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Técnicas de recuperação de atividades agrossilvipastoris

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Climatologia e MeteorologiaClimatologia e MeteorologiaTécnicas de recuperação de atividades agrossilvipastoris 
Aluno: Vanderson Ferreira
Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária
São Luís
2024
INTRODUÇÃO
As áreas degradadas em áreas agrícolas referem-se principalmente aos aspectos de degradação do solo. Neste sentido, as técnicas de recuperação de atividades em áreas rurais visam o retorno do local a uma forma de utilização, segundo um plano preestabelecido para o uso do solo (KOBIYAMA et al., 2001). Nota-se que na degradação agrícola o sistema apresenta perda da produtividade econômica, principalmente pela falta de controle de plantas daninhas bem como pela presença de pragas e patógenos, resultando em menor produção da cultura principal. 
Neste contexto, Não pode faltar U3 - Técnicas para recuperação e monitoramento de áreas degradadas 143 a erosão é o principal processo que retira os nutrientes do solo, acarretando degradação biológica em poucos anos. Deste modo, técnicas que visam diminuir a intensidade do processo de erosão são essenciais para a manutenção da cobertura do solo (WADT et al., 2003). Segundo Kobiyama et al. (2001), quando as atividades relacionadas à agricultura não são manejadas de forma adequada, esta contribui com sérios danos ambientais, como o preparo inadequado do solo, cobertura de solo insuficiente, utilização de monoculturas, irrigação inadequada e o superaste-o.
No sistema de preparo de solo convencional é utilizado um grande número de operações que desagregam e pulverizam o solo, interferindo assim em sua estrutura. O constante processo de revolver o solo promove maiores perdas de matéria orgânica, aumentando a densidade aparente do solo, e desta forma, algumas consequências podem ser verificadas, como diminuição da porosidade e a aeração, prejudicando o enraizamento, a fauna edáfica e a infiltração da água. A cobertura inadequada do solo pelo uso intensificado de monoculturas ocasiona perda gradativa da matéria orgânica, ressaltando que a presença desta é fundamental, pois aumenta a infiltração de água no perfil do solo e, consequentemente, reduz a ocorrência de escoamento superficial e erosão. Além disso, a camada compactada (oriunda principalmente pelo uso intenso de mecanização) diminui a drenagem interna do solo, devido à menor infiltração e, consequentemente, aumenta o escoamento superficial, proporcionando maiores chances de erosão. Além do mais, o sistema de plantio de monocultura não apresenta indícios de sustentabilidade econômica e ambiental em longo prazo, pois a cada ano necessita-se de uma maior quantidade de insumos para manutenção dos níveis de produtividade, além desse sistema causar degradação ambiental pela contaminação dos recursos hídricos e do solo pelo uso de agrotóxicos e adubos químicos. Em relação à pecuária, pode ocorrer o superpastejo, principalmente em sistemas extensivos mal manejados, onde os bovinos são mal distribuídos na área de pastagem, proporcionando o revolvimento da camada superficial do solo, e consequentemente a desagregação dele. Dessa maneira, as pequenas áreas descobertas mantêm o solo arenoso exposto, facilitando a ação do vento (erosão eólica), desenfreando assim o processo de desertificação
DESENVOLVIMENTO
Diante desse quadro de degradação em áreas rurais, faz-se necessário o uso de meios de recuperação. Portanto, iremos abordar especificamente neste livro acerca das técnicas voltadas para recuperação de solos degradados pela agricultura, silvicultura e pastagem, bem como a recuperação de matas ciliares. Deste modo, práticas sustentáveis devem ser adotadas nesses tipos de atividades com a finalidade de recuperar os ambientes, bem como torná-los viáveis e produtivos ao longo dos anos. Além disso, quando falamos em recuperação de áreas degradadas, também nos referimos à adequação ambiental da propriedade rural, onde devem ser cumpridos os aspectos legais referentes à proteção da vegetação nativa. Neste sentido, várias estratégias podem ser abordadas para viabilizar a recuperação de áreas degradadas, tais como: regeneração natural sem manejo, regeneração natural com manejo, plantio em área total, e utilização de sistemas diversificados como os Sistemas Agroflorestais – SAFs (Quadro 3.1). É importante ressaltar que antes da escolha da estratégia a ser adotada, algumas características do local devem ser consideradas, tais como a declividade e fertilidade
