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História II -24

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Aula 29 – Guerra Fria (Parte 1) 
 
 
 
 
 
135 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra, movimentos como o 
Maio de 1968 ou a campanha contra a Guerra do Vietnã 
culminaram no estabelecimento de diferentes formas de 
participação política. Seus slogans, tais como “Quando penso em 
revolução quero fazer amor”, se tornaram símbolos da agitação 
cultural nos anos 1960, cuja inovação relacionava-se 
a) à contestação da crise econômica europeia, que fora provocada 
pela manutenção das guerras coloniais. 
b) à organização partidária da juventude comunista, visando o 
estabelecimento da ditadura do proletariado. 
c) à unificação das noções de libertação social e libertação 
individual, fornecendo um significado político ao uso do corpo. 
d) à defesa do amor cristão e monogâmico, com fins à reprodução, 
que era tomado como solução para os conflitos sociais. 
e) ao reconhecimento da cultura das gerações passadas, que 
conviveram com a emergência do rock e outras mudanças nos 
costumes. 
 
Questão 05 
Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim 
da União Soviética, não foram um período homogêneo único na 
história do mundo. (...) dividem-se em duas metades, tendo como 
divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história 
deste período foi reunida sob um padrão único pela situação 
internacional peculiar que o dominou até a queda da URSS. 
(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras, 1996) 
 
O período citado no texto e conhecido por "Guerra Fria" pode ser 
definido como aquele momento histórico em que houve 
a) corrida armamentista entre as potências imperialistas europeias 
ocasionando a Primeira Guerra Mundial. 
b) domínio dos países socialistas do sul do globo pelos países 
capitalistas do Norte. 
c) choque ideológico entre a Alemanha Nazista/União Soviética 
Stalinista, durante os anos 30. 
d) disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente 
e as potências orientais, como a China e Japão. 
e) constante confronto das duas superpotências que emergiam da 
Segunda Guerra Mundial. 
 
Questão 06 
Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos 
jornais era o que tratava da moeda única europeia. Leia a notícia 
destacada a seguir. 
O nascimento do Euro, a moeda única a ser adotada por onze 
países europeus a partir de 1 de janeiro, é possivelmente a mais 
importante realização deste continente nos últimos dez anos que 
assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reunificação das 
Alemanha, à libertação dos países da Cortina de Ferro e ao fim da 
União Soviética. Enquanto todos esses eventos têm a ver com a 
desmontagem de estruturas do passado, o Euro é uma ousada 
aposta no futuro e uma prova da vitalidade da sociedade europeia. 
A "Euroland", região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, 
Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e 
Portugal, tem um PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a quase 
80% do americano, 289 milhões de consumidores e responde por 
cerca de 20% do comércio internacional. Com este cacife, o Euro 
vai disputar com o dólar a condição de moeda hegemônica. 
(Gazeta Mercantil, 30/12/1998) 
 
A matéria refere-se à "desmontagem das estruturas do passado" 
que pode ser entendida como 
a) o fim da Guerra Fria, período de inquietação mundial que dividiu 
o mundo em dois blocos ideológicos opostos. 
b) a inserção de alguns países do Leste Europeu em organismos 
supranacionais, com o intuito de exercer o controle ideológico no 
mundo. 
c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia levando à 
polarização ideológica da antiga URSS. 
d) a confrontação dos modelos socialistas e capitalista para deter o 
processo de unificação das duas Alemanhas. 
e) a prosperidade as economias capitalistas e socialistas, com o 
consequente fim da Guerra Fria entre EUA e a URSS. 
 
Questão 07 
A divisão da Alemanha entre os Aliados, no final da Segunda 
Guerra Mundial (1939-1945), expressa a relação entre as disputas 
políticas e a definição de fronteiras territoriais. 
 
Considerando as tensões europeias nessa circunstância, conclui-
se que a 
a) zona de influência francesa em território alemão pretendia pôr 
fim ao revanchismo entre esses países, presente desde o Tratado 
de Versalhes. 
b) intervenção aliada desejava controlar os desejos expansionistas 
alemães, sustentados pela permanência da propaganda nazista. 
c) atuação dos ingleses na partilha das zonas alemãs visava apoiar 
a presença soviética na região do Leste Europeu. 
d) constituição das zonas de influência na Alemanha expunha o 
temor europeu em relação aos interesses nacionalistas que 
agitavam os Bálcãs. 
e) criação da República Democrática Alemã e da República 
Federal Alemã expôs a força política soviética e norte-americana 
no Continente Europeu. 
 
