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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 3 SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 05 16 28 40 52 64 77 88 99 111 123 135 147 160 171 OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO: TEORIA NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO EVOLUIR PARA DESENVOLVER NO ATO DE ADMINISTRAR OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL EFEITOS CONTEMPORÂNEOS: ECONOMIA INDUSTRIAL TRANSAÇÕES FINANCEIRAS E ECONOMICAS PLANEJAMENTO ATRAVÉS DAS REDES COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL INTERNA ABRANGÊNCIA DO PLANEJAMENTO GESTÃO DE PROJETOS ADMINISTRATIVOS PERFORMANCE LABORAL E EFEITOS ÉTICOS ÉTICA COMPORTAMENTAL E EFEITOS SOCIAIS E EFEITOS DA MORAL ÉTICA E MORALIDADE ÉTICA PROFISSIONAL CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 INTRODUÇÃO Dentro dos estudos da Administração é de suma importância conhecermos sobre gestão de projetos, planejamentos, organização empresarial, comunicação e ética, pois administrar bem uma empresa não é uma tarefa tão simples como parece. Com a maturidade e a experiência, as pessoas aprendem que um dos conhecimentos mais importantes da vida é acostumar-se a considerar que o tempo tem prazo de validade. É preciso se dar conta de que ele não é infinito, por isso deve ser bem gerenciado, seja o tempo para negociar, para trabalhar ou para o lazer. Na criação de valores, é necessário verificar as diferenças de valores entre os negociadores. É importante explorar os interesses da outra parte e expressar quais são seus interesses. Feito isso, é necessário escolher o melhor caminho e, para tanto, é importante haver confiança entre ambas as partes. Nesse momento, deve haver um cuidado muito especial em relação aos problemas de interpretações, comunicação e também de concepções equivocadas. Para haver confiança e, por consequência, a criação de valor, é necessário superar as dificuldades inerentes ao processo de negociação. Outra questão que nem sempre é bem gerenciada é o tempo. Administrar o tempo é primordial para o sucesso ou para o fracasso da negociação. É comum os negociadores permanecerem em uma zona de conforto quando sabem que o tempo não é um problema, então à medida em que ele vai passando e a negociação não avança, períodos de tensão podem aparecer. Por essa razão, administrar o tempo é fundamental. Indivíduos que estão sob pressão tendem a não raciocinar com a serenidade que deveriam. Para finalizar a abordagem de ganho múltiplo, há a implementação e o monitoramento. Havendo confiança e o acordo estando firmado, é necessário verificar quais os recursos necessários para o cumprimento do combinado. Se tudo correr dentro da normalidade, a sequência estará no caminho certo, mas, se houver algum imprevisto, é necessário buscar uma solução em conjunto para o bem do relacionamento. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 AULA 01 OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO: TEORIA NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Olá Caro (a) Aluno (a), quando estudamos os primórdios da administração é preciso ter como foco que todas as estruturas que compõem a Administração dependem de um aprendizado sobre a Teoria Neoclássica, onde se aborda o controle atual das rotinas administrativas. A Teoria Neoclássica, também reconhecida como Escola do Processo Administrativo, Escola Operacional ou Abordagem Universalista da Administração. Ela toma como base a Teoria Clássica, em seu enfoque prescritivo e normativo da Administração. Entretanto, dois de seus principais autores, Harold Koontz e Cyril O’Donnell, caracterizam a Teoria Neoclássica dentro do desenvolvimento dos processos administrativos por meio dos objetivos e princípios organizacionais, da descrição de suas estruturas e capital humano e de suas práticas de trabalho. Para isso, utilizam como parâmetros para a otimização dos resultados a eficácia e a eficiência. Você vai ver que a Teoria Neoclássica tem extrema importância ao dar início à aplicação das funções de Planejar, Organizar, Liderar e Controlar, além da administração de RH, para sistematizar ações, processos e conceitos estruturais no propósito e no desempenho organizacionais. 1.1 O Início de uma Grande Teoria Com a Revolução Industrial, muitas mudanças surgiram em nossa sociedade; no meio empresarial, a principal delas ocorreu, justamente, na forma de administrar. Essas mudanças na forma de administrar foram evidenciadas nas primeiras abordagens sobre Administração, por meio do estudo das Teorias da Administração CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 Científica, Burocrática e Clássica – que tiveram grande importância em todo o desdobramento inicial em que foram desenvolvidas. Posteriormente, também foram apontadas pelas Teorias Neoclássica, Estruturalista, Comportamental, das Relações Humanas, dos Sistemas, do Desenvolvimento Organizacional e da Contingência, que construíram, no decorrer de seus estudos, os fundamentos da ciência e da arte de administrar. Tudo isso foi impulsionado por mudanças nas tarefas, nas estruturas, nos relacionamentos com as pessoas nas organizações, no ambiente corporativo e social, na competitividade junto ao mercado e nas novas tecnologias. Assim toda teoria precisa de um sistema de princípios, que requer definições claras. Os principais norteadores para o embasamento das teorias administrativas são os princípios prescritivos normativos e os princípios descritivos. Os princípios prescritivos normativos são aqueles que estabelecem e ditam as regras do que deve ser feito e de que forma deve ser feito. Os princípios descritivos são aqueles que descrevem o relacionamento entre as variáveis de controles geridos pela organização.1 Figura 01: Controle de uma Grande Teoria Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/01/25/10/45/businessman-3105871_960_720.jpg A aplicação desses princípios proporciona melhoria no entendimento, no desempenho da colaboração interna e na eficiência administrativa. Esses princípios são facilitadores na análise do trabalho executado, simplificando o treinamento dos trabalhadores; na busca do melhor conhecimento sobre a organização e tudo que possa ser instrumento para o aperfeiçoamento da prática administrativa; no planejamento das ações futuras; na idealização de novos controles; e no agrupamento das atividades diárias de trabalho. https://cdn.pixabay.com/photo/2018/01/25/10/45/businessman-3105871_960_720.jpg CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 A Teoria Neoclássica considera os princípios administrativos prescritivos e normativos como base de sustentação de uma empresa. São eles que formam as regras e princípios gerais de funcionamento, determinando parâmetros e normas de como osprocedimentos e ações devem ser tomados e executados nas organizações. Assim, deixam claro a todos como a organização deve funcionar. Os princípios descritivos também se somam a essa abordagem para compor os norteadores da Teoria Neoclássica. Eles analisam e explicam as organizações de forma descritiva, permitindo ao administrador ou gestor fazer a melhor escolha e decidir a melhor forma de agir, de acordo com o tipo de negócio, atividade, cultura, porte, equipes, problemas e situações diversas, tendo uma linha de atuação clara na forma de administrar. O desenvolvimento dos princípios administrativos por meio do aumento da eficiência do pessoal e dos recursos investidos poderá trazer um impacto positivo também na sociedade e em suas forças de atuação, seja nas universidades, seja em suas formas de governo, por exemplo. Esses esforços em construir princípios administrativos sólidos refletem a possibilidade do aperfeiçoamento contínuo da arte e ciência de administrar. 1.2 Fases do Processo Administrativo De acordo com Mato (2012), a base normativa e descritiva dos princípios administrativos desenvolve-se a prática das funções e as características básicas da Administração e dos elementos do processo administrativo. Os elementos do processo administrativo são os seguintes: • Planejar para determinar caminhos, metas e objetivos a serem seguidos, com foco nas ações que serão implantadas para alcançá-los e nas decisões tomadas. • Organizar para dimensionar e distinguir funções e ações que os indivíduos exercerão em uma organização. • Liderar para dirigir, inspirar, influenciar e conciliar as pessoas para colaborar e cumprir com as metas organizacionais e relacionais em equipes. • Controlar para mensurar e avaliar o desempenho individual e organizacional e assegurar que os resultados aconteçam efetivamente. • Administrar pessoal com enfoque nos resultados se integra à Teoria Neoclássica para preencher e manter funções e cargos na estrutura organizacional formal e na colaboração do trabalho em conjunto, cada um conhecendo os seus papéis e competências a desenvolver e o modo como suas funções e estruturas se inter-relacionam para um trabalho final eficaz. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 A cooperação entre as pessoas e suas multidisciplinaridades no exercício profissional, por meio das funções e cargos descritos em sua estrutura, somada à clareza de um propósito comum congregam ao objetivo único para atingir as metas organizacionais. Essa visão é o grande diferencial do que trata a Teoria Neoclássica, convergindo aos resultados práticos no dia a dia do trabalho. A palavra propósito, que traz seu significado do latim como “aquilo que eu coloco adiante”, traduz a busca de cada indivíduo de conquistar seu espaço, aprovação e sucesso no que almeja fazer. Ela também traz luz a um dos pontos de atenção dos administradores: a organização, para comunicar seus objetivos e difundi-los aos seus funcionários, na conquista conjunta, e harmônica, dos propósitos organizacionais interligados aos propósitos individuais de seu time. Peter Drucker, um dos pensadores da Administração, reconhecido como “o guru dos gurus da Administração”, popularizou seus estudos e experimentos administrativos ao concluir que os trabalhadores de uma empresa são os ativos mais valiosos dela Para ele, toda tomada de decisão deve ser levada até os níveis hierárquicos mais baixos possíveis na organização, por meio de pesquisas e ferramentas de coleta de dados, pois o centro de toda organização são os indivíduos que a formam e a fazem acontecer. A organização passa a ser compreendida também como um ente social, e não apenas um instrumento de lucro. Isso faz com que o administrador precise aprender a lidar com as pessoas. Esse pensamento teve início mais evidenciado nas práticas organizacionais na década de 1950, com a construção da Teoria Neoclássica por seus autores; ele ainda é desenvolvido em grande parte das organizações atuais. Na Teoria Neoclássica, o processo administrativo tende a tornar a Administração mais dinâmica, integrando os conceitos, princípios e técnicas relacionadas com a tarefa de administrar. A Escola do Processo Administrativo ou Escola Operacional, outros nomes atribuídos à Teoria Neoclássica reconhece a ciência e a teoria como um grupo central. Ela também recebe contribuições de várias outras escolas, como, por exemplo, a Teoria de Sistemas, os conceitos de qualidade e reengenharia, a Teoria da Decisão, as Teorias de Motivação e Liderança, os comportamentos individuais e coletivos, os sistemas sociais e cooperação, as comunicações. Também se utiliza da análise e de conceitos matemáticos para a medição de desempenho e resultados, filtrando, nesses casos, por aquilo que for aderente, mais útil e relevante para a Administração. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 1.3 Aplicabilidade No exercício prático da Teoria Neoclássica, uma empresa organizada depende de seu ambiente externo: o ramo a qual pertence, as inovações de mercado, o sistema econômico e a sociedade em que participa. Por esses canais de informação, ela recebe seus dados, transforma-os e devolve os resultados ao ambiente. Esses insumos podem ser, por exemplo, os consumidores que exigem produtos de qualidade e com bom preço o os funcionários que querem salários mais altos. Essa abordagem prática e operacional foi levantada no livro Princípios de Administração, de Harold Koontz e Cyril O’Donnell – um marco da Teoria Neoclássica. O livro expõe temas como administração, planejamento, organização, departamentalização, hierarquização, assessoria, recursos humanos, enquadramento de pessoal, direção, motivação, comunicação, liderança, técnicas de controle de qualidade; ele considera a forma de administrar como um processo de fazer e executar tarefas por meio de equipes diversas, porém com mesmo objetivo, enfatizando a grande importância das pessoas no cuidado, dedicação e excelência na entrega de seu trabalho. A partir dessa ideia, os autores desenvolvem os conceitos de eficiência e eficácia. A tarefa do administrador é interpretar insumos e respondê-los por meio de ações concretas, de maneira eficaz e eficiente, oferecendo respostas como: implantação de um programa de desempenho, de carreira, de meritocracia, de sucessão; busca de parcerias com novos fornecedores; implementação de SAC (Setor de Atendimento ao Cliente). Essas ações podem ser efetuadas pelo campo de observação e análise da eficácia e eficiência organizacional. Para a Administração, quando considerarmos as metas e os objetivos como fatores fundamentais na organização, seremos eficazes; mas, quando nos preocuparmos com o desempenho, o meio pelo qual alcançaremos os resultados, buscaremos a eficiência. Peter Drucker afirma que “fazer as coisas certas” é atingir a eficácia de uma ação ou atividade, e “fazer certo as coisas” é ter eficiência, sendo ágil na entrega da atividade ou tarefa, com baixo custo e qualidade. A eficiência está mais relacionada ao meio e recursos gastos, e a eficácia, aos resultados. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 Figura 02: Inovação X Administração Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/03/16/05/45/manager-2148233_960_720.jpg Nos processos administrativos, reflete-se sobre as estruturas de decisão e as atividades da empresa, além da forma como funcionam, que pode ser centralizada ou descentralizada. Os processos de centralização são as relações de poder nas tomadas de decisões. Já os processos de descentralização são as relações das atividades. Se as decisões são tomadas nos níveis mais elevados da administração (presidência, diretoria, gerentes), essa estrutura é centralizada no poder, na autoridade. Se as decisões são distribuídas por todosos níveis hierárquicos da empresa, essa estrutura é descentralizada. A centralização das decisões é comum nos modelos de gestão centralizada; os modelos de decisão descentralizados se relacionam com os modelos descentralizados. As formas mais comuns desses modelos de gestão e estrutura se dão pela departamentalização e os seus tipos de composição. Na visão de Oliveira (2009), departamentalizar denota uma demarcação de área, uma divisão ou um setor distinto de uma empresa, sobre o qual um administrador tem autoridade para desempenhar atividades específicas. Veja alguns tipos de departamentalização. • Funcional: agrupamento das atividades de acordo com as funções da empresa. • Territorial ou geográfica: as atividades são agrupadas por área ou território. Este tipo de departamentalização é utilizado em Vendas e Produção, normalmente em grandes empresas. https://cdn.pixabay.com/photo/2017/03/16/05/45/manager-2148233_960_720.jpg CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 • Por grupo de clientes: são agrupadas as atividades que mostrem interesse principal pelos clientes, normalmente com maior peso econômico. • Por produto: agrupamento de atividades de acordo com produtos ou linhas de produto, em especial em grandes empresas com diversas linhas de produtos. • Unidades Estratégicas de Negócio (UEN): áreas diferentes de uma mesma empresa são estabelecidas como unidades para assegurar que determinados produtos ou linhas de produtos sejam promovidos e dirigidos, com se cada uma fosse uma empresa, por exemplo, uma empresa química industrial de grande porte. A departamentalização é uma estrutura organizacional tradicional, dividida em diversos níveis hierárquicos e representada normalmente por organogramas. Esses organogramas demonstram graficamente a estrutura hierárquica de uma organização, seus elementos e a interligação das atividades na empresa. 1.3.1 Estruturas Organizacionais As estruturas organizacionais de âmbito global operam de forma mais específica, diferente das demais estruturas. Este tipo de estrutura depende de inúmeros fatores, como o grau de orientação, o compromisso e os pactos internacionais. Uma empresa pode internacionalizar sua operação, criando uma departamentalização internacional em seus escritórios centrais, liderados, por exemplo, por um gerente de produção. Nessas estruturas, os gerentes devem ser capazes de definir a estrutura de organização mais adequada para suas operações. Nas estruturas organizacionais, os níveis de autoridade nas relações existentes são visíveis. Segundo Ohann (2013), essa autoridade pode ser distribuída conforme o tipo, o porte ou negócio por exemplo. • A autoridade de linha: é a relação em que um superior exerce autoridade diretamente sobre um funcionário, submetido a sua responsabilidade. • A autoridade de staff: é a relação em que a posição identificada como staff é descrita como um suporte, uma assessoria ou um apoio à linha diretamente a ela designada. • A autoridade funcional: é quando se institui uma relação de delegação a funcionários ou departamento(s) sobre determinadas áreas, processos, práticas, ou alguma questão referente à atividade de outro departamento que não o que pertence. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 Quando em férias, o gerente delega sua função em um departamento comercial a outro funcionário, além das atividades que esse outro funcionário exerce. Essa transferência de poder e autoridade disponibiliza ao funcionário a possibilidade de tomada de decisão no período determinado, demandando deveres, obrigações e, principalmente, confiança em quem assume o papel delegado. Todas as estruturas apresentadas demonstram que as organizações necessitam de rotinas, essenciais para a contínua produção de suas atividades nas empresas. Os autores e estudiosos da Administração contribuíram com o desenvolvimento do pensamento administrativo na criação de normas, parâmetros, diretrizes, sistemas, processos, e na dinâmica de atuação das práticas das tarefas da organização. Com o decorrer das análises e constatações de resultados, percebe-se que a organização é um sistema aberto que opera dentro do ambiente e interage com ele. Por meio de seus funcionários, a organização traz influências externas para proporcionar maiores argumentos e experimentações na sua manutenção e crescimento. A Administração é considerada uma ciência, pois pode ser experimentada e explorada por meio dos estudos feitos. Ela também é considerada uma arte, pois tem o poder de transformar realidades organizacionais, individuais e de uma sociedade que se encontra em constante mutação, ainda mais com advento de inovações tecnológicas, comportamentos e metodologias de aprendizagem. A Teoria Neoclássica somou a Teoria Clássica à valorização do ser humano na organização e à medição do desempenho e dos resultados organizacionais de forma prática, proporcionando novos caminhos de estudos para possíveis novas teorias. O funcionamento de uma organização é algo complexo, pois cada empresa apresenta uma estrutura, partindo de seu tamanho, suas especificidades e ramo de atuação. Vários estudiosos e empreendedores têm buscado compreender melhor os estágios de vida de uma empresa, a fim de analisar o impacto que possuem em relação à obtenção dos objetivos almejados. Segundo Ohann (2013), as diferentes abordagens do ciclo de vida das organizações et al. descrevem padrões distintos para o desenvolvimento organizacional. Os autores destacam que o modelo de Kaufmann, apresenta o ciclo de vida das organizações, divido em quatro estágios de desenvolvimento. De acordo com Oliveira (2009), a empresa é concebida como organismo vivo e, no modelo proposto por Kaufmann, a cada transição dos estágios, isto é, infância, crescimento, maturação e renovação, passa por crises inerentes ao seu desenvolvimento: CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 • Infância: Refere-se ao nascimento da empresa. Pode ser constituída por um ou mais empreendedores que vislumbram uma oportunidade de negócio, reunindo talentos e recursos. Não há estrutura definida, assim como processos burocráticos. O empreendedor tem o poder decisório, concentrando-se na produção e nas vendas. • Crescimento: Caracteriza-se pela transição. Nesta etapa, a empresa deixa de pensar exclusivamente na sua sobrevivência e passa a dedicar seus esforços para o crescimento do negócio. Surge uma estrutura funcional, com definição de certas responsabilidades entre os colaboradores. • Maturação: Com o crescimento e amadurecimento da empresa, ocorre a diversificação de produtos e serviços. Existe uma estrutura hierárquica definida devido à complexidade das operações e aumento da burocracia. É necessário fomentar a cultura empreendedora, a fim de expandir novas oportunidades de negócios e preservar o espírito empreendedor. • Renovação: Na fase da renovação, a empresa já se encontra institucionalizada e apresenta todos os atributos para seu crescimento. Possui uma identidade definida e é reconhecida pela comunidade. Necessita promover a renovação dos seus objetivos, a fim de tornar-se competitiva e permanecer no mercado. Neste estágio, é fundamental analisar a estrutura organizacional a fim de otimizar recursos. As mudanças constantes no ambiente externo impactam diretamente o negócio da empresa, exigindo que as organizações estejam preparadas internamente para dar respostas rápidas às questões mandatórias. Renovação, atualização e agilidade são requisitos fundamentais à perpetuação das instituições e para que as mesmas atinjam seus objetivos. Os devem ser continuamente repensados devido à dinâmica objetivos organizacionais mercadológica. Esta impõe às empresas renovação constante e antecipação à concorrência. Isso se deve ao fatode que o consumidor está cada vez mais exigente, estabelecendo mudanças de paradigmas e sendo necessária reinvenção para atuar perante o mercado. O incentivo ao Intraempreendedorismo deve estar pautado nos objetivos organizacionais, de forma clara, acessível e estruturada. Em relação aos colaboradores de uma organização, estes são ativos intangíveis, ou seja, difíceis de serem mensurados e imprescindíveis na Sociedade do Conhecimento. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 O potencial de cada colaborador deve ser explorado, a fim de incentivar a ação em direção à atitude empreendedora. 1.3.2 Criação de Valores A administração Neoclássica e o empreendedorismo corporativo não se resume exclusivamente à inovação de novos produtos ou serviços, mas também de melhorias organizacionais que promovam maior produtividade à organização. Nesta perspectiva, Mato (2012), enfatiza que a inovação pode estar atrelada tanto a proposições mais sofisticadas para o mercado, quanto a propostas mais simples, como a reformulação de processos internos que conduza a resultados significativos. Agregar valor ao negócio é um grande desafio para tornar a empresa competitiva. A agilidade que as conexões propiciam, por exemplo, são essenciais para identificar novas oportunidades mercadológicas diferenciadas. Nesse sentido, as conexões em rede, através do uso das plataformas das mídias sociais que não geram custos, como o WhatsApp e Facebook, são de grande valia, pois aproximam a organização do seu público-alvo e possibilitam identificar demandas latentes. O potencial criativo existe em cada um de nós e precisa ser aguçado a todo o momento, muitas vezes com simples mudanças na nossa rotina. Existe o mito de que criatividade só existe em pessoas notórias que desenvolveram eventos extraordinários. Partindo desta perspectiva, já nos deparamos com pessoas que têm uma ideia altamente criativa e posteriormente identificam que a sua proposta foi implementada no mercado por outra empresa. Neste caso, percebemos que a gera a , ou seja, uma ideia necessita ser estruturada, de acordo inovação ação para resultados com os preceitos necessários à sua implementação. Diante desta perspectiva, podemos exemplificar o fato de muitas empresas ofertarem seus produtos e serviços com parceiros, denominados influenciadores digitais, que possuem credibilidade. Além de aumentar as vendas, impulsionam a marca da empresa. Em quaisquer parcerias adotadas, é fundamental que seja valorizada a premissa do ganha-ganha, ou seja, ganham todos os atores envolvidos no processo, gerando credibilidade. A qualidade também deve permear todo o processo, optar por fornecedores com o custo menor, sem avaliar a procedência dos insumos, por exemplo, pode afetar o negócio da empresa. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 Neste sentido, o termo resiliência organizacional tem sido muito difundido devido à instabilidade mercadológica que exige modificações constantes advindas das variáveis do contexto econômico, tecnológico, político, social e ambiental que impactam diretamente no negócio. Tornar uma situação adversa em uma oportunidade de aprendizado consiste em um grande desafio. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://goo.gl/roJ5p1 O Conselho Federal de Administração (CFA) é o órgão normativo da profissão de Administrador. Por meio de suas regionais, ele fiscaliza o exercício profissional, entre outras funções. Visite o site do CFA, disponível no link abaixo, e se atualize constantemente sobre as demandas da área. Vamos juntos conferir e aprender um pouco mais. ANOTE ISSO Na busca de atingir a sua meta, todo administrador deseja cumprir com êxito os objetivos da organização, aplicando os princípios administrativos e agregando valor para o negócio. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 AULA 02 EVOLUIR PARA DESENVOLVER NO ATO DE ADMINISTRAR Olá, caro (a) Aluno (a), as organizações devem prover um ambiente propício, a fim de estabelecer uma relação saudável entre o colaborador e o seu trabalho que, muitas vezes, é permeado por e pressão. Os stress empreendedores resilientes têm a capacidade de adaptação às circunstâncias contrárias por meio da capacidade de recuperação. Na prática, observamos pessoas que fiquem inertes em situações de forte pressão e outras encaram a circunstância como uma oportunidade de vencer a barreira apresentada. Na definição dos valores empreendedores, o comportamento resiliente deve ser incentivado, através da exposição de contextos adversos e de possíveis resoluções, primando pela flexibilidade para lidar com imprevistos. Nos momentos de crise, os empreendedores corporativos assumem papel de extrema relevância, podendo contribuir com a análise de oportunidades de novos negócios, a sugestão de ideias para a solução de problemas ou a proposição de cenários alternativos para a problemática apresentada. 2.1 Evolução da Teoria As empresas precisam frente às adversidades, pois para sobreviver e se destacar no mercado, reagir é preciso ser flexível e fortalecer o Intraempreendedorismo. É fundamental reiterar o propósito de atuar com maior velocidade, não permitindo que a instituição fique estagnada e perca o seu ímpeto de reação frente aos seus concorrentes. A implementação do intraempreendedorismo precisa ser continuamente monitorada, pois há diversos entraves que precisam ser identificados para que não haja problemas a sua manutenção no contexto corporativo. A cultura empreendedora é formada por valores e comportamentos que visam estimular a liberdade de inovar, incentivar a aprendizagem contínua e, principalmente, promover feedback, trazendo benefícios imensuráveis à organização. O incentivo não CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 pode surgir de forma fragmentada apenas quando a situação está caótica, mas de maneira contínua, com o intuito de criar o espírito empreendedor em quaisquer ocasiões. Nesta perspectiva, Mato (2012) destaca que o espírito empreendedor, presente na cultura da organização, deve influenciar a forma como a organização desempenha suas funções, pois o posicionamento empreendedor pode ter um impacto direto e positivo na sua atuação. Os entraves à manutenção do intraempreendedorismo corporativo são inúmeros, mas identificá-los é essencial para que haja melhoria constante no processo de estimulo