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SEMIOLOGIA 2º BIMESTRE Luísa Lavall Dill – ATM 23 1 SEMIOLOGIA TEGUMENTAR: PELE E FÂNEROS COLORAÇÃO ® Cor da pele inicia na identificação do paciente ® Elemento que avalia as alterações da pele ® Indivíduos de cor branco e pardo- claros em condições de higidez apresentam a pele de coloração levemente rosada (em decorrência dos vasos sanguíneos) ® Palidez: atenuação ou desaparecimento da cor rosa, avaliar palmas das mãos e plantas dos pés em pessoas morenas ou negras. Avaliar toda a extensão da pele • Generalizada: vasoconstrição ou redução do numero de hemácias circulantes (exemplo: choque séptico) • Localizada ou segmentar: isquemia - Avaliar regiões homólogas (bilateralmente) - Avaliação do fluxo sanguíneo: pressiona-se o polegar de encontro ao esterno e retira-o rapidamente (normal do enchimento capilar é menor que 1 segundo) ® Vermelhidão ou eritrose: aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea • Generalizada: pacientes febris, exposições solares, estados policitêmicos (exagero no número de hemácias) e afecções que comprometem a pele a pele na totalidade • Localizada pode ser fugaz (vasomotor) ou duradoura • (processos inflamatórios, eritema palmar) • Fenômeno de Raynaud: alterações cutâneas dependente de arteríolas e pequenas artérias de extremidade. - Fenômeno vasomotor de 3 fases: palidez, cianose e rubor - Lupus, esclerodermia ® Cianose: cor azulada na pele • Avaliar região perioral (principalmente crianças), ponta de nariz, lobos das orelhas e extremidades das mãos e pés • Generalizada ou localizada • Cianose central: mecanismos envolvidos - Diminuição da tensão de O2 no ar inspirado (grandes altitudes) - Hipoventilação pulmonar (obstrução de superfície respiratória, hipoexpansão) - Curto circuito, shunt venoarterial (cardiopatias congênitas • Cianose periférica: perda de O2 a nível capilar, pode ocorrer por estase venosa ou diminuição funcional ou orgânica do calibre dos vasos • Cianose mista: exemplo típico da insuficiência cardíaca congestiva, pois além de não estar realizando troca no alvéolo (cheio de liquido) o coração está insuficiente para bombear o sangue SEMIOLOGIA 2º BIMESTRE Luísa Lavall Dill – ATM 23 2 • Cianose por alteração de hemoglobina: alterações no formato da hemácia (anemia falciforme) A oxigenioterapia é eficaz na cianose CENTRAL e NÃO INFLUI na periférica (pois o problema está na vasoconstrição e não na oferta) ® Icterícia: coloração amarelada da pele, mucosas visíveis e escleróticas decorrente do acúmulo de bilirrubina no sangue • ATENÇÃO: betacaroteno!! ® Dermografia ® Albinismo: deficiência na deposição de melatonina na pele ® Bronzeamento: somente pode ser visível em pessoas de cor clara, na maioria das vezes de causa artificial ® Doença de Addison: deficiência adrenal, pele hiperpigmentada sem exposição ao sol, nem semore homogênea UMIDADE ® Inicia a avaliação através da inspeção ® Método adequado: palpação com as polpas digitais e com a palma da mão através da sensação tátil. ® Umidade normal ® Pele seca: idosos, esclerodermia, mixedema, insuficiência renal crônica ® Umidade aumentada ou sudorenta: febre, ansiedade, hipertireoidismo TEXTURA ® Significa trama ou disposição dos elementos que constituem um tecido ® Avaliação pela palpação, desliza- se as polpas digitais sobre a superfície cutânea ® Normal ® Pele fina ou lisa: idosos, hipertireoidismo, edema recente ® Pele áspera: observada em indivíduos expostos a intemperismos e ocupação com atividades rudes, mixedema, dermatopatias crônicas ® Pele enrugada: idosos, edema recente, emagrecimento rápido ESPESSURA ® Avalia-se realizando o pinçamento de uma dobra