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1 - APOSTILA Aula 01.pdf MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 1 ATUAÇÃO DO AUDITOR FISCAL Quanto à atuação dos agentes da inspeção, a Lei n.º 10.593/02 reestruturou a carreira dos auditores, transformando em cargo de Auditor Fiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria Fiscal do Trabalho, os antigos cargos de Fiscal do Trabalho; de Assistente Social, encarregado da fiscalização do trabalho da mulher e do menor; de Engenheiros e Arquitetos, com a especialização prevista na Lei n.º 7.410/85, encarregados da fiscalização da segurança no trabalho; e do Médico do Trabalho, encarregado da fiscalização das condições de salubridade do ambiente laboral. Art. 10. São transformados em cargo de Auditor- Fiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho, os seguintes cargos efetivos do quadro permanente do Ministério do Trabalho e Emprego: PONTOS DE IMPORTÂNCIA PARA A PROVA: BANCA ESAF - NORMAS DE SEGURANÇA - PROTEÇÃO INTEGRAL - TRABALHO DO MENOR (ECA, CLT, Convenções Internacionais) CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ARTIGO 7º, XXXIII Menores de 18 anos – Proibição de trabalho noturno, insalubre e perigoso Menores de 16 anos – Proibição de qualquer trabalho, salvo a partir de 14 anos na condição de aprendiz PORTARIA Nº 88, DE 28 DE ABRIL DE 2009 A Secretária de Inspeção do Trabalho, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo inciso I do artigo 405 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, resolve: Art. 1º Para efeitos do art. 405, inciso I, da CLT, são considerados locais e serviços perigosos ou insalubres, proibidos ao trabalho do menor de 18 (dezoito) anos, os descritos no item I - Trabalhos Prejudiciais à Saúde e à Segurança, do Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008, que publicou a Lista das Piores Formas do Trabalho Infantil. Decreto 6.481/08 – Principais disposições A classificação específica dos locais ou serviços como perigosos ou insalubres decorre do princípio da proteção integral à criança e ao adolescente, não sendo extensiva aos trabalhadores maiores de 18 anos. Os trabalhos técnicos ou administrativos serão permitidos, desde que realizados fora das áreas de risco à saúde e à segurança. A proibição poderá ser elidida por meio de parecer técnico circunstanciado, assinado por profissional legalmente habilitado em segurança e saúde no trabalho, que ateste a não-exposição a riscos que possam comprometer a saúde e a segurança dos adolescentes, o qual deverá ser depositado na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego da circunscrição onde ocorrerem as referidas oportunidades. Sempre que houver controvérsia quanto á efetiva proteção dos adolescentes envolvidos nas MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 2 atividades constantes do referido parecer, o mesmo será objeto de análise por Auditor-Fiscal do Trabalho, que tornará as providências legais cabíveis. Para fins de aplicação das alíneas “a”, “b” e “c” do artigo 3o da Convenção no 182, da OIT, integram as piores formas de trabalho infantil: I - todas as formas de escravidão ou práticas análogas, tais como venda ou tráfico, cativeiro ou sujeição por dívida, servidão, trabalho forçado ou obrigatório; II - a utilização, demanda, oferta, tráfico ou aliciamento para fins de exploração sexual comercial, produção de pornografia ou atuações pornográficas; III - a utilização, recrutamento e oferta de adolescente para outras atividades ilícitas, particularmente para a produção e tráfico de drogas; e IV - o recrutamento forçado ou compulsório de adolescente para ser utilizado em conflitos armados. ATENÇÃO: Entre as atividades elencadas, estão as que se referem aos serviços domésticos. Isso porque os jovens que trabalham nestas atividades estão sujeitos, por exemplo, a esforços físicos intensos; isolamento; abuso físico, psicológico e sexual; longas jornadas de trabalho; trabalho noturno; calor; exposição ao fogo, posições ante ergonômicas e movimentos repetitivos, podendo comprometer o processo de formação social e psicológica. O trabalho a partir de 16 anos fica autorizado apenas em situações onde os adolescentes não estejam expostos a riscos comprometedores à saúde, à segurança e à moral. Portanto, a faixa entre 16 e 18 anos, que antes podia trabalhar como doméstico, fica proibida a partir deste decreto presidencial. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE LEI 8.069/90 AÇÃO CIVIL PÚBLICA DIREITOS TRABALHISTAS MENOR Estatuto da Criança e do Adolescente Art. 201. Compete ao Ministério Público: (...) V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal; Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente: I - o Ministério Público; II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios; III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 3 da assembléia, se houver prévia autorização estatutária. § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei. § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa. Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para: (...) IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209; Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores. ENTENDIMENTO DO TST: “AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. LEGITIMIDADE ATIVA. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. INTERESSES RELATIVOS À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE. Tem legitimidade o Ministério Público do Trabalho para propor ação civil pública, visando tutelar direitos em favor das crianças e adolescentes. Tal é a hipótese sob exame, em que o Parquet Trabalhista persegue a condenação da reclamada, ante a constatação por Inquérito Civil Público da utilização ilegal de mão-de-obra infantil. A legitimidade alcança os direitos individuais homogêneos, que, na dicção da jurisprudência corrente do excelso Supremo Tribunal Federal, nada mais são senão direitos coletivos em sentido lato, uma vez que todas as formas de direitos metaindividuais (difusos, coletivos e individuais homogêneos), passíveis de tutela mediante ação civil pública, são coletivos. Imperioso observar, apenas, em razão do disposto no artigo 127 da Constituição Federal, que o direito individual homogêneo a ser tutelado deve revestir-se do caráter de indisponibilidade.” (RR – 334/1999-411-02-00 - PUBLICAÇÃO: DJ – 06/09/2007 – TST – 1ª. Turma) A Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas destaca o direito à educação, proclamando que: “Toda pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, ao menos no que concerne à instrução elementar e fundamental. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnica e profissional haverá de ser universal...” CONVENÇÃO 138 – OIT Convenção sobre Idade Mínima de Admissão ao Emprego Promulgada no Brasil pelo Decreto 4.134/02, que também promulgou a Recomendação 146 da OIT. MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 4 Alguns aspectos importantes da Convenção: Os dispositivos desta Convenção serão aplicáveis, no mínimo, a: mineração e pedreira; indústria manufatureira; construção; eletricidade, água e gás; serviços sanitários; transporte, armazenamento e comunicações; plantações e outros empreendimentos agrícolas de fins comerciais, excluindo, porém, propriedades familiares e de pequeno porte que produzam para o consumo local e não empreguem regularmente mão-de-obra remunerada. Artigo 1º Todo País-Membro em que vigore esta Convenção, compromete-se a seguir uma política nacional que assegure a efetiva abolição do trabalho infantil e eleve progressivamente, a idade mínima de admissão a emprego ou a trabalho a um nível adequado ao pleno desenvolvimento físico e mental do adolescente. Artigo 2º ... 