A regeneração natural pode ser compreendida como uma alternativa mais simples e barata de recuperação, porém, apresenta desvantagem pelo fato de ser um processo longo e que depende do grau de degradação da área. Além disso, a regeneração natural sem manejo pode não ser eficiente do ponto de vista ecológico, necessitando assim de tratos culturais como adubação e controle de formiga, por exemplo. Levando em conta que as áreas degradadas se encontram em estágio secundário de sucessão, cujos locais já foram povoados anteriormente, o primeiro passo para viabilização da recuperação seria implantar espécies que favoreçam a formação de um substrato favorável à implantação de espécies do estádio final (KOBIYAMA et al., 2001)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além das estratégias de recuperação de áreas degradadas, algumas práticas agrícolas podem ser empregadas com intuito de diversificar o sistema, e consequentemente tornar os sistemas de produção (alimentos, madeira e criação de animais) mais sustentáveis, uma vez que a diversificação de culturas “quebra” o ciclo de pragas, diminuindo assim a aplicação de inseticidas. Além do mais, a utilização de espécies diferentes proporciona um maior equilíbrio na demanda por nutrientes, bem como adubação através de leguminosas, por exemplo, diminui a dependência de adubos químicos. Portanto, iremos estudar neste livro alguns tipos de cultivos baseados nesses princípios, como rotação e consórcio de culturas, além da agricultura orgânica. A rotação de culturas tem como objetivo escalonar diferentes culturas, ou seja, trocar as culturas a cada novo plantio, apresentando assim algumas vantagens, como a variação na absorção de nutrientes. Além do mais, a utilização de espécies com características diferentes pode trazer benefícios para o ecossistema, tais como: mobilização e absorção de elementos nutritivos poucos solúveis e em grandes profundidades; conservação dos nutrientes, tornandoos disponíveis para as culturas subsequentes; além de melhorias das condições físicas do solo (estrutura, porosidade e umidade), o que contribui com a diminuição dos riscos de erosão (KOBIYAMA et al., 2001). Deste modo, plantas forrageiras, gramíneas e leguminosas anuais ou semiperenes são viáveis para utilização em rotação de culturas, uma vez que estas plantas produzem grande biomassa e apresentam rápido desenvolvimento.
A agricultura orgânica engloba os tipos de agricultura “alternativa” em que a produção de alimentos é feita sem o uso de produtos químicos sintéticos (adubos químicos, inseticidas e herbicidas), contribuindo assim para uma melhor manutenção da fauna e da flora edáfica, e do ecossistema (KOBIYAMA et al., 2001). Neste modelo agrícola busca-se mobilizar harmonicamente todos os recursos disponíveis na unidade de produção, baseando-se na reciclagem de nutrientes, além da utilização dos insumos agrícolas gerados in loco, com o objetivo de minimizar a dependência externa de matériaprima (como insumos derivados de combustíveis fósseis). Nesse sistema evita-se mecanização pesada, com finalidade de conservar o solo, utilizando assim, aração superficial e o plantio direto. Além do mais, a agricultura orgânica apresenta inúmeras vantagens para o sistema de produção agrícola, podendo ser utilizada adubação verde e plantas de cobertura para evitar a erosão. Neste sistema os fertilizantes podem ser obtidos através da compostagem e biofertilizantes, e o controle de pragas pode ser feito por meio de monitoramento, inseticidas naturais ou controle biológico. 
E, por fim, sempre que possível deve-se introduzir uma maiordiversidade genética no sistema de produção, como a rotação de culturas, além da importância de preservar as matas nativas, que servem de refúgios destinados aos organismos benéficos (polinizadores e inimigos naturais). Dessa forma, é possível produzir alimentos reduzindo-se os impactos ambientais e a contaminação dos recursos hídricos e do solo, bem como das populações (ROEL, 2002)
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