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Prévia do material em texto

ICONOGRAFIA DOS 
nos estados da 
Paraíba e Pernambuco Marcelle Torres
ORIXÁS 
ICONOGRAFIA DOS 
Aluna
Marcelle de Morais Torres Irineu
Orientador 
João Batista Guedes
Campina Grande - PB, 10 novembro de 2023
Relatório técnico-científico apresentado ao curso de Design 
da Universidade Federal de Campina Grande, como requisito 
para obtenção do título de bacharel em Design.
nos estados da 
Paraíba e Pernambuco
ORIXÁS 
Irineu, Marcelle de Morais Torres
	 Iconografia	 dos	 orixás	 nos	 Estados	 da	 Paraíba	 e	
Pernambuco [livro eletrônico] / Marcelle de Morais Torres 
Irineu.	--	1.	ed.	--	Campina	Grande,	PB		Ed.	da	Autora,	2023.
 
 PDF
	 Bibliografia.
	 ISBN	978-65-00-87148-7
	 1.	Artes	2.	Design	-	Aspectos	sociais	3.	Iconografia	4.	
Orixás	5.	Paraíba	(Estado)	-	Aspectos	religiosos	6.	Pernambuco	
(PE)	-	Aspectos	religiosos	7.	Simbolismo	na	arte	8.	Religiões
afro-brasileiras I. Título.
Índices para catálogo sistemático:
1.	Orixás	:	Iconografia	:	Artes	741
Aline	Graziele	Benitez	-	Bibliotecária	-	CRB-1/3129
23-182155 CDD-741
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Para os meus Ancestrais, todos aqueles 
que vieram antes de mim. Aqueles que 
habitam meu sangue e coração, e que 
com seus encontros e desencontros, 
construíram existência. 
Para minha mamãe Oxum, meu pai 
Oxaguiã, e minha mãe Yemanjá, por 
todos os caminhos abertos.
O percurso da humanidade se transforma quando o homem manipula a 
primeira ferramenta; o percurso da minha vida muda quando empunho 
o primeiro lápis. Por isso, sou profundamente grata aos meus pais 
Marcelo Irineu e Ângela Irineu que me proporcionaram esse momento tão 
sublime, tal como permitiram-me riscar as paredes de casa desde sempre; os meus 
primeiros projetos. Assim, consequentemente, tornei-me uma desenhista. Em todo 
esse percurso, meus pais não me deixaram sozinha um minuto sequer, inclusive no 
andamento deste trabalho, onde se tornaram meus assistentes de campo. Não sendo 
o suficiente, também fui acompanhada pela minha irmã, Gabriella Torres, companheira 
ao longo da vida e, claro, da graduação, servindo muitas vezes de usuária, persona e 
assistente. Agradeço a esse trio sensacional e alicerce da minha existência. 
Fui uma desenhista que nunca se contentou com a arte pela arte; gostava de livros e 
números. Isso devo aos meus avós paternos João Irineu e Socorro Figueiredo, que me 
acompanharam diariamente nas caronas desde a escola até a universidade, e nunca 
me negaram livros de presente e tudo aquilo referente ao meu conhecimento. Por 
falar em apreço por conhecimento, isso é algo que também aprendi e agradeço aos 
meus avós maternos, Luzinete Morais e Paulo Torres. Vovó Luzi, uma educadora nata, 
apaixonada pela escola e por transformar vidas através do conhecimento. Meu avô 
Paulo, in memoriam, um designer vernacular, vidraceiro, que executou tantos projetos, 
o qual nunca pude agradecer em vida a habilidade que herdei com réguas e esquadros, 
que me foi muito útil no curso de Design. 
Na Universidade Federal de Campina Grande, na Unidade Acadêmica de Design, pude 
colocar em prática todas essas inspirações e ambições que me rodeavam, e fazer o 
que verdadeiramente amo. Agradeço aos professores que também me inspiraram 
nesse caminho e que servem de referência para mim e muitas vezes me estenderam 
a mão, sobretudo ao meu orientador João Batista Guedes e aos professores Camila 
Assis Peres Silva, Isis Tatiane de Barros Macedo Veloso, Luís Felipe de Almeida Lucena 
e Mércia Rejane Rangel Batista. Agradeço também aos colegas que surgiram na 
universidade, em especial a Marina Martins, Hellen Lopes e Ana Luíza Queiroz pela 
companhia na “alegria e na doença” ao longo dos últimos quatro anos. 
Afinal, não ando só; só ando em boa companhia. Também agradeço ao meu 
companheiro Gabriel Leal, à minha irmã de coração Anna Motta, ao meu cunhado 
Agradecimentos
Ícaro Leal, ao meu sobrinho Henrique Leal, e à minha psicóloga Fernanda Marreiro, 
que me deram força, muitas alegrias e muito amor nessa trajetória. 
Falar de Design e do divino me parece natural – ora, se Deus criou e projetou tudo e 
todas as coisas, não seria Ele também um designer? Se o Design está em quase tudo 
o que nos cerca no mundo material, em todas coisas, onipresente e onipotente, talvez 
ele certamente tenha um pouco de Deus. 
Agradeço aos irmãos de fé afro-brasileira que tornaram esse trabalho possível: a toda 
egbé do Ilê Axé Oyá Gigande, ao Babalorixá Tatá de Oyá, à ekedi Iolanda Alves (Gopi 
Gana) e a Luiz Ottoni. Ao Ilê Obá Ogunté, Sítio de Pai Adão, sobretudo ao egbomi 
Idelfonso, ao Babalorixá Manoel Papai, e ao seu neto ogã Lucas. À cientista da religião 
Larissa Lira pelo acervo cedido, bem como aos queridos fotógrafos que também me 
cederam os seus acervos: Paulinho Filizola do Terreiro Xambá e Paula Teixeira da A bebé 
Wura Fotografia. Aos artistas pernambucanos Diogum e Mestre Bila por cederem suas 
obras e conversarem sobre o assunto. Ao artista sergipano Breno Loeser e ao paulista 
Matheus Henrique, por cederem suas ilustrações que acompanham a iconografia de 
cada orixá. 
A iconografia dos orixás é envolta de pureza de intenções; não quer convencer, 
tampouco doutrinar, basta simplesmente ornamentar. Ela é funcional e representativa, 
não dogmática. Seus objetos são ferramentas de contar histórias. Penso em Oxum, 
penso nos rios, nas cachoeiras, no dourado, no amarelo, nos espelhos, e isso basta 
para me recordar dela e sentir o seu axé, sem cânones. Não é preciso escrituras 
sagradas, feições humanas envoltas por aréolas; o ícone basta. 
Agradeço a todos os designers e artistas de axé que mantêm viva essa tradição, que 
espero poder contribuir agora. 
“Sentava conosco nos botequins mais alegres, 
donzela do estrelado negro. Dançava o samba 
de roda com sua saia dourada de astros, 
requebrando as negras ancas africanas, 
os seios como ondas agitadas. Brincava 
na roda da capoeira, sabia os golpes dos 
mestres e até inventava, inventadeira danada, 
desrespeitadora das regras, noite mais 
brincalhona! Na roda das iaôs era o orixá 
mais aclamado, cavalo de todos os santos, de 
Oxalufã com seus cajados de prata, curvado 
Oxalá, de Iemanjá parindo peixes, de Xangô 
do raio e do trovão, de Oxóssi das florestas 
molhadas, de Omolu com suas mãos de 
bexiga, era Oxumaré das sete cores do arco-
íris, o dengue de Oxum e a guerreira Iansã, os 
rios e fontes de Euá. Todas as cores e todas as 
contas, as ervas de Ossani e suas mandingas, 
seus feitiços, suas bruxarias de sombras e 
iluminuras.”
Jorge Amado em “Pastores da Noite” (1964).
IRINEU, Marcelle de Morais Torres. Iconografia dos Orixás nos estados da Paraíba 
e Pernambuco. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Design). Unidade 
Acadêmica de Design, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 
2023.
Este trabalho de conclusão de curso visa estudar a iconografia dos Orixás na região 
dos estados da Paraíba e de Pernambuco, sob uma perspectiva de Design, focando 
na análise visual e formal. Os Orixás são deidades da religião afro-brasileira com 
representações visuais e simbólicas ligadas à natureza, cores e ícones. O estudo 
busca catalogar as formas, cores, texturas e símbolos presentes na iconografia 
dos Orixás, fornecendo referências e diretrizes para designers, artistas e outros 
profissionais interessados na compreensão visual desses ícones religiosos. Os 
objetivos incluem identificar as simbologias nos ritos afro-brasileiros, catalogar 
as simbologias dos principais Orixás e entender a relação entre os seus elementos 
visuais e as formas no Design. A pesquisa se limita à região Nordeste do Brasil, com 
foco nos estados da Paraíba e de Pernambuco. O estudo visa valorizar a riqueza 
visual e estética da iconografia dos Orixás, fortalecer a representatividade dos 
cultos afro-brasileiros e contribuir para o campo acadêmico. O resultado será a 
criaçãode painéis síntese para a análise visual da iconografia dos 10 Orixás mais 
cultuados: Exu, Ogum, Oxóssi, Omulu Obaluaê, Nanã, Oxum, Iansã, Xangô, Yemanjá 
e Oxalá. 
Resumo
IRINEU, Marcelle de Morais Torres. Iconography of Orishas in the states of Paraíba 
and Pernambuco. Undergraduate Thesis (Bachelor of Design). Design Academic Unit, 
Federal University of Campina Grande, Campina Grande, 2023.
This undergraduate thesis aims to study the iconography of the Orishas in the region 
of the states of Paraíba and Pernambuco from a Design perspective, focusing on 
visual and formal analysis. The Orishas are deities of Afro-Brazilian religion with 
visual and symbolic representations linked to nature, colors, and icons. The study 
seeks to catalog the forms, colors, textures, and symbols present in the iconography 
of the Orishas, providing references and guidelines for designers, artists, and 
other professionals interested in the visual understanding of these religious icons. 
Objectives include identifying the symbolism in Afro-Brazilian rituals, cataloging the 
symbolism of the main Orishas, and understanding the relationship between their 
visual elements and shapes in Design. The research is limited to the northeastern 
region of Brazil, with a focus on the Paraíba and Pernambuco states. The study aims 
to valorize the visual and aesthetic richness of the Orishas’ iconography, strengthen 
the representation of Afro-Brazilian cults, and contribute to the academic field. The 
result will be the creation of synthesis panels for visual analysis of the iconography of 
the 10 most worshipped Orishas: Esu, Ogun, Omulu, Nana, Osun, Oya, Sango, Yemoja 
and Obatala.
Abstract
Lista	de	figuras
Figura 01: “Candomblé Joãozinho Da 
Gomeia, Salvador, Brasil, 1946”, por 
Pierre Verger. (Fonte: Fundação Pierre 
Verger)
Figura 02: Primeira edição de 
“Iconografia dos Deuses Africanos no 
Candomblé da Bahia”, por Carybé, 1980. 
(Fonte: Capadócia Arte e Antiguidades)
Figura 03: Adereços de Oxum em 
“Iconografia dos Deuses Africanos no 
Candomblé da Bahia”, por Carybé, 1980. 
Figura 04: “Ifa - divination”, Kétou, 
Bénin, 1948-1953. (Fonte: Fundação 
Pierre Verger).
Figura 05: Imagens de santos católicos 
em altar afro-brasileiro no Sítio de Pai 
Adão, em Recife - PE, 2018. (Fonte: Folha 
PE).
Figura 06: Hildo Leal da Rosa do Terreiro 
Xambá em Olinda - PE, segurando uma 
imagem de Santa Barbára, 2022. (Fonte: 
Paulinho Filizola).
Figura 07: Catimbó de Luís Gonzaga 
Angelo, João Pessoa - PB, 1938. (Fonte: 
Folha de S. Paulo).
