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Prévia do material em texto

Instrumento
Básico
Piano
Daniel Lemos Cerqueira
Instrumento
Básico
PianoPiano
Instrument
Básico
PianoPiano
Básico
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO - UEMAnet
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
INSTRUMENTO BÁSICO PIANO
Daniel Lemos Cerqueira
Cerqueira, Daniel Lemos
Instrumento básico: piano [e-Book]. / Daniel Lemos 
Cerqueira. – São Luís: UEMA; UEMAnet, 2019.
56 p.
ISBN:
1. Música Contemporânea. 2. Escalas Pentatônicas. 
3. Pentacorde. 4. Melodias. 5. Acompanhamento. I. 
Título.
CDU: 780.616.432 
Os materiais produzidos para os cursos ofertados pelo UEMAnet/UEMA para o Sistema Universidade Aberta do Brasil - 
UAB são licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhada, podendo 
a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja 
atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Reitor 
Gustavo Pereira da Costa
Vice-Reitor
Walter Canales Sant´ana
Pró-Reitora de Graduação
Zafira da Silva de Almeida
Núcleo de Tecnologias para Educação
Ilka Márcia Ribeiro S. Serra - Coordenadora Geral
Sistema Universidade Aberta do Brasil
Ilka Márcia R. S. Serra - Coord. Geral
Lourdes Maria P. Mota - Coord. Adjunta | Coord. de Curso
Coordenação do Designer Educacional
Cristiane Peixoto - Coord. Administrativa
Maria das Graças Neri Ferreira - Coord. Pedagógica
Professor Conteudista
Daniel Lemos Cerqueira
Revisão de Linguagem
Jonas Magno Lopes Amorim
Designer de Linguagem
Clécia Assunção Silva
Designer Pedagógico
Paulo Henrique Oliveira Cunha
Projeto Gráfico e Diagramação
Tonho Lemos Martins
Capa
Rômulo Coêlho
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
4Instrumento Básico Piano
Um dos problemas mais evidentes dos “métodos” – termo que, por 
convenção, se refere a um tipo de material didático voltado ao ensino de 
instrumentos musicais e do canto – é a falta de diálogo com a literatura 
relacionada. A maior parte desses livros se baseia na concepção individual 
que o autor possui sobre o ensino e aprendizagem das Práticas de Criação 
e Interpretação em Música, sem recorrer a seus pares. Em termos de 
pesquisa artística e acadêmica, trata-se de uma falha gravíssima.
Neste e-Book, pretendemos apresentar diversas atividades voltadas ao 
ensino e aprendizagem dos instrumentos de teclado, fazendo a devida 
relação com a literatura relacionada. Dessa forma, esse material se 
qualifica como proveniente de uma pesquisa artística, que faz uso dos 
meios tradicionais da investigação científica e acadêmica para fins de 
desenvolvimento dos diversos tipos de conhecimento (lógico, intuitivo, 
sensorial) próprios das Artes. Além disso, as referências indicadas no 
material contribuem para estimular o estudante ao espírito da pesquisa 
acadêmica tradicional, buscando aquelas que interessarem mais para 
aprofundamento nos estudos. Dessa maneira, o e-Book não fica limitado 
a si mesmo – ao contrário da maioria dos “métodos” para estudo dos 
instrumentos de teclado.
Esperamos, assim, que esse tipo de iniciativa possa inspirar a elaboração 
de material didático para o ensino e aprendizagem das Práticas de 
Interpretação e Criação em Música, fortalecendo essa lacuna metodológica 
presente na literatura relacionada ao tema. No contexto atual, os 
Mestrados Profissionais podem contribuir sensivelmente, fazendo uso de 
procedimentos metodológicos típicos da pesquisa científica tradicional 
em prol do desenvolvimento da Educação e Cultura nas Artes.
Daniel Lemos
Pianista
APRESENTAÇÃO
5Instrumento Básico Piano
SUMÁRIO
UNIDADE I – Iniciação com Música Contemporânea............ 8
1.1 Atividades de interpretação................................................. 9
1.2 Atividades de criação........................................................... 11
1.3 Atividades de apreciação..................................................... 13
 Referências......................................................................... 14
UNIDADE II – Escalas Pentatônicas....................................... 15
2.1 Atividades de interpretação................................................. 17
2.2 Atividades de criação.......................................................... 18
2.3 Atividades de apreciação.................................................... 20
 Referências......................................................................... 21
UNIDADE III – Pentacorde........................................................ 22
3.1 Atividades de interpretação................................................. 23
3.2 Atividades de criação.......................................................... 30
3.3 Atividades de apreciação.................................................... 32
 Referências......................................................................... 33
UNIDADE IV – Melodias e Acompanhamento........................ 34
 
4.1 Melodias: atividades de interpretação................................. 35
4.2 Melodias: atividades de criação.......................................... 43
4.3 Acompanhamentos: atividades de interpretação................ 47
 Referências......................................................................... 56
6Instrumento Básico Piano
Organize seus estudos!
A primeira atividade que iremos fazer é definir um cronograma semanal de 
estudos para o tempo em que a disciplina estiver disponível no Ambiente Virtual 
de Aprendizagem (AVA) da UEMAnet. Preencha a tabela abaixo, procurando 
ser o mais fiel possível aos momentos que você mesmo definiu para praticar o 
instrumento:
PRIMEIRO MÊS
1.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.
Manhã
Tarde
Noite
2.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.
Manhã
Tarde
Noite
3.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.
Manhã
Tarde
Noite
4.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.
Manhã
Tarde
Noite
5.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.
Manhã
Tarde
Noite
SEGUNDO MÊS
6.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.Manhã
Tarde
Noite
7.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.
Manhã
Tarde
Noite
7Instrumento Básico Piano
8.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.
Manhã
Tarde
Noite
9.
ª 
S
em
an
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.Manhã
Tarde
Noite
1
0
.ª
 S
e
m
a
n
a Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.
Manhã
Tarde
Noite
Lembre-se de que músicos não tem folga no fim de semana 
ou em feriados; eles precisam estar sempre atentos para as 
oportunidades que aparecerem.
8Instrumento Básico Piano
1
UNIDADE
N
a música contemporânea, o elemento musical básico de uma composição 
não é um motivo, um tema ou uma melodia com acompanhamento: é uma 
figura sonora – também chamada de objeto sonoro. Aqui, entendemos a 
música como sons, ao invés de notas musicais.
