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Enc Materiais sobre o ECA para o c (Anexos) (1)

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1 - APOSTILA Aula 01.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
1 
ATUAÇÃO DO AUDITOR FISCAL 
 
Quanto à atuação dos agentes da inspeção, a Lei 
n.º 10.593/02 reestruturou a carreira dos 
auditores, transformando em cargo de Auditor 
Fiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria Fiscal 
do Trabalho, os antigos cargos de Fiscal do 
Trabalho; de Assistente Social, encarregado da 
fiscalização do trabalho da mulher e do menor; 
de Engenheiros e Arquitetos, com a 
especialização prevista na Lei n.º 7.410/85, 
encarregados da fiscalização da segurança no 
trabalho; e do Médico do Trabalho, encarregado 
da fiscalização das condições de salubridade do 
ambiente laboral. 
 
Art. 10. São transformados em cargo de Auditor-
Fiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria-Fiscal 
do Trabalho, os seguintes cargos efetivos do 
quadro permanente do Ministério do Trabalho e 
Emprego: 
 
 
 
PONTOS DE IMPORTÂNCIA PARA A PROVA: 
 
BANCA ESAF 
 
- NORMAS DE SEGURANÇA 
- PROTEÇÃO INTEGRAL 
- TRABALHO DO MENOR 
(ECA, CLT, Convenções Internacionais) 
 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ARTIGO 7º, 
XXXIII 
 
Menores de 18 anos – Proibição de trabalho 
noturno, insalubre e perigoso 
 
Menores de 16 anos – Proibição de qualquer 
trabalho, salvo a partir de 14 anos na condição 
de aprendiz 
 
PORTARIA Nº 88, DE 28 DE ABRIL DE 2009 
 
A Secretária de Inspeção do Trabalho, no uso 
das atribuições que lhes são conferidas pelo 
inciso I do artigo 405 da Consolidação das Leis 
do Trabalho - CLT, resolve: 
 
Art. 1º Para efeitos do art. 405, 
inciso I, da CLT, são considerados 
locais e serviços perigosos ou 
insalubres, proibidos ao trabalho 
do menor de 18 (dezoito) anos, os 
descritos no item I - Trabalhos 
Prejudiciais à Saúde e à 
Segurança, do Decreto nº 6.481, 
de 12 de junho de 2008, que 
publicou a Lista das Piores Formas 
do Trabalho Infantil. 
 
Decreto 6.481/08 – Principais disposições 
 
A classificação específica dos locais ou serviços 
como perigosos ou insalubres decorre do 
princípio da proteção integral à criança e ao 
adolescente, não sendo extensiva aos 
trabalhadores maiores de 18 anos. 
 
Os trabalhos técnicos ou administrativos serão 
permitidos, desde que realizados fora das áreas 
de risco à saúde e à segurança. 
A proibição poderá ser elidida por meio de 
parecer técnico circunstanciado, assinado por 
profissional legalmente habilitado em segurança 
e saúde no trabalho, que ateste a não-exposição 
a riscos que possam comprometer a saúde e a 
segurança dos adolescentes, o qual deverá ser 
depositado na unidade descentralizada do 
Ministério do Trabalho e Emprego da 
circunscrição onde ocorrerem as referidas 
oportunidades. 
 
Sempre que houver controvérsia quanto á efetiva 
proteção dos adolescentes envolvidos nas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
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atividades constantes do referido parecer, o 
mesmo será objeto de análise por Auditor-Fiscal 
do Trabalho, que tornará as providências legais 
cabíveis. 
 
Para fins de aplicação das alíneas “a”, “b” e “c” 
do artigo 3o da Convenção no 182, da OIT, 
integram as piores formas de trabalho infantil: 
 
I - todas as formas de escravidão ou práticas 
análogas, tais como venda ou tráfico, cativeiro ou 
sujeição por dívida, servidão, trabalho forçado ou 
obrigatório; 
II - a utilização, demanda, oferta, tráfico ou 
aliciamento para fins de exploração sexual 
comercial, produção de pornografia ou atuações 
pornográficas; 
III - a utilização, recrutamento e oferta de 
adolescente para outras atividades ilícitas, 
particularmente para a produção e tráfico de 
drogas; e 
IV - o recrutamento forçado ou compulsório de 
adolescente para ser utilizado em conflitos 
armados. 
 
ATENÇÃO: 
 
Entre as atividades elencadas, estão as que se 
referem aos serviços domésticos. Isso porque os 
jovens que trabalham nestas atividades estão 
sujeitos, por exemplo, a esforços físicos intensos; 
isolamento; abuso físico, psicológico e sexual; 
longas jornadas de trabalho; trabalho noturno; 
calor; exposição ao fogo, posições ante 
ergonômicas e movimentos repetitivos, podendo 
comprometer o processo de formação social e 
psicológica. 
O trabalho a partir de 16 anos fica autorizado 
apenas em situações onde os adolescentes não 
estejam expostos a riscos comprometedores à 
saúde, à segurança e à moral. Portanto, a faixa 
entre 16 e 18 anos, que antes podia trabalhar 
como doméstico, fica proibida a partir deste 
decreto presidencial. 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE 
LEI 8.069/90 
 
 
 
 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
DIREITOS TRABALHISTAS 
MENOR 
 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
Art. 201. Compete ao Ministério Público: 
(...) 
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública 
para a proteção dos interesses individuais, 
difusos ou coletivos relativos à infância e à 
adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 
3º inciso II, da Constituição Federal; 
 
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em 
interesses coletivos ou difusos, consideram-se 
legitimados concorrentemente: 
I - o Ministério Público; 
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito 
Federal e os territórios; 
III - as associações legalmente constituídas há 
pelo menos um ano e que incluam entre seus fins 
institucionais a defesa dos interesses e direitos 
protegidos por esta Lei, dispensada a autorização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
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da assembléia, se houver prévia autorização 
estatutária. 
 
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os 
Ministérios Públicos da União e dos estados na 
defesa dos interesses e direitos de que cuida 
esta Lei. 
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da 
ação por associação legitimada, o Ministério 
Público ou outro legitimado poderá assumir a 
titularidade ativa. 
 
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é 
competente para: 
(...) 
IV - conhecer de ações civis fundadas em 
interesses individuais, difusos ou coletivos afetos 
à criança e ao adolescente, observado o disposto 
no art. 209; 
 
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão 
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva 
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá 
competência absoluta para processar a causa, 
ressalvadas a competência da Justiça Federal e 
a competência originária dos tribunais superiores. 
 
ENTENDIMENTO DO TST: 
 
“AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO 
DO TRABALHO. 
LEGITIMIDADE ATIVA. DIREITOS INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS. INTERESSES RELATIVOS À 
CRIANÇA E AO ADOLESCENTE. 
Tem legitimidade o Ministério Público do Trabalho 
para propor ação civil pública, visando tutelar 
direitos em favor das crianças e adolescentes. 
Tal é a hipótese sob exame, em que o Parquet 
Trabalhista persegue a condenação da 
reclamada, ante a constatação por Inquérito Civil 
Público da utilização ilegal de mão-de-obra 
infantil. 
A legitimidade alcança os direitos individuais 
homogêneos, que, na dicção da jurisprudência 
corrente do excelso Supremo Tribunal Federal, 
nada mais são senão direitos coletivos em 
sentido lato, uma vez que todas as formas de 
direitos metaindividuais (difusos, coletivos e 
individuais homogêneos), passíveis de tutela 
mediante ação civil pública, são coletivos. 
Imperioso observar, apenas, em razão do 
disposto no artigo 127 da Constituição Federal, 
que o direito individual homogêneo a ser tutelado 
deve revestir-se do caráter de indisponibilidade.” 
(RR – 334/1999-411-02-00 - PUBLICAÇÃO: DJ – 
06/09/2007 – TST – 1ª. Turma) 
 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
das Nações Unidas destaca o direito à educação, 
proclamando que: 
 
“Toda pessoa tem direito à educação. A 
educação deve ser gratuita, ao menos no que 
concerne à instrução elementar e fundamental. A 
instrução elementar será obrigatória. A instrução 
técnica e profissional haverá de ser universal...” 
 
CONVENÇÃO 138 – OIT 
Convenção sobre Idade Mínima de Admissão 
ao Emprego 
 
Promulgada no Brasil pelo Decreto
4.134/02, que 
também promulgou a Recomendação 146 da 
OIT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
4 
 Alguns aspectos importantes da Convenção: 
Os dispositivos desta Convenção serão 
aplicáveis, no mínimo, a: mineração e pedreira; 
indústria manufatureira; construção; eletricidade, 
água e gás; serviços sanitários; transporte, 
armazenamento e comunicações; plantações e 
outros empreendimentos agrícolas de fins 
comerciais, excluindo, porém, propriedades 
familiares e de pequeno porte que produzam 
para o consumo local e não empreguem 
regularmente mão-de-obra remunerada. 
 
Artigo 1º 
 Todo País-Membro em que vigore esta 
Convenção, compromete-se a seguir uma política 
nacional que assegure a efetiva abolição do 
trabalho infantil e eleve progressivamente, a 
idade mínima de admissão a emprego ou a 
trabalho a um nível adequado ao pleno 
desenvolvimento físico e mental do adolescente. 
 
Artigo 2º 
 ... 3. A idade mínima fixada nos termos 
do parágrafo 1º deste Artigo não será inferior à 
idade de conclusão da escolaridade obrigatória 
ou, em qualquer hipótese, não inferior a quinze 
anos. 
 4. Não obstante o disposto no Parágrafo 3º deste 
Artigo, o País-membro, cuja economia e 
condições do ensino não estiverem 
suficientemente desenvolvidas, poderá, após 
consulta às organizações de empregadores e de 
trabalhadores concernentes, se as houver, 
definir, inicialmente, uma idade mínima de 
quatorze anos. 
 
