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VÍVIAN ANGÉLICA DOS SANTOS MALVA 
 
 
 
 
 
 
Contribuições da Naturologia para a educação em saúde na Casa do Zezinho 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Mestrado Profissional em Saúde 
Ambiental do Centro Universitário das 
Faculdades Metropolitanas Unidas, como 
requisito parcial obtenção do Grau de Mestre. 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Daniel Manzoni de Almeida 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
VÍVIAN ANGÉLICA DOS SANTOS MALVA 
 
 
Contribuições da Naturologia para a educação em saúde na Casa do Zezinho 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Mestrado Profissional em Saúde 
Ambiental do Centro Universitário das 
Faculdades Metropolitanas Unidas, como 
requisito parcial obtenção do Grau de Mestre. 
 
Aprovada em junho de 2020. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
___________________________________________________________________________ 
Prof. Dr. Daniel Manzoni de Almeida – Orientador 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
 
 
__________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Paula Cristina Ischkanian 
SENAC – SÃO PAULO 
 
 
__________________________________________________________________________ 
Prof. Dr Jefferson Russo Victor 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
 
São Paulo 
2020 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Dedico este trabalho a todos os Zezinhos e a seus educadores, que constroem o dia a dia na 
Educação através do Amor!” 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 A gratidão é a sensação mais doce ao ver esse trabalho ter tomado forma e 
vestir essas páginas, pois ele existe por dois grandes propósitos em minha vida: 
ver a Naturologia florescer e contribuir com a Casa do Zezinho. 
 Gostaria de reconhecer aos Mestres: Profa. Dra. Renata Ferraz de Toledo, 
Profa. Dra. Andrea R. Bueno Ribeiro, Profa. Dra. Vanessa Aparecida Feijó de 
Souza, Prof. Dr. Ricardo Palamar Menghini e Prof. Dr. Arnaldo Rocha: foram eles 
que me incentivaram muito neste caminho do Mestrado e deixaram profundas 
lembranças de amizade, eficiência, integridade e dedicação. 
 Saúdo e sou muito grata a meu orientador, Prof. Dr. Daniel Manzoni de 
Almeida, que em meio a tantas demandas, assumiu este lugar com muita 
propriedade, sempre com muito bom-senso e propósito. Seu caráter agregador, 
seu amor ao que faz e sua dedicação são um exemplo. 
 Agradeço à meus pais: Sebastião e Elly, professores em tempo integral, que 
foram sempre meus mentores e a quem sigo como exemplos de dedicação e amor 
à profissão. Com certeza, existe mais deles em mim do que eu supunha saber. 
Também a meus irmãos: Maurício, Lílian, Edgar, Milton e Sandra, e a meus 
sobrinhos Pamela e Matheus, pela presença, amor e apoio constante, vocês são 
pilares essenciais em meu caminhar! 
 A meu afilhado, Luis Fernando, que aquece meu coração com suas palavras 
de encorajamento e me ensina a ser melhor todos os dias. 
 Aos meus alunos, pela generosidade da troca, pela disponibilidade e 
confiança durante os estágios e pelo aprendizado e construção conjunta. 
 Um afeto muito especial pela Tia Bia, Tia Angela e Tia Rafaelli, que 
possibilitaram os encontros e viabilizaram o projeto na Casa do Zezinho. 
Minha eterna gratidão a todos que me inspiram: André Hinsberger, Caio 
Portella, Elizabeth Friedrich, Adriana Elias, Paula Ischkanian, Edgar Cantelli, Eliane 
Feliz, Estela Gutierrez, Eunice Gugliotti, Maria Grillo, Tia Dag (Dagmar Garroux), 
entre tantas outras pessoas que compartilham comigo sua sabedoria interna. 
Reconheço em mim a chama Divina que me permite experenciar, aprender, 
doar e receber, descobrir e repartir essa imensa Inteligência que permeia toda a 
Humanidade! 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Ser Educador é ser poeta do Amor.” 
Augusto Cury 
7 
 
RESUMO 
A Naturologia é uma profissão em franca expansão no Brasil, e tem 
potencialidades em muitas áreas. Este projeto abre espaço para duas dessas 
possibilidades: a de educador em saúde para crianças e jovens, e a de parceiro em 
educação no desenvolvimento de capacitação socioemocional nas escolas. Este 
projeto partiu de uma revisão bibliográfica para avaliar as pesquisas disponíveis sobre 
Naturologia para menores de idade e culminou numa pesquisa com os educadores da 
Casa do Zezinho, uma escola não-formal, para levantamento das principais 
necessidades através de uma pesquisa participativa. Não foram encontrados estudos 
sobre promoção de saúde e Naturologia aplicados a crianças e adolescentes, e a 
pesquisa sobre o levantamento das necessidades ampliou-se na possibilidade da 
construção de diversas oficinas onde o naturólogo pode contribuir positivamente para 
a capacitação de habilidades socioemocionais. 
 
Palavras chave: Naturologia, menores de idade, socioemocional, promoção de 
saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 ABSTRACT 
Naturology is a booming profession in Brazil, and has potential in many areas. 
This project opens space for two of these possibilities: a health educator for children 
and young people, and a partner in education in the development of socio-emotional 
training in schools. This project started from a bibliographic review to evaluate the 
research available on Naturology for minors and culminated in a survey with educators 
from Casa do Zezinho, a non-formal school, to survey the main needs through a 
participatory research. There were no studies on health promotion and Naturology 
applied to children and adolescents, and the research on the survey of needs has 
expanded in the possibility of building several workshops where the naturologist can 
contribute positively to the training of socioemotional skills. 
 
Keywords: Naturology, minors, socioemotional, health promotion. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
Capítulo 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................. 10 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 11 
3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 13 
Capítulo 2 - CONTRIBUIÇÕES DA NATUROLOGIA PARA SAÚDE E BEM-ESTAR DE 
MENORES DE IDADE ........................................................................................................... 15 
Capítulo 3 - CONTRIBUIÇÕES DA NATUROLOGIA PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA 
CASA DO ZEZINHO ................................................................................................................ 33 
Capítulo 4 – PRODUTO TÉCNICO ......................................................................................... 57 
Capítulo 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E IMPLICAÇÕES .................................................... 80 
Anexo A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) ...................... 82 
Anexo B – Posicionamento sobre Naturologia às questões dos educadores ....................... 83 
Anexo C - Metodologia ativa Carroussel...................................................................................85 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 
1 INTRODUÇÃO 
A Naturologia surgiu no Brasil no início dos anos 90, culminando com a 
criação da primeira graduação em 1994, portanto, é uma profissão bem 
recente. Um de seus princípios é: “o naturólogo é um professor (docere)”. 
Docere, vem da palavra latina “ensinar” e uma das funções donaturólogo é 
capacitar, nos fatores que afetam a saúde e a doença, de forma que as pessoas 
estejam mais informadas a respeito de suas escolhas e de como poderiam ser 
mais capazes de manter a própria vitalidade. Isso envolve: nutrição, exercícios, 
bem-estar, postura, higiene, sono e situações sociais, ocupacionais e 
ambientais, entre outros1. O naturólogo é essencialmente um educador, com o 
objetivo de formar uma pessoa com relação à sua saúde, voltada mais a um 
processo de autoconhecimento do que à transmissão de conhecimentos acerca 
desta ou daquela prática terapêutica, além de também promove-la voltada à 
sustentabilidade ambiental e à saúde social2. 
Foi neste âmbito que a Naturologia encontrou a Casa do Zezinho, num 
primeiro projeto há mais de dez anos atrás, quando a proposta era aproximar-
se dos pais e responsáveis proporcionando atendimentos voluntários aos 
sábados para essas pessoas que vivem em alta vulnerabilidade e com pouco 
acesso a esse tipo de apoio e acolhimento e que depois ampliou-se para a 
comunidade em geral, atendendo somente adultos, dentro do projeto “Se Cuida 
Zezinho”. Por volta de 2017, decorrente da crise financeira, o patrocínio foi 
retirado pelas empresas que o sustentavam, e houve a paralização das 
atividades, que vêm agora sendo retomadas, nos moldes antigos, com trabalho 
voluntariado. Nesse meio tempo, outra semente, que já vinha sendo cultivada 
emergiu: a de trazer a Naturologia para dentro da Casa, atendendo aos 
Zezinhos, no esquema de oficinas. 
Dentro desta nova perspectiva, trabalhar com crianças e jovens revelou-
se um novo desafio e um vasto campo de oportunidades. 
 
11 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
2.1. A CASA DO ZEZINHO 
Fundada oficialmente em março de 1994, a Casa do Zezinho tem como missão: 
Criar condições, por meio da educação, para que crianças e jovens de baixa 
renda, em situação de vulnerabilidade e risco social, possam ter autonomia de 
pensamento e de ação para decidir seus próprios caminhos de vida. A condição 
básica para atender essa missão, da caZaa que os acolhe, é a formação da 
identidade de todos os seus membros. A Casa do Zezinho é apresentada por 
meio de seis CaZas, que qualificam espaços importantes das experiências dos 
Zezinhos. Juntas, formam o condomínio de CaZas, ou melhor, os vários 
puxadinhos que dão sentido arquitetônico às biografias vividas na favela pelos 
Zezinhos3. 
 
 A pedagogia que norteia o trabalho dos educadores foi nomeada de “Pedagogia 
do Arco-Íris”, voltada para os cinco sentidos (cheiro, sabor, som, movimento e 
imagem). 
...estudamos Freinet e Piaget, discutimos Paulo Freire, Montessori, Vygotsky, 
Dewey e outros muitos, mas como atuamos cercados pela necessidade de 
soluções prementes, não podemos nos sentir engessados por planejamentos 
rígidos, comandados por linhas procedimentais previsíveis. Quem fala do 
nosso próximo passo é o desafio do caminhar, a intriga do cotidiano. O melhor 
a fazer não é o que os rígidos programas prometem, os estáveis projetos 
estipulam, mas a resposta pronta ao problema de cada dia que em cada criança 
a toda hora se manifesta. Não é apenas Pedagogia, muito mais que isso: 
trabalhamos a emergência, construímos com seriedade, moldados pelo grito 
da hora, pela nossa pedagodia4. 
 
 No corpo de educadores, existem vários Zezinhos, que depois de concluir a 
faculdade de pedagogia (ou outras) tornam-se educadoé a fres no projeto. 
 Os espaços de aprendizagem dividem-se conforme a idade: Sala violeta 
(crianças de 7 a 8 anos); Sala Jeans (crianças de 8 a 9 anos); Sala Mares (crianças 
de 9 a 10 anos); Sala Matas (pré-adolescência, crianças de 11 a 12 anos); Sala Solar 
(primeira adolescência, jovens de 12 a 13 anos); Sala Oriente (média adolescência, 
jovens de 13 a 15 anos); Sala Coração de Estudante (adolescência, jovens de 16 a 
21 anos). 
Os educadores, sensibilizados e ferramentados, dispõem muitas vezes de 
maior oportunidade do que os pediatras e os professores da escola pública 
para detectar problemas cruciais na vida e no desenvolvimento dos Zezinhos4. 
O educador da CaZa precisa dominar as teorias do desenvolvimento infantil. 
Deve gostar de (e querer) se especializar e de pessoas. Deve ter disposição 
para apurar seus sentidos, atentar aos detalhes e singularidades das histórias 
que virão ao seu encontro3. 
 
 
a CaZa (com Z) é a forma como os autores referenciam-se à Casa dos Zezinhos, por isso a notação foi mantida 
nas citações. 
12 
 
 A Casa acolhe a arte, dando possibilidades do jovem trabalhar seu campo 
sensorial, dando forma às emoções, de forma a expressar a universalidade dos afetos 
humanos. A criança não é aprendiz de conteúdos, então prima-se pelo aprender a 
fazer (Arte), a conhecer (Ciência), a saber (Filosofia), a ser e a viver/conviver 
(Espiritualidade)5. 
 
2.2. A NATUROLOGIA E A EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
 A Naturologia, por definição posiciona-se como: 
Conhecimento na área da saúde embasado na pluralidade de sistemas 
terapêuticos complexos vitalistas, que parte de uma visão multidimensional do 
processo de saúde-doença e utiliza da relação de interagência e de práticas 
integrativas e complementares no cuidado e atenção à saúde. Ela é produto 
de interações, religações e diálogos entre práticas e sistemas terapêuticos 
como as medicinas tradicionais e os conhecimentos biológicos e biomédicos 
da ciência moderna6 (p.15-16). 
 
O naturólogo é um profissional que visa a integralidade em suas práticas. Entre 
as diversas habilidades desenvolvidas por ele, constam o conhecimento do ser 
humano como uma interação complexa com ele mesmo e com todos os sistemas 
exteriores que interagem com ele; a compreensão dos padrões emocionais e sua 
inter-relação com os processos físicos, visando ao entendimento da homeostase do 
indivíduo; conhecimentos sobre Práticas Integrativas e Complementares, [...] e 
avaliação do ser humano, física e energeticamente, a fim de estabelecer para cada 
indivíduo o seu padrão individual de normalidade7. O naturólogo trata do “interagente”: 
como o próprio nome diz, é aquele que interage, que faz parte do processo. 
O princípio da Interagência é o diferenciador da prática terapêutica 
naturológica. Gera postura integrativa entre terapeuta e paciente; promove a filiação 
com princípios e paradigmas contrários a fragmentação do conhecimento e traz o 
componente ético como obrigatório para a construção do saber e do fazer em 
Naturologia8. 
O pensar em educação tem como base a complexidade inerente ao homem, e 
isso nos leva a buscar uma visão transdisciplinar. Assim, a educação permeia todas 
as áreas podendo unir o conhecimento científico ao conhecimento popular, desperta 
consciência e autoconhecimento, gerando assim, mais autonomia e crescimento. 
O papel formativo e educacional da Naturologia está claramente exposto na 
proposta do Código de Ética Profissional do naturólogo, que afirma no capítulo I, dos 
Princípios Fundamentais9: 
13 
 
Art. 1º - O Naturólogo: 
 I – É um profissional comprometido com o ser humano em toda sua 
complexidade. A atuação do Naturólogo contempla ações em educação, promoção e 
recuperação de saúde. 
O trabalho educativo vai além do campo da informação ao integrar valores, 
costumes e modelos sociais que levam a condutas e práticas especificas. “Só 
conhecendo o indivíduo e suas circunstâncias é possível uma ação eficiente e 
permanente em saúde”10. 
 
3 OBJETIVOS 
3.1. Objetivo Geral 
Analisar as contribuições da Naturologia em processos de educação em 
saúde na Casa do Zezinho (ou em contextos parecidos com a Casa), visando 
estabelecer possibilidades de melhoria com a atuação do profissional Naturólogo. 
 
3.2. Objetivos específicos 
• Investigar os problemas relevantes de saúde (de forma integrativa) que 
interferem na rotina educacional dos sujeitos “zezinhos”; 
• Identificar com os educadores da Casa do Zezinho: percepções, 
dificuldades, necessidades, barreirase principais anseios quando à 
saúde (física, emocional e mental) dos sujeitos “zezinhos” e quanto à 
prática da Naturologia; 
• Desenvolver um processo de construção de oficinas, unindo o saber dos 
educadores e dos naturólogos, em busca de soluções para as questões 
identificadas, utilizando abordagens educacionais na saúde integrativa; 
• Identificar alternativas para réplica de algumas ações para a família dos 
sujeitos “zezinhos”. 
 
 
 
 
14 
 
 
4 REFERÊNCIAS 
1. World Naturopathic Federation. WNF White Paper: Naturopathic 
Philosophies, Principles and Theories. 2017;6:7. Available from: 
www.worldnaturopathicfederation.org 
2. Teixeira DV. Integralidade, Interagência e Educação em Saúde: uma 
etnografia da Naturologia. Univ Fed St Catarina. 2013; 
3. Marques C. Marques L. Mendes Jr L. Garroux D. Caza: uma matriz de muitos 
zezinhos. ÔZé Editora, editor. São Paulo; 2013. 
4. Antunes, C.; Garroux D. Pedagogia do cuidado: um modelo de educação 
social. Vozes, editor. Petropolis, RJ; 2014. 
5. Pedagogia do arco-íris [Internet]. [cited 2020 May 20]. Available from: 
http://www.casadozezinho.org.br/pedagogia-arco-iris.php 
6. Sabbag SHF, Nogueira BMR, De Callis ALL, Leite-Mor ACMB, Portella CFS, 
Antônio RDL, et al. a Naturologia No Brasil: Avanços E Desafios. Cad 
Naturologia e Ter Complement. 2013;2(2):11. 
7. Rodrigues, Daniel Maurício de Oliveira; Hellmann, Fernando; Daré, Patricia 
Kozuchovski; Wedekin LM. Naturologia: diálogos e perspectivas. Editora 
Unisul, editor. Palhoça; 2012 
8. Silva AEM da. Naturologia: Um diálogo entre saberes. Prismas E, editor. 
Curitiba; 2013. 
9. Portella, Caio; Soares, Pollyana; Assis, Alan; Stella, Americo; Hellmann F. 
Codigo de Etica profissional do Naturólogo. 2017; 
10. Briceño-León R. Siete tesis sobre la educación sanitaria para la participación 
comunitaria. Cad Saude Publica. 1996;12(1):7–30. 
 
 
 
 
 
 
http://www.worldnaturopathicfederation.org/
15 
 
 
 
CAPÍTULO 2 – ARTIGO SUBMETIDO 
Revista: INTERFACE ISSN: 1414-3283 
CONTRIBUIÇÕES DA NATUROLOGIA PARA SAÚDE E BEM-ESTAR DE MENORES DE IDADE 
 Vívian Angélica dos Santos Malva1; Arnaldo Rocha2; Daniel Manzoni de Almeida3
 
 1 
Mestranda do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental – Centro Universitário 
das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, São Paulo, SP. 
e-mail de contato: vivian.malva@terra.com.br 
2 
Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental – Centro Universitário 
das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, São Paulo – SP; Mestre e Doutor em Ciências, 
Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. 
3 
Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental – Centro Universitário 
das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, São Paulo – SP; Mestre e Doutor em Ciências 
Biológicas. Pós doutorado em Ensino de Biologia/Ciências. 
 
RESUMO 
Os ciclos de vida são abordados em diversas racionalidades médicas, por 
apresentarem desafios específicos que requerem abordagens diferentes. O 
objetivo deste estudo foi examinar a produção na literatura sobre contribuições da 
Naturologia, Naturopatia (como é conhecida em outros países) ou Práticas 
Integrativas e Complementares (PIC), internacionalmente conhecidas como 
Complementary and Alternative Medicine (CAM) para menores de idade. O 
método foi uma revisão integrativa de literatura. Obteve-se 223 referências 
derivadas da pesquisa via estratégia de busca, sendo que 21 cumpriram os 
critérios de inclusão. Não foram encontrados estudos sobre promoção de saúde e 
Naturologia aplicados a crianças e adolescentes. Sendo a Naturologia um estudo 
emergente, traz consigo a perspectiva do desenvolvimento de novas abordagens, 
considerando sistemas terapêuticos complexos vitalistas, a idades em que ainda 
não têm sido aplicadas. 
 
mailto:%20vivian.malva@terra.com.br
16 
 
PALAVRAS-CHAVE: Naturologia, Práticas integrativas e complementares. 
Menores de idade. Crianças. Adolescentes. Promoção de saúde. 
 