Figura 08: Trono ou banco esculpido 
do culto de Yemanjá presente na obra 
“As Bellas-Artes nos colonos pretos do 
Brasil: a esculptura”, 1904. 
Figura 09: Evolução dos símbolos de 
cabeça. (Fonte: Ramos, 1947).
Figura 21 e 22: Quarto de Orixá do Ilê Axé 
Oyá Gigandê (Fonte: acervo do Ilê).
Figura 23: Oxum por Diogum. (Fonte: 
acervo pessoal do artista).
Figura 24: Balangandã baiano (Fonte: 
Bauhaus Leilões)
Figura 25: Assentamentos no Sítio de Pai 
Adão - Recife - PE (Fonte: a autora).
Figura 26: Representação de Exu pelo 
artista sergipano Breno Loeser, 2023 
(Fonte: Acervo do artista).
Figura 27: Exu no Ilé Asè Omi Karelewà - 
João Pessoa - PB (Fonte: acervo do Ilê)
Figura 28: Representação de Exu pelo 
artista pernambucano Diogum, 2023 
(Fonte: Acervo do artista).
Figura 29 e 30: Tridente de Exu. (Fonte: 
Nova Zé Artigos Religiosos).
Figura 31: Tridente de Exu. (Fonte: Casa 
Lírio Verde).
Figura 32: Tridente de Exu. (Fonte: Lu Art’s 
Bijouterias).
Figura 33: Cabeça de Exu pelo artista 
sergipano Breno Loeser, 2023. (Fonte: 
Acervo do artista).
Figura 34: Escultura de Exu por Mestre Bila - 
Tracunhaém - PE (Fonte: a autora)
Figura 35: Estatueta de Exu. Met Museum. 
(Fonte: The Met).
Figura 36: Estatueta de Exu. Coleção 
Robilotta, MASP. (Fonte: Afreaka).
Figura 37: Ogó de Exu. (Fonte: Atêlie 
D’Oxê).
Figura 38: Ogó de Exu. (Fonte: Mercado 
Livre).
Figura 39: Ogó de Exu. (Fonte: Shopee).
Figura 40: Ogó de Exu. (Fonte: Elo7).
Figura 41 a 43: Presentes de Exu no 
Terreiro Xambá - Olinda-PE. (Fonte: 
Paulinho Filizola).
Figura 44: Presente para Exu no Ilé Asè 
Omi Karelewà - João Pessoa - PB (Fonte: 
acervo do Ilê).
Figura 45: Quartinha para Exu (Fonte: 
Amazon).
Figura 46: Quartinha para Exu (Fonte: 
Shopee).
Figura 47: Fio de conta para Exu (Fonte: 
Universo Religioso).
Figura 48: Ogum no Ilê Axé Odé Tá Ofá 
Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: Abebé 
Wúra Fotografias)
Figura 49: Representação tradicional de 
São Jorge (Fonte: Domínio Público).
Figura 50: Balangandã de Ogum (Fonte: 
Mercadão da Fé).
Figura 51: Balangandã de Ogum no 
Museu Afro da Bahia (Fonte: Museu Afro 
da Bahia - UFBA).
Figura 10: Altar para Xangô no Terreiro 
Xambá, Olinda - PE, 2023. (Fonte: Paulinho 
Filizola).
Figura 11: Médium em transe com Orixá 
Ogum, no Ilê Axé Odé Tá Ofá Silná em João 
Pessoa - PB, 2023. (Fonte: Abebewura 
Fotografia).
Figura 12: Obra “Oxalá”, de Emanoel Araujo, 
2007, coleção do artista. (Fonte: MASP).
Figura 13: Peça da exposição “Templo de 
Oxalá”, de Rubem Valentim, 1977. (Fonte: 
Museu de Arte Moderna – Bahia).
Figura 14: Peças de Isaac Silva e Adriana 
Meira para o desfile da 44ª Casa de 
Criadores, 2018. (Fonte: Lilian Pacce.)
Figura 15: Desfile de Walério Araújo - 31º 
Casa de Criadores, 2012. (Fonte: Agência 
Click News).
Figura 16: Desfile da escola de Samba 
Viradouro em 2020. (Fonte: Uol).
Figura 17: Desfile da escola de Grande Rio 
em 2022. (Fonte: G1).
Figura 18: Machados e outros artefatos 
ritualísticos relacionados ao orixá Xangô. 
(Fonte: a autora).
Figura 19: Entrada do Sítio de Pai Adão no 
bairro de Água Fria em Recife - PE. (Fonte: a 
autora).
Figura 20: Pintura no salão do Ilê Oba 
Ogunté. (Fonte: a autora).
Congonhal - Paulista - PE (Fonte: Acervo do 
ilê)
Figura 69: Fio de conta de Ogum (Fonte: 
Manacá Fios).
Figura 70: Igbá de Ogum (Fonte: Casa do 
Lírio Verde).
Figura 71: Espada de São Jorge (Fonte: Água 
Verde Floricultura).
Figura 72: Oxóssi pelo artista Abdias 
Nascimento, Okê Oxóssi, 1970, Abdias 
Nascimento, acervo MASP.
Figura 73: Oxóssi pelo artista sergipano 
Breno Loeser, 2023 (Fonte: Acervo do 
artista).
Figura 74: Ofá de Oxóssi. (Fonte: Atêlie 
D’Oxê).
Figura 75: Ofá de Oxóssi (Fonte: Nova Zé 
Artigos Religiosos).
Figura 76: Ofá de Oxóssi. (Fonte: SP Artes).
Figura 77: Ofá de Oxóssi (Fonte: Francisco 
Brennand).
Figura 78 e 79: Chapéu de Oxóssi (Fonte: 
Cabaret de Marie).
Figura 80: Chapéu de Oxóssi (Fonte: 
Chapéus 25).
Figura 81: Chapéu de Oxóssi (Fonte: Ateliê 
Duas Coroas).
Figura 82: Erukerê de Oxóssi. (Fonte: Atêlie 
D’Oxê).
Figura 83 e 84: Erukerê de Oxósssi (Fonte: 
Atêlie Duas Coroas).
Figura 85: Erukerê de Oxósssi (Fonte: 
Cabaret de Marie).
Figura 52 e 53: Ilustrações de Carybé 
em Iconografia dos Deuses Africanos. 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook).
Figura 54: Espada de Ogum (Fonte: Nova 
Zé Artigos Religiosos).
Figura 55: Ilustração de Carybé em 
Iconografia dos Deuses Africanos. 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook).
Figura 56: Espada de Ogum (Fonte: 
Reino das Ferramentas).
Figura 57: Espada de Ogum (Fonte: 
Desconto no preço).
Figura 58: Capacete de Ogum (Fonte: 
Mercadão de Niterói).
Figura 59: Capacete de Ogum (Fonte: 
Americanas).
Figura 60: Capacete de Ogum (Fonte: 
Mercadão de Niterói).
Figura 61: Capacete de Ogum (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 62 e 63: Facão de Ogum Ilê Axé 
Alaketu Obá Yzô - Igarassu - PE (Fonte: 
Acervo do fotógrafo Kayo Real)
Figura 64: Correntes para Ogum no Ilê 
Axé Odé Tá Ofá Sílná - João Pessoa - PB 
(Fonte: Abebé Wúra Fotografias)
Figura 65 e 66: Ogum no Ilê Axé Odé 
Tá Ofá Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: 
Abebé Wúra Fotografias)
Figura 67: Ogum em Ilê de Candomblé 
Ketu - João Pessoa - PB (Fonte: Larissa 
Lira)
Figura 68: Pequeno Ogum no Ilê Axé 
Figura 86: Bolo para Oxóssi no Ilê Axé Odé 
Tá Ofá Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: 
Larissa Lira).
Figura 87: Ferramentas de Oxóssi no Sítio 
de Pai Adão - Recife - PE (Fonte:A autora).
Figura 88 e 89: Ornamento de Oxóssi no 
Ilê Axé Odé Tá Ofá Sílná - João Pessoa - PB 
(Fonte: Abebé Wúra Fotografias).
Figura 90: Oxóssi no Ilê Axé Odé Tá Ofá 
Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: Abebé 
Wúra Fotografias).
Figura 91: Oxóssi no Centro Cultural Ilé Àxé 
Omi Karélewà - João Pessoa - PB (Fonte: 
Acervo do Ilê).
Figura 92: Louça de barro (Fonte: Casa 
Lírio Verde).
Figura 93: Fio de conta de Oxóssi (Fonte: 
Elo7).
Figura 94: Omulu pelo artista sergipano 
Breno Loeser, 2023 (Fonte: Acervo do 
artista).
Figura 95: Armário Cabana dos Irmãos 
Campana, 2010 (Fonte: Firma Casa).
Figura 96: Xaxará de Omolu (Fonte: Paraíso 
Místico).
Figura 97: Ilustração de Carybé em 
Iconografia dos Deuses Africanos (Fonte: 
Acervo do artista - Facebook).
Figura 98: Xaxará de Omolu (Fonte: 
Mercado Livre).
Figura 99: Xaxará de Omolu (Fonte: Casa 
dos Lírios).
Figura 100: Obra sem título do Mestre Didi 
(Fonte: Almeida e Dale).
Figura 101: Presentes para Omulu no Ilé 
Àsé Ìyá Omi Órun - Recife - PE (Fonte: 
Acervo do Ilê).
Figura 102: Médiuns de Omulu no Ilé 
Asè Omi Karelewà - João Pessoa - PB 
(Fonte: acervo do Ilê).
Figura 103, 104, 105: Omulus no Ilê Axé 
Odé Tá Ofá Sílná - João Pessoa - PB 
(Fonte: Abebé Wúra Fotografias).
Figura 106 a 107: Omulu no Ilê Axé Odé 
Tá Ofá Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: 
Abebé Wúra Fotografias).
Figura 108 e 109: Omulu do Afoxé 
Omolu Pakeru do Terreiro Xambá - 
Olinda - PE (Fonte: Paulinho Filizola).
Figura 110: Cerimônia para Omulu no Ilé 
Asè Omi Karelewà - João Pessoa - PB 
(Fonte: acervo do Ilê).
Figura 111: Fio de contas de Omulu 
(Fonte: Ateliê Oliveria Guias).
Figura 112: Nanã no terreiro de Mãe 
Zefinha de Nanã - Recife - PE (Fonte: 
Larissa Lira).
Figura 113: Nanã Ilé Asè Omi Karelewà - 
João Pessoa - PB (Fonte: acervo do Ilê).
Figura 114: Ibiri de Nanã (Fonte: Ateliê 
Duas Coroas).
Figura 115: Ibiri de Nanã (Fonte: Casa do 
Lírio Verde).
Figura 116: Ilustração de Carybé em 
Iconografia dos Deuses Africanos 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook).
Figura 117: Ibiri de Nanã (Fonte: Ateliê 
Duas Coroas).
Figura 118 a 119: Nanã no terreiro de Mãe 
Zefinha de Nanã - Recife - PE (Fonte: 
Larissa Lira).
Figura 120: Oxum por Emanoel Araujo, 
2007 (Fonte: Masp).
Figura 121: Oxum pelo artista sergipano 
Breno Loeser, 2023 (Fonte: Acervo do 
artista).
Figura 122: Abebé de Oxum (Fonte: Awô 
Omi).
Figura 123: Abebé de Oxum (Fonte: 
Mercado Livre).
Figura 124: Abebé de Oxum (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 125: Adê de Oxum (Fonte: Ateliê 
Duas Coroas).
Figura 126: Adê de Oxum (Fonte: 
Mercado Livre).
Figura 127: Adê de Oxum (Fonte: 
Olegario Lemos).
Figura 128 a 129: Oxum no Terreiro 
Xambá - Olinda - PE (Fonte: Paulinho 
Filizola).