 Artigo 6º 
Esta Convenção não se aplicará a trabalho feito 
por crianças e adolescentes em escolas de 
educação vocacional ou técnica ou em outras 
instituições de treinamento em geral ou a 
trabalho feito por pessoas de no mínimo quatorze 
anos de idade em empresas em que esse 
trabalho for executado dentro das condições 
prescritas pela autoridade competente, após 
consulta com as organizações de empregadores 
e de trabalhadores concernentes, onde as 
houver, e constituir parte integrante de: 
 
a) curso de educação ou treinamento pelo qual é 
principal responsável uma escola ou instituição 
de treinamento; 
b) programa de treinamento principalmente ou 
inteiramente executado em uma empresa, que 
tenha sido aprovado pela autoridade competente, 
ou 
c) programa de orientação vocacional para 
facilitar a escolha de uma profissão ou de um tipo 
de treinamento. 
 
Artigo 7º 
 1. As leis ou regulamentos nacionais 
poderão permitir o emprego ou trabalho a 
pessoas entre treze e quinze anos em serviços 
leves que: 
 a) não prejudiquem sua saúde ou 
desenvolvimento, e 
 b) não prejudiquem sua frequência escolar, 
sua participação em programas de orientação 
vocacional ou de treinamento aprovados pela 
autoridade competente ou sua capacidade de se 
beneficiar da instrução recebida. 
 
2. As leis ou regulamentos nacionais poderão 
também permitir o emprego ou trabalho a 
pessoas com, no mínimo, quinze anos de idade e 
que não tenham ainda concluído a escolarização 
obrigatória em trabalho que preencher os 
requisitos estabelecidos nas alíneas a) e b) do 
parágrafo 1º deste Artigo. 
 3. A autoridade competente definirá as 
atividades em que o emprego ou trabalho poderá 
ser permitido nos termos dos parágrafos 1º e 2º 
deste Artigo e estabelecerá o número de horas e 
as condições em que esse emprego ou trabalho 
pode ser desempenhado. 
 
4. Não obstante o disposto nos parágrafos 1º e 2º 
deste Artigo, o País-membro que se tiver servido 
das disposições do parágrafo 4º do Artigo 2º 
poderá, enquanto continuar assim procedendo, 
substituir as idades de treze e quinze anos pelas 
idades de doze e quatorze anos e a idade de 
quinze anos pela idade de quatorze anos dos 
respectivos Parágrafos 1º e 2º deste Artigo. 
 
CONVENÇÃO 182 – OIT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
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Convenção sobre a Proibição das Piores 
Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata 
para a sua Eliminação 
 
A Convenção 182 foi promulgada no Brasil pelo 
Decreto 3.597/00, que também promulgou a 
Recomendação 190 da OIT. 
Vejamos alguns aspectos importantes da 
Convenção: 
 
Artigo 2 
 Para efeitos da presente Convenção, o termo 
"criança" designa toda pessoa menor de 18 anos. 
 
Artigo 3 
 Para efeitos da presente Convenção, a 
expressão "as piores formas de trabalho infantil" 
abrange: 
 a) todas as formas de escravidão ou práticas 
análogas à escravidão, tais como a venda e 
tráfico de crianças, a servidão por dívidas e a 
condição de servo, e o trabalho forçado ou 
obrigatório, inclusive o recrutamento forçado ou 
obrigatório de crianças para serem utilizadas em 
conflitos armados; 
 b) a utilização, o recrutamento ou a oferta de 
crianças para a prostituição, a produção de 
pornografia ou atuações pornográficas; 
 c) a utilização, recrutamento ou a oferta de 
crianças para a realização para a realização de 
atividades ilícitas, em particular a produção e o 
tráfico de entorpecentes, tais com definidos nos 
tratados internacionais pertinentes; e, 
 d) o trabalho que, por sua natureza ou pelas 
condições em que é realizado, é suscetível de 
prejudicar a saúde, a segurança ou a moral das 
crianças. 
 
Artigo 7 
 1. Todo Membro deverá adotar todas as 
medidas necessárias para garantir a aplicação 
efetiva e o cumprimento dos dispositivos que 
colocam em vigor a presente Convenção, 
inclusive o estabelecimento e a aplicação de 
sanções penais ou outras sanções, conforme o 
caso. 
 2. Todo Membro deverá adotar, levando em 
consideração a importância para a eliminação de 
trabalho infantil, medidas eficazes e em prazo 
determinado, com o fim de: 
 
a) impedir a ocupação de crianças nas piores 
formas de trabalho infantil; 
b) prestar a assistência direta necessária e 
adequada para retirar as crianças das piores 
formas de trabalho infantil e assegurar sua 
reabilitação e inserção social; 
c) assegurar o acesso ao ensino básico gratuito 
e, quando for possível e adequado, à formação 
profissional a todas as crianças que tenham sido 
retiradas das piores formas de trabalho infantil; 
d) identificar as crianças que estejam 
particularmente expostas a riscos e entrar em 
contato direto com elas; e, 
e) levar em consideração a situação particular 
das meninas. 
 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
Direito à Profissionalização e Proteção ao 
Trabalho 
 
Premissas básicas para o entendimento das 
normas relacionadas ao trabalho do menor: 
 
Até os 18 anos, o menor depende de autorização 
de seu responsável legal para contratar trabalho. 
Aos 18 anos, já é lícito contratar diretamente, 
adquirindo, portanto, plena capacidade 
trabalhista. 
 
No Direito do Trabalho, a incapacidade absoluta 
estende-se até os dezesseis anos. 
Com esta idade, o menor pode praticar certos 
atos, como celebrar contrato de trabalho ou 
distratar, firmar recibo de pagamento e pactuar 
alterações relativas ao contrato de trabalho (art. 
402/CLT e art. 439/CLT). Entretanto, para 
ingressar com reclamatória trabalhista na Justiça 
do Trabalho, por exemplo, precisa haver a 
representação de seu responsável legal. 
A incapacidade relativa é a que ocorre entre os 
dezesseis e dezoito anos, período este em que o 
trabalhador precisa ser assistido, como no caso 
de quitação das verbas rescisórias. 
 
Vejamos agora as disposições do ECA (Estatuto 
da Criança e do Adolescente): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores 
de quatorze anos de idade, salvo na condição de 
aprendiz. 
 
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes 
é regulada por legislação especial, sem prejuízo 
do disposto nesta Lei. 
 
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação 
técnico-profissional ministrada segundo as 
diretrizes e bases da legislação de educação em 
vigor. 
 
Art. 63. A formação técnico-profissional 
obedecerá aos seguintes princípios: 
 
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao 
ensino regular; 
II - atividade
compatível com o desenvolvimento 
do adolescente; 
III - horário especial para o exercício das 
atividades. 
 
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de 
idade é assegurada bolsa de aprendizagem. 
 
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de 
quatorze anos, são assegurados os direitos 
trabalhistas e previdenciários. 
 
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é 
assegurado trabalho protegido. 
 
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em 
regime familiar de trabalho, aluno de escola 
técnica, assistido em entidade governamental ou 
não-governamental, é vedado trabalho: 
 
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas 
de um dia e as cinco horas do dia seguinte; 
II - perigoso, insalubre ou penoso; 
III - realizado em locais prejudiciais à sua 
formação e ao seu desenvolvimento físico, 
psíquico, moral e social; 
IV - realizado em horários e locais que não 
permitam a frequência à escola. 
 
Art. 68. O programa social que tenha por base o 
trabalho educativo, sob responsabilidade de 
entidade governamental ou não-governamental 
sem fins lucrativos, deverá assegurar ao 
adolescente que dele participe condições de 
capacitação para o exercício de atividade regular 
remunerada. 
 
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a 
atividade laboral em que as exigências 
pedagógicas relativas ao desenvolvimento 
pessoal e social do educando prevalecem sobre 
o aspecto produtivo. 
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe 
pelo trabalho efetuado ou a participação na 
venda dos produtos de seu trabalho não 
desfigura o caráter educativo. 
 
Art. 69. O adolescente tem direito à 
profissionalização e à proteção no trabalho, 
observados os seguintes aspectos, entre outros: 
 
I - respeito à condição peculiar de pessoa em 
desenvolvimento; 
II - capacitação profissional adequada ao 
mercado de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ECA 
Cristiane Dupret 
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Destaques: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Extinção do contrato de aprendizagem: 
 
O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no 
seu termo ou quando o aprendiz completar 24 
(vinte e quatro) anos, ou de forma antecipada nas 
seguintes hipóteses: 
 
I – desempenho insuficiente ou inadaptação do 
aprendiz; 
II – falta disciplinar grave; 
III – ausência injustificada à escola que implique 
perda do ano letivo; 
IV – a pedido do aprendiz. 
 
 
 
 
2 - APOSTILA Aula 02.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Cristiane Dupret 
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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – 
Aula 02/03 
NORMAS ESPECÍFICAS DA APRENDIZAGEM 
 
 
O Decreto nº 5.598, de 1º de dezembro de 
2005, regulamenta a contratação de aprendizes. 
 
A Resolução nº 74, de 13 de setembro de 2001 
dispõe sobre o registro e fiscalização das 
entidades sem fins lucrativos que tenham por 
objetivo a assistência ao adolescente e à 
educação profissional e dá outras providências. 
 
Por se tratar de norma de natureza trabalhista, 
cabe ao MTE fiscalizar o cumprimento da 
legislação sobre a aprendizagem, bem como 
dirimir as dúvidas suscitadas por quaisquer das 
partes envolvidas. 
 
 
 
 
Quais são os estabelecimentos obrigados a 
contratar aprendizes? 
 