 
 NATUROLOGY CONTRIBUTIONS TO HEALTH AND WELL-BEING OF UNDERAGE PEOPLE 
 ABSTRACT 
Life cycles are addressed in many medical rationalities, as they present specific 
challenges that require different approaches. The aim of this study was to examine 
the literature production on contributions from Naturology, or Integrative and 
Complementary Practices (PIC), internationally known as Complementary and 
Alternative Medicine (CAM) for minors. The method was an integrative literature 
review. As a result, 223 references derived from the research were obtained via 
the search strategy, 21 fulfilled the criterion of exclusively meeting this age group. 
Conclusion: Most articles showed the good acceptance of these practices, 
however, there are no studies on health promotion and Naturology for children and 
adolescents. Since Naturology is an emerging study, it brings the perspective of 
developing new approaches, considering complex vitalist therapeutic systems, at 
ages when they have not yet been applied. 
 
KEY WORDS: Naturology. Integrative and complementary practices. Underage 
people. Child. Adolescent. Health promotion. 
 
CONTRIBUCIONES DE NATUROLOGIA A LA SALUD Y BIENESTAR DE MENORES 
RESUMEN 
Los ciclos de vida se abordan en diferentes racionalidad médicas, ya que 
presentan desafíos específicos que requieren diferentes enfoques. El objetivo de 
este estudio fue examinar la producción de literatura sobre contribuciones de 
Naturología, o Prácticas Integrativas y Complementarias (PIC), 
internacionalmente conocida como Medicina Complementaria y Alternativa (CAM) 
para menores. El método fue una revisión bibliográfica integradora. Como 
resultado, se obtuvieron 223 referencias derivadas de la investigación a través de 
17 
 
la estrategia de búsqueda, 21 cumplieron el criterio de cumplir exclusivamente con 
este grupo de edad. Conclusión: la mayoría de los artículos mostraron la buena 
aceptación de estas prácticas, sin embargo, no hay estudios sobre promoción de 
la salud y naturología para niños y adolescentes. Dado que Naturology es un 
estudio emergente, aporta la perspectiva de desarrollar nuevos enfoques, 
considerando sistemas terapéuticos vitalistas complejos, en edades en que aún 
no se han aplicado. 
 
PALABRAS CLAVE: Naturología. Prácticas integradoras y complementarias. Menor de 
edad. Niño. Adolescent. Promoción de la salud. 
 
INTRODUÇÃO 
 Racionalidade médica, segundo Madel Luz1, é todo constructo lógico e 
empiricamente estruturado em cinco dimensões (morfologia, dinâmica vital, 
doutrina médica, sistema de diagnose e sistema de intervenção terapêutica), 
tendendo a constituir-se em sistema de proposições potencialmente 
“verdadeiras”, isto é, verificáveis de acordo com os procedimentos da 
racionalidade científica, e de intervenções eficazes face ao adoecimento humano. 
Como exemplos de racionalidades médicas temos: Medicina Tradicional 
Chinesa, Medicina Ayurvédica, Antroposofia, entre outras. No Brasil, considera-
se como Práticas Integrativas e Complementares várias dessas racionalidades e 
o profissional da saúde, que aborda e atua de forma complexa, integral e 
transdisciplinar2 utilizando-as é o Naturólogo. 
Naturologia, por sua vez, pode ser definida como: 
 
Área da saúde embasado na pluralidade de sistemas terapêuticos 
complexos vitalistas, que parte de uma visão multidimensional do 
processo de vida-saúde-doença e utiliza da relação de interagência e de 
práticas integrativas e complementares no cuidado e atenção à saúde3. 
(pág 15) 
 
A complexidade e a transdisciplinaridade permeiam a produção dos saberes na 
formação profissional dos Naturólogos. A proposta de intervenção é desenvolver 
e ampliar o auto-conhecimento e o auto-cuidado4. 
18 
 
O termo “Naturologia” foi escolhido aqui no Brasil, ao invés de Naturopatia, face 
ao radical grego pathos, que remete ao significado de “doença e sofrimento”,enquanto logia direcionava para “estudo e conhecimento”5. Uma das definições 
mais comumente utilizadas para CAM (Complementary and Alternative Medicine), 
é aquela publicada pela U.S. National Center for Complementary and Integrative 
Health (NCCIH): “CAM é um grupo de diversos sistemas médicos e de saúde, 
práticas e produtos que geralmente não são considerados parte da medicina 
convencional”6. 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), “a prática da 
Naturopatia pode variar largamente, dependendo da história de sua evolução, a 
legislação que afeta sua prática, e as demandas do público pela “traditional 
medicine” (TM) ou “complementary and alternative medicine” (CAM) na jurisdição 
específica7. 
Na Naturologia, o paciente dá lugar ao interagente, pessoa única, capaz 
de conceber o seu processo de saúde-doença e detentora das decisões e 
escolhas do seu processo de vida. Não cabe ao naturólogo, que coloca-se 
transversalmente na relação, explicar o processo de saúde-doença do outro, pois 
esta seria a expressão de uma relação verticalizada8. Por meio desta abordagem, 
a Naturologia se aproxima da Promoção e Educação em Saúde, pois se propõe 
a olhar e interagir com o outro como sujeito corresponsável no seu processo 
terapêutico, respeitando sua autonomia e estimulando-o ao auto-cuidado e auto-
conhecimento9. 
O objetivo deste trabalho foi reunir a bibliografia mundial sobre naturologia 
aplicada à faixa etária de 0 a 18 anos e apresentar uma reflexão crítica de sua 
ocorrência, possibilidade e potenciais ainda não atingidos. 
 
MATERIAL E MÉTODO 
 O presente trabalho é uma Revisão Integrativa de Literatura, método 
que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de 
resultados de estudos significativos na prática10. 
 Foram incluídos artigos científicos publicados na íntegra, no período de 
2010 a 2019, oriundos de pesquisas científicas desenvolvidas em vários países, 
encontrados pelos descritores “naturopathy” ou “naturologia” e utilizando-se os 
19 
 
filtros “children”, “naturopathy”, “pediatrics”, “adolescent”, “alternative medicine” 
“complementary and alternative medicine”, “child”, ”complementary therapies”, 
nas bases de dados BVS(BIREME), Periodicos CAPES, Pubmed e Scopus. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Os números de artigos selecionados e refutados de acordo com os 
fatores de inclusão e exclusão propostos na metodologia desta revisão podem 
ser vistos na Figura 1. 
 Muitas pesquisas trouxeram artigos que mencionavam crianças e/ou 
jovens, mas que incluíam também adultos, ou eram de outra área diferente da 
Saúde, e foram excluídas (Critério de exclusão: estudos com maiores de 18 
anos e/ou estudo não pertencer à area da Saúde). Foram consideradas nos 
filtros as várias expressões que denotam o uso das diferentes racionalidades 
médicas, bem como “Medicina integrativa”, “praticas” integrativas”, CAM 
(Complementary and Alternative medicine)”, etc. (conforme descritores 
relacionados no item Metodologia). Finalmente, foi feita a leitura de todos os 
artigos, e foram descartados os estudos cujos objetivos não se aplicavam à 
atual pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
FIGURA 1: Processo de seleção dos artigos da amostra, 2010-2019. 
 
 Fonte: Elaborado pelos autores 
 
O Quadro 1 descreve as principais características dos artigos selecionados, 
objetivo e desfecho de cada um. A maioria das pesquisas buscou verificar patologias 
específicas e a utilização de práticas integrativas. 
 
Quadro 1: Características dos Estudos incluídos 
Autor, ano e País Nome do artigo Desenho do estudo 
População-foco 
Objetivos Desfecho principal 
ANHEYER, D; 
KERN, C; DOBOS, 
G; CRAMER.H 
Germany 
2018. 
 
“ I think you can 
achieve quite a lot if 
all of the staff stands 
behind it” – A 
qualitative study 
about the 
experience, 
knowledge and 
application of 
complementary 
therapies and 
integrative medicine 
in pediatrics. 
Estudo de entrevista 
qualitativa semi-
padronizada. 
Investigar a extensão do 
conhecimento, a aplicação 
prática e as atitudes em 
relação ao uso e integração 
dessas terapias em duas 
clínicas pediátricas alemãs. 
Há um grande potencial e 
interesse em CAM ou medicina 
integrativa entre os funcionários 
de cuidados pediátricos, essa 
investigação concluiu que a 
implementação de CAM 
/Medicina integrativa pode ser 
uma extensão promissora para a 
rotina de cuidados diários. 
21 
 
Autor, ano e País Nome do artigo Desenho do estudo 
População-foco 
Objetivos Desfecho principal 
APRIL, K. T.; 
FELDMAN, D.E.; 
ZUNZUNEGUI, 
M.V.; 
DESCARREAUX, 
P.M.; DUFFY. C.M 
Canadá 
2009 
 
Longitudinal analysis 
of complementary 
and alternative 
health care use in 
children with juvenile 
idiopathic arthritis. 
Estudo de coorte com 
182 indivíduos de 
idade média de 10 
anos, que 
compareceram às 
clínicas ambulatoriais 
por 1 ano. 
Determinar a frequência do 
uso de diferentes tipos de 
cuidados de saúde 
complementares em crianças 
com artrite idiopática juvenil, 
avaliar sua eficácia do ponto 
de vista dos pais e explorar a 
fatores associados à utilização 
e ao uso continuado 
O uso de cuidados de saúde 
complementares e alternativos 
em crianças com artrite 
idiopática juvenil é considerado 
moderadamente benéfico pela 
maioria dos pais. A utilidade e o 
uso anterior estão associados a 
um uso mais prolongado por 
seus filhos. 
CRADDOCK L., 
RAY, L.D. 
Canadá 
2012 
 
Pediatric migraine 
teaching for families. 
Journal for 
specialists in 
pediatric nursing. 
Revisão de literatura Resumir as evidências atuais e 
fornecer uma base para o 
aprendizado da família. 
O manejo eficaz da enxaqueca 
pediátrica pode ser alcançado 
com uma combinação de 
estratégias bio-comportamentais 
personalizadas, modificações no 
estilo de vida e programação 
ideal de tratamento 
farmacológico preventivo. 
COHEN, E.M.; 
DOSSETT M.L.; 
MEHTA D. H.; 
DAVIS, R. B.; LEE, 
Y.C. 
USA 2017 
 
Factors associated 
with complementary 
medicine use in 
pediatric 
musculoskeletal 
conditions: Results 
from a nacional 
survey. 
Nos dados da 
Pesquisa Nacional em 
Saúde dos Estados 
Unidos de 2012 
(incluindo seu 
suplemento infantil de 
CAM), foram 
examinados os fatores 
associados ao uso de 
CAM em crianças com 
condições MSK. 
O uso de medicina 
complementar e alternativa 
(CAM), só foi investigado em 
crianças com problemas 
músculo-esqueléticos em 
extensão limitada. O objetivo 
foi caracterizar fatores 
associados ao uso de CAM em 
crianças com condições 
musculo-esqueléticas. 
Vários fatores, particularmente a 
educação e o uso de CAM pelos 
pais, foram associados ao uso 
de CAM nos filhos. Ensaios de 
intervenção são necessários 
para determinar a eficácia de 
terapias específicas da CAM 
para o tratamento de diferentes 
condições de MSK em crianças, 
mesmo tendo um indício de taxa 
alta de resposta.. 
COHEN, E.M.; 
DOSSETT M.L.; 
MEHTA D. H.; 
DAVIS, R. B.; LEE, 
Y.C. 
USA 2018 
Factors associated 
with insomnia and 
complementary 
medicine in children: 
results of a nacional 
survey. 
Dados da Pesquisa 
Nacional em Saúde 
dos Estados Unidos-
de 2012 para estimar a 
prevalência de 
dificuldades do sono e 
uso de CAM em 
crianças entre 6 a 17 
anos. As estimativas 
foram ponderadas 
para refletir o desenho 
amostral. Foi utilizada 
regressão logística. 
O interesse no uso de terapias 
complementares e de medicina 
alternativa (CAM) para tratar 
distúrbio de sono em menores 
está crescendo. O objetivo foi 
identificar: a prevalência de 
dificuldades do sono nesta 
idade e a prevalência e os 
padrões de uso de CAM. 
As terapias de CAM, 
particularmente os suplementos 
não vitamínicos e não minerais, 
são comumente usados entre 
crianças com problemasde 
sono. Mais pesquisas são 
necessárias para caracterizar a 
segurança e a eficácia das 
terapias de CAM. 
EDWARDS, E; 
MISCHOULON, 
D.; RAPAPORT, 
M; 
STUSSMAN, B; 
WEBER, W. 
USA 2013 
 
Building an 
Evidence Base in 
Complementary and 
Integrative 
Healthcare for Child 
and Adolescent 
Psychiatry. 
Avaliação da Pesquisa 
Nacional em Saúde 
dos Estados Unidos 
em 2007 sobre 
terapias 
complementares 
 
Avaliar o uso de terapia 
complementar em crianças 
americanas de 0 até 17 anos, 
nos 12 últimos meses. 
A integração de terapias 
complementares se com a 
medicina convencional pode 
chegar em melhores resultados, 
avaliados pelo alívio dos 
sintomas, desempenho escolar, 
funcionamento social e relações 
familiares. A evidência dessas 
terapias em psiquiatria 
infantil/adolescente é 
fragmentária. com escassez de 
ensaios clínicos bem projetados. 
GALICIA-
CONNOLLY E.; 
ADAMS, D; 
BATEMAN J.; 
DAGENAIS S.; 
CLIFFORD T; 
BAYDALA L; KING 
VOHRA S. 
Canadá 2014 
CAM Use in 
Pediatric Neurology: 
an exploration of 
concurrent use with 
conventional 
medicine. 
Pesquisa sobre o uso 
de CAM, incluindo 
motivos de uso, 
utilidade e uso 
simultâneo com a 
medicina 
convencional. 
Avaliar o uso de CAM entre 
pacientes que se apresentam 
em clínicas de neurologia em 
dois centros acadêmicos no 
Canadá. (Stollery Children's 
Hospital em Edmonton e 
Ontário Oriental (CHEO) em 
Ottawa). 
A maioria dos entrevistados 
considerou útil, com poucos ou 
nenhum dano associado. Os pais 
gostariam de mais informações e 
seriam mais fáceis de 
compartilhar se estivessem 
disponíveis sobre a segurança e 
a eficácia das mesmas. 
22 
 
Autor, ano e País Nome do artigo Desenho do estudo 
População-foco 
Objetivos Desfecho principal 
 
GOLD, J.I.; 
NICOLAOU C.D.; 
BELMONT K.A.; 
KATZ, A.R.; 
BENARON D. M.; 
YU, W. 
USA 
2008 
 
Pediatric 
Acupuncture: a 
review of clinical 
research. 
Revisão da literatura 
atual, incluindo 
avaliação sistemática 
do valor metodológico 
de cada estudo e uma 
discussão sobre os 
possíveis benefícios e 
efeitos adversos da 
acupuntura.294 
questionários foram 
incluídos. 
Gold e equipe investigaram a 
acupuntura para algumas 
condições, como por ex: dor 
crônica, enxaqueca pediátria, 
stress de procedimentos, 
enurese, constipação, 
epilepsia, alergias, 
incapacidade neurológica, 
espasmos da laringe, náuseas 
e vômitos pós operatórios e 
condições relacionadas a 
cancer. 
Embora a acupuntura seja uma 
grande promessa como 
modalidade de tratamento para 
diversas condições pediátricas, é 
necessária uma quantidade 
significativa de pesquisas 
adicionais para estabelecer uma 
base empírica para a 
incorporação da acupuntura no 
tratamento padrão. 
GROENEWALD, 
C. B.; BEALS-
ERICKSON, S.; 
RALSTON-
WILSON J.: 
RABBITTS, J.A.; 
PALERMO T.M. 
USA 
2017 
 
Complementary and 
Alternative Medicine 
use by children with 
pain in the United 
States. 
Dados do National 
Health 2012 Survey 
(NHIS) para estimar 
padrões, preditores e 
benefícios percebidos 
do uso de CAM em 
10281 crianças na 
idade de 4 a 17 anos 
com e sem condições 
dolorosas nos Estados 
Unidos. 
A dor crônica é relatada em 
torno de 15% a 25% das 
crianças. O objetivo deste 
estudo foi fornecer estimativas 
do uso de CAM por crianças 
com dor nos Estados Unidos. 
A CAM é freqüentemente usada 
por crianças com dor neste país 
e muitos pais relatam benefícios 
de sintomas de seus filhos. As 
mais utilizadas foram (na ordem): 
terapias biológicas, manipulação, 
terapias mente/corpo, 
racionalidades médicas, talvez 
por maior conexão com o 
pensamento ocidental, maior 
disponibilidade e menor custo 
GRUBER, M.; 
BEN-ARYE E.; 
KEREM N. 
COHEN-KEREM 
R. 
 Israel 
2013 
 
Use of 
complementary 
alternative medicine 
in pediatric 
otolaryngology 
patients: A survey. 
Pesquisa transversal. 
com 308 qestionários 
anônimos aplicados 
aos pais 
acompanhantes de 
pacientes jovens 
atendidos na clínica de 
otorrinolaringologia. 
Os pais foram 
questionados sobre 
sua atitude geral em 
relação à CAM.. 
Investigam o padrão de uso de 
CAM em crianças e 
adolescentes atendidos em 
uma clínica pediátrica de 
otorrinolaringologia. 
A CAM desempenha um papel 
substancial entre os pais. A 
conscientização do otorrino 
sobre a preferência e o interesse 
dos pais pode contribuir para a 
tomada de decisão em relação 
ao tratamento de pacientes 
pediátricos. Mais investigações 
sobre a CAM são necessárias e 
a colaboração clínica com os 
terapeutas da CAM deve ser 
considerada. 
JENKINS, B.N.; 
VINCENT N.; 
FORTIER M.A. 
USA 
2015 
 
Differences in 
referral and use of 
complementary and 
alternative medicine 
between pediatric 
providers and 
patients. 
Pesquisas foram 
submetidas a 283 pais 
e cuidadores de 
pacientes pediátricos e 
a 200 provedores de 
cuidados de saúde 
pediátrica. 
Comparar o uso pediátrico de 
medicina complementar e 
alternativa (CAM) e o 
encaminhamento CAM do 
profissional de saúde 
pediátrico, bem como 
identificar preditores de uso e 
encaminhamento. 
O HCP referiu terapias de CAM 
com mais freqüência do que os 
pais relataram usar para seus 
filhos. Os resultados podem 
sugerir que os pais subutilizam 
/rapias de CAM. As possíveis 
barreiras ao uso da CAM em 
pacientes pediátricos precisam 
ser exploradas. 
JONG, M. C.; 
VLIET, M. v; 
HUTTENHUIS, S; 
VEER,D.v.d; 
HEIJKANT S.V.D. 
Holanda 
2012 
 
Attitudes toward 
integrative 
paediatrica: a 
National survey 
among Youth Health 
Care Physicians in 
the Netherlands. 
Out/2010: foi enviado 
um questionário 
anônimo com 30 itens 
a todos os médicos da 
Organização 
Holandesa de YHC 
que incluiu perguntas 
sobre uso de Medicina 
Integrativa, atitudes, 
uso e conhecimento 
de CAM, 
características 
demográficas e 
práticas. 
O objetivo do presente estudo 
foi avaliar as atitudes e 
crenças dos médicos do Youth 
Health Care (YHC) na Holanda 
em relação à Medicina 
Integrativa em pediatria 
Em geral, os médicos 
holandeses do YHC têm uma 
atitude relativamente positiva em 
relação à Pediatria Integrativa; 
mais da metade dos 
entrevistados usaram uma ou 
mais formas de CAM e um terço 
recomendou terapias com CAM. 
A maioria dos médicos não 
perguntou a seus clientes sobre 
o uso da CAM e parecia ter 
desconhecimentos sobre as 
CAM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Autor, ano e País Nome do artigo Desenho do estudo 
População-foco 
Objetivos Desfecho principal 
KEMPLER K.J.; 
GARDINER P.; 
BIRDEE,G. 
USA 
2013 
 