à inovação. Muitas barreiras residem nas variáveis comportamentais, estruturas demasiadamente hierarquizadas, processos que geram retrabalho e recursos mal distribuídos ou escassos. As empresas que possuem estruturas com muitos níveis hierárquicos apresentam, em muitos casos, problemas relacionados à comunicação interna, à tramitação de processos, tornando a resolução dos problemas mais lenta. A flexibilidade é essencial para que haja à continuidade das atividades empreendedoras. A geração de novos projetos e ideias, com foco na produtividade, deve ser incentivada em toda estrutura organizacional. Os melhores resultados devem ser perseguidos, não enfatizando apenas os níveis gerenciais, uma vez que segregar a organização não é fruto da cultura empreendedora. A estrutura organizacional pode ser uma aliada à manutenção do empreendedorismo corporativo quando os valores institucionais estão ineridos no DNA da empresa, propiciando que os colaboradores desenvolvam seu potencial de realização. Figura 01: Busca pelo controle Organizacional Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2021/08/17/06/31/business-6552127_960_720.jpg https://cdn.pixabay.com/photo/2021/08/17/06/31/business-6552127_960_720.jpg CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 Os processos nas organizações sãofundamentais para a operacionalização das atividades, porém é comum nos depararmos com instituições com procedimentos desatualizados ou, até mesmo, não formalizados. Nesse sentido, o mapeamento é fundamental para institucionalizar os procedimentos e evitar o retrabalho, impactando na entrega de uma tarefa. Para entendermos melhor a importância dos processos, é válido ressaltar a diferença entre o conhecimento tácito e explícito. Os conceitos de conhecimento tácito e explícito são abordados na gestão do conhecimento: • Conhecimento tácito: Quando realizamos as atividades da forma que imaginamos ser a melhor, partindo da nossa experiência, nos referimos ao conhecimento tácito. • Conhecimento explícito: Enquanto o conhecimento explícito é registrado, como em forma de manuais, a fim de estabelecer uma referência para um determinado assunto. Nas organizações é importante que os processos sejam formalizados, a fim de nortear a realização das tarefas. Nas empresas, quando os processos são estruturados e explicitados é proporcionado o ordenamento das atividades. A tecnologia facilita a sua atualização constante disseminação por meio, por exemplo, da disponibilização na internet dos procedimentos que sofreram alterações. No fomento à inovação é fundamental que o empreendedor explore novos horizontes, possuindo liberdade para agir da sua própria forma, utilizando a sua experiência para desbravar novas oportunidades. A definição de processos, a partir de uma visão sistêmica, conduz a otimização de recursos e a agilidade no desenvolvimento das propostas. 2.2 Sistemas em Torno da Teoria Propostas que visam soluções corporativas ou a implementação de novos projetos inovadores podem ser prejudicadas quando há sistemas organizacionais que impedem ou inviabilizam a consecução de seu desenvolvimento. Definição de sistema: CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 Oliveira (2009, p.35) define sistema como “um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função”. a. Formas de atuação dos sistemas: Segundo Ohann (2013), enfatizam que as diversas formas de atuação dos sistemas permitem que as empresas conheçam o seu potencial interno, o objetivo é estarem preparadas para lidar com as influências do mercado externo altamente competitivo. b. Controles e flexibilidade no processo de inovação: Toda empresa necessita estabelecer controles, planejamentos, orçamentos, dessa forma, a flexibilidade é fundamental para que haja dinamismo no desenvolvimento do processo de inovação. c. Finalidade dos sistemas de controle: Os sistemas de controle têm como finalidade dar apoio à estrutura da organização, de forma integrada e coordenada, para auxiliar na tomada de decisão. Quando operam de forma opressora, tendem a engessar a estrutura organizacional, não incentivando a retroalimentação dos processos em busca da melhoria contínua. O que é impossível, hoje, pode vir a ser possível, em outra ocasião, quando há abertura e flexibilidade para a análise constante das demandas corporativas. Os são essenciais para nortear o rumo da organização, mas quando sistemas de planejamento são extremamente formais e rígidos tendem a perder a agilidade e, principalmente, a atualização. No panorama de mercado altamente instável devido às diversas mudanças, é fundamental planejar cenários com possibilidade de alterações, atualizando os objetivos para que a organização esteja atenta às novas demandas do contexto interno e externo. Concebendo a inovação como um dos principais elementos do intraempreendedorismo, é essencial que os planejamentos primem pela flexibilidade para incentivar novos rumos às rotas já definidas. As oportunidades surgem a todo o momento e fomentar o espírito de busca por novos horizontes é fundamental para que a organização esteja à frente da concorrência. Nos momentos de crise, os sistemas de orçamento tendem a ter a característica da rigidez, a fim de viabilizar a operação como um todo. É fundamental manter um frente às prioridades olhar atualizado que podem ser alteradas, pois projetos surgem e realocar recursos é de vital importância para consolidar uma proposta à organização. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 Os sistemas organizacionais precisam de flexibilidade para promover o desenvolvimento de práticas dinâmicas que visam atender, muitas vezes, cenários urgentes de mudança, como a alocação de recursos. 2.3 Recursos da Teoria Os recursos são considerados tangíveis quando mensurados por sua simplicidade de identificação, como o estoque; ou intangíveis, de difícil mensuração e julgamento, como, por exemplo, a criação de um novo produto. De acordo com Oliveira (2009), os recursos humanos, materiais e financeiros são fundamentais para que as organizações viabilizem as propostas empreendedoras e busquem a excelência nos resultados propostos. As pessoas são concebidas como principais ativos nas organizações. Estratégias devem ser desenvolvidas para que os valores empresariais prestigiem os objetivos pessoais em consonância com os objetivos empresariais. O grande desafio é colocar as premissas estabelecidas na prática. A atração e retenção de talentos é fundamental na perspectiva do intraempreendedorismo corporativo. Perder colaboradores, por não incentivar o estímulo à inovação, torna-se bastante dispendioso para as organizações, pois são necessárias pessoas talentosas para propor diferentes soluções para as demandas impostas pelo mercado. As iniciativas inovadoras devem ser valorizadas por toda a organização, estabelecendo estratégias que envolvam os colaboradores em , como o trabalho em equipes multidisciplinares propostas instigantes com o objetivo de estabelecer o networking e a troca de conhecimento. Figura 02: Planejamento Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/05/28/14/38/ux-787980_960_720.jpg https://cdn.pixabay.com/photo/2015/05/28/14/38/ux-787980_960_720.jpg CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 As aquisições de recursos materiais e financeiros são essenciais para a implementação de projetos e propostas inovadoras, mas é crucial apresentar retorno ao investimento das iniciativas apresentadas. Buscar novas formas de fazer negócios, como a consolidação de parcerias, é um requisito de muita relevância para inovar os processos operacionais. Os entraves ao corporativo devem ser mapeados manutenção do intraempreendedorismo e acompanhados para que não inviabilizem a filosofia de desenvolver internamente o espírito de inovação contínua. Mais uma vez, o papel da alta administração é essencial, a fim de garantir a agilidade e o dinamismo no percurso do desenvolvimento das atividades empreendedoras. As organizações que investem no intraempreendedorismo concebem o colaborador como agente de transformação. Neste sentido, é fundamental que o contexto corporativo propicie um ambiente favorável para que os intraempreendedores tenham liberdade de ação, alavancando a inovação, ou seja, vislumbrando novas oportunidades que agreguem valor ao negócio. O contexto do mercado requer que as empresas busquem de forma contínua a inovação, a fim de obterem vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes. Para entender melhor o ciclo de vida das organizações foi apresentado o modelo de Kaufmann, que aborda os estágios de desenvolvimento, da infância à renovação. Para manter-se vivo no negócio, é fundamental incentivar o intraempreendedorismo para propiciar a renovação do negócio, surgindo, assim, novas propostas inovadoras, agregadoras de valor e que solucionem problemas já existentes. Partindo desta perspectiva, a importância do colaborador investir na aprendizagem contínua é fundamental, pois promovea atualização do conhecimento e propicia a identificação de novas oportunidades pessoais e profissionais. O perfil mais requerido, no mercado, é de colaboradores que estejam atentos às mudanças e tenham proatividade para mudar situações adversas. As organizações têm investido na cultura do empreendedorismo, motivadas a buscar soluções que atendam às demandas internas e externas. A mudança de comportamento é essencial e, neste sentido, o colaborador deve buscar ser proativo, estar atento às novas oportunidades, buscar relacionamento com pessoas de outros setores