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AVISO: Este roteiro não deve ser utilizado como única fonte de material para estudos, utilize os livros recomendados na disciplina. PARTE 01 – RNA mensageiro, RNA transportador e RNA ribossômico mRNA: O RNA mensageiro possui este nome pois transmite a mensagem contida na sequência de DNA que forma o gene que foi expresso durante a transcrição, para o citoplasma, local onde esta informação guiará a produção de uma proteína. Assim, a sequência de bases (a cada três bases temos um Códon) no mRNA será responsável pela sequência de aminoácidos na proteína a ser produzida. A tradução da informação da sequência de bases do mRNA para a sequência de aminoácidos na proteína é realizado utilizando-se o Código Genético (falaremos deste mais a frente). tRNA: Este RNA possui uma estrutura tridimensional única formada por pareamentos entre bases da mesma fita produzindo regiões que lembram grampos de cabelo. Em um desses grampos, podemos observar a Alça contendo o Anticódon. Esta sequência é muito importante visto que ela será complementar a um dos Códons apresentado pelo mRNA e isto corresponderá a um determinado Aminoácido que este tRNA carregará em uma de suas extremidades. Estes aminoácidos serão utilizados na tradução para produzir uma Cadeia Polipeptídica (Cadeia formada por múltiplos aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas). rRNA: Os RNAs Ribossômicos são moléculas (RNAs) estruturais que conjuntamente com proteínas ribossômicas formam as diferentes subunidades dos Ribossomos (80S = menor 40S + maior 60S (onde S representa o fator de sedimentação)). Em mamíferos, a subunidade menor do ribossomo possui o rRNA 18S, enquanto a subunidade maior conta com os rRNAs 5S, 5,8S e 28S. Em humanos, os genes responsáveis por estes rRNAs são os genes mais expressos em nosso genoma. Por sua vez, os Ribossomos são as máquinas responsáveis por unir todos os componentes (mRNA, tRNA e rRNA) necessários para que a célula produza suas proteínas. O Ribossomo completo (com suas duas subunidades montadas) possui 3 sítios internos: Sítio E (ou exit) de saída de tRNA vazios (sem aminoácidos), Sítio P (Peptidil) onde a cadeia polipeptídica é montada e Sítio A (Aminoacil) onde os novos tRNAs carregados com Aminoácidos entram. PARTE 02 – PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS As Proteínas são constituídas por uma sequência de aminoácidos ditada pela informação contida nos éxons dos genes que foi transferida para um mRNA, codificada segundo o Código Genético, e utilizada pelos Ribossomos para produzi-la. Os Aminoácidos são moléculas que possuem um Carbono ligado a: um grupo constante Amino (NH2) mais uma Carboxila (COOH) e um grupo variável chamado de Cadeia Lateral (R). Cada um dos aminoácidos possui uma cadeia lateral diferente, o que os confere propriedades químicas diferentes, como por exemplo ser Básico ou Ácido, ser Hidrofílico ou Hidrofóbico. Nossas proteínas contêm 20 aminoácidos diferentes (conforme pode ser visualizado na figura). Dois aminoácidos podem ser ligados entre si quando o grupo amino de um interage com o grupo carboxila do outro formando uma Ligação Peptídica. Desta forma, uma proteína que possua diversos aminoácidos e consequentemente, diversas ligações peptídicas, é chamada de Polipeptídeo. PARTE 03 – CÓDIGO GENÉTICO Diferentemente do que é noticiado normalmente, Código Genético não é sinônimo de Genoma. O Código Genético descreve a forma como a informação dos Códons (presente nos mRNAs) dita cada um dos Aminoácidos da Proteína, ou seja, como um código de três letras no RNA corresponde a qual dos 20 aminoácidos possíveis (visualizar a figura). Para iniciarmos é importante sabermos que existem pelo menos 4 códons especiais, 1 que marca o Início da Tradução (AUG) e que corresponde a uma Metionina, e 3 de Término de Tradução (UAA, UAG e UGA) os quais não correspondem a nenhum dos aminoácidos e sinalizam o fim da mesma. Para entendermos o funcionamento do código genético, visualize a tabela na figura. Os códons contêm 3 bases (ou