Figura 130: Oxum no Ilê Axé Odé Tá Ofá 
Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: Abebé 
Wúra Fotografias).
Figura 131: Oxum no Terreiro Nosso 
Senhor do Bonfim - Campina Grande - 
PB (Fonte: Larissa Lira).
Figura 132 a 136: Oxum no Terreiro 
Xambá - Olinda - PE (Fonte: Paulinho 
Filizola).
Figura 137 a 141: Oxum no Terreiro 
Xambá - Olinda - PE (Fonte: Paulinho 
Filizola).
Figura 142 e 143: Oxum no Ilê Axé Odé Tá 
Ofá Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: Abebé 
Wúra Fotografias).
Figura 144: Oxum no Sítio de Pai Adão - 
Recife - PE (Fonte: A autora).
Figura 145: Iansã do Pai Altair Medeiros 
Tavares do Ilê Axé Oyá Gigandê - Campina 
Grande - PB (Fonte: Diogo Marques).
Figura 146: Espada de Iansã (Fonte: Arte 
Metal Orixás).
Figura 147: Espada de Iansã (Fonte: Ateliê 7 
Raios).
Figura 148 e 149: Espada de Iansã (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 150 a 153: Eruexim de Iansã (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 154: Chifre de Búfalo (Fonte: Ateliê 
Duas Coroas).
Figura 155: Chifre de Búfalo (Fonte: Casa 
do Cigano).
Figura 156: Acessório de Ibá 
(assentamento) de Iansã em formato de raio 
(Fonte: Casa Lírio Verde).
Figura 157: Adê de Iansã com borboleta 
(Fonte: Ateliê Duas Coroas).
Figura 158: Iansã no Ilê Axé Oyá Gigandê - 
Campina Grande - PB (Fonte: acervo do Ilê).
Figura 159: Iansã no Ilê Axé Oloxum - Recife 
- PE (Fonte: acervo do Ilê).
Figura 160: Festa de Iansã no Terreiro 
Xambá - Olinda - PE (Fonte: Paulinho 
Filizola).
Figura 161: Iansã no Ilê Axé Oyá Gigandê - 
Campina Grande - PB (Fonte: acervo do Ilê).
Figura 162: Iansã no Ilê Axé Oyá Gigandê - 
Campina Grande - PB (Fonte: acervo do Ilê).
Figura 163: Iansã no Terreiro Xambá - Olinda 
- PE (Fonte: Paulinho Filizola).
Figura 164: Placa em referência a Iansã no 
Ilê Axé Oyá Gigandê - Campina Grande - PB 
(Fonte: acervo do Ilê).
Figura 165: Xangô por Emanoel Araujo, 2021 
(Fonte: Artsy).
Figura 166: Xangô pelo artista sergipano 
Breno Loeser, 2023 (Fonte: Acervo do 
artista).
Figura 167: Machados de Xangô (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 168: Machados de Xangô (Fonte: 
Nova Zé Artigos Religiosos).
Figura 169: Machados de Xangô (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 170: Ilustração de Carybé em 
Iconografia dos Deuses Africanos (Fonte: 
Acervo do artista - Facebook).
Figura 171: Coroa de Xangô (Fonte: Ateliê 
Duas Coroas).
Figura 172: Coroa de Xangô (Fonte: Mercado 
de Fé).
Figura 173: Coroa de Xangô (Fonte: Ateliê 
Duas Coroas).
Figura 174: Coroa de Xangô (Fonte: Olegario 
Lemos).
Figura 175: Xére de Xangô (Fonte: Casa do 
Lírio Verde).
Figura 176: Xére de Xangô (Fonte: Loja Joia 
do Axé).
Figura 177: Xére de Xangô (Fonte: 
Artesanato Líder).
Figura 178: Xére de Xangô (Fonte: Nova 
Zé Artigos Religiosos).
Figura 179 a 183: Xangô no Sítio de Pai 
Adão - Recife - PE (Fonte: a autora).
Figura 184 a 187: Xangô no Terreiro 
Xambá - Olinda - PE (Fonte: Paulinho 
Filizola).
Figura 188 e 189: Xangô no Terreiro 
Xambá - Olinda - PE (Fonte: Paulinho 
Filizola).
Figura 190: Xangô no Ilê Axé Odé Tá Ofá 
Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: Abebé 
Wúra Fotografias).
Figura 191: Xangô no Ilê Axé Alaketu Obá 
Yzô - Paulista - PE (Fonte: Kayo na Real).
Figura 192: Xangô no Ilé Àsé Ìyá Omi 
Órun - Recife - PE (Fonte: Acervo do Ilê).
Figura 193: Yemanjá no Sítio de Pai Adão 
- Recife - PE (Fonte: a autora).
Figura 194: Madrinha Nidinha de 
Yemanjá do Terreiro Xambá - Olinda - PE 
(Fonte: Paulinho Filizola).
Figura 195: Abebé de Yemanjá (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 196: Ilustração de Carybé em 
Iconografia dos Deuses Africanos 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook).
Figura 197: Abebé de Yemanjá (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 198: Abebé de Yemanjá (Fonte: 
Casa Lírio Verde).
Figura 199: Abebé de Yemanjá (Fonte: 
Apetrechos de Orixá).
Figura 200: Abebé de Yemanjá (Fonte: 
Apetrechos de Orixá).
Figura 201 a 203: Adê de Yemanjá 
(Fonte: Ateliê Duas Coroas).
Figura 204: Adê de Yemanjá (Fonte: 
Canal Multivendas).
Figura 205: Adê de Yemanjá (Fonte: 
Mercadão de Niterói).
Figura 206: Adê de Yemanjá (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 207 e 208: Fiéis de Yemanjá do 
Terreiro Xambá - Olinda - PE (Fonte: 
Paulinho Filizola).
Figura 209: Yemanjá no Sítio de Pai Adão 
- Recife - PE (Fonte: a autora).
Figura 210 a 213: Abebés de Yemanjá 
do Terreiro Xambá - Olinda - PE (Fonte: 
Paulinho Filizola).
Figura 214: Abebé de Yemanjá do 
Terreiro Xambá - Olinda - PE (Fonte: 
Paulinho Filizola).
Figura 215 a 216: Yemanjá no Sítio de Pai 
Adão - Recife - PE (Fonte: a autora).
Figura 217: Altar de Oxalá de Emanuel 
Araújo, 2010 (Fonte: Google Arts & 
Culture).
Figura 218: Oxalá pelo artista sergipano 
Breno Loeser, 2023 (Fonte: Acervo do 
artista).
Figura 219: Ilustração de Carybé em 
Iconografia dos Deuses Africanos (Fonte: 
Acervo do artista - Facebook).
Figura 220: Opaxorô de Oxalá (Fonte: 
Sol de Aruanda Axé).
Figura 221 a 224: Opaxorô de Oxalá (Fonte: 
Ateliê Duas Coroas).
Figura 225: Oxalá no Ilê Axé Oyá Gigandê - 
Campina Grande - PB (Fonte: acervo do Ilê).
Figura 226: Oxalá no Ilé Asè Omi Karelewà - 
João Pessoa - PB (Fonte: acervo do Ilê).
Figura 227: Oxalá no Ilê Axé Odé Tá Ofá 
Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: Abebé Wúra 
Fotografias).
Figura 228: Oxalá no Ilê Axé Odé Tá Ofá 
Sílná - João Pessoa - PB(Fonte: Abebé Wúra 
Fotografias).
Figura 229 e 232: Oxalá no Terreiro Xambá - 
Olinda - PE (Fonte: Paulinho Filizola).
Figura 233: Conjunto de adereços Oxalá 
(Fonte: Fundação Joaquim Nabuco).
Figura 234: Oxalá por Ricardo Pessoa - 
Caruaru - PE (Fonte: acervo pessoal do artista).
Figura 235: Oxalá por Isabela Galvão - Recife - 
PE (Fonte: acervo pessoal do artista).
Figura 236: Oxalá por Diogum - Recife - PE 
(Fonte: acervo pessoal do artista).
Figura 237: Adjá três bocas (Fonte: Mercadão 
de Niterói).
Figura 238: Adjá de cobre (Fonte: Bacacheri 
Online).
Figura 239: Adjá de latão (Fonte: Ervanária 
Central).
Figura 240: Adjá de Yemanjá (Fonte: Loja 
Umbanda Divina).
Figura 241: Adjá de Iansã (Fonte: Magazine 
Luiza). 
Figura 242: Tridente de Exu por Matheus 
Henrique (Fonte: acervo do artista).
Figura 243: Indumentária de Exu por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 244: Ogó de Exu por Matheus 
Henrique (Fonte: acervo do artista).
Figura 245: Cinto de Exu por Carybé 
(Fonte: Vogue Brasil).
Figura 246: Esquema cromático de Exu 
(Fonte: a autora).
Figura 247: Cabaça (Fonte: Capoeira 
Shop).
Figura 248: Búzio (Fonte: Freepik).
Figura 249: Balangandã de Ogum por 
Carybé (Fonte: Acervo do artista - 
Facebook).
Figura 250: Espada de Ogum por Carybé 
e Facão de Ogum por Matheus Henrique 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook /
Acervo do artista).
Figura 251: Indumentária de Ogum por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 252: Espada de São Jorge (Fonte: 
iStock).
Figura 253: Esquema cromático de Ogum 
(Fonte: a autora).
Figura 254: Palha da costa (Fonte: African 
Artesanato).
Figura 255: Ferro (Fonte: Brasil Escola).
Figura 256: Ofá por Carybé (Fonte: 
Acervo do artista - Facebook).
Figura 257: Erukerê por Carybé (Fonte: 
Acervo do artista - Facebook).
Figura 258: Indumentária de Oxóssi 
por Carybé (Fonte: Acervo do artista - 
Facebook).
Figura 259: Pena de pavão (Fonte: 
iStock).
Figura 260: Esquema cromático de 
Oxóssi (Fonte: a autora).
Figura 261: Erukerê (Fonte: Ateliê Duas 
Coroas).
Figura 262: Penas de aves (Fonte: 
iStock).
Figura 263: Folha de latão (Fonte: 
Amazon).
Figura 264: Xaxará por Carybé (Fonte: 
Acervo do artista - Facebook).
Figura 265: Cabaça por Matheus 
Henrique (Fonte: acervo do artista).
Figura 266: Indumentária de Omulu por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 267: Esquema cromático de 
Omulu (Fonte: a autora).
Figura 268: Cabaça (Fonte: Capoeira 
Shop).
Figura 269: Búzio (Fonte: Freepik).
Figura 270: Palha da costa (Fonte: 
African Artesanato).
Figura 271: Chapa de cobre (Fonte: 
Amazon).
Figura 272: Ibiri por Carybé (Fonte: 
Acervo do artista - Facebook).
Figura 273: Indumentária de Nanã por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 274: Vassoura (Fonte: iStock).
Figura 275: Conchas e búzios por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 276: Esquema cromático de Nanã 
(Fonte: a autora).
Figura 277: Búzio (Fonte: Freepik).
Figura 278: Palha da costa (Fonte: 
African Artesanato).
Figura 279: Chapa de alumínio (Fonte: 
Amazon).
Figura 280: Abebé de Oxum por Carybé 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook).
Figura 281: Indumentária de Oxum por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 282: Flores por Carybé (Fonte: 
Google Arts & Culture).
Figura 283: Joias de Oxum por Carybé 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook).
Figura 284: Esquema cromático de 
Oxum (Fonte: a autora).
Figura 285: Chapa de alumínio (Fonte: 
Amazon).
Figura 286: Miçanga (Fonte: Elo7).
Figura 287: Espada e Eruexim de Iansã 
por Carybé (Fonte: Acervo do artista - 
Facebook).
Figura 288: Chifres de Iansã por Carybé 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook)
Figura 289: Adê de Iansã por Carybé 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook).
