art. 55, II, da Lei 8.213/91 consagra uma ficção de cômputo para o período de gozo de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, mesmo não havendo recolhimento efetivo ou presumido da contribuição previdenciária, se intercalados por recolhimentos, e a EC 103/2019 prevê, em seu art. 25, que será assegurada a contagem do tempo fictício no RGPS até a data de entrada em vigor da emenda constitucional, esquecendo que a EC 20/1998 já havia feito essa vedação. 
	O Decreto 10.410/2020 alterou o RPS e passou a prever, nos arts. 19-C e 188-G, algumas situações como tempo de contribuição, até que lei específica discipline a matéria. O §1º do art. 19-C, também incluído pelo Decreto 10.410/2020, prevê que “será computado o tempo intercalado de recebimento de benefício por incapacidade, na forma do disposto no inciso II do caput do art. 55 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, exceto para efeito de carência”. 
	Sendo assim, mesmo com a Reforma da Previdência reforçando a vedação do tempo de contribuição ficto, o novo Regulamento optou por conservar o cômputo dos benefícios por incapacidade como tempo de contribuição. 
#DEOLHONAJURIS #STF Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o Tema 72 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário, para declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário maternidade, prevista no art. 28, §2º, da Lei nº 8.212/91, e a parte final do seu §9º, alínea a, em que se lê "salvo o salário-maternidade", nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli (Presidente), que negavam provimento ao recurso. Foi fixada a seguinte tese: "É inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário maternidade". Plenário, Sessão Virtual de 26.6.2020 a 4.8.2020.
A tese se aplica tanto à parte da empresa como à parte do segurado, em que pese o fechamento tenha sido restritivo. Nesse passo, considera-se o salário-maternidade para fins previdenciários, mesmo sem a incidência de contribuição.
	Ajustes de complementação, excedente transferível e agrupamento (art. 29, EC 103/2019). Mencionados no Capítulo 3, aplicam-se às contribuições do segurado empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico, para que tenham o período considerado para fins previdenciários. 
*ATENÇÃO: NOVIDADELEGISLATIVA: 
A Lei 13.846/2019 passa a estabelecer que a prova material destinada a comprovar tempo de serviço deve ser contemporânea aos fatos (novo §3º do art. 55 da Lei n. 8.213/91):
Art. 55. (...)
§ 3º A comprovação do tempo de serviço para fins do disposto nesta Lei, inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial, observado o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando for baseada em início de prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma prevista no Regulamento. 
*(Atualizado em 18/02/2023): #DEOLHONAJURIS: A sentença trabalhista homologatória de acordo somente será considerada início válido de prova material, para os fins do art. 55, § 3º, da Lei n. 8.213/1991, quando fundada em elementos probatórios contemporâneos dos fatos alegados, aptos a evidenciar o exercício da atividade laboral, o trabalho desempenhado e o respectivo período que se pretende ter reconhecido, em ação previdenciária.PUIL 293-PR, Rel. Ministro Og Fernandes, Rel. para acórdão Ministra Assusete Magalhães, Primeira Seção, por maioria, julgado em 14/12/2022, DJe 20/12/2022. (Info 762 - STJ)
	Perda da qualidade de segurado. Não é necessário que o indivíduo mantenha a qualidade de segurado no momento da formulação do pleito de aposentação, bastando o preenchimento de todos os requisitos para a concessão do benefício (art. 3, §1º, Lei 10.666/03 compatível com a EC nº 103/2019).
	Para o segurando especial, diferentemente, é necessária a manutenção da qualidade de segurado especial quando do implemento do requisito etário, juntamente com a carência de 15 anos para a formação do direito à aposentadoria. 
RMI. Até a entrada em vigor da EC nº 103/2019: 70% do valor do salário de benefício acrescido de 1% a cada 12 contribuições mensais, até o limite de 100%, aplicando-se o fator previdenciário facultativamente, ou seja, somente quando mais benéfico ao segurado. Para o segurado especial, contribuinte individual e facultativo de baixa renda, RMI de um salário mínimo.
