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MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO AÇÃO COMPARTIMENTO ANTERIOR DA PERNA Tibial anterior Côndilo lateral e corpo da tíbia e membrana interóssea (lâmina de tecido broso que mantém as diá ses da tíbia e da fíbula unidas) Osso metatarsal I e cuneiforme medial Dorsi exão do pé na articulação do tornozelo e inversão (supinação) do pé nas articulações intertarsais Nervo bular profundo Extensor longo do hálux Face anterior do terço médio da fíbula e membrana interóssea Falange distal do hálux Dorsi exão do pé na articulação do tornozelo e extensão da falange proximal do hálux na articulação metatarsofalângica Nervo bular profundo Extensor longo dos dedos Côndilo lateral da tíbia, face anterior da fíbula e membrana interóssea Falanges média e distal do segundo a quarto dedos* Dorsi exão do pé na articulação do tornozelo e extensão das falanges distal e média de cada dedo nas articulações interfalângicas e falange proximal de cada dedo na articulação metatarsofalângica Nervo bular profundo Fibular Terço distal da fíbula e membrana interóssea Base do osso metatarsal V Dorsi exão do pé na articulação do tornozelo e eversão (pronação) do pé nas articulações intertarsais Nervo bular profundo COMPARTIMENTO LATERAL (FIBULAR) DA PERNA Fibular longo Cabeça e corpo da fíbula Osso metatarsal I e cuneiforme medial Flexão plantar do pé na articulação do tornozelo e eversão (pronação) do pé nas articulações intertarsais Nervo bular super cial Fibular curto Metade distal do corpo da fíbula Base do osso metatarsal V Flexão plantar do pé na articulação do tornozelo e eversão (pronação) do pé nas articulações intertarsais Nervo bular super cial CORRELAÇÃO CLÍNICA | Síndrome do estresse tibial A síndrome do estresse tibial consiste em dor ou dolorimento ao longo da tíbia, especialmente nos 2/3 medial e distal. Pode ser causada por tendinite dos músculos do compartimento anterior, sobretudo do músculo tibial anterior, in amação do periósteo (periostite) ao redor da tíbia ou fraturas por estresse da tíbia. Em geral, a tendinite ocorre quando pessoas mal condicionadas correm em superfícies duras com calçados inadequados. A condição também pode ocorrer em resultado à atividade vigorosa das pernas após um período de relativa inatividade ou corrida em tempo frio sem aquecimento apropriado. Os músculos no compartimento anterior (principalmente o M. tibial anterior) podem ser fortalecidos para promover um equilíbrio com os músculos mais fortes do compartimento posterior. 25. RELAÇÃO DOS MÚSCULOS COM OS MOVIMENTOS Organize os músculos desta Expo de acordo com as seguintes ações do pé na articulação do tornozelo: (1) dorsiflexão e (2) flexão plantar; de acordo com as seguintes ações do pé nas articulações intertarsais: (1) inversão e (2) eversão; e de acordo com as seguintes ações dos dedos nas articulações metatarsofalângicas e interfalângicas: (1) flexão e (2) extensão. O mesmo músculo pode ser mencionado mais de uma vez. TESTE RÁPIDO O que são retináculos dos músculos extensores superior e inferior? MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO AÇÃO COMPARTIMENTO POSTERIOR SUPERFICIAL DA PERNA Gastrocnêmio Côndilos medial e lateral do fêmur e cápsula do joelho Calcâneo pelo tendão do calcâneo (Aquiles) Flexão plantar do pé na articulação do tornozelo e exão da perna na articulação do joelho Nervo tibial Sóleo Cabeça da fíbula e margem medial da tíbia Calcâneo pelo tendão do calcâneo (Aquiles) Flexão plantar do pé na articulação do tornozelo Nervo tibial Plantar Epicôndilo lateral do fêmur Calcâneo pelo tendão do calcâneo (Aquiles) Flexão plantar do pé na articulação do tornozelo e exão da perna na articulação do joelho Nervo tibial COMPARTIMENTO POSTERIOR PROFUNDO DA PERNA Poplíteo Côndilo lateral do fêmur Parte proximal da tíbia Flexão da perna na articulação do joelho e rotação medial da tíbia para destravar o joelho estendido Nervo tibial Tibial posterior Parte proximal da tíbia, fíbula e membrana interóssea Ossos metatarsais II ao V, navicular e os três cuneiformes Flexão plantar do pé na articulação do tornozelo e inversão (supinação) do pé nas articulações intertarsais Nervo tibial Flexor longo dos dedos Terço médio da face posterior da tíbia Falanges distais dos segundo a quinto dedos Flexão plantar do pé na articulação do joelho; exão das falanges médias e distais dos dedos II ao V nas articulações interfalângicas e falanges proximais dos dedos II ao V na articulação metatarsofalângica Nervo tibial Flexor longo do hálux Dois terços inferiores da parte posterior da fíbula Falange distal do hálux Flexão plantar do pé na articulação do tornozelo; exão da falange distal do hálux na articulação interfalângica e falange proximal do hálux na articulação Nervo tibial metatarsofalângica *Lembrete: O hálux é o primeiro dedo e apresenta duas falanges: proximal e distal. Os outros dedos são numerados de II a V, e cada um deles apresenta três falanges: proximal, média e distal. Figura 11.22 Músculos da perna que movimentam o pé e os dedos. Os músculos superficiais do compartimento posterior compartilham um tendão de inserção comum, o tendão do calcâneo (Aquiles), o qual se insere no calcâneo do tornozelo. • Quais estruturas fixam firmemente os tendões dos músculos do compartimento anterior ao tornozelo? EXPO 11.T Músculos intrínsecos do pé que movimentam os dedos (Figura 11.23) OBJETIVO Descrever a origem, a inserção, a ação e a inervação dos músculos intrínsecos do pé que movimentam os dedos. Os músculos desta Expo são denominados músculos intrínsecos do pé porque se originam e inserem no pé (Figura 11.23). Os músculos da mão são especializados para realizar movimentos precisos e complexos, porém os do pé são 26. limitados à sustentação e à locomoção. A fáscia profunda do pé forma a aponeurose (fáscia) plantar que se estende do calcâneo às falanges dos dedos. A aponeurose sustenta o arco longitudinal do pé e encerra os tendões flexores do pé. Os músculos intrínsecos do pé são divididos em dois grupos: músculos dorsais do pé e músculos plantares do pé. Há dois músculos dorsais, o extensor curto do hálux e o extensor curto dos dedos. O músculo extensor curto dos dedos tem quatro partes e está localizado profundamente em relação aos tendões do músculo extensor longo dos dedos, o qual estende os segundo a quinto dedos nas articulações metatarsofalângicas. Os músculos plantares estão dispostos em quatro camadas. A camada mais superficial (primeira camada) consiste em três músculos. O músculo abdutor do hálux, o qual se localiza ao longo da margem medial da sola e é comparável ao abdutor curto do polegar na mão, abduz o hálux na articulação metatarsofalângica. O músculo flexor curto dos dedos, o qual se encontra no meio da sola do pé, flexiona os dedos II a V nas articulações interfalângicas e metatarsofalângicas. O músculo abdutor do dedo mínimo, que se localiza ao longo da margem lateral da sola e é comparável ao mesmo músculo na mão, abduz o dedo mínimo. A 2a camada consiste no músculo quadrado plantar, com duas cabeças e que flexiona os dedos II a V nas articulações metatarsofalângicas, e nos músculos lumbricais, quatro pequenos músculos semelhantes aos músculos lumbricais das mãos. Eles flexionam as falanges proximais e estendem as falanges distais dos segundo a quinto dedos. Três músculos compõem a 3a camada. O músculo flexor curto do hálux, o qual é adjacente à face plantar do osso metatarsal do hálux e é comparável ao mesmo músculo na mão, flexiona o hálux. O músculo adutor do hálux, o qual apresenta uma cabeça oblíqua e uma transversa, como o músculo adutor do polegar na mão, aduz o hálux. O músculo flexor curto do dedo mínimo, o qual se localiza superficialmente ao osso metatarsal do dedo mínimo e é comparável ao mesmo músculo da mão, flexiona o dedo mínimo. A 4a camada é a mais profunda e consiste em dois gruposmusculares. Os quatro músculos interósseos dorsais abduzem os dedos II a IV, flexionam as falanges proximais e estendem as falanges distais. Os três músculos interósseos plantares abduzem os dedos III a V, flexionam as falanges proximais e estendem as falanges distais. Os músculos interósseos dos pés são semelhantes aos das mãos. Entretanto, suas ações são relativas à linha média do segundo dedo em vez do 3o dedo como na mão. RELAÇÃO DOS MÚSCULOS COM OS MOVIMENTOS Organize os músculos desta Expo de acordo com as seguintes ações do hálux na articulação metatarsofalângica: (1) flexão, (2) extensão, (3) abdução e (4) adução; e de acordo com as seguintes ações do II ao V dedo nas articulações metatarsofalângicas e interfalângicas: (1) flexão, (2) extensão, (3) abdução e (4) adução. O mesmo músculo pode ser mencionado mais de uma vez. TESTE RÁPIDO Como a função dos músculos intrínsecos da mão e do pé diferem? MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO AÇÃO DORSAL Extensor curto do hálux (ver Figura 11.22A) Calcâneo e retináculo dos músculos extensores inferior Falange proximal do hálux Extensão do hálux na articulação metatarsofalângica Nervo bular profundo Extensor curto dos dedos (ver Figura 11. 