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Geografia Página | 1 Sumário Movimentos da Terra ................................................. 2 Pontos cardeais e subdivisões ..................................... 2 Fusos horários ............................................................ 2 Tipos de projeções cartográficas ................................. 2 Classificações .............................................................. 3 Mercator .................................................................... 3 Peters ......................................................................... 3 Goode ........................................................................ 3 Anamorfose ................................................................ 3 Escalas ........................................................................ 3 Formação do planeta .................................................. 3 Composição química ................................................... 3 Composição física ....................................................... 3 Teoria da deriva continental ....................................... 4 As correntes de convecção ......................................... 4 Dinâmica interna ........................................................ 4 Escudos Cristalinos ..................................................... 5 Bacias sedimentares ................................................... 5 Dobramentos modernos ............................................. 5 Terrenos cristalinos .................................................... 5 Bacias sedimentares ................................................... 5 Rochas magmáticas ou ígneas ..................................... 6 A exploração mineral no Brasil .................................... 6 Os projetos minerais ................................................... 6 Principais jazimentos minerais .................................... 6 Questão ambiental e mineração ................................. 7 Planaltos ..................................................................... 7 Planícies ..................................................................... 7 Depressões ................................................................. 8 Classificações do relevo brasileiro ............................... 8 Solos ........................................................................... 8 Fatores que influenciam na formação de um solo ....... 9 O perfil de um solo ..................................................... 9 Latossolos ................................................................... 9 Argilosos ..................................................................... 9 Cambissolos ................................................................ 9 Litossolos .................................................................... 9 Vertissolos ................................................................ 10 Preservação, conservação e correção dos solos ........ 11 Estudo dos gases ...................................................... 11 Elementos do tempo ................................................ 11 Principais fatores que influenciam no clima .............. 11 Precipitações mais comuns no Brasil ........................ 12 As massas da atmosfera ........................................... 12 Massas de ar no Brasil .............................................. 12 El Niño ..................................................................... 12 La Niña ..................................................................... 12 Ciclones tropicais ..................................................... 12 Furacões .................................................................. 13 Tornados .................................................................. 13 Intensificação do efeito estufa ................................. 13 Intensificação da chuva ácida ................................... 14 Desertificação .......................................................... 14 Desmatamento ........................................................ 14 Coluna de gases ....................................................... 15 Camadas .................................................................. 15 Bacias hidrográficas ................................................. 15 Biomas das Savanas ................................................. 16 Amazônica ............................................................... 17 Mata Atlântica ......................................................... 18 Mata dos Pinhais/Florest a de Araucárias ................. 18 Mata de Cocais......................................................... 18 Matas ciliares/galeria ............................................... 18 Cerrado .................................................................... 18 Caatinga ................................................................... 18 Campos .................................................................... 19 Pantanal................................................................... 19 Mangues .................................................................. 19 Geografia Página | 2 Orientação e localização Movimentos da Terra 1. Rotação: movimento que a Terra faz ao girar em torno do seu próprio eixo, do Oeste para o Leste, em 24 horas, definindo os dias e as noites. 2. Translação: movimento que a Terra e os outros planetas fazem ao redor do Sol, no sentido Oeste para Leste, em um percurso de 365 dias, definindo as estações do ano. Solstícios Momentos que o Sol incide perpendicularmente sobre um dos trópicos, de Câncer ou Capricórnio. Causa distribuição irregular da luz e do calor do Sol nos Hemisférios Norte e Sul. Os dias e as noites apresentam duração desigual. Mês 6: no Hemisfério Sul inicia o inverno e tem o dia mais curto do ano, e no hemisfério norte inicia o verão, com o dia mais longo do ano. Mês 12: no Hemisfério Sul inicia o verão e no Hemisfério Norte inicia o inverno. Equinócio Momentos que o Sol incide perpendicularmente sobre a língua equatorial. Causa distribuição igualitária da luz e do calor pelos Hemisférios Norte e Sul. Os dias e as noites apresentam igual duração em toda a Terra. Mês 3: início do outono no Hemisfério Sul e da primavera no Hemisfério Norte. Mês 9: início da primavera no Hemisfério Sul e do outono no Hemisfério Norte. Periélio: ponto da órbita do planeta está mais próximo ao sol, próximo ao dia 4 de janeiro. Afélio: ponto da órbita está mais afastado do sol, tendo menor velocidade de translação em toda a sua órbita, no dia 4 de julho. Pontos cardeais e subdivisões O sol nasce no Leste e se põe no Oeste. Norte: setentrional, setentrião Sul: meridional, meridião Leste: levante, oriente, nascente Oeste: poente, ocidente, ocaso Meridianos Cortam a Terra no sentido longitudinal. O de origem é o de Greenwich, a partir do qual pode ser definido as longitudes. Longitude: de 0º até 180º, a partir do Meridiano de Greenwich (L ou O). Paralelos Latitude: 0º até 90º, a partir do Equador (N ou S). Círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente, com origem no Equador, de onde determina as latitudes. Fusos horários As horas aumentam para o leste e diminuem para o oeste. Ao se ultrapassar a linha internacional de data, deve-se alterar a data para o dia anterior (a leste) ou seguinte (a oeste). Projeções cartográficas 1. Mapa: representação de fenômenos físicos, bióticos ou socioeconômicos, sem uma finalidade específica. Exemplos: mapa dos Estados do Brasil, mapa de relevo, mapa de municípios. 2. Carta: representação de fenômenos espaciais com uma finalidade prática. Exemplos: cartas topográficas (para avaliar altitudes), cartas de navegação, cartas geotécnicas(para o planejamento urbano). 3. Planta: um caso particular de carta, que se restringe a uma área muito limitada e a escala é grande, consequentemente, com um número maior de detalhes. Tipos de mapas 1. Gerais: quando se destinam ao público em geral, normalmente com pequena escala, como mapas de grandes regiões, países, continentes, mapas-múndi. 2. Especiais: destinam a determinados profissionais, sendo mais específicos, mais técnicos, e geralmente com grande escala, como em mapas econômicos, científicos, cartas náuticas. 3. Temáticos: quando se destinam ao estudo, análise e pesquisa de determinados temas, como geologia, pedologia, demografia. Tipos de projeções cartográficas Cônicas É tangente às médias latitudes, a partir das quais as deformações aumentam, tanto em direção ao polo quanto ao Equador. Apresentam meridianos retos e paralelos curvos. Representam regiões de médias latitudes. Azimutais Plano de projeção tangente às altas latitudes (um dos polos), a partir das quais as deformações aumentam em direção às menores latitudes. Mais utilizados em regiões polares. Cilíndricas Projeção tangente ao Equador, a partir de onde as deformações aumentam em direção às altas latitudes. Deformam exageradamente as regiões polares. Representam regiões de baixa latitude. A mais utilizada é a de Mercator, com o planeta centralizado na Europa. Geografia Página | 3 Classificações 1. Equidistantes: não representam deformações lineares para algumas linhas, sendo em escala uniforme. 2. Conformes: representam, sem deformação, todos os ângulos em torno de quaisquer pontos, não deformando pequenas regiões. 