Use of 
Complementary and 
Alternative Medical 
Therapies among 
Youth with Mental 
Health Concerns 
. 
Dados da Entrevista 
Nacional de Saúde de 
2007. A pesquisa foi 
analisada para 5651 
jovens de 7 a 17 anos. 
O estudo concentrou-se 
em três condições de 
saúde mental: transtorno 
de déficit de atenção/ 
TDAH, ansiedade e 
depressão. 
O uso de terapias médicas 
complementares e alternativas 
(CAM) é comum entre adultos 
com problemas de saúde 
mental, mas pouco se sabe 
sobre o uso de CAM entre 
adolescentes com problemas 
de saúde mental. 
As terapias CAM de fácil acesso 
são comumente usadas por 
jovens com TDAH, depressão e 
ansiedade, pais e médicos 
podem não saber, o que pode 
afetar os tratamentos 
convencionais. 
LINDLY, O.J.; 
THORBURN S.; 
HEISLER, K.; 
REYES, N. M.; 
ZUCKERMAN, 
K.E. 
USA 
2018 
 
Parent´s use of 
complementary 
Health Approaches 
for Young Children 
with Autism 
Spectrum disorder. 
Estudo de métodos 
mistos para entender 
os fatores que 
influenciam a decisão 
dos pais de usar estas 
abordagens. Dados 
relatados pelos pais: 
amostra de 352 
crianças com 
transtorno do autismo 
em Denver, Colorado; 
Los Angeles,Califórnia; ou Portland, 
Oregon.. 
Conhecer o motivo pelo qual 
os pais usam abordagens de 
saúde complementares para 
crianças com transtorno do 
autismo é limitado. Entrevistas 
de acompanhamento feitas 
com 31 pais 
Os resultados do estudo podem 
ter utilidade para os profissionais 
de saúde que trabalham com 
crianças com transtorno do 
espectro do autismo e suas 
famílias em relação às 
abordagens de saúde 
complementares. A decisão pelo 
uso de CAM é multifatorial. 
LU, C.; LIU X.; 
STUB T.; 
KRISTOFFERSEN 
A.E.; 
LIANG S.; WANG 
X.; BAI X.; 
NORHEIM A.J.; 
MUSIAL F.; 
ARAEK T.; 
FONNEBO V.; LIU 
J. 
China 
2018 
2017 
 
Complementary and 
alternative medicine 
for treatment of 
atopic eczema in 
children under 14 
years old: a 
systematic review 
and meta-analysis of 
randomized 
controlled trials. 
Estudos randomizados 
sobre CAM em 12 
bancos de dados 
chineses e ingleses 
desde o início até maio 
de 2018. Foram 
incluídas 2233 
crianças (<14 anos) 
diagnosticadas com 
Eczema atópico, que 
receberam terapia 
CAM sozinha ou com 
medicina 
convencional. 
Avaliar os efeitos benéficos e 
prejudiciais da CAM em 
crianças com EA abaixo de 14 
anos de idade. 24 ensaios 
clínicos randomizados. 
Os ensaios testaram 5 tipos de 
terapias CAM, incluindo 
probióticos, dieta, biofilme, óleo 
de borragem e natação. 
Comparados ao placebo, os 
probióticos mostraram efeito 
melhorado para o índice 
SCORAD . Para sintomas e 
sinais como prurido, lesões na 
pele, combinada com os 
cuidados habituais foi mais 
eficaz para alívio dos sintomas 
≥95 e para ≥ 50% de melhora 
dos sintomas em comparação 
aos cuidados usuais. 
LUCAS S.; LEACH 
M.; 
KUMAR, S. 
Australia 
2018 
 
Complementary and 
alternative medicine 
utilisation for the 
management of 
acute respiratory 
tract infection in 
children: A 
Systematic review. 
Revisão sistemática e 
metanálise (PRISMA). 
Dos 2261 artigos,22 
foram incluídos nesta 
revisão. 
Responder à seguinte 
pergunta: Quais tipos de CAM 
são usados para o manejo da 
infecção aguda do trato 
respiratório em crianças? O 
objetivo da revisão não foi 
explorar a eficácia dessas 
intervenções, mas mapear o 
leque de intervenções de CAM 
usadas. 
Uma gama diversificada de 
intervenções de CAM é usada no 
manejo de infecção aguda do 
trato respiratório em crianças, na 
região sul da Ásia - Índia, 
Paquistão e Bangladesh. Mais 
pesquisas são necessárias para 
entender melhor os tipos de 
CAM usados entre crianças com 
esta infecção nos países 
ocidentais. 
MAGI, T.; KUEHNI 
C.E.; TORCHETTI 
L.; 
WENGENROTH 
L.; LÜER, S.; 
FREI-ERB M. 
SINGAPORE 
2015 
Use of 
Complementary and 
Alternative Medicine 
in Children with 
Cancer: a Study at a 
Swiss University 
Hospital. 
Pacientes com câncer 
infantil tratados no 
Hospital Infantil da 
Universidade de Berna 
entre 2002 e 
2011 (133) 
pesquisados 
retrospectivamente 
sobre o uso da CAM. 
Este estudo examinou a 
prevalência e os métodos de 
CAM, os terapeutas que a 
aplicaram, razões a favor e 
contra o uso de CAM e sua 
eficácia percebida. 
Como muitos pacientes em 
oncologia pediátrica usam CAM, 
é necessária comunicação 
aberta entre famílias, tratamento 
de oncologistas e terapeutas de 
CAM, o que permitirá que os pais 
façam escolhas com informações 
melhores e mais seguras sobre o 
uso de CAM. 
 
24 
 
Autor, ano e País Nome do artigo Desenho do estudo 
População-foco 
Objetivos Desfecho principal 
 
PORCINO A.; 
SOLOMONIAN L.; 
ZYLICH S.; 
GLUVIC B.; 
DOUCET C.; 
VOHRA S. 
Canada 
2014 
 
Pediatric training 
and practice of 
Canadian chiropratic 
and naturopathic 
doctors: a 2004-
2014 comparative 
study. 
As pesquisas foram 
enviadas para 
Quiropatas (DCs) e 
naturopatas (NDs) 
selecionados 
aleatoriamente em 
Ontário, Canadá, em 
2004, e uma pesquisa 
on-line nacional foi 
realizada em 2014. Os 
dados foram 
analisados usando 
estatística descritiva, 
testes t, testes não 
paramétricos e 
regressão linear 
Objetivo foi acessar o 
conhecimento, atitudes e 
comportamento de Quiropatas 
(DCs) e naturopatas (NDs) em 
relação a pacientes pediátricos 
em suas práticas. 
A maioria atende bebês, crianças 
e jovens em busca de uma 
variedade de condições e 
problemas de saúde, mas auto-
avaliam seu treinamento 
pediátrico na graduação como 
inadequado. Os autores 
incentivam incluir conteúdo 
educacional maior na grade e 
sugerem colaboração com 
instituições com experiência em 
educação pediátrica para facilitar 
o desenvolvimento do currículo, 
especialmente em áreas que 
afetam a segurança dos 
pacientes. 
SCHÜTZE, T; 
LÄNGKER, A.: 
ZUZAK, T.J.; 
SCHMIDT P.; 
ZERNIKOW,B. B. 
Alemanha 
2016 
 
Use of 
complementary and 
alternative medicine 
by pediatric 
oncology patients 
during paliative care. 
Pais que perderam o 
filho devido a câncer 
em North Rhine 
Westfalia ./ Alemanha. 
Dois grupos: 1999–
2000 e 2005–2006. 
Aplicado questionário 
semiestruturado sobre 
a frequência do uso de 
CAM e os tratamentos 
específicos que 
haviam sido utilizados. 
Avaliar a frequência e os tipos 
de CAM administrados por pais 
com crianças que sofrem de 
câncer durante a fase paliativa. 
O estudo fornece informações 
sobre o uso de CAM em crianças 
que sofrem de câncer durante a 
fase paliativa da doença. Os 
pacientes que usaram CAM 
foram para melhorar o sistema. 
imune, a estabilização 
física/mental e o enfrentamento 
da doença. Mais pesquisas são 
necessárias para investigar 
benefícios, potenciais efeitos 
adversos e a potencial eficácia 
da CAM nessa população. 
SHEN, J.; ORAKA, 
E. 
USA 
2011 
 
 
 
 
 
 
 
Complementary and 
alternative medicine 
(CAM) use among 
children with current 
asthma. 
 
 
 
Dados da Asthma Call 
Back Survey (ACBS) 
2006–2008. 8447 
crianças (elegíveis: 
5435 com asma atual). 
Pesquisa respondida 
pelos pais 
 
 
Estimar a prevalência de uso 
de medicina complementar e 
alternativa (CAM) em crianças 
com asma atual. 
 
 
 
 
Crianças com asma mal 
controlada são mais propensas a 
usar CAM;. Também é mais 
comumente usada por crianças 
que enfrentam barreiras de custo 
aos cuidados com a asma 
convencional. O uso de CAM 
poderia ser um marcador para 
identificar pacientes que 
precisam de educação e apoio 
ao paciente / família, facilitando 
assim o controle aprimorado da 
asma. 
TOMLINSON, D; 
HESSER, T.; 
ETHIER M-C; 
SUNG L. 
Canada 
2010 
 
Complementary and 
alternative medicine 
use in pediatric 
cancer reported 
during palliative 
phase of disease. 
Os pais elegíveis 
entrevistados (77) 
foram identificados 
pela equipe de 
atenção primária. 
Informações 
demográficas e 
questionários foram 
preenchidos pelos pais 
na presença de uma 
enfermeira 
pesquisadora. 
Avaliar a frequência, tipos e 
potenciais determinantes do 
uso de medicina complementar 
e alternativa (CAM) e a 
consideração do uso de CAM, 
coletados de pais e filhos 
durante a fase paliativa de 
câncer. 
Apenas 22 crianças (29%) 
haviam recebido algum tipo de 
CAM, com 42 pais (55%) 
considerando a sua utilização 
pelo filho. As variáveis de família 
e doença não foram indicativas 
do uso de CAM. Os pais com 
ensino superior e aqueles com 
um membro da família com 
câncer eram mais propensos a 
considerar o uso da CAM. 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
 Dos 21 artigos selecionados verificamos que 16 aplicam-se a condições e 
patologias específicas, com objetivo, em quase sua totalidade, de avaliar se as 
práticas integrativas estariam sendo utilizadas, sua amplitude e correspondente 
avaliação dos resultados. No Quadro 2, verificamos as principais práticas utilizadas. 
25 
 
QUADRO 2. PRINCIPAIS PRÁTICAS UTILIZADAS POR PATOLOGIA 
Patologia/Problema ArtigosRef. 
Artigo 
Terapias complementares associadas 
Condições musculo-
esqueléticas 
 1 (11) Diversas. 
Enxaqueca 1 (12) Suplementos (massagem, acupressão, acupuntura, reiki, aromaterapia e 
hipnose são citadas) 
Asma 1 (13) Técnicas respiratórias, vitaminas e produtos herbais 
Dor 1 (14) Terapias baseadas em biologia – mais usadas - (terapia de quelação, ervas 
ou suplementos não-vitaminicos, dietas especiais); Terapias manipulativas 
ou baseadas no corpo – 2o lugar - (quiropraxia e manipulação osteopática, 
massagem, terapia craniosacral, técnicas de movimento e exercício), 
Terapias mente-corpo (biofeedback, hipnose, meditação, imagens guiadas, 
relaxamento progressivo, yoga, Tai-chi, qi gong) e Sistemas médicos 
alternativos/técnicas de cura (Acupuntura, Ayurveda, Homeopatia, 
Naturopatia, curadores tradicionais, terapia de cura energética). 
Trato respiratório 1 (15) Diversidade considerável nos tipos de CAM utilizados. o uso é muito 
contextualizado em culturas individuais (Ayurveda sendo utilizada em 65% 
das áreas rurais da Índia, e CAM sendo utilizado por 70% das pessoas no 
Canadá, e 49% na França). As terapias baseadas em botânica foram o 
grupo mais frequente. Nos paises ocidentais, os estudos sobre ervas e 
suplementos não foram proeminentes, e sim homeopatia e antroposofia. 
Eczema atópico 1 (16) Probióticos, dieta, biofilme, óleo de borragem e natação, e outros. 
Sono 1 (17) Diversas. Suplementos foi a mais citada. 
Otorrinolaringologia 1 (18) Diversas. 
Artrite juvenil 
idiopática 
 1 (19) Quiropraxia, acupuntura, osteopatia, massagem, homeopatia, naturopatia, 
hipnose, reflexologia, cura espiritual, alterações dietéticas e suplementos, 
remédios tradicionais e outros. Os tipos mais comuns de CAM foram 
suplementos, quiropraxia e naturopatia. 
Autismo 1 (20) Não cita 
Psiquiatria/Saúde 
mental (deficit de 
atenção/hiperativida
de, ansiedade e 
depressão) 
 2 (21), 
(22) 
1- Práticas meditativas, Yoga, Tai Chi e Qi Gong, relaxamento. Produtos 
naturais (ervas, suplementos, manipulações dietéticas e probióticos) são a 
terapia complementar mais comumente usada. 
 2-dietas especiais, suplementos e terapias de mente-corpo 
Condições 
neurológicas 
 1 (23) Suplementos multivitamínicos, massagem e quiropraxia foram as técnicas 
mais citadas. 
Câncer 3 (24), 
(25) 
 e (26) 
1- não cita; 2- homeopatia, e o grupo mais utilizado foi o de terapias 
botânicas como fitoterapia; 3- não cita 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
 
26 
 
Nestes artigos específicos é possível verificar que alguns comentários são bastante 
frequentes como: 
- uma maior utilização de práticas complementares e integrativas muitas 
vezes é motivada pela insatisfação com as terapias hegemônicas (13, 19); 
- fatores que influenciam sua utilização incluem: educação e/ou maior 
renda dos pais, acesso a plano ou seguro saúde privado, dificuldade no 
pagamento do tratamento convencional, fácil acesso às terapias, uma das 
pessoas da família com a patologia já utiliza as práticas (11, 13, 14, 22, 23, 26) ; 
- em relação à prática médica, ou os artigos sugerem a necessidade de 
uma comunicação mais aberta entre a família, o médico especialista e o 
terapeuta. Falam também da dificuldade criada pelo fato do médico não 
questionar a utilização de CAM e/ou do paciente não citar seu uso; a 
ocorrência destas questões ampliam o perigo de interações 
medicamentosas ou a utilização/subutilização errônea das terapêuticas 
(13, 20, 22, 23, 24); 
- a utilização conjunta das práticas complementares e integrativas com os 
tratamentos convencionais em muitos casos dão melhores resultados (13, 
18, 20, 21, 22, 24); 
- os pais consideram as práticas em vários níveis: de úteis até 
significativamente relevantes, mas são unânimes em relatar falta de 
conhecimento e dificuldade de obtenção de informações, para melhor 
utilização e confiança (11, 14, 15, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25); 
- há necessidade de maiores pesquisas em todas as áreas; pois as poucas 
existentes são com adultos (11, 12, 15, 17, 18, 21, 25). 
 
Na última década, a medicina integrativa tem sido considerada um 
campo emergente, especialmente nos Estados Unidos e abraça as 
metodologias CAM. Dois artigos comentam sobre isso, principalmente com o 
objetivo de explicar as atitudes dos médicos frente à pediatria integrativa e as 
discrepâncias entre as referências e ao efetivo uso delas27,28. Um dos estudos 
demonstrou que, embora nos Estados Unidos algumas terapias já estejam até 
integradas em hospitais, existe um grande potencial e interesse em sua 
implementação nas clínicas pediátricas alemãs, embora isso não seja 
suficientemente endereçado dentro das instituições educacionais. Isso 
27 
 
poderia possibilitar planos de tratamento que assegurassem aos pacientes 
melhor qualidade de vida e menores custos à saúde pública na Alemanha29. 
 Na população pediátrica, o uso de intervenções pela homeopatia, 
naturopatia, acupuntura, quiropraxia, suplementos herbais, suplementação 
vitamínica e mineral, modificações dietéticas e macrobióticas são muito 
reportadas. 
 A acupuntura emergiu como um método popular para gerenciar 
sintomas associados com várias condições médicas. Uma das preocupações 
citadas foi entender as limitações metodológicas associadas com a acupuntura 
pediátrica. Estudos citam que muitas crianças toleram bem a acupuntura como 
uma experiencia positiva, entretanto algumas permanecem desconfiadas e por 
isso muitos pediatras escolhem opções menos invasivas30. 
 Um dos artigos foi considerado muito relevante, já que trouxe a 
questão do treino pediátrico de quiropatas e naturopatas. Para investigar a 
demografia, o conhecimento, atitudes e comportamentos dos praticantes de 
terapias complementares foram conduzidas duas pesquisas (em 2004 e 2014). 
Todos os respondentes indicaram que tiveram pelo menos um paciente 
pediátrico por semana. Quase todos os profissionais disseram ter modificado 
sua abordagem de atendimento para esta idade. Ambos reportaram desejo de 
uma melhor educação pediátrica durante suas formações, com poucas sendo 
consideradas adequadas, e também concordaram que, o conforto para tratar 
crianças aumenta com anos de experiência e com a idade da criança. Maiores 
pesquisas indicando riscos e benefícios associados com a prática pediátrica 
de quiropatas e naturopatas são necessárias, assim como o co-gerenciamento 
de cuidado com outros profissionais, principalmente endereçando maior 
segurança ao paciente. Uma maior colaboração entre as instituições 
convencionais e de terapia complementar poderia seria eficiente para 
compartilhar o cerne do curriculo pediátrico31. 
 Aqui no Brasil, o naturólogo recebe na graduação uma ampla gama 
de conhecimentos em racionalidades médicas (Ayurveda, Medicina 
Tradicional Chinesa, Medicina Botânica, etc), e em outras terapias, 
excetuando-se Homeopatia e Suplementação alimentar, que é comum em 
outros países, e ainda há falta de estudos quando o interagente é um menor 
de idade, talvez pela falta de procura nos consultórios, ou a dificuldade de 
28 
 
acesso a essas informações na saúde pública. Seria muito interessante e 
recomendável uma pesquisa nacional para levantamento da população que 
conhece e utiliza as práticas integrativas. 
 Nos artigos estudados, são citadas diversas vezes, a dificuldade do 
médico em saber sobre tratamentos complementares. Os motivos são vários, 
entre eles: o médico não questiona, o paciente não acha importante citar o 
uso, os pais não consideram a existência de interações entre medicamentos e 
produtos naturais, etc. Sendo assim, fica evidenciada a necessidade de 
implementação de políticaspúblicas envolvendo a educação dos pais e dos 
profissionais da saúde sobre Naturologia. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A Naturologia é uma das práticas incluídas na Política Nacional de 
Práticas Integrativas (PNPIC) em 27/03/2017, e por ser uma abordagem 
vitalista, apoia e estimula a capacidade intrínseca do corpo em equilibrar-se 
dentro de um estilo de vida mais saudável. 
A abordagem médica hegemônica concentra-se no tratamento e 
gerenciamento de sintomas isolados. Porém, dentro de uma visão complexa e 
integrativa, com equipes multiprofissionais, naturólogo e demais profissionais 
da área da saúde podem, em conjunto, encontrar as bases para uma saúde 
melhor, que reflitam na infância, adolescência, juventude e idade adulta com 
maior qualidade de vida. 
 Políticas públicas envolvendo educação dos pais e dos profissionais 
de saúde são importantes à consolidação das práticas dos profissionais da 
Naturologia. 
 Há um grande hiato entre o conhecimento das práticas integrativas e 
complementares e a contribuição que uma abordagem naturológica pode dar 
em termos de recursos de promoção de saúde, principalmente ao se 
considerar o grande potencial que cada racionalidade médica traz de 
específico a cada idade. 
 Vemos que a contribuição dessa pesquisa em relação ao objetivo de 
fazer um levantamento bibliográfico sobre Naturologia aplicada a crianças e 
29 
 
adolescentes resultou num número insuficiente de artigos para a 
caracterização da atuação dos naturólogos para essa faixa etária, mas, em 
contrapartida evidenciou a necessidade de novos estudos, dentro de uma 
perspectiva ampliada das contribuições que o naturólogo pode dar para o 
ensino e promoção da saúde em seu conceito amplo e como um direito social 
também neste ciclo de vida específico. 
 Por fim, também nos chama a atenção que as poucas pesquisas 
encontradas sejam em países da América do Norte, Oriente Médio, Países 
Baixos, Europa, Ásia e Oceania. Porque razão, países da América do Sul, do 
continente africano não teriam interesse nesse tipo de pesquisa? Em relação 
ao nosso país, dada a relevância da Política Nacional de práticas integrativas 
e complementares, várias delas já incorporadas ao Sistema Único de Saúde, 
a reflexão é muito pertinente. 
 