3. A idade mínima fixada nos termos do parágrafo 1º deste Artigo não será inferior à idade de conclusão da escolaridade obrigatória ou, em qualquer hipótese, não inferior a quinze anos. 4. Não obstante o disposto no Parágrafo 3º deste Artigo, o País-membro, cuja economia e condições do ensino não estiverem suficientemente desenvolvidas, poderá, após consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores concernentes, se as houver, definir, inicialmente, uma idade mínima de quatorze anos. Artigo 6º Esta Convenção não se aplicará a trabalho feito por crianças e adolescentes em escolas de educação vocacional ou técnica ou em outras instituições de treinamento em geral ou a trabalho feito por pessoas de no mínimo quatorze anos de idade em empresas em que esse trabalho for executado dentro das condições prescritas pela autoridade competente, após consulta com as organizações de empregadores e de trabalhadores concernentes, onde as houver, e constituir parte integrante de: a) curso de educação ou treinamento pelo qual é principal responsável uma escola ou instituição de treinamento; b) programa de treinamento principalmente ou inteiramente executado em uma empresa, que tenha sido aprovado pela autoridade competente, ou c) programa de orientação vocacional para facilitar a escolha de uma profissão ou de um tipo de treinamento. Artigo 7º 1. As leis ou regulamentos nacionais poderão permitir o emprego ou trabalho a pessoas entre treze e quinze anos em serviços leves que: a) não prejudiquem sua saúde ou desenvolvimento, e b) não prejudiquem sua frequência escolar, sua participação em programas de orientação vocacional ou de treinamento aprovados pela autoridade competente ou sua capacidade de se beneficiar da instrução recebida. 2. As leis ou regulamentos nacionais poderão também permitir o emprego ou trabalho a pessoas com, no mínimo, quinze anos de idade e que não tenham ainda concluído a escolarização obrigatória em trabalho que preencher os requisitos estabelecidos nas alíneas a) e b) do parágrafo 1º deste Artigo. 3. A autoridade competente definirá as atividades em que o emprego ou trabalho poderá ser permitido nos termos dos parágrafos 1º e 2º deste Artigo e estabelecerá o número de horas e as condições em que esse emprego ou trabalho pode ser desempenhado. 4. Não obstante o disposto nos parágrafos 1º e 2º deste Artigo, o País-membro que se tiver servido das disposições do parágrafo 4º do Artigo 2º poderá, enquanto continuar assim procedendo, substituir as idades de treze e quinze anos pelas idades de doze e quatorze anos e a idade de quinze anos pela idade de quatorze anos dos respectivos Parágrafos 1º e 2º deste Artigo. CONVENÇÃO 182 – OIT MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 5 Convenção sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para a sua Eliminação A Convenção 182 foi promulgada no Brasil pelo Decreto 3.597/00, que também promulgou a Recomendação 190 da OIT. Vejamos alguns aspectos importantes da Convenção: Artigo 2 Para efeitos da presente Convenção, o termo "criança" designa toda pessoa menor de 18 anos. Artigo 3 Para efeitos da presente Convenção, a expressão "as piores formas de trabalho infantil" abrange: a) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, tais como a venda e tráfico de crianças, a servidão por dívidas e a condição de servo, e o trabalho forçado ou obrigatório, inclusive o recrutamento forçado ou obrigatório de crianças para serem utilizadas em conflitos armados; b) a utilização, o recrutamento ou a oferta de crianças para a prostituição, a produção de pornografia ou atuações pornográficas; c) a utilização, recrutamento ou a oferta de crianças para a realização para a realização de atividades ilícitas, em particular a produção e o tráfico de entorpecentes, tais com definidos nos tratados internacionais pertinentes; e, d) o trabalho que, por sua natureza ou pelas condições em que é realizado, é suscetível de prejudicar a saúde, a segurança ou a moral das crianças. Artigo 7 1. Todo Membro deverá adotar todas as medidas necessárias para garantir a aplicação efetiva e o cumprimento dos dispositivos que colocam em vigor a presente Convenção, inclusive o estabelecimento e a aplicação de sanções penais ou outras sanções, conforme o caso. 2. Todo Membro deverá adotar, levando em consideração a importância para a eliminação de trabalho infantil, medidas eficazes e em prazo determinado, com o fim de: a) impedir a ocupação de crianças nas piores formas de trabalho infantil; b) prestar a assistência direta necessária e adequada para retirar as crianças das piores formas de trabalho infantil e assegurar sua reabilitação e inserção social; c) assegurar o acesso ao ensino básico gratuito e, quando for possível e adequado, à formação profissional a todas as crianças que tenham sido retiradas das piores formas de trabalho infantil; d) identificar as crianças que estejam particularmente expostas a riscos e entrar em contato direto com elas; e, e) levar em consideração a situação particular das meninas. Estatuto da Criança e do Adolescente Direito à Profissionalização e Proteção ao Trabalho Premissas básicas para o entendimento das normas relacionadas ao trabalho do menor: Até os 18 anos, o menor depende de autorização de seu responsável legal para contratar trabalho. Aos 18 anos, já é lícito contratar diretamente, adquirindo, portanto, plena capacidade trabalhista. No Direito do Trabalho, a incapacidade absoluta estende-se até os dezesseis anos. Com esta idade, o menor pode praticar certos atos, como celebrar contrato de trabalho ou distratar, firmar recibo de pagamento e pactuar alterações relativas ao contrato de trabalho (art. 402/CLT e art. 439/CLT). Entretanto, para ingressar com reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho, por exemplo, precisa haver a representação de seu responsável legal. A incapacidade relativa é a que ocorre entre os dezesseis e dezoito anos, período este em que o trabalhador precisa ser assistido, como no caso de quitação das verbas rescisórias. Vejamos agora as disposições do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente): MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 6 Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor. Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios: I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular; II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; III - horário especial para o exercício das atividades. Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem. Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido. Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II - perigoso, insalubre ou penoso; III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola. Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada. § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 7 Destaques: Extinção do contrato de aprendizagem: O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ou de forma antecipada nas seguintes hipóteses: I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz; II – falta disciplinar grave; III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; IV – a pedido do aprendiz. 2 - APOSTILA Aula 02.pdf MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 1 DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – Aula 02/03 NORMAS ESPECÍFICAS DA APRENDIZAGEM O Decreto nº 5.598, de 1º de dezembro de 2005, regulamenta a contratação de aprendizes. A Resolução nº 74, de 13 de setembro de 2001 dispõe sobre o registro e fiscalização das entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional e dá outras providências. Por se tratar de norma de natureza trabalhista, cabe ao MTE fiscalizar o cumprimento da legislação sobre a aprendizagem, bem como dirimir as dúvidas suscitadas por quaisquer das partes envolvidas. Quais são os estabelecimentos obrigados a contratar aprendizes? Os estabelecimentos de qualquer natureza, que tenham pelo menos 7 (sete) empregados, são obrigados a contratar aprendizes, de acordo com o percentual exigido por lei (art. 429 da CLT). É facultativa a contratação de aprendizes pelas microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP), inclusive as que fazem parte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições, denominado “SIMPLES” (art. 11 da Lei nº 9.841/97), bem como pelas Entidades sem Fins Lucrativos (ESFL) que tenham por objetivo a educação profissional (art. 14, I e II, do Decreto nº 5.598/05). MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 2 O aprendiz adolescente, entre 14 e 18 anos, pode desempenhar atividades pertinentes à aprendizagem a mais de um empregador? Sim, desde que os programas de aprendizagem possuam conteúdos distintos e que as horas de atividade prática e teórica de cada programa sejam somadas (art. 414 da CLT e art. 21, caput, do Decreto nº 5.598/05), para efeito da observância da jornada máxima diária (art. 432 da CLT), em respeito aos direitos assegurados pelo ECA, principalmente em relação à garantia da