3. Equivalentes: não alteram as áreas, conservando a mesma relação com a área de todo o mapa. 4. Afiláticas: não conservam nenhuma das propriedades. Projeções mais importantes Mercator Projeção cilíndrica conforme, elaborada no século XVI, para os navegadores. Apresentam meridianos e paralelos em linhas retas. Manteve as formas dos continentes, mas não respeitou as proporções reais. Regiões polares de maneira exagerada. É excelente para navegação. Dispõe a Europa no centro do mapa. Peters Cilíndrica e tangente ao Equador. Aproximasse da realidade, a proporção de tamanho entre os continentes sem se preocupar com a equivalência das distâncias. Alteram as formas para manter as reais proporções dos continentes. Destaca o continente africano no centro do mapa. Propõe a valorização do mundo subdesenvolvido, mostrando sua área real. Goode Tenta eliminar várias áreas oceânicas. Anamorfose Mapas esquemáticos, sem escala cartográfica. As áreas sofrem deformações matematicamente calculadas, tornando diretamente proporcionais a um determinado critério considerado. Convenções cartográficas Curvas de nível: método utilizado para representar o relevo terrestre, permitindo um valor aproximado da altitude em qualquer ponto do mapa. Mias próximas significam declives mais elevados. Com valores elevados no centro, representam montanhas ou montes. Escalas E = dimensão no mapa/ Dimensão no terreno real 1. Escala numérica: relação entre comprimento no mapa e a distância no terreno. 2. Escala gráfica: segmento de reta graduada. Numa pequena escala, o mais importante é mostrar as estruturas básicas dos elementos e não a exatidão de detalhes. Numa grande escala, existe uma maior preocupação com os detalhes. Formação do planeta A explicação científica mais aceita é a Teoria da Grande Explosão, o Big Bang, a qual considera que nosso Universo começou entre 14 e 14 bilhões de anos, a partir de uma “explosão” cósmica. Embora tenha se esfriado, a Terra continua em transformação constante, visto que atividades geológicas, como vulcanismo e terremotos, estão sempre se manifestando na crosta. Essas atividades são geológicas são determinadas por mecanismos térmicos: um interno e outro externo. Mecanismo interno: conduzido pela energia térmica aprisionada durante a origem do planeta e gerada pela radioatividade em seus níveis mais profundos. O calor interno controla os movimentos no manto e no núcleo, suprindo energia para fundir rochas, mover continentes e soerguer montanhas. Mecanismo externo: conduzido pela energia solar. O calor do Sol energiza a atmosfera e os oceanos e é responsável pelo nosso clima e pelas condições meteorológicas do tempo. Chuva, vento e gelo erodem montanhas e modelam a paisagem. Estrutura interna da Terra Baseada pela composição química e as propriedades físicas. Composição química Crosta terrestre: contém os materiais mais leves e com baixas temperaturas de fusão, que constituem diversos compostos de sílica, alumínio, cálcio, magnésio, ferro, sódio e potássio, combinados com oxigênio. Continental: é a mais espessa, composta por rochas “graníticas”, fortemente deformada e influi as rochas mais antigas do planeta. Oceânica: menos espessa, composta por rochas vulcânicas densas chamadas de basalto e, menos deformada e geologicamente mais jovem. Manto: constituído pelos materiais de densidade intermediária deixados na porção mediana da Terra, após os mais pesados terem mergulhado para o centro e os mais leves terem ascendido para a superfície. É composto por rochas de densidade fluida formadas por compostos de oxigênio com ferro, magnésio e sílica. Núcleo: composto basicamente por ferro, é a massa central do planeta, sendo muito denso, responsável por 32% da massa. Composição física 1. Litosfera: camada externa rígida, resistente e sólida. Influi a crosta e a porção mais externa do manto superior. 2. Astenosfera: abaixo da litosfera, ainda no manto superior, existe uma zona na qual a temperatura e a Geografia Página | 4 pressão são muito elevadas, com material parcialmente fundido, em que as rochas perdem sua resistência, tornando-se plásticas e fluidas. 3. Mesosfera: camada de estrutura interna da Terra, que se situa entre a astenosfera e o núcleo. 4. É constituída por materiais rígidos, com rochas mais resistentes e mais rígidas, devido as elevadas pressões que compensam assaltas temperaturas. 5. Núcleo terrestre: subdividido em externo líquido e interno sólido. Dinâmica das placas tectônicas A litosfera é dividida em doze placas principais que realizam três tipos de movimento: convergência, divergência e tangencial. Ao longo do tempo geológico, os continentes encravados na litosfera deslocam-se, juntamente com as placas em movimentos. Teoria da deriva continental Teoria de que há milhões de anos, a Terra se tratava de um supercontinente, a Pangeia, rodeada por um enorme oceano. Esses foram se fraturando e seus fragmentos constituíram os continentes que hoje existem Para comprovar a existência de um supercontinente, em que seria possível agrupar todos, Wegener fundamentou sua hipótese em diversos dados: Paleológicos: semelhança na fauna e na flora antiga em regiões separadas hoje por oceanos. Paleontoclimáticos: existência de climas idênticos, que ocorrem simultaneamente, em diferentes zonas. As correntes de convecção do manto poderiam promover a movimentação das placas, ocasionando a formação de uma nova crosta oceânica. As correntes de convecção É o movimento da astenosfera, em que faz os continentes de moverem. É decorrente das diferenças de temperatura do material viscoso que a compõe Isostasia: resulta da flutuação das placas tectônicas sobre o material mais denso da astenosfera, cujo equilíbrio depende das suas densidades relativas e do peso da placa. Caso ocorra um aumento do peso da placa, esta afundará, ocorrendo uma elevação quando o peso sobre ela diminuí. A teoria da tectônica de placas 1. Verificação do fato de que o assoalho oceânico é jovem econtém muitas feições fisiográficas. 2. Comprovação científica da distribuição de terremotos e vulcanismo ao longo das trincheiras oceânicas e cadeias de montes submarinos. 3. Constatação de que o magnetismo das rochas da crosta continental demonstra a mobilidade dos continentes. Essa teoria comprovou o movimento da litosfera sobre a astenosfera. De acordo com a teoria, a litosfera é dividida por placas e estas deslizam por razão da movimentação das correntes de convecção no interior da Terra. O calor oriundo do núcleo da Terra esquenta o manto e faz os materiais nele presentes subirem. Essas partes resfriam e voltam a descer. São essas correntes que movimentam lentamente as placas que formam a crosta da Terra. Os três tipos básicos de limites de placa Limites divergentes: uma nova crosta é formada. O movimento de divergência pode ocorrer pela separação de placas tanto no oceano quanto no continente. Continentes: essas áreas são marcadas por vales em atividade vulcânica e terremotos. Limites convergentes: a crosta é destruída, enquanto uma placa “mergulha” sob a outra. Colisão entre duas placas oceânicas: uma mergulha em plano inclinado sob a outra, provocando uma depressão ou fossa no fundo do mar. Colisão de uma placa oceânica com uma placa continental: a placa oceânica, como é menos espessa e mais densa, mergulha sob a continental, provocando uma deformação na placa continental que enruga, criando-se, na sua margem, uma cadeia de montanhas associadas à atividade vulcânica. Ocasionam sismos, vulcanismo e formação de cadeias montanhosas. Colisão de duas placas continentais: o mergulho de uma sobre a outra é dificultado, por terem espessuras e densidades parecidas. Assim, sofrem uma compressão crescente, originando enrugamentos em suas bordas, dando origem a extensas cadeias montanhosas marcadas por forte atividade sísmica. Esses limites estão atrelados a violentos terremotos, devido à natureza quebradiça das placas continentais. Limites transformantes: as placas deslizam horizontalmente uma em relação a outra, assim, a crosta não é destruída nem produzida, ocasionando forte atividade sísmica. Dinâmica interna As diversas formas da crosta terrestres se encontram em constante modificação em razão da atuação de forças internas (agentes endógenos) e externas (agentes exógenos). Agentes endógenos Forças que atuam de forma lenta e prolongada na superfície da Terra. 1. Epirogênese: forças internas atuam verticalmente em áreas da crosta terrestre que possuem rochas resistentes e com pouca plasticidade, os blocos rochosos podem fragmentar-se, deslocar-se, sofrer rebaixamento ou soerguimento, dando origem às falhas-rupturas e aos desnivelamentos das camadas rochosas. Geografia Página | 5 São lentos na escala geológica. 