Os estabelecimentos de qualquer natureza, 
que tenham pelo menos 7 (sete) empregados, 
são obrigados a contratar aprendizes, de acordo 
com o percentual exigido por lei (art. 429 da 
CLT). 
É facultativa a contratação de aprendizes pelas 
microempresas (ME), empresas de pequeno 
porte (EPP), inclusive as que fazem parte do 
Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e 
Contribuições, denominado “SIMPLES” 
(art. 11 da Lei nº 9.841/97), bem como pelas 
Entidades sem Fins Lucrativos (ESFL) que 
tenham por objetivo a educação profissional 
(art. 14, I e II, do Decreto nº 5.598/05). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
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O aprendiz adolescente, entre 14 e 18 anos, 
pode desempenhar atividades pertinentes à 
aprendizagem a mais de um empregador? 
Sim, desde que os programas de aprendizagem 
possuam conteúdos distintos e que as horas 
de atividade prática e teórica de cada 
programa sejam somadas (art. 414 da CLT e 
art. 21, caput, do Decreto nº 5.598/05), para 
efeito da observância da jornada máxima diária 
(art. 432 da CLT), em respeito aos direitos 
assegurados pelo ECA, principalmente em 
relação à garantia da freqüência à escola regular 
e à observância da condição peculiar de pessoa 
em desenvolvimento (art. 21, § 1º, do Decreto nº 
5.598/05, e arts. 67, inciso IV, e 69, inciso I, do 
ECA). 
 
 
 
 
OUTROS DIREITOS DO APRENDIZ: 
 
-Vale transporte 
-Férias que coincidam com as escolares, ainda 
em caso de férias coletivas, caso em que essas 
serão gozadas como licença remunerada 
- Em caso de continuidade do aprendiz na 
empresa após o término do contrato de 
aprendizagem, a conseqüência será a existência 
de um contrato de trabalho por prazo 
indeterminado (o contrato não mais será de 
aprendizagem) 
 
- O afastamento do aprendiz em virtude das 
exigências do serviço militar não constitui causa 
para rescisão do contrato 
- em casos de afastamento em razão de 
licença-maternidade, acidente de trabalho ou 
auxílio-doença, esses afastamentos também 
não constituem, por si só, causa para rescisão do 
contrato, produzindo os mesmos efeitos que nos 
contratos de prazo determinado. Além disso, 
durante o período de afastamento em razão da 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
3 
licença-maternidade e acidente de trabalho, 
deverá ser recolhido o FGTS do aprendiz. 
 
INSTRUÇÃO NORMATIVA 
75/2009 
da Secretaria de Inspeção do 
Trabalho 
 
Art. 10. O auditor fiscal do 
trabalho, ao inspecionar as 
entidades sem fins lucrativos que 
contratam aprendizes, em 
conformidade com o art. 431 da 
CLT, verificará se estão sendo 
cumpridas as normas trabalhistas 
e previdenciárias decorrentes da 
relação de emprego especial de 
aprendizagem, especialmente a 
assinatura da Carteira de Trabalho 
e Previdência Social e respectivo 
registro, bem como: 
 
I - a existência de certificado de 
registro da entidade sem fins 
lucrativos no CMDCA como 
entidade que objetiva a assistência 
ao adolescente e a educação 
profissional, quando algum de 
seus cursos se destinar a 
aprendizes menores de 18 
(dezoito) anos, bem como a 
comprovação do depósito do 
programa de aprendizagem no 
CMDCA; 
II - a existência de programa de 
aprendizagem e sua adequação 
aos requisitos estabelecidos na 
Portaria MTE nº 615/2007; 
 
III - a regularidade do curso em 
que o aprendiz está matriculado 
junto ao Cadastro Nacional de 
Aprendizagem; 
IV - a existência de declaração de 
frequência do aprendiz na escola, 
quando esta for obrigatória; 
V - contrato ou convênio firmado 
entre a entidade responsável por 
ministrar o curso de aprendizagem 
e o estabelecimento tomador dos 
serviços; e 
VI - os contratos de aprendizagem 
firmados entre a entidade e os 
aprendizes. 
 
§ 1º Deverão constar nos registros 
e nos contratos de aprendizagem 
firmados pelas entidades sem fins 
lucrativos a razão social, o 
endereço e o número de inscrição 
no Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica (CNPJ) da empresa 
tomadora dos serviços de 
aprendizagem. 
§ 2º A fiscalização da execução e 
regularidade do contrato de 
aprendizagem deverá ser 
precedida de emissão de nova 
Ordem de Serviço (OS). 
 
Art. 11. Na hipótese de 
inadequação da entidade sem fins 
lucrativos às disposições do artigo 
anterior, após esgotadas as ações 
administrativas para saná-las, o 
auditor fiscal do trabalho, sem 
prejuízo da lavratura de autos de 
infrações cabíveis, adotará as 
providências indicadas no art. 21 
desta instrução normativa. 
 
Parágrafo único. No caso de inadequação da 
entidade sem fins lucrativos aos requisitos 
constantes dos incisos I, II e III do artigo anterior, 
a autoridade regional competente encaminhará 
também cópia do relatório circunstanciado à 
Secretaria de Políticas Públicas de Emprego
(SPPE), solicitando a adoção das providências 
cabíveis quanto à regularidade da entidade e de 
seus cursos no Cadastro Nacional de 
Aprendizagem. 
 
 
Art. 15. Poderá ser adotada, sem 
prejuízo da ação fiscal "in loco", a 
notificação para apresentação de 
documentos (NAD) via postal - 
modalidade de fiscalização indireta 
- para convocar, individual ou 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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coletivamente, os empregadores a 
apresentarem documentos, em dia 
e hora previamente fixados, a fim 
de comprovarem a regularidade da 
contratação de empregados 
aprendizes, conforme determina o 
art. 429, da CLT. 
§ 1º No procedimento de notificação via postal 
poderá ser utilizado, como suporte instrumental, 
sistema informatizado de dados destinado a 
facilitar a identificação dos estabelecimentos 
obrigados a contratar aprendizes. 
 
§ 2º No caso de convocação 
coletiva, a SRTE realizará, 
observados os critérios de 
conveniência e oportunidade da 
Administração Pública, uma 
explanação sobre a temática da 
aprendizagem, visando 
conscientizar, orientar e esclarecer 
as empresas sobre as principais 
dúvidas relativas à aprendizagem 
profissional. 
§ 3º Caso o auditor fiscal do 
trabalho, no planejamento da 
fiscalização ou no curso desta, 
conclua pela ocorrência de motivo 
grave ou relevante que 
impossibilite ou dificulte a imediata 
contratação dos aprendizes, 
poderá instaurar, com a anuência 
da chefia imediata e desde que o 
estabelecimento esteja sendo 
fiscalizado pela primeira vez, 
procedimento especial para ação 
fiscal, nos termos do art. 27 a 30, 
do Decreto nº 4.552, de 27 de 
dezembro de 2002 
 
Regulamento da Inspeção do 
Trabalho (RIT), explicitando os 
motivos ensejadores desta 
medida. 
§ 4º O procedimento especial para 
a ação fiscal poderá resultar na 
lavratura de termo de 
compromisso que estipule as 
obrigações assumidas pelo 
compromissado e os prazos para 
seu cumprimento. 
§ 5º Durante o prazo fixado no 
termo, o compromissado poderá 
ser fiscalizado para verificação de 
seu cumprimento, sem prejuízo da 
ação fiscal em atributos não 
contemplados no referido termo. 
 
§ 6º Quando o procedimento 
especial para a ação fiscal for 
frustrado pelo não-atendimento da 
convocação, pela recusa de firmar 
termo de compromisso ou pelo 
descumprimento de qualquer 
cláusula compromissada, deverão 
ser adotadas as providências 
indicadas no art. 21 desta 
instrução normativa. 
Art. 16. A chefia da fiscalização 
designará auditores fiscais do 
trabalho para realizar a 
fiscalização indireta, prevista no 
artigo anterior e, quando for o 
caso, verificar o cumprimento dos 
termos de cooperação técnica 
firmados no âmbito do MTE. 
 
Parágrafo único. No caso de 
convocação coletiva, a chefia da 
fiscalização deverá designar 
número suficiente de auditores 
fiscais do trabalho para o 
atendimento das empresas 
notificadas. 
(...) 
 Art. 18. A aprendizagem deverá 
ser realizada em ambientes 
adequados ao desenvolvimento 
dos respectivos programas, 
cabendo ao auditor fiscal do 
trabalho fiscalizar as condições de 
sua execução, tanto na entidade 
responsável por ministrar o curso 
quanto no estabelecimento do 
empregador. 
 
§ 1º As empresas e as entidades 
responsáveis pelos cursos de 
aprendizagem deverão oferecer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
5 
aos aprendizes condições de 
segurança e saúde e 
acessibilidade nos ambientes de 
aprendizagem, observadas as 
disposições dos arts. 157 e 405, 
da CLT; do art. 29 do Decreto nº 
3.298, de 20 de dezembro de 
1999; do art. 2º do Decreto nº 
6.481, de 12 de junho de 2008; e 
das Normas Regulamentadoras 
vigentes. 
 
 
§ 2º Havendo indícios de irregularidade no meio 
ambiente do trabalho, o auditor fiscal do trabalho 
deverá informar à chefia imediata, que solicitará 
ao setor competente a realização de ação fiscal, 
sem prejuízo do disposto no parágrafo seguinte. 
 
§ 3º Constatada a inadequação 
dos ambientes de aprendizagem 
às condições de proteção ao 
trabalho do adolescente e às 
condições de acessibilidade ao 
aprendiz com deficiência, ou 
divergências apuradas entre as 
condições reais das instalações da 
entidade formadora e aquelas 
informadas no Cadastro Nacional 
da Aprendizagem, o auditor fiscal 
do trabalho promoverá ações 
destinadas a regularizar a 
situação, sem prejuízo da lavratura 
de autos de infrações cabíveis, 
adotando, caso não sejam 
sanadas, as providências 
indicadas no art. 21 desta 
instrução normativa. 
 