O compositor inglês John Paynter (1931-2010) foi um dos pioneiros a defender 
o ensino através da música contemporânea. A experimentação sonora é um 
recurso que gera motivação e contextos lúdicos de aprendizagem, sendo 
interessante sua adoção na educação infantil e pré-juvenil. Para saber mais 
sobre a proposta de Paynter, recomendamos a leitura de Mateiro (2012).
Como forma de escrita do texto musical nesse contexto, é interessante fazer uso 
da audiopartitura – também chamada de notação alternativa. Seu objetivo é 
=
OBJETIVOS
Realizar atividades práticas a partir da música contemporânea;
Conhecer estratégias pedagógicas baseadas nesse tipo de produção 
musical.
INICIAÇÃO COM MÚSICA 
CONTEMPORÂNEA
Do que precisamos aqui? Eis as seguintes opções que o aluno 
poderá escolher.
• Um teclado eletrônico sensitivo, com pelo menos cinco oitavas; 
• Um piano digital;
• Um piano acústico.
9Instrumento Básico Piano
representar ossons de maneira mais livre, onde nós criamos as convenções que 
melhor representam os sons – ao invés de fazer uso dos símbolos convencionais 
da partitura tradicional. No entanto, podemos ir inserindo nas atividades elementos 
da escrita convencional, no intuito de preparar os estudantes para os elementos 
tradicionais da notação musical.
A série Educação Musical através do Teclado (1986) de Maria de Lourdes 
Junqueira Gonçalves (1924-2015) e Cacilda Borges Barbosa (1914-2010) 
introduziu essas ideias no ensino desses instrumentos, sendo um marco na 
Pedagogia do Piano brasileira. Faremos agora algumas atividades baseadas na 
música contemporânea, no intuito de oferecer ideias para você conduzir aulas 
com instrumentos de teclado para crianças. Começaremos trabalhando com 
clusters, também explorados por Elvira Drummond em Caderno Preparatório: 
Iniciação ao Piano (1988).
1.1 Atividades de interpretação
 ATIVIDADE 1 
Interprete a audiopartitura a seguir, tocando os clusters indicados:
Um cluster é um agregado de sons com diferentes alturas. 
Nos instrumentos de teclado, uma maneira de fazer clusters é 
tocar várias teclas ao mesmo tempo com as mãos, utilizando 
movimentos de antebraço.
10Instrumento Básico Piano
Você certamente percebeu as hastes junto aos retângulos que representam os 
clusters. No livro de Gonçalves e Barbosa (1986), a haste para baixo indica 
um cluster atacado com a mão esquerda, e na direção oposta, o ataque é feito 
com a mão direita. Caso você não tenha interpretado o trecho dessa maneira, 
toque-o novamente, ficando atento ao cruzamento de mãos que acontece a 
partir do 3.º cluster.
 ATIVIDADE 2
O trecho musical abaixo é mais complexo. Interprete-o ao instrumento:
Apesar de não estarmos trabalhando com durações matematicamente medidas, 
tanto a cor dos retângulos quanto o posicionamento das figuras sugerem uma 
proporção entre as durações. Essa é uma forma de direcionar a leitura de 
durações livres para a de durações absolutas.
 ATIVIDADE 3
Vamos agora trabalhar com intensidade – dinâmicas. Toque o trecho a seguir:
11Instrumento Básico Piano
Depois que começamos a trabalhar com intensidade, as atividades posteriores 
sempre trarão essas indicações. Essa é uma importante característica do ensino 
da música: os conceitos são cumulativos, ou seja: à medida que trabalhamos 
e incorporamos um aspecto da teoria e/ou expressão musical, acrescentamos 
outros sem deixar de trabalhar aqueles inseridos anteriormente.
No trecho que possui um crescendo, a distância entre as figuras vai diminuindo 
progressivamente, o que sugere um accelerando. Essa é uma maneira de 
trabalhar a agógica, cujas variações interpretativas acontecem de maneira não 
medida.
1.2 Atividades de criação
 ATIVIDADE 4
Fazendo experimentações em seu instrumento, crie uma composição baseada 
em clusters, fazendo uso também de dinâmicas e de mudanças na agógica. Em 
seguida, escreva/registre sua criação nos espaços da audiopartitura abaixo:
Uma estratégia muito interessante para trabalhar figuras sonoras com crianças 
é associá-las a outras linguagens artísticas, como na sonoplastia. Um exemplo 
comum é feito em contação de histórias, nas quais os sons são criados de acordo 
com o percurso do conto.
12Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 5
A seguir, apresentamos uma breve narrativa ilustrada para que você possa 
criar uma sonoplastia que represente seu entendimento da mesma. Anote sua 
composição no espaço correspondente à audiopartitura em seguida:
Ao observar esta breve história, você certamente notou ser possível interpretar 
três momentos distintos no trajeto do barco da esquerda para a direita: um com 
céu nublado e águas calmas; mar agitado com chuva; e mar calmo que se finda 
com o Sol. É bastante provável que você tenha ilustrado esses três momentos 
com uma composição na forma A-B-A, onde a letra “A” ao final indica um caráter 
mais próximo com a primeira seção. No entanto, pode ser que as repetições 
não sejam idênticas: nesse caso, podemos indicar a forma como sendo A-B-A’, 
onde o apóstrofo indica uma variação nos elementos – mas que, mesmo assim, 
mantêm características em comum. Logo, temos aqui um exemplo de como 
trabalhar formas musicais na sonoplastia.
13Instrumento Básico Piano
1.3 Atividades de apreciação
Depois que os estudantes vivenciaram os elementos contemplados nas 
atividades de interpretação (ou “leitura”) e criação (composição), é interessante 
trabalhar a audição para desenvolver a escuta analítica – tradicionalmente, 
podemos chamá-la de ditado. Sendo assim, propomos duas atividades em que 
você precisa ouvir o áudio em anexo para realizá-la. Vamos a elas:
 ATIVIDADE 6
Escreva uma possível audiopartitura para o trecho musical apreciado na Faixa 
de áudio n.º 1:
 ATIVIDADE 7
No espaço abaixo, faça um desenho ou mini-história em quadrinhos que 
represente sua interpretação do trecho musical ouvido na Faixa de áudio n.º 2:
14Instrumento Básico Piano
Resumo
Nesta Unidade, foram apresentadas atividades de iniciação em instrumentos 
de teclado com base na música contemporânea, adequadas especialmente 
para adoção junto a crianças com faixa etária de 2 a 8 anos aproximadamente. 