2. Orogênese: representada por esforços internos horizontais da crosta terrestre, de curta duração geológica, mas de grande intensidade, gerando desdobramentos, fraturas e falhas. Vulcanismo Atividade de expulsão do material magmático do interior da crosta terrestre para a superfície. Vulcões são pontos de saúda do magma que ascende até a superfície por meio de aberturas ou fendas na crosta em regiões instáveis. No oceano, onde o magma ascende nas bordas tectônicas divergentes, o material magmático cria um novo assoalho oceânico. A maior parte dos vulcões do mundo está concentrada no Círculo de Fogo do Pacífico. Ao liberar enorme quantidade de energia, podem provocar violentos tremores. Hot spots em regiões oceânicas: as erupções são geralmente calmas e caracterizadas pelo escoamento de lava basáltica. Origem do Havaí. Hot spot em regiões continentais: as erupções são mais violentas, do tipo explosivo. Os gêiseres Jatos intermitentes e periódicos de água a vapor de água a elevadas temperaturas. Típicos de regiões vulcânicas. Abalos sísmicos Acomodação das camadas: os desmoronamentos internos podem ser provocados pela dissolução das rochas, pela circulação da água subterrânea ou pela acomodação dos sedimentos compactados. Tectônica de placas: responsável pelos grandes abalos da crosta terrestre, ligadas ao movimento das placas nos limites, gerando um grande acúmulo de energia nas bordas tectônicas. As rochas, quando estão no limite de resistência, sofrem faturamento ou deslizamentos, com emissão de vibrações e liberação de energia. Estruturas geológicas Base rochosa sobre a qual se assentam as formas de relevo. Caracterizadas pelos tipos de rocha predominantes, pelo seu processo de formação e pelo tempo geológico em que surgiram. Escudos Cristalinos Formados na Era Pré-Cambriana. Constituídos por rochas cristalinas ou metamórficas bastante antigas, como a gnaisse. Correspondem aos terrenos mais atingidos pelos processos erosivos e também tectonicamente estáveis. Abrigam grandes reservas de minerais metálicos, como ouro, ferro, manganês, bauxita. Bacias sedimentares Áreas côncavas existentes no embasamento cristalino recobertas por sedimentos de diferentes origens que foram transportados e depositados ao longo do tempo geológico. Datam da Era Paleozoica, da Mesozoica e da Cenozoica. Formadas por grandes pacotes de rochas sedimentares e são marcadas pela presença de combustíveis fósseis, como carvão mineral, petróleo, gás natural e minerais não metálicos, como calcário. Dobramentos modernos Origem no entrechoque de placas em recentes acomodações tectônicas do final da Era Mesozoica. Regiões de terrenos mais recentes, produzidos pela tectônica das placas e, por isso, instáveis, nos quais predominam uma intensa atividade sísmica e vulcanismos. Estrutura geológica do Brasil O território brasileiro está localizado no centro da Placa Tectônica Sul-Americana, distante da borda ocidental e oriental. Está menos susceptível aos abalos sísmicos de grande magnitude e às manifestações vulcânicas ativas. A estrutura é formada por escudos cristalinos e as bacias sedimentares. Terrenos cristalinos Dividido em Escudo das Guianas e Escudo Brasileiro. São constituídos por rochas magmáticas intrusivas e rochas metamórficas que formam o embasamento cristalino brasileiro. Apresentam grande importância econômica pois nelas se encontram as principais jazidas de minerais metálicos. Ex: Quadrilátero Ferrífero, Serra dos Carajás, Maciço do Urucum. Bacias sedimentares Formadas em épocas diversas do tempo geológico. Importância econômica ligada à presença de recursos minerais energéticos, como o petróleo e o carvão mineral. Ex: Amazônica, Meio-Norte, Paraná, São Francisco, Pantanal Mato-grossense. A coluna geológica – história da evolução terrestre 1. Cenozoico Último período glacial, mudanças climáticas globais. Aparecimento do homem. Formação das bacias sedimentares recentes. Formação dos desdobramentos modernos. Continentes assumiram atual contorno. Formação das bacias sedimentares. Formação da calota polar Antártica. Formação das ilhas oceânicas brasileiras. 2. Mesozoico Formação das bacias sedimentares e do petróleo. Surgimento e extinção dos dinossauros. Geografia Página | 6 Intensa atividade vulcânica. Fragmentação da Pangeia dando origem a duas massas continentais: Gondwana e Laurásia. 3. Paleozoico Formação da Pangeia. Formação das grandes florestas de coníferas. 4. Pré-Cambriano Formação das rochas mais antigas. Formação dos escudos cristalinos. Formação das jazidas de minerais metálicos. Surgimento da vida. Formação da atmosfera. Formação da Terra. Clico das Rochas Rochas magmáticas ou ígneas Resultam da consolidação e da cristalização do magma. Intrusivas ou plutônicas: como se formam no interior da crosta, são rochas que se resfriam lentamente, como o granito. Extrusivas ou vulcânicas: formam-se na superfície do planeta e o seu arrefecimento é rápido, como o basalto. 1. Rochas sedimentares Compostas de sedimentos transportados pela água e pelo vento, acumulando em áreas rebaixadas. Formam-se pela deposição de partículas originadas pela erosão de outras rochas, pela deposição dos materiais de origem biológica e pela precipitação de substâncias em solução. Clásticas ou detríticas: formadas pela agregação dos fragmentos de outras rochas, como o arenito. Orgânicas: formadas a partir da agregação de materiais orgânicos, como o carvão mineral. Químicas: formadas por sedimentos cujas estruturas foram modificadas a partir de reações químicas. 2. Rochas metamórficas Surgem quando altas temperaturas e pressões do interior da Terra atuam em qualquer outro tipo de rocha, alterando sua constituição. Exemplo: visto e mármore. Recursos minerais do Brasil e do mundo Em alguns países, como no Chile, a atividade extrativa mineral responde por mais de 20% do PIB, e em 5% no Brasil. Apesar da importância do extrativismo mineral para o mundo moderno, essa atividade tem sido vista como uma das responsáveis pela degradação ambiental. A exploração mineral no Brasil O Brasil está entre os cinco países com maior potencial de descobertas minerais, ao lado da Austrália, do Canadá, dos EUA e da Rússia, porém, é apenas o oitavo país em investimentos em exploração mineral. Na década de 1990, o Brasil aderiu ao Neoliberalismo e deu início às privatizações nos setores petroquímicos e de extrativismo mineral. 7 grandes empresas respondem por 94% da produção de ferro nacional, sendo elas a Vale S.A., Minerações Brasileiras Reunidas, Mineração da Trindade, Ferteco Mineração, Samarco Mineração, Cia. Siderúrgica Nacional e Itaminas Comércio de Minérios. Áreas mineralógicas do Brasil Reservas abundantes: ferro, manganês, cníquel, bauxita, cristal de rocha, berilo, Magnesita, calcário. Reservas suficientes: ouro, cobre, zinco, potássio, xisto. Reservas deficientes: chumbo, prata, platina, cromo, enxofre, petróleo, carvão e gás natural. Os projetos minerais 1. Quadrilátero Ferrífero (MG) Uma das principais regiões de exploração de minério de ferro do país, atendendo ao mercado interno e externo, possuindo também na região jazidas de manganês, cobre, níquel e bauxita. A produção é escoada por meio de dois corredores: a Estrada de Ferro Vitória-Minas, que liga a região do Quadrilátero aos portos de Vitória e Tubarão – ambos no ES, e a Estrada de Ferro Central do Brasil, que liga o Quadrilátero ao Porto de Sepetiba, RJ. 2. Projeto Grande Carajás (PA) Foi lançado em 1979 com o objetivo de tornar viável a exploração mineral na região da Serra de Carajás, uma grande província mineralógica que contém a maior reserva mundial de ferro de alto teor, além de manganês, cobre e ouro. Atraiu grandes contingentes populacionais para o sul do Pará e o impacto socioambiental foi inevitável. Projeto Trombetas (PA) Extração de bauxita da Serra do Oriximaná junto ao Vale do Rio Trombetas, no noroeste do Pará. A bauxita é destinada ao abastecimento de um complexo industrial onde é transformada em alumínio, sendo exportada depois para o mercado japonês. Serra do Navio (AP) Foi até a década de 1990 a principal mina de manganês do Brasil. A exaustão dessa mina foi compensada com a definição de novas reservas no sul do Pará. Maciço do Urucum (MS) Corresponde a uma área produtora de minério de ferro e manganês. A produção oriunda dessa área abastece, principalmente, países como Paraguai, Argentina e Bolívia. Principais jazimentos minerais Minério de ferro Minera mais abundante no mundo, com jazidas em poucos países, sendo que apenas 5 detém 77%. O Brasil possui 8,3% do total, a quinta maior do mundo. As reservas do Brasil e da Austrália apresentam o maior teor de ferro. Ocupamos o 2º lugar na produção mundial, perdendo apenas para a China. Geografia Página | 7 Os maiores produtores: EUA, Brasil, China e Austrália. Manganês Importante para a industrialização devido á empregabilidade na indústria (química, cerâmica, baterias elétricas, fertilizantes). É encontrado em terrenos antigos do Proterozoico, geralmente associado ao minério de ferro. O Brasil é o terceiro produtor mundial, sendo o primeiro a África do Sul. Internamente, é utilizado nas siderúrgicas compondo ligas com o ferro na produção de aço. A produção brasileira está concentrada no estado do Pará, na Serra dos Carajás, em Minas Gerais, no Quadrilátero Ferrífero e no Amapá, na Serra do Navio. No mundo, as mais importantes reservas estão na Rússia, África do Sul, Austrália, índia, México, Gana, Hungria e Marrocos. Alumínio Abundante, mas não encontrada de forma isolada, e o processo de industrialização desse metal exige alto consumo de energia elétrica. O minério bauxita é a principal fonte para a obtenção de alumínio, e a sua extração é realizada no Vale do Rio Trombetas, no Pará. No mundo, os principais produtores são China, Rússia, Canadá, EUA e Austrália. Estanho Obtido da cassiterita, utilizado na composição das ligas metálicas. Mundo: China, Malásia, Tailândia, Indonésia, Bolívia. As principais áreas de produção estão nos estados do Amazonas, Rondônia, Minas Gerais, Pará, Mato Grosso e Goiás. Cobre Mercado dominado pelo Chile e pelos EUA, tanto na reserva e na produção. No Brasil, concentra-se nos estados da Bahia, do Pará e de Goiás, sendo insuficiente para atender ao consumo interno e, importando do Chile e do Peru. Mundo: EUA, Peru, China, Austrália e Peru. Ouro A produção brasileira atende ao mercado interno e externo, sendo Minas Gerais o principal produtor nacional, seguido do Pará. Os maiores