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CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 1 CURSO MEGE Site: www.mege.com.br E-mail: atendimento@mege.com.br Celular/Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) Face: /cursomege Instagram: @cursomege Material: 629º Simulado Mege Delegado de Polícia – (Gabarito Comentado) 629º Simulado Mege Delegado de Polícia (Gabarito Comentado) CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 2 SUMÁRIO DIREITO PENAL ................................................................................................................. 3 DIREITO PROCESSUAL PENAL ......................................................................................... 25 DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................. 47 DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................. 65 LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ......................................................................................... 85 DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 104 CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 3 DIREITO PENAL 01. Com base na lei penal, configura crime de falsificação de documento particular o ato de falsificar: (A) Testamento particular. (B) Livros mercantis. (C) Ações de sociedade comercial. (D) Título ao portador ou título transmissível por endosso. (E) Cartão de crédito ou débito. _______________________________________________________________________ GABARITO: E COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. (B) INCORRETA. Vide comentário da alternativa (A). (C) INCORRETA. Vide comentário da alternativa (A). (D) INCORRETA. Vide comentário da alternativa (A). (E) CORRETA. Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. _______________________________________________________________________ CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 4 02. A conduta do agente que frauda arrematação judicial: (A) Configura crime próprio, por exigir que o sujeito ativo seja parte na arrematação judicial. (B) É atípica, podendo ser punida por litigância de má-fé no processo que originou a hasta pública. (C) Configura crime, punido com reclusão, na modalidade dolosa, e detenção, na forma culposa. (D) Não admite tentativa, por ser crime formal, de consumação antecipada. (E) Configura crime de ação penal pública incondicionada, punido com pena de detenção. _______________________________________________________________________ GABARITO: E COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Não configura crime próprio, pode ser praticado por qualquer pessoa. (B) INCORRETA. Não é conduta atipica, conforme fundamentado na alternativa (E). (C) INCORRETA. Conforme fundamentado alternativa (E). (D) INCORRETA. É crime material, tem que haver a concretização dos verbos da norma, ou seja, impedir, perturbar ou fraudar. (E) CORRETA. Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência. _______________________________________________________________________ 03. A respeito dos crimes contra a fé pública, julgue os itens abaixo e marque a alternativa incorreta à luz da legislação vigente e do entendimento dos tribunais superiores. (A) Ao funcionário público que, prevalecendo-se do cargo, falsificar documento público aplicar-se-á a mesma penalidade cominada aos demais agentes. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 5 (B) Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público as ações de sociedade comercial e o testamento particular. (C) O crime de corrupção passiva praticado por meio das condutas de “aceitar promessa” ou “solicitar” é formal e se consuma com a mera solicitação ou aceitação da vantagem indevida. (D) De acordo com entendimento jurisprudencial pertinente, a elementar do crime de peculato se comunica aos coautores e partícipes estranhos ao serviço público. (E) O funcionário público que se utilizar de violência ou grave ameaça para obter vantagem indevida cometerá o crime de extorsão e não o de concussão. _______________________________________________________________________ GABARITO: A COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. (B) CORRETA. Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. (C) CORRETA. A corrupção passiva é crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado, ou seja, o tipo penal possui conduta e resultado naturalístico, o crime se consuma com a prática da conduta prevista em lei (o resultado naturalístico é dispensável). Assim, o crime se consuma quando o funcionário público solicita/recebe/aceita a vantagem indevida. (D) CORRETA. O peculato corresponde à infração penal praticada por funcionário público contra a administração em geral. Denominado crime próprio, exige a condição de funcionário público como característica especial do agente - de caráter pessoal - elementar do crime, admitindo-se "o concurso de agentes entre funcionários públicos (ou equiparados, nos termos do art. 327, § 1º, do Código Penal) e terceiros, desde que CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveisna esfera cível e penal. 6 esses tenham ciência da condição pessoal daqueles, pois referida condição é elementar do crime em tela (artigo 30 do Código Penal) (STJ. 5ª Turma. HC 213.143/RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 01/06/2017) Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (E) CORRETA. Na extorsão, sempre há o uso de violência ou grave ameaça. Ademais, a vantagem pretendida é necessariamente econômica. Na concussão, existe uma exigência que, obrigatoriamente, tem um tom intimidativo, podendo consistir em uma ameaça, mas que não é grave. Outra diferença reside no fato de que, embora haja divergência doutrinária, caberia outros tipos de vantagem indevida além da patrimonial. Nesse sentido: “O emprego de violência ou grave ameaça é circunstância elementar do crime de extorsão tipificado no art. 158 do Código Penal. Assim, se o funcionário público se utiliza desse meio para obter vantagem indevida, comete o crime de extorsão e não o de concussão” (STJ — AgRg no REsp 1763917/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, 5ª Turma, julgado em 18- 10-2018, DJe 24-10-2018). _____________________________________________________________________ 04. No que diz respeito às excludentes de ilicitude e à imputabilidade, assinale a opção CORRETA. (A) Não responde por excesso doloso o agente que age em legítima defesa ou estrito cumprimento do dever legal. (B) É isento de pena o agente que, por doença mental ao tempo da ação, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato. (C) Descaracteriza a legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (D) Sendo razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado no estado de necessidade, a pena será agravada. (E) O agente que tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode alegar estado de necessidade. _______________________________________________________________________ GABARITO: E COMENTÁRIOS CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 7 (A) INCORRETA. Art. 23, Parágrafo único, do CP - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. (B) INCORRETA. Só é isento de pena quem era ao tempo da ação inteiramente incapaz. (C) INCORRETA. Art. 25, Parágrafo único, do CP. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão (D) INCORRETA. Será reduzida. Art.24, § 2º, do CP - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (E) CORRETA. Art. 24, § 1º, do CP - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. _______________________________________________________________________ 05. Assinale a opção CORRETA, no que diz respeito às contravenções penais. (A) É aplicável o princípio da extraterritorialidade às contravenções penais. (B) Como regra, aplica-se o princípio da culpabilidade às contravenções penais. (C) O princípio da subsidiariedade é aplicável às contravenções penais. (D) São puníveis as contravenções praticadas nas formas tentada e consumada. (E) Nas contravenções penais, é possível a conversão da pena de multa em prisão simples. _______________________________________________________________________ GABARITO: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 3º, LCP.A lei brasileira se aplica apenas às contravenções ocorridas no território nacional. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 8 (B) INCORRETA. O art. 3º do Decreto-lei 3.688/41 dispõe que “Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico”. A doutrina critica o dispositivo e o considera inaplicável porque não se analisa a existência de dolo ou culpa, o que fere o princípio da culpabilidade. De acordo com Nucci, “Essa postura não se liga, em hipótese alguma, à adoção do causalismo ou do finalismo, nem de qualquer outra posição em relação ao conceito de crime e do seu elemento subjetivo. Cuida-se de opção de política criminal, tomada no início dos anos 40, em pleno Estado Novo, sem apego, portanto, aos princípios de um Estado Democrático de Direito” (Leis Penais e Processuais Comentadas, 2017, vol. 1, p. 104). (C) CORRETA. Art. 1º LCP. Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que a presente lei não disponha de modo diverso. (D) INCORRETA. Art. 4, LCP. Não é punível a tentativa de contravenção. (E) INCORRETA. A lei nº 9.268/96 alterou diversos dispositivos do Código Penal, inclusive o artigo 51 que tratava sobre a conversão da pena de multa em prisão, sendo que após a alteração a multa é considerada dívida de valor, aplicando as normas relativa à dívida ativa da Fazenda Pública; não podendo de forma alguma a multa ser transmutada em prisão, como antes previa o artigo 9º da LCP. _______________________________________________________________________ 06. Sobre a tipicidade, analise as seguintes assertivas: (I) A tipicidade material é a conformidade entre o fato praticado e o tipo penal, ou seja, é a adequação do fato ao tipo penal. (II) A norma contida no art. 14, inciso II, do Código Penal (crime tentado) é exemplo de tipicidade formal indireta ou mediata (adequação típica por subordinação mediata ou indireta). (III) Segundo a tipicidade conglobante, idealizada por Eugenio Zaffaroni, no caso de condutas em que a ordem normativa ordena, fomenta, permite ou tolera, não há que se falar em exclusão da ilicitude, mas sim em ausência de tipicidade conglobante. Assinale a alternativa CORRETA: (A) Somente a assertiva III é verdadeira. (B) Somente a assertiva II é verdadeira. (C) Somente as assertivas I e II são verdadeiras. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 9 (D) Somente as assertivas II e III são verdadeiras. (E) Todas as assertivas são falsas. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: B COMENTÁRIOS (I) INCORRETA. A assertiva se refere ao conceito de tipicidade formal, e não da material. A tipicidade formal é a adequação do fato à norma. Por sua vez, a tipicidade material é a conduta que provoca uma lesão ou ameaça de lesão intolerável ao bem jurídico protegido. (II) CORRETA. A tipicidade formal indireta ou mediata se dá quando o fato não se amolda ao tipo penal de forma imediata, sendo necessária a aplicação de outra norma, chamada de norma de extensão. No caso, a tentativa (art. 14, inc. II, do CP) é uma norma de extensão temporal, ampliando a incriminação no tempo (a norma de extensão faz com que se retroceda no tempo e alcance o fato antes da consumação). Registra-se que ainda existe a norma de extensão pessoal espacial, ampliando-se a tipicidade no espaço para atingir o partícipe (concurso de pessoas - art. 29, do CP), e a norma de extensão causal, em que se amplia o nexo causal para atingir o omitente (omissão imprópria - art. 13, par. 2º, CP). (III) INCORRETA. A tipicidade conglobante é um corretivo da tipicidade legal, uma vez que pretende excluir do âmbito da tipicidade certas condutas que, pela doutrina tradicional, são tratadascomo excludentes da ilicitude. No caso de condutas em que a ordem normativa ordena ou fomenta (apenas), segundo Zaffaroni, não se fala em exclusão da ilicitude, mas de ausência de tipicidade conglobante. Por uma questão lógica, o tipo não pode proibir o que o direito ordena ou fomenta. Exemplo: o estrito cumprimento do dever legal não exclui a ilicitude da conduta, mas exclui a tipicidade conglobante. Do contrário, se teria que considerar que o oficial de justiça que sequestra uma coisa móvel estaria cometendo um furto justificado ou que o policial que prende em flagrante cometeria uma privação ilegal de liberdade justificado (ou crime de sequestro ou de cárcere privado justificado). Contudo, ainda segundo Zaffaroni, nas condutas permitidas ou toleradas (como as condutas baseadas nas excludentes da legítima defesa ou estado de necessidade), é possível falar em exclusão da ilicitude, já que o legislador não determina ou incentiva, mas apenas permite ou tolera a prática dessas condutas. _______________________________________________________________________ 07. Analise a seguinte situação hipotética. Por um crime de peculato praticado em 10 de janeiro de 2010, Caio e Mévio foram processados criminalmente, sendo a denúncia recebida em 05 de fevereiro de 2011. Em 07 de junho de 2012 foi publicada a sentença condenando Caio à pena de 02 (dois) anos de reclusão e 10 (dez) dias-multa, sem recurso das partes. Na mesma sentença, foi determinado o desmembramento do processo em relação ao Mévio, que é nascido em 11/01/1989, para a instauração de incidente de insanidade mental que, ao final, o considerou plenamente imputável. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 10 Posteriormente, sobreveio sentença publicada em 01/04/2013, condenando Mévio pelo mesmo crime à pena de 02 (dois) anos de reclusão e 10 (dez) dias-multa, não havendo recurso das partes. Considerando que, segundo o art. 109, inciso V, do Código Penal, a prescrição ocorre em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois, é correto afirmar que em relação a Mévio: (A) Não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva retroativa, uma vez que o incidente de insanidade mental interrompeu a prescrição. (B) Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva retroativa, uma vez que o incidente de insanidade mental não tem o condão de interromper a prescrição. (C) Não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva retroativa, já que, com o advento da lei 12.234, de 05 de maio de 2010, não é mais possível que tal prescrição tenha por termo inicial data posterior à da denúncia ou queixa. (D) Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva retroativa, pois o crime foi praticado antes da entrada em vigor da lei 12.234, de 05 de maio de 2010, norma esta que não pode retroagir para prejudicar o réu. (E) Não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva retroativa, posto que a condenação de Caio interrompeu a prescrição tanto para ele como para Mévio. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: E COMENTÁRIOS Antes de analisarmos os dados contidos na questão, faz-se mister fazer uma breve introdução sobre o instituto da prescrição retroativa. A prescrição da pretensão punitiva retroativa é aquela contada para trás, ou seja, da sentença penal condenatória até o recebimento da denúncia ou queixa, a qual recebe o nome de retroatividade processual, ou então, calculada do recebimento da denúncia ou queixa até a prática do fato delituoso, que recebe o nome de retroatividade pré- processual. Se o crime foi cometido antes da lei 12.234, de 05/05/2010, e por ser norma penal mais gravosa, essa lei é inaplicável ao autor desse delito. A referida lei trouxe duas situações mais gravosas ao réu: a) aumentou o prazo prescricional para os crimes cuja pena é inferior a 01 (um) ano, passando de 02 (dois) para 03 (três) anos – art. 109, VI, do CP; b) extinguiu a prescrição retroativa pré-processual, aquela que poderia ser alegada pela demora na fase investigativa policial, contada da data do fato até o recebimento da peça acusatória (art. 110, § 1º, do CP), permanecendo a prescrição retroativa processual. Analisando o caso apresentado, temos que: CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 11 Data do crime praticado por Caio e Mévio: 10/01/2010 (começa a correr o prazo da prescrição, conforme art. 111, inciso I, do CP). Data do recebimento da denúncia: 05/02/2011 (interrompe a prescrição, conforme art. 117, inciso I, do CP). Data da publicação da sentença penal condenatória de Caio: 07/06/2012 (interrompe a prescrição, conforme art. 117, inciso IV, do CP). ATENÇÃO: a condenação de Caio interrompeu a prescrição tanto para ele quanto para Mévio, em respeito ao contido no art. 117, parágrafo 1º, do Código Penal, in verbis: “Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles”. OBS. 1: Conforme a doutrina, o exame de insanidade mental não interrompe a prescrição, ante a ausência de previsão legal. OBS. 2: Como Mévio possuía menos de 21 anos de idade à época da prática delituosa, há a redução pela metade dos prazos prescricionais, conforme prevê o art. 115, do CP. Como foi condenado à pena de 2 (dois) anos de reclusão, para Mévio a prescrição se dará em 02 (dois) anos (art. 109, inciso V, c/c art. 115, ambos do CP). Data da publicação da sentença penal condenatória de Mévio: 01/04/2013. ANÁLISE DOS MARCOS INTERRUPTIVOS: - Retroatividade pré-processual (aplicável ao Mévio, por ter praticado o crime antes da vigência da lei 12.234/2010): 10/01/2010 (consumação do delito - início da contagem do prazo prescricional) à 05/02/2011(recebimento da denúncia – interrupção da prescrição): não ocorreu a prescrição, pois não se passaram mais de dois anos. - Retroatividade processual (aplicável a qualquer réu): a) 05/02/2011(recebimento da denúncia – interrupção da prescrição) à 07/06/2012 (sentença condenatória de Caio, que interrompeu a prescrição para ambos os acusados, conforme art. 117, inciso IV, c/c art. 117, par. 1º, ambos do CP): não se passaram mais do que 02 (dois) anos, não ocorrendo a prescrição; b) 07/06/2012 (sentença condenatória de Caio, que interrompeu a prescrição para ambos os acusados) à 01/04/2013 (sentença condenatória de Mévio): não se passaram mais do que 02 (dois) anos, não ocorrendo a prescrição. Observe que a alternativa “c” está incorreta, seja por que o motivo da não ocorrência da prescrição é a aplicação do art. 117, parágrafo 1º, do CP, seja porque, com o advento da lei 12.234, de 05 de maio de 2010, não é mais possível ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. Diante de todo o exposto, é correto afirmar que não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva retroativa, posto que a condenação de Caio interrompeu a prescrição tanto para ele como para Mévio(art. 117, parágrafo 1º, do Código Penal). CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 12 _______________________________________________________________________ 08. Sobre a culpabilidade, analise as seguintes assertivas: (I) Os elementos da culpabilidade são a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a inexigibilidadede conduta diversa. (II) A teoria ou princípio da coculpabilidade refere-se ao exame de reprovação que deve ser analisado conforme o contexto social em que se encontra o acusado, de forma que a sociedade também é culpada se ela não deu educação, saúde, emprego e inclusão social ao infrator. Por esta teoria, pode-se concluir que a sociedade é a grande culpada pela existência de considerável parte das infrações penais, pois ao mesmo tempo em que exige metas individuais de sucesso, ela nega os meios para a grande maioria das pessoas, causando uma estigmatização dos indivíduos que ficaram excluídos dos processos cultural e intelectual que a compõe. (III) Segundo a doutrina, a circunstância agravante da reincidência é um exemplo da chamada coculpabilidade às avessas. Assinale a alternativa CORRETA: (A) Somente a assertiva I é verdadeira. (B) Somente a assertiva II é verdadeira. (C) Somente as assertivas II e III são verdadeiras. (D) Somente as assertivas I e II são verdadeiras. (E) Todas as assertivas são verdadeiras. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (I) CORRETA. Os elementos da culpabilidade são a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. (II) CORRETA. Trata-se do conceito de coculpabilidade, que se consubstancia no fato de que, como a sociedade organizada não consegue garantir a todos os homens as mesmas oportunidades, acaba por gerar, aos menos favorecidos, um menor âmbito de autodeterminação, condicionado por causas sociais (Zaffaroni e Pierangeli, Manual, p.611), de sorte que, se a sociedade contribui para o delito deverá arcar com sua parcela de culpa (coculpabilidade). (III) CORRETA. A teoria da coculpabilidade às avessas se dá quando o Estado, além de não dividir a responsabilidade pelas infrações penais praticadas pelos “excluídos sociais” (coculpabilidade), vai além, criminalizando tais condutas, ou agravando a situação do infrator. O estado, além de não prestar a devida assistência social, ainda criminaliza CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 13 certas atitudes, aludindo que essas pessoas poderiam ter uma conduta conforme o direito, apesar de marginalizadas. A “criminalização” das contravenções penais da vadiagem e da mendicância (esta última revogada pela lei 11.983/2009) é uma forma de juridicização da exclusão social. De igual forma, a agravante da reincidência é um autêntico exemplo de coculpabilidade às avessas, já que não deveria sequer ser uma agravante, mas sim uma atenuante, já que o fato de o réu ter reincidido revela que o Estado foi incompetente em sua função de ressocializar o indivíduo. _______________________________________________________________________ 09. Em relação à tentativa, assinale a alternativa CORRETA: (A) Temos o chamado crime falho quando o agente é impedido de prosseguir na execução, não conseguindo esgotar os atos executórios. (B) A tentativa imperfeita se dá quando o agente, apesar de praticar todos os atos executórios, não consegue consumar o delito por circunstâncias alheias à sua vontade. (C) Não se admite a tentativa nos crimes plurissubsistentes. (D) A caracterização da tentativa perfeita ou imperfeita não influencia no patamar de redução da causa de diminuição de pena (art. 14, inciso II, do Código Penal). (E) Ocorre o crime tentado, conforme o art. 14, inciso II, do Código Penal, quando, iniciada a execução, o delito não se consuma por circunstâncias inerentes à vontade do agente. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: D COMENTÁRIOS (A) e (B) INCORRETAS. Não se deve confundir os conceitos de tentativa perfeita e imperfeita. Tentativa perfeita, acabada ou crime falho se dá quando o agente, apesar de praticar todos os atos executórios, não consegue consumar o delito, por circunstâncias alheias à sua vontade. Por sua vez, a tentativa imperfeita ou inacabada se caracteriza quando o agente é impedido de prosseguir na execução, não conseguindo esgotar os atos executórios. (C) INCORRETA. Os crimes plurissubsistentes são aqueles que admitem fracionamento na fase de execução. Admitem que o agente pratique vários atos para conseguir produzir o resultado. Ex.: o agente desfere várias facadas na vítima para matá-la. Nestes crimes poderá ocorrer tanto a tentativa imperfeita quanto a perfeita. Por outro lado, os crimes unissubsistentes se consumam com apenas um ato, não admitindo fracionamento da execução. Nesse caso, ao praticar o ato, o crime estará consumado, sendo, segundo a doutrina prevalecente, incompatível com a tentativa. Exemplo de crime unissubsistente: injúria verbal. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 14 (D) CORRETA. O critério que influencia no patamar de redução da pena é a proximidade da consumação, caso em que o bem jurídico terá maior exposição a perigo. Quanto maior a proximidade da consumação menor será a diminuição, e vice-versa. Assim, leva- se em conta o iter criminis percorrido pelo agente, e não o fato da tentativa ser caracterizada como perfeita ou imperfeita. Exemplo: a redução de pena na tentativa de homicídio em que a vítima sequer tenha sido atingida deve ser maior do que no caso de a vítima ser gravemente lesionada. (E) INCORRETA. Vejam o teor do art. 14, inciso II, do CP, in verbis: “Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente”. Registra-se que, se o crime não se consumar por circunstâncias inerentes à vontade do agente, podem estar caracterizados os institutos da desistência voluntária ou do arrependimento eficaz, conforme o caso (art. 15, caput, do Código Penal). _______________________________________________________________________ 10. Em relação ao concurso de crimes, assinale a alternativa INCORRETA: (A) No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. (B) Segundo a doutrina majoritária, aplica-se ao crime continuado a teoria da ficção jurídica. (C) Para fins de reconhecimento de crime continuado, segundo o STF, os delitos de roubo e latrocínio são crimes da mesma espécie. (D) A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. (E) Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (A) CORRETA. É a transcrição literal do art. 72 do Código Penal. Assim, havendo concurso formal de delitos, quanto à pena de multa, aplica-se o sistema de cumulação material (somam-se as penas), não se aplicando o sistema da exasperação, que é voltado apenas para as penas privativas de liberdade. (B) CORRETA. Para a teoria da ficção jurídica, o crime continuado é uma criação da lei, pois na realidade existem vários delitos distintos, que, por razões de política criminal, são punidos como se formasse um único crime (somente para o efeito da pena todos os CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 15 crimes seriam um só). Segundo a doutrina, é a teoria adotada noCódigo Penal para o crime continuado. (C) INCORRETA. Para o STF, apesar de estarem no mesmo tipo penal, os crimes de roubo e latrocínio protegem bens jurídicos diversos, não configurando delitos da mesma espécie, sendo impossível o reconhecimento da continuidade delitiva. (D) CORRETA. Trata-se da transcrição literal da Súmula 711 do STF. Assim, se o agente que prosseguiu na continuidade delitiva (ou no crime permanente) após o advento da lei nova, é porque tinha possibilidade de orientar-se de acordo com os novos ditames, em vez de prosseguir na prática dos crimes. (E) CORRETA. É a transcrição literal do art. 70, caput, primeira parte do Código Penal. Trata-se do concurso formal próprio ou perfeito. _______________________________________________________________________ 11. Sobre o instituto da reabilitação, assinale a alternativa INCORRETA: (A) A reabilitação poderá ser requerida, decorrido 1 (um) ano do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado cumpra outras condições legais. (B) A reabilitação deverá ser requerida ao juiz da condenação. (C) Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. (D) Segundo a legislação pátria, da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício. (E) A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: A COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 94, caput, do CP: “A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado(...)”. (B) CORRETA. É a transcrição literal do art. 743, do Código de Processo Penal. A reabilitação é endereçada ao juiz da condenação, e não ao juízo executório, pois já CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 16 houve a execução da pena. Lembre-se que um dos requisitos da reabilitação é o transcurso de dois anos da extinção ou cumprimento da pena. (C) CORRETA. Trata-se da transcrição literal do art. 94, parágrafo único do Código Penal. (D) CORRETA. Apesar de haver divergência doutrinária, prevalece que o recurso de ofício da decisão concessiva da reabilitação foi recepcionado. A previsão está contida no art. 746 do Código de Processo Penal. (E) CORRETA. Trata-se da transcrição literal art. 95, do Código Penal. _______________________________________________________________________ 12. Com relação ao crime de roubo, analise as proposições abaixo e assinale a alternativa CORRETA: (A) A violência e a grave ameaça podem ser exercidas contra outra coisa que não seja a pessoa. (B) A violência só pode ser exercida antes da subtração da coisa, pois se for depois da subtração da coisa o crime será de furto. (C) Caso haja lesão corporal na vítima a pena deve ser aumentada. (D) Se no crime de roubo havia dois agentes praticando o crime, sendo um deles adolescente, não se aplica a majorante do concurso de pessoas. (E) É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: E COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. A violência ou a grave ameaça, conforme o próprio art. 157, caput, do CP só pode ser exercido contra a pessoa. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (B) INCORRETA. Quando a violência é exercida após a subtração do bem, ocorre o chamado roubo improprio, disposto no art. 155, § 1º, do CP. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 17 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. (C) INCORRETA. Pois no caso, somente se houver lesão corporal grave é que no caso surgiria uma qualificadora e não uma majorante como diz o enunciado. Conforme o art. 157, § 3º, do CP: Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (D) INCORRETA. Já é entendimento pacificado na doutrina e na jurisprudência que a menoridade de um dos agentes não desfigura o concurso de pessoas. (E) CORRETA. Súmula 442 - STJ - É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo. _______________________________________________________________________ 13. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função, comete o crime de: (A) Corrupção passiva. (B) Excesso de exação. (C) Concussão (D) Tráfico de influência. (E) Advocacia administrativa. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: D COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Corrupção passiva CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 18 Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: (B) INCORRETA. Excesso de exação Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (C) INCORRETA. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: (D) CORRETA. Tráfico de Influência Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (E) INCORRETA. Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. _______________________________________________________________________14. Analise as afirmações abaixo sobre o instituto da tentativa e marque INCORRETA. (A) Não se admite tentativa em crime culposo. (B) No que concerne à punibilidade da tentativa, o Código Penal adota a teoria objetiva. (C) Configura-se tentativa incruenta no caso de o agente não conseguir atingir a pessoa ou a coisa contra a qual deveria recair sua conduta. (D) Configura-se tentativa cruenta no caso de o agente conseguir atingir a pessoa ou a coisa contra a qual deveria recair sua conduta. (E) Em relação à tentativa, adota-se, no Código Penal, a teoria subjetiva. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: E COMENTÁRIOS CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 19 (A) CORRETA. Nos crimes culposos o agente não tem dolo de consumação, o que o torna essa modalidade de delito incompatível com o instituto da tentativa. (B) CORRETA. A punibilidade da tentativa é disciplinada pelo art. 14, parágrafo único. E, nesse campo, o Código Penal acolheu como regra teoria objetiva, realística ou dualista, ao determinar que a pena da tentativa deve ser correspondente à pena do crime consumado, diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços). Como o desvalor do resultado é menor quando comparado ao do crime consumado, o conatus deve suportar uma punição mais branda. Excecionalmente, entretanto, é aceita a teoria subjetiva, voluntarística ou monista, consagrada pela expressão “salvo disposição em contrário”. (Fonte: Cléber Rogério Masson - Direito Penal Esquematizado). (C) CORRETA. A tentativa incruenta ou branca acontece quando é aquela na qual a vítima não chega a ser fisicamente atingida, ou seja, quando a vítima sai ilesa. (D) CORRETA. Tentativa vermelha ou cruenta, na qual a vítima é atingida e sofre a lesão. (E) INCORRETA. Como afirmado no item A, o código penal adota a teoria objetiva. Na Teoria Subjetiva: A punição da tentativa deve observar seu aspecto subjetivo do delito, da perspectiva do dolo do agente. Sabendo que, seja na consumação seja na tentativa, o crime é subjetivamente completo, não pode haver, para esta teoria, distinção entre as penas nas duas modalidades. A tentativa merece a mesma pena do crime consumado. _______________________________________________________________________ 15. Acerca da antijuridicidade e das causas de exclusão no direito penal, julgue os itens subsequentes e marque a alternativa CORRETA. (A) O consentimento do ofendido é uma excludente de ilicitude e poderá ser manifestado antes, durante ou depois da conduta do agente. (B) Segundo o Código Penal, o agente que tenha cometido excesso quando da análise das excludentes de ilicitudes será punido apenas se o tiver cometido dolosamente. (C) Somente na legitima defesa que será punido o agente pelo excesso doloso. (D) O ordenamento jurídico brasileiro prevê a possibilidade de ocorrência de tipicidade sem antijuridicidade, assim como de antijuridicidade sem culpabilidade. (E) Nas excludentes de antijuridicidade, quando há o excesso, ele pode ocorrer na forma de excesso intensivo e excesso extensivo. O excesso extensivo é aquele onde o agente usa imoderadamente os meios necessários para repelir a injusta agressão. _______________________________________________________________________ CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 20 RESPOSTA: D COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. O consentimento do ofendido, a depender da construção do tipo incriminador diante do qual analisado, pode apresentar-se como: a) causa de exclusão da tipicidade: se o tipo penal exige o dissenso da vítima enquanto um dos requisitos objetivos formais necessários à completude da figura incriminadora, é claro que o válido consentimento do ofendido exclui a tipicidade. Exemplo: crimes de violação de domicílio — artigo 150 do Código Penal (se alguém permite ou tolera que terceiro ingresse em sua casa, ausente estará a tipicidade da conduta) e estupro — artigo 213 do Código Penal (se a mulher consente na relação sexual, inexiste tipicidade); b) causa supralegal de exclusão da ilicitude: o consentimento do ofendido, fora essas hipóteses em que o dissenso da vítima constitui requisito da figura típica, pode excluir a ilicitude, se praticado em situação justificante. Exemplo: aquele que realiza tatuagens no corpo de terceiros pratica conduta típica de lesões corporais (art. 129 do CP), muito embora lícita, se verificado o consentimento do ofendido; aquele que inutiliza coisa de terceiro, ainda que apedido deste, pratica conduta típica de dano (art. 163 do CP), muito embora lícita, se presente o consentimento da vítima. O consentimento do ofendido só pode ser reconhecido validamente se presentes os seguintes requisitos, em caráter cumulativo: bem jurídico disponível, ofendido capaz, consentimento livre, indubitável e anterior ou, no máximo, contemporâneo à conduta, bem como que o autor do consentimento seja titular exclusivo ou expressamente autorizado a dispor sobre o bem jurídico. (B) INCORRETA. Exclusão de ilicitude CP: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. (C) INCORRETA. Não só na legitima defesa, como em qualquer exclusão da ilicitude do art. 23, do CP. Exclusão de ilicitude CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 21 CP: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. (D) CORRETA. Pode ocorrer tipicidade sem antijuridicidade, exemplo são as causas de excludente de ilicitude. E o fato pode ser antijurídico e não ser culpável, nos casos de exclusão de culpabilidade que isenta o agente de pena. É fato típico mas sem antijuridicidade: Legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito. E fato antijurídico mas sem culpabilidade: crimes cometidos por inimputáveis, quando não há consciência da ilicitude, coação moral irresistível e obediência hierárquica. (E) INCORRETA. Excesso - Excedendo-se o agente na conduta de preservar o bem jurídico, responderá por ilícito penal se atuou dolosa ou culposamente. O excesso pode ser dividido em dois tipos: - Excesso Intensivo - Neste a reação sem moderação ocorre quando a agressão injusta está em curso. - Excesso Extensivo - No excesso extensivo aquele que reage excede sua reação após o agressor ter acabado a agressão. _______________________________________________________________________ 16. Com relação ao entendimento sumular do STF, assinale a alternativa CORRETA. (A) Há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna possível a sua consumação. (B) A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é posterior à cessação da continuidade ou da permanência. (C) A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. (D) A opinião do julgador sobre a gravidadeem abstrato do crime constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 22 (E) A extinção do mandato do prefeito impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do decreto-lei 201/1967. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. SÚMULA Nº 145 Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. (B) INCORRETA. SÚMULA Nº 711 A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. (C) CORRETA. SÚMULA Nº 719 A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. (D) INCORRETA. SÚMULA Nº 718 A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. (E) CORRETA. SÚMULA Nº 703 A extinção do mandato do prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do decreto-lei 201/1967. _______________________________________________________________________ 17. A respeito do concurso de crimes, assinale a alternativa INCORRETA: (A) As penas de multa são aplicadas de forma distinta e integral. (B) No concurso material de crimes, havendo aplicação cumulativa das penas de detenção e reclusão, executa-se primeiro aquela. (C) No crime continuado o juiz ao aplicar a pena deverá aumentá-la de um sexto a dois terços. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 23 (D) No concurso formal, as penas deverão ser aplicadas de forma cumulativa se a ação ou a omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos (E) Tratando-se de crimes culposos é perfeitamente possível o concurso de delitos. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: B COMENTÁRIOS (A) CORRETA. Nos termos do art. 72 do CP. Vejamos: Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. (B) INCORRETA. É justamente o contrário: a de reclusão deverá ser executada primeiramente. Vejamos: Concurso material Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (C) CORRETA. Crime continuado Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (D) CORRETA. Concurso formal Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (E) CORRETA. _______________________________________________________________________ 18. Sobre a prescrição é CORRETO afirmar que: (A) A sentença penal que absolve o réu é causa de interrupção da prescrição. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 24 (B) Ainda que seja causa que interrompe a prescrição, o início do cumprimento da pena não faz com que o prazo volte a correr da data dessa interrupção. (C) Com a concessão do livramento condicional volta a correr o prazo para a prescrição da pretensão executória. (D) O acórdão meramente confirmatório da decisão de pronúncia não interrompe a prescrição da pretensão punitiva. (E) Entre a data do fato e o recebimento da denúncia a prescrição pode ocorrer de forma retroativa com base na pena aplicada na sentença. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: B COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. (B) CORRETA. Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (C) INCORRETA. Já que a concessão do livramento condicional faz parte do cumprimento da pena, não interrompendo e nem muito menos suspende o prazo da prescrição executória. Está só será interrompida se o condenado deixar de cumprir as condições e restrições impostas no livramento. (D) INCORRETA. Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 25 (E) INCORRETA. Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. _______________________________________________________________________ DIREITO PROCESSUAL PENAL 19. Acerca da ação penal, assinale a alternativa CORRETA. (A) No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial ou por despacho da autoridade policial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (B) A queixa poderá ser dada por procurador, independentemente de poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. (C) Deve ser rejeitada a queixa-crime que impute ao querelado a prática de crime contra a honra, masque se limite a transcrever algumas frases, escritas pelo querelado em sua rede social, sem esclarecimentos que possibilitem uma análise do elemento subjetivo da conduta do querelado consistente no intento positivo e deliberado de lesar a honra do ofendido. (D) Não é possível condenar o querelante em honorários advocatícios sucumbenciais na hipótese de rejeição de queixa-crime por ausência de justa causa. (E) Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal quando a pessoa jurídica se extinguir, por mais que deixe sucessor. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. O despacho da autoridade policial não serve para declarar o ofendido ausente e assim passar o direito de representação para o seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, nos termos preconizados pelo art. 24, §1º, do CPP: Art. 24. (...) CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 26 § 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (B)INCORRETA. O procurador deve possuir poderes especiais para a queixa, nos termos do art. 44 do CPP: Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. (C) CORRETA. Assertiva em conformidade com o entendimento da Corte Especial do STJ, que entende que “deve ser rejeitada a queixa-crime que impute ao querelado a prática de crime contra a honra, mas que se limite a transcrever algumas frases, escritas pelo querelado em sua rede social, sem esclarecimentos que possibilitem uma análise do elemento subjetivo da conduta do querelado consistente no intento positivo e deliberado de lesar a honra do ofendido”. (STJ. Corte Especial. AP 724-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/08/2014) (D)INCORRETA. De acordo com a 3ª Seção do STJ, “é possível condenar o querelante em honorários advocatícios sucumbenciais na hipótese de rejeição de queixa-crime por ausência de justa causa”. (STJ. 3ª Seção. EREsp .1218.726-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/6/2016) (E)INCORRETA. Assertiva que contraria a previsão descrita no art. 60, IV, do CPP: “Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar- se-á perempta a ação penal: (...) IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor”. _______________________________________________________________________ 20. Assinale a assertiva CORRETA a respeito das questões e processos incidentes no âmbito do direito processual penal. (A) Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre o estado civil das pessoas, e se no âmbito cível houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente. (B) A suspeição dos jurados deverá ser argüida oralmente, decidindo de plano o presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata. (C) De acordo com o CPP, poderão ser opostas as exceções de suspeição, impedimento, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada. (D) A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 27 (E) Não é possível a arguição de suspeição do Procurador-Geral da República nos processos que tramitam no âmbito do STF. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: B COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Assertiva que contraria a previsão trazida no art. 92 do CPP: “Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.” (B) CORRETA. Alternativa em conformidade com o art. 106 do CPP: Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser argüida oralmente, decidindo de plano do presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata. (C) INCORRETA. Alternativa que contraria o rol descrito no art. 95 do CPP: “Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: I - suspeição; II - incompetência de juízo; III - litispendência; IV - ilegitimidade de parte; V - coisa julgada.” (D) INCORRETA. Alternativa que contraria os termos da Súmula 234 do STJ: S. 234. A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. (E) INCORRETA. De acordo com o Plenário do STF, é possível a argüição de suspeição do Procurador-Geral da República nos processos que tramitam no âmbito do STF. (STF. Plenário. AS 89/DF. Rel. min. Edson Fachin, julgado em 13/9/2017) ______________________________________________________________________ 21. Com relação à prisão, às medidas cautelares e à liberdade provisória, assinale a alternativa CORRETA. (A) Se o Ministério Público formula pedido de prisão preventiva na audiência, o juiz não será obrigado, antes de decidir, a ouvir a defesa. (B) A fuga do acusado do distrito da culpa não é fundamentação suficiente para a manutenção da custódia preventiva ordenada para garantir a aplicação da lei penal. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 28 (C) A alegação de desproporcionalidade da prisão preventiva somente poderá ser aferível após a prolação da sentença, não cabendo, durante o curso do processo, a antecipação da análise quanto a possibilidade de cumprimento de pena em regime menos gravoso, caso seja prolatada sentença condenatória. (D) Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando a agente for gestante, desde que a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. (E) A inovação da classificação do delito não constitui motivo para que seja exigido o reforço da fiança. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. De acordo com a 6ª Turma do STJ, “se o Ministério Público formula pedido de prisão preventiva na audiência, o juiz deverá, antes de decidir, a ouvir a defesa”. (STJ. 6ª Turma. RHC 75.176/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. p/ acórdão Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 13/12/2016). (B) INCORRETA. De acordo com a 5ª Turma do STJ, “a fuga do acusado do distrito da culpa é fundamentação suficiente para a manutenção da custódia preventiva ordenada para garantir a aplicação da lei penal”. (STJ. 5ª Turma. HC 239.269-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 13/11/2012). (C) CORRETA. Assertiva em conformidade com o entendimento da 5ª e da 6ª Turma do STJ sobre o tema, no sentido de que “a alegação de desproporcionalidadeda prisão preventiva somente poderá ser aferível após a prolação da sentença, não cabendo, durante o curso do processo, a antecipação da análise quanto a possibilidade de cumprimento de pena em regime menos gravoso, caso seja prolatada sentença condenatória”. (STJ. 5ª Turma. RHC 77.070/MG, Rel. Min. Félix Fischer, julgado em 16/02/2017). (D) INCORRETA. Assertiva que contraria o art. 318, IV, do CPP, que exige apenas que a agente seja gestante. Vejamos: “Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (...) IV- gestante;” (E) INCORRETA. Assertiva que contraria o art. 340, III, do CPP: “Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: (...) III - quando for inovada a classificação do delito”. _______________________________________________________________________ CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 29 22. Acerca das nulidades no âmbito processual penal, assinale a alternativa INCORRETA. (A) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente. (B) Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse. (C) A ausência de assinatura do magistrado na ata de julgamento configura nulidade absoluta. (D) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. (E) A inobservância da ordem de inquirição de testemunhas prevista no CPP é causa de nulidade relativa, devendo ser argüida em momento oportuno e ser comprovado prejuízo para a defesa. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (A) CORRETA. Assertiva em conformidade com o art. 567 do CPP. Como a assertiva pede a incorreta, não deveria ser marcada. “Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente”. (B) CORRETA. Assertiva em conformidade com o art. 565 do CPP. Como a assertiva pede a incorreta, não deveria ser marcada. “Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse”. (C)INCORRETA. A ausência da assinatura do magistrado na ata de julgamento configura, tão-somente, mera irregularidade formal, porquanto, consoante o princípio informador do sistema das nulidades pas de nullitésansgrief, só será declarado nulo o ato que à parte resultar prejuízo. (STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.954.334/MG, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), julgado em 19/10/2021). (D) CORRETA. Assertiva em conformidade com o art. 563 do CPP. Como a assertiva pede a incorreta, não deveria ser marcada. “Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa”. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 30 (E) CORRETA. Assertiva em conformidade com o entendimento da 6ª Turma do STJ sobre o assunto, que entende que, “a inobservância da ordem de inquirição de testemunhas prevista no CPP é causa de nulidade relativa, devendo ser argüida em momento oportuno e ser comprovado prejuízo para a defesa”. (STJ. 6ª Turma. HC 212.618-RS, Rel. originário Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 24/4/2012). Como a assertiva pede a incorreta, não deveria ser marcada. _______________________________________________________________________ 23. Acerca dos recursos no âmbito do direito processual penal, assinale a alternativa CORRETA. (A) O prazo para interposição de recurso flui a partir da última publicação da decisão a ser impugnada, de modo que a republicação, mesmo que desnecessária ou feita por equívoco acarreta a reabertura do prazo recursal. (B) Não caracteriza erro grosseiro a interposição de apelação, em vez de RESE, contra decisão que desclassificou o crime determinando a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal, podendo, assim, ser aplicado o princípio da fungibilidade. (C) O filho da vítima do homicídio, quando não tenha sido assistente de acusação, não tem legitimidade para ajuizar reclamação contra decisão do TJ que absolveu o réu, se outro membro da família havia sido assistente de acusação. (D) Caberá carta testemunhável da decisão que denegar a apelação ou a julgar deserta. (E) Diante da reiterada oposição de aclaratórios meramente protelatórios pela parte, deve ser determinada a baixa dos autos à origem, independentemente da publicação do acórdão recorrido e da certificação do trânsito em julgado, sendo possível, ainda, a consequente fixação de multa por litigância de má-fé. _______________________________________________________________________ RESPOSTA: A COMENTÁRIOS (A) CORRETA. O prazo para interposição de recurso flui a partir da última publicação da decisão a ser impugnada, de modo que a republicação, mesmo que desnecessária ou feita por equívoco acarreta a reabertura do prazo recursal. (STJ. 5ª Turma. HC 238.698- SP, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ-SE), julgado em 20/11/2012) (B) INCORRETA. Caracteriza erro grosseiro a interposição de apelação, em vez de RESE, contra decisão que desclassificou o crime determinando a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal. Não pode, assim, ser aplicado o princípio da fungibilidade. (STJ. 6ª Turma. REsp 611.877-PR, Rel. originário Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 17/4/2012). CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 