Os estudos envolveram interpretação (performance), criação (composição) e 
apreciação (percepção musical).
 Referências
DRUMMOND, E. Caderno Preparatório: iniciação ao piano. Rio de Janeiro: 
Bruno Quaino Material Musical, 1988.
GONÇALVES, M. L. J.; BARBOSA, C. B. Educação Musical através do Teclado 
– 5 volumes. 2. ed. São Paulo: Cultura Musical, 1986.
MATEIRO, T. John Paynter: a música criativa nas escolas. In: MATEIRO, T.; 
ILARI, B. (org.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: InterSaberes, 
2012. p.243-274.
15Instrumento Básico Piano
2
UNIDADE
=
OBJETIVOS
Realizar estudos nos instrumentos de teclado baseados nas teclas superiores;
Conhecer repertório e estratégias pedagógicas que fazem uso de escalas 
pentatônicas.
UNIDADE
ESCALAS PENTATÔNICAS
A 
topografia do teclado possui uma característica que pode ser utilizada 
como um interessante recurso didático: as teclas superiores ou “pretas” 
– que são brancas no cravo e nos instrumentos de teclado mais antigos. 
No âmbito de uma oitava, elas podem formar dois tipos particulares de escalas 
pentatônicas, sendo elas (Figura 1):
Figura 1 - Ilustração das escalas pentatônicas no teclado 
Fonte: Acervo do Autor
As cifras entre parêntesis trazem a proposta de cifragem de Kostka e Payne 
(2012), onde os intervalos menores são indicados em cifras minúsculas. Uma 
peça conhecida por explorar as teclas pretas é Dr. Fritz & the Black Keys, do 
compositor e professor de piano Fritz Emonts (1920-2003).
16Instrumento Básico Piano
“Palitos chineses” – chopsticks em inglês; palitos chinos em espanhol – é uma 
referência à técnica comumente utilizada para tocar melodias nessas teclas, 
utilizando apenas o indicador (dedo 2). O livro didático Palitos Chinos, da pianista 
e pedagoga argentina Violeta Hemsy de Gainza (1987), é baseado em peças 
em escalas pentatônicas para serem tocadas dessa maneira. Outro método que 
utiliza esse recurso é Piano Practice Games Book 1, da série Hal Leonard Student 
Piano Library (KREADER et al, 1996). Além de muitas melodias tradicionais 
norte-americanas utilizarem escalas pentatônicas, os autores adotam um tipo 
de leitura mais acessível para iniciantes, ao invés de escrevê-las por meio da 
notação tradicional – o que implica no uso das armaduras de Sol ♭ maior/ Fá ♯ 
maior ou suas relativas menores. Além disso, é feita referência ao conceito de 
dedilhado lógico, ao invés de atacar todas as teclas com o indicador – o que 
traz maior semelhança com a técnica pianística tradicional, evitando assim o 
deslocamento de mão para cada ataque de tecla. Segue adiante uma ilustração 
desse tipo de notação, utilizando um teclado vertical – também chamado de 
piano roll nas interfaces de programas para edição de áudio (Figura 2):
Figura 2 - Exemplo de notação tipo piano rollFonte: Acervo do Autor
Um exemplo bem simples de Dr. Friz & the Black Keys está 
disponível em: https://youtu.be/eapKKp7Kfpk.
17Instrumento Básico Piano
Adotaremos esse tipo de escrita em algumas das atividades propostas adiante.
2.1 Atividades de interpretação
 ATIVIDADE 8
A melodia em seguida é baseada em uma cantiga de moqueado da tribo tupi 
Tenetehara, que habita o território sul do Maranhão. Sabendo que essa peça se 
inicia na nota Lá ♭, interprete-a:
Qual o dedilhado que você utilizou para tocar essa melodia? Você pode anotá-
lo? Experimente outros até encontrar um que lhe pareça mais adequado.
 ATIVIDADE 9
A melodia adiante, na pentatônica menor, é baseada em Two Feathers, trilha 
sonora do jogo Outlaws e baseada em canções indígenas norte-americanas. 
Apesar de não haver acidentes (bemóis e sustenidos) indicados, você pode tocar 
essa melodia nas teclas pretas, começando pelo Mi ♭. Sendo assim, interprete-a 
no seu instrumento, observando a mão utilizada com base na direção das hastes:
18Instrumento Básico Piano
Em relação à atividade anterior, a presença do pentagrama aqui dificultou ou 
facilitou a leitura da melodia? Que tipo de escrita você utilizaria com possíveis 
iniciantes?
 ATIVIDADE 10
As ligaduras de fraseado, colocadas na atividade anterior, contribuem tanto para 
nos indicar o som legato (“ligar” o som de uma tecla pra outra) quanto tornar 
mais clara a estrutura da melodia. Sendo assim, interprete o trecho abaixo de 
maneira semelhante, proveniente de uma melodia tradicional norte-americana 
retirada do jogo Sneak’n’Peek do console Atari 2600:
2.2 Atividades de criação
Uma sequência harmônica característica do blues, amplamente disseminada, é a 
progressão I
7
 – IV
7
 – I
7
 – V
7
 – IV
7
 – I
7
. Podemos utilizá-la como acompanhamento 
para improvisação de melodias na escala pentatônica – ou seja: nas teclas 
“pretas”.
19Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 11
A seguir, apresentamos um exemplo desse encadeamento na tonalidade de 
Fá ♯ maior. Solicite para alguém experimentar melodias diversas nas teclas 
pretas, estando atento apenas à rítmica enquanto você toca a base – ou seja, o 
acompanhamento:
Quando temos um contexto de improvisação em que alguns dos elementos 
da linguagem musical são definidos de maneira a não permitir erros – neste 
exemplo, utilizando somente as teclas pretas não permite haver “notas erradas” – 
chamamos de improvisação controlada. Esse recurso é utilizado no instrumental 
de percussão (marimbas e xilofones, entre outros) de Carl Orff (1895-1982), no 
qual é possível remover e/ou colocar teclas nesses instrumentos de forma a 
oferecer somente alturas adequadas ao estilo da improvisação realizada. Aqui, 
entendemos o “erro” como um acontecimento musical que não está coerente 
com o contexto da peça ou obra interpretada.
