Buscar

A intenção de evitar o consumo de álcool ao dirigir

Prévia do material em texto

137
IN
TEN
Ç
Ã
O
 D
E N
Ã
O
 BEBER A
O
 D
IRIG
IR
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
1 Universidade Federal de Pernambuco, Núcleo de Pesquisa em Epistemologia Experimental e Cultural, Programa de Pós-Graduação
em Psicologia Cognitiva. Av. Arquitetura, s/n., Cidade Universitária, 50740-550, Recife, PE, Brasil. Correspondência para/Correspondence
to: N.D. ALMEIDA. E-mail: <nemesiodario@hotmail.com>.
Artigo elaborado a partir da tese de N.D. ALMEIDA, intitulada: “A ingestão de álcool e direção no contexto universitário, comunicação
persuasiva e prevenção: uma aplicação da Teoria da Ação Racional”. Universidade Federal de Pernambuco, 2010.
Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Processo nº 142572/2008-0).
▼ ▼ ▼ ▼ ▼
http://dx.doi.org/10.1590/1982-027520160001000014
A intenção de evitar o consumo
de álcool ao dirigir
Intention to avoid drinking
and driving
Nemésio Dario ALMEIDA1
Antonio ROAZZI1
Mardonio Rique DIAS (in memoriam)
Resumo
O objetivo deste estudo foi identificar os preditores da intenção comportamental de evitar ingerir álcool e dirigir em
universitários da cidade do Recife, Pernambuco. Trata-se de dois estudos não probabilísticos do tipo acidental com 488
estudantes, sendo um a construção do questionário e o outro o levantamento da intenção de abster-se de beber e
dirigir. Este último permitiu verificar o efeito das variáveis: crenças normativas, atitude e crenças comportamentais,
como preditoras da intenção de adotar o comportamento preventivo. Um dos dados obtidos sugere que os universitários
não são indiferentes quanto às informações recebidas, construindo uma postura crítica; as autoridades, os pais e os
pares são importantes no que diz respeito a evitar o comportamento de beber e dirigir, sendo que a variável gênero
mostrou diferenças entre homens e mulheres. A pesquisa apontou a necessidade da realização de projetos de prevenção
sobre evitar o consumo de álcool ao dirigir.
Palavras-chave: Bebidas alcoólicas; Condução de veículo; Teoria da ação racional.
Abstract
The aim of this study was to identify predictors of behavioral intention towards avoiding drinking and driving in
college students in Recife, Pernambuco, Brazil. Accidental sampling, a type of non-probability sampling method, was
used to design the questionnaire and to evaluate the intention of 488 students to refrain from drinking and driving.
Data showed significant effect of the variables normative beliefs and attitudes and behavioral beliefs as predictors of
the intent to adopt a preventive behavior. One of the results obtained suggests that college students are not indifferent
to the information received, adopting a critical stance. It also indicated that authorities, parents, and peers can
influence avoiding the risky behavior of drinking and driving. The variable gender indicated differences between men
and women. The present study suggests the need for effective programs to prevent consumption of alcohol while
driving.
Keywords: Alcoholic beverages; Automobile driving; Theory of rational action.
138
N
.D
. A
LM
EID
A
 et al.
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
Na sociedade atual, o álcool, e mesmo outras
drogas, continuam sendo usados pela maioria das
pessoas de uma forma recreativa e, por alguns gru-
pos, de maneira ritualística. Porém, vários estudos
têm alertado sobre o consumo e abuso do álcool
por universitários (Bezerra, 1997; Fachini & Furtado,
2013; Oliveira, Soibelmann, & Rigoni, 2007; Peuker,
Fogaça, & Bizarro, 2006; Pillon & Corradi-Webster,
2006; Wagner, Barroso, Stempliuk, & Andrade,
2010).
Segundo um levantamento de abrangência
nacional realizado no Brasil entre universidades
públicas e privadas, 77,3% dos homens e 66,6%
das mulheres relataram ter consumido álcool nos
últimos 12 meses (Secretaria Nacional de Políticas
sobre Drogas, 2010). Outros estudos brasileiros de-
senvolvidos em universidades públicas do estado
de São Paulo encontraram prevalências um pouco
superiores para o mesmo padrão de con-sumo, que
variaram entre 75,0% e 88,0% (Oliveira et al., 2009;
Stempliuk, Barroso, Andrade, Nicastri, & Malbergier,
2005; Silva, Malbergier, Stempliuk, & Andrade,
2006).
Além disso, tem sido observado um aumento
do consumo de álcool na última década entre estu-
dantes universitários, o que pode refletir as atitudes
e opiniões favoráveis ao uso experimental e regular
do álcool (Wagner et al., 2010). Dessa forma, têm-
se os chamados comportamentos de riscos e preju-
diciais, os quais podem trazer graves consequências
orgânicas, psicológicas e sociais, sendo que, alguns
indivíduos em situação de lazer ou enquanto trafe-
gam pela cidade, expõem a si mesmos e a terceiros
a situações de risco, como indicam estudos nacionais
e internacionais (Almeida, 2010; Brasil, 2011;
Duailibi, Pinsky, & Laranjeira, 2007, 2010; Heim &
Andrade, 2007; Lopes & Rezende, 2013; Maia,
2009; Melcop, Chagas, & Agripino Filho, 2011;
Organização Mundial da Saúde, 2013; Thielen &
Soares, 2009).
Conforme uma investigação sobre a as-
sociação entre o consumo de álcool e os acidentes
de trânsito nas cinco regiões brasileiras, realizada
por Melcop et al. (2011), entre zero hora do dia 22
de maio e 24 horas do dia 28 de maio de 2009,
houve 1.248 vítimas de acidentes de trânsito. Elas
foram atendidas nos serviços de emergências e nos
Institutos Médico Legais das cidades de Manaus,
Fortaleza, Recife, Brasília, São Paulo e Curitiba.
Desse total, 74 vítimas foram a óbito. A contribuição
de cada cidade para o conjunto da amostra foi de
160 (12,8%) em Manaus; 240 (19,2%) em Forta-
leza; 197 (15,8%) em Recife; 175 (14,0%) em Bra-
sília; 209 (16,7%) em São Paulo; e 267 (21,4%) em
Curitiba.
As características principais das vítimas dos
acidentes revelaram um perfil onde prevaleceram
os homens (74,2%), jovens (38,4% estavam na faixa
etária entre 20 a 29 anos), com escolaridade média
(43,0% cursaram até o 2º grau ou médio), solteiros
(55,4%), morenos ou pardos (56,5%) e, na sua
maioria, desempregados ou desocupados seguidos
por estudantes, motociclistas e ciclistas de entregas
rápidas.
Já no que diz respeito ao perfil das vítimas
consumidoras de álcool no conjunto das cidades,
312 (25,0% do total) consumiram bebida alcoólica
antes do acidente, sendo 86,0% do sexo masculino
e 24,0% do feminino. Além disso, 43,0% estavam
na faixa etária entre 20 e 29 anos. Em relação à
condição/posição das vítimas na hora do acidente:
36,0% eram motociclistas, seguidos pelos pedes-
tres (19,0%) e ciclistas (14,0%).
Os tipos de acidente mais frequentes entre
as vítimas que consumiram álcool foram: a queda
(29,0%), a colisão de veículo (25,0%) e o atrope-
lamento (23,0%). As ocorrências ficaram concen-
tradas no fim de semana: 31,0% no domingo,
28,0% no sábado e 14,0% na sexta-feira, sendo
37,0% à noite e 28,0% na madrugada. Do total
das vítimas, 57,0% disseram ter consumido cerveja
ou chope, seguido de aguardente (17,0%) e de
uísque, rum e similares (7,0%). Além disso, 59,0%
informaram ter consumido esses tipos de bebida
até duas horas antes do acidente.
Desse total, 83,0% eram do sexo masculino
e 40,0% estavam na faixa etária entre 20 e 29 anos.
No que diz respeito à condição/posição da vítima
na hora do acidente tem-se: 34,0% de moto-
ciclistas, seguidos pelos pedestres (27,0%) e ciclistas
(11,0%). Os tipos de acidentes mais frequentes
foram o atropelamento (32,0%), a colisão (25,0%)
139
IN
TEN
Ç
Ã
O
 D
E N
Ã
O
 BEBER A
O
 D
IRIG
IR
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
e a queda (22,0%). A maior concentração foi no
fim de semana: domingo (28,0%); sábado (28,0%)
e sexta-feira (14,0%).
Em estudo de abrangência nacional reali-
zado pelo Ministério da Saúde (Brasil, 2011) em
hospitais públicos revelou-se que o consumo do
álcool tem forte impacto nos atendimentos de
urgência e emergência do Sistema Único de Saúde
(SUS). O levantamento aponta que uma em cada
cinco vítimas detrânsito atendida nos prontos-
-socorros brasileiros ingeriu bebida alcoólica. O estu-
do também mostra que 49,0% das pessoas que
sofreram algum tipo de agressão consumiram be-
bida alcoólica. As principais vítimas são homens com
idade entre 20 e 39 anos. Os dados fazem parte do
VIVA (Vigilância de Violências e Acidentes), estudo
realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde (Brasil, 2011) em 71 hos-
pitais os quais prestam atendimento de urgência e
emergência pelo SUS. Foram ouvidas 47 mil pes-
soas em todas as capitais brasileiras e no Distrito
Federal. Os dados foram coletados em 2011 e anali-
sados em 2013.
De acordo com o levantamento, 22,3% dos
condutores, 21,4% dos pedestres e 17,7% dos
passageiros envolvidos em acidentes de trânsito
apresentava sinais de embriaguez ou confirmaram
consumo de álcool. Entre os atendimentos por
acidentes, a faixa etária mais prevalente foi a de 20
a 39 anos (39,3%), sendo que as vítimas mais aco-
metidas por agressões também estão nessa mesma
faixa etária e representam 56,0% dos casos. Em
2011, 28.352 homens com idade entre 20 a 39 anos
foram assassinados e 16.460 perderam a vida no
trânsito, o que corresponde a quase metade dos
óbitos registrados nessa faixa etária, 31,5% e
18,3%, respectivamente.
O VIVA também mostra que a proporção do
consumo de bebida alcoólica entre os pacientes
homens foi bem superior à das mulheres: 54,3%
dos homens que sofreram violência e 24,9% dos
que sofreram acidente de trânsito tinham ingerido
álcool, enquanto os índices entre as pessoas do sexo
feminino foram de 31,5% e 10,2%, respectiva-
mente. Entre as vítimas, 78,3% das que não inge-
riram bebida alcoólica receberam alta logo após o
atendimento de urgência e emergência. Entre os
que beberam, esse número cai para 66,2%. Quanto
aos números de internação,um número muito maior
de pessoas que tinham ingerido bebida alcoólica
(24,9%) teve como desfecho a hospitalização, com-
parado com quem não consumiu (14,8%) (Brasil,
2011).
Utilizando uma técnica estatística chamada
“análise por série temporal”, pesquisadores do
Departamento de Medicina Preventiva da Faculda-
de de Medicina da Universidade de São Paulo
(Andreuccetti et al., 2011), avaliaram acidentes de
trânsito ocorridos na cidade e no Estado de São
Paulo, entre janeiro de 2001 e junho de 2010. Tal
análise minimiza erros de interpretação causados
por fatores externos, como por exemplo, a sazona-
lidade dos acidentes de trânsito, mais frequentes
em períodos de festas e feriados. O estudo avaliou
1.471.087 casos não fatais e 51.561 fatais (aciden-
tes seguidos de morte) em todos os 645 municípios
do estado. Os dados foram coletados pelo Serviço
de Segurança Pública do Estado de São Paulo. No
que diz respeito às vítimas fatais, após a lei seca
houve uma redução de 16,0% na capital e de 7,2%
nos demais municípios. Já em relação aos acidentes
com vítimas não fatais, houve uma redução de 2,3%
na capital e 1,8% no restante do Estado.
