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Química - Vol 3 - Manual do Professor Martha Reis-259-261

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3 Embora o DNA seja constituído de apenas 6 tipos 
de moléculas, as possibilidades de arranjos diferentes 
entre elas são praticamente infinitas. O genoma huma-
no é composto de 3,2 bilhões de moléculas A, T, C e G, 
distribuídas em 23 pares de estruturas chamadas de 
cromossomos. Cada um dos 100 trilhões de células do 
organismo carrega no núcleo uma cópia desse código e 
usa tais informações para produzir e regular a atividade 
de todas as proteínas que constituem o organismo.
Explique a diferença entre DNA e RNA.
 Resolução
O DNA guarda todas as informações genéticas para ca-
da espécie. É a partir do DNA que todas as características 
físicas de cada indivíduo são determinadas desde o mo-
mento da concepção.
As moléculas de DNA são constituídas de duas longas 
cadeias laterais (fitas), formadas por quatro bases ni-
trogenadas: timina (T), adenina (A), citosina (C) e gua-
nina (G). Essas fitas se arrumam em forma de dupla 
hélice pela ligação entre o açúcar desoxirribose e o 
ácido fosfórico.
O RNA tem o papel de reproduzir as informações pelas 
células do organismo, sintetizar proteínas e indicar a 
sequência de aminoácidos que deve ser formada.
As moléculas de RNA são constituídas por uma cadeia 
simples, formada pela esterificação entre o ácido fosfó-
rico e o açúcar ribose. As moléculas de ribose estabele-
cem ligações covalentes alternadamente em quatro 
bases nitrogenadas: adenina (A), guanina (G), citosina (C) 
e uracila (U).
12 (Enem) João ficou intrigado com a grande quanti-
dade de notícias envolvendo DNA: clonagem da ovelha 
Dolly, terapia gênica, testes de paternidade, engenharia 
genética etc. Para conseguir entender as notícias, estu-
dou a estrutura da molécula de DNA e seu funcionamen-
to e analisou os dados do quadro a seguir:
 I. A T C C G G A T G C T T
 T A G G C C T A C G A A
 II. A T C C G G A T G C T T
 Z
 U A G G C C U A C G A A
III. U A G G C C U A C G A A
 Z
 Metionina Alanina Leucina Glutama
IV. Bases nitrogenadas: A = Adenina
 T = Timina
 C = Citosina
 G = Guanina
 U = Uracila
Em I está representado o trecho de uma molécula de 
DNA. Observando o quadro, pode-se concluir que:
a) a molécula de DNA é formada por duas cadeias 
caracteriza das por sequências de bases nitrogenadas.
b) na molécula de DNA, podem existir diferentes tipos 
de complementação de bases nitrogenadas.
c) a quantidade de A presente em uma das cadeias é 
exata mente igual à quantidade de A da cadeia com-
plementar.
d) na molécula de DNA, podem existir cinco diferentes 
tipos de bases nitrogenadas.
e) no processo de mitose, cada molécula de DNA dá ori-
gem a 4 moléculas de DNA exatamente iguais.
13 (UEPB) O DNA (ácido desoxirribonucleico), consti tuído 
de ácidos nucleicos, participa da formação dos genes e dos 
cromossomos dos seres vivos. A complexidade genética 
do organismo humano é tamanha que seu estudo originou 
o Projeto Genoma Humano, o qual tem por objetivo iden-
tificar os genes existentes nos cromosso mos humanos. 
Pode esclarecer e talvez curar doenças hereditá rias, fazer 
testes de identificação de paternidade, clonar seres vivos, 
etc. Os ácidos nucleicos, de estrutura bastante complexa, 
constituem o DNA, moléculas que encerram toda a infor-
mação genética dos seres vivos. O DNA de uma pessoa é 
como uma impressão digital, que serve para identificá-la. 
Entram na formação dos ácidos nucleicos:
a) polímeros.
b) lipídeos.
c) glicídeos.
d) ácidos graxos.
e) compostos 
sulfurados.
14 (PUCCamp-SP) Os itens a seguir referem-se à estru-
tura, composição e função dos ácidos nucleicos.
– Estrutura:
 I. dupla hélice
 II. cadeia simples
– Composição:
 1. presença de uracila
 2. presença de timina
– Função: 
 a. síntese de proteínas
 b. transcrição gênica
São características do ácido ribonucleico:
a) I – 1 – a.
b) I – 2 – b.
c) II – 1 – a.
d) II – 1 – b.
e) II – 2 – b.
X
X
X
Exercício resolvido
Exercícios
ATENÇÃO!
Não escreva no seu livro!
Capítulo 10258
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Compreendendo 
oMundo
O assunto alimentos e aditivos químicos é ignorado pe-
la maioria das pessoas. Não deveria; nossa saúde e qualidade 
de vida dependem diretamente dos nossos hábitos alimen-
tares, e bons hábitos se adquirem com conhecimento.
Nesse ponto você pode pensar: de que adiantou todo 
o conhecimento de um Prêmio Nobel de Química na hora 
de comer maçãs?