produtores são África do Sul, EUA, Austrália, Canadá, Rússia e Brasil. Nióbio Utilizado na composição de ligas metálicas que requerem resistência e leveza. O Brasil detém grande parte das reservas e da produção mundial (maior produtor seguido da Rússia), se concentrando em Minas Gerais, Amazonas e Goiás. Chumbo Produção brasileira em Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia, com reduzida participação na produção e em reservas. As maiores reservas estão na Austrália, China, EUA, Canadá, Peru e México. Lítio Os maiores produtores mundiais são a Bolívia, o Chile e a China. Questão ambiental e mineração Os minerais são considerados matérias-primas não renováveis e, os efeitos ambientais negativos estão associados às diversas fases de exploração, como a abertura de cavas, com retirada da vegetação, escavação, movimentação de terra e modificação da paisagem local, o uso de explosivos no desmonte de rocha, provocando a vibração do terreno e o lançamento na atmosfera de fragmentos, gases, poeira, al[em do transporte que afeta a água, o solo e o ar. A Constituição de 88 determina que a utilização dos recursos mineiras deixa o empreendedor obrigado a recuperar o meio ambiente degradado. RIMA, uma empresa interessada na exploração mineral exige a apresentação de um relatório de impacto ambiental e um plano de recuperação da área degradada pela mineração. As formas de relevo São resultado da interação dos fatores endógenos e exógenos. Planaltos Área de topografia irregular, com altitudes superiores à 300m, na qual predominam os processos erosivos. Cristalinos: constituídos de rochas cristalinas, ígneas e metamórficas, que são o embasamento de antigos terrenos que foram desgastados pela erosão. Sedimentares: originados de áreas de rochas sedimentares, as quais eram baixas e foram erguidas por movimentos internos da crosta ou tornam-se relativamente elevadas em razão da erosão adjacente. Basálticos: formados por rochas ígneas extrusivasou vulcânicas. Formas de relevo planálticas Chapadas: forma planáltica de superfície aplainada, ou seja, tubular, e encostas de declive acentuado ou quase verticais. Origem sedimentar, com camadas horizontais estratificadas. Apresentam topos aplainados. Cuestas: forma assimétrica e ocorre em bacias sedimentares sob a forma de mesas inclinadas. Inselbergs: relevos residuais que surgem em áreas pediplanadas em paisagem árida ou semiárida. Originados de intenso processo erosivo, típico de ambientes secos. Planícies Área de topografia suave na qual predominam os processos de sedimentação. Apresentam altitudes inferiores à 100 metros. Geografia Página | 8 São comumente encontradas nas porções mais rebaixadas das bacias hidrográficas ou nas regiões litorâneas. Tipos Costeiras: situadas próximo ao litoral. Continentais: situadas no interior dos continentes. Fluviais: formadas por depósitos fluviais. Lacustres: formadas por lagos. Depressões Área de topografia suave, na qual predominam processos erosivos. Absolutas se localizam abaixo do nível do mar. Relativas, quando estão acima do nível do mar. Periféricas, quando se formam em zona de contato entre terrenos sedimentares e estruturas cristalinas. Marginais, quando margeiam as bacias sedimentares. Relevo brasileiro O Brasil apresenta um relevo modesto no que se refere à altimetria, sendo apenas o Pico da Neblina, em Roraima, que ultrapassa os 3 mil metros. Isso se explica pela inexistência de dobramentos modernos e a intensa ação erosiva ligada ao clima e às temperaturas. Classificações do relevo brasileiro Aroldo de Azevedo Planaltos e planícies. Baseada na altimetria do relevo, em que as planícies são áreas que alcançam 100m de altitude e os planaltos, superam. Aziz Nacib Ab’Saber Critérios relacionados à geomorfologia e à estrutura geológica, ou seja, levaram em consideração as formas de relevo, tomando como base a sua estrutura geológica. Jurandyr Ross Proposta atual, em que Ross baseou-se nos trabalhos anteriores, introduzindo uma nova unidade de relevo: as depressões. O relevo submarino As profundidades são modestas, o que proporciona uma boa penetração da luz solar. Há condições propícias para que a vegetação marinha se desenvolva, o que torna essa área muito importante para atividades ligadas à pesca. As depressões tornam-se, ao longo do tempo geológico, bacias sedimentares importantíssimas para a exploração de petróleo em águas oceânicas. Agentes exógenos Atuam em conjunto na superfície terrestre, modificam suas formas, originando novas paisagens no decorrer da história geológica do planeta. A intensidade da ação estará relacionada ao clima e ao tipo de rocha presente na crosta terrestre. Intemperismo ou meteorização Processo pelo qual as rochas são desgastadas na superfície do globo terrestre, podendo ser influenciado por vários fatores: 1. Clima: a variação de temperatura e da distribuição das chuvas determina o tipo e a velocidade. 2. Relevo: o tipo de inclinação pode favorecer ou não a penetração de água. 3. Tempo: velocidade a qual a rocha intemperiza. 4. Constituição mineralógica: os tipos de minerais e a forma com que eles estão agregados influencia no intemperismo. 5. Estrutura da rocha: as rochas que possuem muitos poros ou fraturas podem permitir uma maior percolação das soluções. O intemperismo químico ou decomposição Promove a quebra da estrutura química dos minerais que compõem a rocha. Seu principal agente é a água, que provoca uma reação química nas rochas. Ocorre quando os minerais de uma rocha são quimicamente alterados ou dissolvidos. Nas áreas equatoriais e tropicais, quentes e úmidas, é mais intenso e produz formas de relevo mais arredondadas, como os mares de morros. Intemperismo físico ou desintegração mecânica Ocorre quando a rocha é fragmentada por processos mecânicos que não alteram a sua constituição química. É típico de áreas sujeitas a climas polares, áridos ou semiáridos. Em áridas, por exemplo, durante o dia, as rochas são submetidas a elevadas temperaturas e, com isso, dilatam-se; já à noite, as rochas se contraem devido à diminuição das médias térmicas. Como a dilatação e a contração não ocorrem por igual, pois os minerais apresentam diferentes coeficientes, a rocha desintegra-se. Intemperismo biológico Ocorre devido à ação dos seres vivos, atreladas ao intemperismo físico e químico. Bactérias e algas que adentram fraturas presentes na rocha produzem ácidos que, ao desgastarem a rocha, estão realizando intemperismo químico. As raízes, por sua vez, são responsáveis pelo desgaste das rochas, mas em maior proporção, já que, para crescerem, demandam maior espaço, manifestando intemperismo físico. Pedologia: formação e tipos de solo Solos São considerados fatores essenciais à formação de um solo a presença da rocha-matriz em decomposição, presença de ar, água e matéria orgânica. Elementos formadores de um solo Minerais: determinam a textura de um solo e sua composição físico-química, a qual determina a fertilidade. Geografia Página | 9 Matéria orgânica: os materiais decompostos de origem animal e vegetal constituem os húmus, essencial à liberação de nutrientes, como nitrogênio e o fósforo. Ar: pode ser encontrado nas partes de maior porosidade e que ainda não foram atingidas pela água. É fundamental para o crescimento de vegetação, pois as raízes das plantas precisam de oxigênio para realizar sua respiração. Água: essencial para o desenvolvimento de vegetais devido ao gás carbônico, ao oxigênio e aos sais minerais nela presentes. Fatores que influenciam na formação de um solo O clima: determina a morfologia do solo, já que a temperatura e a umidade são fatores que estabelecem o grau de intemperismo da rocha matriz. Presença de organismos vivos: determina a presença dos húmus e a consequente fertilidade do solo. O relevo: condiciona o movimento superficial da água, o que influencia na profundidade do solo e nos processos erosivos que podem ocorrer. O tempo: a evolução do solo está diretamente ligada à decomposição da rocha-matriz. A formação do solo é resultado de reações químicas que necessitam de um determinado período para se manifestarem. O perfil de um solo 1. Horizonte O: camada superficial, com “O” de orgânico. Praticamente constituído por húmus. Possui cor escura e é rico em nutrientes. 2. Horizonte A: mistura de húmus e matéria mineral: argila e areias. Rico em nutrientes e possui cor escura. É o primeiro a ser atingido pela ação do intemperismo, acarretando na perda de minerais. 3. Horizonte E: marcado pela perda de argilas, óxidos de ferro, matéria orgânica e alumínio. 4. Horizonte B: é rico em sais minerais solúveis na água. Apresenta coloração vermelha, com alta concentração de ferro, ou amarela, com baixa. 