Em outro levantamento realizado por Ro-
mera (2014), intitulado “Lazer e festas, estudo sobre
os modos de divulgação de bebidas nos campi
universitários”, o qual aborda a temática do con-
sumo de álcool e ressalta que estímulos a sua
utilização podem ser observados na publicidade no
contexto dos campi universitários. O estudo des-
critivo-qualitativo foi desenvolvido pela combinação
de quadro metodológico, composto de pesquisa
bibliográfica e documental, com a análise de 173
cartazes de festas direcionadas ao público jovem,
coletados em universidades do interior do estado
de São Paulo. As análises apontaram para argu-
mentos verbais e imagéticos que estimulam o beber
excessivo, sendo que essa apologia ao consumo de
bebidas em situação de lazer coloca esse campo de
estudo em importante lugar de análise dos com-
portamentos nele vivenciados, especialmente os de
grupos de jovens.
140
N
.D
. A
LM
EID
A
 et al.
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
No que se refere à mudança comporta-
mental para promoção de hábitos saudáveis e ade-
rência terapêutica, três construtos teóricos estu-
dados em amplitude e profundidade em Psicologia
Social são considerados como os principais: o Mo-
delo de Crenças em Saúde, de Rosenstock (1966);
a Teoria Cognitiva Social, de Bandura (1986); e a
Teoria da Ação Racional (TAR), de Fishbein e Ajzen
(1975).
Os diversos estudos fundamentados nessas
teorias indicam que as crenças em saúde influen-
ciam a decisão de assumir comportamentos pre-
ventivos. As diferenças básicas entre os modelos
são, dentre outras, que o primeiro permite auxílio
na promoção da aderência terapêutica e na tomada
de decisões em políticas públicas de saúde. Foi o
primeiro modelo de mudança comportamental em
saúde e continua sendo aceito integralmente por
vários pesquisadores da área, mostrando-se espe-
cialmente adequado para a criação de políticas
públicas em saúde, por não restringir ou recomendar
propostas específicas de intervenção.
A Teoria Cognitiva Social se adequa muito
bem à verificação de comportamentos que não de-
pendem exclusivamente da vontade do indivíduo.
Ela utiliza o conceito de auto-eficácia percebida para
exercer um determinado comportamento, ofere-
cendo uma visão mais individualista para a modi-
ficação da conduta. Também não especifica uma
estratégia de intervenção para conduzir uma modi-
ficação comportamental.
De forma contrária, a Teoria da Ação Ra-
cional é específica para condutas sob controle da
vontade do indivíduo, e seu quadro teórico estabe-
lece construtos a serem medidos, ponderados e uti-
lizados em comunicações persuasivas que levem a
mudança comportamental. Para Fishbein (1990), ao
se investigar a mudança ou estabilidade de um
determinado comportamento em um grupo parti-
cular, é necessário encontrar quais os fatores que
colaboram na decisão de realizá-lo (ou não). Com
essa finalidade a TAR é constituída por cinco etapas:
1. Critério Comportamental: consiste em es-
pecificar os comportamentos de interesse, encon-
trando os fatores que colaboram na decisão de
realizar (ou não) uma conduta, tendo em conta os
aspectos ação, objeto, contexto e tempo. Uma va-
riação em um desses aspectos redefine o desem-
penho de interesse, assim como cada conduta
requer uma tática distinta.
2. Predizer os comportamentos através das
intenções: grande parte dos comportamentos é
considerada pela TAR como sendo de controle voli-
tivo das pessoas e, assim sendo, o principal deter-
minante imediato de qualquer um deles é a intenção
de realizá-lo ou não. É necessário, assim, identificar
os fatores que apoiam a formação e a mudança de
intenções, com a finalidade de compreender porque
a pessoa tenciona alcançar determinado compor-
tamento.
3. Predizer as intenções a partir das atitudes
e normas subjetivas: segundo a TAR, a intenção de
quem quer que seja é um desempenho de dois de-
terminantes capitais: o pessoal e a influência so-
cial. Os indivíduos tencionam desempenhar um
comportamento quanto têm uma atitude positiva
frente a ele e quando creem que outras pessoas
importantes para eles pensam que deveriam fazê-
-lo. Assim, tem-se maior probabilidade de êxito em
determinar uma mudança na intenção se mudarem
as atitudes e/ou as normas subjetivas que correspon-
dem diretamente a ela.
4. Identificar e examinar as crenças norma-
tivas e comportamentais para saber quais deter-
minam a norma subjetiva e a atitude: consiste em
realizar o levantamento das crenças modais salientes
em relação ao comportamento investigado.
5. Modificar ou fortalecer as crenças prin-
cipais: baseia-se em ter quatro princípios na cons-
trução das comunicações persuasivas para inter-
venções de saúde em áreas como a Enfermagem, a
Nutrição (Cavalcanti et al., 2007; Cunha & Dias,
2008; Dias, 1995, 2001; Gonçalves e Dias, 1999),
a Educação, a Sociologia etc.:
- Importância: localizar quais as crenças prin-
cipais na situação.
- Selecionar as “crenças objetivas”: definir
quais dessas crenças serão objeto de estudo, de
acordo com o peso relativodos construtos atitu-
dinais e normativos, e procurar observar as crenças
141
IN
TEN
Ç
Ã
O
 D
E N
Ã
O
 BEBER A
O
 D
IRIG
IR
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
que discriminam entre pessoas que têm ou não
intenção de desempenhar o comportamento.
- Determinantes múltiplos: como a intenção
está fundamentada numa cadeia de crenças, uma
mudança em uma só delas pode não ser suficiente
para produzir uma modificação de atitude ou norma
subjetiva.
- Regras de correspondência: do mesmo
modo que a intenção corresponde ao comporta-
mento que se deseja predizer, mudar ou explicar,
as atitudes, normas subjetivas e crenças comporta-
mentais e normativas correspondem à intenção; a
mudança de comportamento se concretiza efetuan-
do uma modificação na intenção corresponde que,
por sua vez, é criada mudando as normas subjetivas
e/ou atitudes correlatas, as quais são produzidas
ao se mudar diversas crenças relacionadas.
A Teoria da Ação Racional também foi
empregada em estudos anteriores (Ajzen, Albarracín,
& Hornik, 2007; Almeida, 2010; Bezerra, 1997;
Fishbein, Ajzen, & McArdle, 1980; Guimarães, 2004;
Kassem & Lee, 2004; Marcoux & Shope, 1997;
Santos, 2002), os quais investigaram o consumo
etílico e o comportamento preventivo em diversas
populações. A partir disso, foi evidenciado um ajus-
tamento empírico da TAR conforme a literatura
nacional e internacional.
Tanto para Bezerra (1997), que efetuou um
levantamento sobre o não consumo de etílico com
300 universitários paraibanos, como para Guima-
rães (2004), em seu estudo sobre o consumo de
álcool com 164 adolescentes do ensino médio da
cidade do Recife, as crenças comportamentais refe-
ridas foram praticamente as mesmas: a diminuição
da atenção, dos reflexos e o envolvimento em
violência. Já no estudo de Almeida, Dias, Souza,
Cordeiro e Chaves (2004), o qual investigou a inges-
tão etílica e a direção em 40 motoristas do Recife,
mostrou que as crenças comportamentais mais
emitidas pelos participantes foram: problemas de
saúde, perda da consciência/reflexos, envolver-se
em violência, problemas de trânsito e sonolência.
Nos estudos de Bezerra (1997) e Guimarães (2004),
no que se refere às vantagens do uso de álcool, os
estudantes externaram crenças comportamentais
do tipo: sensação de prazer/bem-estar, aliviar o
estresse/descontrair, perder a timidez, inserção social
e sabor/gosto da bebida.
No levantamento conduzido por Bezerra
(1997) a atitude aparece como significativa na
predição da intenção comportamental de não con-
sumo de etílico por jovens do gênero feminino. Já
na investigação procedida por Guimarães (2004),
as atitudes não foram preditoras da intenção com-
portamental para o consumo por adolescentes reci-
fenses. Dessa forma, a autora infere que os ado-
lescentes bebem independente das consequências
desse comportamento, sem avaliarem-no positiva
ou negativamente, sugerindo que parecem indife-
rentes quanto às informações, não construindo pos-
tura crítica. Os referentes, tais como, as autoridades,
os pais e até mesmo os pares, parecem não influen-
ciar seus comportamentos.
Sabe-se que a abordagem cognitivo-com-
portamental compreende o uso de substâncias
psicoativas e sua consequente dependência como
um comportamento adquirido através de formas
de aprendizagem, como a imitação de pessoas im-
portantes, e que teorias do desenvolvimento enfa-
tizam os pares como influentes nos hábitos dos
jovens. A influência dos referentes na intenção de
consumo de álcool, por exemplo, foi demonstrada
entre adolescentes de Michigan, Estados Unidos da
América (Marcoux & Shope, 1997). Também pode-
-se constatar que os universitários do presente
estudo, assim como os adolescentes, consideraram
a opinião dos referentes como significativas quanto
à intenção de não beber e dirigir. Assim, para eles,
a intenção depende da opinião dos referentes (pais,
irmãos, pares e profissionais de saúde).
Um levantamento com 512 rapazes de 12 a
17 anos feito pelo Centro de Referência em Álcool,
Tabaco e Outras Drogas (2009), órgão vinculado à
Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, mos-
trou que metade dos adolescentes paulistanos que
ingerem bebidas alcoólicas tem pai ou mãe que be-
bem com frequência. O estudo constatou também
que 22,0% dos adolescentes começaram a beber
aos treze anos e 15,0% com apenas onze anos de
idade.
Diante da gravidade das considerações sobre
o comportamento de ingestão etílica e os acidentes
de trânsitos, o presente estudo objetivou esclarecer
142
N
.D
. A
LM
EID
A
 et al.
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
e verificar, na realidade brasileira, a aplicabilidade
da TAR no que influência o comportamento de be-
ber e dirigir. Além disso, buscou investigar a atitude
e a norma subjetiva. Dessa forma, procederam-se
dois estudos, sendo um a construção do questioná-
rio e o outro o levantamento da intenção de abster-
-se de beber e dirigir na população acadêmica. Essa
informação permitiria a estruturação de comuni-
cações persuasivas numa futura intervenção, propi-
ciando uma mudança de conduta que levasse a
prevenção dos acidentes de carro e a ingestão de
bebidas.
Para isso, os objetivos específicos foram:
identificar os referentes (pessoas mais importantes)
modais salientes (mais expressivos), as crenças quan-
to ao comportamento de evitar o álcool e direção
e, a partir dessa identificação e segundo as orien-
tações da teoria, construir e validar um instrumento
de medida da intenção comportamental específica,
seguido das ponderações da atitude e da norma
subjetiva.
