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neoclássica para desempenhar o protagonismo virtuoso de peças, romances e novelas cujos costumes, cotidiano e a organização expressam os valores de sua classe. Por outro lado, o desenvolvimento econômico propiciou a popularização do ensino e a ascensão da tipografia. A modernização do processo de impressão possibilitou a publicação em grandes quantidades de jornais e romances para atender ao maior número de leitores. Uma estratégia para barateamento e diversificação do público consumidor de romances consistiu na publicação fragmentada de capítulos diariamente nos jornais, assim, a cada dia uma parte da história era revelada. Esse processo recebeu no nome de "folhetim" ou "romance de folhetim" e é considerado como a origem de novelas de rádio e de televisão conhecidas atualmente. Assim, esse processo de “revolução da imprensa”, favoreceu a ascensão de romances impressos, popularizando-os como um item de lazer. O livro deixa, pois, de ser considerado um artigo de luxo, inacessível. Com maior variedade de edições e encadernações mais ou menos caras, a literatura passa a estar ao alcance de diferentes camadas da sociedade, inclusive das mulheres, que raramente tinham acesso às letras ou eram alfabetizadas. Com o processo de industrialização dos grandes centros, houve, por um lado, um delineamento das classes sociais: a burguesia com riquezas provenientes do comércio e os operários das indústrias com a remuneração salarial, por outro, possibilitou o acesso a escolas e bens de consumo em diferentes níveis. O Romantismo é, portanto, um movimento estético extremamente irregular e movediço, abarca não raro tendências contraditórias ou contrastantes. Corresponde a muito mais que uma revolução literária, correspondendo mais a uma nova atitude do espírito diante dos problemas da vida e do pensamento, resultante de uma verdadeira revolução histórico- cultural, que abrange a Filosofia, as artes, as ciências, as religiões, a moral, a política, os costumes e as relações sociais. ROMANTISMO O adjectivo "Romantic" é de origem inglesa, e deriva do substantivo "romaunt", de origem francesa ("roman" ou "romant"), que designava os romances medievais de aventuras (novelas de cavalaria) e também poemas narrativos da tradição oral. Depois a palavra generalizou-se a tudo aquilo que evocava a atmosfera desses romances (cavalaria e Idade Média, em geral). No séc.XVIII Rousseau (filósofo da revolução francesa) distinguiu "Romantique" (romântico) de "Romanesque" (romanesco, característica do romance de aventuras cheio de peripécias e ambientação melancólica e misteriosa), e no séc.XIX Frederico Schlegel e Madame de Staël opunham "Romântico" 37