Figura 290: Indumentária de Iansã por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 291: Esquema cromático de 
Oxum (Fonte: a autora).
Figura 292: Chifre de búfalo (Fonte: 
Casa do Cigano).
Figura 293: Palha da costa (Fonte: 
African Artesanato).
Figura 294: Chapa de cobre (Fonte: 
Amazon).
Figura 295: Oxês de Xangô por Carybé 
(Fonte: Acervo do artista - Facebook).
Figura 296: Xére de Xangô por Matheus 
Henrique (Fonte: acervo do artista).
Figura 297: Indumentária de Xangô por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 298: Pedras (Fonte: iStock).
Figura 299: Esquema cromático de 
Xangô (Fonte: a autora).
Figura 300: Granito (Fonte: Amazon).
Figura 301: Chapa de cobre (Fonte: 
Amazon).
Figura 302: Abebé de Yemanjá por 
Carybé (Fonte: Acervo do artista - 
Facebook).
Figura 303: Indumentária de Yemanjá 
por Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 304: Serigrafia de Yemanjá e 
peixes por Carybé (Fonte: Acervo do 
artista - Facebook).
Figura 305: Esquema cromático de 
Yemanjá (Fonte: a autora).
Figura 306: Búzio (Fonte: Freepik).
Figura 307: Concha (Fonte: Louris 
Bijou).
Figura 308: Pérola (Fonte: Louris Bijou).
Figura 309: Chapa de alumínio (Fonte: 
Amazon).
Figura 310: Abebé de Yemanjá por 
Carybé (Fonte: Acervo do artista - 
Facebook).
Figura 311: Indumentária de Oxalá por 
Matheus Henrique (Fonte: acervo do 
artista).
Figura 312: Pombo (Fonte: iStock).
Figura 313: Caracóis (Fonte: iStock).
Figura 314: Esquema cromático de 
Oxalá (Fonte: a autora).
Figura 315: Conchas brancas (Fonte: 
Mercado Livre).
Figura 316: Chapa de alumínio (Fonte: 
Amazon).
Figura 317: Assentamento de Oxalá no 
Sítio de Pai Adão (Fonte: a autora).
Sumário
1. Introdução 
 1.1. Objetivo Geral 
 1.1.1. Objetivos Específicos 
 1.2. Delimitação 
 1.3. Finalidade 
2. Revisão Sistemática 
 2.1. As Religiões Afro-brasileiras 
 2.1.1. Os Orixás 
 2.1.2. O Candomblé em Pernambuco 
 e na Paraíba 
 2.2. Aplicações da Iconografia 
 2.2.1. Uso sacro 
 2.2.2. Uso laico 
3. Métodos e 
Procedimentos 
Operacionais
 3.1. Pesquisa de Campo 
 3.1.1. Ilê Axé Obá Ogunté 
 3.1.2. Ilê Axé Oyá Gigandê 
 3.2. Os Artistas do Axé 
4. Iconografia dos Orixás 
 4.1. Exu
 4.2. Ogum 
 4.3. Oxóssi 
 4.4. Omulu Obaluaê 
 4.5. Nanã 
 4.6. Oxum 
 4.7. Iansã 
 4.8. Xangô 
 4.9. Yemanjá 
 4.10. Oxalá 
 4.11. Objetos comuns
 
5. Síntese Iconográfica
 5.1. Exu 
 5.2. Ogum 
 5.3. Oxóssi 
 5.4. Omolu 
 5.5. Nanã 
 5.6. Oxum 
 5.7. Iansã 
 5.8. Xangô 
 5.9. Yemanjá 
 5.10. Oxalá 
 5.11. Quadro sintético 
6. Conclusão 
7. Referências 
Bibliográficas 
14
16
16
16
16
17
17
19
20
21
22
23
25
25
25
27
28
29
30
47
90
114
63
99
82
108
35
53
93
117
69
102
88
111
41
57
96
121
76
105
125
127
14
Introdução1.
Este trabalho tem como finalidade realizar um levantamento e análise visual e formal 
dos ícones, símbolos e representações visuais dos Orixás nos estados da Paraíba e 
de Pernambuco, sob uma perspectiva de Design, com ênfase na análise formal. 
Sabemos que a origem dos cultos de matriz africana no Novo Mundo – nos quais os 
Orixás estão inseridos – remonta ao período colonial (Verger, 1981). No Brasil, os cultos 
dos povos yorubás chegaram através dos navios negreiros, e aqui sofreram diversas 
alterações. Contudo, fincaram sólidas raízes e tornaram-se um símbolo e uma razão 
para a resistência. Permanecem ainda como pontos centrais das religiões afro-
brasileiras, seja no Candomblé ou Umbanda, as figuras dos Orixás, deuses africanos. 
Estes, foram reis, guerreiros, figuras importantes de diversas tribos que ascenderam 
à qualidade de deuses e ancestrais. Para Pierre Verger (1981, p.9), “A passagem da 
vida terrestre à condição de orixá desses seres excepcionais, possuidores de um axé 
poderoso, produz-se em geral em um momento de paixão, cujas lendas conservarama lembrança.” 
A representação no meio material dessas figuras dotadas de “axé” – energia pura – 
ocorre a partir de uma série de associações com elementos da natureza, símbolos e 
cores. A esse conjunto de elementos se denomina a iconografia dos Orixás. 
Uma catalogação precedente desta iconografia foi publicada em 1981, realizada 
pelo artista argentino Hector Julio Páride Bernabó (1911 - 1997), mais conhecido 
pelo nome artístico de Carybé. Contando com textos de Pierre Verger (1902 - 1996), 
Jorge Amado (1912 - 2001) e Waldeloir Rego (1930 - 2001), a obra “Iconografia dos 
deuses africanos no candomblé da Bahia” é uma coletânea de 128 registros visuais 
em aquarela feitas por Carybé entre os anos de 1940 e 1980. Para o autor (1981, 
p.4), o livro funciona como um “documentário honesto e preciso das coisas do 
Candomblé”, contudo, em sua pesquisa, sobressai-se mais o seu interesse artístico 
em retratar o tema do que em reproduzir precisamente, com rigor científico e 
analítico à iconografia do Candomblé. Sobre essa iconografia das religiões afro-
brasileiras, podemos ainda notar que: 
“Essa rica iconografia não se limita ao domínio 
religioso em si, fazendo-se presente também na 
cultura brasileira em geral, por vezes sem uma 
delimitação rígida de fronteiras. Isso ocorre por 
meio de diversos canais através dos quais signos 
litúrgicos ganham novos usos sociais profanos, 
15
bem como novos objetos se incorporam aos 
cultos. Festas como o carnaval, maracatus, 
afoxés, congadas e outros blocos festivos e/
ou musicais, festividades religiosas com intensa 
participação popular, como as festas do Bonfim 
ou de Iemanjá, além do trânsito de símbolos 
pelos domínios da gastronomia, da moda, da 
decoração e, evidentemente, das artes plásticas 
(como o demonstra expressivamente o acervo 
do Museu Afro Brasil); tudo isso constitui 
canais pelos quais a iconografia religiosa afro-
brasileira ganha representatividade popular mais 
ampla e ultrapassa as fronteiras dos terreiros, 
evidenciando uma intensa plasticidade e 
dinâmica de apropriações.” (MARCUSSI, 2011, 
p.2).
Ao longo da história, obras com o intuito de catalogar aspectos visuais e iconográficos 
de um dado tema tiveram grande importância para o Design e para a Arquitetura, tal 
qual “A Gramática do Ornamento” de Owen Jonas (1856). Diante disso, sob um olhar 
de Designer, é evidente a rica oportunidade que esse universo oferece de explorar 
formas, cores, texturas, símbolos, e catalogá-los e analisá-los formalmente com 
ferramentas de análise visual. Com base nos resultados obtidos, espera-se contribuir 
para a compreensão do design e da iconografia dos orixás como manifestações 
culturais e artísticas, fornecendo referências e diretrizes para designers, artistas 
e estudantes interessados na criação e na interpretação visual dos ícones e 
símbolos religiosos. 
 » Figura 02 - Primeira edição de 
“Iconografia dos Deuses Africanos 
no Candomblé da Bahia”, por 
Carybé, 1980. (Fonte: Capadócia 
Arte e Antiguidades)
 » Figura 03 - Adereços de Oxum em 
“Iconografia dos Deuses Africanos 
no Candomblé da Bahia”, por 
Carybé, 1980. 
 » Página anterior: Figura 01 - 
“Candomblé Joãozinho Da Gomeia, 
Salvador, Brasil, 1946”, por Pierre 
Verger. (Fonte: Fundação Pierre 
Verger)
16
Valorizar a riqueza visual e estética presente na iconografia dos orixás. Fortalecer 
a representatividade dos cultos de matriz afro-brasileira e das figuras dos Orixás na 
área do Design de Produto. Fornecer no campo acadêmico um material organizado 
sob uma perspectiva de Design acerca dos Orixás. Desenvolver painéis síntese que 
facilitem a análise e o estudo visual sobre a Iconografia de cada um dos 10 Orixás 
mais cultuados do Panteão Afro-brasileiro - Exu, Ogum, Oxóssi, Omulu Obaluaê, 
Nanã, Oxum, Iansã, Xangô, Yemanjá e Oxalá. 
Finalidade1.3.
Elaborar um guia de referências visuais sob uma perspectiva de Design da iconografia 
dos Orixás nos estados da Paraíba e Pernambuco.
Esta pesquisa terá uma delimitação geográfica na região Nordeste do Brasil, com 
ênfase nos estados da Paraíba e de Pernambuco. O estudo irá examinar o universo 
simbólico e material dos cultos afro-brasileiros nessa área específica, abrangendo 
a iconografia do Design dos Orixás e explorando as representações visuais 
associadas aos Orixás. Ao concentrar-se no eixo Paraíba/Pernambuco, a pesquisa 
tem como objetivo aprofundar os aspectos culturais e visuais do Design dos Orixás 
encontrados nesse contexto geográfico específico. 
• Analisar formalmente as simbologias presentes nos ritos afro-brasileiros;
• Catalogar estruturas formais, cores e ícones dos 10 principais Orixás do 
panteão afro-brasileiro;
• Propor diretrizes de Design baseadas nas representações dos Orixás 
para servir como referência a novos projetos de Design.
Objetivo Geral
Delimitação
Objetivos	Específicos1.1.1.
1.1.
1.2.
17
Revisão	Sistemática	2.
Os cultos afro-brasileiros que melhor se preservaram no Nordeste brasileiro são os 
de origem nagô, dos povos Iorubás (Verger, 1981). Um registro importante dessa 
história consta na obra “Sources of Yoruba History”, do historiador nigeriano Saburi 
Oladeni Biobaku (1973), onde explica que: 
O termo ‘yorùbá’ aplica-se a um grupo linguístico 
de vários milhões de indivíduos. Além da 
linguagem comum, os yorùbá estão unidos por 
uma mesma cultura e tradições de sua origem 
comum, na cidade de Ifé, mas não parece que 
tenham jamais constituído uma única entidade 
política e também é duvidoso que, antes do 
século XIX, eles se chamassem uns aos outros 
por um mesmo nome.” (BIOBAKU, 1973).
Ainda para Verger (1981), com a chegada dos navios negreiros no Brasil, houve um 
grande esforço por parte dos colonizadores em unificar essas diferenças, não se 
limitando apenas entre aquelas que já existiam entre os iorubás em si – povos de 
Ifé, Egbá, Ijebu e Ijexá –, mas também entre outros povos africanos de diferentes 
regiões. O autor cita que: 
A presença dessas religiões africanas no novo 
mundo é uma consequência imprevista do tráfico 
de escravos. Disso resultou, no Novo Mundo, uma 
multidão de cativos que não falavam a mesma 
língua, possuindo hábitos de vida diferentes e 
religiões distintas. (VERGER, 1981, p.13).
