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Quando nos debruçamos sobre o conceito de Ideias na filosofia de Platão,
encontramos uma estrutura pensada que visa explicar como podemos
entender o mundo ao nosso redor, com suas formas e fenômenos. A ideia
principal aqui é relativamente simples: há uma distinção entre o mundo que
percebemos com nossos sentidos e um reino mais elevado e mais real de
Ideias ou Formas.
Pense nas Ideias como modelos primordiais, as formas perfeitas e absolutas
das coisas que existem em nosso mundo. Como uma analogia simplificada,
imagine os objetos que você usa no dia a dia, como uma cadeira. As
cadeiras que você vê e usa são concretas, tangíveis. No entanto, a "Cadeira"
em si - a concepção pura e absoluta de uma cadeira - não é algo que você
pode tocar ou ver. Existe uma "Cadeira-ideia", uma forma perfeita e
imutável que serve como um modelo para todas as cadeiras que vemos e
usamos.
Isso pode parecer um pouco abstrato à primeira vista, então vamos ilustrar
com outro exemplo para tornar o conceito mais claro. Pense em um círculo
que você desenha no papel. Pode ser o círculo mais perfeito que você pode
fazer, mas sempre haverá pequenas imperfeições se você olhar de perto. No
entanto, temos uma compreensão de um "círculo perfeito" em nossas
mentes, mesmo que nunca tenhamos visto um no mundo físico. Este
"círculo perfeito" é uma Ideia ou Forma no pensamento de Platão.
Agora, por que Platão pensaria dessa maneira? Em sua visão, o mundo
sensível - o que podemos tocar, ver, ouvir, etc. - é sempre mutável, sempre
em fluxo. Nada no mundo sensível é permanente, e isso pode tornar difícil
para nós obtermos um conhecimento verdadeiro e duradouro se confiarmos
apenas em nossos sentidos. Ao conceber o reino das Ideias, Platão oferece
uma base sólida e imutável para o conhecimento. As Ideias são eternas e
imutáveis; elas fornecem um ponto de referência fixo que podemos usar
para navegar pelo mundo em constante mudança ao nosso redor.
É como se, em um mundo de sombras dançantes, Platão nos oferecesse uma
luz estável e inabalável. Neste cenário, as sombras são as coisas do mundo
sensível, e a luz é o reino das Ideias, iluminando a verdadeira natureza da
realidade. Este conceito pode servir como uma bússola para a navegação
em mares de relativismo e incerteza, guiando-nos com princípios eternos e
inalterados.
Concluindo, o Conceito de Ideias em Platão serve como uma fundação para
compreendermos a realidade de uma maneira mais profunda e estruturada.
Enquanto o mundo ao nosso redor muda e flui, as Ideias permanecem
constantes, servindo como faróis de conhecimento verdadeiro e
compreensão. Ao abraçar esse conceito, somos capazes de enxergar além
das aparências e explorar a verdadeira essência das coisas.
Mundo Sensível e Inteligível
Dentro da doutrina platônica, o entendimento acerca da realidade é dividido
em dois planos distintos, mas profundamente conectados: o Mundo
Sensível e o Mundo Inteligível. A tese platônica, com suas nuances, pode
ser entendida por meio de uma comparação cotidiana, assemelhando-se à
diferença entre a experiência de sonhar e o estado de vigília consciente.
Imagine o Mundo Sensível como um sonho profundo e cheio de imagens e
sensações. Nos sonhos, encontramos um ambiente fluido e inconsistente,
onde as leis da física e da lógica frequentemente são suspensas ou alteradas.
Tudo parece real enquanto estamos imersos no sonho, mas ao acordar,
percebemos que aquelas experiências não tinham substância sólida ou
permanência. O Mundo Sensível, para Platão, tem características similares.
É o reino do concreto, do tangível, do que é perceptível pelos nossos cinco
sentidos. Contudo, é também um espaço de constante mutação e relativa
imperfeição, um domínio onde as coisas são efêmeras e sujeitas à
deterioração e à mudança.
Já o Mundo Inteligível pode ser comparado ao estado de vigília. Quando
acordamos de um sonho, independente de quão intenso ou vívido seja,
entramos em um estado de maior clareza e realidade. No estado acordado,
somos capazes de raciocinar com mais precisão, de entender e refletir sobre
o mundo de uma maneira mais lúcida e consciente. Da mesma forma, o
Mundo Inteligível é visualizado como um reino de verdade absoluta e
conhecimento puro. Aqui, as Ideias ou Formas de Platão residem, atuando
como as versões perfeitas e imutáveis dos objetos e conceitos encontrados
no Mundo Sensível.
Entendendo esta analogia, considere o Mundo Sensível como um filme
projetado na tela do cinema. As imagens são reais e visíveis, mas não são
tangíveis, não possuem substância concreta. O filme é uma representação,
um reflexo de uma realidade, mas não a realidade em si. Agora, o Mundo
Inteligível é o roteiro original, os pensamentos e ideias do diretor, a
essência do filme. Enquanto o filme projetado pode ser alterado ou
distorcido, o roteiro e as ideias originais permanecem constantes.
Esse discernimento entre os dois mundos é crucial para compreender a
abordagem platônica ao conhecimento e à realidade. Enquanto o Mundo
Sensível nos fornece experiências diretas e palpáveis, é no Mundo
Inteligível que encontramos a verdade absoluta e a essência das coisas. É
como se o primeiro fosse um reflexo na água, sujeito às ondulações e
distorções da superfície, enquanto o segundo fosse a imagem real e clara
que originou esse reflexo. Para Platão, aspirar ao entendimento do Mundo
Inteligível é buscar o conhecimento verdadeiro, uma compreensão mais
profunda e permanente da realidade em sua forma mais pura e essencial.
Mito da Caverna
O Mito da Caverna é uma das narrativas mais instrutivas e emblemáticas
legadas por Platão, servindo como uma alegoria perspicaz para a busca
humana pelo conhecimento e pela verdade. Imagine uma caverna escura e
sombria, profundamente enraizada no seio da terra, onde prisioneiros
residem desde seu nascimento. Estes indivíduos estão acorrentados,
restritos de movimento, podendo apenas olhar para frente, fixando os olhos
na parede da caverna que se encontra diante deles.
Nesta ambientação tenebrosa, a única fonte de luz provém de um fogo que
arde distante, atrás dos prisioneiros. Entre o fogo e os prisioneiros, uma
parede baixa é erigida, por trás da qual pessoas se movem, carregando
objetos variados que, à luz do fogo, projetam sombras na parede da caverna.
Estas sombras são as únicas imagens que os prisioneiros conseguem ver,
sendo, para eles, representações da realidade como um todo.
Assim como as crianças que aprendem a reconhecer formas e contornos, os
prisioneiros na caverna gradualmente aprendem a identificar e nomear essas
sombras, atribuindo-lhes significados e valores específicos. Esta caverna
sombria e suas sombras oscilantes constituem o universo inteiro para esses
prisioneiros, o alfabeto visual e simbólico com o qual decifram e
compreendem sua existência e o mundo ao seu redor.
Agora, imagine se um desses prisioneiros fosse subitamente libertado de
suas correntes e conduzido para fora da caverna, enfrentando pela primeira
vez a luz brilhante e ofuscante do sol. Inicialmente, seus olhos,
	Platão (427-347 a.C.)
	Teoria das Ideias ou Formas
	Mundo Sensível e Inteligível
	Mito da Caverna

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