22A) Calcâneo e retináculo dos músculos extensores inferior Falanges médias dos segundo a quarto dedos Extensão dos segundo a quarto dedos nas articulações interfalângicas Nervo bular profundo PLANTAR Primeira camada (mais super cial) Abdutor do hálux Calcâneo, aponeurose Face medial da falange Abdução e exão do hálux Nervo plantar medial plantar e retináculo dos músculos exores proximal do hálux com o tendão do M. exor curto do hálux na articulação metatarsofalângica Flexor curto dos dedos Calcâneo, aponeurose plantar e retináculo dos músculos exores Laterais das falanges médias dos segundo a quinto dedos Flexão dos segundo a quinto dedos nas articulações interfalângica proximal e metatarsofalângicas Nervo plantar medial Abdutor do dedo mínimo Calcâneo, aponeurose plantar e retináculo dos músculos exores Face lateral da falange proximal do dedo mínimo com o tendão do M. exor curto do dedo mínimo Abdução e exão do dedo mínimo na articulação metatarsofalângica Nervo plantar lateral Segunda camada Quadrado plantar Calcâneo Tendão do M. exor longo dos dedos Ajuda o M. exor longo dos dedos a apenas exionar os segundo a quinto dedos nas articulações interfalângicas e metatarsofalângicas Nervo plantar lateral Lumbricais Tendões do M. exor longo dos dedos Tendões do M. extensor longo dos dedos nas falanges proximais dos segundo a quinto dedos Extensão dos dedos II a V nas articulações interfalângicas e exão dos dedos segundo a quinto nas articulações metatarsofalângicas Nervos plantares lateral e medial Terceira camada Flexor curto do hálux Cuboide e cuneiforme lateral Faces lateral e medial da falange proximal do hálux via tendão contendo osso sesamoide Flexão do hálux na articulação metatarsofalângica Nervo plantar medial Adutor do hálux Ossos metatarsais II ao IV, ligamentos dos ossos metatarsais III ao V nas articulações metatarsofalângicas e tendão do M. bular longo Face lateral da falange proximal do hálux Adução e exão do hálux na articulação metatarsofalângica Nervo plantar lateral Flexor curto do dedo mínimo Osso metatarsal V e tendão do M. bular longo Face lateral da falange proximal do dedo mínimo Flexão do dedo mínimo na articulação metatarsofalângica Nervo plantar lateral Quarta camada (mais profunda) Interósseos dorsais Lado adjacente de todos os ossos metatarsais Falanges proximais: os dois lados do dedo II e face lateral dos dedos III e IV Abdução e exão dos dedos II a IV nas articulações metatarsofalângicas e extensão dos dedos nas articulações interfalângicas Nervo plantar lateral Ossos metatarsais III a V Face medial das falanges proximais dos dedos III a V Adução e exão das articulações Nervo plantar lateral Interósseos plantares metatarsofalângicas proximais e extensão do dedo nas articulações interfalângicas Figura 11.23 Músculos intrínsecos do pé que movimentam os dedos. Os músculos da mão são especializados para movimentos precisos e complexos; os do pé são limitados à sustentação e à movimentação. Que estrutura sustenta o arco longitudinal e encerra os tendões dos músculos flexores do pé? DISTÚRBIOS | DESEQUILÍBRIOS HOMEOSTÁTICOS Lesões decorrentes da corrida Muitos indivíduos que correm apresentam algum tipo de lesão relacionada com a corrida. Embora essas lesões possam ser pequenas, algumas são bastante sérias. Lesões pequenas não tratadas ou tratadas de maneira inadequada podem se tornar crônicas. Nos corredores, o tornozelo, o joelho, o tendão do calcâneo, o quadril, a região inguinal, o pé e a coluna vertebral são locais comuns de lesão. Dessas áreas, o joelho, na maioria das vezes, é a área mais gravemente afetada. Não raro, as lesões de corrida estão relacionadas com técnicas de treinamento ruins, o que pode envolver rotinas de aquecimento insuficientes ou inadequadas, excesso de corrida ou volta à prática muito precoce depois de uma lesão e corrida extensa em superfícies duras e/ou irregulares. Calçados de corrida gastos ou de má qualidade também podem contribuir para lesão, assim como qualquer problema biomecânico (como queda do arco plantar) agravado pela corrida. A maioria das lesões esportivas deve ser tratada em princípio com proteção, repouso, gelo, compressão e elevação. Imediatamente proteja a parte lesionada, coloque em repouso, aplique gelo e eleve a parte lesada. Depois disso, aplique uma atadura elástica, se possível, para comprimir o tecido lesionado. Faça isso durante 2 ou 3 dias e resista à tentação de aplicar calor, que pode piorar o edema. O tratamento de acompanhamento pode incluir a alternância de calor úmido e massagem com gelo para aumentar o fluxo sanguíneo para a área lesada. Às vezes, é válida a administração de antiinflamatórios não esteroides (AINEs) ou a aplicação de injeções locais de corticosteroides. Durante o período de recuperação, é importante se manter ativo, usando um programa alternativo que não piore a lesão. Essa atividade deve ser determinada em consulta com um médico. Por fim, exercícios cuidadosos são necessários para reabilitar a área lesada propriamente dita. A massoterapia também pode ser usada para evitar ou tratar muitas lesões esportivas. Síndrome compartimental Conforme observado anteriormente neste capítulo, os músculos esqueléticos nos membros estão organizados em unidades funcionais chamadas compartimentos. No distúrbio chamado de síndrome compartimental, pressão interna ou externa constringe estruturas dentro de um compartimento, resultando em dano de vasos sanguíneos e redução subsequente do suprimento sanguíneo (isquemia) para as estruturas do compartimento. Os sintomas incluem dor, queimação, pressão, palidez da pele e paralisia. As causas comuns da síndrome compartimental são lesões de esmagamento e penetrantes, contusão (dano aos tecidos subcutâneos sem que a pele tenha sido interrompida), distensão muscular (estiramento de um músculo) ou aparelho gessado inapropriadamente aplicado. A pressão elevada no compartimento pode ter consequências graves como hemorragia, lesão tecidual e edema (acúmulo de líquido intersticial). Uma vez que as fáscias profundas (revestimento de tecido conjuntivo) que encerram os compartimentos são muito fortes, o sangue e o líquido intersticial acumulados não conseguem sair e a pressão elevada pode, literalmente, impedir o fluxo sanguíneo e privar de oxigênio os músculos e nervos circunvizinhos. Uma opção de tratamento é a fasciotomia, um procedimento cirúrgico no qual a fáscia muscular é cortada para aliviar a pressão. Sem intervenção, os nervospodem sofrer dano e os músculos podem desenvolver tecido cicatricial, resultando em encurtamento permanente dos músculos, uma condição chamada de contratura. Se não forem tratados, os tecidos podem morrer e o membro pode perder a capacidade de funcionar. Uma vez alcançada essa fase da síndrome, a amputação pode ser a única opção de tratamento. Fasciite plantar Fasciite plantar ou síndrome do calcanhar doloroso é uma reação inflamatória decorrente da irritação crônica da aponeurose plantar (fáscia) na sua origem no calcâneo. A aponeurose se torna menos elástica com a idade. Essa condição também está relacionada com atividades de sustentação de peso (caminhada, corrida, levantamento de objetos pesados), uso de calçados inadequados, excesso de peso (que coloca pressão nos pés) e biomecânica problemática (pé plano, arco plantar alto e anormalidades na marcha que podem ocasionar distribuição desigual do peso sobre os pés). A fasciite plantar é a causa mais comum de dor no calcanhar em corredores e surge em resposta ao impacto repetitivo da corrida. Os tratamentos incluem gelo, calor profundo, exercícios de alongamento, perda de peso, órteses (como palmilhas), injeções de esteroides e cirurgia. TERMINOLOGIA TÉCNICA Distensão muscular. Ruptura de fibras de um músculo esquelético ou de seu tendão que o fixa ao osso. A ruptura pode também danificar pequenos vasos sanguíneos, causando sangramento local (hematoma) e dor (causada pela irritação das terminações nervosas na região). As distensões musculares costumam ocorrer quando um músculo é estirado além de seu limite, por exemplo, em resposta a um levantamento rápido e repentino de peso; durante atividades esportivas; ou ao realizar tarefas ocupacionais. Lesões por estresse repetitivo (LER). Condições resultantes do uso excessivo de equipamentos, má postura, mecânica corporal problemática ou atividade que requer movimentos repetidos como, por exemplo, várias condições de trabalhadores de linhas de produção. O uso excessivo de computador, martelo, guitarra ou piano são alguns exemplos. Também chamadas de doenças osteomusculares relacionadas com o trabalho (DORT). Paralisia. Perda da função muscular (movimento voluntário) por conta de lesão, doença ou dano ao suprimento nervoso. A maioria das paralisias decorre de AVE ou lesão da medula espinal. Rabdomiossarcoma. Um tumor do músculo esquelético. Em geral, ocorre em crianças e é extremamente maligno, com rápida metástase. Tique. Contração espasmódica involuntária realizada por músculos que normalmente estão sob controle consciente, por exemplo, das pálpebras. 11.1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 11.2 1. 2. 