5. Horizonte C: ausência de matéria orgânica, sendo constituído por material mineral resultante da erosão da rocha mãe. 6. Horizonte R: corresponde à rocha-mãe, que está em processo de alteração. Classificação dos solos: quanto à origem Eluviais: solos provenientes da desagregação e da decomposição de rochas existentes na região de formação. Aluviais: solos formados em função do acúmulo de material transportado por meio da ação da água e do vento. Quanto à influência da vegetação Zonais: solos maduros, cujos horizontes são bastante diferenciados. Intrazonais: solos parcialmente desenvolvidos. Axonais: pouco desenvolvidos, ou seja, rasos. Principais solos férteis Tchernozion (orgânico): o mais fértil. Loess (azonal): forma-se pelo acúmulo de sedimentos pela ação eólica, constituindo-se basicamente de argila e calcário. Massapê (zonal): compostobasicamente de calcário, comumente encontrado no litoral nordestino brasileiro, indicado para o plantio de cana-de-açúcar. Terra Rocha (zonal): formado da decomposição basáltica, material magmático, indicado par ao plantio de café. Classificação e características dos brasileiros Latossolos Solos minerais, homogêneos, com pouca diferenciação entre os horizontes ou camadas, reconhecido facilmente pela cor quase homogênea do solo com a profundidade. São profundos, bem drenados, com textura média ou mais fina (argilosa, muito argilosa) e, com mais frequência. Na Amazônia, recobertos em grande parte pela Floresta Equatorial, apresentam-se como o solo denominado “solo de várzea”, frágil e vulnerável à ação antrópica. Argilosos Solos com profundidades variadas de ampla variedade de texturas. Grande diversidade de fertilidade, enfrentando problemas sérios de erosão, devido à grande diferença de textura entre os horizontes A e B. Cambissolos Poucos profundos e, muitas vezes, encascalhados. Solos “jovens” que possuem minerais primários. Alto teor de silte (material sedimentar composto de pequenas partículas de minerais diversos, menores do que areia fina e maiores do que argila) e pouca profundidade, fazendo com que tenham permeabilidade baixa. O maior problema é o risco de erosão, visto que os sulcos são facilmente formados nesses solos pela enxurrada. Litossolos Ocorrem principalmente no serão nordestino e no norte de Minas Gerais. O clima semiárido inibe a formação de solos profundos, devido às limitações hídricas das regiões onde ocorrem, reduzindo assim o intemperismo químico. São solos rasos e duros, mas muito ricos em minerais em função da baixa lixiviação. Como a pecuária predomina nessas regiões, esse solo pode ficar comprometido com o pisoteamento do gado, sofrendo compactação e dificultando ainda Geografia Página | 10 mais o desenvolvimento de raízes e penetração de água. Vertissolos Conhecidos como massapé, são solos compostos de material mineral com cerca de 30% de argila. Ocorrem na Xona da Mata nordestina. Processos para o empobrecimento do solo Lixiviação Varredura dos nutrientes minerais leves pela adição de água, favorecendo o processo de empobrecimento do solo. Minerais hidrossolúveis, como sódio, potássio e o cálcio são “levados”, aumentando a concentração relativa e o afloramento de minerais mais pesados, com o hidróxido de alumínio e o ferro. A concentração alta de ferro no solo pode ser constatada por meio da cor avermelhada, aumento do pH e pela diminuição da usa fertilidade. Exploração intensiva O solo utilizado intensivamente, principalmente para monocultura, sem técnicas de manejo adequadas, tende a perder nutrientes, pois os vegetais consomem do solo esses elementos. Salinização Acumulação de sais solúveis de sódio, magnésio e cálcio nos solos, reduzindo sua fertilidade. Acontece quando há excesso de evaporação da água existente no solo, trazendo os sais das camadas mais profundas para as camadas mais superficiais. O lançamento de sal nas estradas acometidas por neve, de modo a torna-las transitáveis, e a exploração excessiva de águas subterrâneas, contribuem para a diminuição do nível dos lençóis freáticos. Desertificação Degradação típica dos solos de regiões de clima semiárido, resultante de diversos fatores, inclusive de variações climáticas e de atividades humanas. Afeta cerca de 1/6 da população mundial e, acrescentada à pobreza generalizada, caracteriza baixo potencial de sustento para homens e animais. No Brasil, as áreas mais vulneráveis a esse processo estão na região Nordeste e no norte de Minas. Arenização Utilizada como sinônimo de desertificação erroneamente. Processo em que são formados imensos areais, o que acarreta o empobrecimento e o aumento da erosão, provocados pelo desmatamento de áreas que são lugar à agricultura e à pecuária, porém, nessas áreas não é verificado a redução das chuvas como nas regiões desertificadas. Compactação Ocorre quando o solo é sujeito a uma pressão mecânica devido ao uso de máquinas ou ao pisoteio excessivo do gado, sendo muito difícil reverter a compactação das camadas mais profundas. Reduz o espaço poroso entre as partículas do solo, deteriorando a sua estrutura e, consequentemente, dificultando a penetração e o desenvolvimento de raízes, reduzindo a atividade biológica e a fertilidade, o arejamento e a estabilidade do solo. As águas superficiais encontram dificuldades para se infiltrar no solo, comprometendo a capacidade de percolação e armazenamento, aumentando os riscos de erosão e de cheias. Erosão Fenômeno de desgaste da superfície que resulta na modificação das formas de relevo. É de caráter exógeno e tende a rebaixar as formas de relevo mediante o desgaste dos materiais rochosos. Pode ser natural ou intensificado pela ação humana, como no desmatamento de matas ciliares para o plantio de monoculturas, a retirada de cobertura vegetal de áreas de encostas e a não utilização de curvas de nível. Desgaste: degradação dos materiais das rochas preexistentes. Transporte: arraste dos materiais arrancados na fase de desgaste. Acumulação: deposição dos materiais transportados em áreas de baixas latitudes. Erosão hídrica Fluvial: rios promovem a escavação dos leitos pelo turbilhonamento das águas e, ao longo do curso, os rios formam vales, destroem rochas e promovem o transporte de sedimentos. Pluvial: retirada e transporte de material da parte superficial do solo pelas águas da chuva, sendo mais intensa quando a água das chovas encontra o solo desprovido de vegetação. 1. Laminar: quando a água corre uniformemente pela superfície, transportando as partículas sem formar canais definidos, causando grande prejuízos por transportar grandes quantidades de sedimentos que vão assorear os rios. 2. Ravinamento: causada pela concentração do escoamento superficial. 3. Voçoroca: estágio avançado de degradação e ocorrem em regiões de encostas ou em áreas de topografia mais plana. Podem se tornar bastante profundas e, com isso, atingir o nível freático. Marinha: realizada pelo movimento constante das ondas, provocando a abrasão dos paredões rochosos do litoral, com a formação das falésias. Glacial: as geleiras, quando degelam, acumula-se sedimentos e o relevo é aplainado, formando vales profundos em forma de “U” ou “V”. Eólica: causada pela destruição, em que o vento retira e transporta as partículas mais finas das rochas, e, ao lança-las, com violência, contra outras rochas, acaba escavando-as (corrasão ou abrasão eólica) e também pela acumulação, quando o vento diminui de velocidade e deposita os materiais que carrega, podendo esculpir arcos naturais ou formar desertos pedregosos. Geografia Página | 11 Deslizamentos: movimentos gravitacionais de massa, mobilizando sedimentos, solos e/ou rochas, que ocorrem de modo brusco em decorrência de rupturas nesses materiais, deixando uma cicatriz de geometria plana ou ligeiramente côncava. Preservação, conservação e correção dos solos 1. Curvas de nível: para que a infiltração da água seja favorecida e o escoamento superficial dificultado, evitando o desgaste prematuro do solo. 2. Terraceamento: constrói terrações em regiões de topografias inclinadas como forma de evitar processos erosivos nas áreas de encostas, utilizando principalmente na rizicultura. 3. Rotação de cultura: para evitar adubação química e a exaustão do solo, troca as culturas a cada novo plantio de forma que as necessidades de adubação sejam diferentes em cada ciclo, ou seja, alterando espécies vegetais numa mesma área. 4. Adubação orgânica: constituem-se de resíduos de origem vegetal, animal, com elevados teores de componentes orgânicos, lignina,celulose, carboidratos, lipídios e outros, para promover e restaurar a harmonia entre os componentes biológicos do solo. 5. Consórcio de culturas: plantio de diversas espécies vegetais ou mesmo tempo em um terreno. Assim, a diversidade diminui o risco de pragas ou de doenças. 6. A prática da policultura: cultivo de várias plantas numa mesma área provoca a diminuição de praga, evitando a utilização de agrotóxicos em excesso. 7. Plantio direto: plantação diretamente sobre os restos da colheita anterior. 8. Calagem: adição de calcário a solos considerados ácidos como forma de torna-los propensos à agricultura. Composição atmosférica Estudo dos gases Por que os gases não escapam? Os gases presentes no planeta praticamente não conseguem se dissipar para o espaço exterior por conta de alguns fatores, dentre os quais: Interação gravitacional entre os gases e o planeta. Campo geomagnético terrestre. Condições de temperatura e pressão planetárias. Nosso planeta azul A aparência azulada da Terra pode ser atribuída a fatores como: Dispersão da radiação solar: ao interagirem com os gases da atmosfera, os fótons da radiação solar difundem comprimentos de onda nas bandas do azul e do violeta (dispersão de luz). Presença de ozônio (O3): as interações dos fótons com as moléculas de ozônio interferem na deflexão da luz nos comprimentos de onda na faixa do azul. Elementos do tempo Temperatura: estado de agitação molecular na atmosfera. Precipitação: quantidade total de chuvas ou a queda de outros meteoros similares formados por água (neve, granizo) ao longo de um período (diário, mensal, anual). Amplitude térmica: diferença entre a temperatura máxima e a temperatura mínima ao longo de um período, geralmente diário. Umidade relativa: porcentagem do vapor de água em suspensão na baixa troposfera. Pressão atmosférica: volume da coluna de ar sobre uma região, medido em hPa (hectopascal). A pressão atmosférica no nível do mar é de 1.013,25 hPa ou 1 atm. Zonas climáticas Polares: entre os polos e os círculos polares, com temperaturas negativas. Temperadas: entre os círculos polares e os trópicos, com temperaturas médias moderadas. Tropical: entre os trópicos, com temperaturas elevadas. Clima É a sucessão habitual do tempo meteorológico. Principais fatores que influenciam no clima 1. Latitude: relacionada à inclinação terrestre e à incidência da radiação solar em diferentes latitudes. Esse fator também tem relação com as estações do ano, e, portanto, com a translação. 