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8. 
 
 
 
 
 
https://doi.org/10.1016/j.ctim.2018.09.025
33 
 
CAPÍTULO 3 
Contribuições da Naturologia para a educação em saúde na Casa do Zezinho 
 Vívian Angélica dos Santos Malva1; Daniel Manzoni de Almeida2
 
 1 
Mestranda do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental – Centro Universitário 
das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, São Paulo, SP. 
e-mail de contato: vivian.malva@terra.com.br 
2 
Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental – Centro Universitário 
das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, São Paulo – SP; Mestre e Doutor em Ciências 
Biológicas. Pós doutorado em Ensino de Biologia/Ciências. 
 
RESUMO 
As relações conceituais entre a Naturologia e a Educação em Saúde 
apresentam muitas similaridades quando dialogadas em busca de objetivos 
comuns como a visão transdisciplinar e resgate de saberes tradicionais. A Casa do 
Zezinho é uma entidade não governamental, que já completou 26 anos de 
existência na periferia da zona Sul de São Paulo, e desenvolve seu trabalho com 
crianças e adolescentes que vivem em alta vulnerabilidade social. Diante dessa 
realidade, a Educação em Saúde é uma das prioridades da Casa. Esta pesquisa-
intervenção, utilizando estratégia participativa, propôs verificar como ações 
integradas, de forma participativa entre o Naturólogo e os educadores contribuem 
em processos de educação em saúde de forma sistêmica e integral. 
 
Palavras-chave: Naturologia, complexidade, integralidade, educadores, 
vulnerabilidade, participação social. 
 
ABSTRACT 
The conceptual relationships between Naturology and Health Education have 
many similarities when discussed in search of common goals such as the 
transdisciplinary view and the rescue of traditional knowledge. Casa do Zezinho is 
a non-governmental entity, which has completed 26 years of existence on the 
outskirts of the south of São Paulo, and develops its work with children and 
adolescents who live in high social vulnerability. Given this reality, Health Education 
is one of the priorities of this place. This intervention research, using a participatory 
strategy, proposed to verify how integrated actions, in a participatory way between 
mailto:%20vivian.malva@terra.com.br
34 
 
the Naturologist and the educators, contribute to health education processes in a 
systemic and integral way. 
 
Keywords: Naturology, complexity, integrality, educators, vulnerability, social 
participation. 
 
RESUMEN 
Las relaciones conceptuales entre Naturología y Educación para la Salud tienen 
muchas similitudes cuando se discuten en busca de objetivos comunes como la 
visión transdisciplinaria y el rescate del conocimiento tradicional. Casa do Zezinho 
es una entidad no gubernamental, que ha cumplido 26 años de existencia en las 
afueras del sur de São Paulo, y desarrolla su trabajo con niños y adolescentes que 
viven en alta vulnerabilidad. Ante esta realidad, la educación en salud es una de 
sus prioridades. Esta investigación de intervención, utilizando una estrategia 
participativa, propuso verificar cómo las acciones integradas, de manera 
participativa entre el Naturólogo y los educadores, contribuyen a los procesos de 
educación para la salud de una manera sistémica e integral. 
 
Palabras clave: Naturología, complejidad, integralidad, educadores, 
vulnerabilidad. 
 
INTRODUÇÃO 
Ao falarmos da manifestação e desenvolvimento de Projetos Sociais 
Educativos junto a comunidades de baixa renda, nas cidades brasileiras, vimos que 
uma parte delas configuram uma área de práticas educativas - a da educação não- 
formal. Trata-se de um campo que, na atualidade, domina a cena do associativismo 
brasileiro no meio popular, cria cenários e paisagens urbanas específicas e não são 
vistas ou tratadas como objeto de estudo na área da educação. As práticas da 
educação não-formal se desenvolvem usualmente extramuros escolares, nas 
organizações sociais, nos movimentos, nos programas de formação sobre direitos 
humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra desigualdades e exclusões 
sociais1. 
35 
 
A Casa do Zezinho é um exemplo de Educação não-formal. Tem 
metodologia e um conjunto de ações pedagógicas desenvolvidas pela própria 
casa2. 
O naturólogo atua de forma integral, tendo a atenção voltada para vários 
aspectos que influem na saúde do interagente4. O princípio da Interagência 
aproxima-se da Educação em Saúde por entender o processo terapêutico como um 
ato de troca5. 
Assim, integralidade é um conceito que permite uma identificação dos 
sujeitos como totalidades, ainda que não sejam alcançáveis em sua plenitude, 
considerando todas as dimensões possíveis que se pode intervir, pelo acesso 
permitido por eles próprios. No cuidado de pessoas, grupos e coletividade nós a 
entendemos ao ver o usuário como sujeito histórico, social e político, dentro de seu 
contexto familiar, ao meio ambiente e à sociedade na qual se insere. Assim, 
evidencia-se a importância de articular as ações de educação em saúde como 
elemento produtor de um saber coletivo e a noção de integralidade como princípio 
deve orientar para ouvir, compreender e, a partir daí, atender às demandas e 
necessidades das pessoas, grupos e comunidades num novo paradigma de 
atenção à saúde. É um espaço de reflexão-ação, fundado em saberes técnico-
científicos e populares, culturalmente significativos para o exercício democrático, 
capaz de provocar mudanças individuais e prontidão para atuar na família e na 
comunidade, interferindo no controle e na implementação de políticas públicas, 
contribuindo para a transformação social6. 
A educação em saúde é um campo multifacetado, para o qual convergem 
diversas concepções das duas áreas, as quais espelham diferentes compreensões 
do mundo, demarcadas por distintas posições político-filosóficas sobre o homem e 
a sociedade. Verifica-se que, dentre várias, duas dimensõesdessa disciplina se 
destacam: a primeira envolve a aprendizagem sobre as doenças, como evitá-las, 
seus efeitos sobre a saúde e como restabelecê-la. A outra dimensão, caracterizada 
como promoção da saúde pela Organização Mundial da Saúde, inclui os fatores 
sociais que afetam a saúde, abordando os caminhos pelos quais diferentes estados 
de saúde e bem-estar são construídos socialmente. Dessa forma, ao conceito de 
educação em saúde se sobrepõe o conceito de promoção da saúde, como uma 
definição mais ampla de um processo que abrange a participação de toda a 
população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas das pessoas sob risco 
36 
 
de adoecer. Essa noção está baseada em um conceito de saúde ampliado, 
considerado como um estado positivo e dinâmico de busca de bem-estar, que 
integra os aspectos físico e mental (ausência de doença), ambiental (ajustamento 
ao ambiente), pessoal/emocional (auto-realização pessoal e afetiva) e sócio-
ecológico (comprometimento com a igualdade social e com a preservação da 
natureza)7. 
O pensar em educação tem como base a complexidade inerente ao homem, 
e isso nos leva a buscar uma visão transdisciplinar. Assim, a educação permeia 
todas as áreas podendo unir o conhecimento científico ao conhecimento popular, 
desperta consciência e autoconhecimento, gerando assim, mais autonomia e 
crescimento. 
Isto posto, vislumbrando uma oportunidade para a Naturologia melhor 
contribuir na construção de uma práxis mais adequada à realidade das crianças e 
jovens nas oficinas até hoje ofertadas, esta é uma pesquisa-intervenção, utilizando 
estratégia participativa, cujo público-alvo foram os educadores - aos quais a autora 
se juntou em duas rodas de conversa. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
A presente pesquisa teve um enfoque qualitativo e foi desenvolvida por meio 
da pesquisa participativa, que é definida como uma abordagem colaborativa que 
envolve a todos, participantes e pesquisadores, reconhecendo o que cada um 
agrega ao processo. Representa uma oportunidade de pesquisa transformadora 
dando à uma comunidade uma voz genuína8. 
As pesquisas participativas têm-se mostrado potentes na apreensão dessa 
realidade complexa, compreendida entre os diversos atores envolvidos, e têm a 
capacidade de identificar os contextos em que os fenômenos ocorrem. Alia-se a 
isso, que os saberes do senso comum são determinantes, e isso significa estar 
aberto a processos que se auto-organizam9. Assim, pode ser entendida como um 
processo de criação de conhecimento e também de mobilização para a tomada de 
decisões e novas ações, e neste caso, em específico, contribuir com uma nova 
visão, que pode transformar positivamente a relação dialógica entre a Naturologia 
e a Educação. 
 Esta pesquisa foi realizada junto aos educadores da Casa do Zezinho, que 
atuam diariamente nas diversas salas (separadas por idade), localizada à R. Anália 
37 
 
Dolácio Albino, 30, Parque Maria Helena, na extrema zona sul de São Paulo, na 
Subprefeitura do Campo Limpo. São 7 salas (Salas Violeta, Jeans, Mares e Rios, 
Matas, Solar, Oriente e Coração). Cada sala possui dois educadores (períodos 
manhã e tarde), além dos educadores específicos que atendem a todas as idades. 
A população do estudo foram, no total 22 educadores, sendo 13 participantes nas 
duas reuniões. 
Os educadores voltam-se para a formação de habilidades, é uma educação 
pautada em valores, que movimenta ações coletivas na comunidade Zezinho e se 
multiplica pelas teias de convivência e relações com todos10. O educador 
acompanha o grupo em todas as atividades propostas, e também nas oficinas, e é 
sempre um referencial para a sala em que atua. 
Foram realizados encontros com os participantes da pesquisa, no formato 
de rodas de conversa, pautadas nas percepções dos educadores. As rodas de 
conversa possibilitam o diálogo, trazendo os diversos saberes dos participantes, 
onde não há verticalização de poder, todos são atores críticos e reflexivos. As rodas 
produzem conhecimentos coletivos, favorecem o entrosamento e confiança entre 
os participantes. De acordo com Freire: 
 “exercitaremos tanto mais e melhor a nossa capacidade de aprender e de 
ensinar quanto mais sujeitos e não puros objetos do processo nos 
façamos”11 (p.65) 
Foi utilizada a observação participante, que é uma metodologia adequada 
para que a pesquisadora pudesse apreender e até intervir nos diversos contextos 
que se promoveram durante os encontros. Essa metodologia permitiu uma maior 
aproximação ao cotidiano e seus processos e foi utilizada pela pesquisadora cujo 
interesse se deu na dinâmica do grupo da forma como acontece, em todas as suas 
interações: 
“A observação enquanto técnica exige treino disciplinado, preparação 
cuidadosa e conjuga alguns atributos indispensáveis ao observador-
investigador, tais como atenção, sensibilidade e paciência. Tem por 
referência o(s) objetivo(s), favorecendo uma abordagem indutiva, com 
natural redução de “pré-concepções” 12(p. 35). 
Alguns recursos utilizados durante as reuniões foram: enquetes, rodas de 
conversa, brainstorming e Carroussel (método ativo para a coleta de informações 
de forma estruturada que gera uma lista razoavelmente concisa dos pensamentos 
e respostas dos participantes sobre alguns tópicos específicos, onde eles 
38 
 
trabalham em pequenos grupos e têm a oportunidade de sugerir, bem como avaliar 
colaborativamente as idéias de outros grupos). 
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o 
número CAEE 12862619.0.0000.5492. Todos os participantes receberam 
instruções sobre a pesquisa e Termos de Consentimento Livre e Esclarecido 
(Anexo A) utilizados para a anuência de participação dos sujeitos envolvidos. A 
participação foi voluntária e respeitou os critérios éticos propostos pela Resolução 
n° 466 de 12 de dezembro de 2012 e pela Resolução n° 510 de 7 de abril de 2016, 
do Conselho Nacional de Saúde, que dispõem sobre as diretrizes e normas 
regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos. Na divulgação dos 
resultados desta pesquisa está mantido o sigilo dos participantes. Considera-se 
como benefícios e vantagens aos participantes voluntários da pesquisa a possível 
ampliação e melhor compreensão dos educadores da Casa do Zezinho dos 
determinantes e principais motivadores para a construção de oficinas para o Projeto 
Zezinho Zen, bem como a definição e realização das mesmas. 
Por se tratar de uma pesquisa desta natureza, os resultados obtidos foram 
compartilhados com os participantes no decorrer do processo e ao término da 
pesquisa foi disponibilizada aos mesmos uma cópia da dissertação de mestrado. 
Para efeito de Análise e interpretação dos dados, foi utilizada a Análise de 
Conteúdo, que Laurence Bardin define como a descrição analítica, apresentando 
as prováveis aplicações da análise de conteúdo como um método de categorias 
que permite a classificação dos componentes, procurando conhecer aquilo que está 
por trás do significado das palavras13. 
Para isso, a organização da codificação compreende três escolhas: 
- o recorte: escolha das unidades; 
- a enumeração: escolha das regras de contagens; 
- a classificação e a agregação: escolha das categorias14. 
Para o recorte e enumeração, foram consideradas: a unidade de registro, 
que é a unidade de significação ou unidade de base, visando a categorização e a 
contagem frequencial, que no caso foram as falas dos educadores; e a palavra, 
onde foram retidas as palavras-chave, sendo desprezados os advérbios, 
conjunções e verbos, para dar origem à nuvem de palavras (Figura 1). Nuvem de 
palavras é um gráfico digital que mostra o grau de frequência das palavras em um 
39 
 
texto. Quanto maior a utilização da palavra, mais chamativa é a representação 
dessa palavra no gráfico. 
A partir deste momento, foi codificado o material, de forma a produzir uma 
categorização, que éuma operação de classificação de elementos constitutivos de 
um conjunto por diferenciação, e, em seguida, por reagrupamento segundo o 
gênero, agrupamento esse efetuado em razão das características comuns destes 
elementos14. 
Fazer uma análise temática, consiste em descobrir os “núcleos de sentido”, 
que compõem a comunicação e cuja presença, ou frequência de aparição 
podem significar alguma coisa para o objetivo analítico escolhido14.[...] 
Classificar elementos em categorias impõe a investigação do que cada um 
deles tem em comum com os outros. O que vai permitir o seu agrupamento 
é a parte comum existente entre eles14 (p.135 e 148). 
 
RESULTADOS 
 
 Todas as reuniões foram momentos de muita troca entre os participantes, 
discussão de conteúdos interdisciplinares e identificação de demandas. As 
reuniões foram agendadas previamente, de acordo com a disponibilidade do grupo. 
 Foram realizadas duas rodas de conversa (27/09/2019 e 25/11/2019) de 
aproximadamente 1 hora de duração onde houve a oportunidade de reunir 
educadores de todas as salas, além dos específicos. Vale lembrar que, o educador 
de sala acompanha uma turma, e o educador específico tem suas oficinas 
baseadas na sua área de especialização, como por exemplo: filosofia, educação 
física, gastronomia, entre outros, e atuam no formato de oficina. 
Os educadores possuem uma agenda bem reduzida, pois é feita uma única 
reunião mensal, alternada com o treinamento fornecido pela Prefeitura local - 
assim, a disponibilidade é a cada dois meses, dentro de um cronograma repleto de 
atividades. É importante realçar que a escolha de métodos de coleta de dados 
deveria ser simples, de rápida aplicação, para aproveitar da melhor forma o tempo 
dos participantes. 
 As ferramentas escolhidas foram: 
 Enquete de opinião: A enquete faz uma pergunta direta sobre um tema que 
esteja no centro de um debate travado publicamente, portanto quer identificar uma 
40 
 
opinião simples e é uma forma de criar interatividade com o público, nos ajuda a 
situar a temática apresentada15. 
 Roda de conversa: As rodas de conversas possibilitam encontros dialógicos, 
criando possibilidades de produção e ressignificação de sentido – saberes – sobre 
as experiências dos partícipes. Sua escolha se baseia na horizontalização das 
relações de poder. Os sujeitos que as compõem se implicam, dialeticamente, como 
atores históricos e sociais críticos e reflexivos diante da realidade16. 
 Metodologia Carroussel: As metodologias ativas são uma estratégia de 
ensino centrada nas pessoas que deixam o papel de receptor passivo e assumem 
o de agente e principal responsável pela sua aprendizagem. A Metodologia 
Carroussel busca uma informação estruturada ou atividade de coleta de 
pensamentos que gera uma lista razoavelmente concisa das respostas dos 
participantes sobre um tópico específico. Trabalha-se em pequenos grupos para 
transmitir idéias ou fazer sugestões sobre o assunto em questão, além de ter a 
oportunidade de avaliar colaborativamente as idéias de outros grupos e usá-las 
como uma base possível para formar suas próprias respostas às perguntas17. 
 
Apresentação dos resultados 
Na primeira reunião, que ocorreu dia 27/09/2019, vinte educadores 
estiveram presentes, foram convidados a lerem e assinarem o TCLE. Nesta 
oportunidade, foi feita uma enquete sobre o que os educadores conheciam a 
respeito da Naturologia, e o que gostariam de saber mais a respeito da mesma. O 
quadro 1 mostra as respostas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
Quadro 1: Enquete sobre Naturologia 
Educador Resposta sobre o conhecimento da Naturologia O que deseja conhecer a mais? 
A Naturologia é a forma de incluir mecanismos naturais 
no cotidiano (alimentação, higiene, remédio, 
cosméticos, etc. 
 
B Naturologia é o estudo do corpo humano em conexão 
com ativos da natureza, utilizando produtos naturais 
para tratamentos corporais como: dores, emoções 
e/ou incômodos que se apresentam no dia a dia. 
 
C É o estudo da medicina alternativa, que acolhe e cuida 
do ser humano de forma integral. 
 
D Para mim é algo ou qualquer coisa relacionando para o 
bem estar em prol a saúde. 
 
E Entendo que Naturologia possa ser uma medicina que 
cuida do corpo e mente através de meios naturais 
através da natureza. Forma de acalmar os zezinhos em 
situações de desconforto, e utilizando esse método 
como apoio. 
 