É evidente que essa unificação total sonhada pelos colonizadores nunca ocorreu, 
embora tenha trazido consequências como o apagamento de singularidades desses 
povos das quais sequer podemos ter conhecimento hoje. Contudo, nos dias atuais, 
as diferenças que sobreviveram a esse processo apresentam-se como uma das 
razões pelas quais ainda existe uma grande pluralidade de cultos afro-brasileiros, 
cada um com suas peculiaridades, variações de ritos, entidades cultuadas, cânticos 
e representações. 
Não obstante, esse fator como interferência no surgimento dos cultos afro-
brasileiros, há ainda o que conhecemos como sincretismo religioso. Este foi outro 
processo ainda decorrente da escravidão, imposto pelos colonizadores europeus. 
Para compreender o sincretismo, é necessário ter em mente o contexto do século 
As	Religiões	Afro-brasileiras2.1.
18
XVI. Marcado não somente por grandes descobertas, mas também por guerras 
religiosas no mundo europeu, sobretudo a Reforma Protestante, estamos falando 
de um tempo onde o catolicismo vinha perdendo espaço no mundo. É justamente 
nesse mesmo cenário de Grandes Navegações e Contra-Reforma, que surgem 
companhias com o intuito de conquistar novos fiéis católicos, como a Companhia 
de Jesus, “que impôs seu espírito ao mundo católico” (HOLANDA, 1936, p.37). Logo, 
o processo de conversão dos povos escravizados, torna-se um negócio muito 
vantajoso politicamente. 
Assim, os povos africanos são proibidos de expressarem a sua fé em seus deuses e 
passam a ter contato com as figuras dos santos católicos. Como forma de burlar 
essa proibição e manter o culto aos Orixás e suas entidades, surge o sincretismo. 
Ao mesmo tempo em que eram impedidos de abandonaros santos católicos e de 
praticar seus ritos, os yorubás passam a “despistar os seus senhores sobre a natureza 
das danças que estavam autorizados a realizar, aos domingos, quando se reagrupavam 
em batuques por nações de origem.” (VERGER, 1981, p.16). Por outro lado, o sociólogo 
Gilberto Freyre comenta que o processo do sincretismo aproximou as culturas dos 
escravizados com a dos colonizadores: 
[...] A religião tornou-se o ponto de encontro e 
de confraternização entre as duas culturas, a do 
senhor e a do negro e nunca uma intransponível 
e dura barreira. [...] A liberdade do escravo de 
conservar e até de ostentar em festas públicas 
[...] formas e acessórios de sua mítica, de sua 
cultura fetichista e totêmica, dá bem uma ideia 
do processo de aproximação das duas culturas 
no Brasil. (FREYRE, 1946, p. 586-588) 
Não se resumindo apenas a festas e à “cultura fetichista e totêmica” puramente 
africana, o sincretismo também ocupou um lugar na representação iconográfica 
de cada Orixá a partir do momento em que passaram a ser associados aos santos 
católicos. Verger (1981) explica que: 
Iemanjá, mãe de numerosos outros orixás, foi 
sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, 
e Nanã Buruku, a mais idosa das divindades das 
águas, foi comparada a Sant’Ana, mãe da Virgem 
Maria.
Oiá-Iansã, primeira mulher de Xangô, ligada às 
tempestades e aos relâmpagos, foi identificada 
com Santa Bárbara. Segundo a lenda, o pai dessa 
santa sacrificou-a devido à sua conversão ao 
cristianismo, sendo ele próprio, logo em seguida, 
atingido por um raio e reduzido a cinzas.
Os santos católicos, ao se aproximarem dos deuses 
africanos, tornavam-se mais compreensíveis e 
familiares aos recém-convertidos. É difícil saber 
se essa tentativa contribuiu efetivamente para 
converter os africanos, ou se ela os encorajou 
na utilização dos santos para dissimular as suas 
verdadeiras crenças. (VERGER, 1981, p.16).
Hoje, mais de 500 anos depois, os cultos afro-brasileiros ainda permanecem em 
pluralidade. No Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 
2010, a população os aborda em diferentes categorias quando perguntada sobre 
qual religião praticam: Candomblé (167.363 pessoas), Umbanda (407.331 pessoas), 
Umbanda e Candomblé (588.797 pessoas) e, por fim, outras declarações de 
religiosidades afro-brasileiras (14.103 pessoas).
 » Figura 05 - Imagens de santos católicos em 
altar afro-brasileiro no Sítio de Pai Adão, em 
Recife - PE, 2018. (Fonte: Folha PE).
 » Página anterior: Figura 04 - Jogo de búzios, 
tradição africana presente nos cultos afro-
brasileiros. “Ifa - divination”, Kétou, Bénin, 
1948-1953. (Fonte: Fundação Pierre Verger).
19
Os Orixás são as figuras centrais dos cultos afro-brasileiros, incluindo os já citados: 
Candomblé e Umbanda. O termo em yorubá, “Orisá” é a combinação de outras duas 
palavras: “ori”, que significa “cabeça” e “sá”, que significa “rei”. Logo, os “Orisás” 
são os “reis que habitam as cabeças”. (Beniste, 2011, p.591, 683). 
De fato, muitos destes foram reis e guerreiros africanos, ancestrais – outro conceito 
muito importante para o culto – que ascenderam ao status de deuses. Pierre 
Verger (1981, p.9), por exemplo, ao citar o orixá Xangô, diz que na África “esse orixá 
está praticamente à sua disposição para garantir e defender a estabilidade e a 
continuidade da dinastia e a proteção de seus súditos”. Ainda citando Verger (1981), 
sobre o aspecto material dessas entidades: 
O orixá é uma força pura, axé [energia] imaterial 
que só se torna perceptível aos seres humanos 
incorporando-se em um deles.
(VERGER, 1981, p.10).
Embora não haja um único panteão yorubá bem definido, Reginaldo Prandi, na obra 
“Mitologia dos Orixás”, cataloga contos de 29 orixás. Contudo, no Brasil, o número 
de Orixás cultuados varia entre 12 e 16 entidades, dentre eles Oxalá, Omulu, Obaluaê, 
Yemanjá, Oxum, Oyá Iansã, Odé Oxóssi, Xangô, Ogum, Nanã e Exu. 
Estes são associados e representados com grande pluralidade nos cultos por 
elementos da natureza, cores e símbolos, e suas representações são muito diferentes 
das africanas, dado o processo colonial e o sincretismo. (ALMEIDA et al, 2016). 
Os	Orixás2.1.1.
 » Figura 07 - Catimbó de Luís Gonzaga Angelo, 
João Pessoa - PB, 1938. (Fonte: Folha de S. Paulo).
20
A tradição do Candomblé no estado de Pernambuco, também conhecido como 
“Xangô”, começou a ser registrada em 1937 na obra “Xangôs no Nordeste” de 
Gonçalves Fernandes. O livro descreve de forma detalhada não apenas a repressão 
policial enfrentada pelos praticantes do Xangô naquela época, mas também fornece 
uma visão geral dos cultos afro-brasileiros, aqui denominados como “negrofetichista”, 
no Recife: 
Não se encontra no Recife um só culto 
negrofetichista puro. As diversas modificações 
sofridas através do tempo, iniciando-se com a 
transferência na adoração dos “encantados da 
Costa” em imagens de santos católicos, maneira 
de conciliar a imposição do senhor com os 
sentimentos de veneração do escravo africano 
aos seus deuses, trouxeram o enlaçamento com 
a religião do branco. A esse ecletismo religioso 
juntou-se a influência espírita. (FERNANDES, 
1937, p.10).
Embora não seja mencionado nenhum pioneiro específico do Candomblé no estado, 
a origem de um dos terreiros de Candomblé Nagô mais antigos é descrita: o Sítio 
de Pai Adão, fundado por Ifatinunké, uma africana vinda da Nigéria, que ao chegar 
em Pernambuco, recebe o nome de Inês Joaquina da Costa – a conhecida Tia Inês 
(LIMA apud SILVA et al, 2010). Por volta do ano de 1875, ela funda o Sítio, e após a 
sua morte, assume a liderança do terreiro Felipe Sabino da Costa, o Pai Adão, um 
africano nascido na região do Lago, que não só popularizou o Ilê Axé Obá Ogunté, 
como o Candomblé Nagô no estado. Ainda sobre o culto Nagô, advindo da Nigéria e 
Benin, em Pernambuco, o antropólogo Waldemar Valente diz:
Temos a impressão de que em Pernambuco a 
absorção foi mesmo maior que na Bahia. Em todos 
os terreiros que temos frequentado sentimos 
a influência da poderosa cultura iorubana. O 
domínio quase completo do aspecto religioso 
nagô (VALENTE, 1977, p.32).
De fato, o Candomblé Nagô predomina não apenas em Pernambuco, onde mescla 
diversas influências e cânticos iorubás, mas também no estado da Paraíba. Segundo 
Lima (2020), o Candomblé Paraibano e a Umbanda surgiram no estado por volta 
dos anos 1960, quase meio século após o surgimento do Xangô no Recife. Antes 
desse período, a religião afro-brasileira predominante no estado da Paraíba era a 
Jurema Sagrada, que envolvia elementos dos cultos indígenas e africanos, porém, 
não necessariamente o culto aos Orixás. 
Mas foi através da Jurema Sagrada que Maria Barbosa de Souza, mais conhecida 
como Mãe Beata de Yemanjá, teve seu primeiro contato com um culto afro-brasileiro 
em uma casa na cidade de João Pessoa - PB. Essa mulher, negra e sem escolarização, 
viria a se tornar a matriarca do Candomblé na Paraíba. Após visitar o Sítio de Pai 
Adão e outros terreiros na Bahia – como o de Mãe Menininha do Gantois – ela passou 
a praticar o Candomblé Nagô misturado com elementos da Umbanda, na Paraíba. 
(LIMA, 2020).
O Candomblé em Pernambuco e na Paraíba2.1.2.
21
A documentação da iconografia afro-brasileira começa no ano de 1904, na Bahia, 
com a publicação do texto “As Bellas-Artes nos colonos pretos do Brasil: a esculptura”, 
de Raimundo Nina Rodrigues, que apresentou fotografias e análise de objetos de arte 
sacra negra (SILVA, 2019). Sobre a obra de Nina Rodrigues, Silva (2019) explica que: 
Suas descrições etnográficas não só afirmavam 
as qualidades artísticas das esculturas, como 
demonstravam a existência de uma produção e 
de um espaço religioso afro-brasileiro. Não era 
só arte, mas arte religiosa negra. O autor utilizou 
o seu apurado senso estético para entender 
as esculturas dos iorubás. Esforçou-se para 
se sensibilizar diante de uma produção visual 
que não se estruturavapela preocupação de 
materializar o belo - manifestação e conceito 
estético tão caro à arte europeia -, mas para 
perceber a relação estética utilitária das 
esculturas. (SILVA, 2020, p. 58)
Contudo, apesar da grande contribuição de Nina Rodrigues para o estudo da 
iconografia afro-brasileira, o seu trabalho é carregado de carga heterodoxa, pois 
ao mesmo tempo em que documenta o tema, reforça ideias racistas e higienistas, 
de que o negro seria inferior ao branco. Ainda de acordo com Silva (2019), anos 
mais tarde, na década de 1930, o antropólogo Arthur Ramos dá continuidade às 
pesquisas sobre arte afro-brasileira, correlacionando com as suas origens na arte 
africana. Ao retomar a análise dos objetos mapeados por Nina Rodrigues, Ramos 
fornece descrições completas e formais de cada um. Sob uma perspectiva plástica, 
reconhece o processo de influências e adaptações que a arte yorubá passa para 
a construção da arte afro-brasileira, além de através de um método comparativo, 
buscar semelhanças entre os símbolos afro-brasileiros e os de outras culturas, como 
percebemos na figura 9. 
