Prévia do material em texto
3 Embora o DNA seja constituído de apenas 6 tipos de moléculas, as possibilidades de arranjos diferentes entre elas são praticamente infinitas. O genoma huma- no é composto de 3,2 bilhões de moléculas A, T, C e G, distribuídas em 23 pares de estruturas chamadas de cromossomos. Cada um dos 100 trilhões de células do organismo carrega no núcleo uma cópia desse código e usa tais informações para produzir e regular a atividade de todas as proteínas que constituem o organismo. Explique a diferença entre DNA e RNA. Resolução O DNA guarda todas as informações genéticas para ca- da espécie. É a partir do DNA que todas as características físicas de cada indivíduo são determinadas desde o mo- mento da concepção. As moléculas de DNA são constituídas de duas longas cadeias laterais (fitas), formadas por quatro bases ni- trogenadas: timina (T), adenina (A), citosina (C) e gua- nina (G). Essas fitas se arrumam em forma de dupla hélice pela ligação entre o açúcar desoxirribose e o ácido fosfórico. O RNA tem o papel de reproduzir as informações pelas células do organismo, sintetizar proteínas e indicar a sequência de aminoácidos que deve ser formada. As moléculas de RNA são constituídas por uma cadeia simples, formada pela esterificação entre o ácido fosfó- rico e o açúcar ribose. As moléculas de ribose estabele- cem ligações covalentes alternadamente em quatro bases nitrogenadas: adenina (A), guanina (G), citosina (C) e uracila (U). 12 (Enem) João ficou intrigado com a grande quanti- dade de notícias envolvendo DNA: clonagem da ovelha Dolly, terapia gênica, testes de paternidade, engenharia genética etc. Para conseguir entender as notícias, estu- dou a estrutura da molécula de DNA e seu funcionamen- to e analisou os dados do quadro a seguir: I. A T C C G G A T G C T T T A G G C C T A C G A A II. A T C C G G A T G C T T Z U A G G C C U A C G A A III. U A G G C C U A C G A A Z Metionina Alanina Leucina Glutama IV. Bases nitrogenadas: A = Adenina T = Timina C = Citosina G = Guanina U = Uracila Em I está representado o trecho de uma molécula de DNA. Observando o quadro, pode-se concluir que: a) a molécula de DNA é formada por duas cadeias caracteriza das por sequências de bases nitrogenadas. b) na molécula de DNA, podem existir diferentes tipos de complementação de bases nitrogenadas. c) a quantidade de A presente em uma das cadeias é exata mente igual à quantidade de A da cadeia com- plementar. d) na molécula de DNA, podem existir cinco diferentes tipos de bases nitrogenadas. e) no processo de mitose, cada molécula de DNA dá ori- gem a 4 moléculas de DNA exatamente iguais. 13 (UEPB) O DNA (ácido desoxirribonucleico), consti tuído de ácidos nucleicos, participa da formação dos genes e dos cromossomos dos seres vivos. A complexidade genética do organismo humano é tamanha que seu estudo originou o Projeto Genoma Humano, o qual tem por objetivo iden- tificar os genes existentes nos cromosso mos humanos. Pode esclarecer e talvez curar doenças hereditá rias, fazer testes de identificação de paternidade, clonar seres vivos, etc. Os ácidos nucleicos, de estrutura bastante complexa, constituem o DNA, moléculas que encerram toda a infor- mação genética dos seres vivos. O DNA de uma pessoa é como uma impressão digital, que serve para identificá-la. Entram na formação dos ácidos nucleicos: a) polímeros. b) lipídeos. c) glicídeos. d) ácidos graxos. e) compostos sulfurados. 14 (PUCCamp-SP) Os itens a seguir referem-se à estru- tura, composição e função dos ácidos nucleicos. – Estrutura: I. dupla hélice II. cadeia simples – Composição: 1. presença de uracila 2. presença de timina – Função: a. síntese de proteínas b. transcrição gênica São características do ácido ribonucleico: a) I – 1 – a. b) I – 2 – b. c) II – 1 – a. d) II – 1 – b. e) II – 2 – b. X X X Exercício resolvido Exercícios ATENÇÃO! Não escreva no seu livro! Capítulo 10258 M_Reis_Quimica_V3_PNLD2018_238a259_U4_C10.indd 258 29/04/16 17:33 Compreendendo oMundo O assunto alimentos e aditivos químicos é ignorado pe- la maioria das pessoas. Não deveria; nossa saúde e qualidade de vida dependem diretamente dos nossos hábitos alimen- tares, e bons hábitos se adquirem com conhecimento. Nesse ponto você pode pensar: de que adiantou todo o conhecimento de um Prêmio Nobel de Química na hora de comer maçãs? De fato, o episódio das maçãs tratadas com Alar, nar- rado por Roald Hoffmann (no texto da página 221), é, por um lado, um consolo para a nossa própria ignorância, “se ele não sabe, como nós vamos saber...”, mas, por outro lado, é um alerta, mostra o quanto todos nós precisamos