F Naturologia é um meio natural de cuidar do corpo, 
alma e mente. 
Como se inicia o auto-cuidado 
por meio da Naturologia 
G A Naturologia é a área do conhecimento e aplicação de 
produtos e cosméticos essencialmente artesanais e 
naturais. 
 
H Eu acho que a Naturologia é uma ciência onde trabalha 
nossas capacidades naturais e inerentes, que 
geralmente estão adormecidas, como por exemplo, a 
capacidade de encontrar concentração e calma, a 
partir de nós mesmos. 
Gostaria de saber de onde 
surgiu a Naturologia e 
conhecer e vivenciar mais 
vezes as técnicas. 
I É um trabalho que visa cuidar do ser em um todo. 
Como por exemplo: mente, corpo e automaticamente, 
espírito. 
 
J Naturologia: ciência que estuda o natural do ser 
humano e da natureza para entender um ser em tudo. 
Onde encontramos a verdadeira essência da natureza. 
 
K Naturologia é aquilo que é voltado para o natural. 
Trabalha o equilibrio do ser humano 
Por ter um conhecimento 
superficial o interesse 
profundo sempre é 
importante. 
L Naturologia é um cuidado com o corpo e a alma. Quando falamos de 
Naturologia ela engloba que 
tipo de metodologia? 
M Área que atua na melhora/bem-estar do indivíduo com 
métodos naturais 
Métodos da Naturologia que 
auxilie na labirintite 
N Um método de cuidar do corpo e mente buscando 
recursos naturais 
Eu pretendo fazer uma 
formação em acupuntura e 
gostaria de saber tudo o que 
envolve a área 
Fonte: os autores (2019) 
42 
 
 
 Esses resultados mostraram que ainda era bem incipiente o conhecimento 
sobre a Naturologia entre os educadores, e embora houvesse um certo 
denominador comum sobre o conceito de uso de ferramentas tradicionais e 
naturais, melhora do bem-estar do indivíduo, cuidado do corpo e da mente, trabalho 
do equilíbrio, entre outros, também era nítido a necessidade de aprofundar e 
garantir a abordagem correta e responder aos questionamentos levantados. 
Passamos então para a apresentação sobre o projeto, para que eles 
pudessem conhecer os objetivos e principalmente a importância de suas 
participações; e durante a mesma, tivemos a oportunidade de falar sobre a 
Naturologia, de forma a fazer o alinhamento adequado e tecer junto com eles a 
essência do que seria a atuação do naturólogo. Adicionalmente, foi preparado um 
material sobre a Naturologia que foi entregue aos participantes na segunda reunião 
contendo os objetivos, propósitos e forma de atuação da Naturologia (Anexo B). 
No pouco tempo que restava, foi aberto uma roda de conversa para os educadores 
colocarem suas percepções e ansiedades em relação ao projeto. 
Na segunda reunião, que ocorreu dia 25/11/2019, participaram quinze 
educadores, dos quais treze haviam também participado da primeira. Foi aplicada 
a metodologia ativa Carroussel, conforme Anexo C, para levantamento de 
percepções, interação entre os participantes e reflexão colaborativa entre os 
grupos. 
A observação participante foi direcionada para garantir que houvesse 
bastante estímulo à conversação, possibilitando oportunidades para que todos os 
educadores se colocassem. A roda sempre foi feita de forma que todos pudessem 
ver-se e todos colaboraram para que houvesse o mínimo de interrupções, conforme 
acordo estabelecido antes da sessão, pelo fato de termos um tempo exíguo para a 
realização das atividades. Foram observados os comportamentos, gestos, os 
assuntos de maior interesse e os que provocaram maiores debates. 
Por meio da observação participante pude perceber que: 
- Os educadorestêm a percepção da validade do trabalho e querem fazer a 
experiência em suas respectivas salas. 
- A interação foi providencial entre eles, permitindo uma discussão amigável 
e profícua pois, no dia a dia há pouca probabilidade para acontecer. 
43 
 
- Para ter mais qualidade e atingir o nível de expectativa dos educadores, 
seria interessante aprofundar as parcerias externas com naturólogos e poder contar 
com mais mão-de-obra de voluntariado, uma vez que, muitas atividades dependem 
de quantidade de profissionais de Naturologia envolvidos. 
- Algumas reflexões envolvem muitos aspectos e necessitariam de mais 
encontros para se desenvolverem. 
 
ANÁLISE DOS DADOS 
Na pré-análise do material, as sessões foram transcritas. Segundo a 
recomendações de Bardin14, foram feitos o recorte e enumeração, conforme 
descrito no item Metodologia, o que deu origem à nuvem de palavras representativa 
da fala dos educadores sobre tudo o que foi conversado: 
 Figura 1: Nuvem de palavras representativa das falas dos educadores 
 
 
 Fonte: os autores 
A nuvem de palavras nos permitiu perceber os palavras mais impactantes e 
também sua frequência. Percebemos que haviam grupamentos de palavras muito 
significativas, como por exemplo, questões relevantes na sala de aula na visão dos 
educadores. Assim, foi extraído um subconjunto de palavras seguindo esse critério 
para avaliar sua representatividade, que foi de aproximadamente 27% das palavras 
no total: 
 
44 
 
 
 Figura 2: Nuvem de palavras de questões relevantes em sala de aula 
 
 Fonte: os autores 
 
Da mesma forma, também foi possível perceber a preocupação em relação 
às famílias dos zezinhos e a sua constância na fala dos educadores. Foi feita 
novamente a extração dos discursos das palavras referentes à essa questão, que 
aproximadamente representou 20% das mesmas: 
 
Figura 3: Nuvem de palavras de questões relevantes à família dos alunos 
 
 Fonte: os autores 
 
45 
 
Esse trabalho foi importante para que, na etapa seguinte, chegássemos à 
categorização de necessidades conforme Tabela abaixo: 
Tabela 1 – Categorização das necessidades 
NECESSIDADES Preocupações Depoimentos/ falas: 
1) ATUAÇÃO NOS 
PROBLEMAS 
RELEVANTES QUE 
INTERFEREM NA 
ROTINA 
EDUCACIONAL 
DOS ZEZINHOS 
 
Prevalência de questões 
sócio-emocionais que 
refletem nas atividades 
gerais do grupo 
 
E1: “foi notório a mudança deles, não só de falar 
com a estagiáriab mas também do 
desenvolvimento de habilidades socio-
emocionais: paciência, tolerância, grupos com 
conflitos entre eles, identificar emoções, saber 
digerir essa emoção (posso estar com raiva, mas 
não posso ser violento com meu colega) – todo 
esse trabalho de Danças Circulares, rodas de 
conversa, contação de histórias – eles vêm todo 
dia com propostas diferentes, e querendo 
trabalhar mais na linguagem das crianças – 
ajudou muito!” 
E2: “ pude vivenciar com vocês, particularmente 
eu amei, o grupo também, eles sentiram bastante 
a falta de vocês, e eu indico, realmente vi 
mudança no grupo. Não conhecia, passei a 
conhecer depois que vocês foram na minha sala 
– antes era só sementinha (auriculoterapia), as 
mandalas... mas eu pude ver que é muito mais 
que isso”. 
 
O educador precisa lidar 
com conteúdos intensos em 
meio à rotina diária. 
 
 
E5:” eles falam muitas coisas para nós, ficamos 
com o emocional muito pesado, às vezes a gente 
chega em casa... como renovar isso que eu ouvi, 
processar, trabalhar em mim para poder ajudar o 
outro? 
A agitação e imediatismo 
torna as tarefas executadas 
em pouco tempo um desafio 
para controle da sala. 
 
E8: “Os zezinhos são muito ansiosos, e passam 
isso para os educadores: querem fazer tudo 
rápido e de qualquer jeito”. 
E10:”As questões emocionais ganham um 
grande impacto, às vezes, na sala porque a 
criança começa a chorar tempestivamente e a 
gente não sabe o que está acontecendo, quando 
entendemos o motivo vemos que há uma grande 
dificuldade em lidar com uma situação familiar ou 
algo parecido, mas até descobrir, este fato já 
movimentou toda a sala, já tirou o foco e tenho 
que retomar todo o trabalho”. 
 
b A fala do educador refere-se à estagiária do curso de Naturologia, aluna de graduação. 
46 
 
E2: “eles tem dificuldade em aceitar o novo” 
A agressividade necessita 
de atenção 
 
E5: “A agressividade é diferente entre crianças e 
jovens, nas crianças é mais física, nos jovens, 
mais irônica, mais verbal, mais sutil, criando mais 
debates e intrigas”. 
Questões físicas aparecem 
muitas vezes para mascarar 
as emocionais. 
 
E3: “a gente vem aprendendo a olhar a criança: 
quais as questões que ela traz? Questões físicas 
não são só físicas, podem estar ligados a 
questões emocionais [...] não sei lidar muito com 
essa situação, trabalho com crianças de 8 a 9 
anos, e de repente, um começa a dizer que está 
com dor de cabeça e isso começa a se repetir 
várias vezes ao dia, a gente começa a conversar 
e vê que não está tudo bem, são questões 
emocionais que ele está passando e ele não 
consegue expressar, nem entender que aquilo é 
importante, então ele reclama de uma dor física 
para justificar algo que ele passa em casa.” 
Atendimento aos 
educadores. 
 
E4: “o educador precisa estar equilibrado [...] a 
agitação é tão grande, pela quantidade grande 
de zezinhos que a gente acaba passando essa 
agitação, eu tento ficar calmo, tirar essa agitação, 
quando não está agitado a gente até estranha 
porque eles estão sempre agitados, quando eles 
vão para o meu espaço eu preciso dessa calma, 
desse processo. Eles falam que gostam disso, às 
vezes eu também não estou calmo, por mais que 
eu transpareça estar.” 
2) ATENDIMENTOS 
DA FAMÍLIA 
 
Atendimentos individuais 
contínuos feitos pelos 
educadores à família dos 
zezinhos podem abrir 
espaços para a Naturologia. 
 
E8: a Naturologia poderia participar para 
entender a receptividade da família, para no final 
fazer um convite de uma atividade conjunta, 
numa abordagem mais integrativa. Assim seria 
uma possibilidade de entender o contexto familiar 
auxiliando com nossas técnicas, além de facilitar 
o contato e informações com outras formas 
medicinais. 
E13: Às vezes a família nem sabe, com a 
correria, que a criança está apresentando 
alguma mudança de comportamento, além de 
trabalhar o relacionamento entre a família, por 
exemplo, a criança com o pai, com a mãe, 
participando dessa atividade, para a gente ver 
esse relacionamento, melhorar esses vínculos 
afetivos familiares também. 
47 
 
E6: “fazemos reunião e se concordarem fazemos 
também reuniões individuais com os pais. O que 
vocês sugerem? Podemos ver como a família 
aceita algumas coisas que vocês quiserem fazer, 
ver se são mais acessíveis. Os pais pedem para 
colocar as sementinhas.” (auriculoterapia) 
E7: “Os pais podem não conhecer o trabalho e a 
Naturologia, poderia rolar uma escrita, uma 
conscientização para os próprios pais que as 
crianças vão chegar com as sementinhas ou algo 
parecido”. 
E13: “Os pais gostam de participar. É importante 
para ver o que a família aceita ou não, ver se são 
mais acessíveis...” 
Atividades com pais e filhos. 
 
E2: Existem vários encontros com a família, em 
que a gente tenta promover a saúde da família 
porque acontecem várias atividades, as mães 
vem fazer artesanato de fuxico, fazer algumas 
coisas com as crianças, talvez num desses 
encontros que aconteçam a sua atividade 
entraria tranquilamente, nossa, tem muito 
responsável aqui que nunca meditou, no dia da 
reunião pode fazer uma atividade mais básica... 
a gente sente que a família gosta de participar e 
entender esse contexto, e acho que isso é uma 
falaquase unânime de todas as salas, a família 
e a casa do Zezinho, pedindo para eles terem 
esse momento dentro da casa. Uma atividade 
que eles pudessem fazer, para se sentir um 
pouco mais próximos da realidade dos filhos. 
Atendimento aos pais e 
responsáveis. 
E6: sei que vocês já fizeram isso no passado. 
Seria interessante pensar novamente nisso. 
3) POSSIBILIDADE 
DE 
ATENDIMENTOS 
ADICIONAIS 
 
Atender grupos de casos 
específicos (todos os 
espaços juntos) 
Exemplo: casos de violência 
(doméstica, de abuso, de 
separação, de abandono) 
E7: Já pensaram em criar grupos específicos? 
Temos várias questões recorrentes que 
poderiam ser trabalhados em conjunto. 
Ampliar as técnicas para os 
educadores, pois assim 
seria possível realizar em 
sala em momentos de 
necessidade. 
 
E5: ... e até para a gente, depois que ele fazem 
a oficina com vocês, que eles trazem: tia, você já 
fez isso? Também para conhecer, saber o que é, 
para poder também vivenciar a troca e poder dar 
continuidade.” 
48 
 
Mais atendimentos 
 
 
Ampliar para CJ (Jovens) 
que não são atualmente 
atendidos. 
 
E12: não somos atendidos pelo Zezinho Zen. 
E9: todo semestre fico esperando que vocês 
dêem esse tipo de experiência aos jovens 
Integrar o trabalho com os 
temas mensais do Projeto 
Saúde. 
 
E8: Fala com as coordenadoras. Seria 
importante vocês estarem alinhados com os 
temas mensais. 
Fonte: os autores 
 
DISCUSSÃO 
Segundo a OMS18, os determinantes sociais da saúde (DSS) são as 
condições nas quais as pessoas nascem, crescem, trabalham, vivem e 
envelhecem, e o conjunto mais amplo de forças e sistemas que moldam as 
condições da vida cotidiana. Entre 1991 e 2010, a população residente nesses 
locais – chamado pelo IBGE de aglomerados subnormais – aumentou em mais de 
60%, passando de pouco menos de sete milhões para 11,4 milhões de pessoas, 
segundo o Censo Demográfico. Tais números só reforçam a importância de se 
conhecer a realidade de quem vive nesses locais. Precariedade de serviços 
públicos, violência, medo dos alagamentos, escassos espaços para a cultura e o 
lazer são alguns dos desafios de quem mora em Capão Redondo, Parque Santo 
Antônio e arredores. 
Há uma infinidade de códigos, regras e de gestos a ser decifrados por quem 
precisa sobreviver neste ambiente. [...] Uma fluidez permanente, uma 
capacidade de improviso e adaptação absurda são o verdadeiro substrato 
de quem precisa dar o máximo para garantir o mínimo”19(p.31). 
Ao frequentar a Casa do Zezinho, ouvimos muitas histórias, e a frase: “você 
não sabe o que é viver numa favela!”, e ao conhecer um pouco mais do dia a dia 
de seus moradores, e principalmente, das crianças e jovens que lá crescem, é 
impossível não admirar o uso da arte, e a expressão de autorretratos que cobrem 
as paredes da Casa, e permitem o autoconhecimento e a auto aceitação. 
“A arte é uma das ferramentas mais poderosas para se trabalhar com 
jovens, crianças e adolescentes. O pensamento artístico, com sua 
capacidade de criar ligações múltiplas, é fundamental na pedagogia e no 
processo educacional da Casa do Zezinho.”19 ( p.66) 
49 
 
Assim, nestes quase dez anos que acompanho com trabalho voluntariado a 
Casa, percebo as transformações, as dificuldades, os novos desafios que todos os 
dias se apresentam, e admiro cada educador, que, ao virar “tio/tia” é totalmente 
absorvido por este trabalho. Neste processo, nos tornamos melhores por causa da 
intervenção do que o outro é capaz de fazer, na interface de todas as linguagens. 
A Naturologia, dentro da Casa do Zezinho, tem trazido profundas reflexões 
sobre a saúde, de forma multifacetada, buscando entender a criança e o jovem de 
maneira sistêmica e o que ela busca provocar, dentro da saúde integrativa como 
possível eixo integrador da pedagogia do cuidado. E isso é uma via de duas mãos, 
pois, quanto mais compreendemos o modo de vida dos zezinhos e seus estigmas, 
mais percebemos a premência de somar novas contribuições a algumas já muito 
reconhecidas como: auto expressão, preparação para o mercado de trabalho, auto 
reconhecimento e empoderamento pessoal, que a Casa já providencia. Dessa 
forma, a retroalimentação é frequente nesta parceria. 
A Naturologia parte de um olhar multidimensional do ser humano e propõe o 
desenvolvimento e ampliação do autoconhecimento e do autocuidado, e para isso 
é importante frisar que não é norteada pelas modalidades terapêuticas que utiliza, 
e sim por um diálogo entre elas20. 
Nesse sentido, é que percebemos toda a potencialidade existente na 
inserção do Naturólogo na rotina da Casa do Zezinho: 
- a infância e a juventude são, efetivamente, períodos imprescindíveis para 
o estabelecimento de hábitos de vida saudáveis que farão a diferença nas etapas 
posteriores (higiene do sono, saúde mental, atividades físicas, entre outros). 
- através do vínculo terapêutico, acolher e atender de forma única as 
necessidades de cada criança ou jovem nas questões individuais, tratando-as de 
forma multidimensional. Condições crônicas são altamente favorecidas por estas 
formas de tratamento provindas de outras racionalidades médicas, e de forma 
alguma excluem as indicações médicas vigentes - mas proporcionam bem estar, 
são de fácil acesso e de valores aquisitivos mais populares, sendo possível 
trabalhar a prevenção e a promoção da saúde. Embora crianças e jovens possam 
também ter doenças agudas, recuperam-se rapidamente quando recebem o apoio 
correto, por sua vitalidade natural. 
Das necessidades levantadas, a primeira categorização diz respeito a atuar 
nos problemas relevantes que interferem na rotina educacional dos zezinhos, e as 
50 
 
questões apontadas nos remetem a certas habilidades não cognitivas (emocional, 
sentimentos, imediatismo, dificuldade em relacionamentos) e transtornos mentais 
leves (estresse, ansiedade, hiperatividade, agitação, agressividade – distúrbio de 
conduta, distúrbios do sono), listados no CID-1021. Durante as rodas de conversa 
foi muito frequente as questões relacionadas à esse âmbito das habilidades 
socioemocionais, tanto no suporte às crianças e jovens, como aos próprios 
educadores. 
Muitos teóricos que discorreram sobre os processos de aprendizagem e 
desenvolvimento humano como Jean Piaget, que colaborou muito com o 
desenvolvimento cognitivo e suas contribuições para estruturar um currículo 
escolar; a psicanálise de Donald Winnicott, referente ao papel dos pais na 
constituição emocional dos indivíduos; os conceitos de Lev Vygotsky sobre a 
influência da cultura e das interações sociais são alguns exemplos que constroem 
um referencial psicopedagógico há muito discutido, e que serve como base de 
novas discussões nesta área de competências e sua inserção na área escolar22. 
Para diversos autores, as principais responsáveis pelo desenvolvimento 
socioemocional na infância são as interações com os primeiros cuidadores 
familiares23. Em um estudo sobre o clima familiar refere-se à percepção dos 
indivíduos acerca da qualidade dos relacionamentos intrafamiliares, que pode ser 
avaliado por meio de fatores como coesão, que fala sobre o vínculo emocional entre 
os membros da família; apoio, que diz respeito ao suporte emocional e material 
existente; conflito, referente aos sentimentos negativos intrafamiliares que podem 
gerar ambiente agressivo e conflituoso; e hierarquia, em relação à diferenciação de 
poder e controle nas relações intergeracionais24. 
Depois entra a escola. Embora não haja consenso acerca das dimensões 
que caracterizam o clima escolar, sabe-se que ele é resultado de múltiplos fatores 
ali presentes, desde os individuais até os sociais, como a qualidade dos 
relacionamentos interpessoais dos alunos com os pares ou com os professores; 
entre outros23. 
Na última década, o aprendizado socioemocional ganhou muito destaque 
nas pesquisas e diversos programas e estruturas foramcriados para ensiná-los e 
promovê-los25. No Brasil, há o direcionamento de que todas as escolas deverão 
contemplar as competências socioemocionais em seus currículos até o final de 
2020. Conforme a Base Nacional Comum Curricular26, as habilidades necessitam 
51 
 
