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Gramatica - Moderna Plus-097-099

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Humor
 1. Considerando as falas das personagens no primeiro quadrinho, expli-
que por que Hagar imagina que o homem com quem conversa seria 
“sentimental”.
 2. A resposta dada pelo homem à pergunta de Hagar é a esperada? 
Justifique.
 3. Qual pode ter sido a intenção do autor da tira ao mudar o foco do diá-
logo? Explique.
HAGAR Chris Browne
Uma das características que distinguem os seres humanos das demais 
espécies é a capacidade de rir e de provocar o riso. 
Muitas vezes relacionado a um uso específico da linguagem, esse com-
portamento manifesta-se em diferentes circunstâncias. Rimos de situações 
que parecem absurdas, cômicas, inesperadas, surpreendentes (como o 
diálogo da tira acima).
O discurso humorístico
Certamente você já ouviu e já contou piadas. Mas já parou para analisá- 
-las? Já se perguntou o que, nesse gênero textual, desencadeia o riso? 
Veremos, a seguir, que a raiz de humor das piadas liga-se a duas situações: 
ao que é tematizado ou ao modo como a linguagem é utilizada.
No texto abaixo, o riso nasce da resposta inesperada dada pelo filho a 
uma pergunta da mãe. Trata-se, portanto, de um humor gerado pela questão 
tematizada: a reação de filhos à notícia de que “ganharão” um irmão ou uma 
irmã de “presente”.
O presente
A mãe de Juca estava grávida e perguntou a ele o que preferia ganhar: um ir-
mãozinho ou uma irmãzinha.
Juca respondeu:
— Mamãe, se não for pedir muito eu preferiria uma bicicleta.
Disponível em: <http://www1.uol.com.br/criancas/piadas/ult987u.shl>. 
Acesso em: 28 nov. 2005.
Como nosso objetivo é analisar os efeitos de sentido associados aos usos 
da linguagem, vamos nos concentrar na segunda das situações que provocam 
o riso, aquelas criadas pela manipulação das estruturas da língua.
 Leia atentamente o diálogo abaixo.
 
BRO NE, Chris. 
Hagar. Folha de 
S.Paulo. São Paulo, 
18 nov. 1996.
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Riso e linguagem•	
Duplo sentido, interpretação literal de algo que precisa ser entendido em 
sentido figurado, representações estereotipadas de variedades linguísticas 
estigmatizadas são recursos associados à linguagem presentes em muitas 
piadas. Observe.
Haja coração!
A professora pergunta:
— Quantos corações nós temos?
O aluno:
— Temos dois, professora!
— Dois?
— Sim: o meu e o seu!
Disponível em: <http://www1.uol.com.br/criancas/
piadas/ult986u.shl>. Acesso em: 28 nov. 2005.
A graça desse texto está na interpretação que o aluno faz do pronome nós 
utilizado pela professora. Em situações como essa, geralmente o pronome 
deve ser entendido como fazendo referência à raça humana. 
O aluno faz uma interpretação mais específica e entende que o pronome 
se refere a duas pessoas: ele e a professora.
Cuidado com o 
preconceito
Verbos
A professora pergunta para a Mariazinha:
— Mariazinha, me dê um exemplo de verbo.
— Bicicreta! — respondeu a menina.
— Não se diz “bicicreta”, e sim “bicicleta”. Além disso, bicicleta não é verbo. 
Pedro, me diga você um verbo.
— Prástico! — disse o garoto.
— É “plástico”, não “prástico”. E também não é verbo. Laura, é sua vez: me 
dê um exemplo correto de verbo — pediu a professora.
— Hospedar! — respondeu Laura.
— Muito bem! — disse a professora. Agora, forme uma frase com este 
verbo.
— Os pedar da bicicreta é de prástico!
Disponível em: <http://www1.uol.com.br/criancas/piadas/ult986u.shl>.
Acesso em: 28 nov. 2005.
Várias piadas trabalham com o estereótipo da fala “caipira” para provocar o 
riso. Como vimos no Capítulo 1, não se deve recorrer ao modo como as pessoas 
falam para justificar qualquer tipo de discriminação ou preconceito. Mesmo que 
a brincadeira com a interpretação equivocada de Os pedar, na piada, provoque 
o riso, é preciso reconhecer que o texto faz uma caracterização estereotipada 
e preconceituosa dos alunos que são falantes de variedades de português 
diferentes das normas urbanas de prestígio.
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ATIVIDADES
 Leia a tira a seguir para responder às questões 1 e 2.
 Laerte
 1. O humor da tira acima é construído pelo jogo linguístico criado a 
partir de um determinado termo. Que termo é esse e o que ele de-
signa normalmente? 
Como o termo é interpretado por São Pedro?ff
 2. Podemos afirmar que São Pedro deseja, intencionalmente, que 
Deus utilize esse termo para designar o problema que o aflige? 
Explique.
 A crônica a seguir faz parte de um livro intitulado Zé Cabala e 
outros filósofos do futebol. Nele, o autor reproduz o monólogo 
interior de um goleiro durante um jogo de futebol. Leia o texto 
para responder às questões de 3 a 6.
Camisa 1
Já faz cinco minutos que ninguém chuta uma bola. Melhor assim. Ou vai ver 
é pior: se ninguém chuta, eu não defendo e não apareço. 
Tomara que chutem, mas chutem fraco, porque aí eu faço uma ponte e a 
torcida vai achar que eu sou bom. 
Mas tem uns chutes fracos que vão bem no canto e aí parece um frango. O 
melhor mesmo é que não chutem. Ainda mais se o chute vier daquele número 8. 
Ele chuta bem pra caramba. 
Eu também chuto forte. Por que não fui ser atacante? Acho que foi porque 
meu pai me deu umas luvas quando eu era pequeno. Lá vem o 8, lá vem o 8!
— Trava, trava!
Boa, o central travou. Esse cara ainda vai para a seleção. Ou pelo menos para 
um clube de cidade grande. 
Eu também vou, eu sei que um dia eu vou. Não, não vou, eu sei que não 
vou. 
É melhor estudar para aquele concurso do Banco do Brasil. Lá deve ter um 
time de futebol. Aposto que eu ia ser o titular. 
A não ser que o Aristides também passasse no concurso. Mas ele é uma 
besta, nunca que ia passar. Coitado, não posso falar assim. O cara tá com o dedo 
quebrado. Mas também, quem mandou se atirar no pé do Tonelada? Ainda mais 
num treino. 
Xi, lá vem o 7. Mas esse chuta muito mal. Ele vai chutar ou cruzar? Chutar ou 
cruzar? Se ele cruzar, eu saio ou fico? Fico ou saio? 
Ponte: salto do goleiro para 
alcançar um chute alto. O nome 
refere-se ao desenho de um 
arco quando o goleiro realiza o 
movimento.
 LAERTE. Deus 2. São Paulo: Olho d’água, 2002. p. 14.
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