Art. 21. Esgotada a atuação da 
inspeção do trabalho, sem a 
correção das irregularidades 
relativas à aprendizagem, o auditor 
fiscal do trabalho, sem prejuízo da 
lavratura de autos de infração 
cabíveis, encaminhará relatório 
circunstanciado à chefia imediata, 
que promoverá as devidas 
comunicações ao Ministério 
Público do Trabalho, ao Ministério 
Público Estadual e, quando for o 
caso de entidades que ministrem 
cursos a aprendizes menores de 
18 (dezoito) anos, ao Conselho 
Tutelar e ao CMDCA. 
 
Art. 22. Caso sejam apurados 
indícios de infração penal, o 
auditor fiscal do trabalho deverá 
relatar o fato à chefia imediata, 
que o comunicará ao Ministério 
Público Federal ou Estadual. 
 
 
POSICIONAMENTOS DO TST 
O Ministério do Trabalho, por ação de auditores 
fiscais, realizou fiscalização nas dependências da 
ré e constatou que havia trabalhadores com 
funções específicas e destinadas a empregados, 
mas cujo contrato continha o manto de estágio. O 
foco do trabalho dos fiscais voltou-se para a 
atitude da ré de utilizar estudantes do ensino 
médio para atividade dissonante da 
complementação de ensino e de 
aprendizagem.Todo o procedimento típico da 
atividade fiscalizadora foi adotado, 
oportunizando-se à ré ampla defesa e uso do 
contraditório, conforme se verifica nos autos de 
infração e documentos juntados pela ré. 
 
Em conseqüência dos trabalhos fiscais, foi 
instaurado Procedimento Investigatório, no qual 
também foi respeitado o devido processo legal. ... 
os procedimentos investigatórios podem findar 
com o arquivamento ou com o Termo de 
Ajustamento de Conduta. A ação civil pública só 
ocorre quando as tentativas anteriores resultam 
frustradas. No caso sob análise, a atitude da ré 
impediu o termo final da investigação no âmbito 
da própria Procuradoria Regional do Trabalho, 
que realizou audiências no intuito de solucionar a 
questão debatida, mas sem êxito. conclui-se que 
não há nulidade no Procedimento Investigatório 
nem ofensa ao art. 5°, incisos LV e LVI, da 
CF/88."(RR-9895500-43.2004.5.09.0016-3ª. 
Turma) 
Cabe assentar que a cota de aprendizes é fixada 
por estabelecimento de trabalho, independente 
do âmbito territorial de atuação do empregador, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
6 
como prevê expressamente o art. 429 da CLT. 
(TST-A-AIRR-14640-89.2008.5.18.00) 
 
No mérito, o reclamado defende que o percentual 
de 5% destinado à contratação de menores 
aprendizes deve ser calculado levando-se em 
conta apenas os cargos cujas atribuições são 
compatíveis com o exercício da aprendizagem. 
Aponta violação dos art. 428,caput, e § 4.º, e 429 
da CLT. 
Pois bem. De acordo com o art. 429 da CLT, -Os 
estabelecimentos de qualquer natureza são 
obrigados a empregar e matricular nos cursos 
dos Serviços Nacionais de Aprendizagem 
número de aprendizes equivalente a 5% (cinco 
por cento), no mínimo, a 15% (quinze por cento), 
no máximo, dos trabalhadores existentes em 
cada estabelecimento, cujas funções demandem 
formação profissional-. 
Como se vê, aludido dispositivo estabeleceu, 
como único critério para fixação da base de 
cálculo da cota de admissão dos aprendizes, que 
as funções exercidas pelos trabalhadores do 
estabelecimento -demandem formação 
profissional-. 
Por oportuno, cumpre destacar o teor do art. 10 
do Decreto 5.598/05 (regulamentador da 
contratação de aprendizes), que, além de atrelar 
a definição
de -funções que demandem formação 
profissional- à observância da Classificação 
Brasileira de Ocupações (CBO), exclui do seu 
conceito aquelas que exijam habilitação de nível 
técnico ou superior e os cargos de direção, 
gerência ou confiança. Eis o teor da norma: 
 Art. 10. Para a definição das funções que 
demandem formação profissional, deverá ser 
considerada a Classificação Brasileira de 
Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério 
do Trabalho e Emprego. 
 
 § 1o Ficam excluídas da definição do caput 
deste artigo as funções que demandem, para o 
seu exercício, habilitação profissional de nível 
técnico ou superior, ou, ainda, as funções que 
estejam caracterizadas como cargos de direção, 
de gerência ou de confiança, nos termos 
do inciso II e do parágrafo único do art. 62 e do § 
2º do art. 224 da CLT. 
 Logo, é de se concluir que a base de 
cálculo da cota mínima de aprendizes que 
deverão ser contratados pelo réu não engloba 
todos as funções existentes no âmbito do seu 
estabelecimento, como faz crer em seu 
recurso de revista, mas apenas aquelas que -
demandem formação profissional-, nos exatos 
termos da norma que regulamenta a matéria. 
(TST -A-AIRR-14640-89.2008.5.18.0005) 
 
Na inicial, a empresa autora informa que foi 
autuada pela Auditora Fiscal do Trabalho por 
deixar de empregar aprendizes em número 
equivalente a 5%, no mínimo, dos empregados 
existentes em cada estabelecimento, cujas 
funções demandem formação profissional, nos 
termos do disposto no art. 429, "caput", da CLT. 
Refere que, no auto de infração n° 018946861 
constou "Apesar da empresa ter sido notificada 
para contratar sete (07) aprendizes, contratou 
apenas um (01) aprendiz. Os sete aprendizes 
representa o mínimo de 5% por cento do total 
dos empregados dos estabelecimento cujas 
funções demandam formação profissional. 
Conforme artigo 10º do Decreto 5.598/2005, 
manda reportar a Classificação Brasileira de 
Ocupações que na característica 
do trabalho demanda aprendizagem. 
Esclarece que o auto de infração foi lavrado 
quando possuía exatos 178 empregados. Afirma 
que, em data próxima à visita da Auditora Fiscal 
do Trabalho, quando o seu quadro funcional 
contava com 186 empregados (número superior 
àquele avaliado pela Auditora, Fiscal 
do Trabalho), restou formalizada consulta junto 
ao SENAI (entidade que, no âmbito do setor 
industrial, detém a competência de organizar a 
aprendizagem) a fim de que fosse procedida a 
avaliação das funções que demandavam 
formação profissional, no entender da referida 
entidade. 
Assinala que essas 186 pessoas exerciam as 
funções relacionadas em anexo, do que, segundo 
o SENAI, resultava a obrigação de contar com 
um aprendiz, face ao fato de que, daquelas 
funções, 3 funções ocupadas por 4 empregados 
demandavam formação profissional. 
Observa que cumpria essa obrigação, pois tinha 
em seu quadro funcional 1 aprendiz como a 
própria Auditora Fiscal do Trabalho referiu no 
auto de infração. Informa que, tempestivamente, 
a empresa ofereceu defesa ao auto de infração e, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO TEÓRICO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
7 
através da notificação n° 35746, foi cientificada 
de que a ré entendeu subsistente o auto de 
infração impugnado, e, em decorrência, impôs-
lhe multa, cujo valor foi fixado em R$2.012,66. 
 Ao contrário do entendimento "a quo" não é 
possível considerar também, a avaliação feita 
pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
- SENAI para a definição da cota mínima de 
aprendizes. Conforme bem observado nas 
razões recursais da União, o SENAI não detém o 
monopólio para oferecer os cursos de 
aprendizagem e a ausência de cursos 
profissionalizantes nas atividades desenvolvidas 
pelas empresas não é óbice à contratação. 
Isso porque se entende que compete também à 
empresa em convênio com o SESI, por exemplo, 
promover cursos de formação em sua área de 
atuação. Além disso, a empresa não precisa 
contratar aprendizes de cada uma das funções 
que demandem formação profissional, sendo que 
a cota da empresa pode ser preenchida por mais 
de um aprendiz matriculado em qualquer dos 
cursos de formação. 
 
Nesse contexto, conforme apurado no auto de 
infração, 178 é o número de trabalhadores que 
deverá ser considerado para fins de base de 
cálculo do número de aprendizes, considerando a 
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), 
elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego 
e não 4, de acordo com o informado pelo SENAI 
(fl. 50). 
Desta forma, é válido o auto de infração n° 
018946861 e, por conseguinte, não se cogita de 
desconstituição da multa em razão dele aplicada 
à autora. (Recurso de Revista n° TST-AIRR-758-
55.2010.5.04.0304, em que é 
Agravante PAQUETÁ CALÇADOS LTDA. e 
Agravado UNIÃO (PGU).) 
A autora alega que não existiria a proibição 
do trabalho do menor de 18 (dezoito) anos e 
maior de 16 (dezesseis) anos em condições 
insalubres quando afastada a insalubridade pelo 
uso de EPI que atenuaria os ruídos existentes, 
superiores a 80 decibéis. 
Aduz, outrossim, que a proibição trazida nos 
artigos 405, I, da CLT e 7º, XXXIII, não é 
absoluta, uma vez que mitigada pelos artigos 7º, 
XXX, e 170 da Constituição Federal, que 
dispõem, respectivamente, sobre a proibição de 
diferença de exercício de funções por motivo de 
idade e o pleno emprego. 
A Portaria SIT/DSST nº 20, de 13.9.2001, por sua 
vez, traz como serviços considerados insalubres 
para menores de 18 (dezoito) anos -trabalhos 
com exposição a ruído contínuo e intermitente, 
acima do nível de ação previsto na legislação 
pertinente em vigor, ou a ruído de impacto-. 
Conforme se observa, não há nenhuma ressalva 
na legislação que regula a matéria quanto à 
permissão do trabalho do menor em ambiente 
insalubre no que diz respeito ao uso de 
EPI, assim, a proibição se dá em caráter 
absoluto. 
 