freqüência à escola regular e à observância da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento (art. 21, § 1º, do Decreto nº 5.598/05, e arts. 67, inciso IV, e 69, inciso I, do ECA). OUTROS DIREITOS DO APRENDIZ: -Vale transporte -Férias que coincidam com as escolares, ainda em caso de férias coletivas, caso em que essas serão gozadas como licença remunerada - Em caso de continuidade do aprendiz na empresa após o término do contrato de aprendizagem, a conseqüência será a existência de um contrato de trabalho por prazo indeterminado (o contrato não mais será de aprendizagem) - O afastamento do aprendiz em virtude das exigências do serviço militar não constitui causa para rescisão do contrato - em casos de afastamento em razão de licença-maternidade, acidente de trabalho ou auxílio-doença, esses afastamentos também não constituem, por si só, causa para rescisão do contrato, produzindo os mesmos efeitos que nos contratos de prazo determinado. Além disso, durante o período de afastamento em razão da MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 3 licença-maternidade e acidente de trabalho, deverá ser recolhido o FGTS do aprendiz. INSTRUÇÃO NORMATIVA 75/2009 da Secretaria de Inspeção do Trabalho Art. 10. O auditor fiscal do trabalho, ao inspecionar as entidades sem fins lucrativos que contratam aprendizes, em conformidade com o art. 431 da CLT, verificará se estão sendo cumpridas as normas trabalhistas e previdenciárias decorrentes da relação de emprego especial de aprendizagem, especialmente a assinatura da Carteira de Trabalho e Previdência Social e respectivo registro, bem como: I - a existência de certificado de registro da entidade sem fins lucrativos no CMDCA como entidade que objetiva a assistência ao adolescente e a educação profissional, quando algum de seus cursos se destinar a aprendizes menores de 18 (dezoito) anos, bem como a comprovação do depósito do programa de aprendizagem no CMDCA; II - a existência de programa de aprendizagem e sua adequação aos requisitos estabelecidos na Portaria MTE nº 615/2007; III - a regularidade do curso em que o aprendiz está matriculado junto ao Cadastro Nacional de Aprendizagem; IV - a existência de declaração de frequência do aprendiz na escola, quando esta for obrigatória; V - contrato ou convênio firmado entre a entidade responsável por ministrar o curso de aprendizagem e o estabelecimento tomador dos serviços; e VI - os contratos de aprendizagem firmados entre a entidade e os aprendizes. § 1º Deverão constar nos registros e nos contratos de aprendizagem firmados pelas entidades sem fins lucrativos a razão social, o endereço e o número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da empresa tomadora dos serviços de aprendizagem. § 2º A fiscalização da execução e regularidade do contrato de aprendizagem deverá ser precedida de emissão de nova Ordem de Serviço (OS). Art. 11. Na hipótese de inadequação da entidade sem fins lucrativos às disposições do artigo anterior, após esgotadas as ações administrativas para saná-las, o auditor fiscal do trabalho, sem prejuízo da lavratura de autos de infrações cabíveis, adotará as providências indicadas no art. 21 desta instrução normativa. Parágrafo único. No caso de inadequação da entidade sem fins lucrativos aos requisitos constantes dos incisos I, II e III do artigo anterior, a autoridade regional competente encaminhará também cópia do relatório circunstanciado à Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE), solicitando a adoção das providências cabíveis quanto à regularidade da entidade e de seus cursos no Cadastro Nacional de Aprendizagem. Art. 15. Poderá ser adotada, sem prejuízo da ação fiscal "in loco", a notificação para apresentação de documentos (NAD) via postal - modalidade de fiscalização indireta - para convocar, individual ou MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 4 coletivamente, os empregadores a apresentarem documentos, em dia e hora previamente fixados, a fim de comprovarem a regularidade da contratação de empregados aprendizes, conforme determina o art. 429, da CLT. § 1º No procedimento de notificação via postal poderá ser utilizado, como suporte instrumental, sistema informatizado de dados destinado a facilitar a identificação dos estabelecimentos obrigados a contratar aprendizes. § 2º No caso de convocação coletiva, a SRTE realizará, observados os critérios de conveniência e oportunidade da Administração Pública, uma explanação sobre a temática da aprendizagem, visando conscientizar, orientar e esclarecer as empresas sobre as principais dúvidas relativas à aprendizagem profissional. § 3º Caso o auditor fiscal do trabalho, no planejamento da fiscalização ou no curso desta, conclua pela ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte a imediata contratação dos aprendizes, poderá instaurar, com a anuência da chefia imediata e desde que o estabelecimento esteja sendo fiscalizado pela primeira vez, procedimento especial para ação fiscal, nos termos do art. 27 a 30, do Decreto nº 4.552, de 27 de dezembro de 2002 Regulamento da Inspeção do Trabalho (RIT), explicitando os motivos ensejadores desta medida. § 4º O procedimento especial para a ação fiscal poderá resultar na lavratura de termo de compromisso que estipule as obrigações assumidas pelo compromissado e os prazos para seu cumprimento. § 5º Durante o prazo fixado no termo, o compromissado poderá ser fiscalizado para verificação de seu cumprimento, sem prejuízo da ação fiscal em atributos não contemplados no referido termo. § 6º Quando o procedimento especial para a ação fiscal for frustrado pelo não-atendimento da convocação, pela recusa de firmar termo de compromisso ou pelo descumprimento de qualquer cláusula compromissada, deverão ser adotadas as providências indicadas no art. 21 desta instrução normativa. Art. 16. A chefia da fiscalização designará auditores fiscais do trabalho para realizar a fiscalização indireta, prevista no artigo anterior e, quando for o caso, verificar o cumprimento dos termos de cooperação técnica firmados no âmbito do MTE. Parágrafo único. No caso de convocação coletiva, a chefia da fiscalização deverá designar número suficiente de auditores fiscais do trabalho para o atendimento das empresas notificadas. (...) Art. 18. A aprendizagem deverá ser realizada em ambientes adequados ao desenvolvimento dos respectivos programas, cabendo ao auditor fiscal do trabalho fiscalizar as condições de sua execução, tanto na entidade responsável por ministrar o curso quanto no estabelecimento do empregador. § 1º As empresas e as entidades responsáveis pelos cursos de aprendizagem deverão oferecer MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 5 aos aprendizes condições de segurança e saúde e acessibilidade nos ambientes de aprendizagem, observadas as disposições dos arts. 157 e 405, da CLT; do art. 29 do Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999; do art. 2º do Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008; e das Normas Regulamentadoras vigentes. § 2º Havendo indícios de irregularidade no meio ambiente do trabalho, o auditor fiscal do trabalho deverá informar à chefia imediata, que solicitará ao setor competente a realização de ação fiscal, sem prejuízo do disposto no parágrafo seguinte. § 3º Constatada a inadequação dos ambientes de aprendizagem às condições de proteção ao trabalho do adolescente e às condições de acessibilidade ao aprendiz com deficiência, ou divergências apuradas entre as condições reais das instalações da entidade formadora e aquelas informadas no Cadastro Nacional da Aprendizagem, o auditor fiscal do trabalho promoverá ações destinadas a regularizar a situação, sem prejuízo da lavratura de autos de infrações cabíveis, adotando, caso não sejam sanadas, as providências indicadas no art. 21 desta instrução normativa. Art. 21. Esgotada a atuação da inspeção do trabalho, sem a correção das irregularidades relativas à aprendizagem, o auditor fiscal do trabalho, sem prejuízo da lavratura de autos de infração cabíveis, encaminhará relatório circunstanciado à chefia imediata, que promoverá as devidas comunicações ao Ministério Público do Trabalho, ao Ministério Público Estadual e, quando for o caso de entidades que ministrem cursos a aprendizes menores de 18 (dezoito) anos, ao Conselho Tutelar e ao CMDCA. Art. 22. Caso sejam apurados indícios de infração penal, o auditor