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ADMINISTRAÇÃO Prof. Rodrigo Rennó ADMINISTRAÇÃO Patrimonialismo ✓ O modelo patrimonialista foi introduzido no Brasil pela própria administração portuguesa. ✓ Nele, há uma confusão natural entre os bens públicos e particulares. ✓ A base de sua dominação é a tradição! ✓ Em geral, não existiam carreiras organizadas e profissionalizadas no estado - característica forte deste modelo é o nepotismo e a corrupção. ✓ Como o soberano está acima das regras, a racionalidade é subjetiva - depende da opinião, da discricionariedade do senhor no momento, inclusive nas decisões da Justiça. ✓ A justiça fiscal é frágil, pois a estrutura tributária (os impostos) é desenhada para afetar pouco os nobres ou senhores dominantes. Características do Patrimonialismo Esfera Pública se confunde com a Privada Sistema fiscal injusto e irracional Falta de profissionalização Tendência à corrupção e ao nepotismo Racionalidade subjetiva Falta de Rede de Proteção Social Características do Patrimonialismo De acordo com Weber, ao quadro administrativo da dominação tradicional, em seu tipo puro, faltam ➢A competência fixa segundo regras objetivas; ➢A hierarquia racional fixa; ➢A nomeação regulada por contrato livre e o ascenso (promoção) regulado; ➢A formação profissional (como norma); ➢(muitas vezes) o salário fixo e (ainda mais frequentemente) o salário pago em dinheiro. Aparecimento do Modelo Burocrático Crescimento do Estado ➢As monarquias absolutistas foram sendo substituídas aos poucos, por Estados modernos, ➢O Estado moderno precisava ampliar suas ações de indução do crescimento da economia, com uma atuação mais direta na criação de empresas estatais e na regulação da atuação econômica. • A sociedade começou a demandar diversos serviços públicos e proteções sociais que não existiam - Antigamente, o Estado só fornecia o acesso a Justiça, a proteção policial e a defesa nacional. • O Estado necessitava se capacitar e de se profissionalizar. O modelo patrimonialista passou a ser visto como um problema e um limitador ao desenvolvimento por diversos países. Sociedades ficam mais complexas Patrimonialismo não consegue atender às demandas sociais Modelo Burocrático é visto como solução mais racional e adequada Modelo Burocrático Uma coisa que devemos ter em mente é que a Burocracia foi uma grande evolução do modelo patrimonialista. Weber concebeu a Burocracia como o modelo mais racional existente, o qual seria mais eficiente na busca dos seus objetivos. Atualmente, o termo Burocracia é visto como algo negativo em nossa sociedade, mas o modelo “puro” pensado por Weber foi um grande avanço. Possibilitou a construção de um Estado mais atuante e capacitado do que existia. Características da Burocracia Formalidade • Autoridade é expressa em leis; • Comunicação é padronizada; • Controle de Procedimentos. Impessoalidade • Isonomia no tratamento; • Meritocracia; • Racionalidade; • Sistema legal e econômico previsível. Profissionalismo • Comando é dos especialistas; • Remuneração em dinheiro; • Administrador é especialista - noção de carreira; • Hierarquia. Vantagens da Burocracia Dentre as principais vantagens que a Burocracia trouxe, podemos citar: ✓ O predomínio de uma lógica científica sobre uma lógica da intuição, do “achismo”; ✓ A redução dos favoritismos e das práticas clientelistas; ✓ Uma mentalidade mais democrática, que possibilitou igualdade de oportunidades e tratamento baseado em leis e regras aplicáveis a todos. Problemas da Burocracia Rigidez e apreço extremo às regras o controle é sobre procedimentos e não sobre resultados, levando à falta de criatividade e ineficiências. Perda da visão global da organização a divisão de trabalho pode levar a que os funcionários não tenham mais a compreensão da importância de seu trabalho nem quais são as necessidades dos clientes ou dos outros órgãos da instituição. Lentidão no processo decisório hierarquia, formalidade, centralização e falta de confiança nos funcionários levam a uma demora na tomada de decisões importantes. Problemas da Burocracia Excessiva formalização em um ambiente de mudanças rápidas, não se consegue padronizar e formalizar todos os procedimentos e tarefas, gerando uma dificuldade da organização de se adaptar a novas demandas. A formalização também dificulta o fluxo de informações dentro da empresa. Dificuldade de resposta às mudanças no meio externo visão voltada excessivamente para as questões internas (sistema fechado, ou seja, autorreferente, com a preocupação não nas necessidades dos clientes, mas nas necessidades internas da própria burocracia). Contexto da Introdução da Administração Gerencial Crise Econômica •Choque do Petróleo; •Crise da Dívida na AL; •Década Perdida nos anos 80. Crise do Estado •Crise fiscal; •Dificuldade de manter investimentos; •Dificuldade de manter Estado do bem estar Crítica ao Modelo Burocrático •Demandas por serviços melhores; •Mais eficiência; •Menos “burocracia”. Administração Gerencial Características do Modelo Gerencial ou NGP - Cobrança de resultados a posteriori; - Maior autonomia (financeira, material e RH) - foco na qualidade dos serviços públicos - Definição dos objetivos a serem alcançados; - Competição dentro da máquina estatal; -Preocupação com os "clientes" - Descentralização; - Incentivo à inovação; -Estrutura hierárquica mais achatada e flexível Principal Diferença entre NGP e Burocracia Nova Gestão Pública - controle finalístico ou "a posteriori" Burocracia - controle dos processos ou "a priori" Reforma do DASP Contexto • Industrialização; • Passagem de país agrário para Industrial; • Crise da Bolsa de 29 / Mercado Café • Busca de alternativas para lidar com a crise econômica. Atuação • Órgão centralizador da modernização da Adm. Pública; • Busca de um modelo mais eficiente para a máquina pública; • Busca implantar modelo burocrático no Brasil; Objetivos • Centralizar e reorganizar a Adm. Pública; • Definir a política de pessoal, de materiais e finanças; • Racionalizar métodos e processos em geral. Reforma do DASP Conselho Federal do Serviço Público Civil criado em 1936 Depois transformado em 1938 no Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP. Atuação do DASP ocorreu em três esferas Criação de órgãos formuladores de políticas públicas Como os conselhos, que seriam responsáveis por formar “consensos” dentro da sociedade sobre diversos temas; Expansão de órgãos da administração direta como ministérios e agências de fiscalização (neste governo foram criados diversos ministérios, como o do Trabalho) Expansão das atividades empresariais do Estado criação de empresas estatais, fundações públicas, sociedades de economia mista e autarquias - a Companhia Vale do Rio Doce e a CSN foram criadas nesta época! DASP - Resultados As mudanças não alcançaram toda a administração pública. Para certas carreiras, foram introduzidos os concursos públicos, promoção por mérito e salários adequados. Outras carreiras continuaram sob as práticas patrimonialistas e clientelistas, com nomeações políticas, salários defasados e promoções somente por tempo de serviço. A Burocracia convivia com o Patrimonialismo! Redemocratização em 1945 O DASP perdeu muito de sua força modernizadora com a saída de Vargas do poder em 1945. Após esse momento, o departamento perdeu muitas de suas funções e passou a fazer um trabalho mais rotineiro. A reforma não se completou, nem tampouco foi revertida. Governo JK – Administração para o Desenvolvimento Contexto • Período de grande crescimento econômico; • Instalação de grandes multinacionais no país; • Construção de Brasília, inserida no plano de metas do governo JK. Principais Fatores • Aumento da intervenção do Estado; • Descentralização do setor público através da criação de várias autarquiase sociedades de economia mista (que teriam mais autonomia e flexibilidade do que a Administração Direta). Governo JK – Administração para o Desenvolvimento Ficou marcado pelo que se chamou de Administração Paralela Ao invés de reformar as estruturas, criava novas “camadas” Com isso ele “contornava” a administração direta Modelo burocrático já se mostrava inadequado! A coordenação das ações fazia-se por meio de grupos executivos escolhidos diretamente pela Presidência da República. Evidenciou-se o papel fundamental das chamadas “ilhas de excelência” A Reforma de 1967 – DL nº200/67 Contexto • APU se mostrava cada vez menos adequada aos desafios de um país em desenvolvimento; • Reforma era necessária. • No governo Goulart, formou-se a Comissão Amaral Peixoto, que coordenou estudos para uma reforma do modelo • O golpe militar de 1964 abortou a iniciativa, mas algumas ideias foram aproveitadas na reforma de 1967 - Decreto-Lei nº200 Atuação • Foi uma tentativa de superar a rigidez burocrática; • Descentralização administrativa/ centralização política; • Administração Indireta ganha autonomia; • Alguns autores consideram o início do modelo gerencial no Brasil A Reforma de 1967 – DL nº200/67 • Teve crescimento desordenado • Expansão da intervenção estatalAdministração Indireta • Ao permitir contratações sem concurso - aumento do clientelismo • Não se preocupou c/ Adm direta – enfraquecimento do núcleo estratégico Problemas A Reforma de 1967 Problemas • Reforma não alterou os procedimentos básicos da administração direta, criando cada vez mais um fosso que separou a administração indireta – mais capacitada, mais ágil e flexível - da administração direta, que continuava com práticas clientelistas aliadas a um modelo rígido da burocracia que se somava a baixos salários. • levou a um enfraquecimento do núcleo estratégico do Estado e a uma constante tensão entre os órgãos centrais e as empresas e autarquias da administração indireta. • A maior autonomia dada à administração indireta tornou mais