Obs.: Fator previdenciário: Até o advento da Lei 13.183/2015, o fator previdenciário era sempre compulsório no cálculo do salário de benefício da aposentadoria por tempo de contribuição. Após essa regra, foi criada uma exceção consistente no sistema de pontuação, tornando flexível o fator previdenciário. No entanto, com a extinção da aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima, a regra da pontuação (art. 29-C da Lei 8.213/91) não foi recebida pela reforma constitucional, ressalvada a formação de direito adquirido até o dia da publicação da Emenda. 
Após a entrada em vigor da EC nº 103/2019: 60% do valor do salário de benefício (média integral de todos os salários de contribuição), com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição para os homens e de 15 anos para as mulheres (art. 26).
Não houve limitação à 100%, de modo poderá fazer jus a uma aposentadoria programada que ultrapasse a 100% da média dos salários de contribuição, a depender do tempo de contribuição acumulado. Dessa forma, o coeficiente mínimo será de 60% e o máximo não está limitado pela legislação constitucional transitória, como visto para a RMI da aposentadora por incapacidade permanente. 
ATENÇÃO! Poderão ser excluídas da média as contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo excluído para qualquer finalidade, para a averbação em outro regime previdenciário ou para a obtenção dos proventos de inatividade dos militares.
Súmula 76 da TNU. A averbação de tempo de serviço rural não contributivo não permite majorar o coeficiente de cálculo da renda mensal inicial de aposentadoria por idade previsto no art. 50 da Lei nº 8.213/91.
Data de início do benefício (DIB). Segurado empregado (inclusive o doméstico) - DIB é a data do desligamento do emprego, caso requerido no prazo de 90 dias contados da dissolução do vínculo de emprego; ultrapassado tal período ou não ocorrendo a ruptura do vínculo empregatício, a aposentadoria será devida a partir da data do requerimento administrativo. Para as demais modalidades de segurados, DIB é a data da entrada do requerimento administrativo. Em caso de ação judicial sem requerimento administrativo, a DIB é a data da citação.
NOVIDADE! A EC 103/2019 (art. 201, §16, CF) passou a prever a aposentadoria compulsória por idade dos empregados públicos nos seguintes termos: “Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei”.
Aposentadoria por idade “mista” ou “híbrida” (Lei n.º 11.718/2008). Prevista no art. 48, §3º, da Lei n.º 8.213/1991, foi instituída para possibilitar ao trabalhador rural a soma do tempo de atividade urbana para integralizar a carência da aposentadoria por idade, sendo que nesse caso não se aplicaa redução da idade em cinco anos (ou seja, exige 65 anos para o homem e 60 para a mulher). Para a 2ª Turma do STJ, a aposentadoria mista ou híbrida é “via de mão dupla”, pois também permite ao trabalhador urbano a utilização da atividade rural, ainda que sem contribuição, para completar sua carência, já que não se pode discriminar o trabalhador do campo que migrou para a cidade. Tal modalidade de aposentadoria por idade foi instituída para possibilitar ao segurado especial a soma do tempo de atividade rural sem contribuições previdenciárias ao tempo de contribuição em outra classificação de segurado, com a finalidade de implementar o tempo necessário de carência. Assim, a aposentadoria híbrida pode ser concedida mesmo que a atividade imediatamente anterior ao requerimento seja urbana (STJ. 2ª Turma. REsp 1407613/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/10/2014).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ #IMPORTANTE O tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao advento da Lei nº 8.213/91, pode ser computado para fins da carência necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha sido efetivado o recolhimento das contribuições, nos termos do art. 48, § 3º, da Lei nº 8.213/91, seja qual for a predominância do labor misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo. STJ. 1ª Seção. REsp 1.788.404-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/08/2019 (recurso repetitivo - Tema 1007) (Info 655).
*(Atualizado em 24/11/2020) #DEOLHONAJURIS: Apesar da proibição do trabalho infantil, o tempo de labor rural prestado por menor de 12 anos deve ser computado para fins previdenciários. STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 956.558-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 02/06/2020 (Info 674).
Aposentadoria compulsória por idade do segurado empregado (art. 51, Lei 8213)[footnoteRef:13]. A lei de benefícios autoriza que o empregador aposente compulsoriamente o empregado. Para tanto, deverá formalizar requerimento junto ao INSS e demonstrar o preenchimento dos seguintes requisitos: a) carência mínima de 180 contribuições; b) idade mínima de 70 anos, se homem, e 65, se mulher. Nesses casos, o empregado fará jus ao pagamento das verbas trabalhistas devidas nas hipóteses de despedida sem justa causa. [13: CAIU NO CONCURSO DO CESPE PARA PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE NATAL EM 2008, FOI CONSIDERADO CORRETO O SEGUINTE ENUNCIADO: A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 anos de idade, se do sexo feminino, caso em que deve ser garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista. 