2. Maritimidade e continentalidade: influência das distâncias entre as áreas terrestres e marítimas. As regiões mais próximas aos oceanos e mares recebem mais influência da maritimidade. A regiões mais distantes de oceanos e mares, e que também estejam em extensas áreas terrestres são mais influenciadas pela continentalidade. 3. Circulação atmosférica: diferenças de pressão, volume e temperatura das massas de ar, correntes marinhas e outros fenômenos de circulação. 4. Altitude: distância entre o nível do mar e as camadas mais elevadas da troposfera. A cada 100m de altitude, a temperatura diminui 0,65º C. 5. Biótico: influências da evapotranspiração e de outros processos responsáveis pela emissão de gases e vapor d’água por seres vivos. 6. Antrópico/antropogênico: influência das atividades humanas. Geografia Página | 12 Precipitações mais comuns no Brasil Chuvas convectivas/de convecção: associadas à rápida ascensão do ar quente e úmido, comum no verão em parte do país. Chuvas frontais: associadas ao contato entre massas de ar com temperaturas e pressões diferentes Fenômenos climáticos Fronteiras As frentes são regiões de contato ou transição entre massas de ar com propriedades diferentes (temperaturas, pressão, volume etc.). A formação das frentes ocorre quando há uma convergência entre essas massas de ar. A formação dessas fronteiras entre frentes pode ser percebida através de algumas pistas: Mudanças repentinas das temperaturas: em situações como a da aproximação de uma frente fria em uma área que está com temperaturas mais elevadas, ocasionando chuvas frontais e as temperaturas podem cair rapidamente, por exemplo. Movimento: deslocamento das massas de ar com propriedades diferentes, como ocorre, por exemplo, com o ar mais frio e denso se deslocando em direção e sentido contrário a uma massa de ar quente e mais leve. Inclinação: o deslocamento vertical, que pode variar de acordo com as propriedades de pressão, temperatura e volume de cada massa no período de choque. As massas da atmosfera As massas de ar são porções da atmosfera terrestre que possuem propriedades de pressão, volume e temperatura distintas. Em função dos elementos do tempo e de fatores do clima, as massas de ar podem variar no comportamento. Os principais tipos são: De ar quente De ar frio De ar úmido De ar seco Massas de ar no Brasil mEc: massa Equatorial continental Quente e instável. Originada na Amazônia Ocidental, atuando praticamente em todas as regiões do país. Apesar de ser continental, é uma massa úmida, em razão da presença de rios caudalosos e da intensa evapotranspiração da massa vegetal da Floresta Amazônica, que provocam chuvas abundantes e quase diárias na região. mEa: massa Equatorial atlântica É quente e úmida. Originária do Atlântico Norte. mTc: massa Tropical continental É quente e seca. Barra o avança das frentes frias e de nuvens responsáveis por chuvas, servindo como um bloqueio atmosférico. mTa: massa Tropical atlântica Origina no Oceano Atlântico. Atua na faixa litorânea do Nordeste ao Sul. É quente e úmida. Provoca as chuvas frontais de inverno no Nordeste quando encontra a massa polar atlântica. MPa: massa Polar atlântica Forma-se no Oceano Atlântico Sul. É fria e úmida, atuando no inverno. É responsável pelas ondas de frio no Centro-Sul do país, podendo provocar geadas e neve no Sul. Fenômenos climáticos Os fenômenos cíclicos El Niño e La Niña, gerados em algumas áreas do Oceano Pacífico, contribuem para influenciar periodicamente o clima terrestre. El Niño Aquecimento anormal das águas das porções central e leste do Oceano Pacífico, nas mediações da América do Sul. Quando atual, ocorrem diversas mudanças no clima, que se manifestam de várias maneiras pelo mundo, como secas no sudeste asiático, invernos mais quentes na América do Norte e temperaturas elevadas na costa oeste de América do Sul. As médias em cada evento podem variar entre 0,5ºC e 10ºC de aumento nas temperaturas. Ocasiona a elevação e o deslocamento dos núcleos tropicais de baixa pressão no Oceano Pacífico, acarretando uma mudança drástica de direção e de velocidade dos ventos em nível global, fazendo com que as massas de ar mudem de comportamento em várias regiões do planeta. Consequência: há alteração na distribuição de chuva, nebulosidade, mudanças na temperatura de países como Equador e Peru, além de secas na Amazônia Oriental e no Nordeste do Brasil. La Niña Resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. Quando ocorre, os ventos alísios ficam mais intensos que a média. Ciclones tropicais Movimentos turbilhonares do ar em larga escala espacial, ao redor de centros de baixa pressão, por vezes acompanhados de ventos muito rápidos, formados sobre os oceanos. Ocorre devido a liberação de calor latente para o ar no momento de condensação em condições de convecção (processo muito intenso nas áreas tropicais). Quanto mais aquecidas forem as águas superficiais dos oceanos, maior será a potência desses eventos. Durante o movimento de um ciclone, o nível do mar pode subir de 3 a 8 metros, o que resulta em séries danos a embarcaçõese a regiões litorâneas. Geografia Página | 13 Furacões Origina-se, geralmente, devido a um distúrbio tropical com ventos relativamente fracos, com uma fraca área de baixa pressão, muita nebulosidade a alguma precipitação. São formados quando ocorre o aquecimento do oceano acima de 26oC, afetando o processo natural de evaporação. O ar que está acima dessas superfícies absorve o vapor d’água, tornando-se mais quente e úmido. Com a temperatura mais elevada, o ar tende a subir, formando uma coluna de baixa pressão atmosférica em volta da qual se inicia uma corrente de ventos. Com a subida de ar quente, o vapor d’água também sobe, o que forma nuvens com chuvas. Se os ventos que estão em torno da coluna de ar quente atingirem maior velocidade (em torno de 130 km/h), a pressão atmosférica dentro da coluna cairá rapidamente, formando o olho do furacão. Tornados Fenômeno que se origina na base de nuvens do tipo Cumulum Nimbus, estendendo-se até o solo com uma intensa coluna de ar giratória e normalmente visível como uma nuvem funil. São formados sobre o ambiente terrestre e, a grande velocidade associada à baixa pressão em seu interior, causa uma forte sucção, que é responsável por uma série de danos materiais e humanos. Climas Tropical Alternância entre uma estação chuvosa e outra seca, com chuvas no verão. Clima quente, com temperatura média do mês mais frio > 18 ºC. Inverno pouco definido ou ausente. Forte precipitação anual (superior à evapotranspiração potencial anual). Equatorial Possui as maiores médias térmicas anuais do planeta, devido à intensidade de insolação que as baixas latitudes recebem. Pequena amplitude térmica anual. Possuem grande quantidade de chuva resultante do mecanismo da convecção dos ventos alísios. Massas de ar quentes e úmidas. Árido Climas secos (precipitação anual inferior a 500 mm). Evapotranspiração potencial anual superior à precipitação anual). Não existem cursos d’água permanentes. Semiárido Baixas precipitações. Apresentam elevadas amplitudes térmicas anuais. Desértico Carência de chuvas. Amplitudes térmicas diárias mais elevadas do que as anuais, pois a perda de calor noturna é elevadíssima por causa da baixa umidade do ar, fazendo a temperatura baixar muito em relação às altas temperaturas diurnas. Temperado ou Temperado Quente ou Subtropical Climas mesotérmicos. Temperatura média do ar nos três meses mais frios entre -3 ºC e 18 ºC. Temperatura média do mês mais quente maior que 10 ºC. Estações de verão e inverno bem definidas. Os efeitos da maritimidade e da continentalidade podem atenuar ou acentuar as amplitudes térmicas. Mediterrâneo Verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos. Subtropical Área de transição entre os climas das Zonas temperadas e tropical. Apresentam altas temperaturas no verão e inverno ameno, controlado pela atuação das massas de ar polares. Com chuvas bem distribuídas, não ocorrendo estação seca. Continental ou Temperado Frio Climas microtérmicos. Temperatura média do ar nos três meses mais frios menor que -3 ºC. Temperatura média do ar no mês mais quente maior que 10 ºC. Estações de verão e inverno bem definidas. Glacial Climas polares e de alta montanha. Temperatura média do ar no mês mais quente menor que 10 ºC Verão pouco definido ou ausente. Relatório sobre mudanças climáticas ECO – 92 Foi estabelecido datas para a avaliação do controle da emissão de gases causadores do efeito estufa. Protocolo de Kyoto: estabelece prazos para a redução dos patamares de emissão de gases poluentes na atmosfera, porém, os países mais poluidores não aderiram. Apesar disso, com grande adesão dos países signatários, há registros de redução nas emissões de gases em escala mundial, fruto também da evolução da tecnologia nos processos produtivos. Intensificação do