fácil a continuação de práticas clientelistas e patrimonialistas. Problemas • As crises do Petróleo, em 1973 e 1979, acabaram inviabilizando a administração para o desenvolvimento, que já vinha desde os anos 50. • O processo de endividamento público, que “empurrava” os investimentos públicos na economia passou a ser insustentável. • Os juros internacionais subiram muito nesta época e a liquidez do mercado financeiro internacional caiu muito. • Desta forma, o Estado, em grave crise fiscal e administrativa, teria cada vez menos condições de ser o indutor do crescimento nacional. Retrocesso Burocrático – CF88 Contexto •Redemocratização em 85; •Leva a um ciclo populista; •Não há noção da gravidade da crise do Estado; •Voluntarismo - idéia de que o processo democrático resolverá todos os problemas Diagnósticos •Modelo de Estado Desenvolvimentista ainda era visto como ideal! •Diagnóstico errado - pensavam que a descentralização e autonomia da Administração Indireta foi causa da crise do Estado; “Reação” da Burocracia •Reação ao clientelismo; •Atitude defensiva da burocracia; •Afirmação de privilégios corporativistas. Resultados da CF88 Centralização administrativa; Limitou autonomia da Administração Indireta Retomou ideais burocráticos; Administração Pública voltou a ser hierárquica e rígida Criação de privilégios: estabilidade para todos e aposentadoria integral RJU – Concurso agora é obrigatório Resultados da CF88 Centralização administrativa Descentralização política Governo Collor A CF/88 gerou despesas para o Estado sem se preocupar com o financiamento destas. Cenário de hiperinflação no final da década de 80 Collor, concorreu tendo como slogan “acabar com os marajás” do serviço público – péssima percepção do serviço público. A reforma de Collor, de viés neoliberal (visando a um estado dito mínimo), desejava reduzir a presença do Estado na vida social e econômica da nação. Dentre diversas mudanças econômicas (troca de moeda, congelamento e bloqueio de dinheiro em contas bancárias), buscou- se um forte ajuste fiscal Governo Collor Foram demitidos, ou postos em disposição, mais de cem mil servidores (muitos depois conseguiram ser readmitidos judicialmente). Collor não reajustou os salários dos servidores, levando a um grande arrocho salarial (a inflação era imensa na época). O processo de privatização foi acelerado, tendo como objetivo a diminuição do tamanho do Estado. Após o impeachment de Collor, o sucessor Itamar Franco teve uma atuação tímida, tendo readmitido alguns servidores e revertido algumas das ações de Collor. Reforma de FHC Contexto • Percepção de que a globalização diminuía importância do Estado • Crise de governança após retrocesso de 1988 • Proposta pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado Diagnósticos • A ideia de estado mínimo tampouco era vista como a solução do problema, pois não era aceita como legítima pela população, que desejava que o Estado continuasse provendo os antigos serviços públicos do Estado de Bem-Estar Social, mas com eficiência. • Governo brasileiro não carece de “governabilidade”, Enfrenta, entretanto, um problema de governança. Reposicionamento • Estado passaria a cumprir um papel na sociedade mais de regulador e promotor do desenvolvimento econômico do que um papel de executor. • Regulação • Privatização • Publicização Reforma de 95 • Não buscava o Estado Mínimo; • Foi uma tentativa de implantar a administração gerencial Inspiração • Ajuste fiscal duradouro; • Reformas econômicas pró-mercado; • Reforma da Previdência Social Pilares • Descentralização dos serviços sociais; • Maior autonomia administrativa; • Aumento da accountability / transparência Objetivos Reforma de 95 Buscou alterar o tipo de controle Controle a posteriori Gestão por Resultados Reforma de 95 - Setores Núcleo Estratégico • Setor que define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. • Ex: Poderes Legislativo e Judiciário e, no poder executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores diretos; • Propriedade estatal • Gestão burocrática e gerencial Atividades Exclusivas • Setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. • poder extroverso do Estado - o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. • Ex: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, etc. • Propriedade estatal; • Gestão gerencial. Serviços não- exclusivos • Setor onde o Estado atua junto com outras organizações públicas não- estatais e privadas. • Ex: as universidades, os hospitais, etc. • Propriedade não- estatal; • Gestão gerencial Produção de bens e serviços para o mercado • Corresponde à área de atuação das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro; • Propriedade Privada; • Gestão gerencial Prof. Rodrigo Rennó @profrodrigorenno @profrodrigorenno /rodrigorenno99 /profrodrigorenno https://t.me/rodrigorenno https://t.me/rodrigorenno OBRIGADO Prof. Rodrigo Rennó