20Instrumento Básico Piano
2.3 Atividades de apreciação
 ATIVIDADE 12
O trecho musical abaixo é uma representação escrita da Faixa de áudio 3. Continue 
a notação dessa peça abaixo, com base nos elementos visuais utilizados:
 ATIVIDADE 13
Faça agora a transcrição da Faixa de áudio 4, da mesma forma que na atividade 
anterior:
21Instrumento Básico Piano
Resumo
Nesta Unidade, foram trabalhadas atividades baseadas em escalas pentatônicas 
que fazem uso de particularidades idiomáticas dos instrumentos de teclado. 
Houve a apresentação de repertório e estratégias pedagógicas relacionados ao 
tema em pauta.
 Referências
GAINZA, V. H. Palitos Chinos. Buenos Aires: Barry Editorial, 1987.
KOSTKA, S.; PAYNE, D. Harmonia Tonal. 6. ed. Traduzido por Hugo Ribeiro e 
Jamary Oliveira. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.hugoribeiro.com.br>. 
Acesso em: 27 set. 2018.
KREADER, B.; KERN, F.; KERENVEN, P.; REJINO, M. Piano Practice Games 
Book 1: Theory, Technique, Creativity. Milwaukee: Hal Leonard Corporation, 
1996.
22Instrumento Básico Piano
=
OBJETIVOS
Desenvolver a técnica nos instrumentos de teclado por meio de peças 
baseadas em pentacordes;
Fazer uso do pentacorde na pedagogia dos instrumentos de teclado.
3
UNIDADE
PENTACORDE
O
utro tipo de estrutura musical que explora de maneira interessante a 
topografia do teclado é o pentacorde, definido como as cinco alturas 
iniciais de uma escala – conceito que também se relaciona às escalas 
pentatônicas. Temos pentacordes que fazem uso somente de teclas brancas 
(exemplos: dó, ré, mi, fá, sol; e lá, si, dó, ré, mi) e aqueles que utilizam de uma 
a quatro teclas pretas.
A principal característica do pentacorde na Pedagogia do Piano é permitir a 
interpretação de melodias simples sem a necessidade de deslocar a mão e, 
portanto, sem alterar ou verificar constantemente os dedos. Logo, é possível 
trabalhar o conceito de dedilhado lógico, ou seja: as indicações de dedilhado 
ocorrerão somente caso haja necessidade de mudar a posição da mão 
(CERQUEIRA, 2012). Nos casos em que o dedilhado é omitido, subentendemos 
que já há um dedo sobre a tecla correspondente à nota musical indicada. Dessa 
maneira, fica mais fácil para o estudante direcionar sua concentração a outros 
aspectos da prática pianística como, por exemplo: condução do fraseado, tipo de 
ataque, ativação muscular, postura, sonoridade resultante ou outros elementos 
visuais indicados no texto musical. Na literatura (repertório) do piano, há várias 
opções de peças escritas com pentacordes, entre elas: Melodische Übungstücke 
Opus 149 de Anton Diabelli (1781-1858), para piano a quatro mãos; Doze duetos 
em cinco notas de Arthur Foote (1853-1937); Suíte das 5 Notas de Lorenzo 
Fernandez (1897-1948); e 15 little pieces on five-note patterns de Dénes Agay 
(1911-2007).
23Instrumento Básico Piano
Em seguida, apresentaremos peças adaptadas para pentacorde. Em todas elas, 
recomendamos estudar da seguinte maneira:
•	 Antes de começar a leitura, posicione sua mão no teclado com base nas 
notas que serão utilizadas na peça, buscando a menor ativação muscular 
possível de pulso, antebraço, braço e ombro;
•	 Estude cada peça por trechos, procurando entender o sentido musical de 
cada trecho/membro sob a linha de fraseado para facilitar a memorização;
•	 Se você estiver com dificuldades, tente ler mais devagar até conseguir um 
andamento em que você seja capaz de tocar respeitando as durações/
ritmos de maneira clara;
•	 Toque a peça toda quando a melodia já estiver fluente e clara para você;
•	 Após finalizar a leitura com uma mão, estude a mesma peça com a outra 
mão;
•	 No fim, toque a peça com as duas mãos simultaneamente.
3.1 Atividades de interpretação
 ATIVIDADE 14
Vamos à primeira peça:
Observe que essa peça não traz indicação de clave. Portanto, trata-se de 
leitura relativa, onde você pode escolher em qual tecla branca deseja começá-
la. Dependendo da mão (direita – M. D. – ou esquerda – M. E.), um dedilhado é 
indicado. A partir dessa indicação, você deve posicionar os demais dedos sobre 
as teclas adjacentes, de maneira semelhante à imagem seguinte, que tomou 
como referência para a primeira tecla a nota Dó (Figura 3):
24Instrumento Básico Piano
Figura 3 – Dedilhado e posição das mãos esquerda e direita 
Fonte: Acervo do Autor
 ATIVIDADE 15
Agora, temos a segunda peça para estudo, um pouco maior:
Procure seguir as mesmas recomendações de estudo indicadas para a peça 
anterior. Tente também realizar as indicações de dinâmica no seu instrumento.
25Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 16
A seguir, a terceira peça:
Aqui, temos linhas de dinâmica, indicando um crescendo (na direção < ) e um 
diminuendo ou decrescendo (direção > ). Procure realizar essas mudanças de 
dinâmica durante o estudo da peça. No mais, procure seguir as recomendações 
de estudo oferecidas anteriormente, solidificando assim seus hábitos de prática 
instrumental.
 ATIVIDADE 17
A partir de agora, daremos início a adaptações de melodias para pentacordes. A 
melodia abaixo provém da trilha sonora do jogo Frogger, original para o console 
Atari 2600:
A articulaçãoindicada nas semínimas é chamada de non legato, ou seja: ao 
contrário das notas sob a ligadura de frase, você não precisa “ligar” o som entre 
as notas que trazem essa indicação. Ao mesmo tempo, o toque não é tão curto 
quanto no staccato – representado através de um ponto acima ou abaixo da 
26Instrumento Básico Piano
cabeça da nota. Isso facilita o ataque no caso de notas repetidas, como 
ocorre no segundo compasso. Experimente esse tipo de ataque durante o 
estudo da peça.