seja, são formados por trincas de bases no mRNA) como por exemplo no códon AUG. Podemos identificar em nossa tabela de Código Genético a primeira base (a Adenina) nas linhas na lateral esquerda da tabela onde uma dessas linhas que corresponde às Adeninas, posteriormente identificamos a segunda base (no caso a Uracila) na parte superior da tabela onde temos a coluna que corresponde às Uracilas. Unindo a linha da Adenina com a Coluna da Uracila temos um quadro contendo todas as possibilidades de códons com AU (por exemplo: AUU, AUC, AUA e AUG). Assim, olhando para a lateral direita da tabela teremos todas essas possibilidades, e basta acharmos a 3 base, ou seja, a Guanina, e voltarmos ao quadro de códons com AU e encontrarmos a opção AUG. Tendo feito isto, basta verificar a qual aminoácido que corresponde. Podemos verificar que AUG corresponde a uma Metionina. Para os demais códons, basta repetir estes passos. Verifique também que temos situações onde diferentes códons correspondem a um mesmo aminoácido. As exceções a isto são a Metionina (AUG) e ao Triptofano (UGG). Uma informação muito importante sobre a tradução é que o primeiro códon do mRNA não é suas três primeiras bases, os códons começam assim que o primeiro códon de início é encontrado a partir da extremidade 5’ do mRNA. PARTE 04 – TRADUÇÃO (mRNA ---> Proteína) A tradução é didaticamente dividida em 3 estágios diferentes: 1) Iniciação; 2) Alongamento; e 3) Término. 1) Início da Tradução: A tradução é iniciada após a chegada do mRNA ao citoplasma e com isso a ligação da subunidade menor do Ribossomo contendo o primeiro tRNA (carregado com uma Metionina = tRNA-Met) ao mRNA pelo Cap- 5’ para formar o Complexo de Iniciação. Proteínas conhecidas como Fatores de Iniciação (FI) auxiliam na formação deste. Este complexo varre a informação do mRNA em busca do primeiro Códon AUG (códon de início), e quando o encontram, o tRNA inicial (que transporta um aminoácido Metionina) liga seu Anticódon a este Códon AUG. Com isto, a subunidade maior do Ribossomo é recrutada a juntar-se com a menor e formar o Ribossomo Completo. Este primeiro tRNA- Met é o único a entrar diretamente no sítio P do ribossomo, os demais entrarão pelo Sítio A. 2) Alongamento da Tradução: O próximo passo é a entrada de um novo tRNA (carregado com um novo aminoácido) no Sítio A. Mas qual tRNA entrará neste sítio? Aquele que possuir um Anticódon complementar ao Códon alocado neste sítio A e estiver carregando seu aminoácido correspondente. Esta entrada do tRNA no Sítio A é auxiliada por Fatores de Alongamento (EF-Tu). O Aminoácido Metionina presente no tRNA no sítio P é então transferido (pelas Peptidil-Transferases) para o tRNA que contém o segundo aminoácido e está presente no sítio A. Uma Ligação Peptídica é estabelecida entre os dois aminoácidos (é o começo da cadeia polipeptídica). O próximo passo é deslocar o Ribossomo 3 bases no mRNA para a direita (em direção a sua extremidade 3’), onde este deslocamento gasta energia e consome um GTP (transformando o em GDP). Assim, quando o ribossomo se desloca, o tRNA vazio (cujo aminoácido foi transferido para o outro tRNA) é realocado no Sítio E (de saída), aquele tRNA contendo os dois aminoácidos (ou dipeptídeo) está agora no Sítio P (Peptidil) e deixa novamente o Sítio A vazio para que um novo tRNA carregado com um novo aminoácido entre. Este processo se repete diversas vezes. 3) Término da Tradução: A tradução é encerrada quando um Códon de Término de tradução é exposto no Sítio A. Não existem tRNAs com Anticódons complementares aos códons de término (UAA, UAG ou UGA). Contudo, esta situação do códon de término no sítio A recruta uma proteína conhecida como Fator de Liberação (eRF ou RF1). Isto desestabiliza o Ribossomo (altera a atividade da Peptidil-Transferase, insere uma moléculade água ao final da cadeia polipeptídica e a libera do Ribossomo) e o desmonta, liberando assim a Cadeia Polipeptídica, o mRNA e as subunidades do Ribossomo. Agora a proteína está pronta para ser dobrada por Chaperonas em sua Estrutura Terciária funcional.