cutânea com o polegar e o indicador ® Deve ser feito no tórax, abdome e antebraço ® Pele normal ® Pele atrófica: associada a translucidez, em idosos e recém- nascidos é possível ver a rede venosos superficial ® Pele hipertrófica ou espessa: indivíduos com exposição ao sol, esclerodermia (espessamento cutâneo) TEMPERATURA ® Método de avaliação: com o dorso das mãos ou dedos, comparando o lado homólogo de cada segmento ® Não confundir temperatura corporal com temperatura da pele ® Temperatura normal ® Temperatura aumentada - Generalizada: exteriorização cutânea do aumento da temperatura, por exemplo febre ou insolação - Localizada: processos inflamatórios, como artrite - SEMIOLOGIA 2º BIMESTRE Luísa Lavall Dill – ATM 23 3 ® Temperatura diminuída: - Generalizada: hipotermia, extremidades em transtorno de ansiedade - Localizada: redução do fluxo sanguíneo isquemia (dor e palidez) ELASTICIDADE ® É a propriedade do tegumento cutâneo se estender quando tracionado ® Método de avaliação: pinça-se a prega cutânea realizando certa tração, e após soltura da pele ® Normal ® Hiperelasticidade: distensão da pele de 2 a 3X mais ® Hipoelasticidade: retorno vagaroso da pele (idosos, desnutridos, abdome de multíparas que são pessoas que engravidaram muitas vezes, desidratação) MOBILIDADE ® Capacidade do tegumento de se movimentar sobre planos profundos ® Método de avaliação: pousa-se a mão sobre a estrutura a ser avaliada, e movimenta-se sobre estruturas como ossos e articulações ® Normal: apresenta mobilidade com estruturas que se relacionam ® Diminuída: processo cicatricial, esclerodermia, infiltrações neoplásicas ® Aumentada: em idosos TURGOR ® Método de avaliação: pinça-se com o polegar e o indicador uma prega da pele que engloba o tecido subcutâneo ® Avaliar o retorno da pele ® Normal: sensação de pele suculenta, que ao ser solta se desfaz rapidamente ® Diminuída: prega se desfaz lentamente, sinal de desidratação SENSIBILIDADE ® Dolorosa ® Método de avaliação: toca-se com a ponta de uma agulha ® Hiperalgesia: aumento de sensibilidade dolorosa, toques leves e suaves despertam nítida dor (neuropatia periférica, abdome agudo...) ® Hipoalgesia/analgesia: diminuição da sensibilidade dolorosa (hanseníase) ® Tátil ® Método de avaliação: fricção leve com a ponta do algodão ® Hipoalgesia/anestesia: perda da sensibilidade tátil ® Térmica ® Método de avaliação: dois tubos de ensaio, um com água quente e outro com água fria LESÕES ELEMENTARES ® Alteração de cor ® Elevações edematosas ® Formações sólidas ® Coleções liquidas ® Alterações de espessura ® Perda e reparação tecidual SEMIOLOGIA 2º BIMESTRE Luísa Lavall Dill – ATM 23 4 ALTERAÇÕES DA COR ® Corresponde a área circunscrita de cor diferente da cor de pele normal ® Método de avaliação: deslizar as polpas digitais do indicador, médio e anular sobre a área alterada e adjacências, avaliando eventuais elevações de superfície ® Máculas/machas: dividem-se em pigmentares, vasculares, hemorrágicas e por deposição pigmentar • Pigmentares: decorrem de alterações do pigmento melânico - Hipocrômicas e/ou acrômicas: diminuição ou ausência de melanina, como vitiligo, ptiríase (micose), hanseníase e albinismo - Hipocrômicas: aumento do pigmento melânico, como pelagra, dermatite ocre, melasma, nervos pigmentados, estase venosa ® Efélides: sardas ® Alterações vasculares: decorrem de distúrbios da microcirculação da pele, e diferenciam-se de hemorragias por desaparecerem por digitopressão, vitopressão e puntipressão ® Telangectasias: dilatações dos vasos terminais ® Manchas hiperêmicas ou eritematosa: decorrentes da vasodilatação, de cor rósea ou vermelho-vivo, que também desaparecem por digitopressão (exemplo clássico são doenças exantemáticas) ® Manchas hemorrágicas: também chamadas de sufusões hemorrágicas, NÃO DESAPARECEM POR DIGITOPRESSÃO • Petéquias:puntiformes até 1cm • Vibrícies: formato de linha • Esquimoses: placas maiores que 1cm ® Tempo de evolução das esquimoses (hematomas) - Até 48h: avermelhadas - De 48 a 96h: arroxeadas - Do 5º ao 6ºdia: azuladas - Do 6º ao 8º: amareladas - Após 9º dia: normalização da pele • Deposições pigmentares: • Hemossiderina: intoxicação por ferro • Carotênico • Pigmentos metálicos • Bilirrubinas • Tatuagens ® Elevações edematosas: causadas por edema na derme ou hipoderme • Urticária: formações sólidas, uniformes de formato variável, geralmente pruriginosas e eritematodas FORMAÇÕES SÓLIDAS SEMIOLOGIA 2º BIMESTRE Luísa Lavall Dill – ATM 23 5 ® Pápulas: até 1cm de diâmetro, superficiais, bem delimitadas e de bordas facilmente percebidas • Formato: puntiformes, lenticuladas, acuminadas ou planas • Cor: da dor da pele, arroxeada ou castanha • Picada de inseto, leishmanoose e hanseníase ® Tubérculos: sólidas, circunscritos, e maiores de 1cm • Pode ser de consistência mole ou firme • A pele adjacente pode ser de cor normal, eritematosa, acastanhada ou amarelada • Ex:tuberculose, sífilis, tumores, esporotricose ® Nódulos (tamanho de ervilha), nodosidades e goma (formação maior): são formações sólidas localizadas na hipoderme mais perceptíveis pela palpação do que pela inspeção • Limites imprecisos • A consistência pode ser firme, elástica ou mole • Podem estar isoladas, agrupadas ou coalescentes • Dolorosas ou indolores • A pele adjacente pode ser de qualquer cor • Hanseníase, sífilis, furúnculo ® Vegetações: são sólidas e salientes • Formatos lobulares, filiformes ou couve-flor • Geralmente moles • Podem ser agrupadas em maior ou menor quantidades • Verrugas, sífilis, condiloma acuminado, neoplasias FORMAÇÕES SÓLIDAS ® Vesícula: lesões circunscritas da pele que contém líquido em seu interior, diâmetro limitado a 1cm • Varicela, herpes-zoster, queimaduras ® Bolha: diferencia-se da vesícula por ser maior que 1 cm de diâmetro, pode ter conteúdo purulento ou hemorrágico ® Pústula: é uma vesícula de conteúdo purulento • Varicela, herpes, queimaduras, acne pustulosa ® Abcessos: são coleções purulentas de proporções variáveis, flutuantes, de localização dermo-epidérmica ou subcutânea ALTERAÇÕES DA ESPESSURA ® Queratose: modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, que se torna mais consistência, dura e inelástica • Pode ser queratose palmar ou plantar • Exemplo: ictiose, queratodermia palmoplantar ® Espessamento e infiltração: aumento da consistência e da espessura, de limites imprecisos, depressível, menor visualização dos sulcos da pele. Exemplo: hanseníase virchowiana Herpes normal: lesões cutâneas em qualquer lugar do corpo Herpes zoster: lesões que acompanham o trajeto do nervo k SEMIOLOGIA 2º BIMESTRE Luísa Lavall Dill – ATM 23 6 ® Liquenificação: espessamento da pele com acentuação de estrias, lembrando uma rede (pele sendo vista pela lupa • A pele adjacente torna-se em geral castanho-escura • Exemplo: coçadura, eczemas liquenificados ® Esclerose: aumento da consistência da pele, dura e aderida aos planos profundas tornando difícil o pinçamento da mesma. • Exemplo: esclerodermia ® Edema: acumulo de líquidos no espaço intersticial, a pele torna-se lisa e brilhante ® Atrofias: geralmente por algum adelgaçamento da pele, tornando- a fina, lisa, translúcida e pregueada. Podem ser fisiológicas ou patológicas • Exemplo: estrias PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS ® Escamas: lâminas epidérmicas secas, que tendem ao desprendimento • Furfuráceas: dermatite ceborreica, caspa • Laminares • Foliáceas ® Erosão ou exulceração: desaparecimento da parte mais superficial da pele, atingindo apenas a epiderme • Traumática: escoriação • Não traumática: ruptura de outras lesões ® Ulcera: perda delimitada de estruturas que constituem a pele, atingindo a derme, e deixando cicatrizes • Exemplo: ulcera crônica, leishmaniose ® Fissuras ou rágades: perda de substâncias lineares, superficiais ou profundas e no causadas por instrumentos cortantes • Comprometem a derme e epiderme • Situam-se mais frequentemente em fundos de dobras ou ao redor de orifícios naturais (ânus) ® Crosta: ressecamento das secreções serosas, sanguíneas, purulentas ou mistas, recobrindo a área previamente lesada ® Escara: porção de tecido cutâneo necrosado resultante de pressão isolada ou combinado com fricção, a área modificada é insensível e separada da pele por um sulco • Paciente internado ® Cicatriz: reposição de tecido destruído pela proliferação de tecido fibroso • Podem ser róseo claras, avermelhadas ou escurecida • Deprimidas ou exuberantes (cicatriz hipertrófica e queloide) - Queloide: formação fibrosa, rico em colágeno, firme, róseo-avermelhado, bordas nítidas, pode ser espontâneo ou secundário á agressões a pele. MUCOSAS ® Examinadas a olho nu, sem auxilio de aparelhos, de preferencia com luz natural ® Conjuntiva ocular ® Mucosa labiobucal, lingual e gengival ® Coloração: róseo avermelhadas (normal) ® Umidade SEMIOLOGIA 2º BIMESTRE Luísa Lavall Dill – ATM 23 7 SITUAÇÕES PATOLÓGICAS ® Coloração ® Descoramento de mucosas: diminuição da cor róseo avermelhada, gerando palidez • Avaliação em até 4 cruzes • Sinal semiológico da ANEMIA • Os achados semiológicos não são suficientes para diferenciar o tipo de anemia ® Mucosas hipercoradas: acentuação da coloração normal • Indica aumento das hemácias naquela área (policitemia) • Geralmente associado a processos inflamatórios (conjuntivite, glossite, gengivite) e poliglobulias ® Cianose ® Icterícia ® Leucoplasia: áreas esbranquiçadas, podem ser salientes nas mucosas por espessamento do epitélio, diminuição da vascularização e/ou fibroesclerose da lâmina própria. No HIV aparecem áreas brancas na ponta a língua ® Umidade ® Em condições normais são úmidas, refletindo bom estado de hidratação FÂNEROS: CABELOS UNHAS E PELOS CABELO ® Tipo de implantação: varia de acordo com o sexo • Mulheres possuem implantação mais baixa, formando uma linha de implantação característica • Homens possuem implantação mais alta, com entradas laterais • Exemplos patológicos: hipogonadismo no homem, hiperprodução de androgênio na mulher ® Distribuição: uniforme quando há áreas sem pelos chama-se alopecia • Exemplo: calvície ® Quantidade: avaliar queda de cabelo ® Coloração: castanhos, pretos ou ruivos ® Outras: quebradiços, secos e sem brilho (mixedema, estados carenciais) PELOS ® Localizam-se nos folículos pilosebáceos ® Sinais semiológicos: hirsutismo ® Mulheres com pelos onde não deveriam ter, como barba e bigode) e hipertricose (excesso de pelo) ® Virilização: é o hirsutismo associado ao aumento do clitóris e aprofundamento da voz. UNHAS ® Formadas de células queratinizadas ® Avaliar. Forma ou configuração, tipo de implantação, espessura, superfície, consistência, brilho e coloração ® A unha normal forma um ângulo menor que 160°, apresenta apenas uma curvatura lateral nítida, a superfície é lisa, brilhante, tem cor róseo-avermelhada, a espessura e a consistência são firmes. ® Podem apresentar-se pálidas na anemia ® Leuconiquias: manchas brancas ® Unhas distróficas: rugosas, irregular ® Unhas de Plummer: parcialmente descoladas no leito ungueal ® Coloníquea: em colher