11.3 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. Torcicolo. Contração ou encurtamento do músculo esternocleidomastóideo que faz com que a cabeça fique inclinada para o lado afetado e o mento rodado para o lado oposto. Pode ser adquirido ou congênito. REVISÃO DO CAPÍTULO Conceitos essenciais Como os músculos esqueléticos produzem movimento Os músculos esqueléticos que produzem movimento o fazem tracionando os ossos. A fixação ao osso mais estacionário é a origem; aquela ao osso mais móvel é a inserção. Os ossos servem de alavancas e as articulações de fulcros. Duas forças diferentes atuam na alavanca: carga (resistência) e esforço. As alavancas são categorizadas em 3 tipos: primeira classe, segunda classe e terceira classe (mais comum) – de acordo com as posições do fulcro, com o esforço e a carga na alavanca. As disposições dos fascículos são paralela, fusiforme, circular, triangular e penada (ver Tabela 11.1). A organização fascicular afeta a potência do músculo e o arco de movimento. O agonista produz a ação desejada; o antagonista realiza a ação oposta. Os sinergistas ajudam o agonista reduzindo os movimentos desnecessários. Os estabilizadores fixam a origem do agonista de forma que possa atuar de maneira mais eficiente. Como os músculos esqueléticos são chamados? As características distintivas dos diferentes músculos esqueléticos são direção dos fascículos musculares; tamanho, forma, ação, número de origens (ou cabeças) e localização do músculo; e locais de origem e inserção do músculo (ver Tabela 11.2). A maioria dos músculos esqueléticos é nomeada com base em combinações de características. Principais músculos esqueléticos Os músculos da cabeça que produzem as expressões faciais movimentam a pele em vez de articulações quando se contraem e nos possibilitam expressar uma ampla variedade de emoções (ver Expo 11.A). Os músculos da cabeça que movimentam os bulbos dos olhos estão entre os músculos esqueléticos de mais rápida contração e mais precisamente controlados do corpo. Eles nos possibilitam elevar, abaixar, abduzir, aduzir e rodar medial e lateralmente os bulbos dos olhos. Os músculos que movimentam as pálpebras abrem os olhos (ver Expo 11.B). Os músculos que movimentam a mandíbula desempenham funções essenciais na mastigação e na fala (ver Expo 11.C). Os músculos da cabeça que movimentam a língua são importantes na mastigação e na fala, bem como na deglutição (Expo 11.D). Os músculos anteriores do pescoço que auxiliam a deglutição e a fala, chamados músculos suprahióideos, estão localizados acima do hioide (Expo 11.E). Os músculos do pescoço que movimentam a cabeça modificam sua posição e ajudam a equilibrála sobre a coluna vertebral (ver Expo 11.F). Os músculos do abdome ajudam a conter e proteger as vísceras abdominais, movimentam a coluna vertebral, comprimem o abdome e produzem a força necessária para defecar, urinar, vomitar e dar à luz (ver Expo 11.G). Os músculos do tórax usados na respiração modificam o tamanho da cavidade torácica de forma que a inspiração e a expiração possam ocorrer e ajudam o retorno venoso do sangue para o coração (ver Expo 11.H). Os músculos do assoalho pélvico sustentam as vísceras pélvicas, resistem à pressão que acompanha os aumentos na pressão intraabdominal e funcionam como esfíncteres na junção anorretal, uretra e vagina (ver Expo 11.I). Os músculos do períneo ajudam na micção, ereção do pênis e clitóris, ejaculação e defecação (ver Expo 11.J). Os músculos do tórax que movimentam o cíngulo do membro superior estabilizam a escápula de forma a funcionar como um ponto de origem estável para a maioria dos músculos que movimentam o úmero (ver Expo 11.K). A maior parte dos músculos do tórax que movimentam o úmero se origina na escápula (músculos escapulares); os músculos restantes se originam no esqueleto axial (músculos axiais) (ver Expo 11.L). Os músculos do braço que movimentam o rádio e a ulna estão envolvidos na flexão e na extensão na articulação do cotovelo e estão organizados em compartimento flexor e compartimento extensor (ver Expo 11.M). Os músculos do antebraço que movimentam o punho, a mão, o polegar e os dedos são muitos e variados; os músculos que atuam nos dedos são chamados de músculos extrínsecos (ver Expo 11.N). Os músculos da palma da mão que movimentam os dedos (músculos intrínsecos) são importantes em atividades que exigem destreza e conferem aos seres humanos a capacidade de preensão e manipulação de objetos de maneira precisa (ver Expo 11.O). Os músculos do pescoço e da coluna que movimentam a coluna vertebral são bastante complexos porque apresentam 12. 13. 14. 1. 2. 3. 11.1 11.2 11.3 11.4 11.5 11.6 11.7 11.8 11.9 11.10 11.11 11.12 11.13 11.14 múltiplas origens e inserções e existe sobreposição considerável entre eles (ver Expo 11.P). Os músculos da região glútea que movimentam o fêmur se originam, na maior parte, no cíngulo do membro inferior e se inserem no fêmur; esses músculos são maiores e mais potentes que seus comparativos no membro superior (ver Expo 11.Q). Os músculos da coxa que movimentam o fêmur, a tíbia e a fíbula são separadosem compartimentos medial (adutor), anterior (extensor) e posterior (flexor) (ver Expo 11.R). Os músculos da perna que movimentam os pés e os dedos estão divididos em compartimentos anterior, lateral e posterior (ver Expo 11.S). Os músculos do pé que movimentam os dedos (músculos intrínsecos), diferentemente daqueles da mão, são limitados às funções de sustentação e locomoção (ver Expo 11.T). QUESTÕES PARA AVALIAÇÃO CRÍTICA Durante um lifting de face, o cirurgião plástico acidentalmente corta o nervo facial do lado direito do rosto. Quais são alguns dos efeitos no paciente e que músculos estão envolvidos? Enquanto tomava o ônibus rumo ao supermercado, Davi de 11 anos de idade informa à mãe que precisa “ir ao banheiro” (urinar). Sua mãe pede para que “segure” até chegar à loja. Que músculos precisam permanecer contraídos para “segurar” a urina? José vem fazendo centenas de arremessos por dia a fim de aperfeiçoar a curva da bola. Ultimamente, ele vem sentindo dor no braço que faz os arremessos. O médico diagnosticou ruptura do manguito rotador. José ficou confuso, pois não conhecia essa estrutura de seu ombro. Explique a José o que o médico quis dizer e como essa lesão pode afetar os movimentos do seu braço. RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DAS FIGURAS O ventre do músculo que estende o antebraço, o músculo tríceps braquial, está localizado posteriormente ao úmero. Alavancas de segunda classe produzem a maior força. Para músculos nomeados de acordo com suas várias características, algumas possíveis respostas (para outras, ver Tabela 11.2): direção das fibras: músculo oblíquo externo do abdome; forma: músculo deltoide; ação: músculo extensor dos dedos; tamanho: músculo glúteo máximo; origem e inserção: músculo esternocleidomastóideo; localização: músculo tibial anterior; número de tendões de origem: músculo bíceps braquial. O músculo corrugador do supercílio está envolvido na expressão de desaprovação; o músculo zigomático maior contrai quando sorrimos; o músculo mentual contribui para o “beicinho”; o músculo orbicular do olho contribui para o olhar semicerrado. O músculo oblíquo inferior movimenta o bulbo do olho para cima e lateralmente porque se origina na face anteromedial do assoalho da órbita e se insere no face posterolateral do bulbo do olho. O músculo masseter é o mais forte da mastigação. As funções da língua incluem mastigação, detecção do gosto, deglutição e fala. Os músculos supra e infrahióideos estabilizam o hioide para ajudar os movimentos da língua. Os trígonos cervicais formados pelos músculos esternocleidomastóideos são importantes anatômica e cirurgicamente devido às estruturas encontradas em suas margens. O músculo reto do abdome auxilia a micção. O diafragma é inervado pelo nervo frênico. As margens do diafragma da pelve são a sínfise púbica anteriormente, o cóccix posteriormente e as paredes da pelve lateralmente. As margens do períneo são a sínfise púbica anteriormente, o cóccix posteriormente e as tuberosidades isquiáticas lateralmente. A principal ação dos músculos que movimentam o cíngulo do membro superior é estabilizar a escápula para ajudar nos movimentos do úmero. 11.15 11.16 11.17 11.18 11.19 11.20 11.21 11.22 11.23 O manguito rotador é composto pelos tendões planos dos músculos subescapular, supraespinal, infraespinal e redondo menor que formam um círculo quase completo ao redor da articulação do ombro. O M. braquial é o mais forte flexor do antebraço e o músculo tríceps braquial é o mais forte extensor do antebraço. Os tendões dos músculos flexores dos dedos e punhos e o nervo mediano passam profundamente ao retináculo dos músculos flexores. Os músculos da eminência tenar atuam no polegar. Os músculos esplênios se originam da linha média e se estendem lateral e superiormente até suas inserções. Os músculos do membro superior efetuam diversos movimentos, enquanto os músculos do membro inferior atuam na estabilidade, na locomoção e na manutenção da postura. Além disso, em geral, os músculos do membro inferior cruzam duas articulações e atuam igualmente nas duas. O músculo quadríceps femoral consiste em M. reto femoral, M. vasto lateral, M. vasto medial e M. vasto intermédio; os músculos da parte posterior da coxa são M. bíceps femoral, M. semitendíneo e M. semimembranáceo. Os retináculos dos músculos extensores superior e inferior conectam firmemente os tendões dos músculos do compartimento anterior ao tornozelo. A aponeurose (fáscia) plantar sustenta o arco longitudinal e encerra os tendões flexores do pé. Tecido nervoso e homeostasia A excitabilidade do tecido nervoso permite a geração de impulsos nervosos (potenciais de ação) responsáveis pela comunicação e regulação da maioria dos órgãos do corpo. Tanto o sistema nervoso quanto o endócrino têm o mesmo objetivo: manter condições controladas nos limites compatíveis com a vida. O sistema nervoso regula as atividades corporais por meio de respostas rápidas utilizando impulsos nervosos; o sistema endócrino responde por meio da liberação de hormônios. O Capítulo 18 compara os papéis de ambos os sistemas na manutenção da homeostasia. O sistema nervoso também é responsável por nossas percepções, nossos comportamentos e nossas memórias e inicia todos os movimentos voluntários. Como este sistema é muito complexo, discutiremos sua estrutura e sua função em vários capítulos. Este capítulo se concentrará na organização do sistema nervoso e nas propriedades dos neurônios (células nervosas) e da neuróglia (células que dão suporte às atividades dos neurônios). Nos capítulos seguintes, examinaremos a estrutura e as funções da medula espinal e dos nervos espinais (Capítulo 13) e do encéfalo e dos nervos cranianos (Capítulo 14). A divisão autônoma do sistema nervoso, que funciona sem controle voluntário, será abordada no Capítulo 15. O Capítulo 16 discutirá os sentidos somáticos – tato, pressão, calor, frio, dor e outros – e suas vias sensitivas e motoras para mostrar como os impulsos nervosos trafegam em direção à medula espinal e ao encéfalo, ou a partir deles em direção aos músculos e às glândulas. A exploração do sistema nervoso termina com a discussão dos sentidos especiais: olfato, gustação, visão, audição e equilíbrio (Capítulo 17). A neurologia estuda o funcionamento normal e os transtornos do sistema nervoso. O neurologista é o médico que diagnostica e trata as doenças do sistema nervoso. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter18.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter13.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter14.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter15.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter16.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter17.html 12.1 • • Visão geral do sistema nervoso OBJETIVOS Descrever a organização do sistema nervoso Descrever as três funções básicas do sistema nervoso. Organização do sistema nervoso Com apenas 2 kg de peso, cerca de 3% do peso corporal total, o sistema nervoso é um dos menores, porém mais complexos, dos 11 sistemas corporais. Esta rede intrincada de bilhões de neurônios e de um número ainda maior de células da neuróglia está organizada em duas subdivisões principais: o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. Sistema nervoso central O sistema nervoso central (SNC), denominado parte central do sistema nervoso segundo a Terminologia Anatômica, é composto pelo encéfalo e pela medula espinal (Figura 12.1A). O encéfalo é a parte do SNC que estálocalizada no crânio e contém cerca de 85 bilhões de neurônios. A medula espinal conectase com o encéfalo por meio do forame magno do occipital e está envolvida pelos ossos da coluna vertebral. A medula espinal possui cerca de 100 milhões de neurônios. O SNC processa muitos tipos diferentes de informações sensitivas. Também é a fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria dos sinais que estimulam a contração muscular e a liberação das secreções glandulares se origina no SNC. Sistema nervoso periférico O sistema nervoso periférico (SNP), também denominado parte periférica do sistema nervoso segundo a Terminologia Anatômica, é formado por todo o tecido nervoso fora do SNC (Figura 12.1A). Os componentes do SNP incluem os nervos, os gânglios, os plexos entéricos e os receptores sensitivos. Nervo é um feixe composto por centenas de milhares de axônios, associados a seu tecido conjuntivo e seus vasos sanguíneos, que se situa fora do encéfalo e da medula espinal. Doze pares de nervos cranianos emergem do encéfalo e 31 pares de nervos espinais emergem da medula espinal. Cada nervo segue um caminho definido e supre uma região específica do corpo. Os gânglios são pequenas massas de tecido • • nervoso compostas primariamente por corpos celulares que se localizam fora do encéfalo e da medula espinal. Estas estruturas têm íntima associação com os nervos cranianos e espinais. Os plexos entéricos são extensas redes neuronais localizadas nas paredes de órgãos do sistema digestório. Os neurônios destes plexos ajudam a regular o sistema digestório (ver a Seção 24.3). O termo receptor sensitivo referese à estrutura do sistema nervoso que monitora as mudanças nos ambientes externo ou interno. São exemplos de receptores sensitivos os receptores táteis da pele, os fotorreceptores do olho e os receptores olfatórios do nariz. O SNP é dividido em sistema nervoso somático (SNS), sistema nervoso autônomo (SNA, divisão autônoma do sistema nervoso segundo a Terminologia Anatômica) e sistema nervoso entérico (SNE). O SNS é composto por (1) neurônios sensitivos que transmitem informações para o SNC a partir de receptores somáticos na cabeça, no tronco e nos membros e de receptores para os sentidos especiais da visão, da audição, da gustação e do olfato, e por (2) neurônios motores que conduzem impulsos nervosos do SNC exclusivamente para os músculos esqueléticos. Como estas respostas motoras podem ser controladas conscientemente, a ação desta parte do SNP é voluntária. A divisão autônoma do sistema nervoso ou SNA é formado por (1) neurônios sensitivos que levam informações de receptores sensitivos autônomos – localizados especialmente em órgãos viscerais como o estômago e os pulmões – para o SNC, e por (2) neurônios motores que conduzem os impulsos nervosos do SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco e as glândulas. Como suas respostas motoras não estão, de modo geral, sob controle consciente, a atuação do SNA é involuntária. A parte motora do SNA é composta por dois ramos, a divisão simpática e a divisão parassimpática. Com poucas exceções, os efetores recebem nervos de ambas as divisões, e geralmente têm ações opostas. Por exemplo, os neurônios simpáticos aumentam a frequência cardíaca, enquanto os parassimpáticos a diminuem. De modo geral, a divisão simpática está relacionada com o exercício ou ações de emergência – as respostas de “luta ou fuga” – e a divisão parassimpática se concentra nas ações de “repouso e digestão”. A atuação do SNE, o “cérebro do intestino”, é involuntária. Considerado antigamente como parte do SNA, o SNE é composto por mais de 100 milhões de neurônios que estão dentro dos plexos entéricos, e se estendem pela maior parte do sistema digestório. A maioria destes neurônios funciona independentemente do SNA e em parte do SNC, embora eles se comuniquem com o SNC através de neurônios simpáticos e parassimpáticos. Os neurônios sensitivos do SNE monitoram mudanças químicas no sistema digestório, bem como o estiramento de suas paredes. Os neurônios motores entéricos controlam, no sistema digestório, as contrações do músculo liso para impulsionar o alimento, as secreções dos órgãos (como o suco gástrico) e a atividade das células endócrinas, secretoras de hormônios. Funções do sistema nervoso O sistema nervoso executa tarefas complexas. Ele nos permite sentir vários odores, falar e lembrar eventos do passado; além disso, ele gera sinais que controlam os movimentos corporais e regula o funcionamento dos órgãos internos. Estas diversas atividades podem ser agrupadas em três funções básicas: sensitiva (aporte), integradora (processamento) e motora (saída). Função sensitiva. Os receptores sensitivos detectam estímulos internos, como elevação da pressão arterial, ou estímulos externos (p. ex., uma gota de água caindo no seu braço). Essas informações sensitivas são então levadas para o encéfalo e para a medula espinal por meio dos nervos cranianos e espinais Função integradora. O sistema nervoso processa as informações sensitivas, analisandoas e tomando as decisões adequadas para cada resposta – uma atividade conhecida como integração Figura 12.1 Organização do sistema nervoso. A. Subdivisões do sistema nervoso. B. Organograma do sistema nervoso; as caixas azuis representam os componentes sensitivos do sistema nervoso periférico; as caixas vermelhas, os componentes motores do SNP; e as caixas verdes, os efetores (músculos e glândulas). As duas principais subdivisões do sistema nervoso são (1) o sistema nervoso central (SNC), composto pelo encéfalo e pela medula espinal, e (2) o sistema nervoso periférico (SNP), formado por todo o tecido nervoso fora do SNC. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter24.html#ch24-3 • Cite algumas das funções do sistema nervoso. Função motora. Após o processamento das informações sensitivas, o sistema nervoso pode desencadear uma resposta motora específica por meio da ativação de efetores (músculos e glândulas) por intermédio dos nervos cranianos e espinais. A estimulação dos efetores causa a contração dos músculos e a secreção de hormônios pelas glândulas. As três funções básicas do sistema nervoso acontecem, por exemplo, quando você atende a seu telefone celular após ouvilo tocar. O som do toque do telefone celular estimula receptores sensitivos em suas orelhas (função sensitiva). Essas informações auditivas são então transmitidas para o encéfalo onde são processadas, e é tomada a decisão de atender ao telefone (função integradora). Após isso, o encéfalo estimula a contração de músculos específicos que lhe permitirão pegar o telefone e pressionar o botão apropriado para atendêlo (função motora). 1. 2. 3. 4. 