De fato, o episódio das maçãs tratadas com Alar, nar-
rado por Roald Hoffmann (no texto da página 221), é, por 
um lado, um consolo para a nossa própria ignorância, “se 
ele não sabe, como nós vamos saber...”, mas, por outro 
lado, é um alerta, mostra o quanto todos nós precisamos 
estar atentos e o tempo todo em busca de informações.
Se vamos a uma festa ou a uma lanchonete que serve 
junk food (na tradução literal, ‘comida lixo’, com alto teor 
calórico e baixos níveis de nutrientes) e decidimos: apenas 
hoje eu vou comer bobagem, tudo bem... O problema co-
meça quando decidimos fazer uma alimentação saudável 
e, sem suspeitar, ingerimos um monte de aditivos escon-
didos, por falta de informação ou por má-fé dos produtores.
É o que ocorreu com o caso do salmão, divulgado qua-
se que exclusivamente pelos órgãos de defesa do consu-
midor há alguns anos.
O salmão selvagem é naturalmente rosa-alaranjado 
(cor salmão) por causa de sua alimentação à base de ca-
marão e krill. Ocorre que apenas 5% de todo o salmão ven-
dido nos Estados Unidos e praticamente 0% do que é 
vendido no Brasil é do tipo selvagem.
O salmão comercializado na América é criado em fa-
zendas subaquáticas, e sua cor varia do cinza ao bege- 
-claro, passando no máximo por um rosa-pálido. Para ficar 
no mesmo tom que o salmão selvagem, os animais rece-
bem uma ração com aditivos deri vados do petróleo: a 
astaxantina e a cantaxantina.
O salmão criado em fazendas:
• é dez vezes mais barato que o salmão selvagem, mas é 
vendido pelo mesmo preço;
• é menos saboroso;
• tem o dobro de gordura total (e o dobro de gor dura 
saturada);
• a análise de algumas amostras indicou a presença de 
quan tidades de antibióticos e pesticidas acima do per-
mitido por lei.
Se consumidos em grande quantidade, os co rantes 
derivados de petróleo utilizados na ração do salmão po-
dem causar problemas de visão e alergias. Técnicos agrí-
colas da União Europeia recente men te redu ziram o nível 
de cantaxantina nos alimen tos pa ra um terço do volume 
aceito nos Estados Unidos. E no Brasil?
Outro aditivo de uso amplo e polêmico é o amarelo 
de tartrazina, sintetizado a partir do alcatrão de carvão. 
A tartrazina é utilizada em laticínios, licores, fermentados, 
produtos de cereais, preparados de frutas, iogurtes, xaro-
pes artificiais, balas, sorvetes e diversos fármacos.
A quantidade máxima permitida por lei é de 0,01%, mas 
mesmo assim são comuns os episódios de reações alérgicas 
e, recentemente, o uso de tartrazina em preparados de 
frutas foi relacionado a casos de insônia em crianças. Tam-
bém há relatos de afecção da flora gastrointestinal.
É difícil entender por que um aditivo que causa tantos 
problemas de alergia em crianças é um dos mais utilizados 
em alimentos que visam a esse público, ou pior, por que 
é utilizado em xaropes infantis e remédios para diabete 
(doença em que o organismo já está bastante debilitado). 
A cor do remédio não pode ser um critério de uso; o 
único critério cabível é sua eficácia e indicação para o caso. 
Mistério...
Talvez, mais uma vez, a resposta esteja nos nossos 
hábitos de consumo. A indústria só fabrica e põe à venda 
aquilo que sabe que vamos comprar. 
Se nossas expectativas forem diferentes, se tivermos 
critérios de compra mais conscientes, os fabricantes terão 
que rever seus produtos.
Aliás, consciência e cri-
tério (como veremos na pró-
xima Unidade que trata do 
tema “atividade nuclear”) 
são qualidades que deve-
mos não apenas desenvol-
ver em nós mesmos, mas 
também exigir de nossos 
representantes.
A cor do remédio não 
deve ser um critério 
de uso, e sim suaindicação e eficácia.
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Atividade 
nuclear
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E
 Nesta última unidade do livro vamos tratar de um tema bas-
tante polêmico, a atividade nuclear. Deixamos para tratar 
desse tema logo após o estudo da Química orgânica e, espe-
cialmente da Bioquímica, para poder compreender melhor 
os efeitos das radiações ionizantes na formação de radicais 
livres e sobre as moléculas de DNA, por exemplo, que carre-
gam nosso material genético.
 Fala-se muito na possibilidade de um ataque terrorista nuclear, 
caso algum grupo radical tenha acesso a material radioativo 
retirado de aparelhos destinados a aplicações pacíficas. E en-
quanto países fortemente armados estudam diminuir seu 
arsenal atômico, outros, que não possuem armas nucleares, 
estão investindo no enriquecimento de urânio, a matéria-
-prima necessária para fabricá-las. Insensatez.
 Por outro lado, não podemos desprezar os inúmeros benefí-
cios que essa tecnologia pode trazer, quando usada com 
responsabilidade e fiscalização constante.
 Ter uma noção mais clara de todos os riscos e possibilidades 
da atividade nuclear é fundamental para o desenvolvimento 
da cidadania.
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