] 
Cessação do benefício. Ocorre com a morte do beneficiário, momento a partir do qual surgirá o direito dos dependentes, acaso existentes, de recebimento de pensão.
Recomendação de leitura. O Regulamento da Previdência Social foi atualizado pelo Decreto 10.410/2020, trazendo nos artigos 51, 54 e 56 uma síntese de todos os requisitos a respeito das aposentadorias programadas estudadas. 
	QUADRO SINTÉTICO – APOSENTADORIA PROGRAMADA
	Cabimento
	Regra geral: H (65 anos de idade + 20 anos de contribuição); M (62 anos de idade + 15 anos de contribuição). 
Professores: H (60 anos de idade); M (57 anos de idade) + 25 anos de tempo de contribuição exclusivo no magistério do ensino básico para ambos.
Rurais/afins: H (60 anos de idade); M (55 anos de idade) + comprovação de trabalho rural/afins pelo período mínimo de carência. 
	Beneficiários
	Todos os segurados.
	Carência
	180 contribuições mensais
	Valor
	
A partir de 60% da média de todos os salários de contribuição a partir de 7/1994 (Plano Real).
1 salário mínimo para o segurado especial pela contribuição sobre produção rural. 
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 
(Regras básicas da extinta aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima)
Inicialmente aposentadoria por tempo de serviço, esta espécie de aposentadora foi extinta pela Emenda 20/1998, surgindo em seu lugar a aposentadoria por tempo de contribuição, em decorrência da substituição do tempo de serviço pelo de contribuição, não mais bastando apenas o exercício do serviço remunerado, sendo crucial a arrecadação das contribuições previdenciárias de maneira real ou presumida.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: Apesar da ressalva feita pelo artigo 4° da Emenda 20, a jurisprudência do STJ admite o direito adquirido às contagens de tempo de serviço fictícias até o seu advento, a exemplo da decisão tomada no ROMS 20.855, de 14/06/2007.
Atualmente, após a entrada em vigor da EC nº 103/2019 (Reforma da Previdência) a aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima também foi extinta, dando lugar à aposentadoria programada, que passou a obedecer novas regras.
E, mais uma vez, em respeito ao direito adquirido, de acordo com o art. 3º da EC 103/2019, “a concessão de aposentadoria ao servidor público federal vinculado a regime próprio de previdência social e ao segurado do Regime Geral de Previdência Social e de pensão por morte aos respectivos dependentes será assegurada, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os requisitos para obtenção desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, observados os critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte”.
Frederico Amado ressalta que não eram todos os segurados que tinham direito à extinta aposentadoria por tempo de contribuição. O segurado especial[footnoteRef:14], por exemplo, por falta de previsão legal não se aposentava por tempo de contribuição, exceto se optasse pelo recolhimento das contribuições previdenciárias de acordo com o regime do contribuinte individual[footnoteRef:15] (Súmula 272, STJ). [14: CAIU NO CONCURSO CESPE PARA JUIZ DO TRABALHO DA 5A REGIÃO EM 2006, FOI CONSIDERADO CORRETO O SEGUINTE ENUNCIADO: O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempo de serviço se recolher contribuição facultativa. ] [15: AMADO, Frederico, Curso de direito e processo previdenciário. Salvador: Juspodivum, 2020, p. 738.] 
O segurado facultativo e o contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem vínculo com pessoa jurídica e que optaram por contribuir para o sistema com uma alíquota de 11% sobre o salário mínimo, bem como o microempreendedor individual e o segurado facultativo doméstico de baixa renda que contribuam com 5% sobre o salário mínimo também não tinham direito a esta aposentadoria. Todavia, se optassem pela complementação das contribuições, recolhendo a diferença para atingir o percentual de 20% sobre o salário mínimo, teriam direito a se aposentar por tempo de contribuição (art. 21, §2º, da Lei 8.212/91).