12.2 • • TESTE RÁPIDO Qual é a função de um receptor sensitivo? Quais são os componentes e as funções do SNS, do SNA e do SNE? Quais subdivisões do SNP controlam as ações voluntárias? E as involuntárias? Explique e exemplifique o conceito de integração. Histologia do tecido nervoso OBJETIVOS Comparar as características histológicas e as funções dos neurônios e da neuróglia Diferenciar a substância cinzenta da substância branca. O tecido nervoso é composto por dois tipos de células – os neurônios e a neuróglia. Estas células se combinam de várias maneiras em diferentes regiões do sistema nervoso. Além de formarem as complexas redes de processamento no encéfalo e na medula espinal, os neurônios também conectam todas as regiões do corpo com o SNC. Por serem células muito especializadas, capazes de atingir grandes comprimentos e de fazer conexões extremamente complexas com outras células, os neurônios desempenham a maioria das funções exclusivas do sistema nervoso,como sentir, pensar, lembrar, controlar a atividade muscular e regular as secreções glandulares. Como consequência de sua especialização, a maior parte dos neurônios perdeu a capacidade de sofrer divisões mitóticas. As células da neuróglia são menores, mas muito mais numerosas que os neurônios, talvez até 25 vezes mais numerosas. A neuróglia fornece suporte, nutrição e proteção aos neurônios e ajuda a manter o líquido intersticial que os banha. Ao contrário dos neurônios, a neuróglia continua se dividindo durante a vida de um indivíduo. Tanto os neurônios quanto a neuróglia são estruturalmente diferentes de acordo com sua localização no sistema nervoso central ou no sistema nervoso periférico. Estas diferenças estruturais se correlacionam com as diferentes funções exercidas nestes sistemas. Neurônios Assim como as células musculares, os neurônios (células nervosas) apresentam excitabilidade elétrica, ou seja, a capacidade de responder a um estímulo e convertêlo em um potencial de ação. Um estímulo é qualquer mudança no ambiente que seja forte o suficiente para iniciar um potencial de ação. Um potencial de ação (impulso nervoso) é um sinal elétrico que se propaga pela superfície da membrana de um neurônio. Ele começa e se propaga devido à passagem de íons (como sódio e potássio) entre o líquido intersticial e a parte interna de um neurônio por meio de canais iônicos específicos em sua membrana plasmática. Uma vez iniciado, o impulso nervoso é transmitido rapidamente e em uma velocidade constante. Alguns neurônios são minúsculos e propagam seus impulsos por curtas distâncias (menos que 1 mm) no SNC. Outros são as células mais longas do corpo. Os neurônios que permitem que você movimente os dedos dos pés, por exemplo, se estendem da região lombar de sua medula espinal (logo acima do quadril) até os músculos do seu pé. Alguns neurônios são ainda mais longos. Aqueles que o fazem sentir cócegas no pé se estendem por todo seu pé até chegar à parte inferior de seu encéfalo. Os impulsos nervosos trafegam por estas grandes distâncias a velocidades que variam de 0,5 a 130 metros por segundo (1,6 a 467 km/h). Partes de um neurônio A maioria dos neurônios tem três partes: (1) um corpo celular, (2) dendritos e (3) um axônio (Figura 12.2). O corpo celular, também conhecido como pericário ou soma, contém um núcleo cercado por citoplasma, o qual inclui organelas celulares típicas como os lisossomos, as mitocôndrias e o complexo de Golgi. Os corpos celulares neuronais também apresentam ribossomos livres e proeminentes agrupamentos de retículo endoplasmático rugoso, denominados de corpúsculos de Nissl. Os ribossomos são os locais onde ocorre a síntese proteica. As proteínas recémproduzidas pelos corpúsculos de Nissl são utilizadas para repor componentes celulares, como material para o crescimento neuronal, e para regenerar axônios danificados no SNP. O citoesqueleto inclui as neurofibrilas, compostas por feixes de filamentos intermediários que dão formato e suporte à célula, e os microtúbulos, que auxiliam no transporte de material entre o corpo celular e o axônio. Neurônios mais velhos também contêm lipofuscina, um pigmento que se apresenta como agregados de grânulos marromamarelados no citoplasma. A lipofuscina é um produto dos lisossomos neuronais que se acumula à medida que o neurônio envelhece, mas parece não ser danosa a ele. Fibra nervosa é um termo genérico para qualquer prolongamento que emerge do corpo celular de um neurônio. A maior parte dos neurônios tem dois tipos de prolongamentos: dendritos (múltiplos) e um único axônio. Os dendritos são as porções receptoras de um neurônio. A membrana plasmática dos dendritos (e dos corpos celulares) contém inúmeros receptores para que ocorra a ligação de mensageiros químicos de outras células. Os dendritos geralmente são curtos, afilados e muito ramificados. Em muitos neurônios, eles formam um arranjo arboriforme de prolongamentos que se estendem a partir do corpo celular. O citoplasma dos dendritos contém corpúsculos de Nissl, mitocôndrias e outras organelas. O axônio de um neurônio propaga o impulso nervoso para outro neurônio, para uma fibra muscular ou para uma célula glandular. Ele é uma projeção longa, fina e cilíndrica que geralmente se liga ao corpo celular por meio de uma elevação cuneiforme chamada cone de implantação. A parte do axônio que está mais próxima ao cone de implantação é chamada segmento inicial. Na maioria dos neurônios, os impulsos nervosos se iniciam na junção do cone de implantação com o segmento inicial, a zonagatilho, a partir da qual eles percorrem o axônio até seu destino final. Um axônio contém mitocôndrias, microtúbulos e neurofibrilas. Como não há retículo endoplasmático rugoso, não existe síntese proteica no axônio. O citoplasma de um axônio, chamado axoplasma, é envolvido por uma membrana plasmática conhecida como axolema. Em toda a extensão de um axônio, podem ser encontrados ramos laterais chamados axônios colaterais, que normalmente se projetam em um ângulo reto. O axônio e seus ramos colaterais terminam se dividindo em várias projeções finas chamadas terminais axônicos ou telodendros. Figura 12.2 Estrutura de um neurônio multipolar. Um neurônio multipolar tem um corpo celular, vários dendritos curtos, e um único e longo axônio. As setas indicam a direção do fluxo de informações: dendritos → corpo celular → axônio → terminais axônicos. As partes básicas de um neurônio são os dendritos, o corpo celular e o axônio. Quais são as funções dos dendritos, do corpo celular e do axônio na transmissão de sinais? O local de comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora é chamado sinapse. As extremidades de alguns terminais axônicos se tornam estruturas com formato de um botão, chamadas botões sinápticos; outras apresentam uma cadeia de pequenas saliências, chamadas varicosidades. Tanto os botões sinápticos terminais quanto as varicosidades contêm minúsculos sacos envoltos por membrana chamados vesículas sinápticas, que armazenam uma substância chamada neurotransmissor. O neurotransmissor é uma molécula liberada de uma vesícula sináptica que excita ou inibe outro neurônio, uma fibra muscular ou uma célula glandular. Muitos neurônios contêm dois ou até três tipos de neurotransmissores, cada um com diferentes efeitos na célula póssináptica. Como algumas substâncias produzidas ou recicladas no corpo celular neuronal são necessárias no axônio ou nos terminais axônicos, dois tipos de sistema de transporte levam estas substâncias do corpo celular para os terminais axônicos e viceversa. O sistema mais lento, que movimenta substâncias a uma velocidade de aproximadamente 1 a 5 mm por dia, é chamado transporte axônico lento. Ele transporta o axoplasma em apenas uma direção – do corpo celular para os 1. 2. 3. terminais axônicos. O transporte axônico lento fornece um axoplasma novo para axônios em desenvolvimento ou em regeneração e repõe o axoplasma nos axônios maduros ou em crescimento. O transporte axônico rápido, que é capaz de transportar substâncias a uma velocidade de 200 a 400 mm por dia, utiliza proteínas que funcionam como “motores” para levar as substâncias pela superfície dos microtúbulos do citoesqueleto neuronal. Ele transporta material em ambas as direções – do corpo celular para os terminais axônicos e vice versa. O transporte axônico rápido que ocorre na direção anterógrada leva as organelas e as vesículas sinápticas do corpo celular para os terminais axônicos.Já o transporte que ocorre na direção retrógrada transporta vesículas e outros materiais celulares dos terminais axônicos para o corpo celular, onde serão degradados ou reciclados. As substâncias que entram no neurônio através dos terminais axônicos também são levadas para o corpo celular através deste tipo de transporte. Estas substâncias incluem componentes tróficos, como o fator de crescimento neuronal, e agentes nocivos, como a toxina tetânica e os vírus que causam a raiva, o herpes simples e a poliomielite. Diversidade estrutural dos neurônios Os neurônios apresentam uma grande variação em seu tamanho e seu formato. Por exemplo, seus corpos celulares atingem de 5 micrômetros (mm), um pouco maiores que um eritrócito, até 135 μm, dificilmente vistos a olho nu. O padrão de ramificação dendrítica é variado e específico para neurônios de diferentes partes do sistema nervoso. Alguns neurônios pequenos não têm axônio, enquanto muitos outros apresentam axônios muito curtos. Como já discutimos anteriormente, os axônios mais longos quase atingem a altura de uma pessoa, se estendendo dos dedos dos pés até a parte mais baixa do encéfalo. Classificação dos neurônios Características estruturais e funcionais são utilizadas na classificação dos vários neurônios do corpo. CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL. Estruturalmente, os neurônios são classificados de acordo com o número de extensões que se projetam a partir do corpo celular (Figura 12.3): Neurônios multipolares geralmente têm vários dendritos e um axônio (Figura 12.3A). A maioria dos neurônios do encéfalo e da medula espinal é deste tipo, bem como todos os neurônios motores (descritos em breve). Neurônios bipolares têm um dendrito principal e um axônio (Figura 12.3B). Eles são encontrados na retina, na orelha interna e na área olfatória do encéfalo. Neurônios unipolares têm dendritos e um axônio que se fundem para formar um prolongamento contínuo que emerge do corpo celular (Figura 12.3C). Estes neurônios são mais apropriadamente chamados neurônios pseudounipolares, pois no embrião eles