O estudo, conforme o modelo metodológico
indicado por Ajzen e Fishbein (1980) e Fishbein e
Ajzen (1975, 1980), constou de 2 etapas: a Etapa 1
consistiu no levantamento de características
sociodemográficas e metodológicas das crenças
acerca do comportamento de evitar o consumo de
álcool ao dirigir, bem como dos referentes modais
salientes correspondentes à população alvo do
estudo (estudantes universitários). A Etapa 2 referiu-
-se à construção, aplicação e validação dos ques-
tionários do comportamento investigado: a intenção
de evitar o consumo de álcool ao dirigir.
Método
Trata-se de um estudo transversal de aborda-
gem quantitativa de coleta e tratamento dos dados,
que utilizou uma amostra de conveniência, não
probabilística, de estudantes universitários.
Etapa 1
Instrumento 1: a entrevista
Os estudantes responderam a uma entrevista
aberta, a qual visava o levantamento de dados
sociodemográficos e três questões sobre o tema
investigado (“Quais são, para você, as vantagens
de as pessoas utilizarem bebidas alcoólicas quando
estão dirigindo? Quais são, para você, as desvan-
tagens de as pessoas utilizarem bebidas alcoólicas
quando estão dirigindo? Que pessoas são impor-
tantes para você quando dão uma opinião sobre
esse assunto?”).
Participantes da etapa 1
Na primeira etapa foram entrevistados 80
estudantes universitários, sendo 43 do gênero femi-
nino e 37 do masculino, com idade mínima de 18
anos, pertencentes a diferentes cursos da Univer-
sidade Federal de Pernambuco (UFPE), campus
Recife. A amostra mostrou-se suficiente, pois a partir
daí as crenças levantadas foram repetindo-se, tor-
nando desnecessário um número maior de res-
pondentes.
Procedimentos
Assim, para Ajzen e Fishbein (1980) e Fishbein
e Ajzen (1975), essa etapa é de extrema impor-
tância, pois permite que se verifiquem as crenças
comportamentais e normativas para a amostra a
ser pesquisada (instrumento 2), não partindo
aleatoriamente de crenças encontradas na litera-
tura. As respostas a cada uma das três perguntas
foram tabuladas pela frequência, compondo, conse-
quentemente, três listas as quais foram submetidas
à categorização por três psicólogos sociais não
pertencentes ao grupo de trabalho e que atuaram
como juízes. Cada juiz definiu quais as dimensões
que estariam salientes, a seu ver, nas listas, e elabo-
rou um resumo com a respectiva contagem de
frequência por categoria.
Reunidas as categorizações individuais,buscou-se os pontos de convergência entre os resu-
mos, definindo, assim, uma segunda categorização
(final). Esta serviu para elaborar o instrumento de
medida das variáveis preditoras da teoria (atitude,
norma subjetiva, crenças comportamentais, crenças
normativas e intenção de adotar o comportamento-
-alvo).
143
IN
TEN
Ç
Ã
O
 D
E N
Ã
O
 BEBER A
O
 D
IRIG
IR
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
No presente estudo, as classificações de cada
juiz convergiram sobre: (a) os referentes: a catego-
rização deveria ser feita quanto à frequência de
contato ou grau de parentesco, tendo sido encon-
trados os seguintes referentes: a família (pais, espo-
sos, irmãos), pares (amigos, namorado) e profis-
sionais de saúde; (b) as crenças negativas: a qual
não pôde ser feita, pois nenhum dos estudantes
respondeu à pergunta: “quais são, para você, as
desvantagens de as pessoas utilizarem bebidas al-
coólicas quando estão dirigindo?”; (c) as crenças
positivas: a qual deveria ser feita quanto às di-
mensões de causar acidentes, perda dos reflexos,
risco de vida, perda da atenção, perda da cons-
ciência, violência e sonolência.
Etapa 2
Instrumento 2: o questionário
A partir das convergências das classificações
dos juízes, construiu-se um questionário final de
27 itens, com escala tipo Likert de sete pontos, na
qual o extremo de algarismo 1 representa a maior
força, e seu oposto, o algarismo 7, a menor. O nú-
mero 4, central, uma situação neutra ou indiferente
por parte do respondente. Os pares 2/3 e 5/6 indi-
cam uma tendência à maior ou menor força, res-
pectivamente. Na etapa do tratamento estatístico
dos dados as escalas foram revertidas para realçar
o aspecto de que quanto maior as médias mais
positivo era o julgamento dos respondentes.
A medida do construto atitude está repre-
sentada pelos itens de 1 a 3, a força das crenças
comportamentais pelos de 4 a 10, a avaliação das
consequências das crenças comportamentais pelos
de 11 a 17, a medida direta da norma subjetiva
pelo 18, os referentes estão representados pelas
crenças normativas (itens 19 a 22), a motivação para
concordar com os referentes, pelos itens de 23 a
26 e a medição da intenção comportamental pe-
lo 27.
Participantes da etapa 2
Entrevistou-se um total de 488 estudantes
da UFPE, campus Recife. Verificou-se, mais uma vez,
a predominância do gênero feminino (59,6%), ha-
vendo, portanto, diferença se comparado ao mas-
culino (40,3%).
Procedimentos
O projeto de pesquisa nº 167/08 foi apro-
vado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro
de Ciências da Saúde da Universidade Federal de
Pernambuco (CEP/CCS/UFPE). O passo seguinte
constou de visita aos coordenadores dos diversos
cursos universitários da UFPE para apresentação dos
objetivos do estudo e solicitação de permissão para
coleta de dados nas dependências e disciplinas dos
mesmos. Foi-lhes explicado que a pesquisa teria por
objetivo conhecer aspectos relacionados ao compor-
tamento de universitários frente ao não uso de ál-
cool e direção.
Em seguida, no momento da aplicação do
questionário em sala de aula, o pesquisador deixou
claro que a participação seria inteiramente volun-
tária e que o estudante poderia, caso quisesse, não
colaborar, sem que isso lhe acarretasse qualquer
tipo de prejuízo. Antes de cada aplicação do ques-
tionário foi apresentado e assinado pelo respon-
dente o Termo de Consentimento Livre e Esclare-
cido, conforme a Resolução nº 196/1996 do Con-
selho Nacional de Saúde (Brasil,1996).
Dessa forma, como recomenda os autores
da TAR Fishbein e Ajzen (1975), resumidamente
temos que: a primeira parte da escala do ques-
tionário diz respeito à estatística descritiva das
variáveis sociodemográficas em termos reais e per-
centuais; a segunda parte está diretamente rela-
cionada às crenças, comportamentos e às avaliações
das consequências, que levarão a formar a atitude,
isto é, esta é uma função daquilo em que a pessoa
acredita que vai acontecer em decorrência do com-
portamento (crenças comportamentais) e das ava-
liações que faz sobre as consequências do mesmo;
o terceiro componente da escala, a norma subjetiva,
é uma função do que a pessoa acredita que os
outros acham que ela deve fazer (suas crenças nor-
mativas) e da motivação para corresponder a essa
expectativa (motivação para concordar). Isso levará
144
N
.D
. A
LM
EID
A
 et al.
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
à intenção a qual terá, como consequência, o com-
portamento.
A força das crenças foi avaliada através de
extremos denominados provável e improvável. A
atitude foi medida em três dimensões pré-definidas,
representadas semanticamente pelos enunciados
dos próprios respondentes do instrumento 1
(útil/inútil; prudente/imprudente; certo/errado).
A cada item do construto das crenças com-
portamentais correspondeu um item semelhante
para avaliação das consequências. A cada crença
normativa correspondeu um item medindo a moti-
vação para concordar com aquele referente:
19. Meus pais acham que eu não devo inge-
rir bebidas alcoólicas ao dirigir:
(Possível... Impossível, etc.)
23. Quase sempre eu concordo com o que
meus pais acham que eu devo fazer:
(Possível... Impossível, etc.)
A norma subjetiva e a intenção comporta-
mental são itens de medição única:
18. A maioria das pessoas que são impor-
tantes para mim acha que eu não devo ingerir be-
bidas alcoólicas ao dirigir:
(Provável... Improvável, etc.)
27. Sempre que eu for dirigir evitarei o uso
de bebidas alcoólicas ao dirigir:
(Provável... Improvável, etc.)
Fishbein e Ajzen (1975) recomendam que
se verifiquem primeiro as relações existentes entre
todas as variáveis independentes (atitude, norma
subjetiva, crenças comportamentais versus avaliação
das consequências das mesmas e crenças norma-
tivas versus motivação para concordar com elas) que
compõem o modelo teórico e a variável dependente
(a intenção comportamental), verificando a força e
o tipo dessas relações. Para isso, utilizou-se o coefi-
ciente de correlação r de Pearson com seus res-
pectivos níveis de significância p, calculado através
do software Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS) para Windows, versão 18 (Dancey,
2013).
Após a verificação da força e do tipo de rela-
ção existente entre as variáveis, recomenda a teoria
que se busque a predição da variável-critério (a in-
tenção comportamental) através da ponderação das
mesmas variáveis independentes. Para isso utilizou-
-se regressão múltipla, método stepwise.
Resultados
Na primeira etapa a média de idade encon-
trada entre os 80 estudantes abordados no estudo
foi de 23,2 anos de idade (Desvio-Padrão - DP =
5,05), sendo 69 solteiros e 11 casados/separados.
A religião católica foi a predominante, tendo sido
citada por 38,7% dos participantes. Dentre os cur-
sos de maior figuração na amostra encontram-se o
Direito (45,0%), a Geologia (15,0%) e o Serviço
Social (15,0%), seguidos pela Pedagogia (13,7%)
e pela Terapia Ocupacional (11,2%).
Já em relação à segunda etapa do estudo,
onde foram entrevistados 488 universitários, a idade
média encontrada foi de 26,23 anos (DP = 8,93). O
estado civil predominante foi de solteiros (79,3%)
e a religião predominante, assim como na Amostra
1, foi a católica, tendo sido mencionada por 53,0%
dos participantes (n = 259). Dentre os cursos de
maior figuração na amostra encontram-se o Direito
(30,1%), a Psicologia (25,8%), as Ciências Contá-
beis (15,4%) e outros (21,4%).
Evitando o consumo de álcool ao dirigir
A Tabela 1 mostra que, dentre as variáveis
correlacionadas com a intenção de abster-se do ál-
cool ao dirigir, as crenças normativas foram as que
obtiveram coeficiente de correlação estatistica-
mente significativa (r = 428 e p = 0,01), seguida
das crenças comportamentais (r = 347 e p = 0,01)
e da atitude (r = 285 e p = 0,01). De outro modo,
as crenças normativas são a variável com signifi-
cativa correlação com a intenção. Nota-se, também,
que existe correlação significativae positiva entre
as variáveis crenças comportamentais e atitude
(r = 457 e p = 0,01), tal como previsto pela TAR. O
mesmo não se observou entre a norma subjetiva e
145
IN
TEN
Ç
Ã
O
 D
E N
Ã
O
 BEBER A
O
 D
IRIG
IR
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
a intenção comportamental. Os estudos já exis-
tentes empregando a TAR (Bezerra, 1997; Kassem
& Lee, 2004; Marcoux & Shope, 1997; Santos, 2002)
comumente mostram a norma subjetiva correla-
cionando-se de forma expressiva com a intenção,
porém, assim como na investigação procedida por
Guimarães (2004), isso não aconteceu neste tra-
balho.