Como já referido no tópico anterior, de acordo com o regramento antigo, a aposentadoria por tempo de contribuição tinha renda de 100% do salário de benefício (apurado mediante a média dos 80% maiores salários de contribuição), com obrigatório manejo do fator previdenciário. Posteriormente, a MP 676/2015, modificada pela Lei 13.183/2015, instituiu regra alternativa de pontuação, tornando o fator previdenciário facultativo.
O segurado poderia optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria quando a soma da sua idade e de seu tempo de contribuição na data do requerimento da aposentadoria fosse igual ou superior a 95 pontos para os homens, com tempo mínimo de contribuição de 35 anos, e igual ou superior a 85 pontos para as mulheres, observados, no mínimo, 30 anos de contribuição. 
As faixas de pontos seriam majoradas em um ponto a cada dois anos, mas a última faixa adotada foi 86/96, incluindo frações, em 31 de dezembro de 2018, tendo em vista a não recepçãodo art. 29-C da Lei 8.213/91 pela EC 103/2019.
Sendo assim, à luz do direito adquirido, o segurado que alcançou o requisito necessário ao exercício da aposentadoria e não a requereu, será assegurado o direito à opção com a aplicação da pontuação exigida na data do cumprimento dos requisitos. 
Para o professor exclusivo do ensino básico, tinha-se o tempo mínimo de 30 anos para os homens e 25 anos para as mulheres, acrescidos cinco pontos à soma da idade com o tempo de contribuição, com a aplicação facultativa do fator previdenciário. 
Carência. Além do tempo de contribuição, 180 contribuições mensais.
DIB. Data do requerimento ou, para empregado ou doméstico, data do desligamento, se requerida até 90 dias.
Comprovação do tempo de contribuição. Art. 55, §3º, da Lei 8.213/91 (modificado pela Lei 13.846/2019). Por início de prova material, sendo possível a prova exclusivamente testemunhal apenas em caso fortuito ou força maior (Artigo 143, §2º, do RPS). 
Conforme as Súmulas 75 da TNU e 225 do STF, a CTPS guarda presunção relativa de veracidade. É possível a comprovação do tempo de serviço ou de contribuição do segurado empregado com a apresentação da Carteira de Trabalho assinada na época do vínculo e sem rasuras, pois a prova documental precisa ser contemporânea. Assim, o registro na CTPS pode ser desconstituído pela Previdência Social na hipótese de erro de preenchimento, fraude ou anotação extemporânea.
#DEOLHONASSÚMULAS #TST #TNU #STF:
Sobre o tema, pontifica a Súmula 12 do TST que “as anotações apostas pelo empregador na Carteira Profissional do empregado não geram presunção jure et de jure, mas apenas juris tantum".
No mesmo sentido, diz a Súmula 225, do STF que “não é absoluto o valor probatório das anotações da carteira profissional".
Por fim, a Súmula 75 da TNU prevê que "A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não se aponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS)".
Regra de transição para segurados filiados ao RGPS antes da entrada em vigor da EC 103/2019:
· Regra da aposentadoria por pontos (art. 15 da EC 103) - (FIM DA TRANSIÇÃO – 2028/2033): O direito à aposentadoria por pontos é garantido ao segurado filiado ao RGPS até data da entrada em vigor da EC 103 que preencher os seguintes requisitos mínimos: Tempo de contribuição - 30 anos, se mulher; e 35 anos, se homem; Pontos - 86 pontos, se mulher; e 96 pontos, se homem (soma da idade com o tempo de contribuição). A partir de 1º de janeiro de 2020 a pontuação será acrescida a cada ano de 1 ponto, até atingir o limite de 100 pontos, se mulher, e de 105 pontos, se homem.
· Regra da aposentadoria por pontos para professor - (FIM DE TRANSIÇÃO - 2030/2028) (art. 15 da EC 103): Será menor a exigência de anos de contribuição e pontos para a aposentadoria de professor. Para o professor que comprovar exclusivamente 25 anos de contribuição, se mulher, e 30 anos de contribuição, se homem, em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, será equivalente a 81 pontos, se mulher, e 91 pontos, se homem, aos quais serão acrescidos, a partir de 1º de janeiro de 2020, 1 ponto a cada ano para o homem e para a mulher, até atingir o limite de 92 pontos, se mulher, e 100 pontos, se homem.