são na verdade neurônios bipolares. Durante o desenvolvimento, os dendritos e o axônio se fundem e se tornam uma extensão única. Os dendritos da maioria dos neurônios unipolares atuam como receptores sensitivos, que detectam um estímulo como o tato, a pressão, a dor ou um estímulo térmico (ver a Figura 12.10). A zonagatilho dos impulsos nervosos em um neurônio unipolar está localizada na junção dos dendritos com o axônio (Figura 12.3C). Os impulsos então se propagam em direção aos botões sinápticos. Os corpos celulares da maioria dos neurônios unipolares estão localizados nos gânglios dos nervos espinais e cranianos. Vários exemplos de receptores sensitivos que são dendritos de neurônios unipolares estão ilustrados na Figura 12.4. Além da classificação estrutural que acabamos de descrever, alguns neurônios são descritos pelo nome do neurologista que primeiro os descreveu ou de acordo com algum aspecto de seu formato ou sua aparência; entre os exemplos estão as células de Purkinje do cerebelo e as células piramidais, encontradas no córtex cerebral, cujos corpos celulares apresentam o formato de uma pirâmide (Figura 12.5). CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL. Do ponto de vista funcional, os neurônios são classificados de acordo com a direção para a qual o impulso nervoso (potencial de ação) é transmitido no SNC. Figura 12.3 Classificação estrutural dos neurônios. As interrupções indicam que os axônios são mais longos do que o mostrado. Um neurônio multipolar tem muitos prolongamentos que emergem de seu corpo celular; um neurônio bipolar, dois prolongamentos; e um neurônio unipolar, apenas um. Que tipo de neurônio mostrado nesta figura é o mais abundante no SNC? Figura 12.4 Exemplos de receptores sensitivos que são dendritos de neurônios unipolares. As interrupções indicam que os axônios são maiores do que o mostrado. A. Um corpúsculo tátil é um receptor composto por massa de dendritos envolto por uma cápsula de tecido conjuntivo. B. Um mecanorreceptor cutâneo tipo I é um receptor tátil formado por terminações nervosas livres que entram em contato com as células epiteliais táteis do estrato basal da pele. C. Um corpúsculo lamelado é um receptor de pressão composto por uma cápsula de tecido conjuntivo de múltiplas camadas que envolve um dendrito. D. Um nociceptor é um receptor para a dor formado por terminações nervosas livres. Os termorreceptores e os receptores de prurido e cócegas são semelhantes aos nociceptores, pois eles são neurônios unipolares com terminações nervosas livres que servem como receptores sensitivos. O tipo de receptor sensitivo encontrado nos dendritos de um neurônio unipolar determina o tipo de estímulo sensitivo que este neurônio pode detectar. Onde está localizada a maioria dos neurônios unipolares do corpo? Figura 12.5 Dois exemplos de neurônios do SNC. As setas indicam a direção do fluxo de informações. O padrão de ramificação dendrítica geralmente é exclusivo para cada tipo de neurônio. 1. 2. 3. Por que as células piramidais têm esse nome? Neurônios sensitivos ou aferentes contêm receptores sensitivos em suas extremidades distais (dendritos; ver a Figura 12.10) ou estão localizados logo após receptores sensitivos que são células separadas. Quando um estímulo apropriado ativa um receptor sensitivo, ele gera um potencial de ação em seu axônio que é transportado para o SNC por nervos cranianos ou espinais. A maioria dos neurônios sensitivos é estruturalmente unipolar. Neurônios motores ou eferentes transportam os potenciais de ação para fora do SNC em direção a efetores (músculos e glândulas) na periferia (SNP) por meio de nervos cranianos ou espinais. Do ponto de vista estrutural, estes neurônios são multipolares. Interneurônios ou neurônios de associação estão localizados principalmente no SNC, entre os neurônios motores e sensitivos (ver a Figura 12.10). Os interneurônios integram (processam) as informações sensitivas oriundas dos neurônios sensitivos e então promovem uma resposta motora por meio da ativação dos neurônios motores adequados. A maior parte dos interneurônios é multipolar. Neuróglia A neuróglia ou glia constitui aproximadamente metade do volume do SNC. Seu nome deriva da concepção de antigos histologistas que acreditavam que a neuróglia era a “cola” que mantinha o tecido nervoso unido. Agora sabemos que a neuróglia não é uma mera expectadora e de fato participa ativamente nas funções do tecido nervoso. Geralmente as células da neuróglia são menores que os neurônios, mas são 5 a 25 vezes mais numerosas. Ao contrário dos neurônios, a neuróglia não gera ou propaga potenciais de ação e pode se multiplicar e se dividir no sistema nervoso maduro. Quando ocorre uma lesão ou uma doença, a neuróglia se multiplica para preencher os espaços anteriormente ocupados pelos neurônios. Tumores encefálicos derivados da neuróglia, chamados gliomas, tendem a ser altamente malignos e a crescer rapidamente. Dos seis tipos de células da neuróglia, quatro – astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e células ependimárias – são encontradas apenas no SNC. Os outros dois tipos – células de Schwann e células satélites – estão presentes no SNP. Neuróglia do SNC A neuróglia do SNC pode ser classificada de acordo com seu tamanho, seus prolongamentos citoplasmáticos e sua organização intracelular em quatro tipos: astrócitos, oligodendrócitos, células da micróglia e células ependimárias (Figura 12.6). 1. 2. 3. 4. 5. ASTRÓCITOS. Estas células com formato de estrela têm muitos prolongamentos e são as maiores e mais numerosas células da neuróglia. Existem dois tipos de astrócitos. Os astrócitos protoplasmáticos têm muitos prolongamentos curtos e ramificados e são encontradosna substância cinzenta (descrita a seguir). Os astrócitos fibrosos têm longos prolongamentos não ramificados e estão localizados principalmente na substância branca (também descrita a seguir). Os prolongamentos dos astrócitos entram em contato com capilares sanguíneos, neurônios e com a piamáter (fina membrana que recobre o encéfalo e a medula espinal). As funções dos astrócitos incluem as seguintes: Os astrócitos contêm microfilamentos que lhes conferem uma força considerável, permitindo que suportem os neurônios. Os prolongamentos dos astrócitos que envolvem capilares sanguíneos isolam os neurônios do SNC de substâncias potencialmente nocivas, por meio da produção de substâncias que mantêm a característica de permeabilidade seletiva exclusiva das células endoteliais dos capilares. Na verdade, as células endoteliais formam uma barreira hematencefálica, que restringe a passagem de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial do SNC. Detalhes da barreira hematencefálica são discutidos no Capítulo 14. No embrião, os astrócitos secretam substâncias que aparentemente regulam o crescimento, a migração e a interconexão dos neurônios encefálicos. Os astrócitos ajudam a manter o ambiente químico adequado para a geração de impulsos nervosos. Por exemplo, eles regulam a concentração de íons importante como o K+; recaptam neurotransmissores em excesso; e servem de condutores para a passagem de nutrientes e outras substâncias entre os capilares sanguíneos e os neurônios. Os astrócitos também parecem ter uma função no aprendizado e na memória, influenciando a formação de sinapses neuronais (ver a Seção 16.5). OLIGODENDRÓCITOS. Estas células são parecidas com os astrócitos, mas são menores e contêm menos prolongamentos. Os prolongamentos dos oligodendrócitos são responsáveis pela formação e pela manutenção da bainha de mielina encontrada ao redor dos axônios do SNC. Como você vai ver logo adiante, a bainha de mielina é uma cobertura lipoproteica multicamada que envolve e isola alguns axônios e aumenta a velocidade da condução do impulso nervoso. Tais axônios são classificados como mielinizados. MICRÓGLIA. Estas pequenas células da neuróglia têm finas projeções que dão origem a numerosas ramificações espiculadas. As células da micróglia funcionam como fagócitos. Da mesma maneira que os macrófagos, elas removem restos celulares formados durante o desenvolvimento normal do tecido nervoso e fagocitam microrganismos e tecido nervoso danificado. CÉLULAS EPENDIMÁRIAS. As células ependimárias são células cúbicas ou colunares, dispostas em uma camada única, que apresentam microvilosidades e cílios. Elas revestem os ventrículos encefálicos e o canal central da medula espinal (espaços preenchidos por líquido cerebrospinal, que protege e nutre o encéfalo e a medula espinal). Do ponto de vista funcional, as células ependimárias produzem, possivelmente monitoram, e auxiliam na circulação do líquido cerebrospinal. Elas também formam a barreira hematencefálica, que será discutida no Capítulo 14. Neuróglia do SNP A neuróglia do SNP envolve completamente os axônios e os corpos celulares. Os dois tipos de células gliais do SNP são as células de Schwann e as células satélites (Figura 12.7). Figura 12.6 Neuróglia do sistema nervoso central. As células que compõem a neuróglia do SNC são classificadas de acordo com seu tamanho, seus prolongamentos citoplasmáticos e sua organização intracelular. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter14.