Os resultados sugerem que as variáveis ati-
tude, crença comportamental e crença normativa
são os principais determinantes da intenção com-
portamental de evitar ingerir álcool e dirigir em uni-
versitários. Além disso, as correlações entre os cons-
trutos atitudinais (atitude versus crença comporta-
mental) foram pequenas e significativas. Observa-
-se também que o mesmo ocorreu entre o compo-
nente normativo e a crença normativa, bem como
entre as correlações de ambos com a medida da
intenção comportamental, demonstrando a ade-
quação da TAR para os dois componentes.
A Tabela 2 exibe as análises de regressão
(Stepwise) realizadas, dentre as três variáveis inde-
pendentes (as crenças normativas, atitude e crenças
comportamentais modais salientes), que contri-
buíram de forma significativa para a explicação da
variância da intenção comportamental de abster-
-se de beber e dirigir entre os universitários (Variável
Dependente - VD), explicando 18,4%, 2,8% e 0,9%
das variâncias das intenções, totalizando 22,1% de
poder de predição. A variável norma subjetiva não
foi capaz de explicar a variância da intenção com-
portamental.
Com relação à Tabela 3, a mesma apresenta
regressões múltiplas entre intenção comporta-
mental (VD) e crenças normativas, atitudes e crenças
comportamentais (Variáveis Independentes - VI) por
gênero. Observa-se que as crenças normativas tive-
ram poder explicativo maior que o das atitudes e
das crenças comportamentais, considerando as uni-
versitárias, de 18,6% e os universitários, 16,0%.
Essa diferença mostra que, embora em am-
bos os gêneros as crenças normativas tenham ser-
vido como preditoras da intenção de não uso de
bebidas e direção, estas são significativas para as
mulheres em comparação com os homens. Isso
Tabela 1
Correlações entre a Variável Dependente (intenção comportamental de não ingerir álcool e direção) e as Variáveis Independentes: atitude, crença
comportamental geral e crença normativa geral na amostra total (n = 488)
Intenção Comportamental
Atitude
Crença Comportamental Geral
Crença Normativa Geral
Variáveis
0,285
0,347
0,428
Intenção Comportamental
0,285
0,457
0,294
0,347
0,457
0,507
0,428
0,294
0,507
Nota: Correlação significante ao nível de 0,01 para todas as correlações.
Atitude Crença Comportamental Geral Crença Normativa Geral
Tabela 2
Regressões múltiplas entre intenção comportamental de não ingerir álcool e direção (VD) e crenças normativas, atitudes e crenças comportamentais
(VI) (n = 488)
CNxMC
Atitude
CCxAC
Preditor
0,43
0,46
0,47
RM
0,18
0,21
0,22
R2
0,184
0,028
0,009
R2 Change
109,28
016,92
005,71
Fch
1,486
1,485
1,484
Gl
0,001
0,001
0,017
pch
Intenção
Nota: CN: Crença Normativa; MC: Motivação para concordar com os referentes; CC: Crença Comportamental; AC: Avaliação das Consequências do compor-
tamento; RM: indica o grau de correlação múltipla existente entre as variáveis preditoras e a variável critério; R2: variância explicada para cada variável
antecedente; R2 Change: variância da intenção; Fch: explicação da variância da intenção comportamental; Gl: grau de liberdade; pch: nível de significância;
VD: Variável Dependente; VI: Variáveis Independentes.
146
N
.D
. A
LM
EID
A
 et al.
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
explica que as expectativas normativas de que
outras pessoas específicas acham que elas não
devem ingerir etílicos ao dirigir, sendo estas per-
tencentes ao círculo familiar ou social das univer-
sitárias, como pais e amigos(as), são diferentes das
dos universitários (a diferença de variância entre os
dois gêneros é de 2,6%). Além disso, para ambos
os gêneros a atitude mostra-se como preditora,
explicando 4,4% da variância dessa intenção, sendo
que para o gênero masculino as crenças comporta-
mentais também desempenham esse papel, expli-
cando 3,0% da variância da mesma intenção.
Discussão
No que se refere às crenças comportamen-
tais e predição da intenção, a partir dos resultados
pode-se inferir que os universitários não bebem e
dirigem porque acreditam que o álcool e a direção
não lhes traz vantagens. Essa afirmação foi cons-
tatada na primeira fase do estudo, a Etapa 1. Assim,
afirmar que os estudantes não consomem etílicos,
pois acreditam nos aspectos negativos do uso, signi-
fica dizer que conhecem as desvantagens decor-
rentes do mesmo e estas têm exercido poder in-
fluente quanto à decisão de não beber e dirigir.
Essa constatação é importante por mostrar
que, provavelmente, as campanhas preventivas es-
tão sendo eficazes. Isso pôde ser observado, prin-
cipalmente, durante o ano de 2008 quando, no
segundo semestre, foi implantada a Lei Seca (Brasil,
2008) proibindo terminantemente o uso de álcool
nas vias brasileiras.
No presente estudo, as crenças comporta-
mentais foram preditoras da intenção de evitar o
consumo de bebidas e direção pelos universitários
do gênero masculino para quase todas as faixas
etárias (de 24 a 29 anos, 30 a 41 anos e mais de 42
anos), para o estado civil de casados/separados e
para a religião evangélica. Assim sendo, pode-se
supor que os fatores que influenciam a maioria
desses jovens a não terem a intenção de beber e
dirigir são os mesmos, porque reduz a atenção, os
reflexos, provoca risco e acidentes.
Observa-se, também, que o resultado mais
importante foi demonstrar que as crenças compor-
tamentais não foram preditoras da intenção com-
portamental de evitar o álcool e dirigir pelos estu-
dantes de faixa etária de 18 e 23 anos, solteiros/as
e do gênero feminino. Esse dado sugere uma re-
flexão, pois as crenças comportamentais são pro-
dutos dos sentimentos da própria pessoa em conse-
quência da observação direta do comportamento,
representando a informação por ela acumulada ao
longo de sua experiência de vida nesse sentido, e
que os universitários mais adultos, de estado civil
casados/separados, evangélicos e de gênero mas-
culino, tiveram alguma exposição ao comporta-
mento do uso de bebidas.
Ainda de acordo com os dados obtidos, esses
estudantes parecem estar familiarizados com as
consequências desse comportamento, o que implica
a consolidação das crenças relacionadas ao mesmo.
Desse modo, os participantes da faixa etária de 18
e 23 anos, solteiros/as e as estudantes universitárias
podem não ter as crenças, aqui significativas, for-
Tabela 3
Regressões múltiplas entre intenção comportamental de não ingerir álcool e direção (VD) e crenças normativas, atitudes e crenças comportamentais
(VI) por gênero (n = 488)
Feminino
Masculino
Gênero
CNxMC
Atitude
CNxMC
CCxAC
Preditor
0,43
0,48
0,40
0,44
RM R2 R2 Change Fch Gl pch
0,186
0,044
0,160
0,030
66,21
16,45
37,23
07,07
1,289
1,288
1,195
1,194
0,19
0,23
0,16
0,19
0,001
0,001
0,001
0,008
Nota: CN: Crença Normativa; MC: Motivação para Concordar com os referentes; CC: Crença Comportamental; AC: Avaliação das Consequências do
comportamento; RM: indica o grau de correlação múltipla existente entre as variáveis preditoras e a variável critério; R2: variância explicada para cada variável
antecedente; R2 Change: variância da intenção; Fch: explicação da variância da intenção comportamental; Gl: grau de liberdade; pch: nível de significância;
VD: Variável Dependente; VI: Variáveis Independentes.
147
IN
TEN
Ç
Ã
O
 D
E N
Ã
O
 BEBER A
O
 D
IRIG
IR
Estudos de PsicologiaI Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
madas, devido à menor exposição ao comporta-
mento em questão. Por outro lado, nos estudos de
Bezerra (1997) para o não consumo de bebidas, e
o de Guimarães (2004) para o consumo, observa-
se que as crenças comportamentais foram predi-
toras da intenção comportamental para os estudan-
tes de ambos os gêneros, diferente do presente
estudo em que só foi significativa para os do gênero
masculino.
Com relação ao aspecto atitude, em seu mo-
delo, a TAR demonstra que a mesma tem um efeito
direto na intenção comportamental. Nesta pesquisa
essa variável foi significativa para predizer a intenção
comportamental investigada de evitar o consumo
de álcool ao dirigir entre universitários de ambos
os gêneros, por todas as faixas etárias, estados civis
e religiões.
Sendo a atitude uma avaliação positiva ou
negativa a qual é feita pela pessoa com relação a
um objeto psicológico (neste caso o comportamento
de não consumo de etílico e dirigir), infere-se que
os universitários não bebem pensando nas conse-
quências desse comportamento, avaliando-o posi-
tiva ou negativamente. Esse achado sugere que es-
ses estudantes não parecem estar indiferentes quan-
to às informações recebidas, construindo postura
crítica. Já as autoridades, especialmente os pais, os
irmãos, os pares e até mesmo os profissionais de
saúde, são importantes em relação a essa questão,
visto que também foi preditora da intenção a norma
subjetiva.
A atitude aparece como significativa na pre-
dição da intenção comportamental de não consumo
de etílico só por universitárias no levantamento
conduzido por Bezerra (1997), diferente da presente
pesquisa, na qual mostra-se significativa para ambos
os gêneros. A questão da influência dos referentes
sobre o hábito de não beber avaliada por Bezerra
(1997), encontra eco na intenção comportamental
em universitários paraibanos.
Esta pesquisa também demonstrou o fato
de que há uma diferença entre os gêneros no que
se refere às crenças normativas e comportamentais.
Para as mulheres o comportamento é determinado
tanto pelo aspecto comportamental como pelo
aspecto normativo. Já para os homens parece ser
unicamente determinado pelo aspecto compor-
tamental, ou seja, pelas crenças individuais e as suas
respectivas avaliações das consequências. Isso
sugere que, para os homens, há uma ênfase maior
no aspecto atitudinal em detrimento do normativo,
o qual não ocupa uma posição de destaque na de-
terminação do comportamento-alvo (evitar ingerir
etílico quando for dirigir). Esses mesmos resultados
também foram encontrados na investigação condu-
zida por Almeida et al. (2004).
O consumo de álcool e drogas entre os jo-
vens não é nenhuma novidade. Nos últimos anos,
porém, vem começando cada vez mais cedo, confor-
me apontam diversos estudos e pesquisas realizadas
(Benites & Schneider, 2014; Centro de Referência
em Álcool, Tabaco e Outras Drogas, 2009; Guima-
rães, 2004; Heim & Andrade, 2007; Kassem & Lee,
2004). Entre os fatores que levam os jovens ao há-
bito de beber estão o impacto da propaganda de
bebidas sobre o comportamento de consumir álcool,
a diversão e a curiosidade, aliadas à facilidade de
acesso às bebidas tendo, muitas vezes, exemplos
dentro da própria família.
Esses novos dados, sobre a identificação da
variável preditora da intenção comportamental de
evitar o consumo etílico e dirigir, demonstrou que
a TAR tem sido um modelo explicativo para o en-
tendimento dos fatores envolvidos na mesma
intenção. Pode-se constatar também que a opinião
alheia das pessoas que fazem parte do convívio
diário desses universitários tem influência sobre eles.
Essa verificação, além de útil para elaborar progra-
mas de intervenção, pode ser de relevância para
medidas educativas que, em acréscimo a medidas
restritivas (aumento de fiscalização), têm boas pos-
sibilidades de alterar as graves estatísticas brasileiras
consequentes ao ato de dirigir alcoolizado.