Dessa forma, a vedação do trabalho do menor de 
18 (dezoito) anos e maior de 16 (dezesseis) anos 
em condições insalubres se dá em caráter 
absoluto, não sendo afastada nem pelo uso de 
EPI (equipamento de proteção 
individual).(PROCESSO Nº TST-AIRR-940-
86.2006.5.13.0027) 
Acrescenta-se a isto o que preceitua a Súmula 
244 do Tribunal Superior do Trabalho, em seu 
inciso II, analogicamente utilizada para os demais 
contratos de trabalho por prazo determinado. 
O referido entendimento pacificado estabelece 
que não há direito da empregada gestante à 
estabilidade provisória na hipótese de admissão 
mediante contrato por prazo determinado, uma 
vez que a extinção da relação de emprego, em 
face do término do prazo, não constitui dispensa 
arbitrária ou sem justa causa. Vejamos: 
"SÚMULA 244 TST - Gestante. Estabilidade 
provisória. (Res. 15/1985, DJ 09.12.1985. 
Redação alterada - Res 121/2003, DJ 
19.11.2003. Nova redação em decorrência da 
incorporação das Orientações Jurisprudenciais 
nºs 88 e 196 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 
20.04.2005). 
 
 
 
3 - APOSTILA Aula 03.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ECA 
Cristiane Dupret 
1 
MÓDULO AFT
ECA
Cristiane Dupret
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT
TEORIA
DIREITO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE – Aula 03/03
Professora Cristiane Dupret
www.cristianedupret.com.br
www.direitocriancaeadolescente.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
2 
MENOR ASSISTIDO
DL 2.318/86:
Art 4º As empresas deverão admitir, como
assistidos, com duração de quatro horas diárias
de trabalho e sem vinculação com a previdência
social, menores entre doze e dezoito anos de
idade, que frequentem escola.
1º Para os efeitos deste artigo, as empresas
que tenham mais de cinco empregados ficam
obrigadas a admitir, a título de iniciação ao
trabalho, menores assistidos no equivalente a
cinco por cento do total de empregados
existentes em cada um de seus
estabelecimentos.
 
2º Na hipótese em que o número de
empregados do estabelecimento seja superior
a cem, no que exceder esse número o
percentual fixado no parágrafo anterior reduz-
se
a um por cento.
3º No cálculo dos percentuais acima
estabelecidos, as frações de unidade darão
lugar à admissão de um menor.
4º Em relação aos gastos efetuados com os
menores assistidos, as empresas não estão
sujeitas a encargos previdenciários de
qualquer natureza, inclusive FUNRURAL, nem a
recolhimentos em favor do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
3 
5º As demais condições relacionadas com o
trabalho do menor assistido serão fixadas em
ato do Poder Executivo.
O Decreto 94.338/87 que regulamentava o
artigo 4º ,e que instituía o programa pro
menino, foi revogado em 1991 seus efeitos
restaurados logo após pela Instrução
Normativa SNT/MTPS 06, de 30/08/91,
considerando que "a regulamentação dos
programas de profissionalização para o menor
previsto na Lei 8.069/90,
 
encontra-se em fase de elaboração", além do
fato de estarem diversas empresa "mantendo
em curso a sistemática do Programa Bom
Menino". Por tais razões, ficou determinado
que a fiscalização do trabalho deveria
admitir "a continuidade da sistemática adotada
pela empresa, desde que a Lei 8.069/90, de 13
de julho de 1990, venha a ser regulamentada".
No entanto, o referido Programa foi tornado
definitivamente sem efeito, após a revogação
dessa Instrução pela de no
SNT 03/92
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
4 
Na realidade o Programa Bom Menino trazia
em seu bojo algumas questões problemáticas:
a) admitia trabalho aos 12 anos, quando a atual 
Constituição Federal somente permite para os 
aprendizes a partir dos 14 anos; 
 
b) apesar da pessoalidade da prestação de serviços 
do adolescente (sem existir entidade assistencial ou 
mesmo empresa fornecedora de mão de obra), não 
reconhecia a relação de emprego; 
c) o adolescente não era beneficiário da 
contribuição previdenciária e do FGTS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
5 
“Não há, portanto, desde 1988, espaço para a
pura e simples utilização desprotegida da mão
de obra do jovem brasileiro (art. 227, CF/88),
não se prestando a tanto o art. 68 do Estatuto
da Criança e do Adolescente, que tem de se
amoldar às formas de trabalho educativo hoje
autorizadas, o contrato de aprendizagem (art.
428 da CLT) e o contrato de estágio (antiga Lei
6.494/77), ou corresponder, como terceira
ressalva, a um tipo jurídico que denote a
manifesta prevalência da função pedagógica
sobre a função produtiva (trabalho educativo).
 
É incompatível com a nova ordem jurídica as
soluções assistencialistas de pré 1988
(Programa Bom Menino e similares), em que se
colocava o jovem em atividades
essencialmente produtivas sem imbricação
com a dinâmica escolar ou funções
educacionais, destituído, ademais, de qualquer
significativa proteção trabalhista.”(TST, ED-
AIRR 100140-19.1999.5.15.0007, 7a Turma,
29/04/2009 Ministro Pedro Paulo Manus)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
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Cristiane Dupret 
6 
TRABALHO EDUCATIVO
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE
 
Art. 68. O programa social que tenha por base o
trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade
governamental ou não-governamental sem fins
lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele
participe condições de capacitação para o exercício de
atividade regular remunerada.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
7 
1º Entende-se por trabalho educativo a
atividade laboral em que as exigências
pedagógicas relativas ao desenvolvimento
pessoal e social do educando prevalecem
sobre o aspecto produtivo.
2º A remuneração que o adolescente recebe
pelo trabalho efetuado ou a participação na
venda dos produtos de seu trabalho não
desfigura o caráter educativo.
 
INTERPRETAÇÃO JURISPRUDENCIAL 
DO TRABALHO EDUCATIVO
A r. sentença acolheu o pedido principal
formulado pelo ora recorrido nos seguintes
termos: 'julgo procedente o pedido para
condenar as rés em obrigação de não - fazer,
consistente em absterem-se de encaminhar
adolescentes trabalhadores para empresas
privadas ou órgãos da administração pública
direta ou indireta, na forma de 'estágio',
`trabalho educativo' ou qualquer outra forma
sem que lhes sejam assegurados os direitos
trabalhistas e previdenciários,
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
8 
É fácil concluir que o trabalho educativo difere
do trabalho de fundo econômico, voltado
exclusivamente para a subsistência. Há que se
fazer a distinção entre aquele que efetivamente
vende sua força de trabalho como meio de
subsistência daquele que, ao desenvolver uma
atividade laborativa, agrega valores à sua
personalidade.
 
Pelo que emana de todo o processado
verifico que a atividade desenvolvida pelos
CAMPS propicia aos jovens envolvidos um
primeiro contato com o mundo do trabalho,
onde o menos importante é o tipo de tarefa
desenvolvida e o primordial é a oportunidade
de aprender a cumprir horário, receber ordens,
ter disciplina no cumprimento de tais tarefas e
conviver com outros trabalhadores no âmbito
de uma organização empresarial ou pública.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
9 
Tais atividades, portanto, se enquadram na
definição de trabalho educativo inserida pelo
legislador no art. 68, 1º, do Estatuto da
Criança e doAdolescente, pois nelas, a toda
evidência, as exigências pedagógicas relativas
ao desenvolvimento pessoal e social do
educando prevalecem sobre o aspecto
produtivo. (TST - Recurso de Revista nº TST-
RR-152500-89.2003.5.01.0035)
 
“Trabalho educativo é educação para
o trabalho e o caput do artigo 68 do Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) é de
clareza solar, no sentido de que o trabalho será
exercido a cargo de entidades assistenciais
sem fins lucrativos. Nada mais claro, posto
que o objetivo é amparar o menor carente,
assistido.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
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10 
Tanto numa empresa, como num órgão
público, não há, em princípio, ambiente
propício para o desenvolvimento do
trabalho educativo, observada a exigência já
posta na legislação do Adolescente: de que
haja na atividade, prevalência das exigências
pedagógicas ao aspecto produtivo,
priorizando-se o desenvolvimento pessoal e
social do educando.
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA O estímulo à
aprendizagem, em termos de formação
técnico-profissional, subordina-se à garantia
de acesso e freqüência obrigatória ao ensino
regular por parte do adolescente. De
conseqüência, proliferam entidades, ainda que
com boas intenções, espalhando
o trabalho infantil e realizando verdadeira
intermediação de mão de obra, sob os
auspícios de realizarem atividades filantrópica
e social, reduzindo a incidência de menores de
ruas e de marginalidade infantil,
encaminhando-os ao mercado de trabalho,
sem qualquer proteção e cumprimento desse
arcabouço jurídico.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
11 
O trabalho educativo é aquele em que a
dimensão produtiva está subordinada à
dimensão formativa. Distingue-se
do trabalho stricto sensu, subordinado, por
não restar configurada, precipuamente, a sua
finalidade econômica e, sim, uma atividade
laborativa, que se insira no contexto
pedagógico, voltada mais ao desenvolvimento
pessoal e social do educando.
 
