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81UNIDADE IV Macroeconomia
A demanda de moeda para fins de precaução é explicada pela necessidade de 
dinheiro que as pessoas têm para cobrir despesas imprevistas em caso de emergências. 
Keynes acreditava que a demanda de moeda para fins de precaução variava positivamente 
com o aumento da renda.
A demanda de moeda para fins de especulação consiste na manutenção de dinhei-
ro ocioso por parte das pessoas na expectativa que as taxas de juros subam. Se as taxas 
de juros estão baixas no presente e há a expectativa de que elas subam no futuro, muitas 
pessoas, ao invés de comprarem um ativo financeiro que rende juros, preferirão manter sua 
riqueza na forma de moeda (fenômeno denominado por Keynes de preferência pela liqui-
dez), esperando para fazerem aplicações quando a taxa de juros efetivamente aumentar.
A taxa de juros tem um papel estratégico nas decisões dos mais variados agentes 
econômicos. Ao nível das empresas, as decisões dos empresários quanto à compra de 
máquinas, equipamentos, aumentos ou diminuição de estoques, de matérias-primas ou 
de bens finais, e de montantes de capital de giro, serão determinadas não só pelo nível 
atual, mas também pelas expectativas quanto aos níveis futuros das taxas de juros. Se as 
expectativas quanto à trajetória das taxas de juros se tornarem pessimistas, os empresários 
deverão manter níveis baixos de estoques e mesmo de capital de giro no presente, uma 
vez que o custo de manutenção desses ativos poderá ser extremamente oneroso no futuro. 
O nível da taxa de juros também vai afetar as decisões de investimento em bens de capital 
(máquinas, por exemplo): se as taxas estiverem elevadas, isso inviabiliza muitos projetos 
de investimento, e os empresários optarão por aplicar seus recursos no mercado financeiro.
Os consumidores, por sua vez, exercerão um maior poder de compra à medida que 
as taxas de juros diminuírem, e o contrário, se as taxas de juros aumentarem. Desse modo, 
se as autoridades governamentais optam por uma redução do nível da demanda, a taxa de 
juros tem um importante papel, pois a determinação de seu patamar acabará por influenciar 
o volume de consumo, notadamente de bens de consumo duráveis, por parte das famílias. 
Além de representar um aumento do custo do financiamento de bens de consumo, taxas 
de juros elevadas acarretam também uma diminuição no consumo, porque as pessoas 
passam a preferir investir em caderneta de poupança, e dirigem sua renda não gasta para 
auferirem receitas financeiras (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008).
A fixação da taxa de juros doméstica, por outro lado, está relacionada com a de-
manda de crédito junto aos mercados financeiros internacionais. Se, por exemplo, tudo o 
mais constante, a taxa de juros no Brasil se tornar relativamente mais elevada do que a taxa 
praticada nos Estados Unidos, haverá uma maior demanda de crédito externo por parte das 
empresas brasileiras comparativamente à situação anterior; o contrário se observará se a

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