e, principalmente, ter uma postura inquieta, em relação à atualização do conhecimento. As vantagens em investir no intraempreendedorismo são inúmeras, pois podem ser identificados talentos internos que conhecem a estrutura da empresa e, quando CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 incentivados, agem como se fossem o próprio dono do negócio. A retenção desses talentos requer estratégias, como por exemplo, a concessão de bônus salarial por projetos bem-sucedidos, oferecimento de cursos de aprimoramento, conceder feedback constante, demonstrar a possibilidade de crescimento na empresa. A inovação e a criatividade, conceitos indissociáveis são de extrema relevância no sentido de estimular o espírito empreendedor, transformando ideias em práticas relevantes à organização. Transformar uma boa ideia é essencial para apresentar propostas diferenciadas que agreguem valor à organização. O mercado é muito instável e a forma como a empresa vai enfrentar os desafios representa a sua resiliência à recuperação de situações adversas. O comportamento resiliente requer adaptação constante e deve ser incentivado no ambiente organizacional propício às mudanças. Diante desta perspectiva, é fundamental estar preparado às tempestades e para os momentos de bonança. Implementar e manter o intraempreendedorismo é um grande desafio. Reconhecer as dificuldades relacionadas, a estrutura engessada, os processos desatualizados, os sistemas que funcionam de forma opressora e recursos escassos ou mal direcionados são fundamentais para diagnosticar os entraves e redirecionar para os ajustes necessários. Sendo assim, o papel da alta direção é de extrema relevância no sentido de convalidar a filosofia do empreendedorismo corporativo. É verdade que a ideia de ser contra a administração parece sem sentido. Quando pensamos em alterar o mundo, normalmente cogitamos resolver problemas como preconceitos, explorações, destruição da natureza, dentre outros. Mas a administração parece ser simplesmente uma parte inerente do nosso mundo social. Ela constitui o que entendemos como mundo moderno. 2.3.1 Inovação dentro da Teoria As inúmeras inovações ocorridas ao longo do período da Segunda Revolução Industrial impulsionaram a produção nas fábricas e organizações e aumentaram a expectativa da população. A massificação do uso dos veículos a vapor, como barcos e locomotivas, provocou o encurtamento das distâncias e, com isso, a maior aproximação entre pessoas e empresas. Nesse sentido, o transporte das mercadorias passou a ser realizado em tempo mais curto, aumentando, assim, a necessidade de uma produção cada vez maior CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 para atender à demanda crescente. Ainda no início do século XX, houve a criação e o desenvolvimento dos motores elétricos, que ganharam adeptos em todo o mundo. A globalização e, principalmente, a internacionalização do capital desencadearam uma série de processos em todas as áreas do saber, causando grandes impactos tecnológico, social e econômico em todos os aspectos da vida da sociedade. Os processos de internacionalização do capital dessa época têm aparecido com grande destaque nas discussões e produções acadêmicas. Eles podem ser associados a múltiplos fenômenos aplicados às relações internacionais, o que gera diversos impactos nas áreas de economia, finanças, tecnologia, comunicação e gestão organizacional. As grandes indústrias começaram a ocupar o espaço deixado pelas organizações familiares. A produção passou a ser em maior quantidade e com melhor qualidade, atendendo, assim, aos anseios da população por maior consumo. Basicamente, as primeiras grandes indústrias eram formadas por manufatura de itens de consumo popular ou por mercadorias com diferencial marcante. Uma importante característica das primeiras grandes indústrias é que elas eram as responsáveis por produzir todos os componentes e todas as matérias-primas que compunham o produto final; assim, constituíam-se enormes complexos industriais. A Ford Motor Company, até pelo conjunto de inovações que apresentou no período, é uma grande indústria que surgiu nessa época. Ela foi a empresa responsável por criar “o conceito de linha de montagem, uma das principais contribuições do fordismo para o sistema de produção industrial, que algum tempo depois passa a ser utilizado para a produção de outros tipos de produtos” (CHIAVENATO, 2015, p. 59). Nesse sentido, a indústria automotiva é considerada um dos principais agentes de mudança, além de campo de testes, para as alterações no cenário industrial. A importância das grandes corporações é tão grande que é praticamente impossível estudar a teoria geral da administração sem passar pelo fordismo ou toyotismo. Esses dois termos foram cunhados para designar sistemas produtivos desenvolvidos na empresa norte-americana Ford Motor Company e na japonesa Toyota. Se, no século XIX, a Ford foi apontada como uma das empresas mais relevantes, no século XX, ganhou importância a montadora Toyota e outras empresas do ramo de tecnologia. A influência das grandes corporações, devido a seu tamanho e sua relevância, acabou favorecendo a criação de regras que garantiam vantagens às próprias empresas. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 A influência exercida por grandes indústrias se faz presente na vida econômica, na social e na definição das relações de trabalho das pessoas. É possível observar uma ação orquestrada de grandes empresas, que visam tornar seu ambiente de negócio mais propício para a maximização dos lucros. Em muitos casos, os objetivos dessas corporações acabam entrando em conflito com os objetivos da população, por isso, é importante ressaltar a relevância da figura do governo como agente intermediador dessa relação. O capitalismo sempre pregou a busca pelo menor custo e pelo maior lucro. Com isso, as empresas aumentam sua produção, em busca de melhores resultados comerciais. Outro fator que possibilita o alcance de lucros maiores é a venda no mercado internacional, o que favorece o processo de internacionalização dessas empresas. Somado às vantagens que, individualmente, as empresas obtêm ao ingressarem no mercado internacional, há o grande incentivo por parte dos governos, para que suas empresas se internacionalizem. Além de fortalecer a economia nacional, com maior geração de empregos, maior competitividade e promoção da marca do país mundo afora, quanto mais empresas nacionais estiverem internacionalizadas, fortalecidas no quesito exportação, maior será a entrada de moeda forte no caixa do governo. Dessa forma, as reservas internacionais tendem a aumentar, o que demonstra uma economia mais sólida, diante do instável mercado financeiro mundial. Com o fomento à internacionalização de empresas passando a integrar a política de estado de diversas nações, as multinacionais ganham enorme importância na definição das relações internacionais entre os países. Nesse contexto, o termo multinacional acabou ficando atrelado às empresas que atuam em diversos países a partir de uma base (matriz), e o termo transnacional tem um sentido mais amplo. Segundo Orlickas (2012, p. 87), “as empresas transnacionais,compreendidas na ideia de sua pátria e de distância de laços nacionais específicos, são atores que emergem com a globalização e desempenham papéis de muito poder e influência no cenário político internacional”. 1.3.2 Desempenho Organizacional A principal razão de se administrar uma organização é direcioná-la sempre rumo aos melhores índices de desempenho, competitividade e, consequentemente, a resultados financeiros, contudo, para que essa tarefa possa ser executada, é necessário identificar qual caminho a organização está trilhando. Compreender quais são as forças, fatores e CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 variáveis que justificam a busca das empresas pelo aprimoramento no seu desempenho organizacional é uma necessidade, representa um grande diferencial e assegura a permanência da empresa diante desse mercado cada vez mais competitivo. Diante desse cenário, surge uma questão importante: como realizar um diagnóstico organizacional e aplicar os resultados desse diagnóstico para melhorar os resultados organizacionais? A análise de desempenho organizacional leva em consideração as medições quantitativas e qualitativas dos resultados de uma organização, que precisa reconhecer o desempenho organizacional como um fator de sucesso perante a sua concorrência e padrões de mercado. Esse desempenho pode ser mensurado tanto dentro de um contexto histórico da própria organização como em comparação com resultados de outras organizações com processos similares, e em diversos ambientes em que ela está inserida, identificando seus resultados com base nessas comparações (OLIVEIRA, 2012). O conceito de estratégia recebeu grande valorização nos últimos tempos, em função da difusão do planejamento estratégico como ferramenta para definição das ações e aplicação dos recursos organizacionais, visando encontrar oportunidades, mercados, público e pela sua própria sobrevivência. Os índices setoriais são resultados das análises dos indicadores dos processos em um dado momento, ou seja, fornecem dados do exato momento em que são extraídos ou coletados. Os indicadores servem para traçar linhas de tendência de certos pontos de monitoramento, com a intenção de fornecer informações para as tomadas de decisão, como alertas de desvio do processo em relação à métrica estabelecida. Para se alcançar os melhores benefícios de inovação e aprimoramento