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269TÓPICO 1 | OS PRINCÍPIOS DA DINÂMICA 158. Considere a situação esquematizada a seguir em que uma estrutura em forma de L está articulada em O, podendo girar em torno desse ponto em um plano vertical. Dessa forma, o ângulo u, for- mado entre a parte esquerda da estrutura e uma mesa horizontal, pode ser variado entre 0° e 90°. São utilizadas duas polias ideais, fixas nas extre- midades do L, e um fio leve, flexível e inextensível para conectar dois pequenos blocos A e B de massas iguais, de valor m 5 2,0 kg, cada uma. Os atritos são desprezíveis, bem como a influên- cia do ar, e, no local, adota-se |g&| 5 10,0 m/s 2. g u A B O a) Obtenha, em função de g e u, uma expressão matemática para o valor algébrico da acele- ração dos blocos e determine os valores de u para que essa aceleração tenha intensidade máxima. b) Calcule, em cada caso, a intensidade da força de tração no fio. c) Para que valor de u os blocos permanecem em equilíbrio? 159. (OBF) Em um quadro de madeira fixo na parede, é preso um pêndulo constituído de uma barra metálica de massa desprezível de 40 cm e um pequeno disco que pode oscilar livremente. O pêndulo é colocado a oscilar e, no momento em que ele passa pela parte mais baixa de sua tra- jetória, com velocidade de módulo igual a 2,0 m/s, deixa-se o quadro cair em queda livre (sem girar, inclinar, vibrar ou encostar na parede). Depois de quanto tempo o disco voltará a passar pela mes- ma posição mais baixa de sua trajetória? Despreze o atrito e a resistência do ar. Adote π 5 3. Admita que o disco pode completar a circunfe- rência sem colidir com o quadro, que continua em queda livre. MAISDESCUBRA 1. Suponha que, ao perceber a iminente colisão frontal entre seu barco e uma rocha, um homem desligue imediatamente o motor de popa e puxe vigorosamente uma corda amarrada na proa da embarcação em sentido oposto ao do movimento, que ocorre com alta velocidade. O homem consegue frear o barco dessa maneira? Justifique sua resposta. 2. Nos porta-aviões, os caças dispõem de cerca de 80,0 m para realizar sua decolagem. É um comprimento muito pequeno, que obriga cada aerona- ve, com massa próxima de 13 300 kg, a ser arremessada por um disposi- tivo denominado catapulta a vapor. Esse sistema, constituído de trilhos e cabos de aço, imprime ao avião forças que, somadas às de impulsão provocadas pelas turbinas funcionando em alta rotação e em pós-com- bustão, produzem o empurrão resultante necessário à decolagem. A arrancada do caça na curta pista do porta-aviões é tão violenta que o corpo do piloto sofre uma intensa compressão contra o encosto da poltrona, ficando sua face sensivelmente deformada durante o curto intervalo de tempo da operação. Supondo-se que o avião alce voo com velocidade próxima de 56,0 m/s (aproximadamente 202 km/h), explique por que ocorre essa compressão do corpo do piloto contra o encosto da poltrona, bem como a deformação de sua face. Estime a intensidade média da aceleração da aeronave ao decolar e também a intensidade média da força resultante responsável por essa aceleração. 3. Quando abandonamos uma pequena pedra nas proximidades do solo, ela cai verticalmente com aceleração de intensidade próxima de 10 m/s2. Durante essa queda, a pedra e a Terra atraem-se mutuamente, trocando forças gravitacionais de ação e reação, que têm intensidades iguais. O planeta experimenta alguma aceleração detectável devido a essa interação? Justifique sua resposta. S u p e rs to ck /G lo w I m a g e s B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 1CONECTEFIS_MERC18Sa_U2_Top1_p204a269.indd 269 8/9/18 8:56 AM S u n n y b e a ch /E + /G e tt y I m a g e s Acender um fósforo só é possível devido ao atrito da cabeça do palito com a superfície da caixinha. Na extremidade do palito que se inflama prontamente há algumas substâncias que fazem com que a combustão seja possível. No entanto, é necessário que haja uma faísca inicial para provocar a combustão. Essa faísca ocorre quando raspamos a cabeça do palito na caixa. O atrito entre as duas superfícies gera energia térmica, essa energia converte o fósforo vermelho em fósforo branco, que, ao interagir com o oxigênio no ar, origina a faísca catalizadora do processo. 