Além disso, as conclusões deste estudo per-
mitem sugerir que as campanhas destinadas ao
público jovem devem enfatizar os perigos de beber
e dirigir, para que possam ser evitados comporta-
mentos de risco, mostrando que conduzir veículos
é algo que não está relacionado ao consumo de
álcool. Outro aspecto ressaltado é a não divulgação
pela mídia, de uma forma geral, de comerciais publi-
citários que favoreçam o consumo de bebidas
alcoólicas.
148
N
.D
. A
LM
EID
A
 et al.
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
A validade externa dessas conclusões, entre-
tanto, estaria na dependência de pesquisas pos-
teriores similares, já que o poder de generalização
da TAR restringe-se à amostra estudada, conforme
advertem seus autores. As atuais campanhas pre-
ventivas do uso de álcool e direção, as quais seguem
orientações gerais nacionais onde se recomenda
não beber quando for dirigir, todavia sem estraté-
gias específicas de ação, igualmente se beneficiarão
dessas novas informações, podendo reduzir o nú-
mero de vítimas e os custos com acidentes de
trânsito.
Resta, por fim, elucidar qual a melhor forma
de persuadir esses jovens sobre as vantagens de
evitar beber e dirigir: se através de comunicações
persuasivas positivas ou negativas. Isso, por si só, já
enseja a continuação do presente estudo, através
da execução da última etapa estabelecida pela TAR.
Colaboradores
Todos os autores contribuíram na concepção e
desenho do estudo, análise dos dados e redação final do
artigo.
Referências
Ajzen, I., & Fishbein, M. (1980). Understanding attitudes
and predicting social behavior. Englewood Cliffs:
Prentice-Hall.
Ajzen, I., Albarracín, D., & Hornik, R. (2007). Prediction
and change of health behavior: Applying the reasoned
action approach. Mahwah: Lawrence Erlbaum
Associates.
Almeida, N. D. A. (2010). A ingestão de álcool e direção
no contexto universitário, comunicação persuasiva e
prevenção: uma aplicação da Teoria da Ação Racional
(Tese de doutorado não-publicada). Universidade Fe-
deral de Pernambuco, Recife.
Almeida, N. D. V., Dias, M. R., Souza, A. M., Cordeiro, A.
M., & Chaves, S. M. (2004). O consumo de bebidas
alcoólicas na condução de veículos: um estudo de cren-
ças. Revista Symposium, 8(1), 24-37.
Andreuccetti, G., Carvalho, H. B., Cherpitel, C. J., Ye, Y.,
Ponce, J. C., Kahn, T., & Leyton, V. (2011). Reducing
the legal blood alcohol concentration limit for driving
in developing countries: A time for change? Results
and implications derived from a time series analysis
(2001-2010) conducted in Brazil. Addiction, 106(12),
2124-2131.
Bandura, A. (1986). Social foundations of thought and
action. Englewood Cliffs: Prentice Hall.
Benites, A. P. O., & Schneider, D. R. (2014). Famílias e
consumo de álcool em adolescentes do sexo feminino:
uma revisão sistemática. Psicologia: Reflexão e Crítica,
27(1), 145-152.
Bezerra, A. E. (1997). Bebidas alcoólicas no contexto
universitário: investigação fundamentada na Teoria da
Ação Racional (Dissertação de mestrado não-publicada).
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
Brasil. Ministério da Saúde. (1996). Resolução nº 196,
de 10 de outubro de 1996. Aprova as diretrizes e nor-
mas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres
humanos. Diário Oficial da União, vol.134, n.201, out.
1996, Seção 1, p.21082.
Brasil. Presidência da República. (2008). Lei nº 11.705,
de 19 de junho de 2008. Dispõem sobre a inibição do
consumo de bebida alcoólica por condutor de veículos
automotor, e dá outras providências. Recuperado em
junho 22, 2008, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_
03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11705.htm
Brasil. Ministério da Saúde. (2011). Álcool está rela-
cionado a 21% dos acidentes no trânsito. Recuperado
em maio 10, 2014, de http://portalsaude.saude.gov.br/
index.php/cidadao/principal/agencia-saude/noticias-
anteriores-agencia-saude/3280-
Cavalcanti, A. P. R., Dias, M. R., Rodrigues, C. F. F.,
Gouveia, C. N. N. A., Ramos, D. D., & Serrano, F. J. O.
(2007). Crenças e influências sobre dietas de emagre-
cimento entre obesosde baixa renda. Ciência & Saúde
Coletiva, 12(6), 1567-1574.
Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas.
(2009). Levantamento sobre o uso de drogas em ado-
lescentes brasileiros. Recuperado em março 19, 2013,
de http://www.cratod.sp.org.br
Cunha, B. G. F., & Dias, M. R. (2008). Comunicações
persuasivas e doação regular de sangue: um estudo
experimental. Cadernos de Saúde Pública, 24(6),
1407-1418.
Dancey, C. P. (2013). Estatística sem matemática para
Psicologia (5ª ed.). Porto Alegre: Penso.
Dias, M. R. (1995). Aids, comunicação persuasiva e
prevenção: uma aplicação da teoria da ação racional
(Tese de doutorado não-publicada). Universidade de
Brasília.
Dias, M. R. (2001). Aids e prevenção: uma aplicação da
teoria da ação racional. Revista Symposium, 5(2), 62-73.
Duailibi, S., Pinsky, I., & Laranjeira, R. (2007). Prevalência
do beber e dirigir em Diadema, estado de São Paulo.
Revista de Saúde Pública, 41(6), 1058-1061.
149
IN
TEN
Ç
Ã
O
 D
E N
Ã
O
 BEBER A
O
 D
IRIG
IR
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
Duailibi, S., Pinsky, I., & Laranjeira, R. (2010). Álcool e
direção: beber ou dirigir: um guia prático para edu-
cadores, profissionais da saúde e gestores de políticas
públicas. São Paulo: Unifesp.
Fachini, A., & Furtado, E. F. (2013). Uso de álcool e ex-
pectativas do beber entre universitários: uma análise
das diferenças entre os sexos. Psicologia: Teoria e
Pesquisa, 29(4), 421-428.
Fishbein, M. (1990). Aids and behavior change: An
analysis based on the theory of reasoned action.
Interamerican Journal of Psychology, 24, 37-56.
Fishbein, M., & Ajzen, I. (1975). Belief, attitude, intention
and behavior: An introduction to theory and research.
Reading: Addison-Wesley.
Fishbein, M., & Ajzen, I. (1980). Acceptance, yielding,
and impact: Cognitive processes in persuasion. In R.
E. Petty, T. M. Ostrom, & T. C. Brock (Eds.), Cognitive
responses in persuasion. Hillsdale: Erlbaum.
Fishbein, M., Ajzen, I., & McArdle, J. (1980). Changing
the behavior of alcoholics: Effects of persuasive
communication. In I. Ajzen & M. Fishbein (Eds.),
Understanding attitudes and predicting social behavior
(pp.217-39), Englewood Cliffs: Prentice-Hall.
Gonçalves, S. C. M., & Dias, R. M. (1999). A prática do
auto-exame de mama em mulheres de baixa renda:
um estudo de crenças. Estudos de Psicologia (Natal),
4(1), 141-159.
Guimarães, P. V. (2004). Uso de bebidas alcoólicas na
adolescência: investigação fundamentada na Teoria
da Ação Racional (TAR) (Dissertação de mestrado
não-publicada). Universidade Federal de Pernambuco,
Recife.
Heim, J., & Andrade, A. G. (2007). Efeitos do uso do
álcool e das drogas ilícitas no comportamento de ado-
lescentes de risco: uma revisão das publicações cientí-
ficas entre 1997 e 2007. Revista de Psiquiatria Clínica,
35(Supl.1), 61-64.
Kassem, N. O., & Lee, J. W. (2004). Understanding soft
drink consumption among male adolescents using the
theory of planned behavior. Journal of Behavioral
Medicine, 27(3), 273-296.
Lopes, A. P., & Rezende, M. M. (2013). Ansiedade e
consumo de substâncias psicoativas em adolescentes.
Estudos de Psicologia (Campinas), 30(1), 49-56. http://
dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2013000100006
Maia, T. P. A. (2009). Vítimas de acidentes rodoviários. In
A. S. Bianchi (Org.), Humanidade e trânsito: desafios
para um futuro sustentável (pp.165-184). Curitiba:
Conselho Regional de Psicologia da 8ª Região.
Marcoux, B. C., & Shope, T. J. (1997). Application of the
theory of planned behavior to adolescent use and
misuse of alcohol. Health Education Research, 12(3),
323-331.
Melcop, A. G. T., Chagas, D. M. M., & Agripino Filho, D.
(2011). O consumo de álcool e os acidentes de
trânsito: pesquisa sobre a associação entre o consumo
de álcool e os acidentes de trânsito nas cinco regiões
brasileiras. Recife: CCS Gráfica e Editora. Recuperado
em maio 21, 2014, de http://www.ibradecbrasil.com.
br/wp-content/uploads/2012/08/O-Consumo-de-
%C3%81lcool-e-Os-Acidentes-de-Tr%C3%A2
nsito.pdf
Oliveira, M., Soibelmann, M., & Rigoni, M. (2007). Estudo
de crenças e expectativas acerca do álcool em
estudantes universitários. International Journal of
Clinical and Health Psychology, 7(2), 421-433.
Oliveira, L. G., Barroso, L. P., Wagner, G. A., Ponce, J. C.,
Malbergier, A., Stempliuk, V. A., & Andrade, A. G.
(2009). Drug consumption among medical students
in São Paulo, Brazil: Influences of gender and academic
year. Revista Brasileira de Psiquiatria, 31(3), 227-239.
Organização Mundial da Saúde. (2013). Escritório das
Nações Unidas sobre Drogas e Crime-UNODC, o
Relatório Mundial sobre Drogas 2013. Apresenta
estabilidade no uso de drogas tradicionais e aponta o
aumento alarmante de novas substâncias psicoativas.
Recuperado em junho 20, 2013, de http://www.
unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2013/06/26-world-
drug-report-notes-stability-in-use-of-traditional-drugs-
and-points-to-alarming-rise-in-new-psychoactive-
substances.html
Peuker, A. C., Fogaça, J., & Bizarro, L. (2006). Expectativa
e beber problemático entre universitários. Psicologia:
Teoria e Pesquisa, 22(2), 193-200.
Pillon, S. C., & Corradi-Webster, C. M. (2006). Teste de
identificação de problemas relacionados ao uso de
álcool entre estudantes universitários (AUDIT). Revista
de Enfermagem UERJ, 14(3), 325-332.
Romera, L. A. (2014). Lazer e festas: estudo sobre os
modos de divulgação de bebidas nos campi univer-
sitários. Caderno de Terapia Ocupacional da UFSCar,
22(Supl. Esp.), 95-102.
Rosenstock, I. M. (1966). The health belief model:
Explaining health behavior through expectancies. In
K. Glanz, F. M. Lewis, & B. K. Rimer (Orgs.), Health
behavior and health educations: Theory, research and
practice (pp.39-62). San Francisco: Jossey-Bass.
Santos, J. R. (2002). A intenção de adolescentes acerca
do uso de bebidas alcoólicas, sob o enfoque da
Teoria da Ação Racional (Dissertação de mestrado
não-publicada). Universidade Gama Filho, Rio de Ja-
neiro.
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. (2010).
I levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco
e outras drogas entre universitários das 27 capitais
brasileiras. Brasília: Autor.