fiscal do trabalho deverá relatar o fato à chefia imediata, que o comunicará ao Ministério Público Federal ou Estadual. POSICIONAMENTOS DO TST O Ministério do Trabalho, por ação de auditores fiscais, realizou fiscalização nas dependências da ré e constatou que havia trabalhadores com funções específicas e destinadas a empregados, mas cujo contrato continha o manto de estágio. O foco do trabalho dos fiscais voltou-se para a atitude da ré de utilizar estudantes do ensino médio para atividade dissonante da complementação de ensino e de aprendizagem.Todo o procedimento típico da atividade fiscalizadora foi adotado, oportunizando-se à ré ampla defesa e uso do contraditório, conforme se verifica nos autos de infração e documentos juntados pela ré. Em conseqüência dos trabalhos fiscais, foi instaurado Procedimento Investigatório, no qual também foi respeitado o devido processo legal. ... os procedimentos investigatórios podem findar com o arquivamento ou com o Termo de Ajustamento de Conduta. A ação civil pública só ocorre quando as tentativas anteriores resultam frustradas. No caso sob análise, a atitude da ré impediu o termo final da investigação no âmbito da própria Procuradoria Regional do Trabalho, que realizou audiências no intuito de solucionar a questão debatida, mas sem êxito. conclui-se que não há nulidade no Procedimento Investigatório nem ofensa ao art. 5°, incisos LV e LVI, da CF/88."(RR-9895500-43.2004.5.09.0016-3ª. Turma) Cabe assentar que a cota de aprendizes é fixada por estabelecimento de trabalho, independente do âmbito territorial de atuação do empregador, MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 6 como prevê expressamente o art. 429 da CLT. (TST-A-AIRR-14640-89.2008.5.18.00) No mérito, o reclamado defende que o percentual de 5% destinado à contratação de menores aprendizes deve ser calculado levando-se em conta apenas os cargos cujas atribuições são compatíveis com o exercício da aprendizagem. Aponta violação dos art. 428,caput, e § 4.º, e 429 da CLT. Pois bem. De acordo com o art. 429 da CLT, -Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a 5% (cinco por cento), no mínimo, a 15% (quinze por cento), no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional-. Como se vê, aludido dispositivo estabeleceu, como único critério para fixação da base de cálculo da cota de admissão dos aprendizes, que as funções exercidas pelos trabalhadores do estabelecimento -demandem formação profissional-. Por oportuno, cumpre destacar o teor do art. 10 do Decreto 5.598/05 (regulamentador da contratação de aprendizes), que, além de atrelar a definição de -funções que demandem formação profissional- à observância da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), exclui do seu conceito aquelas que exijam habilitação de nível técnico ou superior e os cargos de direção, gerência ou confiança. Eis o teor da norma: Art. 10. Para a definição das funções que demandem formação profissional, deverá ser considerada a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. § 1o Ficam excluídas da definição do caput deste artigo as funções que demandem, para o seu exercício, habilitação profissional de nível técnico ou superior, ou, ainda, as funções que estejam caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos do inciso II e do parágrafo único do art. 62 e do § 2º do art. 224 da CLT. Logo, é de se concluir que a base de cálculo da cota mínima de aprendizes que deverão ser contratados pelo réu não engloba todos as funções existentes no âmbito do seu estabelecimento, como faz crer em seu recurso de revista, mas apenas aquelas que - demandem formação profissional-, nos exatos termos da norma que regulamenta a matéria. (TST -A-AIRR-14640-89.2008.5.18.0005) Na inicial, a empresa autora informa que foi autuada pela Auditora Fiscal do Trabalho por deixar de empregar aprendizes em número equivalente a 5%, no mínimo, dos empregados existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional, nos termos do disposto no art. 429, "caput", da CLT. Refere que, no auto de infração n° 018946861 constou "Apesar da empresa ter sido notificada para contratar sete (07) aprendizes, contratou apenas um (01) aprendiz. Os sete aprendizes representa o mínimo de 5% por cento do total dos empregados dos estabelecimento cujas funções demandam formação profissional. Conforme artigo 10º do Decreto 5.598/2005, manda reportar a Classificação Brasileira de Ocupações que na característica do trabalho demanda aprendizagem. Esclarece que o auto de infração foi lavrado quando possuía exatos 178 empregados. Afirma que, em data próxima à visita da Auditora Fiscal do Trabalho, quando o seu quadro funcional contava com 186 empregados (número superior àquele avaliado pela Auditora, Fiscal do Trabalho), restou formalizada consulta junto ao SENAI (entidade que, no âmbito do setor industrial, detém a competência de organizar a aprendizagem) a fim de que fosse procedida a avaliação das funções que demandavam formação profissional, no entender da referida entidade. Assinala que essas 186 pessoas exerciam as funções relacionadas em anexo, do que, segundo o SENAI, resultava a obrigação de contar com um aprendiz, face ao fato de que, daquelas funções, 3 funções ocupadas por 4 empregados demandavam formação profissional. Observa que cumpria essa obrigação, pois tinha em seu quadro funcional 1 aprendiz como a própria Auditora Fiscal do Trabalho referiu no auto de infração. Informa que, tempestivamente, a empresa ofereceu defesa ao auto de infração e, MÓDULO TEÓRICO AFT ECA Cristiane Dupret 7 através da notificação n° 35746, foi cientificada de que a ré entendeu subsistente o auto de infração impugnado, e, em decorrência, impôs- lhe multa, cujo valor foi fixado em R$2.012,66. Ao contrário do entendimento "a quo" não é possível considerar também, a avaliação feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI para a definição da cota mínima de aprendizes. Conforme bem observado nas razões recursais da União, o SENAI não detém o monopólio para oferecer os cursos de aprendizagem e a ausência de cursos profissionalizantes nas atividades desenvolvidas pelas empresas não é óbice à contratação. Isso porque se entende que compete também à empresa em convênio com o SESI, por exemplo, promover cursos de formação em sua área de atuação. Além disso, a empresa não precisa contratar aprendizes de cada uma das funções que demandem formação profissional, sendo que a cota da empresa pode ser preenchida por mais de um aprendiz matriculado em qualquer dos cursos de formação. Nesse contexto, conforme apurado no auto de infração, 178 é o número de trabalhadores que deverá ser considerado para fins de base de cálculo do número de aprendizes, considerando a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e não 4, de acordo com o informado pelo SENAI (fl. 50). Desta forma, é válido o auto de infração n° 018946861 e, por conseguinte, não se cogita de desconstituição da multa em razão dele aplicada à autora. (Recurso de Revista n° TST-AIRR-758- 55.2010.5.04.0304, em que é Agravante PAQUETÁ CALÇADOS LTDA. e Agravado UNIÃO (PGU).) A autora alega que não existiria a proibição do trabalho do menor de 18 (dezoito) anos e maior de 16 (dezesseis) anos em condições insalubres quando afastada a insalubridade pelo uso de EPI que atenuaria os ruídos existentes, superiores a 80 decibéis. Aduz, outrossim, que a proibição trazida nos artigos 405, I, da CLT e 7º, XXXIII, não é absoluta, uma vez que mitigada pelos artigos 7º, XXX, e 170 da Constituição Federal, que dispõem, respectivamente, sobre a proibição de diferença de exercício de funções por motivo de idade e o pleno emprego. A Portaria SIT/DSST nº 20, de 13.9.2001, por sua vez, traz como serviços considerados insalubres para menores de 18 (dezoito) anos -trabalhos com exposição a ruído contínuo e intermitente, acima do nível de ação previsto na legislação pertinente em vigor, ou a ruído de impacto-. Conforme se observa, não há nenhuma ressalva na legislação que regula a matéria quanto à permissão do trabalho do menor em ambiente insalubre no que diz respeito ao uso de EPI, assim, a proibição se dá em caráter absoluto. Dessa forma, a vedação do trabalho do menor de 18 (dezoito) anos e maior de 16 (dezesseis) anos em condições insalubres se dá em caráter absoluto, não sendo afastada nem pelo uso de EPI (equipamento de proteção individual).