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Investimento-Anjo e Mecanismos de Saída

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Estudos Estratégicos
Capital empreendedor
Quanto aos investimentos-anjo, o censo da ABDI (2011, p. 158) destaca ainda as seguin-
tes informações, ressaltando que o governo, por meio da Finep, vem desenvolvendo 
formas de apoio a esse tipo de investidor no Brasil:
A Inglaterra é o país mais maduro da Europa em investimento-anjo. Conta 
com 34 associações e mais de 5.000 investidores. Segundo dados da Europe-
an Business Angel Network (EBAN), a Europa conta com 297 associações e 
mais 16.000 investidores-anjos.
Atualmente, existem quatro associações de investidores-anjos constituídas 
no Brasil: Bahia Anjos (BA), Floripa Angels (SC), Gávea Angels (RJ) – a 
mais antiga, criada em 2002 – e São Paulo Anjos (SP), totalizando 62 as-
sociados, 19 profissionais de apoio e um capital estimado de US$ 9 milhões 
em junho de 2008. Apesar de essas organizações se apresentarem como tal, 
cada um dos 62 associados em suas organizações decide individualmente se 
deseja entrar ou não em uma oportunidade de investimento após as análises 
e apresentações iniciais em grupo. Desta forma, quanto à decisão do inves-
timento, estes indivíduos participam diretamente no capital das empresas 
selecionadas. Não existe uma entidade investidora que represente toda a 
associação como é caso das organizações gestoras de PE/VC.
Algumas novas iniciativas estão surgindo no país, no bojo de importantes 
políticas públicas para desenvolvimento de redes de investidores-anjos. A 
FINEP vêm desenvolvendo e implementando formas de apoio do Governo 
Federal ao fomento desta indústria no Brasil. O valor típico dos investimen-
tos dos investidores-anjos no Brasil varia de US$ 50 mil a US$ 500 mil por 
empresa, podendo chegar a US$ 1 milhão. Em junho de 2008, apenas qua-
tro empresas figuravam no portfólio das associações de investidores-anjos 
brasileiras. [...] Por portfólio das associações de investidores-anjos entende-se 
o conjunto de empresas que foram investidas por seus membros por meio das 
reuniões das associações [...] (ABDI, 2011, p. 158).
Sobre o tema, o relatório ABDI (2011, p.159) apresenta uma estimativa dos valores com-
prometidos por meio de investidores-anjo. Destaca-se, entretanto, que se trata de mera 
estimativa, uma vez que não há comprometimento formal dos associados no sentido da 
realização de investimentos em questão: 
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Gráfico 4 Estimativa de capital comprometido nas associações 
de investidores-anjo (US$ milhões).
Fonte: Base de Dados GVcepe – Fundação Getulio Vargas apud ABDI (2011, p. 159).
 6.3.8 Mecanismos de saída
No que se refere aos mecanismos de saída dos investimentos, pode-se destacar as se-
guintes denominações apresentadas por Ribeiro (2005, p. 120):
Saída: Etapa final do ciclo de investimento em PE/VC, quando a participação 
detida em uma empresa é revendida. A saída se dá por um dos seguintes meca-
nismos: IPO, venda estratégica (trade-sale), recompra pelo empreendedor ou 
pela equipe gestora (buyback), venda para outro investidor (secondary sale) e 
liquidação (write-off). As saídas podem ser parciais, como no caso de IPOs, ou 
totais, como no caso de venda estratégica e liquidação. Nos casos de buyback e 
secondary sale, as saídas podem ser tanto totais quanto parciais.
Menciona ainda Ribeiro (2005, p. 83) que trade sale é a “venda da totalidade da parti-
cipação para um comprador estratégico”, geralmente “um grupo industrial interessado 
em integrar a empresa verticalmente ou horizontalmente”.
Assim, o censo ABDI (2011, p. 213) apresenta a tabela reproduzida abaixo, que aponta a 
relevância do secondary public sale e dos trade sales, em uma amostra de 188 desinves-
timentos, dos quais 137 foram totais e 51, parciais:

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