As pesquisas de Nina Rodrigues e Ramos, dois antropólogos, são as precursoras no 
estudo da iconografia dos Orixás. Apesar de não aprofundarem em suas análises os 
aspectos visuais dos símbolos presentes nos objetos coletados, podemos perceber 
o esforço em compreendê-los, sobretudo no aspecto antropológico. Outros nomes 
surgiram ao longo da história para dar continuidade a essas pesquisas, como o 
sociólogo francês Roger Bastide (1898-1974), o historiador Mário Barata (1921-2007), 
o médico Clarival do Prado Valladares (1918-1983); todos buscando compreender 
muito mais a origem e formação desses símbolos do que uma análise profunda de 
aspectos formais, tampouco de Design. 
Contudo, vale ressaltar que esses símbolos não são propagados de maneira 
Aplicações	da	Iconografia2.2.
 » Figura 08 - Trono ou banco esculpido do culto 
de Yemanjá presente na obra “As Bellas-Artes nos 
colonos pretos do Brasil: a esculptura”, 1904. 
 » Figura 09 - Evolução dos símbolos de cabeça. 
Da esquerda para a direita, cabeça de touro de 
Knossos, na ilha de Creta; cabeça de touro da 
antiga Arábia; cabeça de Xangô do culto afro-
brasileiro embaixo”, Ilustrações de Santa Rosa. 
Fonte: Ramos (1947, p. 186, figuras 1 a 3).
heterogênea, variando tanto 
geograficamente quanto por questões 
relacionadas ao seu tipo de aplicação. 
Valladares (1976) percebeu esses 
caminhos distintos que essa arte afro-
brasileira traçava no Brasil e propôs uma 
divisão para o estudo da iconografia afro-
brasileira: iconografia em uso sacro, ou 
seja, ritualístico, e a iconografia em uso 
laico, em ambientes não-ritualísticos. Essa 
divisão é importante para compreender 
como os símbolos utilizados nos terreiros 
e ilês, de Candomblé ou Umbanda, 
divergem dos que aparecem no campo 
das artes plásticas, literatura, moda, 
joalheria, entre outros. 
22
Os Orixás e outras divindades sempre foram representadas materialmente nos 
cultos africanos, sobretudo por símbolos e abstrações, não necessariamente de 
forma figurativa. (SALOMÃO, 2012). Essa representação tanto em objetos, também 
conhecido como fetiches, quanto por meio de gestos, dança, roupas, entre outros. 
Não obstante a aplicação material dos ícones nesses objetos, é necessária ainda a 
realização de rituais de consagração para que ele se torne de fato sagrado e apto 
para o uso ritualístico. 
Assim, nos terreiros, esses ícones ocupam lugar nos altares e pejis, os “quartos de 
Orixá” onde são realizadas as cerimônias de oferendas aos deuses africanos; nos 
salões, onde os fiéis dançam, cantam e tem contato direto com os Orixás através 
de médiuns em transe, devidamente identificados pela vestimenta com as cores, 
símbolos, fios de conta e materiais de cada Orixá. 
Uso sacro2.2.1.
 » Figura 10 - Altar para Xangô no 
Terreiro Xambá, Olinda - PE, 2023. 
(Fonte: Paulinho Filizola).
 » Figura 11 - Médium em transe com 
Orixá Ogum, no Ilê Axé Odé Tá Ofá 
Silná em João Pessoa - PB, 2023. 
(Fonte: Abebewura Fotografia).
23
Para além das paredes dos terreiros, a figura sagrada dos Orixás passou a ocupar 
espaço também na produção artística brasileira. Sem finalidade ritualística, mas 
representativa, existe uma infinidade de artistas que representaram os Orixás nas 
artes plásticas, e podemos citar: Heitor dos Prazeres (1898-1966); Carybé (1911-
1997); Emanoel Araújo (1940-2022); Rubem Valentim (1922-1991); e Jorge dos Anjos 
(1957 -). 
A riqueza com a qual os Orixás são representados na arte transcende aspectos 
figurativos, de representações antropomórficas, como podemos perceber nas obras 
ao lado de Emanoel Araujo e Rubem Valentim, na figura 12 e 13, respectivamente. 
Ambas utilizam do meio tridimensional para representar o mesmo Orixá, Oxalá. A 
sua identificação ocorre através de seus ícones: o uso da cor branca pura, cor do 
Orixá conhecido como “senhor do branco”; o eixo vertical faz referência a uma de 
suas ferramentas, o Opaxorô, uma espécie de cajado onde o Oxalá se apoia quando 
incorporado através de seus médiuns em terra. 
Esse mesmo tipo de associação ocorre quando outros Orixás são representados: a 
sua iconografia permite o reconhecimento mesmo em situações onde não existem 
figuras humanas. 
Uso laico2.2.2.
 » Figura 12 - Obra “Oxalá”, de 
Emanoel Araujo, 2007, coleção do 
artista. (Fonte: MASP).
 » Figura 13 - Peça da exposição 
“Templo de Oxalá”, de Rubem 
Valentim, 1977. (Fonte: Museu de Arte 
Moderna – Bahia).
24
Também podemos notar o uso da iconografia de forma laica na moda, um campo 
que permite a experimentação de várias maneiras: texturas, estampas, materiais, 
silhuetas, entre outras. De maneira bastante divergente da moda utilizada no meio 
ritualístico, os Orixás têm sido referenciados nas passarelas em obras de estilistas 
brasileiros, como os baianos Isaac Silva (1989 - ) e Adriana Meira (1983 - ), que 
em 2018 realizaram uma coleção intitulada de “Yabás”, nome dado ao grupo de 
Orixás femininas como Oxum, Nanã, Yemanjá e Iansã (fig.14). Além do uso das cores 
referentes a cada uma, foram também utilizados desenhos figurativos de suas 
representações humanas, incluindo outros ícones. 
Outro nome de destaque é o pernambucano Walério Araújo (1970 - ), que em 2012 
lançou uma coleção inteira inspirada não apenas nos Orixás, mas também em outras 
entidades do Candomblé e Umbanda. A sua representação de Yemanjá (fig.15), deu-
se tanto de forma figurativa, com a tradicional imagem da Orixá, branca, de azul, sob 
o mar, quanto por meio do uso de outros de seus ícones: o tecido azul, transparente 
como água; pérolas, do mar; e, por fim, o desenho de uma silhueta esvoaçante 
como ondas. 
É fácil associar a figura dos Orixás à moda, bem como aos momentos festivos, inclusive 
ao Carnaval. Esses têm sido tema recorrente nos grandes desfiles de carnavais por 
vários anos no Sambódromo da Marquês Sapucaí no Rio de Janeiro - RJ. A relação 
dos cultos de matriz africana e do carnaval remonta às origens do samba: 
Desde os primórdios, pode-se constatar um 
estreito vínculo da religiosidade com o samba 
e consequentemente com o carnaval carioca. 
Após longo período de proibição e perseguição 
dos espaços religiosos onde se praticavam 
as religiões de matrizes africanas, chegou um 
momento em que, por conveniência política, 
concluiu-se pela legalização do funcionamento 
das casas. [...] O samba, que no passado teve 
parte de sua liberdade e criatividade engessada, 
com o afastamento dos sambistas, de suas 
motivações originais do fazer sambas-enredo 
voltados para os aspectos comunitários, o canto 
coletivo e à narrativa contada em grupo, recupera 
suas características e sentido originais. Com 
isso, a religiosidade africana, ainda que tivesse 
ficado sufocada no samba por tantos anos, em 
razão da tutela ideológica, a partir dos anos 70 
é recuperada no samba de enredo. (ROCHA et 
SILVA,2013, p.55).
Podemos	perceber	os	ícones	dos	Orixás	em	uso	com	destaque	pelas	escolas	campeãs		
nos	últimos	carnavais	do	Rio	de	Janeiro:	Em	2020,	Oxum	esteve	presente	no	desfile		
da	Unidos	do	Viradouro	(fig.16);	em	2022,	foi	a	vez	de	Exu	desfilar	com	a	Acadêmicos		
do	Grande	Rio	(fig.17).
 » Figura 14 - Peças de Isaac Silva e 
Adriana Meira para o desfile da 44ª Casa 
de Criadores, 2018. (Fonte: Lilian Pacce.)
 » Figura 15 - Desfile de Walério Araújo 
- 31º Casa de Criadores, 2012. (Fonte: 
Agência Click News).
 » Figura 16 - Desfile da escola de Samba 
Viradouro em 2020. (Fonte: Uol).
 » Figura 17 - Desfile da escola de Grande 
Rio em 2022. (Fonte: G1).
25
Métodos e Procedimentos 
Operacionais
3.
Para o desenvolvimento desta pesquisa, fez-se necessário um estudo aprofundado 
da iconografia dos Orixás, envolvendo revisão bibliográfica sobre a religião afro-
brasileira do Candomblé, seus rituais, mitologia e simbolismo, bem como a sua 
história nos estados da Paraíba e de Pernambuco, conforme apresentado no 
capítulo anterior. Também foi realizada uma revisão sistemática sobre estudos 
prévios envolvendo a iconografia dos Orixás e suas áreas de uso e um levantamento 
iconográfico preliminar on-line com pesquisa de imagens de terreiros nos estados 
estudados. 
Outra atividade relacionada ao levantamento de dados foi a realização da pesquisa de 
campo de cunho etnográfico por meio de visitas a terreiros existentes na delimitação 
geográfica proposta. Foram visitadas duas “casas de Orixá”: o Ilê Axé Oyá Gigandê, 
na cidade de Campina Grande - Paraíba e o Ilê Axé Obá Ogunté, o Sítio de Pai 
Adão, em Recife - Pernambuco. As descrições etnográficas são fundamentais para 
contextualizar a iconografia, símbolos e outros aspectos das religiões de matriz afro-
brasileira para aqueles leitores que nunca tenham visitado um templo deste culto. 
Buscou-se durante esta etapa, seguir algumas das metodologias propostas pelo 
antropólogo Bronislaw Malinowski em sua obra “Argonautas do Pacífico Ocidental” 
de 1922, tal qual a observação do comportamento real dos praticantes de cultos 
perante os símbolos apresentados sem coagi-los, transformá-los ou influenciá-los. 
O objetivo de tal método é tornar a observação real, objetiva e imparcial, assim 
mantendo uma atmosfera de sinceridade diante da iconografia estudada, para só 
então passar para a etapa de análise formal. 
Em complemento à pesquisa de campo nos terreiros, também foi visitada a 23ª edição 
da Feneart – Feira Nacional de Artesanato e Cultura – que ocorreu entre os dias 05 
e 16 de julho de 2023 na cidade de Recife - PE. Neste evento, foram observados 
16 artistas expositores que trabalham com a temática dos Orixás, sendo alguns 
deles entrevistados sobre sua percepção e reprodução da iconografia dos Orixás. 
O objetivo destas entrevistas foi compreender quais os aspectos fundamentais para 
a identificação e criação dos ícones de cada um dos 10 deuses africanos que serão 
estudados aqui. 
Paralelamente, foi realizada a coleta de imagens a serem analisadas neste trabalho 
através da cessão do acervo dos artistas plásticos Breno Loeser e Matheus 
Henrique, e também imagens de fotógrafos de terreiros, como Paulo Filizola (Terreiro 
Xambá - Olinda - PE), Larissa Lira (mestre em Ciências da Religião pela UFPB), 
Kayo na Real (Ilê Axé Alaketu Obá Yzô - Paulista - PE e Sítio de Pai Adão - Recife - 
PE), Paula Teixeira (Ilê Axé Odé Tá Ofá Sílná - João Pessoa - PB). Também foram 
consultados os acervos fotográficos dos terreiros Ilê Axé Oyá Gigandê (Campina 
Grande - PB), Ilê Axé Oloxum (Olinda - PE), Ilé Asè Omi Karelewà (João Pessoa - PB), 
Ilê Axé Congonhal (Paulista - PE). 