nos resultados (o que toda organização almeja), é necessário compreender seus objetivos estratégicos, seus processos e suas atividades, bem como as influências que esta organização recebe do ambiente exterior. Essas ações são definidas por meio da execução do diagnóstico organizacional. Para que o diagnóstico seja executado, é fundamental realizar o planejamento, considerando todas as variáveis específicas da organização, bem como todas as particularidades que contribuem para os resultados. Os passos se iniciam com a definição das expectativas da direção e da alta gerência da empresa, conhecimento e alinhamento da visão, estratégia e indicadores de desempenho, para viabilizar a medição e a análise dos resultados atingidos pela organização e as relações com o uso dos recursos disponíveis, podendo chegar a um cenário atual realizado CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 e a um cenário ideal, esperado; como saída, obtém-se propostas de melhoria e de mudanças, para que se possa refletir sobre os resultados da empresa. Compreender o comportamento humano e como ele impacta no desempenho organizacional é um dever de todos que pretendem trabalhar com a gestão de empresas. Portanto, deve-se prestar o máximo de atenção na maneira como as pessoas se comportam no ambiente empresarial, bem como na forma como esse comportamento pode afetar os resultados da organização. As organizações são reconhecidamente sistemas complexos que demandam uma grande quantidade de recursos para funcionar. Dentre os recursos necessários, temos o fator humano, que possui grande importância, portanto é necessário que as organizações saibam conduzir a relação com seus colaboradores de forma transparente e eficiente. Compreender o comportamento humano acaba sendo uma tarefa multidisciplinar, sendo necessária uma série de conceitos para compreender como ele se desenvolve. Dentre os principais conceitos, podemos citar o estudo das percepções, a compreensão da motivação, das emoções, da aprendizagem e das atitudes. Todos devem ser analisados considerando-se ciências de diversas áreas, tais como sociologia, antropologia, economia e psicologia. A sociedade tem passado por profundas mudanças, as quais chegaram com força ao ambiente empresarial. Dos líderes das organizações do século XXI são esperados, além dos conhecimentos técnicos, comportamentos que sejam capazes de lidar com as novas demandas impostas pela nova realidade social. Se, no século passado, as máximas do custo mínimo e qualidade total foram repetidas à exaustão, podemos sugerir que, neste século, diversidade e inclusão devam se fazer cada vez mais presentes nos ambientes organizacionais. O gestor deverá sempre buscar incentivar a coletividade em vez do individualismo, pois, assim, poderá obter profícuos ganhos no desempenho de suas equipes. A organização, como ambiente vivo e dinâmico, necessita de interações sociais que somente são possíveis com a convivência coletiva de todos os seus membros. O sucesso do coletivo passa a representar o sucesso da organização, com isso, os indivíduos acabam suportando dificuldades pessoais para garantir o bem-estar do grupo, ou seja, há uma doação e um maior comprometimento de todos com o grupo e, consequentemente, com a organização e seus resultados. O clima organizacional é uma das principais formas de se compreender como as organizações geram os seus recursos humanos. Geralmente, empresas com um bom CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 clima organizacional oferecem uma série de benefícios aos seus empregados, mas não é só um robusto pacote de benefícios que torna o clima favorável nas organizações; hoje, há inúmeras outras formas de melhorar o ambiente de trabalho nas empresas. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://administradores.com.br/artigos/o-comportamento-humano-nas- organizacoes O comportamento humano é de extrema importância para definir como as organizações vislumbram as teorias da Administração, pois da base para um controle das atividades e suas manifestações organizações. Essa comparabilidade permite que as empresas conheçam pontos de melhorias em seu clima, bem como possibilita novas oportunidades para se apresentar ao mercado como uma empresa com boas condições para trabalho, o que ajuda na atração de novos talentos para seus negócios. Vamos juntos conferir e aprender um pouco mais. ANOTE ISSO A gestão do clima no ambiente organizacional não deve ser, em hipótese nenhuma, responsabilidade apenas do departamento de recursos humanos da empresa, mas partilhada por todos os gestores ou ocupantes de cargos de liderança. Somente assim será possível obter um bom clima em todas as esferas organizacionais. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 AULA 03 OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO Olá Caro (a) Aluno (a), desvendar a forma como funciona o pensar e agir das pessoas é uma atividade nada recente no contexto mundial. Diferentes teorias foram criadas tentando explicar e otimizar as relações interpessoais. Nesse caminho, no âmbito empresarial, estudiosos têm dedicado esforços para compreender o quanto e de que forma as interações sociais modificam os resultados de uma organização. Ao mesmo tempo, de forma prática, gestores elaboram e implantam melhores técnicas para desenvolvimento de uma cultura organizacionalsólida e um clima organizacional promissor para alcance de suas metas. 3.1 Planejamento da Globalização pelo uso da Cultura da Administração Com muita frequência, o termo cultura é utilizado para definir e nomear aspectos observáveis de um grupo de indivíduos. De acordo com o Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, essa palavra refere-se a um conjunto de conhecimentos, informações e valores adquiridos, que instruem o indivíduo, o grupo ou a sociedade, conforme uma perspectiva do processo de evolução. Nesse sentido, fica claro que todos buscamos um sentido em nossas atividades profissionais e a função dos líderes é justamente fazer com que seus liderados encontrem motivação e razões pessoais para oferecerem o melhor que podem a suas atividades laborais. Esclarecendo, dessa forma, que os resultados de uma empresa estarão intimamente ligados à forma com que o poder é exercido na organização e como os funcionários sentem essa influência que vem de seus gestores. Dessa forma, pode-se dizer que a liderança auxilia diretamente na eficácia empresarial e Inovação junto a globalização, já que fomenta o compartilhamento de significados e valores e interfere como um todo na gestão de equipes e na realização dos objetivos da equipe e da organização. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 No entanto, um líder deve, primeiramente, estar convencido dos objetivos estratégicos da organização, pois sua função é “vender” essa ideia a sua equipe para que todos aceitem as metas propostas e que possam concretizá-las. Existe uma conexão muito forte entre a forma com que os funcionários enxergam seus dirigentes e como serão suas atitudes perante a empresa. Mas, em contrapartida, as relações interpessoais não ocorrem apenas entre líderes e liderados, elas ocorrem também de maneira horizontal, entre funcionários, interferindo massivamente no clima organizacional. O indivíduo, além de ter um bom relacionamento com sua equipe e com seus gestores, também deve procurar fazer uma auto avaliação, para conhecer melhor seus limites e habilidades emocionais. A inteligência emocional, há muito, tem sido considerada uma importante ferramenta para o autoconhecimento, porque ela descreve as emoções e sentimentos vivenciados por cada ser humano, cada história de vida, as experiências e a compreensão dos relacionamentos construídos. As organizações profissionais não fogem dessa prerrogativa: cada uma delas tem uma forma e um determinado padrão para a tomada de decisões e que interferem massivamente na forma com que seus integrantes irão se relacionar. Mato (2014) afirma que as pessoas são as responsáveis pelo significado existencial das organizações, pois ao produzirem comunidades organizacionais, são criadas relações e interações psicossociais regidas por diversas culturas, e, que lhe irão conferir significados compartilhados e diversos. Segundo Ohann (2013), cada indivíduo traz para a organização um conjunto de características pessoais e experiências anteriores (tanto profissionais como pessoais) único e exclusivo. Dessa forma, ao considerar as pessoas que trabalham em suas empresas, os gestores devem compreender a perspectiva exclusiva que cada pessoa traz ao ambiente profissional e assimilar que tais traços farão a composição da cultura organizacional do ambiente. Figura 01: O caminho da Organização Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/08/26/09/58/geese-908291_960_720.jpg https://cdn.pixabay.com/photo/2015/08/26/09/58/geese-908291_960_720.jpg CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 Sabendo dessa grande interferência da forma de ser das pessoas em relação ao caminhar de uma empresa, Eugênio Carvalhal (2014), em suas análises, dividiu o ser humano em três níveis de singularidade: natureza humana, cultura e personalidade. Para ele, os impactos dos aspectos relacionais se manifestam nas relações interpessoais e intergrupais. Além disso, evoluem com a influência de fatores condicionantes culturais e se manifestam pela forma de ser de cada um. Para que a cultura organizacional seja relevante e que de maneira positiva traga frutos à empresa, os valores essenciais criados pelos gestores devem ser