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AULA_05_-_EXTENSIVO_CN_2024-016-018

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Prof.ª Priscila Lima 
 
 
 
AULA 05 – GEOGRAFIA 
 
Professora Priscila Lima 
 
 
 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalizado. Vol. 3. 2ª edição. 
São Paulo: Scipione, 2012, p. 19 - grifos nossos 
Na execução de tal política econômica, a indústria encontrou amplos incentivos, afinal, o 
desenvolvimento de um conjunto de infraestrutura somado à um cenário mundial de expansão de 
transnacionais, tornou o Brasil um grande destino na América Latina. Logo, foi consolidado aquilo que 
hoje chamamos de tripé da produção industrial nacional, assim dividido: 
▪ Capital estatal: concentrava as 
indústrias de bens de produção e bens 
de capital (indústria de base) - além da 
promoção de infraestrutura; 
▪ Capital privado nacional: ou seja, as 
indústrias privadas do Brasil, 
concentravam suas atividades na 
produção de bens de consumo não 
duráveis - desde a segunda metade do 
século XIX; 
▪ Capital privado internacional: ou seja, 
as indústrias estrangeiras, eram as principais responsáveis pelos bens de consumo duráveis. 
Podemos dizer que o Plano de Metas foi um sucesso como impulso para a industrialização, entretanto, 
também levou a um significativo aumento da inflação e da dívida externa (que foi contraída através de 
empréstimos para financiar todos esses investimentos que destacamos anteriormente). Além disso, 
podemos apontar o grande incentivo ao rodoviarismo, que não fora amplamente acompanhado por uma 
diversificação na logística de transporte. 
INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO 
No geral, são indústrias cuja a produção 
direcionada ao mercado consumidor. 
 
▪ Durável: como o próprio indica, cria produtos 
com maior durabilidade, empregando um grau de 
tecnologia considerável. Ex: Automóveis, 
eletrodomésticos; 
Normalmente são transnacionais (Sede: países 
desenvolvidos e produção: descentralizada) 
▪ Não durável: produzem objetos de consumo com 
baixa durabilidade, em geral, demandando menos 
tecnologia. Ex: Roupas (têxtil), alimentos 
 
 
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Prof.ª Priscila Lima 
 
 
 
AULA 05 – GEOGRAFIA 
 
Professora Priscila Lima 
 
 
 
Pensando espacialmente, a concentração do parque industrial no Sudeste foi acentuada pelo Plano de 
Metas, logo o fator atrativo é ainda mais intensificado, logo, houve um aumento da migração interna para 
grandes centros urbanos (levando à uma macrocefalia, mas isso é tema para uma outra aula - 
Urbanização). Entretanto, a "marcha para oeste" iniciada com Vargas vai se concretizar durante o Governo 
de JK, especialmente com a construção de Brasília. 
 
"Embalado por uma ideologia 
desenvolvimentista, o governo 
divulgava o objetivo de fazer o país 
crescer “50 anos em 5”, e buscava 
interiorizar a ocupação do território, 
integrando espaços com domínios 
naturais e ocupados pela agricultura e 
pecuária aos grandes centros urbano-
industriais. Foi nessa época que a 
capital federal foi transferida do litoral 
para o interior com a construção de 
Brasília, inaugurada em 1960." 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos Vol. 3. 2ª 
edição. São Paulo: Scipione, 2012, p. 18) 
GOVERNOS MILITARES 
"O parque industrial cresceu de forma 
bastante significativa e a infraestrutura nos setores de energia, transportes e 
telecomunicações se modernizou. No entanto, embora os indicadores econômicos 
tenham evoluído positivamente, a desigualdade social aprofundou-se muito nesse 
período, concentrando a renda nos estratos mais ricos da sociedade." 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalizado. Vol. 3. 2ª edição. 
São Paulo: Scipione, 2012, p. 21) 
Em abril de 1964, o Brasil possuía o 43º PIB mundial e sua dívidia externa era de 3,7 bilhões de dólares. 
Ao final do período militar no país, em 1985, o PIB brasileiro era o 9º maior e a dívida externa girava em 
torno de 95 bilhões de dólares. Assim, podemos concluir que o período que estudaremos agora garantiu 
um crescimento econômico muito significativo (não estamos falando de desenvolvimento, ok?), 
entretanto também deixou como herança um pesado endividamento. 
Esse crescimento econômico foi mais intenso entre 1968 e 1973, o período que ficou conhecido como 
"milagre econômico". Observe o gráfico a seguir: 
Imagem 4: Brasília 
 
 
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Professora Priscila Lima 
 
 
 
 
Mas, na prática, o que foi essa política econômica? O ritmo acelerado de crescimento foi pautado em 
investimentos governamentais que levaram à expansão de serviços como energia, transporte e 
telecomunicações. Além da presença estatal, o capital estrangeiro conseguiu se infiltrar em diferentes 
setores da economia, principalmente em: 
▪ Extração de minerais metálicos: aqui destacamos os projetos Carajás, Trombetas e Jari; 
▪ Atividades agrícolas: principalmente no Brasil Central, onde, beneficiados por ações do 
Estado, podemos destacar a expansão da produção de grãos; 
▪ Indústrias químicas e farmaceuticas: que demandam uma maior tecnologia de 
desenvolvimento; 
▪ Bens de capital: ou seja, na produção de maquinários e equipamentos no geral utilizados 
pelas indústrias de bens de consumo. 
Nesse sentido, o país manteve o tripé econômico (também chamada de tríplice aliança), onde o capital 
estatal e o privado (de origem nacional e internacional) interagiam e criavam um cenário de expansão. 
Porém, apenas uma minoria da população conseguiu usufruir plenamente dos benefícios do milagre 
econômico, já que havia um aumento na taxa de lucro dos empresários e melhorias salariais para a mão 
de obra qualificada, e do outro lado, tínhamos o maior contigente populacional associado ao trabalho 
duro e mal remunerado - ou seja, ampliação da capacidade de consumo para alguns e a maioria 
permanecia à margem (principalmente se também considerarmos a ineficiência dos serviços públicos em 
áreas essenciais como saúde e educação). 
4,2
9,8 9,5
10,4
11,3
11,9
14
8,2
5,2
0
2
4
6
8
10
12
14
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Brasil: evolução anual do PIB (%)
1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975
Gráfico 1: Evolução anual do PIB brasileiro em %

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