31 (C)INCORRETA. O filho da vítima do homicídio, mesmo que não tenha sido assistente de acusação, tem legitimidade para ajuizar reclamação contra decisão do TJ que absolveu o réu, se outro membro da família havia sido assistente de acusação. (Rcl 29621 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 25/06/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 30-09-2019 PUBLIC 01-10-2019) (D) INCORRETA. Caberá recurso em sentido estrito e não carta testemunhável da decisão que denegar a apelação ou a julgar deserta, nos termos do art. 581, do CPP: “Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: (...) XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;” (E) INCORRETA. Ainda que na esfera penal não seja comum a fixação de multa por litigância de má-fé, a insistência do embargante, diante das sucessivas oposições de embargos de declaração contra o acórdão impugnado, revela não só o exagerado inconformismo, bem como o desrespeito ao Poder Judiciário e o seu nítido caráter protelatório, constituindo abuso de direito. A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça pacificou-se no sentido de que, diante da reiterada oposição de aclaratórios meramente protelatórios pela parte, deve ser determinada a baixa dos autos à origem, independentemente da publicação do acórdão recorrido e da certificação do trânsito em julgado. (EDcl nos EDcl no AgRg no RE nos EDcl no AgRg no AREsp n. 1.442.541/AC, relator Ministro Jorge Mussi, Corte Especial, julgado em 12/4/2022, DJe de 22/4/2022.) _______________________________________________________________________ 24. Assinale a alternativa quecorresponde ao entendimento dos Tribunais Superiores brasileiros acerca da suspensão condicional do processo. (A) A existência de ações penais em curso contra o denunciado não impede a concessão do sursis processual ao réu. (B) O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de 2 (dois) anos. (C) Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde que referente a fato ocorrido durante sua vigência. (D) A suspensão condicional do processo e a transação penal se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (E) Como não é possível ao magistrado a fixação de outras condições para o sursis, além daquelas previstas no §1º, do art. 89, da Lei 9.099/95, não pode o magistrado impor o perdimento do valor da fiança como forma equivalente à prestação pecuniária. _______________________________________________________________________ CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 32 RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Dispõe o art. 89 da Lei 9.099/95, que: “Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena”. A inconstitucionalidade deste dispositivo jamais foi declarada pelo STF, que tem considerado legítimos os requisitos nele estabelecidos para a proposta de suspensão condicional do processo em diversos julgados. (STJ, 5ª Turma. RHC 58.082/PA. Min. Leopoldo de Arruda Raposo). (B) INCORRETA. O erro da alternativa reside apenas na sua parte final, mais especificamente na pena, que não deve ultrapassar o limite de 1 ano, e não de 2 anos, como disposto na questão. Neste sentido, vejamos o teor da Súmula 723 do STF: “O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de 1 (um) ano”. (C) CORRETA. Enunciado que reproduz o entendimento da 3ª Seção do STJ. Vejamos: “Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde que referente a fato ocorrido durante sua vigência”. (STJ. 3ª Seção. REsp 3.498.034-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 25/11/2015). (D) INCORRETA. Assertiva em desconformidade com a Súmula 536 do STJ: “A suspensão condicional do processo e a transação penal nãose aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha”. (E) INCORRETA. Assertiva em desconformidade com os termos do seguinte julgado da 6ª Turma do STJ, senão vejamos: “É possível ao magistrado a fixação de outras condições para o sursis, além daquelas previstas no §1º, do art. 89, da Lei 9.099/95, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. Essa liberdade de fixação de outras condições permite ao magistrado impor o perdimento do valor da fiança como forma equivalente à prestação pecuniária. (STJ. 6ª Turma. RHC 53.172/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015). CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 33 _______________________________________________________________________ 25. A respeito dos princípios processuais penais, assinale a alternativa CORRETA. (A) A juntada do voto vencido em momento posterior à publicação do acórdão não afronta o princípio da ampla defesa. (B) O princípio da contemporaneidade, que se encontra positivado no nosso ordenamento processual penal, revela-se quando, para a decretação de prisão preventiva, analisa-se a distância do envolvimento criminal para justificar uma atual privação do status libertatis. (C) Viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. (D) De acordo com o princípio da vedação da autoincriminação, previsto expressamente no Pacto de São José da Costa Rica, se, no curso da instrução processual, o acusado se retratar de confissão anteriormente oferecida, inclusive já no curso do processo, essa confissão não poderá ser considerada pelo juiz para fundamentar eventual sentença condenatória. (E) Por meio de um juízo de ponderação de interesses, a garantia constitucional da inadmissibilidade da prova ilícita pode ser afastada a fim de permitir, no caso concreto, a prevalência do interesse público consubstanciado na eficácia da repressão penal. _______________________________________________________________________ GABARITO: B COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Para o STF, juntada do voto vencido em momento posterior à publicação do acórdão afronta o princípio da ampla defesa. (2ª Turma. HC 118344/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/3/2014 - Info 739). (B) CORRETA. O STF entende que a contemporaneidade da prisão preventiva diz respeito aos motivos ensejadores da prisão e não ao momento da prática do fato ilícito (HC 192519 AgR). Seguindo a mesma linha, o STJ (HC 192519) entende que não é importante que o fato ilícito tenha sido praticado há lapso temporal longínquo, sendo necessária, no entanto, a efetiva demonstração de que, mesmo com o transcurso de tal período, continuam presentes os requisitos (i) do risco à ordem pública ou (ii) à ordem econômica, (iii) da conveniência da instrução ou, ainda, (iv) da necessidade de assegurar a aplicação da lei penal. O art. 312, §2º, do CPP evidencia no texto da lei tal situação: CPP. Art. 312. (...) CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 34 § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (C) INCORRETA. Súmula 704: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. (D) INCORRETA. Com efeito, a confissão isoladamente não é fundamento para condenação, todavia, quando examinada em conjunto com as demais provas constantes dos autos e aliada a retratação , não gera impedimento para eventual condenação. Seguindo essa linha, vejamos o que dispõe o art. 200 do CPP Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. (E) INCORRETA. O erro está em afirmar que seria admitido afastar em virtude do interesse público. O único interesse que pode afastar é o da dignidade do cidadão, do status libertatis, da "vida livre" da pessoa. _______________________________________________________________________