estar em todas as disciplinas e trabalhadas de forma transversal. No Brasil, as duas 
linhas teóricas mais difundidas são a desenvolvida pela organização americana 
Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning (Casel), de Chicago, e a 
do Big Five Factors (Cinco Grandes Fatores de Personalidade). A primeira atua com 
cinco aspectos: autoconsciência, autogestão, consciência social, habilidades de 
relacionamento e tomada de decisão responsável (BNCC). Já a Big Five explora 
cinco domínios: extroversão, amabilidade, abertura para experiências, 
conscenciosidade e o neuroticismo27. 
Embora a implementação destes modelos esteja a cargo de cada instituição, 
em nossa experiência a Naturologia pode ser uma parceira no desenvolvimento de 
competências socioemocionais, auxiliar no desenvolvimento de habilidades sócio-
afetivas aliadas à educação: 
- Avaliação do ciclo de vida: as crianças e jovens não são “mini-adultos”, e 
existem poucas evidências de tratamentos associados a ciclos de 
desenvolvimento: como perceber se o indivíduo está biologicamente, 
organicamente preparado para avançar numa fase em que o estímulo ainda pode 
estar forçando seu dinamismo interno? Como ajudar a criança/jovem a lidar com 
isso? O naturólogo pode fazer um diálogo muito interessante sobre as etapas de 
desenvolvimento nas diversas Racionalidades Médicas a que tem acesso no curso 
de formação; 
- formação de oficinas direcionadas a competências sócio-emocionais com 
a utilização de estratégias (brincadeiras, jogos cooperativos, teatro, contação de 
histórias, rodas de conversa), adequados a cada idade, para dinamizar e trabalhar 
o auto-conhecimento e as próprias emoções; 
- capacitar os educadores na replicação de atividades e/ou continuidade das 
oficinas; 
- possibilitar a autorreflexão e alavancar um “continuum”, uma sequência no 
desenvolvimento em que cada etapa melhore a próxima, e isso possa repercutir em 
cada uma das salas do arco-íris(por idade); ou seja uma sequência de oficinas; 
- estabelecer a relação de interagência com as crianças e jovens, dando 
prioridade à autonomia dos mesmos em relação à sua própria saúde, convidando-
os à co-participação e co-responsabilidade em suas várias dimensões. Este é um 
52 
 
grande diferencial do “ser educador” naturólogo, refletido no vínculo estabelecido 
pela empatia, pela compaixão. 
A segunda categoria fala da necessidade de atendimentos à família. 
Logicamente, ampliar e promover a saúde da família entra numa segunda etapa, 
mas tão importante quanto a primeira, pois, se a família não suporta novos hábitos, 
se não discute questões emocionais, se não é capaz de entender o trabalho que 
está sendo feito com o filho, tudo se perde. 
“Considerando que a família e a escola compartilham as funções de 
educação e de socialização na infância, é importante que sejam 
investigados os efeitos individuais e interativos de diferentes fatores desses 
contextos para o desenvolvimento das crianças. Destaca-se o papel central 
dos processos proximais, como os relacionamentos da criança com os pais 
e os professores, os quais são fundamentais para o desenvolvimento de 
comportamentos adaptados ou não adaptados, uma vez que possibilitam a 
interação da criança com o ambiente“23 (pág. 399). 
A Naturologia, neste contexto, pode auxiliar os educadores a explicar o 
trabalho para os pais, disseminar e conscientizar a proposta, além da possibilidade 
de entender o contexto e os padrões familiares. Esse é um aspecto transgeracional 
que, se não for explorado, reduz a potência do trabalho, fato notado já pela Casa, 
e é uma dimensão em que o naturólogo pode assertivamente atuar. Além disso, a 
participação e entendimento dos pais bem como a autorização dos mesmos amplia 
as possibilidades terapêuticas. 
A terceira categoria amplia sobremaneira o projeto, e observar as sugestões 
dos educadores mostra que houve um entendimento mais amplificado da 
Naturologia (que foi o objetivo da primeira reunião). 
Notamos que os educadores, em diversas ocasiões sugeriram que fossem 
também atendidos pelos naturólogos, em busca de maior equilíbrio e qualidade de 
que é mais voluntários. 
Além disso, ter a participação dos educadores de referência nas oficinas 
mostrou-se algo bem importante, pois isso aumenta a aceitação do grupo, além da 
possibilitar a continuidade do trabalho. 
A possibilidade de oficina com os pais, bem como o atendimento aos 
mesmos também pode ser incluída. 
53 
 
O atendimento a grupos específicos é uma boa possibilidade que ainda não 
havia sido pensada, mas que faz sentido ao alargar as perspectivas de que algo 
acontece também com outras pessoas, de forma a potencializar os diálogos. 
A capacitação dos educadores é prevista, uma vez que a Naturologia pode 
sempre agregar novas oficinas, deixando as que funcionarem para serem 
replicadas. 
Sempre vale lembrar que a Naturologia busca trabalhar em equipes 
multiprofissionais. Algumas das propostas aqui explicitadas podem agregar vários 
profissionais, como psicólogos, sociólogos, entre outros, o que traz possibilidades 
de estágios colaborativos nos cursos de Bacharelado. 
 
CONCLUSÃO 
 
 Os objetivos colocados para a pesquisa foram adequadamente cumpridos, 
discutidos com os educadores e trouxeram à luz muitos componentes a serem 
trabalhados nas próximas etapas. 
 A ampliação do contexto que, anteriormente era somente o levantamento 
das necessidades, cujo espectro ampliou-se na possibilidade da construção de uma 
sequência de oficinas mais focadas na capacitação de habilidades 
socioemocionais, abre novos caminhos de diálogo com a Educação, cuja 
contribuição para a sociedade é facilitar a entrada do indivíduo na vida adulta com 
maior autoconhecimento e melhor preparação nas interações socioafetivas. A 
necessidade de novas pesquisas nesta área é premente, e essas potencialidades 
abrem novas perspectivas à profissão da Naturologia. 
 Na última reunião com os educadores, várias menções foram feitas às 
oficinas já realizadas, com boa avaliação por parte deles, embora não tenhamos 
nenhuma pesquisa que o comprovem. Seria muito interessante, em paralelo às 
melhorias e implementação de outros tipos de atividades, de acordo com as 
necessidades agora levantadas, avaliar formas de verificar a efetividade das 
mesmas. 
 
 
 
 
54 
 
REFERÊNCIAS: 
1. Da Gloria Gohn M. Educação não-formal, educador(a) social e projetos 
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http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-
de-praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-
como-fator-de-protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying 
27. Passos MF, Laros JA. O modelo dos cinco fatores de personalidade: 
Revisão de literatura. Peritia. 2014;21(January 2014):13–21. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
CAPÍTULO 4 PRODUTO TÉCNICO 
Apresentação: 
 
Esta Consultoria Educacional é produto da pesquisa de mestrado desenvolvida no 
Programa de Mestrado profissional em Saúde Ambiental do Centro Universitário das 
Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, fundamentado no estudo de necessidades 
da Casa do Zezinho para as oficinas de Naturologia e tem por objetivo ser um guia 
para os educadores da Casa que quiserem replicar ou dar continuidade a qualquer 
uma das atividades grupais ali desenvolvidas. 
 
1. Aderência: o produto apresenta origem nas atividades desenvolvidas no 
projeto de Mestrado, oriundo das linhas de pesquisas/atuação e projetos vinculados a 
estas linhas do programa de Mestrado em Saúde Ambiental. 
a. Projeto de pesquisa vinculado ao produto: Contribuições da Naturologia para 
a educação em saúde na Casa do Zezinho. 
b. Linha de pesquisa vinculada ao produto: L1 – Direito e educação na interface 
sociedade, animal e ambiente. 
 
2. Impacto: 
a. Demanda: espontânea. 
b. Objetivo da pesquisa: solução de um problema previamente identificado, 
conforme pesquisa. 
c. Área impactada: educacional. 
 
3. Aplicabilidade: O produto foi desenvolvido com base nas necessidades 
levantadas na Casa do Zezinho e portanto, sua aplicabilidade diz respeito à esse local. 
Porém, sua aplicabilidade é grande face à oportunidade de oferecer consultoria em 
outra escolas para que possa ser desenvolvido projeto semelhante. 
 
4. Inovação: Inserção do profissional naturólogo nas atividades educativas para 
integrar o grupo de profissionais que trabalham com questões socioemocionais. 
 
58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OFICINA 
ZEZINHO ZEN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
INTRODUÇÃO 
 
A qualidade do desenvolvimento de competências socioemocionais de crianças e 
adolescentes têm sido objeto de muitos estudos nos últimos anos, devido à relevância desse 
tema, já que o termo está associado à habilidades que se constroem a partir do 
desenvolvimento de relações interpessoais e afetivas, e que se modificam conforme a 
interação com o meio social1. 
 Essas competências vêm sendo sustentadas por vários programas e, estão presentes 
em todas as 10 competências gerais da Base Nacional Comum Curricular2. Existem diferentes 
estudos e práticas internacionais e nacionais voltadas ao trabalho com competências 
socioemocionais (por exemplo: OCDE, Casel, Wida, Center for Curriculum Redesign,, entre 
outros). 
A CASEL3 (Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), referenciada 
na BNCC identifica cinco competências essenciais3: 
 
 Figura 1 – As 5 competências socioemocionais 
 Fonte: www.psicoedu.com.br 
As oficinas têm sido elaboradas na prática para contextualizar questões trazidas pelos 
educadores e/ou pelo que vivenciamos no dia a dia com as crianças. Essa vivência tem 
mostrado que a Naturologia, por ter este olhar multidisciplinar e multidimensional, pode 
contribuir (e muito) para trabalhar as questões socio-emocionais e isso tem sido feito de forma 
individual e em grupo e também de forma mista. 
Este material foi fundamentado no estudo de necessidades da Casa do Zezinho para 
as oficinas de Naturologia e pretende ser um guia para os educadores da Casa que quiserem 
replicar ou dar continuidade a qualquer uma das atividades grupais, embora seja essencial a 
presença dos naturólogos para agregar o atendimento individual que respeita a integridade 
de cada criança. 
60 
 
A Naturologia é uma profissão relativamente nova, e, como resultado deste trabalho, 
vemos despontar a viabilidade de oferecer consultoria para as escolas onde, depois de uma 
fase de levantamento de necessidades, será possível implementar soluções dedicadas à 
realidade da mesma, focada em habilidades sócio-emocionais, favorecendo, em casos 
específicos em que o atendimento personalizado a pais, alunos e professores seja necessário. 
 
Referências: 
1. Marin AH, Silva CT da, Andrade EID, Bernardes J, Fava DC. Social-emotional 
competence: concepts and associated instruments. Rev Bras Ter Cogn. 
2017;13(2):92–103. 
 
2. Base Nacional de Educação [Internet]. [cited 2020 May 9]. Availablefrom: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-
praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-
protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying 
 
3. CASEL [Internet]. [cited 2020 May 17]. Available from: https://casel.org/what-is-sel/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying
https://casel.org/what-is-sel/
61 
 
Danças Circulares 
 
 
Em 1976, o coreógrafo alemão/polonês Bernhard Wosien visitou a Comunidade de 
Findhorn no norte da Escócia e, a pedido de Peter Caddy, um de seus fundadores, ensinou 
pela primeira vez uma coletânea de Danças Folclóricas para os residentes. Bernhard Wosien 
já havia passado dos 60 anos e, há algum tempo, andava procurando uma prática corporal 
mais orgânica. Freqüentando grupos de Danças Folclóricas, percebeu que ali estava o que 
procurava. Vivenciou a alegria, a amizade e o amor, tanto para consigo mesmo como para 
com os outros, e sentiu que a Dança em roda possibilita uma comunicação sem palavras e 
mais amorosa entre as pessoas. 
A Comunidade de Findhorn existia há 15 anos quando Wosien ensinou as Danças pela 
primeira vez. De 1976 para os dias de hoje, centenas de Danças foram incorporadas ao 
conjunto do que passou a se chamar “Danças Circulares Sagradas”, Danças circulares por 
que são dançadas em círculo e “Sagradas” no sentido de respeitar a forma que se dança, pelo 
respeito pelo povo que a criou. As danças são passadas através de cursos que garantam a 
veracidade da informação, assim, uma dança aqui no Brasil é ensinada da mesma forma que 
em qualquer outro país. 
O símbolo do círculo é de grande importância neste processo e sua forma tem uma 
razão: desde a antiguidade, o homem usa a forma circular, contínua e perfeita para se 
expressar. 
Desde Bernhard Wosien, o interesse pelas danças circulares sagradas tem crescido 
rapidamente e as danças se multiplicaram e se espalharam por todo o mundo por ser tida por 
seus praticantes como meditativa, revigorante, pacífica, lúdica e instrutiva, curativa e divertida 
e é indicada para pessoas de todas as idades. 
...O ser humano originalmente dançava com objetivos específicos: 
- rituais de iniciação de nascimento, puberdade, conexão com a tribo, liderança de uma 
tribo ou grupo, uma passagem para um novo estágio espiritual; 
-rituais de casamento, de infertilidade ou constituição de um lar; 
-rituais periódicos em várias sociedades secretas, adoração de seus deuses e 
adoração de diferentes aspectos da natureza com os quais seus deuses estavam geralmente 
ligados; 
-na guerra, rituais pedindo coragem e força para enfrentar o inimigo, para conseguir 
vitória, para aplacar seus mortos e, algumas vezes, seus inimigos mortos... 
O homem sempre dançou em círculos. 
62 
 
Impressões relativas aos aspectos grupais: 
- instrumento facilitador do processo de formação de grupo; 
- sentido de união e integração; 
- possibilidade de estabelecer contato com os outros através das mãos e dos olhos; 
- possibilidade de vivenciar a harmonia grupal através do ritmo e do movimento; 
- dissolução de fronteiras, na medida em que se compartilham danças de vários países 
e diferentes culturas; 
- dança democrática, uma vez que inclui todos, sem distinções; 
- possibilidade de percepção do grupo por outra via de comunicação; 
- momento de confraternização: menos competição, mais amizade;... 
- complementar às técnicas corporais; 
- promoção da organização interna; 
- possibilidade de acolhimento do outro, na medida em que não discrimina as pessoas; 
- possibilidade de bem estar geral e relaxamento. 
 Danças Circulares Sagradas – uma proposta de educação e cura Ana Lúcia Borges 
da Costa – Editora Triom – 2ª. ed., 2002 
 
Códigos para as marcações das danças 
D – pé direito; E – pé esquerdo 
lt - lateral; t - atrás; f - frente 
xt – cruzar atrás; xf - cruzar na frente 
j - junto; p - pulo; c - chute 
pf - apontar na frente; pt - apontar atrás 
fl - flexionar os joelhos 
rep-reposição; b - batida 
H -Homem; M - Mulher 
lv - levantar; esc-escova 
bal – balanço; toq – toque 
cal - calcanhar; g - giro 
 - “nariz” do dançarino (olhando para o centro) 
 
Direções: 
 - em direçao ao centro 
 - em direção à direita 
 - giro no lugar 
 
63 
 
Donguri Koro Koro 
 
Esta peça de 1921 foi apresentada no Jornal Chuniti “Mundo das canções Infantis” há 
aproximadamente 15 anos, sendo muito cantada pelas crianças e parece que, dentre os discos de 
canções infantis, é campeã de vendagem atualmente; a melodia é curta. O primeiro verso “donguri koro 
koro donburiko”, expressa muito bem a correspondência entre as bolotas que caem rolando das 
árvores, com a entonação das palavras. 
As bolotas são frutos de algumas espécies de carvalhos, envolvidos na base da casca em 
forma de tigela. Antigamente, qualquer família de agricultores possuía um ou dois carvalhos plantados 
nos jardins da casa e, no outono, seus frutos caíam aos montes. As crianças pegavam os frutos para 
brincarem, fazendo bonecos (joão bobo), desenhando olhos e boca na bolota, ou, piões, espetando 
palitos de fósforo ou de dente no meio da bolota. Quando achavam bolotas grandes, escondiam-nas, 
enterrando em lugares secretos como se fossem tesouros. 
Donburiko é a onomatopéia (palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisa significada), 
que expressa a queda na água, mas há muitas pessoas que cantam donguriko devido a própria cena 
da canção em que a bolotinha conversa com o dojo (tipo de peixe). O humor prende o coração das 
crianças e ela é cantada como se fosse uma peça acompanhada de expressão corporal. 
 Nonomura, Chiekol Canções Infantis do Japão 
 Tokyo – Tokyo Ongakutosho, 1991, pág. 39 
 
Donguri Koro Koro 
Fonte: Sonia Lima 
DED EDE DED E Braços/Mãos enrolando 
 g g g j 
 
 
 
 
 
 
 
 
 D E D E Braços Elevados 
 g g g j 
64 
 
 
Letra: 
Donguri koro koro Donguri ko Donguri koro koro yorokonde 
Oikeni hamatte saa tairren Shibaraky ishoni assondaga 
Dojou ga detekite kon nitiwa Yappari oyamaga koishiito 
Botian ishoni assobiamaschou Naite wa dojou wo komarasseta 
 
Rolando, Rolando Rolando... felizes 
Caiu na lagoa. E agora? Brincaram por um bom tempo 
Apareceu um peixinho: Boa tarde Até que sentiu saudades de casa 
Garoto, vamos brincar? Chorando, deixou o peixinho preocupado 
 
 
Mando Tiro, Tiro Lá 
Fonte: Renata Ramos 
Origem: Brasil 
Coreografia: Cristiana Menezes – Fevereiro de 2004 
Formação: pares (A e B) – A está à esquerda de B, progride na Roda 
Mãos: em “V” 
Música: Domínio Público – arranjo de Villa Lobos, cd “Villa Lobos e os Brinquedos de Roda” – Grupo de 
Percussão da UFMG e Coral Infantil da Fundação Clóvis Salgado (Palácio das Artes) – BH (MG) 
Letra: 
Bom dia Vossa Senhoria, mando tiro, tiro lá 
Bom dia Vossa Senhoria, mando tiro, tiro lá 
Láaaaaaaaaaaaaa 
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá...... 
2X: 
 
 
2X: 
 
 
Observação: A pessoa “A” fica de frente para a pessoa “B”, de mãos dadas e entra na roda à direita de 
“B” fazendo 4passos (DEDE) no lugar e “A” 4 passos (DEDE) para progredir. 
 