estar atentos e o tempo todo em busca de informações. Se vamos a uma festa ou a uma lanchonete que serve junk food (na tradução literal, ‘comida lixo’, com alto teor calórico e baixos níveis de nutrientes) e decidimos: apenas hoje eu vou comer bobagem, tudo bem... O problema co- meça quando decidimos fazer uma alimentação saudável e, sem suspeitar, ingerimos um monte de aditivos escon- didos, por falta de informação ou por má-fé dos produtores. É o que ocorreu com o caso do salmão, divulgado qua- se que exclusivamente pelos órgãos de defesa do consu- midor há alguns anos. O salmão selvagem é naturalmente rosa-alaranjado (cor salmão) por causa de sua alimentação à base de ca- marão e krill. Ocorre que apenas 5% de todo o salmão ven- dido nos Estados Unidos e praticamente 0% do que é vendido no Brasil é do tipo selvagem. O salmão comercializado na América é criado em fa- zendas subaquáticas, e sua cor varia do cinza ao bege- -claro, passando no máximo por um rosa-pálido. Para ficar no mesmo tom que o salmão selvagem, os animais rece- bem uma ração com aditivos deri vados do petróleo: a astaxantina e a cantaxantina. O salmão criado em fazendas: • é dez vezes mais barato que o salmão selvagem, mas é vendido pelo mesmo preço; • é menos saboroso; • tem o dobro de gordura total (e o dobro de gor dura saturada); • a análise de algumas amostras indicou a presença de quan tidades de antibióticos e pesticidas acima do per- mitido por lei. Se consumidos em grande quantidade, os co rantes derivados de petróleo utilizados na ração do salmão po- dem causar problemas de visão e alergias. Técnicos agrí- colas da União Europeia recente men te redu ziram o nível de cantaxantina nos alimen tos pa ra um terço do volume aceito nos Estados Unidos. E no Brasil? Outro aditivo de uso amplo e polêmico é o amarelo de tartrazina, sintetizado a partir do alcatrão de carvão. A tartrazina é utilizada em laticínios, licores, fermentados, produtos de cereais, preparados de frutas, iogurtes, xaro- pes artificiais, balas, sorvetes e diversos fármacos. A quantidade máxima permitida por lei é de 0,01%, mas mesmo assim são comuns os episódios de reações alérgicas e, recentemente, o uso de tartrazina em preparados de frutas foi relacionado a casos de insônia em crianças. Tam- bém há relatos de afecção da flora gastrointestinal. É difícil entender por que um aditivo que causa tantos problemas de alergia em crianças é um dos mais utilizados em alimentos que visam a esse público, ou pior, por que é utilizado em xaropes infantis e remédios para diabete (doença em que o organismo já está bastante debilitado). A cor do remédio não pode ser um critério de uso; o único critério cabível é sua eficácia e indicação para o caso. Mistério... Talvez, mais uma vez, a resposta esteja nos nossos hábitos de consumo. A indústria só fabrica e põe à venda aquilo que sabe que vamos comprar. Se nossas expectativas forem diferentes, se tivermos critérios de compra mais conscientes, os fabricantes terão que rever seus produtos. Aliás, consciência e cri- tério (como veremos na pró- xima Unidade que trata do tema “atividade nuclear”) são qualidades que deve- mos não apenas desenvol- ver em nós mesmos, mas também exigir de nossos representantes. A cor do remédio não deve ser um critério de uso, e sim suaindicação e eficácia. A fr ic a S tu d io /S h u tt e r s to c k 259 M_Reis_Quimica_V3_PNLD2018_238a259_U4_C10.indd 259 29/04/16 17:33 Atividade nuclear 5UNID A D E Nesta última unidade do livro vamos tratar de um tema bas- tante polêmico, a atividade nuclear. Deixamos para tratar desse tema logo após o estudo da Química orgânica e, espe- cialmente da Bioquímica, para poder compreender melhor os efeitos das radiações ionizantes na formação de radicais livres e sobre as moléculas de DNA, por exemplo, que carre- gam nosso material genético. Fala-se muito na possibilidade de um ataque terrorista nuclear, caso algum grupo radical tenha acesso a material radioativo retirado de aparelhos destinados a aplicações pacíficas. E en- quanto países fortemente armados estudam diminuir seu arsenal atômico, outros, que não possuem armas nucleares, estão investindo no enriquecimento de urânio, a matéria- -prima necessária para fabricá-las. Insensatez. Por outro lado, não podemos desprezar os inúmeros benefí- cios que essa tecnologia pode trazer, quando usada com responsabilidade e fiscalização constante. Ter uma noção mais clara de todos os riscos e possibilidades da atividade nuclear é fundamental para o desenvolvimento da cidadania. 260 M_Reis_Quimica_V3_PNLD2018_260a285_U5_C11.indd 260 29/04/16 17:32