efeito estufa O efeito estufa é indispensável para a vida humana na terra. Esse fenômeno decorre da ação bloqueadora dos gases da atmosfera sobre o calor emitido pela superfície terrestre, possibilitando a manutenção da temperatura da Terra. Ele foi m fator determinante para a expansão da vida, pois consegue gerar, pela retenção de calor, uma média térmica vital para as diversas espécies que habitam a Terra. Geografia Página | 14 Quando os raios solares são absorvidos pela superfície do planeta, parte deles é liberado como irradiação infravermelha. Alguns gases presentes na atmosfera, como metano e gás carbônico, aprisionam esses raios, mantendo, assim, a temperatura do ambiente em valores que propiciam a vida. Aquecimento global: deriva de um aumento da temperatura da Terra em decorrência da intensificação do efeito estufa. Rarefação da camada de ozônio A decomposição do ozônio absorve a radiação solar ultravioleta, que ajuda a proteger a Terra de danos produzidos pela radiação, pois rompe as ligações C-H nos compostos orgânicos. Os CFCs (clorofluorcarbonetos), usados em aerossóis, em líquido de refrigeração de geladeiras e de ar condicionados, são fases nocivos ao ozônio, visto que os CFCs não se dissolvem na água e sobem para a estratosfera, onde se dissociam e formam átomos de cloro. Esses compostos contribuem também para a intensificação do efeito estufa, por absorverem as radiações infravermelhas que deveriam retornar ao espaço. Crédito de carbono Pelo acordo firmado em Kyoto, os países ricos vão dispor de uma cota de emissão de gases estufa, e o gás terá sua emissão controlada. Se excederem esse limite, terão de patrocinar projetos de despoluição em países em desenvolvimento. Como é possível retirar o carbono do ar? 1. Camadas de carvão: nos depósitos de carvão localizados em grandes profundidades, o gás pode ser armazenado. Isso pode ser economicamente lucrativo, já que no processo de injeção de CO2 o carvão libera o gás natura, que pode ser comercializado. 2. Campos de petróleo: poços, em fim de produção, já rotineiramente recebem injeção de CO2 para, por meio dessa pressão, terem seu potencial de extração aumentado. 3. Aquíferos salinos: grandes mantos de água salobra, imprópria para consumo, podem ser uma alternativa para a estocagem de grande quantidade de carbono. Intensificação da chuva ácida As chuvas são naturalmente ácidas devido à presença de CO2 no ar atmosférico. Porém, com a intensificação do lançamento na atmosfera de dióxidos de nitrogênio e enxofre por ação da queima de combustíveis fósseis, as precipitações têm se tornado cada vez mais agressivas ao ambiente, em razão do aumento da acidez. A colocação de conversores catalíticos nas chaminés de indústrias e nos canos de descargas dos veículos automotores e, principalmente, a utilização de fontes mais limpas de energia figuram como alternativas para se amenizar o problema. Desertificação Corresponde à redução da vegetação e da capacidade produtiva do solo, causada pelas variabilidades climáticas e pela ação antrópica. Áreas suscetíveis a esse processo são aquelas de clima árido, semiárido e subúmido. O corte indiscriminado de madeiras para a produção de carvão e lenha, a inexistência de técnicas agrícolas adequadas e o assoreamento correspondem a agentes causadores e potencializadores do processo. Desmatamento A grande exploração madeireira e a expansão agropecuária têm sido responsáveis pela intensificação do desmatamento nos últimos anos. Como importantes causadores estão o crescimento das cidades, a construção de estradas e de hidrelétricas e a prospecção mineral. Os desmatamentos e as queimadas reduzem a vegetação rasteira, deixando o solo exposto e lançando na atmosfera grandes quantidades de CO2 e, além disso, o fogo consome nutrientes do solo, e a chuva carrega seus componentessuperficiais, contribuindo, dessa forma, para o seu empobrecimento. Impactos do aquecimento global nos oceanos Os oceanos funcionam como sequestradores de carbono, assim como as florestas. O CO2, ao interagir com os oceanos, é transformado em gás carbônico, aumento a acidez das águas. Tem sido verificada uma acelerada acidificação desses ambientes nos últimos anos devido ao aumento das emissões de CO2 pela queima de combustíveis fósseis. Os efeitos da grande acidez serão a dificuldade de respiração e reprodução de algumas espécies marinhas, o que pode afetar a indústria de pescadores, impactando a economia e milhões de pessoas que dependem dessa prática, além da redução considerável dos recifes de corais. A grande emissão de materiais oriundos de rejeito industrial e domésticos ricos em nutrientes favorece a proliferação de algas que, em níveis muito elevados, podem desestruturar a vida oceânica. Ao passo que se desenvolvem rapidamente, a competição leva à morte das algas, que, em estágio de decomposição, favorecem o aumento das bactérias que exigem muito oxigênio do ambiente. Com a intensa disputa pelo oxigênio, pode existir uma queda de biodiversidade e gerar as chamas “zonas mortas” nos oceanos e mares. Algas em grandes quantidades levam à diminuição dos corais, pois bloqueiam a luz solar essencial para a manutenção e desenvolvimento dos recifes. A maré vermelha, gerada pelo desenvolvimento rápido e descontrolado de algas vermelhas em regiões próximas ao litoral (mangues e pântanos), degrada a vida nessas áreas. O branqueamento de alguns recifes de corais é devido ao bloqueio da luz pelas algas e a acidificação das águas pelos CO2, como na grande barreira da Austrália. Os corais são importantes para reserva de alimento marinho, abrigo para espécies diversas (cerca de 25% da vida marinha), além de representarem um atrativo fator turístico. Geografia Página | 15 Coluna de gases A atmosfera terrestre possui diferentes gases em sua composição, com estrutura e altura variáveis, que acabam por ser divididas em camadas. Principais gases: nitrogênio (N2): 78%; oxigênio (O2): 20,9%; Argônio (Ar): 0,9% Impacto ambiental e suas consequências Poluição atmosférica Podem ser prejudiciais para a atmosfera, pois podem, inclusive, alterar sua composição. Gases de combustíveis. Processos industriais. Incineração. Substâncias voláteis. Podem ser prejudiciais às formas de vida. Ozônio (alterações) Naturalmente, O3 é formado a partir da radiação solar. CFCs: podem interromper processo. Inversão térmica Concentração de ar frio perto do solo. Chuva ácida pH < 7,0 (acidez). Ilhas de calor Aumento de temperatura do ar em áreas sem cobertura natural. Efeito estufa Concentração de poluentes: retém parte da radiação infravermelha. Uma parte da radiação que atinge a superfície terrestre consegue permanecer por conta da presença de alguns gases. Parte da radiação não é perdida para o espaço, contribuindo para as características atuais de temperatura terrestre. Processo natural: importante para a manutenção da vida como conhecemos. Efeitos negativos: a interferência humana na atmosfera tem sido apontada como responsável pelo aumento anormal das temperaturas nas últimas décadas. CO2 > CFCs > N2O > CH4. Atmosfera Concentra a maioria dos gases segurados pela gravidade, pelo campo magnético e pela temperatura. Camadas 1. Troposfera: em que acontecem os principais fenômenos atmosféricos ligados ao clima e ao tempo. 2. Estratosfera: apresenta concentração elevada de ozônio, gás que absorve grande parte dos raios ultravioletas enviados pelo Sol. 3. Mesosfera: é a camada mais fria, sem nuvens nem gases para absorver a energia do Sol. 4. Termosfera: apresenta íons resultantes da baixa densidade do ar e da intensidade da radiação solar, sendo também chamada de ianosfera, e é onde que se produzem as auroras boreais e austrais, além de ser onde transitam os satélites. 5. Exosfera: densidade extraordinariamente baixa do ar. Hidrografia Dos 3% de água doce restante: apenas 21% estão disponíveis para consumo. Água doce não disponível (em geleiras, glaciares e outros lugares de difícil acesso): 79%. A agricultura é a que mais consome água. Mares: aberto, continental, com pequenas saídas para os oceanos e fechado. Poluição hídrica Lançamento de efluentes (indústrias, residências, comércio). Uso de pesticidas e fertilizantes. Radiação (vazamentos de material radioativo). Resíduos (lixo). Atividade marítima (navegação). Conceitos Rio de planície: rios mais calmos, favoráveis a navegação, pesca e irrigação. Rio de planalto: potencial hidrelétrico. Regime do rio: pluvial, ou seja, com volume de chuva suficiente, nival, com derretimento das geleiras, ou misto. Partes do rio: leito, a superfície do rio, a margem, que é as laterais e a talvegue, a parte mais profunda. Perene: não seca. Intermitente: em algum período, o rio seca. Endorréico: corre para dentro do continente, desaguando em outro rio, ou em um lago. Exorréico: desaguam no próprio oceano. Bacias hidrográficas Amazônica Maior do mundo (em volume de águas). Influenciada pela grande quantidade de chuvas. Área de drenagem: cerca de 60%. Tocantins Araguaia Drenagem alimentada por nascentes nas chapadas do Brasil Central. Ilha do Bananal: maior ilha fluvial do mundo. Grandes projetos energéticos (Tucuruí e Belo Monte, por exemplo). São Francisco Área de drenagem em MG e Estados do Nordeste. Drenagem perene e exorreica (a foz fica entre os Estados de Sergipe e Alagoas, no Oceano Atlântico). Ligado à interiorização do país. Recentes projetos de transposição. Paraná Rios de planalto (formam-se nas serras). Geografia Página | 16 Densa ocupação e povoamento (navegação, urbanização, agropecuária). Paraguai Rios de planície. Influência da sazonalidade das chuvas. Uruguai Brasil, Uruguai e Argentina. Subtropical. Vegetação Grau de umidade 1. Halófitas: ambientes salgados. 