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Resumo - Morus, Livro segundo em Utopia

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RESUMO
MORUS, Thomas. Livro segundo. In: Utopia. Edição Ridendo Castigat Mores, Ebooks Brasil, 2001.
Fernanda Salgueiro Passos
No subtítulo Livro segundo, Thomas Morus apresenta uma ilha chamada Utopia. Formada depois que o conquistador Utopus se apoderou da terra, cortou sua ligação com o continente e impôs seu projeto de civilização ao povo nativo. A ilha possui 54 cidades espaçosas e magníficas que compartilham linguagem, leis, instituições e hábitos idênticos. Além disso, Utopia é impenetrável por exércitos inimigos graças a rochedos ocultos pela água. Possui agricultura racionalizada, na qual os produtores são sempre renovados, passando períodos de dois anos no campo, sendo em seguida substituídos, a fim de que os trabalhadores não permaneçam por muito tempo em serviços extenuantes.
A cidade de Amarouta é a sede do governo e do senado. No seu perímetro passam dois rios, o maior chamado Anidra é responsável pelo abastecimento de água de toda a cidade. Todas as elegantes casas possuem jardins e ninguém teme coisa alguma, pois em Utopia se aplica o princípio da posse comum. A família é a instituição básica da organização social da ilha, cada trinta famílias elegem anualmente um magistrado conhecido como filarca, por sua vez, os filarcas e suas famílias obedecendo a um protofilarca elegem um príncipe, que em conjunto tomam todas as decisões a partir de assembleias populares. 
A todos os utopianos é imposto o dever da agricultura. Ademais, cada um aprende um ofício especial, que habitualmente costuma já ser exercido pelos pais. O tempo é dividido da seguinte maneira “três horas de trabalho antes do meio dia, depois almoçam. Depois do meio dia, duas horas de repouso, três de trabalho, em seguida jantam, [...] deitam-se às nove e reservam nove horas para o sono” (MORUS, 2001, p. 90). Cabendo a cada um escolher o que fazer nas horas restantes, não sendo permitidos jogos de azar. Entre aqueles indivíduos que se dedicam mais constantemente aos estudos, alguns são escolhidos por meio de voto, para desempenhar trabalhos não braçais. Nesse momento, o autor discorre longa crítica a divisão do trabalho e sua função na época, que privilegiava alguns ao não trabalho, enquanto outros eram obrigados a trabalhar demasiadamente, além de ser uma produção que privilegiava bens supérfluos, em prejuízo das necessidades reais.
A sociedade utopiana é patriarcal e rigidamente monogâmica. Caso haja superpopulação, são formadas colônias, onde a cultura da ilha, inclusive com uso da força, deve ser imposta. Cada cidade é dividida em quatro quarteirões que em seus centros abrigam mercados, onde cada pai retira o que é proporcional a necessidade da sua família. Temendo que a matança desvirtue os moradores, a profissão de carniceiro é incumbida aos escravos, sendo desempenhada fora das cidades. Existem refeitórios públicos, nos quais as mulheres cozinham e servem. Os velhos obtêm a melhor parte da comida e o restante recebe partes iguais. No campo cada família faz suas refeições em casa individualmente.
Em utopia não se usa dinheiro. A vista disso, os metais que em outros lugares contém algum valor de uso e troca, na ilha eram usados como forma de identificar escravizados. Para os insulares a felicidade está unicamente nos prazeres bons e honestos, a virtude em viver segundo a natureza, a sabedoria em procurar a felicidade sem violar as leis e a religião é trabalhar para o bem geral. Os prisioneiros de guerra pegos com armas nas mãos são escravizados e seus filhos não são escravos. A servidão recai aos culpados por grandes crimes e aos condenados à morte, os indígenas são tratados com mais rigor.
Referente aos enfermos, eles recebem cuidados afetuosos. Em caso de doença incurável é permitida a eutanásia. Vale ressaltar, que os suicidas são considerados indignos seus corpos atirados em pântanos. No tocante as leis, é proibido sexo antes do casamento, o divórcio raramente permitido, o adultério punido com escravidão e até morte, revoltas de escravizados são penalizadas com a morte etc. A ilha despreza a guerra, entretanto eles entram em conflitos por graves motivos, como: defesa de fronteiras, invasão inimiga nas terras aliadas e a tirania contra povos oprimidos. Quanto a religiões, Utopia abriga uma diversidade de crenças, porém todas elas convergem para o monoteísmo. A liberdade de religião é defendida pelo Estado, mas os materialistas são desprezados.

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