Não encontradas essas características, a
entidade está descumprindo os ditames legais,
devendo abster-se dessas práticas, pelo que
tem pertinência a Ação Civil Pública' (Recurso
Ordinário - TRT da 15ª Região - 1ª Vara
do Trabalho de Americana, Processo RO
01001-1999-007-15-00-8, Rel. Luciane Storel da
Silva, recorrentes: Ministério Público
do Trabalho, recorrido: Soma - Serviço de
Orientação de Menores de Americana).
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
12 
“ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do
Tribunal Superior do Trabalho, para o fim de
impor às Rés a obrigação de não-fazer
consistente em abster-se de encaminhar
adolescentes trabalhadores para empresas
privadas ou órgãos da administração pública
direta e indireta, na forma de -estágio-, -
trabalho educativo- ou qualquer outra forma
sem que lhes sejam assegurados os direitos
trabalhistas e previdenciários previstos na
legislação de regência.” (TST – 29/09/2010.
Horácio Raymundo de Senna Pires. Ministro
Redator Designado. PROCESSO Nº TST-RR-
152500-89.2003.5.01.0035)
 
A circunstância de a Reclamante, como
estagiária, desempenhar suas atividades no
horário de trabalho fixado pela Reclamada,
não caracteriza, por si só, a existência de
relação de emprego. Isso porque o próprio
Termo de Compromisso estabelece a carga
horária para realização da atividade
extracurricular. Aliás como dito em linhas
precedentes, o ponto distintivo entre a
relação estagiária e a empregatícia
consubstancia-se na finalidade e não nos
elementos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
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Cristiane Dupret 
13 
O vínculo de estágio possui como escopo a
complementação e aperfeiçoamento da
formação acadêmica, constituindo em sua
essência um 'trabalho educativo'. (Agravo de
Instrumento em Recurso de Revista n TST-
AIRR-659-38.2010.5.10.0007 – 2ª. Turma –
29/02/2012)
 
Conforme demonstrado pela transcrição do
voto vencido do excelentíssimo senhor Juiz
Relator (fl. 3025, item 11), -os
adolescentes encaminhados pelas recorrentes
aos tomadores de serviços ocuparam postos
de trabalho efetivo e imprescindível nas
empresas tomadoras, não para
um trabalho educativo, mas sim para um
trabalho, uma vez que os adolescentes em
questão produziram igual a qualquer outro
empregado, e fariam jus, no mínimo,
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
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Cristiane Dupret 
14 
a todos os direitos sociais e previdenciários
assegurados pela Constituição e legislação
esparsa.
Logo, esta e. Turma, ao considerar verdadeiro
que os jovens encaminhados pelos Réus eram,
na verdade, empregados de diversas empresas
e da Administração Pública, não contrariou a
Súmula nº 126 do TST, como sustentado nos
embargos ora em exame. Embargos providos
apenas para prestar esclarecimentos.
 
“TRABALHO EDUCATIVO .
1. –O trabalho educativo está disposto no
Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo
68, como forma de atividade de caráter
pedagógico, para propiciar o desenvolvimento
de habilidades e dons (...). A sua caracterização
como atividade laboral não permite entender
que se trate de trabalho na acepção corrente
do termo, uma vez que a ela se somam duas
características básicas:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
15 
a) o caráter pedagógico da atividade deverá
sempre prevalecer sobre o aspecto produtivo,
ainda que haja algum produto resultante dessa
atividade e que este venha a ser
comercializado;
b) o caráter pedagógico deve estar diretamente
relacionado com o desenvolvimento pessoal e
social do adolescente, não devendo ser
esquecido, nesse contexto, a referência ao
adolescente como educando-
(http://www.pgt.mpt.gov.br/atuacao/trabalho-
infantil/trabalho-educativo.html).
 
2. Para a configuração do labor educativo,
portanto, torna-se essencial que o caráter
pedagógico prevaleça na atividade realizada, a
fim de colaborar para o desenvolvimento
pessoal e social, bem como estimular a
descoberta dos dons do educando.
3. O art. 68 do ECA deve ser interpretado à luz
dos princípios que orientam aludido diploma,
como o da proteção integral e o da prevalência
do interesse do menor, além da própria
literalidade da Carta Política (art. 227, 3º, II).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
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16 
4. -É evidente que o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 8.069/1990) não criou outro
tipo jurídico em seu art. 68, ajustando-se à
ordem jurídica então vigorante (art. 428 e
seguintes, CLT). Se o fizesse, seria
manifestamente ineficaz, agredindo o comando
constitucional do art. 227, 3º, II, da Carta
Magna, transmutando-se em estatuto não
protetivo do jovem brasileiro, na linha dos
antigos Códigos de Menores- (RR-195500-
38.2000.5.01.0038, 6ª Turma, REl. Min. Maurício
Godinho Delgado, DEJT 13/3/2009).
 
5. -Se por um lado os tomadores desse serviço
(dentre os quais a Administração Pública)
estão se beneficiando de uma mão de obra
mais barata - em detrimento de trabalhadores
maiores de idade e certamente também
premidos por necessidades graves e urgentes-
, por outro os menores estarão sendo
treinados apenas para perpetuar uma
prestação de serviço que os condenará a
permanecerem em sua atual condição social
(RR-152500-89.2003.5.01.0035, 3ª Turma,
Redator Ministro Horácio Raymundo de Senna
Pires, DEJT 15/10/2010).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
17 
6. Delineados no voto vencido - que integrou o
corpo do acórdão recorrido-, o início da
jornada às 8h, o horário de saída da
reclamante entre 17h e 17h30min, o intervalo
de uma ou duas horas, a contraprestação
mensal percebida pela reclamante de R$
163,00 (cento e sessenta e três reais) e
incontroverso o pagamento mensal pela
empresa reclamada de R$ 87,00 (oitenta e sete
reais) à associação ré .
 
7. Tanto as funções de vendedora - alegadas
pela reclamante - como as de escritório,
atendimento de telefone, operacionalização de
fac-símile, emissão de documentos - trazidas
na própria defesa e sintetizadas no voto
vencido como sendo serviços de -office boy--,
traduzem ofícios eminentemente produtivos,
os quais se inserem perfeitamente na dinâmica
da atividade empresarial, não se podendo
concluir pela prevalência do aspecto
pedagógico, a afastar o credenciamento à
condição de trabalho educativo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
18 
8. Eventuais cursos de formação básica
ministrados à reclamante pela associação
reclamada, antes de introduzi-la no âmbito da
empresa ré, não têm o condão de
descaracterizar a relação de emprego formada
com a tomadora dos serviços, que diretamente
se beneficiou da preparação alcançada à
reclamante.
 
9. Sequer caberia cogitar da caracterização do
contrato de aprendizagem - ante a falta do
preenchimento das condições formais
necessárias à validade do vínculo de aprendiz,
como a inserção em programa de
aprendizagem vinculado à formação técnico-
profissional e a anotação da CTPS-, tampouco
da configuração de estágio - ausente a
intervenção obrigatória da instituição de
ensino nesta modalidade de trabalho do
menor.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
19 
10. Descaracterizado o trabalho educativo,
emergindo no presente feito a realização de
trabalho subordinado, não-eventual, pessoal e
oneroso, ante o princípio da primazia da
realidade, que orienta o direito do trabalho,
impõe-se o reconhecimento do vínculo de
emprego da autora diretamente com a empresa
reclamada -
 
dirigente e beneficiária dos serviços
desempenhados pela reclamante-, nos termos
da Súmula 331, item I, desta Casa, aplicável
por analogia. Violação do art. 227, 3º, II, da
Constituição da República caracterizada.” (RR
- 136400-89.2003.5.15.0093 Data de
Julgamento: 24/11/2010, Relatora
Ministra: Rosa Maria Weber, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 03/12/2010.)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
20 
“Agravante UNIÃO (PGF) e
Agravado CORPORAÇÃO DOS
PATRULHEIROS MIRINS DE CAMPO GRANDE.
Do supra transcrito, verifica-se que, ao
contrário do que pretende fazer crer a
embargante, o Colegiado analisou o conteúdo
dos autos de infração, já que apreciou a
situação fática neles descrita,
definindo a
natureza jurídica da relação entre a
Corporação e os Mirins. E foi com base nisso
que se definiu pela ausência de validade aos
autos de infração lavrados.
 
Consta do v. Acórdão:
Conclui-se, portanto, com absoluta
segurança, que o trabalho desenvolvido nessas
condições não pode ser entendido como se de
vínculo de emprego se tratasse pois o
adolescente que desenvolve
o trabalho educativo não é empregado pois está
inserido dentro de um programa desenvolvido
para sua formação, tanto na área educacional
quanto na área de inserção no mercado de
trabalho, daí ser improcedente a fundamentação
da recorrente de que a presunção de que é de
emprego o vínculo entre os mirins e a
Corporação em razão da presunção de
veracidade das declarações dos fiscais do
trabalho.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
21 
Até mesmo porque, a função de definir a
relação existente entre a Corporação e os
Mirins, quando instado a se manifestar a
respeito, é do Judiciário e não dos fiscais do
trabalho, como aduz a União ao asseverar que
há presunção de veracidade das declarações
dos fiscais que afirmaram ser de emprego as
relações existentes entre a Corporação dos
Patrulheiros Mirins de Campo Grande e seus
integrantes.
DENEGO seguimento ao recurso de
revista."(TST - PROCESSO Nº TST-AIRR-
494/2006-006-24-40.8 – 07/12/2009 – 2ª Turma)
 
REGRAS GERAIS EM RELAÇÃO AO 
TRABALHO DO MENOR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
22 
1) Alvará para autorização para o trabalho
Nos termos dos artigos 405, 2º, e 406 da CLT,
referente ao procedimento especial de
jurisdição voluntária em que se requer a
expedição de alvará judicial para se obter
autorização de expedição de Carteira de
Trabalho e Previdência Social para que menor
de idade possa exercer atividade remunerada,
ainda que esse procedimento envolva a União e
se dirija a autoridades integrantes do Poder
Público Federal, é orientação jurisprudencial
assente do STJ (CC 98033 MG 2008/0174696-9)
a de estar afeta a competência à Justiça
Comum Estadual, em primeiro e segundo graus
da jurisdição.
 
