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Aluno: Rafaela Gomes Barbosa 
Matéria: Sistemas Orgânicos Integrados VI
Professora: Heloisa Moreira Estrela Diniz Ramos
Tipos de dismenorréia: detalhe aqui e cite as diferenças em relação à idade, apresentação clínica e resposta ao tratamento.
Dismenorreia é a dor uterina por volta do período menstrual. A dor pode ocorrer com a menstruação ou precedê-la em 1 a 3 dias. A dor tende a alcançar a intensidade máxima 24 horas após o início da menstruação e diminuir após 2 a 3 dias. Muitas vezes, pode haver cólica ou dor difusa constante, mas a dor pode ser aguda ou latejante; pode irradiar para as costas ou pernas.
Dismenorreia primária
Dismenorreia primária é idiopática e não pode ser explicada por outras doenças ginecológicas . Admite-se que a dor resulte de isquemia e contrações uterinas, provavelmente mediadas por prostaglandinas (p. ex., prostaglandina F2-alfa, um potente estimulante e vasoconstritor do miométrio) e outros mediadores inflamatórios produzidos no endométrio secretório e, possivelmente, associadas a contrações uterinas prolongadas e à diminuição do fluxo sanguíneo para o miométrio.
Os fatores que contribuem podem incluir:
· A passagem do tecido menstrual através da colo do útero
· Níveis altos de prostaglandina F2-alfa no líquido menstrual
· Óstio cervical estreito
· Útero mal posicionado
· Ansiedade
Fatores de risco de sintomas graves incluem:
· Idade precoce da menarca
· Períodos menstruais longos ou intensos
· Tabagismo
· História familiar de dismenorreia
Os sintomas tendem a diminuir à medida que a idade aumenta e após a primeira gestação.
A dismenorreia primária tipicamente começa em um ano após a menarca e ocorre quase sempre em ciclos ovulatórios. A dor geralmente ocorre quando a menstruação inicia (ou pouco antes) e persiste durante os primeiros 1 a 2 dias; essa dor, descrita como espasmódica, sobrepõem-se à dor abdominal inferior constante, que pode se irradiar para as costas ou coxas. As pacientes também podem ter mal-estar, fadiga, náuseas, vômitos, diarreia, dor lombar ou cefaleia.
Dismenorreia secundária
Os sintomas da dismenorreia secundária são decorrentes de anomalias pélvicas. Quase qualquer anormalidade ou processo que pode afetar as vísceras pélvicas pode causar dismenorreia.
As causas comuns da dismenorreia secundária incluem
· Endometriose (a causa mais comum)
· Mioma 
Causas menos comuns incluem malformações congênitas (p. ex., útero bicorno, útero septado, septo vaginal transverso), cistos e tumores ovarianos, doença inflamatória pélvica, congestão pélvica, aderências intrauterinas, e dispositivos intrauterinos (DIUs), particularmente com cobre.
Em algumas mulheres, a dor ocorre quando o útero tenta expelir tecido em decorrência de óstio cervical extremamente estreito [secundário a conização, procedimento de excisão elétrica por alça (PEEA) ou crioterapia]. Ocasionalmente, a dor resulta de mioma submucoso pediculado ou de pólipo endometrial saliente ao longo do colo uterino.
Fatores de risco para a dismenorreia secundária grave são os mesmos que os para a primária.
Em geral, a dismenorreia secundária inicia-se na idade adulta, a menos que seja provocada por malformações congênitas.
SINAIS E SINTOMAS 
A história da doença atual deve abranger a história clínica menstrual completa, incluindo a idade de início da menstruação, a duração e a magnitude do fluxo, o período entre as menstruações, a variabilidade do período e a relação das menstruações com os sintomas.
O médico também deve perguntar sobre:
· A idade em que os sintomas começaram
· Sua natureza e gravidade
· Fatores que aliviam ou pioram os sintomas (incluindo os efeitos dos contraceptivos)
· Grau de perturbação da vida diária
· Efeito sobre a atividade sexual
· Presença de dor pélvica não relacionada à menstruação
· Resposta a anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
· História de dispareunia ou infertilidade (associada à endometriose)
A revisão dos sistemas deve incluir os sintomas concomitantes como náuseas cíclicas, vômitos, distensão abdominal, diarreia e fadiga.
A história clínica deve identificar causas estabelecidas, envolvendo endometriose, adenomiose uterina ou mioma. Deve-se questionar sobre os métodos de contracepção, perguntando, especificamente, sobre o uso de DIU.
A história cirúrgica anterior deve identificar procedimentos que aumentem o risco de dismenorreia, como conização cervical e ablação endometrial.
Exame físico
O exame pélvico deve concentrar-se na detecção das causas de dismenorreia secundária. Examina-se o colo do útero à procura de dor à palpação, secreção, estenose cervical ou prolapso de pólipo, ou mioma. Realiza-se o exame bimanual para verificar massas uterinas e consistência uterina (um útero lodoso ocorre na adenomiose), massas anexiais, espessamento do septo retovaginal, induração do fundo de saco e nodularidade do ligamento uterossacral.
Examina-se o abdome procurando evidências de achados anormais, como sinais de peritonite.
TRATAMENTO
Medidas para melhorar o bem-estar geral da paciente (p. ex., repouso e sono adequados, exercícios regulares) podem ser úteis. Algumas pacientes acham que uma compressa quente (usada com segurança para evitar queimaduras) aplicada ao abdome inferior alivia a dor.
Sugeriram-se outras intervenções como sendo potencialmente eficazes. Consistem em dieta pobre em gordura e suplementos nutricionais como ácidos graxos ômega-3, linhaça, magnésio, vitamina B1, vitamina E e zinco. Poucos dados corroboram a utilidade dessas intervenções; entretanto, elas são de baixo risco.
Mulheres com dismenorreia primária são tranquilizadas sobre a ausência de outros distúrbios ginecológicos.
Medicamentos
Se a dor é incômoda, AINEs (que aliviam a dor e inibem as prostaglandinas) são geralmente tentados. Em geral, iniciam-se os AINEs 24 a 48 horas antes, sendo mantidos por 1 a 2 dias após o início da menstruação.
Se AINEs não forem eficazes, pode-se tentar a supressão da ovulação com contraceptivo de estrógeno/progesterona.
Em geral, um AINE ou um AINE mais um contraceptivo de estrogênio/progesterona costuma ser eficaz .
Outra terapia hormonal, como danazol, progesteronas (p. ex., levonorgestrel, etonogestrel e acetato de medroxiprogesterona depot), agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina ou DIU liberador de levonorgestrel podem diminuir a intensidade dos sintomas de dismenorreia.
Referências: 
FERNANDES, Cesar Eduardo. Tratado de Obstetrícia Febrasgo. 1ª Ed. Elsevier.

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