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MATERIAL DE APOIO - História do Brasil - Francisco Nilton-045-046

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sido eleito localmente pelos representantes do comércio, da agricultura e do clero. Esse foi o 
ponto inicial do conflito entre a província de Pernambuco e o governo imperial. 
Os pernambucanos recusaram-se a aceitar Pais Barreto como governador e, em resposta, 
dom Pedro I mandou forças navais, que bloquearam o porto de Recife. Pais de Andrade lançou 
um manifesto, incentivando a população a unir-se ao movimento revolucionário. O bloqueio 
naval foi suspenso e a rebelião logo ganhou o apoio de províncias vizinhas (Ceará, Rio Grande 
do Norte e Paraíba), que viviam situação semelhante à de Pernambuco. Surgiu assim a 
Confederação do Equador, com Pais de Andrade na chefia de um governo independente na 
região. 
A repressão do governo central foi severa. Pouco tempo depois, o movimento foi 
derrotado. A província de Pernambuco acabou perdendo parte de seu território (a antiga 
comarca do rio São Francisco) para a província da Bahia. Vários líderes da rebelião, como frei 
Caneca, foram enforcados ou fuzilados, enquanto outros, como Cipriano Barata, acabaram 
presos. Assim terminava um movimento importante da história do Brasil. 
GUERRA DA CISPLATINA 
A Guerra da Cisplatina aconteceu entre o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata, 
atual Argentina. Esse foi o primeiro conflito do Brasil como nação independente e foi causado 
pela disputa entre as duas nações pelo controle da Cisplatina, província no extremo sul do 
Brasil. A guerra durou de 1825 a 1828 e teve duas grandes consequências para o Brasil: a perda 
do território da Cisplatina, que se tornou uma nação independente, e a perda de popularidade 
do imperador d. Pedro I. 
A Guerra da Cisplatina estendeu-se por três anos e, nesse período, os objetivos das nações 
envolvidas nessa luta eram os seguintes: 
• Brasil: o objetivo do Império era pôr fim à rebelião que acontecia na Cisplatina e 
recuperar o território rebelde. 
• Cisplatina: o objetivo de Lavalleja, na liderança dos 33 orientais, era anular o 
domínio brasileiro na região, para, em seguida, anexar-se às Províncias Unidas. 
Também existiam uruguaios que defendiam a independência da região. 
• Províncias Unidas: anexar a Cisplatina ao seu território. 
 
A Guerra da Cisplatina, ao longo de seus três anos, foi um conflito extremamente 
impopular, principalmente por não ser identificada como uma causa legitimamente 
brasileira e por conta de seu impacto na economia do país. O desejo das elites 
nacionais, na década de 1820, era a manutenção da paz para garantir o 
desenvolvimento do país. 
O imperador ordenou o fechamento dos portos na região platina e anunciou uma 
recompensa pela captura de Lavalleja e Frutuoso Rivera (outro líder militar dos uruguaios). 
Essas decisões só contribuíram para acirrar mais os ânimos. A falta de preparo para o conflito 
custou caro ao país, que foi derrotado em inúmeras batalhas, tais como a Batalha de Ituzaingó, 
em fevereiro de 1827. 
Com tal derrota, o governo imperial aceitou negociar termos para o fim da guerra. Após 
muita negociação, ficou decidido na Convenção Preliminar de Paz que o Brasil aceitava 
renunciar à Cisplatina e concordava com a derrota militar sofrida nesse conflito. A historiadora 
Isabel Lustosa fala que, ao longo dessa guerra, o Brasil gastou cerca de 30 milhões de dólares e 
cerca de 8 mil soldados morreram. 
Como parte desse acordo de paz, houve a independência da Cisplatina e, assim, em 27 de 
agosto de 1828, surgia a República Oriental do Uruguai. Esse acordo realizado entre brasileiros 
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e argentinos contou com a mediação de representantes do Reino Unido e da França. A Guerra 
da Cisplatina só endividou o Brasil e abalou grandemente a popularidade de d. Pedro I. 
ECONOMIA NO PRIMEIRO REINADO 
Durante o primeiro reinado, o Brasil, enfrentava uma grande crise econômica, pois faltava 
um produto para exportação. Esse fato fazia o país depender de empréstimos do exterior. A 
cada ano a dívida aumentava devido aos juros e D. Pedro I aumentava os impostos para 
compensar os gastos. 
 
 
Balança de comércio do Brasil (1823- 1831): Em milhares de contos de réis. 
CRISE DO PRIMEIRO REINADO 
Nos últimos anos de seu governo, D. Pedro I sofreu uma série de ataques através dos 
jornais e espaços públicos tomados por oposicionistas. De tendência liberal, criticavam o 
envolvimento do imperador na questão sucessória portuguesa, os gastos promovidos com os 
conflitos na Cisplatina e o pagamento de indenização para obter o reconhecimento da 
independência por Portugal. Ao mesmo tempo, esses oposicionistas atacavam as ações 
autoritárias que marcaram a carreira do nosso primeiro imperador. 
 
Após a morte de D. João VI, o trono português ficou vago, D. Pedro não podia 
assumir duas coroas então decide abdicar ao trono de Portugal em favor de sua filha 
Maria da Glória, porém D. Miguel, irmão de D. Pedro I usurpou o trono. Esse fato fez o 
imperador brasileiro armar um exército português com recursos brasileiros o que 
gerou mais descontentamento. 
Como se não bastassem todas essas críticas, o assassinato do jornalista Líbero Badaró, um 
dos mais ferrenhos críticos do imperador, acabou agravando tal situação. Suspeito de ter algum 
tipo de envolvimento no crime, acontecido em novembro de 1830, D. Pedro I resolveu organizar 
uma luxuosa comitiva que buscaria apoio à autoridade imperial em outras províncias do país. 
Ao lado de sua segunda esposa, Dona Amélia de Leuchtenberg, a comitiva imperial se dirigiu 
até Minas Gerais. 
 
A imprensa, principal oposicionista sofria violenta repressão em São Paulo. No 
ano de 1830, o jornalista Líbero Badaró, responsável pelo Jornal Observador 
Constitucional foi assassinado. A impunidade dos envolvidos levantou suspeita sobre o 
envolvimento do imperador. 
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