Outra questão aqui: essa peça não traz nenhuma indicação de dedilhado. 
Portanto, cabe a você decidir qual o melhor dedo para tocar a tecla correspondente 
à primeira nota, com base nas notas que aparecerão ao longo da peça. Faça 
essa análise, anotando o dedilhado correspondente à sua decisão.
 ATIVIDADE 18
A seguir, temos uma melodia muito conhecida de Luiz Gonzaga, Asa Branca:
A indicação que aparece em algumas das mínimas da peça ( _ ) se chama 
tenuto, e significa que temos de sustentar o som da nota durante toda sua 
duração – semelhante, portanto, ao legato. As notas que não possuírem 
nenhuma indicação de ataque, como no caso das semínimas, não precisam 
ter som legato.
Note, ainda, que o primeiro compasso possui somente um tempo: esse é o caso 
em que a ideia musical começa em um tempo fraco, e não no primeiro tempo. 
Essa é a anacruse.
27Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 19
A peça adiante é baseada em um tema tradicional brasileiro chamado De Marré:
Note que esse arranjo se baseia em um pentacorde que faz uso de uma tecla 
preta, baseado na escala de Ré maior. Sendo assim, posicione sua mão com 
o dedo médio (3) sobre a referida tecla preta – o Fá ♯. Observe, ainda, o uso 
do staccato ( . ) em determinadas notas. Procure fazê-lo bem “seco”, ou seja: 
desligue o som entre cada ataque com bastante evidência.
 ATIVIDADE 20
Adiante, temos uma variação sobre Samba Lelê, outra melodia de origem 
tradicional:
28Instrumento Básico Piano
Mais uma vez, procure a melhor posição para sua mão tocar esse pentacorde. 
Não se esqueça de tocar a peça com ambas as mãos, fazendo uma de cada vez 
e depois tocando-a com as duas mãos, em oitavas.
 ATIVIDADE 21
A seguir, uma melodia da tradição popular brasileira, Bão ba la lão:
 ATIVIDADE 22
Em seguida temos uma versão de Jingle Bells, um conhecido tema natalino de 
autoria do norte-americano James Lord Pierpont (1822-1893):
29Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 23
Segue adiante outra variação sobre um conhecido tema tradicional brasileiro, 
Sapo Cururu. Antes de começar, observe a armadura e encontre a posição do 
pentacorde utilizado no teclado do seu instrumento:
 ATIVIDADE 24
Agora, temos a canção tradicional brasileira Pastorzinho, também conhecida 
como “Dó-Ré-Mi-Fá”:
30Instrumento Básico Piano
3.2 Atividades de criação
Para acompanhar nossa improvisação, iremos utilizar uma figuração melódica 
de acompanhamento conhecida como Baixo de Alberti. Ele é muito utilizado 
no repertório clássico, encontrado especialmente nas peças para instrumentos 
de teclado de Carl Phillip Emmanuel Bach (1714-1788), Joseph Haydn (1732-
1809) e Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). A seguir, temos um exemplo 
da figuração do Baixo de Alberti para o acorde de Dó maior, na mão esquerda:
Os dedilhados entre parêntesis indicam um reforço do dedilhado lógico: o dedo 
um já estaria sobre a tecla correspondente à nota Sol, caso a mão fosse sido 
posicionada corretamente na nota anterior.
Essa atividade consiste em utilizar o Baixo de Alberti como acompanhamento na 
improvisação de melodias em um pentacorde. Sendo assim, antes de começar, 
estude o Baixo de Alberti com a mão esquerda, começando mais devagar. Aqui, 
recomendamos que você utilize um leve giro do pulso para tocar as notas, 
ao invés de utilizar somente os dedos. Isso ajuda a realizar o Baixo de Alberti 
porque ele possui um movimento cíclico, esboçado a seguir:
31Instrumento Básico Piano
A seguir, uma ilustração de como realizar o giro do pulso ao tocar as teclas das 
extremidades grave e aguda, respectivamente (Figura 4):
Figura 4 – Ilustração do movimento de giro de pulso
Fonte: Acervo do Autor
Agora, experimente estudar somente a mão esquerda, realizando o Baixo de 
Alberti no pentacorde de sua escolha, observando e, principalmente, sentindo 
esse leve giro de pulso, sem contrair desnecessariamente os dedos, o antebraço, 
o braço e o ombro.
 ATIVIDADE 25
Depois de ter estudado detalhadamente o Baixo de Alberti, posicione sua mão 
direita na posição do pentacorde equivalente acima – caso você tenha escolhido 
fazer o Baixo de Alberti em Sol maior, por exemplo, posicione sua mão direita 
de forma a também começar no pentacorde de Sol em alguma das oitavas 
acima, com o polegar (dedo 1) na tecla Sol. Em seguida, comece a tocar o 
Baixo de Alberti com a mão esquerda, procurando improvisar melodias na mão 
direita. Tente analisar que combinações de notas – harmonia – funcionam 
bem, procurando memorizar aquelas que você achar interessante. Em seguida, 
escreva ou grave os temas ou melodias que você achou interessante, para fins 
de registro.
32Instrumento Básico Piano
3.3 Atividades de apreciação
É interessante realizarmos ditados com pentacorde antes de trabalhar com 
toda a escala, pois haverá cinco possibilidades de alturas. Trata-se, portanto, 
de um interessante recurso pedagógico. Além disso, é possível trabalhar com 
alturas relativas, ou seja: ao invés de utilizar as alturas absolutas das notas 
musicais, podemos simplesmente trabalhar com I – II – III – IV – V, cada numeral 
corresponderá a uma altura no pentacorde.
 ATIVIDADE 26
Sendo assim, transcreva a Faixa de áudio 5 abaixo, utilizando alturas relativas – 
para isso, não é necessário utilizar claves; basta utilizar um espaço ou linha para 
iniciar o ditado. No entanto, transcreva fielmente a estrutura rítmica, identificando 
uma métrica – binária (2 tempos), ternária (3 tempos) ou quaternária (4 tempos):
33Instrumento Básico Piano
Resumo
Esta Unidade contemplou estudos práticos em instrumentos de teclado que 
fazem uso de repertório elaborado e adaptado para pentacordes. Houve um 
direcionamento mais aprofundado sobre técnica e corporalidade na interpretação 
desses instrumentos.