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter16.html#ch16-5 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter14.html Qual célula da neuróglia do SNC tem a função semelhante à de um fagócito? CÉLULAS DE SCHWANN. Estas células envolvem os axônios do SNP. Assim como os oligodendrócitos, elas formam a bainha de mielina ao redor dos axônios. Um único oligodendrócito mieliniza vários axônios, mas cada célula de Schwann mieliniza apenas um axônio (Figura 12.7A; ver também as Figuras 12.8A, C). Uma única célula de Schwann também pode envolver até 20 ou mais axônios não mielinizados (axônios que não apresentam bainha de mielina) (Figura 12.7B). Estas células participam da regeneração do axônio, que ocorre mais facilmente no SNP que no SNC. CÉLULAS SATÉLITES. Estas células achatadas envolvem os corpos celulares dos neurônios nos gânglios do SNP (Figura 12.7C). Além de fornecer suporte estrutural, as células satélites regulam as trocas de substâncias entre os corpos celulares neuronais e o líquido intersticial. Mielinização Como você já aprendeu, os axônios envolvidos por uma capa lipoproteica multicamada, denominada bainha de mielina, são classificados como mielinizados (Figura 12.8A). A bainha isola eletricamente o axônio e aumenta a velocidade da condução do impulso nervoso. Os axônios que não possuem esta capa são classificados como não mielinizados (Figura 12.8B). Dois tipos de células da glia produzem a bainha de mielina: as células de Schwann (no SNP) e os oligodendrócitos (no SNC). As células de Schwann começam a formar a bainha de mielina ao redor dos axônios durante o desenvolvimento fetal. Cada célula de Schwann envolve cerca de 1 milímetro do comprimento de cada axônio, formando uma espiral que se enrola muitas vezes em torno dele (Figura 12.8A). Por fim, múltiplas camadas de membrana plasmática da glia envolvem o axônio, com o citoplasma e o núcleo da célula de Schwann formando a camada externa. A porção interna, composta por até 100 camadas de membrana da célula de Schwann, é a bainha de mielina. A camada externa citoplasmática nucleada desta célula, que envolve a bainha de mielina, é o neurolema (bainha de Schwann). O neurolema é encontrado apenas ao redor de axônios do SNP. Quando um axônio é danificado, o neurolema ajuda na regeneração por meio da formação de um tubo regenerativo que guia e estimula o novo crescimento do axônio. Espaços na bainha de mielina, chamados nós de Ranvier, são encontrados em determinados intervalos ao longo do axônio (Figura 12.8; veja também a Figura 12.2). Cada célula de Schwann envolve um segmento axônico entre dois nós. No SNC, um oligodendrócito mieliniza partes de vários axônios. Cada oligodendrócito projeta cerca de 15 prolongamentos amplos e achatados que formam uma espiral ao redor dos axônios do SNC, produzindo assim uma bainha de mielina. Entretanto, não existe neurolema, pois o corpo celular e o núcleo desta célula não envolvem o axônio. Existem nós de Ranvier, mas em menor número. Os axônios do SNC crescem muito pouco após uma lesão. Acreditase que isso ocorra devido à ausência do neurolema e à influência inibitória exercida pelos oligodendrócitos na regeneração do axônio. A quantidade de mielina aumenta desde o nascimento até a idade adulta, e sua presença aumenta muito a velocidade de condução do impulso nervoso. A resposta de um lactente a um estímulo não é tão rápida ou coordenada quanto aquela de uma criança maior ou de um adulto, em parte pelo fato de a mielinização ainda estar em desenvolvimento durante o primeiro ano de vida. Figura 12.7 Neuróglia do sistema nervoso periférico. A neuróglia do SNP envolve completamente os axônios e os corpos celulares dos neurônios. Quais são as diferenças entre as células de Schwann e os oligodendrócitos em relação ao número de axônios que eles mielinizam? Agrupamentos de tecido nervoso Os componentes do tecido nervoso estão agrupados de várias maneiras. Os corpos celulares neuronais geralmente estão dispostos em aglomerados. Os axônios dos neurônios estão em geral agrupados em feixes. Além disso, áreas mais amplas de tecido nervoso estão agrupadas como substância cinzenta ou substância branca.Agrupamentos de corpos celulares neuronais Lembrese de que um gânglio se refere a um grupo de corpos celulares neuronais que está localizado no SNP. Como mencionado previamente, os gânglios estão intimamente associados a nervos cranianos e espinais. Por outro lado, núcleo é um grupo de corpos celulares neuronais localizado no SNC. Figura 12.8 Axônios mielinizados e não mielinizados. Observe que uma camada de membrana plasmática de uma célula de Schwann envolve axônios não mielinizados. Os axônios envolvidos pela bainha de mielina, produzida pelas células de Schwann no SNP ou pelos oligodendrócitos no SNC, são chamados mielinizados. Qual é a vantagem funcional da mielinização? Feixes de axônios Lembrese de que um nervo é um feixe de axônios localizado no SNP. Os nervos cranianos conectam o encéfalo com a periferia, enquanto os nervos espinais conectam a medula espinal com a periferia. Trato é um feixe de axônios localizado no SNC. Os tratos conectam neurônios entre si na medula espinal e no encéfalo. Substância cinzenta e substância branca Em um corte recente do encéfalo e da medula espinal, algumas regiões parecem brancas e reluzentes e outras, cinzentas (Figura 12.9). A substância branca é composta primariamente por axônios mielinizados. A coloração esbranquiçada da mielina dá à substância branca seu nome. A substância cinzenta do sistema nervoso contém corpos celulares neuronais, dendritos, axônios não mielinizados, terminais axônicos e neuróglia. Ela parece acinzentada (e não esbranquiçada) porque os corpúsculos de Nissl são acinzentados e há pouca ou nenhuma mielina nessas áreas. Os vasos sanguíneos estão presentes tanto na substância branca quanto na cinzenta. Na medula espinal, a substância branca envolve uma região interna composta por substância cinzenta que, dependendo do quão imaginativo você é, parece uma borboleta ou a letra H em um corte transverso; no encéfalo, uma fina camada de substância cinzenta cobre a superfície de suas porções mais extensas, o cérebro e o cerebelo (Figura 12.9). A disposição da substância cinzenta e da substância branca na medula espinal e no 5. 6. 7. 8. 12.3 • • • • encéfalo é discutida mais extensamente nos Capítulos 13 e 14, respectivamente. TESTE RÁPIDO Descreva as partes de um neurônio e as funções de cada uma delas. Dê vários exemplos das classificações estrutural e funcional dos neurônios. O que é o neurolema e por que ele é importante? Em relação ao sistema nervoso, o que é um núcleo? Sinalização elétrica dos neurônios OBJETIVOS Descrever as propriedades celulares que permitem a comunicação entre neurônios e efetores Comparar os tipos básicos de canais iônicos e explicar como eles se relacionam com os potenciais graduados e os potenciais de ação Descrever os fatores que mantêm um potencial de membrana em repouso Listar os eventos que geram um potencial de ação. Assim como as fibras musculares, os neurônios são eletricamente excitáveis. Eles se comunicam uns com os outros usando dois tipos de sinais elétricos. (1) Os potenciais graduados (descritos adiante) são utilizados apenas para a comunicação em curtas distâncias. (2) Os potenciais de ação (também descritos adiante) permitem a comunicação por grandes distâncias dentro do corpo. Lembrese de que um potencial de ação em uma fibra muscular é chamado potencial de ação muscular. Quando um potencial de ação acontece em um neurônio, ele é chamado potencial de ação nervoso (impulso nervoso). Para entender as funções dos potenciais graduados e dos potenciais de ação, considere como o sistema nervoso permite que você possa sentir a superfície lisa de uma caneta que você pegou de uma mesa (Figura 12.10): Figura 12.9 Distribuição da substância cinzenta e da substância branca na medula espinal e no encéfalo. A substância branca é composta primariamente por axônios mielinizados de muitos neurônios. A substância cinzenta é formada por corpos celulares neuronais, dendritos, axônios não mielinizados, terminais axônicos e neuróglia. O que é responsável pelo aspecto esbranquiçado da substância branca? Quando você toca na caneta, se inicia um potencial graduado em um receptor sensitivo da pele dos dedos da mão. O potencial graduado faz com que o axônio do neurônio sensitivo gere um potencial de ação nervoso, que se propaga pelo axônio em direção ao SNC e causa, ao fim deste processo, a liberação de um neurotransmissor em uma sinapse com um interneurônio. O neurotransmissor estimula o interneurônio a gerar um potencial graduado em seus dendritos e no corpo celular. Em resposta ao potencial graduado, o axônio do interneurônio gera um potencial de ação nervoso. Este potencial se https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter13.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter14.html propaga pelo axônio, causando a liberação de neurotransmissor na próxima sinapse com outro interneurônio. Figura 12.10 Visão geral das funções do sistema nervoso. Os potenciais graduados e os potenciais de ação nervosos e musculares estão envolvidos na transmissão de um estímulo sensitivo, nas funções integradoras, como a percepção, e nas atividades motoras. Em qual região do encéfalo, basicamente, ocorre a percepção de um estímulo? Este processo de liberação de neurotransmissor em uma sinapse, seguido pela formação de um potencial graduado e depois por um potencial de ação nervoso, ocorre repetidamente à medida que os interneurônios de partes mais altas do encéfalo (como o tálamo e o córtex cerebral) são ativados. Uma vez que os interneurônios do córtex cerebral (a parte externa do encéfalo) são ativados, acontece a percepção e você é capaz de sentir a superfície lisa da caneta tocar os seus dedos. Como você aprenderá no Capítulo 14, a percepção, o conhecimento consciente de uma sensação, é essencialmente uma função do córtex cerebral. Suponhamos que você queira usar a caneta para escrever uma carta. O sistema nervoso responde da seguinte maneira (Figura 12.10): Um estímulo no encéfalo faz com que um potencial graduado seja formado nos dendritos e no corpo celular de um neurônio motor superior, um tipo de neurônio motor que faz sinapse com um neurônio motor inferior do SNC para https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter14.html 1. 