 
 
 
 
65 
 
Twee Emmertjes Water Halen 
(buscar dois baldinhos de água no poço) 
Fonte: Petrus Schoenmaker 
Origem: Holanda, Coreografia: tradicional 
Formação: 6 pares, frente a frente, coluna 
Originalmente – de um lado homens, de outro, as mulheres) 
Mãos: direita com direita, esquerda com esquerda (forma de “x”) 
 3 
1 – Ida M M M M M M 
 1 
2 – Volta 2 
3 – Vão para o final da fila H H H H H H 
 3 
Parte 1: As mãos dadas na forma de “x” fazem 20 vezes, na altura da barriga, o movimento de serra, um braço estica 
enquanto o outro encolhe. 
 
 Parte 2: Tomando como referência a coluna dos homens, os parceiros mais à esquerda, passam no meio da coluna, trotando 
de mãos dadas, enquanto os outros parceiros batem palmas. 
Mulher: Mulher 
 
 (ida) (volta) 8X 
 Homem: Homem 
 
 
 
Parte 3: Quando o trote acaba, homem e mulher vão para o final da fila, passando pelas costas dos outros pares e 
reencontrando-se. 
 
 
 
Parte 4: 
 
Mulheres (mãos na cintura) 
 
 
 Homens (mãos para trás) 
 
66 
 
Münchnerpolka (Polka da cidade de Münchner) 
Fonte: Petrus Schoenmaker 
Origem: Alemanha 
Coreografia: tradicional 
Formação: pares, homens de costas para o centro 
Mãos: dadas, na altura da cintura) 
H 
M 
 
 Os homens fazem os mesmos movi- Bater as palmas das mãos 
 mentos que as mulheres, porém com nas próprias coxas, uma 
 os pés invertidos palma individualmente e 
 três palmas com o parceiro. 
 
 Homem: 
 
Impulsiona a Mulher com a mão direita ao mesmo tempo 
 que pega impulso para encontrar nova parceira 
 
H 
M 
 
 Os homens fazem os mesmos movi- 
 mentos que as mulheres, porém com 
 os pés invertidos 
 
Mulher: 
Impulsiona o Homem com a mão esquerda ao mesmo tempo 
que pega impulso para encontrar novo parceiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
Aniversário 
Fonte: Renata Ramos 
Origem: Brasil 
Formação: círculo fechado e depois em linha 
Mãos: em “V” 
CD: Palavra Cantada – 10 anos 
4X: 
 
 
 
 
 
 
Os próximos passos são feitos num ritmo mais lento e conforme vai para o 
centro as mãos sobem acompanhando a letra. Quando volta as mãos descem: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
Meditação 
 
A meditação pode ser definida como um meio de autorregulação da atenção, em que busca 
desenvolver o domínio dos recursos atencionais, através da prática (Danucalov & Simões, 
2006) , ou seja, é a auto-observação e percepção racional objetivando a modificação 
voluntária no estado de consciência (Menezes, Dell’Aglio, 2009). 
Ao pensar nas práticas meditativas e nos inúmeros benefícios comprovados, surge a questão 
a respeito da importância da meditação ser inserida desde os primeiros anos de vida. É uma 
forma de auxiliar no desenvolvimento, buscar ampliar a consciência e facilitar o processo de 
autoconhecimento. Na segunda infância, a escola é um dos maiores aliados no 
desenvolvimento da criança. É no ambiente escolar que se inicia de maneira mais incisiva à 
formação de opiniões, através da necessidade de convívio com os outros, aumento dos 
desafios diários e a obtenção de mais responsabilidades, tanto dentro de casa, por já estar 
crescendo, como na escola, com tarefa, atividades, horários, socialização, etc. (Souza, 2007). 
Ao praticar a concentração no presente e a consciência, as crianças aprendem a fazer uma 
breve pausa, a tomar fôlego, percebendo o que precisam naquele instante. Isso permite que 
saiam do piloto automático, identifiquem seus impulsos e aprendam a prestar atenção – de 
uma forma amorosa – a tudo o que fazem. 
Os exercícios Mindfulness são adequados para todas as crianças com pelo menos cinco anos, 
que queiram acalmar o rodamoinho de pensamentos em sua cabeça, aprender a sentir e 
entender suas emoções e melhorar sua concentração. Também atendem a crianças que têm 
baixa autoestima e que precisem assegurar-se de que não há problema algum em serem elas 
mesmas.(SNEL, 2016) 
Por outro lado, propor uma prática meditativa para o público adolescente caracteriza um 
movimento contracultura que, na atualidade o padrão tende a um imediatismo da era 
tecnológica e uma virtualização cada vez maior das relações, o que os leva a uma desconexão 
com o corpo e com o momento presente e um crescente índice de déficit de atenção e 
hiperatividade. A meditação pode contribuir para a qualidade de vida e da atenção plenas 
nos adolescentes. (Assis, 2017) 
69 
 
Os exercícios para a meditação podem começar pela atenção com a respiração. Observar o 
ritmo, atentar para o aqui e agora, é o primeiro passo para desenvolver a concentração. 
EXERCÍCIO DO BARQUINHO 
Um dos primeiros exercícios para isso, é o do barquinho: as crianças desenvolvem uma 
dobradura de barco num papel colorido, deitam-se no chão, e colocam o barco em cima da 
sua barriga. Este objeto funciona como um meio de percepção dos movimentos da respiração, 
pois promove atenção, através de uma brincadeira, e é então convidada a encher e esvaziar 
sua barrica, de forma a fazer ondas, como se o barquinho estivesse em pleno mar. O 
movimento contínuo e cadenciado reforça a atenção ao foco, e depois pode progredir para o 
fechamento dos olhos e eventual imagem mental do barquinho, tomando maior consciência 
do movumento, através da condução. 
EXERCÍCIO “QUIETINHO FEITO UM SAPO” (Snel, 2016, pág.44) 
“O sapo é uma criatura incrível. É capaz de enormes saltos, mas também é capaz de sentar 
muito, muito quieto. Apesar de estar ciente de tudo o que lhe acontece e à sua volta, ele não 
reage prontamente. O sapo senta quieto e respira, guardando sua energia em vez de se deixar 
levar por todas as idéias que passam por sua cabeça. O sapo é quieto, muito quieto, enquanto 
respira. Sua barriguinha de sapo sobe um pouquinho e desce. Sobe e desce. Tudo o que o 
sapo pode fazer, você também pode. Tudo o que você precisa é de atenção plena. Atenção 
para com a sua respiração. Atenção, paz e tranquilidade. 
Referências: 
ASSIS, Alan da Silva Menezes de. Contribuições da meditação para qualidade de vida dos 
adolescentes. Cadernos de Naturologia e Terapias Complemetares. São Paulo, v. 5, n. 8, p.1-
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DANUCALOV, Marcelo Árias Dias; SIMÕES, Roberto Serafim. Neurofisiologia da Meditação: 
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MENEZES, Carolina Baptista, DELL’AGLIO, Débora Dalbosco. Porque meditar? A 
experiência subjetiva da praticada meditação. Psicologia em estudo, Maringá, v.14 n.3 p. 565-
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SNEL, Eline. Quietinho feito um sapo: exercícios de meditação para crianças (e seus pais) 1ª 
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SOUZA, Karenvan Mierlo dee. Sentar para Meditar: uma prática crescente entre crianças. 
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12/05/2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://www.colegioparticipacao.com.br/single-post/2017/03/16/Sentar-para-Meditar-uma-pr%25C3%25A1tica-crescente-entre-crian%25C3%25A7as
71 
 
Diário das emoções 
 
O Diário das Emoções é um jogo educativo muito interessante para fomentar o 
desenvolvimento da consciência e conhecimento sobre as emoções. Através dessa simples 
atividade, podemos ajudar as crianças a reconhecer corretamente a suas emoções diante das 
mais distintas situações. Essa atividade pode vir super bem para crianças que tenham 
problemas de conduta e não sabem expressar o que sente. Mas, claro, deveriam todas as 
crianças ter seu diário emocional, uma vez que, ao refletir sobre os próprios estados 
emocionais podem desenvolver habilidades que permita o autoconhecimento e uma melhor 
relação com as pessoas de seu entorno. 
Passo a passo do Diário das Emoções 
-recomendada a partir dos 8 anos de idade, quando já tenha desenvolvida a capacidade de 
escrita e leitura. 
Para fazer um Diário das Emoções é necessário: 
• um caderno ou um diário 
• lápis e borracha 
• lápis-de-cor e canetinhas 
Desenvolvimento da atividade: 
1. Explique às crianças quais são as 7 emoções principais: alegria, amor, medo, raiva, 
surpresa, frustração e tristeza. Pode ser que, em um primeiro momento, elas não entendam 
muito bem o que cada sentimento expressa, mas podemos agregar outros jogos para que 
elas possam reconhecer cada uma delas. É preciso que saibam que podemos experimentar 
todas ou várias dessas emoções ao longo do dia. 
2. Incentive-as a criar um bonito diário. Com um caderno, peça que elabore uma bonita 
capa, e que dentro, coloque desenhos e enfeites para que tudo fique do seu gosto. Pelas 
escolhas de desenhos e cores que faça, você aprenderá muito sobre cada criança. Claro que 
você também pode lhe presentear com um Diário pronto, mas lembremos que, sempre que 
possível, devemos incentivar a criatividade da criança. 
Cada dia, motive-a a sentar-se em um canto cômodo e silencioso da casa e refletir 
sobre o que passou. Ajude-a fazendo-lhe as seguintes reflexões: 
. Aconteceu algo de especial no seu dia? Seja bom ou ruim? O quê? 
. Como você se sentiu? 
72 
 
. Pode dizer por quê se sentiu assim? 
. Como você manifestou o que sentiu? (Por exemplo: se era alegria, saltou e gritou; se 
era raiva, bateu em algo ou alguém; se era tristeza, chorou…) 
. Esta emoção a ajudou na situação? Que você pode fazer para mantê-la ou para muda-
la e se sentir melhor. 
4. O Diário das Emoções, como o nome bem diz, é um diário, logo é importante que sua 
participação seja oral, ajudando-a a refletir. Deixe a criança expressar por escrito o que sente 
e não, por isso, ter que mostrar o que escreveu pra ninguém. A final, devemos respeitar a 
privacidade da criança. 
5. Ao final da semana, não deixe de fazer uma reflexão, mostrando à criança como as 
emoções sentidas e seu reconhecimento, pode ajuda-la na resolução de problemas. 
Há também a possibilidade de agregar a confecção de um pequeno livro, que será feito 
a partir de uma folha sulfite A4: 
https://www.youtube.com/watch?v=YX5jp1hqUG4 
Paralelamente a esse trabalho, agregamos vivências com músicas que traziam acesso 
às emoções básicas para falar sobre o Diário (com as crianças que quiseram compartilhar a 
experiência). 
 O ATLAS DAS EMOÇÕES é um grande recurso. Segundo o site, Dalai Lama imaginou 
"um mapa de nossas emoções para cultivar uma mente calma." Ele pediu a seu velho amigo 
e renomado cientista de emoções, Dr. Paul Ekman, que pusesse em prática a sua idéia, e ele 
assumiu a criação do Atlas de Emoções juntamente com sua filha, Eve Ekman, a segunda 
geração de pesquisadores e treinadora de emoções. O Atlas representa o que os 
pesquisadores aprenderam sobre o estudo psicológico das emoções. 
É muito interessante explorar a linha do tempo, entender os gatilhos que os 
acontecimentos geram em termos de emoções, e qual a estratégia para lidar com aquilo. 
Dependendo do caminho escolhido há uma resposta diferente. Mediante qualquer situação, 
compreender essa responsabilidade da escolha é um processo. Além disso, eles conectam 
uma cor para cada emoção, pois a criança tem capacidade de relacionar cores, ela tem uma 
interpretação lúdica das cores diferentes de nós, dentro do seu próprio vocabulário. 
http://atlasofemotions.org/ 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=YX5jp1hqUG4
http://atlasofemotions.org/
73 
 
Jogos cooperativos 
Em um grupo existem três formas de interação entre os indivíduos participantes: eles podem 
agir isoladamente, podem competir entre si e podem ajudar uns aos outros. A cooperação é 
uma ferramenta metodológica valiosa, que não pretende resolver todos os problemas, mas é 
uma maneira de compreender o mundo e as relações humanas em termos de igualdade, onde 
as relações que desejamos promover são de participação e ajuda (Fernández-Rio et al, 2015). 
Os Jogos Cooperativos sempre estiveram, como movimento, muito integrados às Danças 
Circulares Sagradas. Esses Jogos auxiliam a iniciar a oficina, a trabalhar um conceito, e 
muitos já são bem conhecidos do público. Elencamos alguns mais utilizados na Casa do 
Zezinho, mas a quantidade de jogos possíveis é enorme e deve ser explorada. 
Os jogos têm valores e propósitos variados, assim, é o facilitador quem determina quantos 
jogos e de quais espécies serão usados, eles podem ser agrupados em categorias de forma 
a auxiliar na abertura, confiança do grupo, de comunicação, de fechamento, entre outros: a 
flexibilidade e a criatividade estão em selecionar os jogos de acordo com o grupo e estilo do 
facilitador. (Platts, 1997) 
Ao planejar uma sessão de jogos cooperativos é importante ter sempre um jogo de nomes 
(para que todos se reconheçam pelo nome), desenvolver a confiança e deixar um espaço para 
comentários. O início, quando se estabelecem os compromissos do grupo também deve ser 
sempre incluído, bem como as avaliações de local e duração, que influenciam no sucesso da 
mesma. (Platts, 1997) 
Referencias: 
Fernández-Rio, J. Atividades e Jogos cooperativos. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2015. 
Platts, David Earl. Autodescoberta divertida: uma abordagem da Fundação Findhorn para 
desenvolver a confiança nos grupos. São Paulo: TRIOM, 1997. 
 
 
74 
 
CHAMANDO PELO NOME 
Materiais: Bolas de diferentes tamanhos e texturas 
Descrição: O grupo forma um círculo. Um dos alunos segura uma bola na mão e diz seu nome 
em voz alta, para que todos os seus colegas o ouçam, antes de lançar a bola à pessoa que 
está à sua esquerda. Aquele que recebe a bola faz o mesmo, e assim sucessivamente, até 
que a bola retorne ao participante que iniciou a atividade. A partir daí, uma vez que os nomes 
de todos os integrantes já foram ditos em voz alta, ele chama qualquer um do círculo e lança-
lhe a bola: aquele que a recebe faz o mesmo, e assim por diante. 
Variações: Os alunos podem buscar por diferentes formas de lançar a bola com a mão. Além 
disso num momento posterior na brincadeira, a pessoa que recebe a bola pode também ter 
de dizer o nome do colega que a lançou. Por fim, em vez de lançar a bola com as mãos, 
podemos pedir para que os participantes o façam com o pé. 
Observações: É fundamental que o colega que irá receber a bola esteja em contato visual 
com aquele que irá lança-la, para evitar acidentes. Se ele não estiver olhando, o outro não 
poderá lançar a bola. Se por acaso um aluno não lembrar o nome de um colega, ele deve 
perguntar-lhe antes de chama-lo paralhe lançar a bola. Pode-se também, uma vez construída 
a rede, explorar essa rede de relações de diversas maneiras e fazer o jogo ao contrário. 
Fonte: Baseado em Burrington et al. (Fernández-Rio, 2015) 
PASSANDO O BAMBOLÊ 
Materiais: Bambolês 
Descrição: A turma se divide em grupos de cerca de seis alunos. Os integrantes de cada 
grupo devem dar as mãos, formando um círculo. Coloca-se, então, um bambolê sobre as 
mãos unidas de dois integrantes de cada grupo. Objetivo: passar o bambolê por todo o círculo 
de pessoas que o formam sem nunca soltar as mãos e sem deixar o bambolê tocar no chão. 
Variações: Podemos utilizar dois, três ou quatro bambolês no círculo. Além disso, podemos 
pedir aos alunos que passem os bambolês com os olhos fechados e que não se comuniquem 
verbalmente uns com os outros. Outra possibilidade seria posicionar os integrantes voltados 
para o exterior do círculo, ou fazer com que eles tenham que saltar através do bambolê, ou 
passá-lo primeiro por suas pernas e depois pelos seus braços. Os bambolês também 
poderiam ser mantidos fixos, e aí os alunos é que se deslocariam. Posturas específiccas 
também poderiam ser determinadas para os alunos durante o curso da atividade, como os 
seguintes: ajoelhados, agachados, sentados ou em diferentes tipos de posição. 
Observações: Não é permitido tocar os bambolês com as mãos para fazê-los circular. 
Fonte: Baseado em Burrington et al. (Fernández-Rio, 2015) 
75 
 
NÓ GRUPAL 
Materiais: nenhum 
Descrição: Os participantes dividem-se em grupos de oito a dez pessoas e formam um círculo. 
Este jogo é um exercício de cooperação do grupo e de sintonização. Os participantes 
estendem os braços à sua frente, na altura dos ombros e movem-se no círculo até que todas 
as mãos se sobreponham umas às outras. O facilitador deve contar até três e aí, as pessoas 
pegarão duas mãos diferentes nas suas. Certifiquem-se que elas não são da mesma pessoa 
e, de preferência, que não sejam das pessoas ao lado. Neste momento, os participantes 
formaram um nó grupal. O objetivo é desentranhar o nó sem soltar as mãos. É importante a 
sintonia mútua e que os participantes encontrem a melhor forma de desemaranhar o grupo. 
(Plattz, 1997) 
Variações: Os participantes posicionam-se formando um círculo de oito pessoas, de modo 
que todos tenham alguém localizado bem à sua frente. Todos estendem a mão esquerda em 
direção ao centro do círculo e pegam a mão esquerda daquele que está à sua frente. Em 
seguida, fazem o mesmo com a mão direita, mas com outro integrante do círculo. O objetivo 
é desfazer o nó sem soltar-se em momento algum, até formar um círculo normal ou dois 
círculos separados. Fonte: Baseado em Burrington et al. (Fernández-Rio, 2015) 
Observações: É necessário que o círculo seja formado por um número par de pessoas. Além 
disso é importante tomar cuidado e tratar com carinho os colegas na hora de desfazer o nó. 
SIGA MEU PASSO 
Materiais: Aparelho de som 
Descrição: Essa atividade cooperativa possui várias etapas. Na primeira, cada participante 
movimenta-se livremente ao ritmo de uma música, porém sempre da mesma forma. Na 
segunda etapa, os participantes formam duplas e cada um ensina a seu colega a forma que 
ele escolheu para movimentar-se. Na terceira etapa, duas duplas se juntam e formam um 
quarteto, repetindo o processo anterior. Assim, ao término dessa etapa, cada quarteto possui 
quatro movimentos ou passos que se adequam à música, alguns dos quais, inclusive, podem 
estar repetidos. Na quarta etapa, cada quarteto seleciona um desses passos, tendo como 
única condição que todos os integrantes do quarteto sejam capazes de realiza-lo. Uma vez 
selecionado, o quarteto ensaia seu passo para que todos o executem ao mesmo tempo. Por 
fim, eles apresentam o passo para o restante da turma. 
Observações: É preferível usar fragmentos musicais em compassos binários. 
Fonte: Experiência passada por Alfredo Larraz (Fernández-Rio, 2015) 
 