(PROCESSO Nº TST-AIRR-940- 86.2006.5.13.0027) Acrescenta-se a isto o que preceitua a Súmula 244 do Tribunal Superior do Trabalho, em seu inciso II, analogicamente utilizada para os demais contratos de trabalho por prazo determinado. O referido entendimento pacificado estabelece que não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato por prazo determinado, uma vez que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa causa. Vejamos: "SÚMULA 244 TST - Gestante. Estabilidade provisória. (Res. 15/1985, DJ 09.12.1985. Redação alterada - Res 121/2003, DJ 19.11.2003. Nova redação em decorrência da incorporação das Orientações Jurisprudenciais nºs 88 e 196 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005). 3 - APOSTILA Aula 03.pdf MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 1 MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT TEORIA DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – Aula 03/03 Professora Cristiane Dupret www.cristianedupret.com.br www.direitocriancaeadolescente.com.br MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 2 MENOR ASSISTIDO DL 2.318/86: Art 4º As empresas deverão admitir, como assistidos, com duração de quatro horas diárias de trabalho e sem vinculação com a previdência social, menores entre doze e dezoito anos de idade, que frequentem escola. 1º Para os efeitos deste artigo, as empresas que tenham mais de cinco empregados ficam obrigadas a admitir, a título de iniciação ao trabalho, menores assistidos no equivalente a cinco por cento do total de empregados existentes em cada um de seus estabelecimentos. 2º Na hipótese em que o número de empregados do estabelecimento seja superior a cem, no que exceder esse número o percentual fixado no parágrafo anterior reduz- se a um por cento. 3º No cálculo dos percentuais acima estabelecidos, as frações de unidade darão lugar à admissão de um menor. 4º Em relação aos gastos efetuados com os menores assistidos, as empresas não estão sujeitas a encargos previdenciários de qualquer natureza, inclusive FUNRURAL, nem a recolhimentos em favor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 3 5º As demais condições relacionadas com o trabalho do menor assistido serão fixadas em ato do Poder Executivo. O Decreto 94.338/87 que regulamentava o artigo 4º ,e que instituía o programa pro menino, foi revogado em 1991 seus efeitos restaurados logo após pela Instrução Normativa SNT/MTPS 06, de 30/08/91, considerando que "a regulamentação dos programas de profissionalização para o menor previsto na Lei 8.069/90, encontra-se em fase de elaboração", além do fato de estarem diversas empresa "mantendo em curso a sistemática do Programa Bom Menino". Por tais razões, ficou determinado que a fiscalização do trabalho deveria admitir "a continuidade da sistemática adotada pela empresa, desde que a Lei 8.069/90, de 13 de julho de 1990, venha a ser regulamentada". No entanto, o referido Programa foi tornado definitivamente sem efeito, após a revogação dessa Instrução pela de no SNT 03/92 MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 4 Na realidade o Programa Bom Menino trazia em seu bojo algumas questões problemáticas: a) admitia trabalho aos 12 anos, quando a atual Constituição Federal somente permite para os aprendizes a partir dos 14 anos; b) apesar da pessoalidade da prestação de serviços do adolescente (sem existir entidade assistencial ou mesmo empresa fornecedora de mão de obra), não reconhecia a relação de emprego; c) o adolescente não era beneficiário da contribuição previdenciária e do FGTS. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 5 “Não há, portanto, desde 1988, espaço para a pura e simples utilização desprotegida da mão de obra do jovem brasileiro (art. 227, CF/88), não se prestando a tanto o art. 68 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que tem de se amoldar às formas de trabalho educativo hoje autorizadas, o contrato de aprendizagem (art. 428 da CLT) e o contrato de estágio (antiga Lei 6.494/77), ou corresponder, como terceira ressalva, a um tipo jurídico que denote a manifesta prevalência da função pedagógica sobre a função produtiva (trabalho educativo). É incompatível com a nova ordem jurídica as soluções assistencialistas de pré 1988 (Programa Bom Menino e similares), em que se colocava o jovem em atividades essencialmente produtivas sem imbricação com a dinâmica escolar ou funções educacionais, destituído, ademais, de qualquer significativa proteção trabalhista.”(TST, ED- AIRR 100140-19.1999.5.15.0007, 7a Turma, 29/04/2009 Ministro Pedro Paulo Manus) MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 6 TRABALHO EDUCATIVO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 7 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. INTERPRETAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO TRABALHO EDUCATIVO A r. sentença acolheu o pedido principal formulado pelo ora recorrido nos seguintes termos: 'julgo procedente o pedido para condenar as rés em obrigação de não - fazer, consistente em absterem-se de encaminhar adolescentes trabalhadores para empresas privadas ou órgãos da administração pública direta ou indireta, na forma de 'estágio', `trabalho educativo' ou qualquer outra forma sem que lhes sejam assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários, MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 8 É fácil concluir que o trabalho educativo difere do trabalho de fundo econômico, voltado exclusivamente para a subsistência. Há que se fazer a distinção entre aquele que efetivamente vende sua força de trabalho como meio de subsistência daquele que, ao desenvolver uma atividade laborativa, agrega valores à sua personalidade. Pelo que emana de todo o processado verifico que a atividade desenvolvida pelos CAMPS propicia aos jovens envolvidos um primeiro contato com o mundo do trabalho, onde o menos importante é o tipo de tarefa desenvolvida e o primordial é a oportunidade de aprender a cumprir horário, receber ordens, ter disciplina no cumprimento de tais tarefas e conviver com outros trabalhadores no âmbito de uma organização empresarial ou pública. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 9 Tais atividades, portanto, se enquadram na definição de trabalho educativo inserida pelo legislador no art. 68, 1º, do Estatuto da Criança e doAdolescente, pois nelas, a toda evidência, as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. (TST - Recurso de Revista nº TST- RR-152500-89.2003.5.01.0035) “Trabalho educativo é educação para o trabalho e o caput do artigo 68 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é de clareza solar, no sentido de que o trabalho será exercido a cargo de entidades assistenciais sem fins lucrativos. Nada mais claro, posto que o objetivo é amparar o menor carente, assistido. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 10 Tanto numa empresa, como num órgão público, não há, em princípio, ambiente propício para o desenvolvimento do trabalho educativo, observada a exigência já posta na legislação do Adolescente: de que haja na atividade, prevalência das exigências pedagógicas ao aspecto produtivo, priorizando-se o desenvolvimento pessoal e social do educando. AÇÃO CIVIL PÚBLICA O estímulo à aprendizagem, em termos de formação técnico-profissional, subordina-se à garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular por parte do adolescente. De conseqüência, proliferam entidades, ainda que com boas intenções, espalhando o trabalho infantil e realizando verdadeira intermediação de mão de obra, sob os auspícios de realizarem atividades filantrópica e social, reduzindo a incidência de menores de ruas e de marginalidade infantil, encaminhando-os ao mercado de trabalho, sem qualquer proteção e cumprimento desse arcabouço jurídico. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 11 O trabalho educativo é aquele em que a dimensão produtiva está subordinada à dimensão formativa. Distingue-se do trabalho stricto sensu, subordinado, por não restar configurada, precipuamente, a sua finalidade econômica e, sim, uma atividade laborativa, que se insira no contexto pedagógico, voltada mais ao desenvolvimento pessoal e social do educando. Não encontradas essas características, a entidade está descumprindo os ditames legais, devendo abster-se dessas práticas, pelo que tem pertinência a Ação Civil Pública' (Recurso Ordinário - TRT da 15ª Região - 1ª Vara do Trabalho de Americana, Processo RO 01001-1999-007-15-00-8, Rel. Luciane Storel da Silva, recorrentes: Ministério Público do Trabalho, recorrido: Soma - Serviço de Orientação de Menores de Americana). MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 12 “ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, para o fim de impor às Rés a obrigação de não-fazer consistente em abster-se de encaminhar adolescentes trabalhadores para empresas privadas ou órgãos da administração pública direta e indireta, na forma de -estágio-, - trabalho educativo- ou qualquer outra forma sem que lhes sejam assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários previstos na legislação de regência.” (TST – 29/09/2010. Horácio Raymundo de Senna Pires. Ministro Redator Designado. PROCESSO Nº TST-RR- 152500-89.2003.5.01.0035) A circunstância de a Reclamante, como estagiária, desempenhar suas atividades no horário de trabalho fixado pela Reclamada, não caracteriza, por si só, a existência de relação de emprego. Isso porque o próprio Termo de Compromisso estabelece a carga horária para realização da atividade extracurricular. Aliás como dito em linhas precedentes, o ponto distintivo entre a relação estagiária e a empregatícia consubstancia-se na finalidade e não nos elementos. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 13 O vínculo de estágio possui como escopo a complementação e aperfeiçoamento da formação acadêmica, constituindo em sua essência um 'trabalho educativo'. (Agravo de Instrumento em Recurso de Revista n TST- AIRR-659-38.2010.5.10.0007 – 2ª. Turma – 29/02/2012) Conforme demonstrado pela transcrição do voto vencido do excelentíssimo senhor Juiz Relator (fl. 3025, item 11), -os adolescentes encaminhados pelas recorrentes aos tomadores de serviços ocuparam postos de trabalho efetivo e imprescindível nas empresas tomadoras, não para um trabalho educativo, mas sim para um trabalho, uma vez que os adolescentes em questão produziram igual a qualquer outro empregado, e fariam jus, no mínimo, MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 14 a todos os direitos sociais e previdenciários assegurados pela Constituição e legislação esparsa. Logo, esta e. Turma, ao considerar verdadeiro que os jovens encaminhados pelos Réus eram, na verdade, empregados de diversas empresas e da Administração Pública, não contrariou a Súmula nº 126 do TST, como sustentado nos embargos ora em exame. Embargos providos apenas para prestar esclarecimentos. “TRABALHO EDUCATIVO . 1. –O trabalho educativo está disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 68, como forma de atividade de caráter pedagógico, para propiciar o desenvolvimento de habilidades e dons (...). A sua caracterização como atividade laboral não permite entender que se trate de trabalho na acepção corrente do termo, uma vez que a ela se somam duas características básicas: MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 15 a) o caráter pedagógico da atividade deverá sempre prevalecer sobre o aspecto produtivo, ainda que haja algum produto resultante dessa atividade e que este venha a ser comercializado; b) o caráter pedagógico deve estar diretamente relacionado com o desenvolvimento pessoal e social do adolescente, não devendo ser esquecido, nesse contexto, a referência ao adolescente como educando- (http://www.pgt.mpt.gov.br/atuacao/trabalho- infantil/trabalho-educativo.html). 2. Para a configuração do labor educativo, portanto, torna-se essencial que o caráter pedagógico prevaleça na atividade realizada, a fim de colaborar para o desenvolvimento pessoal e social, bem como estimular a descoberta dos dons do educando. 3. O art. 68 do ECA deve ser interpretado à luz dos princípios que orientam aludido diploma, como o da proteção integral e o da prevalência do interesse do menor, além da própria literalidade da Carta Política (art. 227, 3º, II). MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 16 4. -É evidente que o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990) não criou outro tipo jurídico em seu art. 68, ajustando-se à ordem jurídica então vigorante (art. 428 e seguintes, CLT). Se o fizesse, seria manifestamente ineficaz, agredindo o comando constitucional do art. 227, 3º, II, da Carta Magna, transmutando-se em estatuto não protetivo do jovem brasileiro, na linha dos antigos Códigos de Menores- (RR-195500- 38.2000.5.01.0038, 6ª Turma, REl. Min. Maurício Godinho Delgado, DEJT 13/3/2009). 5. -Se por um lado os tomadores desse serviço (dentre os quais a Administração Pública) estão se beneficiando de uma mão de obra mais barata - em detrimento de trabalhadores maiores de idade e certamente também premidos por necessidades graves e urgentes- , por outro os menores estarão sendo treinados apenas para perpetuar uma prestação de serviço que os condenará a permanecerem em sua atual condição social (RR-152500-89.2003.5.01.0035, 3ª Turma, Redator Ministro Horácio Raymundo de Senna Pires, DEJT 15/10/2010). MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 17 6. Delineados no voto vencido - que integrou o corpo do acórdão recorrido-, o início da jornada às 8h, o horário de saída da reclamante entre 17h e 17h30min, o intervalo de uma ou duas horas, a contraprestação mensal percebida pela reclamante de R$ 163,00 (cento e sessenta e três reais) e incontroverso o pagamento mensal pela empresa reclamada de R$ 87,00 (oitenta e sete reais) à associação ré . 7. Tanto as funções de vendedora - alegadas pela reclamante - como as de escritório, atendimento de telefone, operacionalização de fac-símile, emissão de documentos - trazidas na própria defesa e sintetizadas no voto vencido como sendo serviços de -office boy--, traduzem ofícios eminentemente produtivos, os quais se inserem perfeitamente na dinâmica da atividade empresarial, não se podendo concluir pela prevalência do aspecto pedagógico, a afastar o credenciamento à condição de trabalho educativo. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 18 8. Eventuais cursos de formação básica ministrados à reclamante pela associação reclamada, antes de introduzi-la no âmbito da empresa ré, não têm o condão de descaracterizar a relação de emprego formada com a tomadora dos serviços, que diretamente se beneficiou da preparação alcançada à reclamante. 9. Sequer caberia cogitar da caracterização do contrato de aprendizagem - ante a falta do preenchimento das condições formais necessárias à validade do vínculo de aprendiz, como a inserção em programa de aprendizagem vinculado à formação técnico- profissional e a anotação da CTPS-, tampouco da configuração de estágio - ausente a intervenção obrigatória da instituição de ensino nesta modalidade de trabalho do menor. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 19 10. Descaracterizado o trabalho educativo, emergindo no presente feito a realização de trabalho subordinado, não-eventual, pessoal e oneroso, ante o princípio da primazia da realidade, que orienta o direito do trabalho, impõe-se o reconhecimento do vínculo de emprego da autora diretamente com a empresa reclamada - dirigente e beneficiária dos serviços desempenhados pela reclamante-, nos termos da Súmula 331, item I, desta Casa, aplicável por analogia. Violação do art. 227, 3º, II, da Constituição da República caracterizada.” (RR - 136400-89.2003.5.15.0093 Data de Julgamento: 24/11/2010, Relatora Ministra: Rosa Maria Weber, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/12/2010.) MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 20 “Agravante UNIÃO (PGF) e Agravado CORPORAÇÃO DOS PATRULHEIROS MIRINS DE CAMPO GRANDE. Do supra transcrito, verifica-se que, ao contrário do que pretende fazer crer a embargante, o Colegiado analisou o conteúdo dos autos de infração, já que apreciou a situação fática neles descrita, definindo a natureza jurídica da relação entre a Corporação e os Mirins. E foi com base nisso que se definiu pela ausência de validade aos autos de infração lavrados. Consta do v. Acórdão: Conclui-se, portanto, com absoluta segurança, que o trabalho desenvolvido nessas condições não pode ser entendido como se de vínculo de emprego se tratasse pois o adolescente que desenvolve o trabalho educativo não é empregado pois está inserido dentro de um programa desenvolvido para sua formação, tanto na área educacional quanto na área de inserção no mercado de trabalho, daí ser improcedente a fundamentação da recorrente de que a presunção de que é de emprego o vínculo entre os mirins e a Corporação em razão da presunção de veracidade das declarações dos fiscais do trabalho. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 21 Até mesmo porque, a função de definir a relação existente entre a Corporação e os Mirins, quando instado a se manifestar a respeito, é do Judiciário e não dos fiscais do trabalho, como aduz a União ao asseverar que há presunção de veracidade das declarações dos fiscais que afirmaram ser de emprego as relações existentes entre a Corporação dos Patrulheiros Mirins de Campo Grande e seus integrantes. DENEGO seguimento ao recurso de revista."(TST - PROCESSO Nº TST-AIRR- 494/2006-006-24-40.8 – 07/12/2009 – 2ª Turma) REGRAS GERAIS EM RELAÇÃO AO TRABALHO DO MENOR MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 22 1) Alvará para autorização para o trabalho Nos termos dos artigos 405, 2º, e 406 da CLT, referente ao procedimento especial de jurisdição voluntária em que se requer a expedição de alvará judicial para se obter autorização de expedição de Carteira de Trabalho e Previdência Social para que menor de idade possa exercer atividade remunerada, ainda que esse procedimento envolva a União e se dirija a autoridades integrantes do Poder Público Federal, é orientação jurisprudencial assente do STJ (CC 98033 MG 2008/0174696-9) a de estar afeta a competência à Justiça Comum Estadual, em primeiro e segundo graus da jurisdição. 2)Duração do trabalho do menor A duração da jornada de trabalho do menor submete-se aos mesmos princípios gerais, sendo no máximo de oito horas diárias ou 44 horas semanais (artigo 411, CLT; c.c. 7º, XIII, CF/1988). A jornada diária de trabalho do menor não pode ser prorrogada para cumprir horas extraordinárias destinadas a exigências rotineiras da empresa. Inclusive, dispõe a CLT que “quando o menor de 18 anos for empregado em mais de um estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas". MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 23 Dessa forma, a carga horária diária, com a soma de dois empregos, não pode ultrapassar oito horas. As férias são regidas pelas mesmas normas concernentes ao trabalho adulto, com uma particularidade: não podem ser fracionadas. Há duas exceções para a prorrogação da carga horária de trabalho do menor (entre dezesseis e dezoito anos, considerando que a carga horária do aprendiz é diferenciada): I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo de 44 (quarenta e quatro) horas semanais ou outro inferior legalmente fixada; MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 24 II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com acréscimo salarial de, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) sobre a hora normal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. Este limite poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. A CLT, em seu artigo 425, também garante o tempo necessário para frequência às aulas. Além disso, os estabelecimentos situados onde a escola estiver à distância maior que dois quilômetros e que ocuparem, permanentemente, mais de 30 menores analfabetos, de 14 a 18 anos, serão obrigados a manter local apropriado em que lhes seja ministrada a instrução primária, consoante disposição do parágrafo único do artigo 427 da CLT. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 25 É dever dos responsáveis legais de menores, pais, mães, ou tutores, afastá-los de empregos que diminuam consideravelmente o seu tempo de estudo, reduzam o tempo de repouso necessário à sua saúde e constituição física, ou prejudiquem a sua educação moral. 3)Salário do menor O menor tem direito a salário-mínimo integral ou, sendo o caso, a salário profissional, estando garantido o reajuste concedido aos demais empregados. O Tribunal Superior do Trabalho editou o Enunciado n.º 134, que estabelece:"Salário. Menor não aprendiz. Ao menor não aprendiz é devido salário- mínimo integral". No mesmo sentido, o Enunciado nº 205 da Súmula do STF: "Tem direito a salário integral menor não sujeito a aprendizagem metódica”. Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário-mínimo hora. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 26 4)Atuação do menor como artista em programas televisivos A atuação do menor em programas televisivos não é tido como trabalho, pois se fosse, ofenderia a norma constitucional, quando crianças atuam em novelas, teatros e congêneres. Tal participação depende de alvará da Justiça da Infância e Juventude, nos moldes do artigo 149, I. A existência de prejuízo à moralidade, à formação educacional e outros aspectos deve ser analisado no caso concreto. 5)Demais disposições contidas na CLT É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida. Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 27 ESTÁGIO DO MENOR LEI 11.788/08 Conceito: Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. CARACTERÍSTICAS Não gera vínculo empregatício Tem característica educativa, que decorre do direito à profissionalização MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 28 ESPÉCIES OBRIGATÓRIO (definido no projeto do curso, carga horária como requisito para aprovação e obtenção do Diploma) NÃO OBRIGATÓRIO (atividade opcional, acrescido à carga horária regular e obrigatória do curso) Conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso REQUISITOS matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios DE APRENDIZAGEM (APRESENTADOS NO MÍNIMO A CADA 6 MESES), e por menção de aprovação final CONSEQUÊNCIA DE DESCUMPRIMENTO: VÍNCULO DE EMPREGO DO EDUCANDO COM A PARTE CONCEDENTE DO ESTÁGIO PARA TODOS OS FINS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 29 TERMO DE COMPROMISSO é o documento firmado pelo estagiário (seu representante ou assistente legal) com os representantes legais da parte concedente e da instituição de ensino. Matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino: Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9.394/96): Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 30 II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Artigo 39, parágrafo 2º. E artigo 40: 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos: I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; II – de educação profissional técnica de nível médio; III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 31 Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Anos finais do Ensino Fundamental na Modalidade de Jovens e Adultos: São os equivalentes ao 5º ao 9º ano do Ensino fundamental – Relevante a informação trazida pela lei que somente será cabível para jovens e adultos, pois se fosse na modalidade regular, as pessoas entre o 5º e o 9º ano teriam entre 10 e 14 anos, sendo inconstitucional o estágio. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 32 Art. 7o São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos: I – celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar; II – avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e profissional do educando; MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 33 III – indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário; IV – exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades; V – zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local em caso de descumprimento de suas normas; VI – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus educandos; VII – comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de avaliações escolares ou acadêmicas. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 34 Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações: I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu cumprimento; II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem social, profissional e cultural; MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 35 III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente; IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso; V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho; VI – manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio; MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 36 VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário. Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro de que trata o inciso IV do caput deste artigo poderá, alternativamente, ser assumida pela instituição de ensino. Art. 5o As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 37 1o Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de aperfeiçoamento do instituto do estágio: I – identificar oportunidades de estágio; II – ajustar suas condições de realização; III – fazer o acompanhamento administrativo; IV – encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais; V – cadastrar os estudantes. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 38 2o É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços referidos nos incisos deste artigo. 3o Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem estagiários para a realização de atividades não compatíveis com a programação curricular estabelecida para cada curso, assim como estagiários matriculados em cursos ou instituições para as quais não há previsão de estágio curricular. Art. 6o O local de estágio pode ser selecionado a partir de cadastro de partes cedentes, organizado pelas instituições de ensino ou pelos agentes de integração. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 39 NÚMERO DE EMPREGADOS 1 a 5 6 a 10 11 a 25 Acima de 25 NÚMERO MÁXIMO DE ESTAGIÁRIOS 1 2 5 Até 20% O limite estabelecido não se aplica aos estágios de nível superior e de nível médio profissional. MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 40 Jornada de atividade não poderá ultrapassar: 4 hs diárias e 20 semanais para estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental 6 hs diárias e 30 semanais para estudantes do ensino superior, educação profissional de nível médio e ensino médio regular 40 hs semanais no caso de estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos que não estão programadas aulas presenciais, desde que previsto no projeto pedagógico do curso e da Instituição de ensino Duração do Estágio Na mesma parte conceente não pode exceder dois anos, exceto quando se tratar de portador de deficiência Jornada de atividade não poderá ultrapassar: 4 hs diárias e 20 semanais para estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental 6 hs diárias e 30 semanais para estudantes do ensino superior, educação profissional de nível médio e ensino médio regular 40 hs semanais no caso de estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos que não estão programadas aulas presenciais, desde que previsto no projeto pedagógico do curso e da Instituição de ensino Duração do Estágio Na mesma parte conceente não pode exceder dois anos, exceto quando se tratar de portador de deficiência MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 41 TRABALHO DO MENOR •Princípio da primazia da realidade TRABALHO DO ADOLESCENTE Aprendiz CLT - Arts. 428 até 441 Decreto 5598/05 - Regulamenta a contratação de aprendizes Portaria MTE 615/07 - Cria o Cadastro Nacional de Aprendizagem Instrução Normativa 75/09 - Disciplina a fiscalização das condições de trabalho no âmbito dos programas de aprendizagem Adolescente menor de 18 anos não aprendiz CLT - Arts 402 ao 441, exceto às relativas ao aprendiz Menor Esportista Lei 6815/98 Qualquer menor CF - Art. 5o, XXXIII - Proibição de trabalho noturno (entre 22 hs e 5 hs, insalubre e perigoso Lista TIP (elenca atividades insalubres e perigosas) - Decreto 6481/08 4 - Material Complementar I.pdf MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 1 Quanto à atuação dos agentes da inspeção, a Lei n.º 10.593/02 reestruturou a carreira dos auditores, transformando em cargo de AuditorFiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria Fiscal do Trabalho, os antigos cargos de Fiscal do Trabalho; de Assistente Social, encarregado da fiscalização do trabalho da mulher e do menor; de Engenheiros e Arquitetos, com a especialização prevista na Lei n.º 7.410/85, encarregados da fiscalização da segurança no trabalho; e do Médico do Trabalho, encarregado da fiscalização das condições de salubridade do ambiente laboral. Art. 10. São transformados em cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria- Fiscal do Trabalho, os seguintes cargos efetivos do quadro permanente do Ministério do Trabalho e Emprego: I - Fiscal do Trabalho; II - Assistente Social, encarregado da fiscalização do trabalho da mulher e do menor; III - Engenheiros e Arquitetos, com a especialização prevista na Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985, encarregados da fiscalização da segurança no trabalho; IV - Médico do Trabalho, encarregado da fiscalização das condições de salubridade do ambiente do trabalho. A classificação dos locais ou serviços como perigosos ou insalubres decorre do princípio da proteção integral à criança e ao adolescente, não sendo extensiva aos trabalhadores maiores de 18 anos. Os trabalhos técnicos ou administrativos serão permitidos, desde que realizados fora das áreas de risco à saúde e à segurança. A proibição poderá ser elidida por meio de parecer técnico circunstanciado, assinado por profissional legalmente habilitado em segurança e saúde no trabalho, que ateste a não-exposição a riscos que possam comprometer a saúde e a segurança dos adolescentes, o qual deverá ser depositado na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego da circunscrição onde ocorrerem as referidas oportunidades. Sempre que houver controvérsia quanto á efetiva proteção dos adolescentes envolvidos nas atividades constantes do referido parecer, o mesmo será objeto de análise por Auditor-Fiscal do Trabalho, que tornará as providências legais cabíveis. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7410.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7410.htm 5 - Material Complementar II.pdf MÓDULO AFT ECA Cristiane Dupret 1 A C Ó R D Ã O 3ª Turma GMHSP/wic/ct/ev RECURSO DE REVISTA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. O artigo 129, III, da CF confere legitimidade ao Parquet para tutelar os interesses difusos e coletivos, prevendo, ainda, em seu inciso IX, autorização ao Ministério Público para "exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade". O e. Supremo Tribunal Federal já decidiu que os interesses homogêneos são espécie dos interesses coletivos, registrando a máxima Corte que "Direitos ou interesses homogêneos são os que têm a mesma origem comum (art. 81, III, da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990), constituindo-se em subespécie de direitos coletivos. (...) Quer se afirme interesses coletivos ou particularmente interesses homogêneos, stricto sensu, ambos estão cingidos a uma mesma base jurídica, sendo coletivos, explicitamente dizendo, porque são relativos a grupos, categorias ou classes de pessoas, que conquanto digam respeito às pessoas isoladamente, não se classificam como direitos individuais para o fim de ser vedada a sua defesa em ação civil pública, porque sua concepção finalística destina-se à proteção desses grupos, categorias ou classe de pessoas". (RE 163231 / SP - São Paulo, Relator Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 29-06-2001). Nesse contexto, correta a decisão do TRT que reconheceu a legitimidade do Ministério Público do Trabalho para ajuizar ação civil pública cujo objeto é proibir o empregador de obstruir o registro pelos empregados da efetiva jornada de trabalho praticada. INQUÉRITO CIVIL. AÇÃO INVESTIGATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. O Ministério do Trabalho, fiscalizando a reclamada, constatou a contratação de estudantes de nível médio para desempenho de funções específicas dos empregados da empresa, em fraude à lei reguladora do estágio. Em consequência foi instaurado procedimento investigatório pelo Ministério Público do Trabalho, com audiências com vista à pronta solução do problema detectado. Sem êxito qualquer conciliação, foi ajuizada Ação Civil Pública. A pretensão do empregador de ver anulado o inquérito não procede. A uma, porque se trata de procedimento administrativo, cuja característica é a informalidade, a duas, porque, conforme registrado pelo TRT, durante a investigação do Ministério do Trabalho e o procedimento do Parquet, fora observado o devido processo legal, oportunizando-se ampla defesa e contraditório à Ré. Daí a inconsistência da denúncia de lesão ao artigo 5º, incisos LV e LVI da Constituição da República. Recurso de revista não conhecido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista nº TST-RR-9895500- 43.2004.5.09.0016, em que é Recorrente