amplamente aceitos e, consequentemente, os envolvidos devem estar comprometidos a segui-los. Quanto mais forte é a cultura da empresa, maior é sua influência no cotidiano dos membros que compõe a organização. Assim, conceitos de missão, visão e valores estarão implícitos nas atividades e decisões de seus funcionários de forma funcional e efetiva. A cultura organizacional é algo vivo, em constante transformação, que acontece sem planejamento, mas que pode ser conduzido de maneira prática através do empenho dos gestores através do traçar de objetivos e ações. É considerada como algo complexo que depende tanto dos fatores internos à empresa como também dos fatores externos à ela. O que ocorre no ambiente a qual a organização está inserida também trará mudanças nos aspectos comportamentais e nos valores dos envolvidos. Sabendo disso, é válido afirmar que a cultura é uma somatória de aspectos culturais sociais e regionais. Dessa forma, pode-se concluir que a cultura organizacional vai muito além de sua definição. Ela inclui práticas formais e informais que, com o passar do tempo, vão se instalando e interferindo no comportamento dos indivíduos. O interesse em definir o quanto a cultura organizacional modifica os resultados empresariais é de longa data, mas nas últimas décadas o assunto tem se transformado em umas das principais pautas de estudos de cunho acadêmico e profissional. Para que seja possível o entendimento de como uma empresa funciona, deve-se primeiramente acolher o conceito de que ao mesmo tempo que sofre influências de seus gestores e funcionários, e que eles, por sua vez, também têm papel definitivo de como será a forma de existir da corporação. De encontro a isso, Oliveira (2009) propõem que o comportamento individual é resultante da interação contínua e multidirecional entre as características das pessoas e as características da situação. Eles denominam essa maneira de compreender o comportamento em ambientes organizacionais como perspectiva interacional. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 A vista disso, o tema tornou-se elemento importante de reflexão para gestores de diferentes ramos de atuação. Esse olhar surge ao passo que é comprovado e evidente que os valores e crenças impactam de maneira significativa na forma de agir das pessoas, além de influenciar também no desempenho econômico das organizações. Mato (2012) exemplifica este interesse da seguinte forma: a maioria dos gerentes é diretamente responsável pelo comportamento de uma equipe. Entre as iniciativas típicas decorrentes desse fato estão a motivação dos funcionários, a estruturação correta dos cargos, a solução de conflitos, a avaliação de desempenho e o auxílio aos funcionários para que estabeleçam metas e sejam recompensados. Para os autores, fica bastante claro o papel da direção e a forma de liderar na criação de uma cultura organizacional sólida. Contudo, para delimitar de maneira teórica e formal os preceitos e valores da organização, normalmente são criados documentos que englobam a missão e a visão da empresa, além de normas de conduta, visando oferecer uma postura social da organização frente aos seus integrantes. Esse documento é denominado código de ética empresarial. Comumente, são baseados em leis e geralmente tratam das relações internas dos funcionários. Também faz jus aos direitos trabalhistas e delimita as sanções em casos de práticas ilegais como corrupção, assédio sexual ou moral, dentre outras. Diante disso, é correto afirmar que cada empresa deve desenvolver seu próprio código, para que essa ferramentade fato expresse as diretrizes e traga resultados positivos à cultura organizacional da organização (MATO, 2012). 3.2 Diversidade Organizacional O mundo corporativo é um ambiente muitas vezes hostil à diversidade e suas nuances. Ao mesmo tempo, a diversidade traz à organização maiores possibilidades e melhores soluções. Trataremos, a partir de agora, das características e peculiaridades sobre esse importante tema. Como apresentado, as diferentes formas de compreensão da realidade, suas crenças e seus valores influenciam diretamente no contexto e nas relações das organizações, assim como as experiências individuais vivenciadas. Porém, o Brasil, um país de grande miscigenação racial e cultural ainda caminha a passos lentos quando se trata da diversidade cultural. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 Fica claro entender que somente existirá diversidade cultural em sistemas organizacionais quando a tratativa sobre a inclusão também for debatida. Assuntos advindos da diversidade cultural esbarram na formação dos valores e princípios empresariais. A forma com que a diversidade é encarada pelos gestores deve estar aparente aos seus subordinados. Ela deve, além de transparecer os designíos da corporação, também remeter às leis governamentais que regem essas questões. Identidade social é uma teoria formulada pelos psicólogos Henri Tajfel e John Turner em meados dos anos 1980. Eles definem como identidade social o desejo e conhecimento do indivíduo que pertence a um grupo, acrescido de significação e valor emocional através de características e desejos semelhantes a outros indivíduos. É um processo que normalmente ocorre com a formação das identidades na organização. Mato (2012), afirma que a identidade organizacional se refere à representação em um dado período de nossa história atrelada um determinado contexto social, que engloba características físicas, psicológicas, morais, jurídicas, sociais e culturais, resultando na definição da pessoa feita por ela mesma ou por outro. Sendo assim, a identidade social está interligada à necessidade de se obter uma imagem positiva e diferente do grupo próprio, o que transcende os limites da semelhança intergrupal no plano das comparações sociais relevantes, gerando satisfação. Entender o clima e de certa forma diagnosticá-lo é tarefa importante para empresas que desejam maximizar seus resultados com o capital humano. Para isso, é possível a realização de uma pesquisa sobre o clima organizacional de uma empresa. A pesquisa do clima organizacional é um instrumento que permite a identificação das necessidades organizacionais e do quadro de funcionários. Em síntese, pode-se dizer que é um levantamento sistemático das informações envoltas com a satisfação profissional. A medida que é possível analisar a satisfação ou insatisfação do quadro funcional e da estrutura organizacional, torna-se viável a proposta de estratégias direcionadas para que se solucione as dificuldades encontradas. Segundo Mato (2012), existem quatro dimensões que influenciam o ambiente das organizações. São elas: • Resistência à mudança: relacionamento com as mudanças. Colaboração dos funcionários para a implantação e adequação a um novo sistema; • Estresse: relacionamento com as ações do dia a dia. Amenizar o estresse com ações que visem ao bem-estar dentro das organizações; • Liderança: relacionamento entre líder e funcionário. Administrar pessoas, desenvolver a organização de forma eficaz e eficiente; • Motivação: relacionamento intrapessoal. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 A organização cria estímulos para motivar os funcionários (percepções). De acordo com Pacheco e Rodriguez (2019), no campo empresarial é fundamental motivar as pessoas em seus postos de trabalho. É essencial para empresas que buscam ser competitivas, já que o desenvolvimento da empresa e o alcance dos objetivos depende diretamente do capital humano e do trabalho em equipe. A motivação se compõe basicamente pelas necessidades, impulsos e incentivos, é o conjunto de razões que explicam os atos de um indivíduo. 3.3 Contexto Organizacional O clima organizacional é uma circunstância temporária concebida por meio dos significados construídos pelos indivíduos, que guiam suas decisões e ações no ambiente organizacional. Quando comparado à cultura organizacional, está cumpre um papel mais normativo, voltado ao compartilhamento de valores que fornecem uma identidade à organização e, consequentemente, favorecem uma maior capacidade adaptativa e de autodesenvolvimento interno e externo. Para Mato (2012), as organizações que de fato conhecem o clima concorrência, contam com elementos que subsidiam decisões para otimizar qualitativamente e quantitativamente suas atividades, a satisfação de seus colaboradores, os processos e organização de tarefas e, levando assim a um crescimento de seus resultados e melhor posicionamento no mercado. Figura 02: Controle das Organizações Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2021/08/29/19/13/business-6584073_960_720.png https://cdn.pixabay.com/photo/2021/08/29/19/13/business-6584073_960_720.png CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 De forma prática, muitos estudos são desenvolvidos para que se possa medir, analisar e quantificar o clima de uma empresa. Normalmente, esses estudos são baseados em questionários com sua formulação adaptada para que o funcionário sinta- se seguro em responder com verdade sem que sofra retaliações por suas opiniões. Segundo Mato (2012), os questionários para pesquisas de clima são constituídos de fatores/dimensões ou componentes do clima que será avaliado. Existe uma grande diversidade de fatores identificados por diferentes autores. Os principais elementos a serem observados são: estrutura organizacional, responsabilidade, comprometimento, políticas e práticas organizacionais, reconhecimento, apoio, comunicação e liderança. Em cima da análise realizada, as percepções individuais sobre