2)Duração do trabalho do menor
A duração da jornada de trabalho do menor
submete-se aos mesmos princípios gerais,
sendo no máximo de oito horas diárias ou 44
horas semanais (artigo 411, CLT; c.c. 7º, XIII,
CF/1988). A jornada diária de trabalho do
menor não pode ser prorrogada para cumprir
horas extraordinárias destinadas a exigências
rotineiras da empresa. Inclusive, dispõe a CLT
que “quando o menor de 18 anos for
empregado em mais de um estabelecimento, as
horas de trabalho em cada um serão
totalizadas".
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
23 
Dessa forma, a carga horária diária, com a
soma de dois empregos, não pode ultrapassar
oito horas. As férias são regidas pelas mesmas
normas concernentes ao trabalho adulto, com
uma particularidade: não podem ser
fracionadas.
Há duas exceções para a prorrogação da carga
horária de trabalho do menor (entre dezesseis
e dezoito anos, considerando que a carga
horária do aprendiz é diferenciada):
 
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente
de acréscimo salarial, mediante convenção ou
acordo coletivo nos termos do Título VI desta
Consolidação, desde que o excesso de horas
em um dia seja compensado pela diminuição
em outro, de modo a ser observado o limite
máximo de 44 (quarenta e quatro) horas
semanais ou outro inferior legalmente fixada;
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
24 
II - excepcionalmente, por motivo de força
maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com
acréscimo salarial de, pelo menos, 50%
(cinquenta por cento) sobre a hora normal e
desde que o trabalho do menor seja
imprescindível ao funcionamento do
estabelecimento.
A duração do trabalho do aprendiz não
excederá de seis horas diárias, sendo vedadas
a prorrogação e a compensação de jornada.
Este limite poderá ser de até oito horas diárias
para os aprendizes que já tiverem completado
o ensino fundamental, se nelas forem
computadas as horas destinadas à
aprendizagem teórica.
 
A CLT, em seu artigo 425, também garante o
tempo necessário para frequência às aulas.
Além disso, os estabelecimentos situados
onde a escola estiver à distância maior que
dois quilômetros e que ocuparem,
permanentemente, mais de 30 menores
analfabetos, de 14 a 18 anos, serão obrigados
a manter local apropriado em que lhes seja
ministrada a instrução primária, consoante
disposição do parágrafo único do artigo 427 da
CLT.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
25 
É dever dos responsáveis legais de menores,
pais, mães, ou tutores, afastá-los de empregos
que diminuam consideravelmente o seu tempo
de estudo, reduzam o tempo de repouso
necessário à sua saúde e constituição física,
ou prejudiquem a sua educação moral.
 
3)Salário do menor
O menor tem direito a salário-mínimo integral ou,
sendo o caso, a salário profissional, estando
garantido o reajuste concedido aos demais
empregados.
O Tribunal Superior do Trabalho editou o
Enunciado n.º 134, que estabelece:"Salário. Menor
não aprendiz. Ao menor não aprendiz é devido
salário- mínimo integral".
No mesmo sentido, o Enunciado nº 205 da Súmula
do STF: "Tem direito a salário integral menor não
sujeito a aprendizagem metódica”.
Ao menor aprendiz, salvo condição mais
favorável, será garantido o salário-mínimo hora.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
26 
4)Atuação do menor como artista em
programas televisivos
A atuação do menor em programas televisivos
não é tido como trabalho, pois se fosse,
ofenderia a norma constitucional, quando
crianças atuam em novelas, teatros e
congêneres. Tal participação depende de
alvará da Justiça da Infância e Juventude, nos
moldes do artigo 149, I. A existência de
prejuízo à moralidade, à formação educacional
e outros aspectos deve ser analisado no caso
concreto.
 
5)Demais disposições contidas na CLT
É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento
dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão
do contrato de trabalho, é vedado ao menor de
18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos
seus responsáveis legais, quitação ao
empregador pelo recebimento da indenização
que lhe for devida.
Contra os menores de 18 (dezoito) anos não
corre nenhum prazo de prescrição.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
27 
ESTÁGIO DO MENOR
LEI 11.788/08
Conceito:
Estágio é ato educativo escolar
supervisionado, desenvolvido no ambiente de
trabalho, que visa à preparação para o trabalho
produtivo de educandos que estejam
freqüentando o ensino regular em instituições
de educação superior, de educação
profissional, de ensino médio, da educação
especial e dos anos finais do ensino
fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos.
 
CARACTERÍSTICAS
Não gera vínculo 
empregatício
Tem característica 
educativa, que 
decorre do direito à 
profissionalização
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
28 
ESPÉCIES
OBRIGATÓRIO (definido no 
projeto do curso, carga 
horária como requisito para 
aprovação e obtenção do 
Diploma)
NÃO OBRIGATÓRIO 
(atividade opcional, 
acrescido à carga horária 
regular e obrigatória do 
curso)
Conforme determinação das 
diretrizes curriculares da 
etapa, modalidade e área de 
ensino e do projeto 
pedagógico do curso
 
REQUISITOS
matrícula e freqüência regular do educando 
em curso de educação superior, de educação 
profissional, de ensino médio, da educação 
especial e nos anos finais do ensino 
fundamental, na modalidade profissional da 
educação de jovens e adultos e atestados 
pela instituição de ensino
celebração de termo de compromisso entre 
o educando, a parte concedente do estágio 
e a instituição de ensino
compatibilidade entre
as atividades 
desenvolvidas no estágio e aquelas previstas 
no termo de compromisso
acompanhamento efetivo pelo professor 
orientador da instituição de ensino e por 
supervisor da parte concedente, 
comprovado por vistos nos relatórios DE 
APRENDIZAGEM (APRESENTADOS NO 
MÍNIMO A CADA 6 MESES), e por menção de 
aprovação final
CONSEQUÊNCIA DE DESCUMPRIMENTO:
VÍNCULO DE EMPREGO DO EDUCANDO COM A PARTE CONCEDENTE DO ESTÁGIO PARA 
TODOS OS FINS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
29 
TERMO DE COMPROMISSO é o documento
firmado pelo estagiário (seu representante ou
assistente legal) com os representantes legais
da parte concedente e da instituição de ensino.
Matrícula e freqüência regular do educando em
curso de educação superior, de educação
profissional, de ensino médio, da educação
especial e nos anos finais do ensino
fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos e atestados pela
instituição de ensino:
 
Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9.394/96):
Art. 35. O ensino médio, etapa final da
educação básica, com duração mínima de três
anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos 
conhecimentos adquiridos no ensino 
fundamental, possibilitando o prosseguimento 
de estudos;
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
30 
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do 
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz 
de se adaptar com flexibilidade a novas condições de 
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, 
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da 
autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos 
dos processos produtivos, relacionando a teoria com a 
prática, no ensino de cada disciplina.
 
Artigo 39, parágrafo 2º. E artigo 40:
2o A educação profissional e tecnológica
abrangerá os seguintes cursos:
I – de formação inicial e continuada ou 
qualificação profissional;
II – de educação profissional técnica de nível 
médio;
III – de educação profissional tecnológica de 
graduação e pós-graduação.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
31 
Art. 40. A educação profissional será
desenvolvida em articulação com o ensino
regular ou por diferentes estratégias de
educação continuada, em instituições
especializadas ou no ambiente de trabalho.
Art. 58. Entende-se por educação especial,
para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente
na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais.
 
Anos finais do Ensino Fundamental na
Modalidade de Jovens e Adultos: São os
equivalentes ao 5º ao 9º ano do Ensino
fundamental – Relevante a informação trazida
pela lei que somente será cabível para jovens e
adultos, pois se fosse na modalidade regular,
as pessoas entre o 5º e o 9º ano teriam entre 10
e 14 anos, sendo inconstitucional o estágio.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
32 
 
Art. 7o São obrigações das instituições de ensino,
em relação aos estágios de seus educandos:
I – celebrar termo de compromisso com o
educando ou com seu representante ou assistente
legal, quando ele for absoluta ou relativamente
incapaz, e com a parte concedente, indicando as
condições de adequação do estágio à proposta
pedagógica do curso, à etapa e modalidade da
formação escolar do estudante e ao horário e
calendário escolar;
II – avaliar as instalações da parte concedente do
estágio e sua adequação à formação cultural e
profissional do educando;
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
33 
III – indicar professor orientador, da área a ser
desenvolvida no estágio, como responsável
pelo acompanhamento e avaliação das
atividades do estagiário;
IV – exigir do educando a apresentação
periódica, em prazo não superior a 6 (seis)
meses, de relatório das atividades;
V – zelar pelo cumprimento do termo de
compromisso, reorientando o estagiário para
outro local em caso de descumprimento de
suas normas;
 
VI – elaborar normas complementares e
instrumentos de avaliação dos estágios de
seus educandos;
VII – comunicar à parte concedente do estágio,
no início do período letivo, as datas de
realização de avaliações escolares ou
acadêmicas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
34 
Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado
e os órgãos da administração pública direta,
autárquica e fundacional de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem como
profissionais liberais de nível superior
devidamente registrados em seus respectivos
conselhos de fiscalização profissional, podem
oferecer estágio, observadas as seguintes
obrigações:
 
I – celebrar termo de compromisso com a
instituição de ensino e o educando, zelando
por seu cumprimento;
II – ofertar instalações que tenham condições
de proporcionar ao educando atividades de
aprendizagem social, profissional e cultural;
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
35 
III – indicar funcionário de seu quadro de
pessoal, com formação ou experiência
profissional na área de conhecimento
desenvolvida no curso do estagiário, para
orientar e supervisionar até 10 (dez)
estagiários simultaneamente;
IV – contratar em favor do estagiário seguro
contra acidentes pessoais, cuja apólice seja
compatível com valores de mercado, conforme
fique estabelecido no termo de compromisso;
 
V – por ocasião do desligamento do estagiário,
entregar termo de realização do estágio com
indicação resumida das atividades
desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de
desempenho;
VI – manter à disposição da fiscalização
documentos que comprovem a relação de
estágio;
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
36 
VII – enviar à instituição de ensino, com
periodicidade mínima de 6 (seis) meses,
relatório de atividades, com vista obrigatória
ao estagiário.
Parágrafo único. No caso de estágio
obrigatório, a responsabilidade pela
contratação do seguro de que trata o inciso IV
do caput deste artigo poderá, alternativamente,
ser assumida pela instituição de ensino.
 