76 
 
CHUVA 
Materiais: nenhum 
Descrição: Este é um bom jogo para acalmar um grupo hiper-ativo e muito energizado). Os 
participantes sentam-se em círculo, em silêncio. Esse jogo chama-se “chuva” por causa dos 
sons criados ao se jogar. É um jogo não verbal, portanto, não deve haver falas. O facilitador, 
ao se virar lentamente no círculo, vai fazer um gesto. Ao fazer um contato com os olhos de 
outra pessoa, essa começa a repetir o gesto e continua a fazê-lo até que um novo contato de 
olho-no-olho seja feito e o gesto mudado. Na primeira vez no círculo, o facilitador deve bater 
um dedo indicador no outro, devagar. Na próxima vez, bate dois dedos de uma mão com dois 
dedos da outra; depois três dedos de uma mão com três dedos da outra; então quatro dedos 
de uma mão com quatro da outra; depois estale os dedos, depois bata ambas as mãos. A 
cada nova volta no círculo, aumente o ritmo e a intensidade do som, simulando assim, mais e 
mais, a chuva. 
Observações: após completar a sequencia comece a fazer o contrário, isto é, vá diminuindo 
o ritmo e o som até que, na última voltam todos permaneçam em silêncio, significando que 
parou de chover. Para concluir, convide os participantes a discutir a experiência. 
Fonte: Plattz, 1997. 
JOGO DE APRECIAÇÃO 
Materiais: novelo de lã ou linha 
Descrição: O círculo de apreciação não deve ser usado se o grupo não se conhece, portanto, 
evita-se de usá-lo em etapas iniciais com o grupo. Este jogo reserva um tempo para que cada 
membro possa receber dos outros observações ou qualidades que vêm do coração, assim as 
afirmações devem ser genuínas e sinceras, fruto da experiência vivida com a pessoa. A 
pessoa apreciada simplesmente recebe os elogios com um “muito obrigado”. O grupo senta-
se no chão, formando um círculo. Cada participante tem a oportunidade de fazer a apreciação 
de um outro. O facilitador segura firme o fio da meada em uma mão, enquanto segura o novelo 
na outra. Seleciona então, uma pessoa do círculo e joga o novelo de lã para essa pessoa, 
que a pega e escuta uma pequena apreciação do facilitador. Por exemplo: “eu aprecio o modo 
como você escuta os outros”, ou pode também ser somente uma palavra, uma virtude, uma 
qualidade. A pessoa que foi apreciada prossegue segurando o fio com uma mão e jogando o 
novelo para outra pessoa no círculo da mesma forma. Este procedimento continua até que 
todas as pessoas sejam apreciadas. Assim, enquanto os participantes continuam a segurar 
sua ponta do novelo, o facilitador ressalta a rede de interconexões formada pela expressão 
da apreciação, aceitação e respeito mútuos. 
Fonte: Plattz, 1997 
 
77 
 
ESPELHO 
Materiais: Aparelho de som 
Descrição: Escolha um par que você não conhece muito bem. Decidam quem será “A” e “B” 
e fiquem de pé, um de frente para o outro. Este jogo é não-verbal, portanto vocês devem 
permanecer em silêncio durante o todo o exercício. Quando a música começar, ”A” vai 
lentamente movimentar os braços e as mãos em gestos suaves; depois de algum tempo 
começa também a movimentar o tronco, a cabeça e o resto do corpo, da maneira que desejar. 
“B”, simultaneamente, vai espelhando as ações de “A”, ao mesmo tempo. Comecem 
lentamente até estabelecerem um bom contato. A idéia não é pregar truques no outro, mas 
sim, estabelecer um fluxo criativo entre os dois. 
Após 2-3 minutos, o facilitador instrui para que invertam os papéis. 
Após 2-3 minutos, o facilitador diz: “agora nenhum de vocês pode liderar o tempo todo. A 
iniciativa deve surgir de uma sintonização mútua, passando de um para o outro, conforme 
perceberem a hora certa de mudar”. 
Após 2-3 minutos, o facilitador diz “acerquem-se de mais dois participantes com os quais 
sintam harmonia de movimentos. Gradualmente misturem-se com outros grupos até que o 
grupo todo se junte em um círculo, sempre se movendo juntos e harmoniosamente. Ao final, 
os participantes devem ser convidados a falar sobre a experiência. 
Fonte: Plattz, 1997HISTÓRIA EM GRUPO 
Materiais: nenhum 
Descrição: Escolha um título ou tema para uma história. É possível também combinarem a 
forma (conto, mistério, ficção científica, ou qualquer outra forma literária). Sentem-se em 
círculo. O propósito deste jogo é vocês se sintonizarem para criar uma história em grupo. Uma 
pessoa começa dizendo duas ou três frases, podendo até interromper uma frase na metade, 
se quiser. A pessoa seguinte do círculo continua dizendo mais duas ou três frases e por aí 
segue o jogo, com cada pessoa acrescentando dados à história até chegar ao fim. 
Dependendo do grupo, pode-se dar duas a três voltas no círculo até que alcance uma 
conclusão. Para finalizar, convide os participantes a falar sobre sua experiência. 
Fonte: Plattz, 1997 
 
 
78 
 
Atividades meditativas individuais 
Algumas meditações ativas são muito interessantes para a concentração, foco, 
persistência e auto-centramento. São atividades individuais, mas que podem adquirir um 
maior sentido social quando a sequencia da mesma é a troca entre os participantes ou a 
exposição dos trabalhos. 
 
MANDALAS DE LÃ 
Materiais: palito de sorvete ou palito de churrasco e lãs de diversas cores 
 
Descrição: Tecer mandalas 
https://www.youtube.com/watch?v=__WyYNiu_-A 
 
PULSEIRA DA AMIZADE 
Materiais: Roda de papelão e linhas 
Descrição: 
https://www.facebook.com/watch/?v=831045103952519&external_log_id=d674ea68007b7d0
f5223370203dbbd05&q=craft%20say%20hello%20to%20the%20hip 
Após a confecção há a troca de pulseiras pela sala em pares, ou em outro estilo de trocas. 
DOBRADURAS (ORIGAMI) 
Materiais: Papéis de diversas cores 
Descrição: 
https://br.pinterest.com/gripeixotoo/dobraduras-de-papel/ 
As dobraduras devem ser escolhidas conforme o tema que se quer trabalhar. 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=__WyYNiu_-A
https://www.facebook.com/watch/?v=831045103952519&external_log_id=d674ea68007b7d0f5223370203dbbd05&q=craft%20say%20hello%20to%20the%20hip
https://www.facebook.com/watch/?v=831045103952519&external_log_id=d674ea68007b7d0f5223370203dbbd05&q=craft%20say%20hello%20to%20the%20hip
https://br.pinterest.com/gripeixotoo/dobraduras-de-papel/
79 
 
 
 
 
 
Material elaborado por alunos e 
professores do Mestrado Profissional 
em Saúde Ambiental da FMU 
 
80 
 
CAPÍTULO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E IMPLICAÇÕES 
A proposta inicial deste trabalho foi fazer um levantamento, junto aos 
educadores da Casa do Zezinho, das principais necessidades, enquanto atuantes que 
somos na oficina de Naturologia e, ao mesmo tempo, explorar a potencialidade da 
profissão na área de educação em saúde para crianças e jovens. Em contrapartida, 
ter a oportunidade de divulgar corretamente o que faz e como trabalha o naturólogo, 
já que observamos certas distorções que são normais de ocorrer pela falta de 
conhecimento e pelo fato de, na maioria das vezes, as pessoas confundirem a 
profissão com as técnicas. 
Foi feita extensa pesquisa de revisão com o objetivo de entender contribuições 
da Naturologia para esta faixa de idade, e tudo o que encontramos foram pesquisas 
sobre o uso ou não das práticas integrativas e complementares e fatores que geraram 
o interesse dos pais em sua utilização. As racionalidades médicas têm suas próprias 
formas de olhar esses ciclos de desenvolvimento, mas não existem estudos 
contemplando essa faixa etária, dentro de uma visão naturológica. De qualquer forma, 
os artigos encontrados mostram que é objeto de investigação saber o quanto essa 
busca cresce e seus motivos. Vale lembrar que, nos Estados Unidos, o uso de práticas 
integrativas e complementares (PIC) por menores de idade gerou um suplemento 
infantil na Pesquisa Nacional de Saúde. Seria muito interessante ter este tipo de 
investigação em nosso censo brasileiro, para sabermos entre adultos, jovens e 
crianças, quem se utiliza das PICS, suas motivações e resultados. Além disso, 
também seria de grande valor incrementar o currículo das graduações com melhor 
educação pediátrica e juvenil. Chamar a atenção dessa população ao atendimento 
naturológico significa trabalhar a promoção da saúde em diversos níveis para o futuro 
jovem/adulto, o que irá se refletir em sua vida pessoal, social e ambiental. 
A pesquisa com os educadores foi bastante enriquecedora, na busca das 
necessidades e problemas relevantes que interferem na rotina do dia a dia, que já 
estão auxiliando na reestruturação e melhora das oficinas oferecidas. Identificamos 
três grandes prioridades ligadas à desenvolvimento de competências 
socioemocionais, os possíveis desdobramentos junto às famílias, e a outras inovações 
sugeridas para a expansão do projeto. Novas pesquisas poderão ser feitas para 
avaliar as oficinas. 
81 
 
Dessa forma, entendemos que o Naturólogo pode ser um parceiro junto à 
Educação e pode, inclusive, oferecer consultorias, voltadas às necessidades de cada 
escola, e colaborar com esse olhar multidimensional, trabalhando individualmente ou 
em grupo com crianças e jovens para a promoção da saúde. 
Sendo assim, entendemos que nossa atuação no período de desenvolvimento 
desta dissertação foi adequadamente enriquecedora para todas as pessoas 
envolvidas e adequada no sentido de atender os anseios em requisitos de produção 
científica. 
 
 
 
82 
 
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 
 Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa “Contribuições da Naturologia para a educação em saúde 
na Casa do Zezinho”, do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental do Complexo Educacional Faculdades 
Metropolitanas Unidas – FMU. A pesquisa tem por objetivos: analisar as contribuições da Naturologia em processos de 
educação em saúde na Casa do Zezinho (ou em contextos parecidos com a Casa), visando estabelecer possibilidades de 
melhoria com a atuação do profissional Naturólogo; identificar os problemas relevantes de saúde (de forma integrativa) que 
interferem na rotina educacional dos zezinhos; identificar com os educadores da Casa do Zezinho, percepções, dificuldades, 
necessidades, barreiras e principais anseios quando à saúde (física, emocional e mental) dos zezinhos e quanto à prática 
da Naturologia e desenvolver um processo de construção de oficinas, unindo o saber dos educadores e dos naturólogos, em 
busca de soluções para as questões identificadas, utilizando abordagens educacionais na saúde integrativa. 
 Justificativa para a realização da pesquisa, assim como possíveis benefícios e vantagens ao participante voluntário: 
conhecer melhor a contribuição da Naturologia, contribuir para a melhoria das ações de promoção e educação em saúde 
para os zezinhos e desenvolver conhecimentos para a replica de oficinas que serão desenvolvidas pelos naturólogos. 
 Metodologia: a sua participação nesta pesquisa será durante a realização de encontros com a pesquisadora 
responsável e demais educadores, no formato de roda de conversa, que se desenvolve como um grupo de discussão, por 
meio da livre manifestação da opinião de todos os participantes. 
 Você poderá ter participação nas gravações em video e áudio que possam ser realizadas durante a execução dos 
encontros. Pode ser que, nestes encontros, haja riscos de constrangimento pessoal e/ou desconforto ao responder as 
questões propostas para reflexão e discussão durante as atividades. Portanto, caso não se sinta confortável, poderá se negar 
a participar, sem precisar de justificativa para isso. Nesse caso, as informações, sejam em video ou áudio, serão apagadas 
na frente do participante, com uma testemunha. As informações serão tratadas com sigilo, ou seja, não há riscos de os 
participantes serem identificados. 
Por se tratar de uma pesquisa participativa, os resultados obtidos serão compartilhados com os participantes no 
decorrer do processo. Ao término da pesquisa será disponibilizada aos participantes cópia da dissertação de mestrado. 
Ciente dasua participação, você não terá compromisso financeiro, seja para receber ou efetuar qualquer pagamento, seja 
com os pesquisadores ou instituições participantes desse projeto, representadas pelo Complexo Educacional Faculdades 
Metropolitanas Unidas – FMU. 
Caso necessite de qualquer esclarecimento você pode entrar em contato com Vívian Angélica dos Santos Malva, 
responsável por essa pesquisa e vinculada ao Complexo Educacional Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, Programa 
de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental, por meio do telefone: 11-98153-8835 ou ainda pelo e-mail: 
vivian.malva@terra.com.br 
A pesquisa será realizada de acordo com os requisitos da Resolução CNS Nº 466/2012 e de suas complementares. 
Caso manifeste seu livre consentimento em participar desta pesquisa você receberá uma via deste TCLE, após ser 
orientado(a) quanto ao conteúdo de tudo aqui mencionado e tendo compreendido a natureza e objetivo desse estudo. 
 
 
________________________________ __________________________________ 
Nome do participante da pesquisa Assinatura do participante da pesquisa 
RG: 
 
Vívian Angélica dos Santos Malva __________________________________ 
Nome do pesquisador responsável Assinatura do pesquisador responsável 
 
 
 
 
83 
 
ANEXO B – POSICIONAMENTO SOBRE O QUE É NATUROLOGIA E RESPOSTAS 
ÀS QUESTÕES DOS EDUCADORES 
 
Definição: Naturologia é o conhecimento da área da saúde embasado na pluralidade de 
sistemas terapêuticos complexos vitalistas, que parte de uma visão multidimensional do processo de 
saúde-doença e utiliza da relação de interagência e de práticas integrativas e complementares no 
cuidado e na atenção à saúde. 
Vitalismo: o organismo é mais do que a soma das partes e seu funcionamento é regido pela 
força vital, responsável pela integridade e harmonia do organismo. 
O objetivo é promover, manter e recuperar a saúde, através da estimulação e suporte à 
inerente energia do corpo, para a melhoria da qualidade de vida, harmonia e equilíbrio do ser humano 
com o meio em que vive. 
A Naturologia utiliza-se da Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Ayurvédica, Medicina 
botânica (fitoterapia, aromaterapia e terapia floral), massagem, práticas de corpo e mente, iridologia, 
arte integrativa, fenomenologia, entre tantas outras técnicas; o diferencial deste profissional é fazer 
um diálogo entre elas, possibilitando a escolha mais adequada ao momento do interagente. 
Na Naturologia a pessoa não é um paciente, ela é chamada de interagente, porque é 
convidada a fazer parte do processo. 
O que você gostaria de saber sobre a Naturologia??? 
- Eu gostaria de saber como se inicia o auto-cuidado por meio da Naturologia. 
Essa é uma ótima pergunta. Numa consulta, é feita a anamnese da pessoa, e é montado um 
plano terapêutico. Logicamente, como a pessoa é convidada a fazer parte do processo, para cada caso 
são elencados possíveis auto-cuidados que se adequem às necessidades entre uma consulta e outra: 
pode ser um banho aromático, uma auto-massagem, um chá específico, uma prática corporal chinesa, 
um alongamento, etc. Ela também é convidada a observar hábitos, alimentação e 
sensações/sentimentos. 
- Gostaria de saber de onde surgiu a Naturologia e conhecer e vivenciar mais vezes as 
técnicas. 
A maioria dos princípios e teorias da Naturopatia tiveram origem na Europa nos séculos XVI 
e XVII, mas as raízes filosóficas remontam aos gregos (Tales de Mileto, Sócrates, Hipócrates, Platão, 
Aristóteles, dentre outros); indianos, chineses, árabes, alemães. Já o berço da Naturopatia moderna é 
os Estados Unidos da América, principalmente devido aos feitos de Benedict Lust no início do século 
passado. No Brasil, o termo Naturologia foi utilizado por acharmos que ela estaria mais voltada para 
84 
 
a saúde e utilizava aspectos voltados para a educação e o ambiente. Já a Naturopatia era utilizada 
com foco na doença, pois o termo já trazia este aspecto da palavra Pathos, que significa sofrimento 
e muitos interpretam erroneamente como doença, porém, Pathos remete também à paixão, excesso, 
passagem, afetividade, sentimento. 
Artigo: 
https://www.researchgate.net/publication/321813221_Afinal_Naturologia_e_Naturopatia_sao_cois
as_distintas_ou_similares 
- Quando falamos de Naturologia ela engloba que tipo de metodologia? 
O profissional naturólogo utiliza muitas técnicas, conforme explicado acima. Não existe uma 
metodologia única. Os egressos partem para várias especializações, mestrados e doutorados e 
acabam por ter uma individualidade no atendimento. O principal é sempre olhar a pessoa de forma 
integral. 
- Métodos da Naturologia que auxilie na labirintite 
Existem muitas formas de tratamento para labirintite, pois cada racionalidade médica 
vitalista tem uma forma de explica-la e consequentemente, de tratá-la. Assim, deve ser analisada a 
situação atual do interagente, sua multidimensionalidade e aí é traçado o plano terapêutico adequado. 
Eu pretendo fazer uma formação em acupuntura e gostaria de saber tudo o que envolve 
a área 
A formação em Medicina Tradicional Chinesa normalmente dá muitas ferramentas pois tem: 
1) Uma doutrina médica 
2) Um sistema de diagnóstico 
3) Um sistema terapêutico 
4) Uma dinâmica vital 
5) Uma morfologia 
Essas são as 5 dimensões de uma racionalidade médica, segundo Madel Luz. Normalmente 
a formação em MTC dura em torno de 2 anos e eu sugiro que você busque um lugar que tenha uma 
linhagem e um estágio adequado. 
A Naturologia estuda outras racionalidades além da MTC. 
Estou à disposição para quaisquer dúvidas adicionais. 
 Vívian Angélica dos Santos Malva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.researchgate.net/publication/321813221_Afinal_Naturologia_e_Naturopatia_sao_coisas_distintas_ou_similares
https://www.researchgate.net/publication/321813221_Afinal_Naturologia_e_Naturopatia_sao_coisas_distintas_ou_similares
85 
 
ANEXO C – METODOLOGIA ATIVA CARROUSSEL 
 
As pessoas foram divididas em grupos de 4 a 5 pessoas, por opção dos 
mesmos, cada grupo com educadores de determinada faixa etária; 
A cada grupo foi dada uma cartolina com uma questão relevante ao assunto 
do dia (levantamento de necessidades dos zezinhos); 
Cada grupo trabalhou dentro de um limite de tempo (5 minutos) para 
escrever suas respostas, idéias e pensamentos sobre a pergunta, cada um com 
uma caneta de cor diferente para os identificar; 
Depois desse tempo cada grupo migrava para outra cartolina com outra 
questão diferente; 
Cada grupo foi convidado a rever a resposta do(s) grupo(s) anterior(es), se 
concordassem, eles faziam uma marca na resposta com sua cor de caneta, se 
discordassem, poderiam agregar com a justificativa da negação, além de incluir 
suas próprias respostas; 
O processo continua pelo carroussel, até que todos tenham passado por 
todas as cartolinas; 
Ao final foi feito o debriefing. 
 
As perguntas foram: 
1) A casa do Zezinho tem alguma oficina focada na promoção de saúde? 
2) Existe um projeto de Educação em Saúde na Casa do Zezinho? Como a 
Naturologia pode contribuir? 
3) Quais problemas relevantes de saúde (de forma integrativa) interferem na 
rotina educacional dos zezinhos? 
4) Quais as percepções, dificuldades, necessidades, barreiras e principais 
anseios quando à saúde (física, emocional e mental) dos zezinhos em 
relação à prática da Naturologia? 
5) O que você acha que poderia ser feito para melhorar a atuação da 
Naturologia aqui na casa? 
6) Você acha que a abordagem da Naturologia deveria incluir a família dos 
Zezinhos? Como?