o clima organizacional devem ser agregadas para refletir um atributo coletivo. Os resultados obtidos das análises mostram relações entre dimensões do clima e desempenho, satisfação no trabalho e taxas de absenteísmo da equipe (efeito invertido) e satisfação do cliente. A cultura organizacional é a união de valores, crenças e ideais que definem o modo como a empresa objetiva atingir suas metas. Esses elementos são compartilhados entre todos os membros que compõe a empresa, independente do cargo ocupado ou da hierarquia. Pode-se dizer que é um conjunto de ações e tomada de decisões que fundamenta a empresa como um todo, dando identidade e características próprias em comparação as demais. A cultura organizacional não é restrita à influência que sofre apenas do ambiente interno, ela se modifica continuamente também por influências externas, como polícias públicas, concorrência, leis, cultura local entre outros. É correto afirmar que a cultura organizacional exprime a forma de agir e pensar de seus dirigentes e de seus funcionários. É um fenômeno mutável que está em constante adaptação. Assim como as pessoas que a cada dia sentem-se e agem de diferentes formas, a cultura de uma empresa é modificada de tempos em tempos de acordo com seus integrantes. A cultura organizacional tem seu alicerce em oito pilares principais: valores, crenças, ritos, histórias, símbolos, linguagem, normas e comunicação. Dentre os valores, pode-se dizer que são aqueles que orientam como a empresa pretende alcançar seus objetivos e a forma com que ela será conduzida e, por esse motivo, dão identidade à organização. Nos dias atuais é sabido o quão importante é para uma organização investir no seu capital humano para que esta renda os frutos que CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIALPROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 os dirigentes almejam. Trabalhar a cultura organizacional, talvez seja a forma principal de fazer com que as pessoas envolvidas no processo empresarial se sintam satisfeitas no ambiente laboral e possam oferecer todas suas habilidades e competências. A diversidade cultural é um tema bastante trabalhado e discutido no mundo empresarial. A questão da inclusão também não deve ser esquecida. Aceitar a diversidade não se resume apenas a lidar com gêneros, cores ou orientações sexuais, mas principalmente respeitar ideias, culturas e histórias de vida diversas. Grandes corporações já entenderam que quanto maior a diversidade, mais proveitoso pode ser seus resultados considerando os recursos humanos. Um gestor que não entende as diferenças que existem entre todos não conseguirá extrair o melhor de sua equipe. Podemos refletir que o modo como a diversidade cultural pode auxiliar as empresas no cenário mundial. A diversidade de culturas proporciona às empresas um importante potencial miscigenador e criativo, pois induz a novas práticas e novas formas de se resolver questões. O clima organizacional deve considerar a cultura como a aceitação por parte dos líderes sobre a diversidade existente entre os funcionários. O sentimento de pertencimento é uma das formas em que a diversidade pode interferir no bom caminhar de uma corporação. Todos somos diferentes e todos temos nossas questões e valores pessoais, porém o sentido e a busca pelo pertencimento é algo que compartilhamos. O indivíduo procura enquadrar-se a um determinado grupo social, possuindo características e desejos semelhantes aos de outros indivíduos. Sentir-se aceito pode agregar maior satisfação em seu ambiente profissional e otimizar seus resultados. Assim compreende-se clima organizacional como um conjunto de propriedades quantificáveis do ambiente de trabalho de forma direta ou indireta. Dessa forma, clima organizacional pode ser considerado o indicador de satisfação dos membros de uma empresa, considerando diferentes elementos da cultura ou realidade da organização. É comum pensar que o clima organizacional é criado pela direção e apenas transmitido aos funcionários em forma de ações e tomada de decisões. Contudo, esse olhar é equivocado. O clima organizacional advém também de seus funcionários e da forma com que são tratadas as normas e diretrizes de uma empresa. A bagagem pessoal que cada um carrega com seu histórico pessoal e profissional e o modo de ser também modificam o clima de uma empresa. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 Dessa forma, conclui-se que o clima organizacional é de responsabilidade compartilhada entre os gestores e seus funcionários. Segundo Oliveira (2009) atestam que as organizações hoje em dia buscam investir o seu capital humano como um meio de crescimento organizacional. Para isso, seus colaboradores devem estar profundamente alinhados com as metas e visões da organização, o que requer uma mudança na postura de gerenciamento. Em cima dessa prerrogativa, é possível concluir que a cultura organizacional, a aceitação da diversidade, a inclusão e o clima organizacional interferem massivamente no sucesso empresarial, pois não existem empresas que não dependam de pessoas, independente do porte ou dos objetivos a serem conquistados. Pessoas possuem histórias, personalidade, habilidades e competências, exclusivas e únicas e, com certeza, trarão melhores resultados quando sentirem satisfação naquilo que fazem, na forma com que desempenham suas funções e em suas relações interpessoais. 3.4 Contribuições Importantes O mundo está em constante transformação. Esse sentido de mudança contínua faz com que repensemos como somos, como agimos, no que acreditamos, o que desejamos e como são delimitadas nossas relações interpessoais. Como consequência, será necessário reformular as organizações, suas estruturas, seu funcionamento e sua filosofia de atuação, de modo a colocar o ser humano como foco de atenção. Tais mudanças refletem as relações de poder presentes na sociedade. Compreender o que é poder e como ele afeta a vida e a forma de ser dos indivíduos tem sido pauta de estudos teóricos há mais de 500 anos. Nicolau Maquiavel, em seu livro intitulado O príncipe, publicado pela primeira vez em 1532, foi um dos precursores na tentativa de delimitar o que é poder e como ele influencia uma sociedade. Na obra, o autor abordou temas polêmicos que analisavam o Estado e suas características, descrevendo como funcionam os pilares da sociedade. Essa obra carregada de análises críticas fundamentou e definiu a política e o pensamento moderno. Até hoje, este livro é concebido como um verdadeiro guia sobre as relações de poder e soberania. Ao abordar o poder nas organizações, Oliveira (2009), através dos estudos de Mintzberg, evidenciaram cinco bases principais de poder. São elas: controle de recursos, CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 competência ou habilidade técnica, corpo de conhecimentos críticos, prerrogativas legais e acesso aos poderosos. • Controle de recursos: trata-se do controle dos insumos básicos (dinheiro, materiais, tecnologia, apoio de clientes, tecnologia, pessoal, apoio de clientes, de fornecedores e da comunidade como um todo); • Competência/habilidade técnica: são os especialistas. Pessoas com conhecimentos específicos passam a deter o poder diante dessa diferenciação e autonomia do conhecimento. Quanto mais especializados e mais escassa for a existência de indivíduos com essas habilidades específicas, mais poder terão aqueles que as possuírem; • Corpo de conhecimentos críticos: controle de informações. Detentores de informações de diferentes setores podem influenciar o comportamento dos demais; • Prerrogativas legais: consiste nos direitos da organização decorrentes de leis que regulam a vida social. A legislação é um forte influenciador externo que interfere indiretamente no poder dos influenciadores internos (detentores formais do poder – dirigentes); • Acesso aos poderosos: uso de habilidades políticas. A proximidade e o acesso a informações dos dirigentes pode ser decisivo na influência aos subordinados. Com base nisso, fica evidente que não existe uma forma legítima e exclusiva de poder. Várias são as facetas da influência, tanto para os líderes quanto para seus liderados. É muito comum, em textos que abordam o tema, notar que os estudiosos utilizam o termo influenciadores para definir aqueles que detêm o poder. Essa escolha ocorre, sobretudo, porque detentores de poder, de fato, influenciam os demais participantes de um determinado grupo. Como visto, o poder é expresso de formas diferentes e atua nas diversas relações sociais existentes no mundo cotidiano: nas relações pessoais, na política, na religião, na cobrança de impostos, dentre outros. Assim, ao considerarmos a relação existente entre aquele que lidera e aquele que é liderado, evidencia-se uma relação de poder, já que o influenciador pode indicar ou determinar as ações do influenciado. CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 Existem três formas básicas que reúnem e integram os conceitos principais do que pode ser definido como poder: 1. Econômico: é exercido por quem se vale da posse de bens, necessários numa situação de escassez, para induzir aqueles que não os possuem a certo comportamento (trabalho). Quanto maior o poder econômico de um indivíduo, nação ou empresa, maior será sua influência sobre os demais. 2. Ideológico: formado por ideias expressas por um indivíduo que possua autoridade. Nesse caso, considera-se que o poder não existe de forma concreta e palpável. Ele advém da relação ideológica entre os indivíduos de uma sociedade. 3. Político: os conceitos