150
N
.D
. A
LM
EID
A
 et al.
Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 137-150 I janeiro - março 2016
Silva, L. V. E. R., Malbergier, A., Stempliuk, V. A., & An-
drade, A. G. (2006). Fatores associados ao consumo
de álcool e drogas entre estudantes universitários.
Revista de Saúde Pública, 40(2), 280-288.
Stempliuk, V. A., Barroso, L. P., Andrade, A. G., Nicastri,
S., & Malbergier, A. (2005). Comparative study of drug
use among undergraduate students at the university
of São Paulo - São Paulo campus in 1996 and 2001.
Revista Brasileira de Psiquiatria, 27(3), 185-193.
Thielen, I. P., & Soares, D. P. (2009). Percepção de riscos:
sexo, drogas e... (rock’n’roll) trânsito. In A. S. Bianchi
(Org.), Humanidade e trânsito: desafios para um futuro
sustentável (pp.133-146). Curitiba: Conselho Regional
de Psicologia da 8ª Região.
Wagner, G. A., Barroso, L. P., Stempliuk, V. A., & Andrade,
A. G. (2010). Álcool e drogas: terceira pesquisa sobre
atitudes e uso entre alunos da Universidade de São
Paulo - Campi Cidade universitária, Faculdade de
Direito e Complexo de Saúde. In A. G. Andrade, P. C.
A. V. Duarte, & L. G. Oliveira (Eds.), I levantamento
nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas
entre universitários das 27 capitais brasileiras
(pp.129-147). Brasília: SENAD.
Recebido: julho 17, 2013
Versão final: dezembro 20, 2014
Aprovado: março 19, 2015
<<
 /ASCII85EncodePages false
 /AllowTransparency false
 /AutoPositionEPSFiles false
 /AutoRotatePages /None
 /Binding /Left
 /CalGrayProfile (Gray Gamma 1.8)
 /CalRGBProfile (None)
 /CalCMYKProfile (U.S. Sheetfed Uncoated v2)
 /sRGBProfile (sRGB IEC61966-2.1)
 /CannotEmbedFontPolicy /Warning
 /CompatibilityLevel 1.3
 /CompressObjects /Off
 /CompressPages true
 /ConvertImagesToIndexed true
 /PassThroughJPEGImages true
 /CreateJDFFile false
 /CreateJobTicketfalse
 /DefaultRenderingIntent /Default
 /DetectBlends false
 /ColorConversionStrategy /LeaveColorUnchanged
 /DoThumbnails false
 /EmbedAllFonts true
 /EmbedJobOptions true
 /DSCReportingLevel 0
 /SyntheticBoldness 1.00
 /EmitDSCWarnings false
 /EndPage -1
 /ImageMemory 1048576
 /LockDistillerParams true
 /MaxSubsetPct 100
 /Optimize false
 /OPM 0
 /ParseDSCComments true
 /ParseDSCCommentsForDocInfo true
 /PreserveCopyPage true
 /PreserveEPSInfo false
 /PreserveHalftoneInfo false
 /PreserveOPIComments false
 /PreserveOverprintSettings true
 /StartPage 1
 /SubsetFonts false
 /TransferFunctionInfo /Remove
 /UCRandBGInfo /Remove
 /UsePrologue false
 /ColorSettingsFile (Color Management Off)
 /AlwaysEmbed [ true
 /ACaslonPro-Bold
 /ACaslonPro-BoldItalic
 /ACaslonPro-Italic
 /ACaslonPro-Regular
 /ACaslonPro-Semibold
 /ACaslonPro-SemiboldItalic
 /AdobeFangsongStd-Regular
 /AdobeHeitiStd-Regular
 /AdobeKaitiStd-Regular
 /AdobeMingStd-Light
 /AdobeMyungjoStd-Medium
 /AdobeSongStd-Light
 /AGaramond-Italic
 /AGaramondPro-Bold
 /AGaramondPro-BoldItalic
 /AGaramondPro-Italic
 /AGaramondPro-Regular
 /AGaramond-Regular
 /AGaramond-Semibold
 /AGaramond-SemiboldItalic
 /AgencyFB-Bold
 /AgencyFB-Reg
 /Albertus-Bold
 /AlbertusExtraBold
 /Albertus-ExtraBold
 /AlbertusMedium
 /Albertus-Medium
 /AlbertusMedium-Italic
 /AlbertusMT
 /AlbertusMT-Italic
 /AlbertusMT-Light
 /Algerian
 /AntiqueOlive
 /AntiqueOliveBold
 /AntiqueOlive-Bold
 /AntiqueOlive-Compact
 /AntiqueOliveCompact-Regular
 /AntiqueOliveItalic
 /AntiqueOlive-Italic
 /AntiqueOlive-Roman
 /Arial-Black
 /Arial-BlackItalic
 /Arial-BoldItalicMT
 /Arial-BoldMT
 /Arial-ItalicMT
 /ArialMT
 /ArialNarrow
 /ArialNarrow-Bold
 /ArialNarrow-BoldItalic
 /ArialNarrow-Italic
 /ArialRoundedMTBold
 /ArialUnicodeMS
 /ArnoPro-Bold
 /ArnoPro-BoldCaption
 /ArnoPro-BoldDisplay
 /ArnoPro-BoldItalic
 /ArnoPro-BoldItalicCaption
 /ArnoPro-BoldItalicDisplay
 /ArnoPro-BoldItalicSmText
 /ArnoPro-BoldItalicSubhead
 /ArnoPro-BoldSmText
 /ArnoPro-BoldSubhead
 /ArnoPro-Caption
 /ArnoPro-Display
 /ArnoPro-Italic
 /ArnoPro-ItalicCaption
 /ArnoPro-ItalicDisplay
 /ArnoPro-ItalicSmText
 /ArnoPro-ItalicSubhead
 /ArnoPro-LightDisplay
 /ArnoPro-LightItalicDisplay
 /ArnoPro-Regular
 /ArnoPro-Smbd
 /ArnoPro-SmbdCaption
 /ArnoPro-SmbdDisplay
 /ArnoPro-SmbdItalic
 /ArnoPro-SmbdItalicCaption
 /ArnoPro-SmbdItalicDisplay
 /ArnoPro-SmbdItalicSmText
 /ArnoPro-SmbdItalicSubhead
 /ArnoPro-SmbdSmText
 /ArnoPro-SmbdSubhead
 /ArnoPro-SmText
 /ArnoPro-Subhead
 /AvalonPSMT
 /AvantGarde-Book
 /AvantGarde-BookOblique
 /AvantGarde-Demi
 /AvantGarde-DemiOblique
 /AvantGardeITCbyBT-Book
 /AvantGardeITCbyBT-BookOblique
 /AvantGardeITCbyBT-Demi
 /AvantGardeITCbyBT-DemiOblique
 /AvantGardeITCbyBT-Medium
 /BaskOldFace
 /Batang
 /Bauhaus93
 /BellGothicStd-Black
 /BellGothicStd-Bold
 /BellMT
 /BellMTBold
 /BellMTItalic
 /Berkeley-Black
 /Berkeley-BlackItalic
 /Berkeley-Bold
 /Berkeley-BoldItalic
 /Berkeley-Book
 /Berkeley-BookItalic
 /Berkeley-Italic
 /Berkeley-Medium
 /BerlinSansFB-Bold
 /BerlinSansFBDemi-Bold
 /BerlinSansFB-Reg
 /BernardMT-Condensed
 /BickhamScriptPro-Bold
 /BickhamScriptPro-Regular
 /BickhamScriptPro-Semibold
 /BirchStd
 /BlackadderITC-Regular
 /BlackoakStd
 /BodoniMT
 /BodoniMTBlack
 /BodoniMTBlack-Italic
 /BodoniMT-Bold
 /BodoniMT-BoldItalic
 /BodoniMTCondensed
 /BodoniMTCondensed-Bold
 /BodoniMTCondensed-BoldItalic
 /BodoniMTCondensed-Italic
 /BodoniMT-Italic
 /BodoniMTPosterCompressed
 /BookAntiqua
 /BookAntiqua-Bold
 /BookAntiqua-BoldItalic
 /BookAntiqua-Italic
 /Bookman-Demi
 /Bookman-DemiItalic
 /Bookman-Light
 /Bookman-LightItalic
 /BookmanOldStyle
 /BookmanOldStyle-Bold
 /BookmanOldStyle-BoldItalic
 /BookmanOldStyle-Italic
 /BookshelfSymbolSeven
 /BradleyHandITC
 /BritannicBold
 /Broadway
 /BrushScriptMT
 /BrushScriptStd
 /Calibri
 /Calibri-Bold
 /Calibri-BoldItalic
 /Calibri-Italic
 /CalifornianFB-Bold
 /CalifornianFB-Italic
 /CalifornianFB-Reg
 /CalisMTBol
 /CalistoMT
 /CalistoMT-BoldItalic
 /CalistoMT-Italic
 /Cambria
 /Cambria-Bold
 /Cambria-BoldItalic
 /Cambria-Italic
 /CambriaMath
 /Candara
 /Candara-Bold
 /Candara-BoldItalic
 /Candara-Italic
 /Castellar
 /CastleT-Bold
 /CastleT-Book
 /CastleT-Ligh
 /CastleT-Ultr
 /Centaur
 /Century
 /CenturyGothic
 /CenturyGothic-Bold
 /CenturyGothic-BoldItalic
 /CenturyGothic-Italic
 /CenturySchoolbook
 /CenturySchoolbook-Bold
 /CenturySchoolbook-BoldItalic
 /CenturySchoolbook-Italic
 /CGOmega
 /CGOmegaBold
 /CGOmega-Bold
 /CGOmegaBoldItalic
 /CGOmega-BoldItalic
 /CGOmegaItalic
 /CGOmega-Italic
 /CGTimes
 /CGTimesBold
 /CGTimes-Bold
 /CGTimesBoldItalic
 /CGTimes-BoldItalic
 /CGTimesItalic
 /CGTimes-Italic
 /ChaparralPro-Bold
 /ChaparralPro-BoldIt
 /ChaparralPro-Italic
 /ChaparralPro-Regular
 /CharlemagneStd-Bold
 /Chiller-Regular
 /Clarendon-Bold
 /Clarendon-Book
 /ClarendonCondensedBold
 /Clarendon-Condensed-Bold
 /ClarendonExtended-Bold
 /Classica
 /ColonnaMT
 /ComicSansMS
 /ComicSansMS-Bold
 /ConduitITC
 /ConduitITC-Bold
 /ConduitITC-BoldItalic
 /ConduitITC-Light
 /ConduitITC-LightItalic
 /ConduitITC-Medium
 /ConduitITC-MediumItalic
 /Consolas
 /Consolas-Bold
 /Consolas-BoldItalic
 /Consolas-Italic
 /Constantia
 /Constantia-Bold
 /Constantia-BoldItalic
 /Constantia-Italic
 /CooperBlack
 /CooperBlackStd
 /CooperBlackStd-Italic
 /CopperplateGothic-Bold
 /CopperplateGothic-Light
 /Corbel
 /Corbel-Bold
 /Corbel-BoldItalic
 /Corbel-Italic
 /Coronet
 /Coronet-Regular
 /Courier
 /Courier-Bold
 /Courier-BoldOblique
 /CourierHP
 /CourierHP-Bold
 /CourierHP-BoldItalic
 /CourierHP-Italic
 /CourierNewPS-BoldItalicMT
 /CourierNewPS-BoldMT
 /CourierNewPS-ItalicMT
 /CourierNewPSMT
 /Courier-Oblique
 /CurlzMT
 /DejaVuSans
 /DejaVuSans-Bold
 /DejaVuSans-BoldOblique
 /DejaVuSansCondensed
 /DejaVuSansCondensed-Bold
 /DejaVuSansCondensed-BoldOblique
 /DejaVuSansCondensed-Oblique
 /DejaVuSans-ExtraLight
 /DejaVuSansMono
 /DejaVuSansMono-Bold
 /DejaVuSansMono-BoldOblique
 /DejaVuSansMono-Oblique
 /DejaVuSans-Oblique
 /DejaVuSerif
 /DejaVuSerif-Bold
 /DejaVuSerif-BoldItalic
 /DejaVuSerifCondensed
 /DejaVuSerifCondensed-Bold
 /DejaVuSerifCondensed-BoldItalic
 /DejaVuSerifCondensed-Italic
 /DejaVuSerif-Italic
 /EccentricStd
 /EdwardianScriptITC
 /Elephant-Italic
 /Elephant-Regular
 /EngraversMT
 /ErasITC-Bold
 /ErasITC-Demi