· Regra de transição da idade mínima progressiva + tempo de contribuição - (FIM DA TRANSIÇÃO – 2027/2031): O art. 16 da EC 103 reza que o direito à aposentadoria é garantido ao segurado que preencher os requisitos: Idade mínima: 56 anos, se mulher e 61 anos, se homem; Tempo de contribuição: 30 anos se mulher e 35 anos se homem. A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade será acrescida de seis meses a cada ano, até atingir 62 anos de idade, se mulher, e 65 anos de idade, se homem, observando que não há alteração no tempo de contribuição, ou seja, continua nos 30 anos de contribuição se mulher e 35 anos se homem. 
· Regra de transição da idade mínima progressiva + tempo de contribuição para professor - (FIM DE TRANSIÇÃO - 2027/2031) (art. 16, §2º, da EC 103): Será menor a exigência de anos de contribuição e pontos para a aposentadoria de professor. Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o tempo de contribuição e a idade referidas no item anterior serão reduzidos em cinco anos. A partir de 1º de janeiro de 2020, serão acrescidos seis meses, a cada ano, às idades previstas no inciso II do caput, até atingirem 57 anos, se mulher, e 60 anos, se homem.
· Regra de transição do pedágio de 50% (art. 17 da EC 103): Essa regra de transição é garantida ao segurado que, na data da entrada em vigor da EC 103, contar com mais de 28 anos de contribuição, se mulher, e mais de 33 anos, se homem. E assim, pagará o pedágio correspondente a 50% do tempo que faltaria para atingir 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição, se homem. A regra de transição fica, portanto, com a seguinte equação: Anos de Contribuição + 50% de pedágio.
· Regra de transição do pedágio 100% (art. 20 da EC 103): Essa regra de transição é garantida a todos os segurados filiados ao RGPS na data da entrada em vigor da EC 103. Essa regra de transição é simples, porém dura, ou seja, o art. 20, IV, da EC 103 exige que o segurado tenha que pagar pedágio de 100% do período faltante para completar o tempo de contribuição integral, ou seja, os 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição, se homem. Além de a EC exigir o cumprimento do pedágio, exige que tenha, concomitantemente, a idade mínima: de 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem.
É importante lembrar que, com as mudanças promovidas pelas EC 20/1998 e 103/2019, bem como pela Lei n. 9.876/2019, as normas de concessão e de apuração do benefício vão depender da época em que o segurado adquiriu o direito à aposentadoria, pois a legislação posterior não pode alterar a forma de cálculo dos benefícios cujo direito já foi adquirido. A esse respeito, o art. 3º, § 2º, da EC 103/2019 estabelece que os proventos de aposentadoria devidos ao segurado e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão apurados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela estabelecidos para a concessão desses benefícios.
#DEOLHONASÚMULA #TNU:
Súmula 33 - "Quando o segurado houver preenchido os requisitos legais para concessão da aposentadoria por tempo de serviço na data do requerimento administrativo, esta data será o termo inicial da concessão do benefício".
Aposentadoria proporcional. A aposentadoria proporcional foi extinta em 16/12/1998 (data de vigência da Emenda 20), sendo mantida em regra de transição à razão de 70% do salário de benefício, somado a 5% por ano de contribuição que supere à soma de 30 anos (homem) ou 25 anos (mulher) com “pedágio” até o limite de 100% do salário de benefício. 
Os antigos segurados devem contar no mínimo com 48 anos (mulher) e 53 anos (homem) e um período adicional de contribuição equivalente a 40% do tempo que, na data da publicação da Emenda faltaria para atingir o limite de tempo de 25 anos de contribuição (mulher) e de 30 anos de contribuição (homem).
Exemplo: Suponha-se que uma mulher contava com 20 anos de serviço em 16/12/1998. Para se beneficiar da regra de transição, além de atingir a idade mínima de 48 anos na data do requerimento do benefício, ela teria que pagar um pedágio de 02 anos de contribuição (40% do tempo que faltava para atingir 25 anos de serviço), totalizando 27 anos de contribuição, com renda mensal inicial de 70% do salário de benefício. 
APOSENTADORIA ESPECIAL
A CF, em dispositivo reformado pela EC 103/2019, veda a adoção de requisitos

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