 Referências
CERQUEIRA, D. L. Princípios Educacionais do Piano. São Luís: Edição do 
autor, 2012.
34Instrumento Básico Piano
=
OBJETIVOS
Contemplar o estudo prático de melodias em instrumentos de teclado;
Abordar estratégias de acompanhamento musical nesses instrumentos.
4
UNIDADE
MELODIAS E 
ACOMPANHAMENTO
A
qui, estudaremos a realização de melodias nos instrumentos de teclado. 
Um tipo de habilidade técnica é fundamental: a passagem de polegar. 
É por meio dela que somos capazes de manter o legato necessário à 
condução do som nas melodias, mudando a posição das mãos sem interromper 
o fluxo musical e o controle da sonoridade. Um dos principais objetivos do estudo 
de escalas nos instrumentos de teclado – se não o principal – é justamente 
aprimorar a passagem do polegar, buscando o movimento mais discreto possível 
para manter a igualdade do som resultante.
É fundamental anotar as indicações de dedilhado, pois a partir delas teremos 
sucesso na realização das melodias. Você irá notar, ainda, que o dedilhado irá 
ficar muito diferente de uma mão para outra.
Temos três tipos de movimentos principais que envolvem o 
polegar:
1) O giro do polegar por baixo da mão;
2) O giro da mão sobre o polegar;
3) A abertura do polegar, para atingir teclas mais distantes.
35Instrumento Básico Piano
4.1 Melodias: atividades de interpretação
 ATIVIDADE 27
Vamos então ao nosso primeiro exemplo prático, baseado na conhecida cantiga 
Marcha Soldado, para ser interpretada com a mão direita. Ao tocar, procure ligar 
o som das notas que estiverem sob uma mesma ligadura de fraseado:
Perceba que a indicação do polegar (dedo 1) no Ré do compasso 2 – o primeiro 
não é contado por ser uma anacruse – foi feita no intuito de você poderalcançar 
o Lá que virá no compasso posterior. A indicação do dedo anular entre parêntesis 
– (4) – é para reforçar que ele já estaria sobre a tecla da nota Sol, caso você 
tivesse seguido a indicação anterior.
No final dessa pequena melodia, você também deve ter percebido que “não 
há dedos suficientes” para fazer o movimento descendente de Lá a Dó. Sendo 
assim, é necessário utilizar o indicador (dedo 2) para tocar o último Dó, girando-o 
por cima do polegar.
 ATIVIDADE 28
Tente agora tocar essa melodia com a mão esquerda. Busque um dedilhado 
mais apropriado para realizá-la, anotando-o na partitura:
36Instrumento Básico Piano
E então, qual foi a principal dificuldade que você teve ao tocar esse trecho com 
a mão esquerda? Chegou a encontrar uma solução de dedilhados? Gostaria de 
compará-la com as nossas sugestões?
Apresentamos agora nossa proposta de dedilhado para a mão esquerda:
Recomendamos apenas o giro da mão sobre o polegar no penúltimo compasso, 
para atacar a tecla correspondente à nota Lá. Não é preciso nem tirar o polegar 
do lugar, bastando girar o dedo indicador (e a mão) por cima do mesmo.
Em seguida, apresentaremos uma série de melodias para aprofundarmos a 
prática e também ampliar seu conhecimento de repertório. Iremos anotar as 
sugestões de dedilhado para a mão direita na parte superior do sistema, e os 
dedilhados para a mão esquerda na parte inferior.
 ATIVIDADE 29
Para começar, uma adaptação de uma canção da tradição popular brasileira, 
Senhora Dona Sancha:
37Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 30
A melodia em seguida, também de origem popular, se chama Quantos dias tem 
o mês?
 ATIVIDADE 31
A seguir, temos Capelinha de Melão, outro tema tradicional brasileiro. Observe a 
indicação ‘2↑’ no penúltimo compasso; ela significa que você deve tocar a tecla 
com o dedo 2 girando a mão sobre o polegar, mas sem tirá-lo da posição original 
– tanto que a indicação seguinte ‘(1)’ reforça que o polegar estaria sobre essa 
tecla caso a sugestão de dedilhado tenha sido observada:
38Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 32
Na atividade seguinte, temos outra melodia tradicional brasileira, Ainda 
não comprei. Aqui, você poderá praticar bastante os conceitos de dedilhado 
apresentados na peça anterior. Observe também que algumas indicações são 
omitidas quando partes da música se repetem. Isso é bastante comum, pois 
entendemos que o intérprete/pianista já associou o dedilhado às estruturas 
musicais. Faremos isso a partir de agora:
 ATIVIDADE 33
Agora temos uma melodia da tradição japonesa: Sakura, bastante conhecida em 
outros países e bem característica dos modos utilizados na música tradicional 
do Japão. Observe no compasso 7 a indicação ‘2/3’ – ela significa que você 
pode escolher tanto o dedo 2 quanto o 3 para tocar a passagem.
39Instrumento Básico Piano
Já a indicação ‘rall.’ significa rallentando, ou seja, reduzir o andamento/tempo da 
música. Trata-se, portanto, de uma indicação de agógica.
 ATIVIDADE 34
Em seguida, temos uma adaptação de Zo-san, outra canção tradicional do Japão 
– cujo título significa “Elefante”:
 ATIVIDADE 35
A seguir, temos Arirang, um tema tradicional da península coreana:
Agógica é o termo utilizado para se referir às variações no 
andamento ou tempo durante a interpretação de uma peça. As 
indicações mais comuns, feitas em italiano, são accelerando 
(accel.), ritardando (rit.) ou rallentando (rall.) e a tempo – esta 
última para indicar um retorno ao andamento anterior.
40Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 36
Agora, uma adaptação de Ai Hai Yo, canção tradicional da China:
 ATIVIDADE 37
Mudando a região, temos um tema tradicional do Egito muito conhecido, chamado 
As Ruas de Cairo:
41Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 38
Temos agora uma peça com traços da música tradicional da Romênia, criada 
pelo compositor húngaro Béla Bártok (1881-1945) em 1915. Ela faz parte do 
ciclo “Danças Folclóricas Romenas” e se chama Dança do Camponês – “Brâul” 
no título original:
 ATIVIDADE 39
Posteriormente, temos Ah Ya Zain, uma canção tradicional do Oriente Médio:
42Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 40
Na Inglaterra, há uma conhecida canção tradicional chamada Greensleeves:
 ATIVIDADE 41
Voltando às canções brasileiras, não poderia faltar a conhecida Escravos de Jó. 
Aqui, será necessário utilizar a abertura do polegar para alcançar teclas mais 
distantes:
43Instrumento Básico Piano
Agora que já experimentamos e vivenciamos diversas possibilidades práticas de 
dedilhado, é possível passar para a próxima etapa.
4.2 Melodias: atividades de criação
 ATIVIDADE 42
Adiante, temos algumas melodias. Toque-as no instrumento, criando soluções 
de dedilhado para ambas as mãos. Em seguida, anote-as na partitura da mesma 
maneira que fizemos com as peças apresentadas anteriormente:
Cai cai, balão
Terezinha de Jesus
44Instrumento Básico Piano
Ciranda, cirandinha
O cravo brigou com a rosa
O bom barqueiro
Dorme, neném
45Instrumento Básico Piano
Pirulito que bate bate
Se esta rua fosse minha
Clementina
Frère Jacques
46Instrumento Básico Piano
Depois de praticarmos diversas melodias em ambas as mãos, podemos trabalhar 
a característica mais evidente dos instrumentos de teclado: o acompanhamento. 
Aqui, iremos focar no uso de acordes na mão esquerda, primeiramente focando 
na ferramenta de acompanhamento digital disponível nos teclados eletrônicos. 
Destacamos que o acompanhamento é o principal objetivo para a utilização de 
instrumentos de teclado como ferramenta auxiliar em cursos voltados à formação 
de professores da Educação Básica.
Começaremos fazendo uso de uma abordagem intuitiva e interessante, utilizada 
por Mário Mascarenhas em seu método É fácil tocar por cifras! (1989). Mas 
antes disso, é fundamental que você conheça a maneira mais adequada de 
tocar acordes, buscando um uso mais eficiente do seu corpo.
De maneira mais geral, acordes são grupos de notas atacadas simultaneamente. 
Nos sistemas modal e tonal – mais recorrentes nas práticas musicais de nossa 
sociedade – eles são uma sobreposição de terças.
A maneira mais adequada de tocar acordes nos instrumentos de teclado é utilizar 
o próprio peso gerado pelo antebraço relaxado, deixando a mão na posição 
“natural” – sem ativar os dedos e o pulso para que a mesma fique em forma de 
“concha”. A ilustração, a seguir, tenta mostrar essa maneira de atacar acordes 
(Figura 5):
 
Figura 5 – Ilustração do movimento que utiliza o peso do braço
Fonte: Acervo do Autor
Ao atacar o acorde, sinta que seus dedos e sua mão servem apenas para 
conduzir o próprio peso do braço. Esse tipo de movimento é conhecido como 
técnica peso.
47Instrumento Básico Piano
4.3 Acompanhamento: atividades de interpretação
 ATIVIDADE 43
Agora, vamos à prática. Toque a sequência de acordes abaixo com a mão esquerda. 
Iremos escrevê-la de duas maneiras: através da partitura tradicional e das cifras, 
oferecendo sugestões adequadas de dedilhados. Ao tocar os acordes, direcione 
sua atenção para seu corpo, procurando sentir o braço desativado e direcionando 
seu peso para os dedos e a mão. Procure contar os tempos mentalmente:
Perceba nesse estudo que existe mais de uma combinação possível de dedilhado 
para um mesmo acorde, que varia em função do contexto anterior ou posterior. 
Há, ainda, a possibilidade de atacar duas teclas com o polegar, conforme o 
exemplo do compasso 3. Veja uma ilustração dessa técnica, utilizando o mesmo 
acorde do compasso 3 (Figura 6):
Figura 6 – Ataque de um acorde com o polegar em duas teclas ao mesmo tempo 
Fonte: Acervo do Autor
48Instrumento Básico Piano
Agora, apresentaremos uma série de pequenos estudos para você praticar 
com o acompanhamento automático de seu teclado eletrônico – caso 
seja esse o instrumento de sua escolha. Se seu instrumento não possuir 
esse recurso, recomendamos estudar livros didáticos voltados à criação 
de acompanhamentos para piano popular, como Piano e Teclado Fácilde 
Antônio Adolfo (2015) e/ou Rítmica e Levadas Brasileiras para Piano de Turi 
Collura (2009).
Há quatro questões que você deve observar antes de iniciar esse estudo:
1) É necessário utilizar a função FINGERED (dedilhado) em seu teclado 
eletrônico, ou seja: aquela que permite gerar acompanhamentos automáticos 
por meio de acordes completos. A outra função é SINGLE FINGER, na qual 
o acorde do acompanhamento é gerado apenas por meio de uma ou duas 
teclas;
2) O que nós chamamos de “compasso” será equivalente a uma repetição 
do “ritmo” – STYLE ou ACCOMPANIMENT – ou seja: gênero musical que 
você escolheu para fazer o estudo. Em uma valsa, por exemplo, temos três 
pulsações para cada repetição da estrutura musical do acompanhamento. 
Você deverá reconhecer essas repetições auditivamente, considerando 
como um compasso cada repetição do acompanhamento escolhido;
3) Todo gênero musical terá seu próprio tempo ou andamento – no teclado 
eletrônico, pode ser indicado como SPEED, TEMPO ou BPM (abreviatura de 
batidas por minuto). Nesse momento, você não precisará se preocupar com 
esse recurso, a não ser que o acompanhamento esteja muito lento ou rápido 
demais. Se for o caso, configure-o para um andamento mais interessante 
para você;
4) Não se esqueça de prestar atenção no seu corpo! Durante os exercícios, 
procure também sentir se seus braços estão desativados e a mão em posição 
confortável. Um de nossos objetivos é desenvolver uma técnica saudável 
no instrumento, permitindo a pratica por horas sem adquirir vícios motores, 
ou sentir dores e dormência no corpo – se isso acontecer, interrompa 
imediatamente o estudo!
49Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 44 
O primeiro estudo, apresentado a seguir, contempla um encadeamento de acordes 
muito recorrente na música popular comercial da atualidade. Pratique-o, fazendo 
uso de vários “ritmos” (gêneros musicais) escolhidos no teclado eletrônico. 
Experimente, por exemplo, tocar esses acordes com acompanhamento de funk, 
pop rock, country, samba e bossa nova. Se for necessário, conte alguns tempos 
antes de começar cada estudo:
Você não precisa ficar “segurando” (sustentando) o acorde 
durante todo o compasso; basta tocar ele apenas uma vez no 
tempo desejado, soltando-o logo depois. Isso irá reduzir muito a 
energia gasta para tocá-los, e irá gerar uma melhora sensível em 
sua técnica.
50Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 45
Vamos a outro encadeamento. Faça como no estudo anterior, praticando-o com 
gêneros variados no acompanhamento:
 
 
No penúltimo compasso do estudo anterior, temos um acorde de Si maior com 
sétima (menor – nesse intervalo, a indicação é omitida; só se indica alteração se 
for outro tipo de sétima). Nos acordes de sétima, é costume não tocar a quinta 
do acorde – nesse caso, a nota Fá ♯.
 ATIVIDADE 46
A seguir, um encadeamento muito conhecido do blues – considerado um clichê 
devido a seu uso recorrente. Experimente fazer esse encadeamento também com 
gêneros de acompanhamento ligados ao blues, como rock e jazz, por exemplo:
 
51Instrumento Básico Piano
Na repetição, indicada pelo ritornelo, o estudo deve ser finalizado após o primeiro 
compasso, onde está a palavra “Fim”. Fique atento a essa indicação!
 ATIVIDADE 47
A sequência de acordes adiante é baseada em Superman, um conhecido reggae 
de Tarrus Riley. Experimente tocá-la utilizando um tipo de acompanhamento 
nesse gênero. Dessa vez, vamos omitir o teclado e os dedilhados, caso a 
sugestão já tenha aparecido, exigindo que você memorize a posição das mãos 
para cada acorde:
52Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 48
O encadeamento posterior é baseado na toada Se Não Existisse o Sol, criada 
por Francisco de Sousa Correa, o Chagas, na época cantador do Bumba-meu-
Boi da Maioba. Como provavelmente seu teclado eletrônico não disporá de 
um acompanhamento semelhante ao sotaque da Ilha, experimente fazer essa 
cadência em outros gêneros como, por exemplo, o reggae:
53Instrumento Básico Piano
No compasso 8 (segundo sistema), temos dois acordes; trata-se de uma 
mudança no ritmo harmônico, a exemplo do que acontece nos compassos 
4 e 5, em que um mesmo acorde é mantido por dois compassos. No último 
sistema, o ritornelo no início do compasso 13 indica onde o retorno deve ser 
feito após chegar ao compasso 16. Fique atento também à indicação “Fim”, 
após a repetição!
 ATIVIDADE 49
O próximo estudo consiste em uma melodia na mão direita com acordes na 
mão esquerda, fazendo uso do acompanhamento eletrônico. Para tornar esse 
trabalho mais acessível nesse momento, indicamos uma melodia baseada no 
pentacorde, ou seja: você não irá precisar deslocar a mão direita, podendo 
direcionar a atenção para a sincronia entre as mãos, o acompanhamento 
rítmico e o resultado sonoro, entre outros aspectos. Além disso, você já 
deve ter estudado essa melodia aqui. Para tocá-la, escolha um gênero 
de acompanhamento com métrica binária ou quaternária, ou seja: aquele 
que permita sentir duas ou quatro pulsações/tempos por compasso. Se 
necessário, diminua o tempo ou andamento para facilitar sua aprendizagem. 
Segue o estudo:
54Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 50
Em seguida, temos uma adaptação de Bão-Ba-la-lão, uma parlenda tradicional 
brasileira. Escolha um ou mais gêneros com métrica binária para acompanhá-la:
 
 ATIVIDADE 51
Agora, temos outro tema tradicional brasileiro: Tutu Marambá. Para acompanhá-
lo, procure um gênero com métrica binária ou quaternária:
55Instrumento Básico Piano
 ATIVIDADE 52
Agora, um desafio: você é capaz de tocar uma variação de Asa Branca com o acom-
panhamento eletrônico? Vamos tentar? Primeiramente, pesquise em seu teclado ele-
trônico algum gênero de acompanhamento parecido com baião para utilizar:
Por acaso você está tendo dificuldades para coordenar as duas 
mãos ao mesmo tempo? Estude com as mãos separadas! Pra-
tique primeiro apenas a parte de uma mão até conseguir desen-
volver um bom controle. Depois, estude com a outra mão. No 
final, tente juntar as duas. Essa é uma estratégia de estudo muito 
eficiente nos instrumentos de teclado.
56Instrumento Básico Piano
No penúltimo sistema, as linhas de repetição acima (1. e 2.) indicam que, na 
repetição, você deve pular o compasso marcado com “1” e ir direto para o “2”.
Finalizamos aqui nosso e-Book. Caso você deseje dar continuidade ao estudo de 
melodias acompanhadas como o apresentado aqui, recomendamos estudar É 
fácil tocar por cifras! de Mário Mascarenhas (1989), Método prático para Teclado 
volumes 1 e 2 de Jair do Vale (s.d.), e Piano e Teclado Fácil de Antônio Adolfo 
(2015). Esperamos que sua experiência tenha sido proveitosa e, acima de tudo, 
musicalmente enriquecedora. Sucesso!
Resumo
Nesta Unidade, foram trabalhados diversos estudos práticos nos instrumentos 
de teclado, contemplando melodias e a elaboração de acompanhamentos. 
Foram indicados referenciais didáticos para prosseguimento e aprofundamento 
na prática desses instrumentos.
 Referências
ADOLFO, A. Piano e Teclado Fácil. São Paulo: Irmãos Vitale, 2015.
COLLURA, T. Rítmica e Levadas Brasileiras para Piano. Vitória: Edição do 
autor, 2009.
MASCARENHAS, M. É fácil tocar por cifras! Método prático de piano popular. 
São Paulo: Irmãos Vitale, 1989.
VALE, J. Método Prático para Teclado. 2. v. Belo Horizonte: Edição do autor, s.d.