 /ErasITC-Light
 /ErasITC-Medium
 /EstrangeloEdessa
 /FairStarsDigital-
 /FairStarsSymbol
 /FelixTitlingMT
 /FootlightMTLight
 /ForteMT
 /FranklinGothic-Book
 /FranklinGothic-BookItalic
 /FranklinGothic-Demi
 /FranklinGothic-DemiCond
 /FranklinGothic-DemiItalic
 /FranklinGothic-Heavy
 /FranklinGothic-HeavyItalic
 /FranklinGothic-Medium
 /FranklinGothic-MediumCond
 /FranklinGothic-MediumItalic
 /FreestyleScript-Regular
 /FrenchScriptMT
 /Frutiger-Black
 /Frutiger-BlackCn
 /Frutiger-BlackItalic
 /Frutiger-Bold
 /Frutiger-BoldCn
 /Frutiger-BoldItalic
 /Frutiger-Cn
 /Frutiger-ExtraBlackCn
 /Frutiger-Italic
 /Frutiger-Light
 /Frutiger-LightCn
 /Frutiger-LightItalic
 /Frutiger-Roman
 /Frutiger-UltraBlack
 /FuturaBlackBT-Regular
 /FuturaBT-Bold
 /FuturaBT-BoldCondensed
 /FuturaBT-BoldCondensedItalic/FuturaBT-BoldItalic
 /FuturaBT-Book
 /FuturaBT-BookItalic
 /FuturaBT-ExtraBlackCondensed
 /FuturaBT-ExtraBlackCondItalic
 /FuturaBT-ExtraBlackItalic
 /FuturaBT-Heavy
 /FuturaBT-HeavyItalic
 /FuturaBT-Light
 /FuturaBT-LightCondensed
 /FuturaBT-LightItalic
 /FuturaBT-Medium
 /FuturaBT-MediumItalic
 /Garamond
 /GaramondAntiqua
 /Garamond-Antiqua
 /Garamond-Bold
 /Garamond-BoldCondensed
 /Garamond-BoldCondensedItalic
 /Garamond-BookCondensed
 /Garamond-BookCondensedItalic
 /GaramondHalbfett
 /Garamond-Halbfett
 /Garamond-Italic
 /GaramondKursiv
 /Garamond-Kursiv
 /GaramondKursivHalbfett
 /Garamond-KursivHalbfett
 /Garamond-LightCondensed
 /Garamond-LightCondensedItalic
 /GaramondPremrPro
 /GaramondPremrPro-It
 /GaramondPremrPro-Smbd
 /GaramondPremrPro-SmbdIt
 /Gautami
 /GentiumBasic
 /GentiumBasic-Bold
 /GentiumBasic-BoldItalic
 /GentiumBasic-Italic
 /GentiumBookBasic
 /GentiumBookBasic-Bold
 /GentiumBookBasic-BoldItalic
 /GentiumBookBasic-Italic
 /Georgia
 /Georgia-Bold
 /Georgia-BoldItalic
 /Georgia-Italic
 /GiddyupStd
 /Gigi-Regular
 /GillSansMT
 /GillSansMT-Bold
 /GillSansMT-BoldItalic
 /GillSansMT-Condensed
 /GillSansMT-ExtraCondensedBold
 /GillSansMT-Italic
 /GillSans-UltraBold
 /GillSans-UltraBoldCondensed
 /GloucesterMT-ExtraCondensed
 /GoudyOldStyleT-Bold
 /GoudyOldStyleT-Italic
 /GoudyOldStyleT-Regular
 /GoudyStout
 /Haettenschweiler
 /HarlowSolid
 /Harrington
 /Helvetica
 /HelveticaBlack
 /HelveticaBlackOblique
 /Helvetica-Bold
 /Helvetica-BoldOblique
 /HelveticaLight
 /HelveticaLightOblique
 /Helvetica-Narrow
 /Helvetica-Narrow-Bold
 /Helvetica-Narrow-BoldOblique
 /Helvetica-Narrow-Oblique
 /Helvetica-Oblique
 /HighTowerText-Italic
 /HighTowerText-Reg
 /HoboStd
 /Humanist777BT-BlackB
 /Humanist777BT-BlackItalicB
 /Humanist777BT-BoldB
 /Humanist777BT-BoldItalicB
 /Humanist777BT-ItalicB
 /Humanist777BT-LightB
 /Humanist777BT-LightItalicB
 /Humanist777BT-RomanB
 /Humanist970BT-BoldC
 /Humanist970BT-RomanC
 /HumanistSlabserif712BT-Black
 /Impact
 /ImprintMT-Shadow
 /InformalRoman-Regular
 /Jokerman-Regular
 /JuiceITC-Regular
 /Kartika
 /KozGoPro-Bold
 /KozGoPro-ExtraLight
 /KozGoPro-Heavy
 /KozGoPro-Light
 /KozGoPro-Medium
 /KozGoPro-Regular
 /KozMinPro-Bold
 /KozMinPro-ExtraLight
 /KozMinPro-Heavy
 /KozMinPro-Light
 /KozMinPro-Medium
 /KozMinPro-Regular
 /KristenITC-Regular
 /KunstlerScript
 /Latha
 /LatinWide
 /LetterGothic
 /LetterGothicBold
 /LetterGothic-Bold
 /LetterGothic-BoldItalic
 /LetterGothic-BoldSlanted
 /LetterGothicItalic
 /LetterGothic-Italic
 /LetterGothic-Slanted
 /LetterGothicStd
 /LetterGothicStd-Bold
 /LetterGothicStd-BoldSlanted
 /LetterGothicStd-Slanted
 /LithosPro-Black
 /LithosPro-Regular
 /LucidaBright
 /LucidaBright-Demi
 /LucidaBright-DemiItalic
 /LucidaBright-Italic
 /LucidaCalligraphy-Italic
 /LucidaConsole
 /LucidaFax
 /LucidaFax-Demi
 /LucidaFax-DemiItalic
 /LucidaFax-Italic
 /LucidaHandwriting-Italic
 /LucidaSans
 /LucidaSans-Demi
 /LucidaSans-DemiItalic
 /LucidaSans-Italic
 /LucidaSans-Typewriter
 /LucidaSans-TypewriterBold
 /LucidaSans-TypewriterBoldOblique
 /LucidaSans-TypewriterOblique
 /LucidaSansUnicode
 /Magneto-Bold
 /MaiandraGD-Regular
 /Mangal-Regular
 /MapInfoCartographic
 /Marigold
 /MaturaMTScriptCapitals
 /MesquiteStd
 /MicrosoftSansSerif
 /MinionPro-Bold
 /MinionPro-BoldCn
 /MinionPro-BoldCnIt
 /MinionPro-BoldIt
 /MinionPro-It
 /MinionPro-Medium
 /MinionPro-MediumIt
 /MinionPro-Regular
 /MinionPro-Semibold
 /MinionPro-SemiboldIt
 /Mistral
 /Modern-Regular
 /MonotypeCorsiva
 /MonotypeSorts
 /MS-Mincho
 /MSOutlook
 /MSReferenceSansSerif
 /MSReferenceSpecialty
 /MT-Extra
 /MVBoli
 /Myriad-Bold
 /MyriadCAD
 /Myriad-CnBold
 /Myriad-CnBoldItalic
 /Myriad-CnItalic
 /Myriad-CnItWeb
 /Myriad-CnSemibold
 /Myriad-CnSemiboldItalic
 /Myriad-CnWeb
 /Myriad-Condensed
 /MyriadMM
 /MyriadMM-It
 /MyriadPro-Black
 /MyriadPro-BlackCond
 /MyriadPro-BlackCondIt
 /MyriadPro-BlackIt
 /MyriadPro-BlackSemiExt
 /MyriadPro-BlackSemiExtIt
 /MyriadPro-Bold
 /MyriadPro-BoldCond
 /MyriadPro-BoldCondIt
 /MyriadPro-BoldIt
 /MyriadPro-BoldSemiExt
 /MyriadPro-BoldSemiExtIt
 /MyriadPro-Cond
 /MyriadPro-CondIt
 /MyriadPro-It
 /MyriadPro-Light
 /MyriadPro-LightCond
 /MyriadPro-LightCondIt
 /MyriadPro-LightIt
 /MyriadPro-LightSemiCn
 /MyriadPro-LightSemiCnIt
 /MyriadPro-LightSemiExt
 /MyriadPro-LightSemiExtIt
 /MyriadPro-Regular
 /MyriadPro-Semibold
 /MyriadPro-SemiboldCond
 /MyriadPro-SemiboldCondIt
 /MyriadPro-SemiboldIt
 /MyriadPro-SemiboldSemiExt
 /MyriadPro-SemiboldSemiExtIt
 /MyriadPro-SemiExt
 /MyriadPro-SemiExtIt
 /Myriad-Roman
 /Myriad-Sketch
 /Myriad-Tilt
 /NewCenturySchlbk-Bold
 /NewCenturySchlbk-BoldItalic
 /NewCenturySchlbk-Italic
 /NewCenturySchlbk-Roman
 /NiagaraEngraved-Reg
 /NiagaraSolid-Reg
 /NuevaStd-Bold
 /NuevaStd-BoldCond
 /NuevaStd-BoldCondItalic
 /NuevaStd-BoldItalic
 /NuevaStd-Cond
 /NuevaStd-CondItalic
 /NuevaStd-Italic
 /NuevaStd-Light
 /NuevaStd-LightItalic
 /NuevaStd-Regular
 /OCRAbyBT-Regular
 /OCRAExtended
 /OCRAStd
 /OCRB10PitchBT-Regular
 /OldEnglishTextMT
 /Onyx
 /OpenSymbol
 /Optima
 /Optima-Bold
 /Optima-BoldItalic
 /Optima-Italic
 /OratorStd
 /OratorStd-Slanted
 /PalaceScriptMT
 /Palatino-Bold
 /Palatino-BoldItalic
 /Palatino-Italic
 /PalatinoLinotype-Bold
 /PalatinoLinotype-BoldItalic
 /PalatinoLinotype-Italic
 /PalatinoLinotype-Roman
 /Palatino-Roman
 /Papyrus-Regular
 /Parchment-Regular
 /Perpetua
 /Perpetua-Bold
 /Perpetua-BoldItalic
 /Perpetua-Italic
 /PerpetuaTitlingMT-Bold
 /PerpetuaTitlingMT-Light
 /Playbill
 /PoorRichard-Regular
 /PoplarStd
 /PrestigeEliteStd-Bd
 /Pristina-Regular
 /Raavi
 /RageItalic
 /Ravie
 /Rockwell
 /Rockwell-Bold
 /Rockwell-BoldItalic
 /Rockwell-Condensed
 /Rockwell-CondensedBold
 /Rockwell-ExtraBold
 /Rockwell-Italic
 /RosewoodStd-Regular
 /ScriptMTBold
 /SegoeUI
 /SegoeUI-Bold
 /SegoeUI-BoldItalic
 /SegoeUI-Italic
 /ShowcardGothic-Reg
 /Shruti
 /SimSun
 /SlimSansSerif
 /SlimSansSerif-Bold
 /SnapITC-Regular
 /SPSSMarkerSet
 /Stencil
 /StencilStd
 /Sylfaen
 /Symbol
 /SymbolMT
 /Tahoma
 /Tahoma-Bold
 /TektonPro-Bold
 /TektonPro-BoldCond
 /TektonPro-BoldExt
 /TektonPro-BoldObl
 /TempusSansITC
 /Times-Bold
 /Times-BoldItalic
 /Times-Italic
 /TimesNewRoman
 /TimesNewRomanBold
 /TimesNewRomanBoldItalic
 /TimesNewRomanItalic
 /TimesNewRomanPS-BoldItalicMT
 /TimesNewRomanPS-BoldMT
 /TimesNewRomanPS-ItalicMT
 /TimesNewRomanPSMT
 /Times-Roman
 /TrajanPro-Bold
 /TrajanPro-Regular
 /Trebuchet-BoldItalic
 /TrebuchetMS
 /TrebuchetMS-Bold
 /TrebuchetMS-Italic
 /Tunga-Regular
 /TwCenMT-Bold
 /TwCenMT-BoldItalic
 /TwCenMT-Condensed
 /TwCenMT-CondensedBold
 /TwCenMT-CondensedExtraBold
 /TwCenMT-Italic
 /TwCenMT-Regular
 /Univers
 /UniversBold
 /Univers-Bold
 /UniversBoldItalic
 /Univers-BoldItalic
 /Univers-BoldOblique
 /Univers-Condensed
 /UniversCondensedBold
 /Univers-CondensedBold
 /Univers-Condensed-Bold
 /UniversCondensedBoldItalic
 /Univers-Condensed-BoldItalic
 /Univers-CondensedBoldOblique
 /UniversCondensedMedium
 /Univers-Condensed-Medium
 /UniversCondensedMediumItalic
 /Univers-Condensed-MediumItalic/Univers-CondensedOblique
 /UniversMedium
 /Univers-Medium
 /UniversMediumItalic
 /Univers-MediumItalic
 /Univers-Oblique
 /VendomeICG
 /Verdana
 /Verdana-Bold
 /Verdana-BoldItalic
 /Verdana-Italic
 /VinerHandITC
 /Vivaldii
 /VladimirScript
 /Vrinda
 /Webdings
 /Wingdings2
 /Wingdings3
 /Wingdings-Regular