2. 3. 4. que se contraia uma fibra muscular. A seguir, o potencial graduado faz com que um potencial de ação nervoso seja gerado no axônio do neurônio motor superior, seguido pela liberação de um neurotransmissor. O neurotransmissor gera um potencial graduado em um neurônio motor inferior, um tipo de neurônio motor que supre diretamente as fibras musculares esqueléticas. O potencial graduado dispara o gatilho para a geração de um potencial de ação nervoso e posteriormente para a liberação de um neurotransmissor nas junções neuromusculares, formadas com as fibras musculares esqueléticas que controlam os movimentos dos dedos. O neurotransmissor estimula as fibras musculares que controlam os movimentos dos dedos a gerar potenciais de ação musculares. Este potencial causa uma contração muscular, permitindo que você escreva com a caneta. A produção dos potenciais graduados e dos potenciais de ação depende de duas características básicas da membrana plasmática de células excitáveis: a existência de um potencial de membrana de repouso e a presença de tipos específicos de canais iônicos. Assim como a maioria das outras células do corpo, a membrana plasmática de células excitáveis apresenta um potencial de membrana, uma diferença de potencial elétrico (voltagem) através da membrana. Nas células excitáveis, esta voltagem é conhecida como potencial de membrana em repouso. O potencial de membrana se assemelha à voltagem armazenada em uma bateria. Se você conecta os terminais positivo e negativode uma bateria com um pedaço de fio, os elétrons passarão pelo fio. Este fluxo de partículas carregadas é chamado corrente. Nas células vivas, o fluxo de íons (em vez do fluxo de elétrons) forma a corrente elétrica. Os potenciais graduados e os potenciais de ação ocorrem porque as membranas neuronais contêm muitos tipos diferentes de canais iônicos que se abrem ou se fecham em resposta a um estímulo específico. Como a bicamada lipídica da membrana plasmática é um bom isolante térmico, as principais vias nas quais a corrente pode atravessar a membrana são os canais iônicos. Canais iônicos Quando os canais iônicos estão abertos, eles permitem a passagem de íons específicos pela membrana plasmática ao longo de seus gradientes eletroquímicos – a diferença de concentração (química) mais a diferença elétrica. Lembrese de que os íons se deslocam de áreas de maior concentração para áreas de menor concentração – a parte química do gradiente. Além disso, cátions (íons de carga positiva) se movem em direção a áreas carregadas negativamente, e ânions (íons de carga negativa) se movem em direção a uma área carregada positivamente – a parte elétrica do gradiente. À medida que os íons se deslocam, eles criam um fluxo de corrente elétrica que pode mudar o potencial de membrana. Os canais iônicos se abrem e fecham devido à presença de “comportas”. Uma comporta é a parte da proteína do canal que pode selar o poro do canal ou se mover para abrilo (ver a Figura 3.6). Os sinais elétricos produzidos pelos neurônios e pelas fibras musculares dependem de quatro tipos de canais iônicos: canais de vazamento, canais ativados por ligante, canais mecanoativados, e canais dependentes de voltagem. As comportas dos canais de vazamento se alternam de modo aleatório entre as posições fechada e aberta (Figura 12.11A). Normalmente, a membrana plasmática tem muito mais canais de vazamento para o íon potássio (K+) do que para o íon sódio (Na+), e os canais de potássio são mais permeáveis que os de sódio. Assim, a permeabilidade da membrana para K+ é muito maior que para Na+. Os canais de vazamento são encontrados em quase todas as células, incluindo os dendritos, os corpos celulares e os axônios de todos os tipos de neurônios. Um canal ativado por ligante se abre e se fecha em resposta à ligação de um estímulo ligante (químico). Uma grande variedade de ligantes químicos – incluindo neurotransmissores, hormônios e íons específicos – pode abrir ou fechar estes canais. O neurotransmissor acetilcolina, por exemplo, abre canais catiônicos que permitem a entrada de Na+ e de Ca2+ e a saída de K+ (Figura 12.11B). Os canais ativados por ligantes estão localizados nos dendritos de alguns neurônios sensitivos, como os receptores para dor, e nos dendritos e corpos celulares de interneurônios e neurônios motores. Um canal mecanoativado se abre ou se fecha em resposta a um estímulo mecânico na forma de vibração (como as ondas sonoras), toque, pressão ou estiramento tecidual (Figura 12.11C). A força desloca o canal de sua posição de repouso, abrindo sua comporta. Exemplos de canais mecanoativados são aqueles encontrados nos receptores auditivos, nos receptores que monitoram o estiramento de órgãos internos e nos receptores táteis e de pressão da pele. Um canal dependente de voltagem se abre em resposta a uma mudança no potencial de membrana (voltagem) (Figura 12.11D). Os canais dependentes de voltagem participam da geração e da condução de potenciais de ação nos axônios de todos os tipos de neurônios. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527728867/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ch3fig6 Figura 12.11 Canais iônicos na membrana plasmática. A. Os canais de vazamento se abrem e se fecham aleatoriamente. B. Um estímulo químico – aqui, o neurotransmissor acetilcolina – abre um canal ativado por ligante. C. Um estímulo mecânico abre um canal mecanoativado. D. Uma mudança no potencial de membrana abre canais de K+ dependentes de voltagem durante um potencial de ação. Os sinais elétricos produzidos pelos neurônios e pelas fibras musculares dependem de quatro tipos de canais iônicos: canais de vazamento, canais ativados por ligante, canais mecanoativados e canais dependentes de voltagem. Que tipo de canal iônico é ativado por um toque no seu braço? TABELA 12.1 Canais iônicos nos neurônios. TIPO DE CANAL IÔNICO DESCRIÇÃO LOCALIZAÇÃO Canais de vazamento Canais que se abrem e se fecham aleatoriamente Encontrados em quase todas as células, incluindo dendritos, corpos celulares e axônios de todos os tipos de neurônios Canais ativados por ligante Canais que se abrem em resposta à ligação de um estímulo ligante (químico) Dendritos de alguns neurônios sensitivos, como os receptores para dor, e dendritos e corpos celulares de interneurônios e neurônios motores Canais mecanoativados Canais que se abrem em resposta a um estímulo mecânico (como toque, pressão, vibração ou estiramento tecidual) Dendritos de alguns neurônios sensitivos, como os receptores táteis, para pressão ou para dor Canais dependentes de voltagem Canais que se abrem em resposta a um estímulo elétrico (mudança no potencial de membrana) Axônios de todos os tipos de neurônios A Tabela 12.1 apresenta um resumo dos quatro principais tipos de canais iônicos dos neurônios. Potencial de membrana em repouso O potencial de membrana em repouso existe devido a um pequeno acúmulo de íons negativos no citosol, ao longo da parte interna da membrana plasmática, e a um acúmulo igual de íons positivos no líquido extracelular (LEC) em toda a superfície externa da membrana (Figura 12.12A). Esta separação das cargas elétricas positivas e negativas é um tipo de energia potencial, medida em volts ou milivolts (1 mV = 0,001 V). Quanto maior for a diferença de carga na membrana, maior será o potencial de membrana (voltagem). Observe na Figura 12.12A que o acúmulo de cargas ocorre apenas em uma área muito próxima da membrana. O citosol ou o líquido extracelular em qualquer outra parte da célula apresentam números iguais de cargas positivas e negativas, e são eletricamente neutros. O potencial de membrana em repouso de uma célula pode ser medido da seguinte maneira: a ponta de um microeletrodo de registro é inserida na célula, e um eletrodo de referência é posicionado fora da célula, no líquido extracelular. Eletrodos são dispositivos que conduzem cargas elétricas. O microeletrodo de registro e o eletrodo de referência são conectados a um instrumento conhecido como voltímetro, que detecta a diferença elétrica (voltagem) na membrana plasmática (Figura 12.12B). Nos neurônios, o potencial de membrana em repouso varia entre −40 e −90 mV. Um valor comum é de −70 mV. O sinal negativo indica que a parte interna da célula está mais negativa do que a externa. Uma célula que apresenta um potencial de membrana é considerada polarizada. A maioria das células do corpo é polarizada; o potencial de membrana varia entre +5 e −100 mV nos diferentes tipos de células. Figura 12.12 Potencial de membrana em repouso. Para medir o potencial de membrana em repouso, a ponta do microeletrodo de registro é inserida dentro do neurônio, e o eletrodo de referência é posicionado no líquido extracelular. Os eletrodos são conectados a um voltímetro que mede a diferença de carga na membrana plasmática (neste caso de −70 mV, indicando que a parte interna da célula está negativa em relação à parte externa). O potencial de membrana em repouso é uma diferença de potencial elétrico (voltagem) que existe na membrana plasmática de uma célula excitável durante o repouso. 1. 2. 3. O potencial de membrana de um neurônio é normalmente de –70 mV. O que isto significa? O potencial de membrana de repouso é gerado devido a três importantes