270 UNIDADE 2 | DINÂMICA T î P I C O 2 Atrito entre sólidos Situações que envolvem atrito permeiam o nosso cotidiano, apresentando seus aspectos convenientes (por exemplo, ao utilizar o freio em uma bicicleta) e incon- venientes (ao empurrar um armário). Veremos neste tópico a natureza das forças de atrito entre sólidos, os conceitos de força de atrito estático e cinético e o papel que as forças de atrito desempenham em diversos fenômenos, desde o simples ato de caminhar até o funcionamento de frenagem em automóveis. 1CONECTEFIS_MERC18Sa_U2_Top2_p270a296.indd 270 8/9/18 8:52 AM Bloco 1 271TÓPICO 2 | ATRITO ENTRE SîLIDOS 1. Introdução O atrito é um fenômeno de grande importância no acontecimento de determinados fatos em nossa vida diária. Se, por um lado, apresenta um caráter útil, por outro, revela um caráter indesejável. Se não fosse o atrito, seria impossível caminhar sobre o solo, bem como seria impraticável o movimento de um carro convencional sobre o asfalto. Um lápis não escreveria sobre uma folha de papel, tampouco conseguiríamos empunhá-lo; uma lixa não desgastaria um pedaço de madeira, e não poderíamos desfrutar do som emitido por um violino, já que esse som é obtido pelo esfregar das fibras ou dos fios do arco sobre as cordas do instrumento. O atrito também se manifesta em várias situa ções como agente dissipador de formas de energia, como é o caso da energia cinética (de movimento). Se, por exemplo, você lançar o apagador do quadro de giz sobre o chão da sala de aula, notará que, pela ação do atrito, ele será freado, perdendo a energia cinética rece- bida no ato do lançamento. Uma superfície qualquer, por mais bem polida que seja, sem- pre apresenta irregularidades: saliências e reentrâncias, altos e baixos, enfim, asperezas. Consideremos dois corpos em contato, comprimindo-se mutuamente. Quando a superfície de um deles escorrega ou tende a escorregar em relação à superfície do outro, há troca de forças, denominadas forças de atrito. Essas forças, que sempre surgem no sentido de se opor ao escorregamento ou à tendência de escorregamento, devem-se a interações de origem eletro- magnética entre os átomos das regiões de contato efetivo das duas superfícies. O modelo mecânico de irregularidades (rugo- sidades), entretanto, satisfaz nossas necessidades neste estudo e, por isso, nos restringiremos a ele. Consideremos, por exemplo, a situação ao lado, em que o blo- co B repousa sobre a superfície S, plana e horizontal. Admitamos que B seja empurrado horizontalmente para a direita por uma força F &, mas sem sair do lugar. Ao ser empurrado, B aplica em S uma força F &BS horizontal dirigida para a direita. Como se explica, então, o repouso de B? Ocorre que esse bloco recebe de S, na região de contato, uma força F &SB horizontal dirigida para a esquerda, que equilibra a força F &. As forças F &BS e F &SB que B e S trocam na região de contato são forças de atrito e constituem um par ação-reação (3a Lei de Newton). Observemos que F &BS e F &SB têm mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos, estando aplicadas em corpos diferentes. Destaquemos, ainda, que as forças de atrito F &BS e F &SB só aparecem se F & Þ 0&. De fato, se não houver solicitação de escorregamento, não haverá troca de forças de atrito entre as superfícies em contato. Então, para o bloco B em repouso sobre a superfície S, temos: asperezas lupa chapa de aço B S superfícies ásperas B S bloco em repouso F & B S F & SB (reação) F & BS (ação) F & F & BS = –F & SB Se F & 5 0& � F &BS 5 F&SB 5 0& B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e ns /A rq u iv o d a e d it o ra 1CONECTEFIS_MERC18Sa_U2_Top2_p270a296.indd 271 8/9/18 8:52 AM