Para o levantamento de imagens de objetos e produtos, foram consultados lojas e 
ateliês de artigos especializados on-line. 
Por fim, a partir dessas etapas, e através da observação minuciosa das representações 
dos orixás, buscou-se identificar semelhanças entre as diversas fontes, e foi realizada 
a elaboração de painéis-síntese referentes a cada um dos Orixás, acompanhados 
de uma análise formal, observando ponto, forma, proporção, linha, cor, textura e 
composição, tendo como referência as obras “Arte e Percepção Visual” de Rudolf 
Arnheim (1996) e “Princípios da Forma e Desenho” de Wucius Wong (2001). 
Localizado à Estrada Velha de Água Fria, número 1644, na cidade de Recife - PE, o 
Sítio de Pai Adão é um dos primeiros terreiros do estado de Pernambuco e tombado 
como Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN. 
“É muito difícil”, disse Manoel Papai, babalorixá do Ilê Axé Obá Ogunté, quando 
perguntado sobre os símbolos dos Orixás. Estamos diante da maior autoridade do 
Candomblé Nagô no estado, e ouvir essas palavras, fora de contexto, traz de fato 
uma série de preocupações. Manoel do Nascimento Costa, neto de Pai Adão, e 
além de sacerdote é pesquisador, já tendo colaborado com a UFPE como consultor. 
Assim como o avô, é um grande precursor do culto nagô pelo mundo, já viajou até 
Portugal e Cuba. Por que seria difícil falar sobre os símbolos das entidades que têm 
sido cultuadas há quase três séculos naquele mesmo local? 
A resposta é complexa e está estreitamente ligada à perseguição sofrida pelos 
cultos afro-brasileiros ao longo dos anos. Manoel Papai mostra imediatamente a 
capela ao lado e pede que as portas sejam abertas. É a Capela de Santa Inês, santa 
Pesquisa	de	Campo	nos	Terreiros3.1.
Ilê Axé Obá Ogunté	em	Recife	-	PE3.1.1.
26
católica homônima à fundadora da casa, a Ifatinuké ou Tia Inês Joaquina da Costa. 
A pequena construção é uma das primeiras coisas que se vê ao adentrar o terreno 
do sítio, logo atrás do gigante pé de abricó e iroko, e abriga um grande acervo de 
imagens de santos católicos, misturados com esculturas, símbolos e artefatos de 
Orixás que um dia pertenceram aos membros agora já falecidos do terreiro. O local 
conta uma história de resistência e ancestralidade: a capela, os santos serviam para 
despistar a repressão policial, e embora tenha garantido a sobrevivência do terreiro, 
colaboraram para o apagamento dos símbolos propriamente africanos. 
Sua localização é estratégica e por anos serviu como escudo para a construção que 
vem por trás: o salão e quartos onde são cultuados os Orixás. Podemos encontrar 
machados de Xangô feitos de forma vernacular em pedra, madeira e pregos, assim 
como uns mais detalhados que se assemelham aos africanos; espelhos para Oxum 
cujos formatos fazem referência ao sol; adornos para Iansã cobertos de raios; 
entre uma infinidade de símbolos. O pé de iroko, árvore sagrada, servia no passado 
também para esconder essas peças durante as invasões da polícia (HALLEY, 2020, 
p. 14.). Contudo, é inegável o apego à crença cristã: membros do terreiro me contam 
que os mais antigos apenas permitiam a iniciação no candomblé após receberem 
sacramentos católicos, como o batizado e a primeira comunhão. Também não é 
incomum que rezem o terço ou frequentem a missa. Manoel Papai diz que os negros 
precisavam saber três línguas: português, yorubá e latim, a língua da igreja. Justifica 
ainda que a barreira imposta pela diferença de idiomas fez com que a Jurema Sagrada 
– onde se canta em português – crescesse mais que o Candomblé no estado. 
Entre todas essas barreiras, sobrevivem certos símbolos. A Yemanjá (fig. 20) pintada 
à mão no salão principal assemelha-se a uma sereia, mas sua interpretação em nada 
tem a ver com esses seres míticos europeus. É vista como a mãe e rainha das águas 
que não abandonou os seus filhos nos navios negreiros. Seus símbolos estão por 
todo o canto do terreiro; a lua, estrela e ondas que acompanham fazem parte do 
design da logomarca do terreiro (fig. 19), assim como a cor azul. São composições 
simples, de poucos elementos, atreladas a significados próprios transmitidos de 
forma oral durante a prática religiosa, muitas vezes feita pelos próprios membros do 
terreiro. 
 » Figura 18 - Machadose outros artefatos 
ritualísticos relacionados ao orixá Xangô. 
(Fonte: a autora).
 » Figura 20 - Pintura no salão do Ilê Oba 
Ogunté. (Fonte: a autora).
 » Figura 19 - Entrada do Sítio de Pai Adão no 
bairro de Água Fria em Recife - PE. (Fonte: a 
autora).
27
Ilê Axé Oyá Gigandê em Campina Grande - PB3.1.2.
Localizado em uma casa à rua Joaquim Alves Caluête, número 65 no bairro do 
Jeremias em Campina Grande - PB, o Ilê Axé Oyá Gigandê mantém viva a tradição 
nagô na Paraíba. É dirigido pelo babalorixá Altair Medeiros Tavares, o Pai Tatá de 
Oyá, que faz questão de conservar as raízes do Candomblé nagô advindas do Recife. 
É interessante observar como o terreiro mantém as tradições advindas do Sítio de 
Pai Adão no estado da Paraíba. Esse fato reflete-se diretamente nas representações 
dos orixás cultuados, mantendo intactos os mesmos símbolos e cores. 
O Ilê Axé Oyá Gigandê é um exemplo vivo de como o Candomblé paraibano bebe 
diretamente das suas raízes pernambucanas, tornando impossível falar dos Orixás 
na Paraíba sem falar dos orixás em Pernambuco. Nele, foram coletadas imagens 
referentes aos quartos de Orixá (fig. 21 e 22), um local específico do rito afro-brasileiro 
dedicado à veneração e ao culto das divindades. Nesses denominados quartos, são 
dispostos objetos ritualísticos, fios de contas, oferendas como as comidas de santo, 
flores, velas, entre outros. 
 » Figura 21 e 22 - Quarto de Orixá do Ilê Axé 
Oyá Gigandê (Fonte: acervo do Ilê).
28
Os	Artistas	do	Axé3.2.
Contribuem para a construção da iconografia dos Orixás nos estados estudados a 
presença dos artistas e artesãos. 
Dentre os artistas aqui citados, alguns estiveram presentes na Feira Nacional de 
Arte e Cultura. A Fenearte é a maior feira de artesanato da América Latina. Dentre 
os 305 estandes de artesãos, artistas e designers, 16 retratavam os Orixás em sua 
arte. Muitas são as abordagens e mídias utilizadas para representar essas figuras 
sagradas, como esculturas em barro, ferro, e até mesmo em palitos de fósforo. Alguns 
dos artistas foram entrevistados e explicaram sobre o processo criativo de trabalhar 
com tais símbolos. 
Um deles, o artista Diogum, possui um trabalho singular eminentemente baseado na 
iconografia dos Orixás. Natural do Recife, desde 2018 têm desenvolvido esculturas 
em ferro – material não escolhido por acaso, tendo em vista que é associado ao orixá 
Ogum – e em 2021 começou a trabalhar com os orixás individualmente. Por meio 
dos símbolos, representa cada orixá com poucas linhas, sem cores, mas ainda assim 
tornando possível a sua identificação. As esculturas em ferro pendular são uma 
alusão direta e intencional aos balangandãs, jóias muito utilizadas pelas baianas. 
Sobre o seu trabalho, Diogum conta que: 
“Desde o início queria trabalhar com símbolos 
e arquétipos, pra passar mensagens de fé, 
positividade, proteção… Comecei com pássaros, 
fiz vários, representando a liberdade. E em 2021 
comecei a representar os Orixás, através de 
seus símbolos. Por exemplo Oxum: leque, flores, 
espelhos, água doce, búzios, peixe, cachoeira, 
beleza, universo feminino... Isso tudo me lembra 
Oxum. Mas queria fazer algo diferente com o 
ferro. E inspiradas nas “joias de crioula”, que são 
balangandãs, estou fazendo as peças de forma 
pendular, que dão leveza e movimento às obras .”
A mesma lógica serve para peças de outros Orixás. Os símbolos são retirados de 
seus próprios mitos e lendas, assim como do ritual das religiões afro-brasileiras e 
servem como base para composições em eixo vertical e simétricas. Esse exemplo 
serve como modus operandi para o processo criativo de quase todos os outros 
artistas do axé: associar símbolos, combiná-los de acordo com a tradição yorubá e 
assim representar os Orixás.
 » Figura 23 - Oxum por Diogum. ((Fonte: acervo pessoal do artista).
 » Figura 24 - Balangandã baiano (Fonte: Bauhaus Leilões).
29
Iconografia	dos	Orixás4.
Cada Orixá possui particularidades que o torna único, tendo em vista que de acordo 
com a tradição yorubá, são diferentes forças da natureza associadas a elementos 
distintos, desde animais a objetos. Para cada um se definem paletas de cores, 
símbolos, folhas, ferramentas, tanto para uso sacro quanto laico. Esse esquema 
complexo é o meio por onde o animismo das religiões afro-brasileiras se expressa, o 
qual chamamos de iconografia dos Orixás. 
Essa rica iconografia é expressa de forma sacra através de objetos ritualísticos que 
ocupam os quartos de Orixá, dos fios de conta, e da indumentária que representa 
cada Orixá, vestido por seus respectivos médiuns. Também é expressa de forma 
laica, através do trabalho de artistas locais. 
Logo, para além de símbolos e ilustrações, as imagens a seguir representam a 
materialização do sagrado dos cultos afro-brasileiros. 
 » Figura 25 - Assentamentos no Sítio de 
Pai Adão - Recife - PE (Fonte: a autora).
30
EXU
31
Exu4.1.
Exu é o orixá da comunicação, mensageiro sagaz entre Olorun e Orun (céu e terra). 
Masculino e impulsivo, é dotado de energia dinâmica. 
Sua iconografia pode ser confusa dado o fato de ser cultuado tanto como orixá 
no candomblé quanto como egun (entidade) na Umbanda e em outros cultos afro-
brasileiros. No Candomblé Paraibano e Pernambucano são raras e quase inexistentes 
as representações de Exu em médiuns incorporados (fig. 26), tal qual ocorre com 
outros Orixás. Acredita-se que dada a sua natureza volátil, não poderia se materializar 
em um médium. Portanto, a maioria de seus ícones nesta região são encontrados em 
esculturas, assentamentos e fios de contas. 
 » Figura 27 - Exu no Ilé Asè Omi Karelewà 
- João Pessoa - PB (Fonte: acervo do Ilê)
 » Figura 28 - Representação de Exu pelo 
artista pernambucano Diogum, 2023 
(Fonte: Acervo do artista).
32
Em esculturas antropomórficas, 
predominam representações com 
a cabeça alongada, em outra 
referência ao falo masculino (fig. 33 
e 34). 
Essa é uma herança direta das 
representações africanas de Exu, 
que são ainda mais explícitas e 
alongadas (fig. 35 e 36).
Fig. 33
Fig. 35 Fig. 36
Fig. 34
Contudo, um de seus ícones mais 
conhecidos, associados tanto ao 
orixá quanto ao egun, é o tridente 
(fig. 29-32). 
Este, pode ser marcado ou não por 
uma ondulação horizontal a fim de 
representar movimento (fig. 31, 32).