Art. 5o As instituições de ensino e as partes
cedentes de estágio podem, a seu critério,
recorrer a serviços de agentes de integração
públicos e privados, mediante condições
acordadas em instrumento jurídico apropriado,
devendo ser observada, no caso de
contratação com recursos públicos, a
legislação que estabelece as normas gerais de
licitação.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
37 
1o Cabe aos agentes de integração, como
auxiliares no processo de aperfeiçoamento do
instituto do estágio:
 
I – identificar oportunidades de estágio;
II – ajustar suas condições de realização;
III – fazer o acompanhamento administrativo;
IV – encaminhar negociação de seguros contra acidentes 
pessoais;
V – cadastrar os estudantes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
38 
2o É vedada a cobrança de qualquer valor
dos estudantes, a título de remuneração pelos
serviços referidos nos incisos deste artigo.
3o Os agentes de integração serão
responsabilizados civilmente se indicarem
estagiários para a realização de atividades não
compatíveis com a programação curricular
estabelecida para cada curso, assim como
estagiários matriculados em cursos ou
instituições para as quais não há previsão de
estágio curricular.
 
Art. 6o O local de estágio pode ser
selecionado a partir de cadastro de
partes cedentes, organizado
pelas
instituições de ensino ou pelos
agentes de integração.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
39 
NÚMERO DE 
EMPREGADOS
1 a 5
6 a 10
11 a 25
Acima de 25
NÚMERO MÁXIMO DE 
ESTAGIÁRIOS
1
2
5
Até 20%
 
O limite estabelecido não se aplica
aos estágios de nível superior e de
nível médio profissional.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
40 
Jornada de 
atividade não 
poderá ultrapassar:
4 hs diárias e 20 semanais para 
estudantes de educação especial e 
dos anos finais do ensino 
fundamental
6 hs diárias e 30 semanais para 
estudantes do ensino superior, 
educação profissional de nível 
médio e ensino médio regular
40 hs semanais no caso de estágio 
relativo a cursos que alternam 
teoria e prática, nos períodos que 
não estão programadas aulas 
presenciais, desde que previsto no 
projeto pedagógico do curso e da 
Instituição de ensino
Duração do Estágio
Na mesma parte conceente não 
pode exceder dois anos, exceto 
quando se tratar de portador de 
deficiência
 
Jornada de 
atividade não 
poderá ultrapassar:
4 hs diárias e 20 semanais para 
estudantes de educação especial e 
dos anos finais do ensino 
fundamental
6 hs diárias e 30 semanais para 
estudantes do ensino superior, 
educação profissional de nível 
médio e ensino médio regular
40 hs semanais no caso de estágio 
relativo a cursos que alternam 
teoria e prática, nos períodos que 
não estão programadas aulas 
presenciais, desde que previsto no 
projeto pedagógico do curso e da 
Instituição de ensino
Duração do Estágio
Na mesma parte conceente não 
pode exceder dois anos, exceto 
quando se tratar de portador de 
deficiência
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
41 
TRABALHO DO 
MENOR
•Princípio da primazia da
realidade
 
TRABALHO DO ADOLESCENTE
Aprendiz
CLT - Arts. 428 até 
441
Decreto 5598/05 -
Regulamenta a 
contratação de 
aprendizes
Portaria MTE 615/07 -
Cria o Cadastro Nacional 
de Aprendizagem
Instrução Normativa 75/09 -
Disciplina a fiscalização das 
condições de trabalho no 
âmbito dos programas de 
aprendizagem
Adolescente menor 
de 18 anos não 
aprendiz
CLT - Arts 402 ao 441, 
exceto às relativas ao 
aprendiz
Menor Esportista
Lei 6815/98
Qualquer menor
CF - Art. 5o, XXXIII - Proibição 
de trabalho noturno (entre 22 
hs e 5 hs, insalubre e perigoso
Lista TIP 
(elenca 
atividades 
insalubres 
e 
perigosas) 
- Decreto 
6481/08
 
 
 
4 - Material Complementar I.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
 
1 
Quanto à atuação dos agentes da inspeção, a Lei 
n.º 10.593/02 reestruturou a carreira dos 
auditores, transformando em cargo de 
AuditorFiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria 
Fiscal do Trabalho, os antigos cargos de Fiscal 
do Trabalho; de Assistente Social, encarregado 
da fiscalização do trabalho da mulher e do 
menor; de Engenheiros e Arquitetos, com a 
especialização prevista na Lei n.º 7.410/85, 
encarregados da fiscalização da segurança no 
trabalho; e do Médico do Trabalho, encarregado 
da fiscalização das condições de salubridade do 
ambiente laboral. 
 
Art. 10. São transformados em cargo de 
Auditor-Fiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria-
Fiscal do Trabalho, os seguintes cargos efetivos 
do quadro permanente do Ministério do Trabalho 
e Emprego: 
I - Fiscal do Trabalho; 
II - Assistente Social, encarregado da 
fiscalização do trabalho da mulher e do menor; 
III - Engenheiros e Arquitetos, com a 
especialização prevista na Lei no 7.410, de 27 de 
novembro de 1985, encarregados da fiscalização 
da segurança no trabalho; 
IV - Médico do Trabalho, encarregado da 
fiscalização das condições de salubridade do 
ambiente do trabalho. 
 
A classificação dos locais ou serviços como 
perigosos ou insalubres decorre do princípio da 
proteção integral à criança e ao adolescente, não 
sendo extensiva aos trabalhadores maiores de 18 
anos. 
 
Os trabalhos técnicos ou administrativos serão 
permitidos, desde que realizados fora das áreas 
de risco à saúde e à segurança. 
 
A proibição poderá ser elidida por meio de 
parecer técnico circunstanciado, assinado por 
profissional legalmente habilitado em segurança 
e saúde no trabalho, que ateste a não-exposição 
a riscos que possam comprometer a saúde e a 
segurança dos adolescentes, o qual deverá ser 
depositado na unidade descentralizada do 
Ministério do Trabalho e Emprego da 
circunscrição onde ocorrerem as referidas 
oportunidades. 
 
Sempre que houver controvérsia quanto á efetiva 
proteção dos adolescentes envolvidos nas 
atividades constantes do referido parecer, o 
mesmo será objeto de análise por Auditor-Fiscal 
do Trabalho, que tornará as providências legais 
cabíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7410.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7410.htm
5 - Material Complementar II.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO AFT 
ECA 
Cristiane Dupret 
1 
A C Ó R D Ã O 
3ª Turma 
GMHSP/wic/ct/ev 
RECURSO DE REVISTA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. 
LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. O artigo 129, III, da CF confere legitimidade ao Parquet para 
tutelar os interesses difusos e coletivos, prevendo, ainda, em seu inciso IX, autorização ao Ministério 
Público para "exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua 
finalidade". O e. Supremo Tribunal Federal já decidiu que os interesses homogêneos são espécie dos 
interesses coletivos, registrando a máxima Corte que "Direitos ou interesses homogêneos são os que têm 
a mesma origem comum (art. 81, III, da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990), constituindo-se em 
subespécie de direitos coletivos. (...) Quer se afirme interesses coletivos ou particularmente interesses 
homogêneos, stricto sensu, ambos estão cingidos a uma mesma base jurídica, sendo coletivos, 
explicitamente dizendo, porque são relativos a grupos, categorias ou classes de pessoas, que conquanto 
digam respeito às pessoas isoladamente, não se classificam como direitos individuais para o fim de ser 
vedada a sua defesa em ação civil pública, porque sua concepção finalística destina-se à proteção desses 
grupos, categorias ou classe de pessoas". (RE 163231 / SP - São Paulo, Relator Min. Maurício Corrêa, 
Tribunal Pleno, DJ 29-06-2001). Nesse contexto, correta a decisão do TRT que reconheceu a legitimidade 
do Ministério Público do Trabalho para ajuizar ação civil pública cujo objeto é proibir o empregador de 
obstruir o registro pelos empregados da efetiva jornada de trabalho praticada. 
INQUÉRITO CIVIL. AÇÃO INVESTIGATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. O Ministério do Trabalho, fiscalizando a reclamada, constatou a 
contratação de estudantes de nível médio para desempenho de funções específicas dos empregados da 
empresa, em fraude à lei reguladora do estágio. Em consequência foi instaurado procedimento 
investigatório pelo Ministério Público do Trabalho, com audiências com vista à pronta solução do problema 
detectado. Sem êxito qualquer conciliação, foi ajuizada Ação Civil Pública. A pretensão do empregador de 
ver anulado o inquérito não procede. A uma, porque se trata de procedimento administrativo, cuja 
característica é a informalidade, a duas, porque, conforme registrado pelo TRT, durante a investigação do 
Ministério do Trabalho e o procedimento do Parquet, fora observado o devido processo legal, 
oportunizando-se ampla defesa e contraditório à Ré. Daí a inconsistência da denúncia de lesão ao artigo 
5º, incisos LV e LVI da Constituição da República. Recurso de revista não conhecido. 
 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista nº TST-RR-9895500-
43.2004.5.09.0016, em que é Recorrente

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