2. Xerófitas: climas áridos ou semi áridos. 3. Higrófilas: ambientes úmidos. 4. Hidrófitas: dentro d’água. Formação 1. Arbórea: árvores de grande porte. 2. Herbácea: vegetação de campos. 3. Litorânea: submetida à ação do mar. 4. Arbustiva: árvores de pequeno e médio porte. 5. Desértica: vegetação descontínua. Folhas 1. Caducifólias: as folhas caem em determinada estação. 2. Perenifólias: sempre com folhas. 3. Aciculifoliadas: forma de ponta. 4. Latifoliadas: com folhas largas. Formações vegetais no brasil Florestais/arbóreas. Arbustivas/herbáceas. Complexas. Biomas tropicais Florestas Tropicais e Equatoriais A área de ocorrência é delimitada pelos dois trópicos e é atravessada pelo Equador, determinando, portanto, altas temperaturas e grande pluviosidade, São heterogêneas, perenes, higrófilas, latifoliadas e heliófilas, com a existência de ombrófilas nas áreas de formação mais densas. É onde encontra-se a maior biodiversidade da Terra. Nas áreas mais próximas ao Equador, as florestas são mais fechadas e densas, com árvores de vários estratos entrelaçadas com cipós. Exemplo: Floresta Amazônica, Floresta do Congo (África) e a Floresta da Indonésia (Ásia). Mais afastadas do Equador, recebem menor quantidade de calor e de chuva e, por isso, são menos exuberantes. Ocupavam grande parte da faixa tropical da América do Sul, da América Central, do norte da Austrália e do Sudeste Asiático. Porém, são as mais devastadas pela facilidade de penetração do homem. Os solos são profundos devido ao intemperismo intenso, porém, a alta pluviosidade provoca lixiviação e a perda de grande parte dos nutrientes. Biomas das Savanas Caracterizadaspor uma pequena quantidade de árvores ou de arbustos dispersos. Os arbustos são quase sempre espinhosos, e as árvores são, na sua maioria, de folha caduca, com troncos resistentes e revestidos de casca espessa. As raízes são profundas e ramificadas, a fim de poderem captar o máximo de água em profundos lençóis freáticos. Desenvolvem-se em regiões de alta temperatura, com marcada diferença entre as estações secas e úmidas. As tropicais cobrem áreas extensas na América do Sul, África e Austrália setentrional. Biomas das regiões temperadas Localizam-se em latitudes médias, entre os trópicos e os círculos polares. Apresentam grande extensões no Hemisfério Norte, ao contrário do que ocorre no Sul. Floresta de coníferas Surgem nas proximidades dos 50o de latitude até as proximidades do Círculo Polar, predominantes no Canadá e na Eurásia, sendo quase inexistente no Hemisfério Sul. Clima com verões curtos e intensa queda de neve. O desenvolvimento da diversidade biológica é restrito, formando uma vegetação homogênea com baixa diversidade. São florestas sempre verdes (perenifólias) e possuem adaptações para ambientes de inverno longo. Folhas acicufoliadas, solo podzol de coloração clara e pouco favorável à agricultura. Florestas Temperadas Características das zonas temperadas úmidas. Abrangem o oeste e o centro da Europa, leste da Ásia (Coreia, Japão e partes da China) e o leste dos EUA, áreas densamente povoadas, tornando o bioma vulnerável ao intenso desmatamento. Latitude de 40o, na qual ocorre o clima temperado, com chuvas bem distribuídas durante o ano. O solo é muito rico em nutrientes devido ao processo natural de decomposição das folhas, principalmente. Acumula-se matéria orgânica nos primeiros horizontes do solo, possuindo cor mais escura. Devido à queda das suas folhas no período de inverso, também são chamadas de Florestas Caducifólias. Biomas das Estepes e das Pradarias Vegetação constituída principalmente de plantas herbáceas, havendo poucos arbustos e quase inexistindo vegetação de porte arbóreo. Encontrada nas planícies centrais dos EUA e no centro- sul do Canadá. As chuvas são menos abundantes que nas florestas, porém mais do que nos desertos, estando sujeita a períodos de estiagem prolongados. O estresse hídrico dificulta a transpiração das plantas, deixando o ar mais seco. Os solos são geralmente secos, há pouca drenagem e a água disponível é insuficiente para sustentar o bioma. Geografia Página | 17 A pouca lixiviação favorece a formação de um solo castanho-escuro favorável ao desenvolvimento de culturas. Estepes: compõem um tipo de vegetação formada por herbáceas predominantes nas planícies da Rússia, da Hungria e da Ucrânia, com solo de grande fertilidade (tchernozion). Pampas Platinos: surgem na porção central da Argentina, do Uruguai e no sudoeste do RGS. Vegetação mediterrânea Formada por bosques de árvores esclerófilas (duras) e de arbustos, apresentando uma formação aberta. Localiza-se em regiões de clima com verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos. Surge ao sul da Europa, nos extremos norte e sul da África, oeste da América do Norte e ao sul da Austrália. A vegetação é bastante variada e nela predominam arbustos, moitas altas e baixas. Biomas das regiões áridas e semiáridas Desertos Nas grandes faixas de altas pressões subtropicais, predominam um clima quente e muito seco: o desértico quente. A enorme acidez é a característica principal do bioma. A falta de umidade no ar provoca uma grande amplitude térmica, com temperaturas próximas aos 45oC durante o dia e -2oC durante a noite. O solo é composto principalmente de areia, que forma dunas – é originado pela ação de grande intemperismo físico, revelando paisagens típicas, de solos rochosos, com desenvolvimento reduzido e vegetação seca. Quando há o afloramento de lençóis subterrâneos, surgem os oásis (manchas férteis no meio do deserto, muito utilizadas para o cultivo de alimento). Sudoeste dos EUA, norte do México e a Península Arábica no Hemisfério Norte, e no Hemisfério Sul está a Patagônia e a Atacama na América do Sul e o Kalahari na África, além de grande parte do território australiano. A vegetação apresenta-se em grupos, espaçadas e composta por poucos arbustos xerofíticos, extremamente adaptados para conservação da pouca umidade disponível. Semidesertos Vegetação também chamada de semiárida, representa a transição entre as savanas e os desertos. Há predominância de vegetação rasteira, que não chega a cobrir todo o solo. Biomas das Zonas Polares e de Altas Montanhas Tundra Ártica Surge no sul da região dos gelos polares do Ártico, entre os 60o e os 75o de latitude Norte, estendendo-se pela Sibéria, Alasca, Canadá e Groenlândia. Situada próximo ao Polo Norte, no Círculo Polar Ártico, essa região possui pouca luminosidade e baixa pluviosidade, apresentando um clima polar, frio e seco. O solo permanece congelado e coberto de neve durante a maior parte do ano (permafrostII). Em algumas áreas desenvolvem-se pequenos arbustos, musgos e líquens, pois o inverno longo e a duração muito curta do dia não favorecem a existência de um bioma heterogêneo. Altas montanhas O fator climático caracterizado é a altitude. Assim, em plena zona tropical, encontramos neve em montanhas altas, como na parte central da Cordilheira dos Andes. Possui um clima muito frio, com temperaturas de 10oC a 15oC no verão e abaixo de zero no inverno. Aparece nas grandes cadeias montanhosas, como os Andes e os Alpes. A cobertura vegetal é composta, predominantemente, de um estrato herbáceo, porém, acima de 3000m não há cobertura vegetal. Conforme a altitude aumenta, encontra-se a Floresta Temperada, a Floresta de coníferas e os Campos Alpinos. Ecossistemas brasileiros O Brasil concentra 23% de todas as espécies vegetais do planeta. Formações florestais Amazônica Abrange a Bolívia, a Guiana, a Venezuela, o Peru, a Colômbia, o Equador, a Guiana Francesa e o Brasil. Clima equatorial úmido, com padrões térmicos e pluviométricos extremos (altas temperaturas e elevado índice pluviométrico, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano). Latifoliada: folhas largas e grandes. Higrófita: vegetação adaptada à presença de elevada umidade e pluviosidade. Perene: tem folhagens durante todo o ano, sem períodos de queda de folhas. Ombrófila: desenvolvida em climas chuvosos. Heterogênea: elevada diversidade vegetal. 1. Mata de igapó: localiza-se em terrenos alagados permanentemente, próximo aos rios. Com espécies de menor porte e, por isso, é uma mata de difícil acesso devido à incidência de árvores baixas que não superam 20 metros de altura. 2. Mata de várzea: em áreas um pouco mais elevadas, sujeita às inundações periódicas, com árvores de alturas de 25 a 30 metros. 3. Mata de terra firme: floresta densa e de grande porte arbóreo, desenvolvendo em áreas que não estão sujeitas a inundações por estarem situadas em relevos mais elevados. Nessa área não se desenvolve grande quantidade de plantas rasteiras, porque as folhas das copas entrelaçam-se, impedindo a penetração da luz. A hidrografia amazônica é riquíssima, com rios volumosos e perenes que também apresentam igarapés (com vegetações de até 20m, muitos arbustos, cipós e raízes). Alguns secam durante o período de estiagem, dando origem as praias arenosas. O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. No entanto, a flora e a fauna mantêm-se em virtude do estado de clímax atingido pelo ecossistema. Geografia Página | 18 A manutenção da flora se dá por meio da formação, no solo, de uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais, rapidamente convertidos em nutrientes
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