Por vezes, as pontas do tridente 
assemelham-se a falos, outro 
elemento associado à masculinidade 
exacerbada de Exu. 
Fig. 29 Fig. 30
Fig. 31 Fig. 32
A sua iconografia é marcada por 
elementos visuais que reforçam a 
ideia de verticalidade associada ao 
masculino também nos objetos. 
O ogó (fig. 37-40), o seu objeto 
ritualístico, é equilibrado em simetria 
com duas cabaças dispostas lado a 
lado, em mais uma referência direta 
ao órgão masculino. 
 
Fig. 37
Fig. 39 Fig. 40
Fig. 38
 » Figura 29 e 30 - Tridente de 
Exu. (Fonte: Nova Zé Artigos 
Religiosos).
 » Figura 31 - Tridente de Exu. 
(Fonte: Casa Lírio Verde).
 » Figura 32 - Tridente de Exu. 
(Fonte: Lu Art’s Bijouterias).
 » Figura 32 - Cabeça de Exu pelo 
artista sergipano Breno Loeser, 
2023. (Fonte: Acervo do artista).
 » Figura 34 - Escultura de Exu por 
Mestre Bila - Tracunhaém - PE 
(Fonte: a autora)
 » Figura 35 - Estatueta de Exu. 
Met Museum. (Fonte: The Met).
 » Figura 36 - Estatueta de Exu. 
Coleção Robilotta, MASP. (Fonte: 
Afreaka).
 » Figura 37 - Ogó de Exu. (Fonte: 
Atêlie D’Oxê).
 » Figura 38 - Ogó de Exu. (Fonte: 
Mercado Livre).
 » Figura 39 - Ogó de Exu. (Fonte: 
Shopee).
 » Figura 40 - Ogó de Exu. (Fonte: 
Elo7).
33
Fig. 41
Fig. 43
Fig. 42
Fig. 44
A paleta de cores dentro da iconografia de Exu é composta principalmente de vermelho 
e preto, por vezes expandindo-se para englobar outros tons terrosos e quentes, como 
o marrom e o dourado. 
Essas cores se repetem tanto de forma deliberada em suas representações visuais 
e objetos ritualísticos – velas, louças, como nas figuras 42 e44 – quanto de forma 
orgânica em suas oferendas, compostas geralmente pelo padê – farofa com azeite de 
dendê (fig. 43) – e pimentas vermelhas (fig. 41). 
Além disso, o uso de cores quentes remetem aos elementos naturais terra e fogo, 
associados ao calor e dinamismo próprio do orixá. 
 » Figura 41 a 43 - Presentes de Exu no Terreiro 
Xambá - Olinda-PE. (Fonte: Paulinho Filizola).
34
 » Figura 45 - Quartinha para Exu (Fonte: Amazon).
 » Figura 46 - Quartinha para Exu (Fonte: Shopee).
 » Figura 47 - Fio de conta para Exu (Fonte: Universo Religioso).
Fig. 45 Fig. 46
Fig. 47
O uso de fios de conta ou “guias” (fig. 47) para Exu não é tão comum nos rituais de 
Candomblé. Esses colares são mais utilizados na Umbanda, Jurema e outros cultos 
afro-brasileiros, associados a Exu como egun – entidades como “Exu Tranca-Rua”, 
“Exu Tiriri”, “Exu Caveira”, entre inúmeras outras – e não a Exu orixá. 
Contudo, as cores preta e vermelha são utilizadas nas miçangas de ambas 
representações, assim como o símbolo do tridente, em formato de pequenos pingentes. 
Nas quartinhas (fig. 45 e 46) que compõem os assentamentos nos pejis – quartos de 
orixá – repete-se o mesmo esquema cromático de tons de vermelho e preto, por vezes 
sendo adornadas por símbolos, como o tridente.
35
OGUM
36
Ogum4.2.
Ogum é o orixá da guerra, cuja mitologia yorubá conta que ensinou aos homens a 
arte da manipulação do ferro. 
Sua iconografia é indissociável do seu sincretismo com São Jorge. O guerreiro da 
Capadócia empresta alguns de seus elementos ao orixá africano, como o capacete 
tal qual um galea de soldado romano e a espada em estilo europeu (fig. 49). 
 » Figura 49 - Representação 
tradicional de São Jorge (Fonte: 
Domínio Público).
 » Figura 48 - Ogum no Ilê Axé Odé Tá 
Ofá Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: 
Abebé Wúra).
37
Não poderia faltar para o guerreiro 
Ogum a sua espada. 
Essa, apresenta-se de forma reta e 
vertical (fig. 54 e 55), com aspecto 
rígido e austero, em total ausência de 
movimento, ou com uma suave curva 
em sua ponta superior (fig. 56 e 57), que 
traz certo dinamismo à espada metálica. 
Fig. 54
Fig. 56 Fig. 57
Fig. 55
Como manipulador do ferro, um dos 
principais símbolos de Ogum é o 
balangandã (fig. 50-53). 
Um conjunto de várias ferramentas 
penduradas sob um eixo horizontal, 
sobrepostas ou não por um arco, em 
perfeito equilíbrio de tamanho e espaço, 
que reforçam sua destreza. 
Fig. 50 Fig. 51
Fig. 52 Fig. 53
O capacete é um dos ícones de Ogum 
herdados diretamente de São Jorge.
São capacetes cujo desenho pouco 
tem a ver com a tradição africana e mais 
com a europeia, embora haja algumas 
adaptações de materiais típicos da arte 
africana, como a palha da costa. 
A variação de materiais é vasta, 
envolvendo desde latão à lantejoulas. 
Fig. 58
Fig. 60 Fig. 61
Fig. 59
 » Figura 50 - Balangandã de Ogum 
(Fonte: Mercadão da Fé).
 » Figura 51 - Balangandã de Ogum 
no Museu Afro da Bahia (Fonte: 
Museu Afro da Bahia - UFBA).
 » Figura 52 e 53 - Ilustrações de 
Carybé em Iconografia dos Deuses 
Africanos. (Fonte: Acervo do artista 
- Facebook).
 » Figura 54 - Espada de Ogum 
(Fonte: Nova Zé Artigos Religiosos).
 » Figura 55 - Ilustração de Carybé 
em Iconografia dos Deuses 
Africanos. (Fonte: Acervo do artista 
- Facebook).
 » Figura 56 - Espada de Ogum 
(Fonte: Reino das Ferramentas).
 » Figura 57 - Espada de Ogum 
(Fonte: Desconto no preço).
 » Figura 58 - Capacete de Ogum 
(Fonte: Mercadão de Niterói).
 » Figura 59 - Capacete de Ogum 
(Fonte: Americanas).
 » Figura 60 - Capacete de Ogum 
(Fonte: Mercadão de Niterói).
 » Figura 61 - Capacete de Ogum 
(Fonte: Ateliê Duas Coroas).
38
Fig. 62
Fig. 63
Fig. 64
 » Figura 62 e 63 - Facão de Ogum Ilê Axé Alaketu 
Obá Yzô - Igarassu - PE (Fonte: Acervo do fotógrafo 
Kayo Real)
 » Figura 64 - Correntes para Ogum no Ilê Axé Odé 
Um fato curioso observado durante a pesquisa de campo foi a adaptação da 
representação de objetos ritualísticos presentes tradicionalmente na iconografia por 
outros elementos à disposição. 
Isso percebe-se na adaptação da espada de guerreiro pelo facão de mato (fig. 62 e 
63); das ferramentas dos balangandãs por, simplesmente, correntes de ferro (fig. 64). 
Certamente, a aquisição desses objetos é mais fácil e barata. Esse caso mostra o 
constante dinamismo sobre o qual a iconografia dos Orixás está submetida, onde de 
forma não canônica, objetos com aspecto formal e funcional similares, como a espada 
e a faca, podem ser equivalentes. 
39
Fig. 65 Fig. 66
Fig. 68Fig. 67
Além do ferro, outro material associado à Ogum são as fibras de ráfias, sendo as mais 
populares a palha da costa ou o mariwo – a folha do dendezeiro. 
Essas fibras não são sua exclusividade, sendo encontradas em representações de 
outros orixás e objetos do rito afro-brasileiro, contudo em Ogum recebem grande 
destaque sendo aplicadas na crista de seus capacetes e utilizadas nas mãos como 
lança (fig. 66-67). 
A flexibilidade e leveza desses materiais proporcionam movimento e dinamismo à 
figura austera de Ogum. 
 » Figura 67 - Ogum em Ilê de Candomblé Ketu - 
João Pessoa - PB (Fonte: Larissa Lira).
 » Figura 65 e 66 - Ogum no Ilê Axé Odé Tá Ofá 
Sílná - João Pessoa - PB (Fonte: Abebé Wúra 
Fotografias).
 » Figura 68 - Pequeno Ogum no Ilê Axé 
Congonhal - Paulista - PE (Fonte: Acervo do ilê).
40
Fig. 69
Fig. 70
Fig. 71
As cores associadas a Ogum são o azul escuro e, em menor quantidade, o vermelho e 
branco, e em alguns casos, verde. Essas cores interagem sobretudo nas vestimentas, 
pois na maioria das nações de Candomblé, na Paraíba e Pernambuco como nagô e 
ketu, os fios de conta de Ogum são apenas azuis escuros (fig. 69). 
Em outros objetos ritualísticos como o igbá (fig. 71), conjunto de louça presente no 
assentamento do Orixá, quando não em barro cru, a cor azul também é presente para 
o orixá. 
A planta espada de São Jorge (fig. 70) também é muito associada ao orixá e pode ser 
uma das explicações para a adição do verde na sua paleta de cores.
 » Figura 70 - Igbá de Ogum (Fonte: Casa do 
Lírio Verde).
 » Figura 69 - Fio de conta de Ogum (Fonte: 
Manacá Fios).
 » Figura 71 - Espada de São Jorge (Fonte: 
Água Verde Floricultura).
41
OXÓSSI
42
Oxóssi4.3.
Oxóssi ou Odé, é o orixá das matas. É o certeiro “caçador de uma flecha só”, sendo 
também associado à fartura e à natureza. 
Por essa forte relação com as matas, constantemente é também associado à figura 
dos caboclos e povos originários através de processos de sincretismo. 
Possui uma iconografia facilmente reconhecível, marcada sobretudo pelo símbolo 
do ofá, o seu arco e flecha (fig. 72).
 » Página anterior: Figura 72 - Oxóssi pelo artista Abdias 
Nascimento, Okê Oxóssi, 1970, Abdias Nascimento, 
acervo MASP.
43
Outro elemento marcante da iconografia 
de Oxóssi é a estilização do chapéu 
de boiadeiro, com dobra em uma das 
laterais. 
É um esforço para reforçar o arquétipo 
de caçador: sempre acompanhado do 
ornamento de penas e outros diversos 
materiais, como peles naturais ou 
sintéticas, búzios e miçangas.
Fig. 78
Fig. 80
Fig. 79
Fig. 81
O ofá (fig. 74-77) é um símbolo curioso, 
sendo a mais simples das ferramentas 
dos orixás visualmente. 
É a simplificação formal máxima de um 
arco e flecha, o seu instrumento de 
caça. 
Composto apenas por um semicírculo 
cortado transversalmente por um eixo 
vertical simétrico, além de símbolo é 
um objeto de aspecto bidimensional 
utilizado por médiuns em transe com o 
Orixá e nos assentamentos.
Fig. 74
Fig. 76
Fig. 75
Fig. 77
O erukerê é um objeto ritualístico do 
Orixá. Consiste em pêlos do rabo de 
animais de cor preferencialmente 
escura, como búfalo e boi, amarrados 
em um cabo de madeira ou couro.
Utilizado por médiuns em transe no 
ritual, sua função não é puramente 
ornamental, mas sim a de espantar 
espíritos. 
Um objeto similar também está 
presente na iconografia de Iansã.
Fig.82

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