 /WP-ArabicScriptSihafa
 /WP-ArabicSihafa
 /WP-BoxDrawing
 /WP-CyrillicA
 /WP-CyrillicB
 /WP-GreekCentury
 /WP-GreekCourier
 /WP-GreekHelve
 /WP-HebrewDavid
 /WP-IconicSymbolsA
 /WP-IconicSymbolsB
 /WP-Japanese
 /WP-MathA
 /WP-MathB
 /WP-MathExtendedA
 /WP-MathExtendedB
 /WP-MultinationalAHelve
 /WP-MultinationalARoman
 /WP-MultinationalBCourier
 /WP-MultinationalBHelve
 /WP-MultinationalBRoman
 /WP-MultinationalCourier
 /WP-Phonetic
 /WPTypographicSymbols
 /ZapfChancery-MediumItalic
 /ZapfDingbats
 /ZWAdobeF
 ]
 /NeverEmbed [ true
 ]
 /AntiAliasColorImages false
 /DownsampleColorImages true
 /ColorImageDownsampleType /Bicubic
 /ColorImageResolution 300
 /ColorImageDepth -1
 /ColorImageDownsampleThreshold 1.00000
 /EncodeColorImages true
 /ColorImageFilter /DCTEncode
 /AutoFilterColorImages false
 /ColorImageAutoFilterStrategy /JPEG
 /ColorACSImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /ColorImageDict <<
 /QFactor 0.40
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /JPEG2000ColorACSImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /JPEG2000ColorImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /AntiAliasGrayImages false
 /DownsampleGrayImages true
 /GrayImageDownsampleType /Bicubic
 /GrayImageResolution 300
 /GrayImageDepth -1
 /GrayImageDownsampleThreshold 1.00000
 /EncodeGrayImages true
 /GrayImageFilter /DCTEncode
 /AutoFilterGrayImages false
 /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG
 /GrayACSImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /GrayImageDict <<
 /QFactor 0.40
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /JPEG2000GrayACSImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /JPEG2000GrayImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /AntiAliasMonoImages false
 /DownsampleMonoImages true
 /MonoImageDownsampleType /Bicubic
 /MonoImageResolution 1200
 /MonoImageDepth -1
 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000
 /EncodeMonoImages true
 /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode
 /MonoImageDict <<
 /K -1
 >>
 /AllowPSXObjects false
 /PDFX1aCheck true
 /PDFX3Check false
 /PDFXCompliantPDFOnly false
 /PDFXNoTrimBoxError true
 /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 ]
 /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true
 /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 ]
 /PDFXOutputIntentProfile (Qualquer texto)
 /PDFXOutputCondition ()
 /PDFXRegistryName ()
 /PDFXTrapped /False
 /Description <<
 /DEU <FEFF00560065007200770065006e00640065006e0020005300690065002000640069006500730065002000450069006e007300740065006c006c0075006e00670065006e002c00200075006d002000650069006e0065006e00200042006500720069006300680074002000fc00620065007200200064006900650020005000440046002f0058002d00310061002d004b006f006d007000610074006900620069006c0069007400e4007400200065007200680061006c00740065006e00200075006e00640020005000440046002d0044006f006b0075006d0065006e007400650020006e00750072002000640061006e006e0020007a0075002000650072007300740065006c006c0065006e002c002000770065006e006e0020007300690065002000fc0062006500720020006400690065007300650020004b006f006d007000610074006900620069006c0069007400e400740020007600650072006600fc00670065006e002e0020005000440046002f00580020006900730074002000650069006e0065002000490053004f002d004e006f0072006d0020007a0075006d002000410075007300740061007500730063006800200076006f006e0020006400690067006900740061006c0065006e00200044007200750063006b0076006f0072006c006100670065006e002e0020005700650069007400650072006500200049006e0066006f0072006d006100740069006f006e0065006e0020007a0075006d002000450072007300740065006c006c0065006e00200076006f006e0020005000440046002f0058002d00310061002d006b006f006d00700061007400690062006c0065006e0020005000440046002d0044006f006b0075006d0065006e00740065006e002000660069006e00640065006e002000530069006500200069006d0020004100630072006f006200610074002d00480061006e00640062007500630068002e00200044006900650020005000440046002d0044006f006b0075006d0065006e007400650020006b00f6006e006e0065006e0020006d006900740020004100630072006f0062006100740020006f0064006500720020006d00690074002000640065006d002000520065006100640065007200200034002e003000200075006e00640020006800f600680065007200200067006500f600660066006e00650074002000770065007200640065006e002e>
 /FRA <FEFF004f007000740069006f006e00730020007000650072006d0065007400740061006e007400200064002700e900760061006c0075006500720020006c006100200063006f006e0066006f0072006d0069007400e9002000e00020006c00610020006e006f0072006d00650020005000440046002f0058002d0031006100200065007400200064006500200063006f006e0064006900740069006f006e006e006500720020006c0061002000700072006f00640075006300740069006f006e00200064006500200064006f00630075006d0065006e007400730020005000440046002000e000200063006500740074006500200063006f006e0066006f0072006d0069007400e9002e0020005000440046002f0058002000650073007400200075006e00650020006e006f0072006d0065002000490053004f00200064002700e9006300680061006e0067006500200064006500200063006f006e00740065006e00750020006700720061007000680069007100750065002e00200050006f0075007200200065006e0020007300610076006f0069007200200070006c0075007300200073007500720020006c006100200063007200e9006100740069006f006e00200064006500200064006f00630075006d0065006e00740073002000500044004600200063006f006e0066006f0072006d00650073002000e00020005000440046002f0058002d00310061002c00200063006f006e00730075006c00740065007a0020006c00650020004700750069006400650020006400650020006c0027007500740069006c0069007300610074006500750072002000640027004100630072006f006200610074002e00200049006c002000650073007400200070006f0073007300690062006c0065002000640027006f00750076007200690072002000630065007300200064006f00630075006d0065006e007400730020005000440046002000640061006e00730020004100630072006f0062006100740020006500740020005200650061006400650072002c002000760065007200730069006f006e00200034002e00300020006f007500200075006c007400e9007200690065007500720065002e>
 /JPN <FEFF005000440046002f0058002d0031006100206e9662e0306e30ec30dd30fc30c87528304a30883073658766f84f5c62107528306b4f7f75283057307e30593002005000440046002f00580020306f30b030e930d530a330c330af002030b330f330c630f330c4590963db306b304a3051308b002000490053004f00206a196e96306730593002005000440046002f0058002d0031006100206e9662e0306e658766f84f5c6210306b306430443066306f0020004100630072006f006200610074002030e630fc30b630ac30a430c9309253c2716730573066304f30603055304430024f5c62103057305f00200050004400460020306f0020004100630072006f0062006100740020304a30883073002000520065006100640065007200200034002e003000204ee5964d30678868793a3067304d307e30593002>
 /DAN <FEFF004200720075006700200064006900730073006500200069006e0064007300740069006c006c0069006e006700650072002000740069006c00200061007400200072006100700070006f007200740065007200650020006f006d0020006f0076006500720068006f006c00640065006c007300650020006100660020005000440046002f0058002d003100610020006f00670020006b0075006e002000700072006f0064007500630065007200650020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e007400650072002c002000680076006900730020006400650020006f0076006500720068006f006c0064006500720020007300740061006e00640061007200640065006e002e0020005000440046002f005800200065007200200065006e002000490053004f002d007300740061006e0064006100720064002000740069006c00200075006400760065006b0073006c0069006e0067002000610066002000670072006100660069006b0069006e00640068006f006c0064002e00200059006400650072006c006900670065007200650020006f0070006c00790073006e0069006e0067006500720020006f006d0020006f007000720065007400740065006c007300650020006100660020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e007400650072002c00200064006500720020006f0076006500720068006f006c0064006500720020005000440046002f0058002d00310061002c002000660069006e00640065007200200064007500200069002000620072007500670065007200760065006a006c00650064006e0069006e00670065006e002000740069006c0020004100630072006f006200610074002e0020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e007400650072006e00650020006b0061006e002000e50062006e006500730020006d006500640020004100630072006f0062006100740020006f0067002000520065006100640065007200200034002e00300020006f00670020006e0079006500720065002e>

Mais conteúdos dessa disciplina