Questão 08 
Os anos posteriores à Segunda Guerra Mundial foram tensos entre 
as grandes potências mundiais. Considerando-se a Organização 
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Pacto de Varsóvia, 
criados nesse período, é correto afirmar que: 
a) A OTAN visava a apaziguar os conflitos relacionados à divisão 
da cidade de Berlim, bem como a proteger os países sob sua 
influência econômica das ameaças de invasão externa e de 
conflitos militares. 
b) Ambos desenvolveram políticas que incentivaram a chamada 
Corrida Armamentista, que, durante o período da Guerra Fria, 
colocou o Planeta sob a ameaça de uma guerra nuclear. 
c) Ambos foram estabelecidos, simultaneamente, para defender os 
interesses dos países que disputavam, após a Segunda Guerra, 
uma reordenação dos espaços europeu e americano. 
d) Os países signatários do Pacto de Varsóvia se aliaram e, para 
defender seus interesses financeiros, formaram um bloco 
econômico, a fim de competir com a Alemanha, a Inglaterra e os 
Estados Unidos. 
 
Questão 09 
Sobre o período denominado "Guerra Fria", da segunda metade do 
século XX até a Queda do Muro de Berlim, em 1989, é correto 
afirmar que: 
 
a) Destacou-se como período de tensão entre duas potências, os 
EUA e a China democrática, na disputa pelo controle da economia 
mundial. 
b) Desencadeou a descolonização de países na África, Ásia e 
 
 
 
 
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América, até então domínio dos impérios europeus. 
c) Caracterizou-se pela bipolaridade nas relações internacionais 
com a hegemonia de sistemas antagônicos - o capitalista dos EUA 
e o comunista da URSS. 
d) Deu-se sob o signo do terrorismo das armas nucleares, 
monopólio da URSS contra os países do Leste europeu, com vistas 
à expansão e conquista da Europa ocidental. 
e) Foi marcado pelo papel da União Europeia em oposição à 
política externa dos EUA no Oriente Médio, sob a égide do 
terrorismo internacional. 
 
Questão 10 
O "Muro de Berlim" foi construído em 1961 e derrubado em 1989. 
Sobre ele, é possível dizer que 
a) tinha o mesmo objetivo do muro que os Estados Unidos 
pretendem construir em sua fronteira com o México: impedir a 
imigração ilegal de ocidentais, interessados nos benefícios do 
socialismo. 
b) provocou a divisão da Alemanha em duas partes, com o 
surgimento, a leste, da Alemanha Democrática (ou Oriental) e da 
Alemanha Federativa (ou Ocidental), a oeste. 
c) desempenhava a mesma função do muro que Israel está 
construindo na Palestina: evitar a entrada de terroristas em seu 
território e aumentar a segurança do Estado e da população. 
d) foi destruído pelas tropas soviéticas quando tomaram Berlim ao 
final da Segunda Guerra Mundial, derrotando o nazismo e 
obrigando a Alemanha a se tornar socialista. 
e) simbolizou a divisão do mundo durante a Guerra Fria, separando 
em dois a cidade de Berlim e estabelecendo contraste entre o 
mundo capitalista e o mundo socialista. 
 
Questão 11 
 
 
A charge,de autoria de Belmonte e publicada em 20 de agosto de 
1946, apresenta Truman e Stálin como jogadores e o mundo como 
a bola em jogo. Através desse desenho, o autor procurou 
expressar: 
 
a) a importância que os esportes em geral adquiriram no contexto 
da ordem internacional bipolarizada. 
b) a disputa entre as duas superpotências querendo assegurar sua 
hegemonia no cenário internacional. 
c) os interesses políticos presentes nos torneios de futebol, 
principalmente naqueles de caráter internacional. 
d) a preocupação das principais lideranças no sentido de se 
garantir um equilíbrio de forças na esfera global. 
Questão 12 
"A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade 
mergulhava no que se pode encarar, razoavelmente, como 
Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito peculiar. Pois 
como observou o grande filósofo Thomas Hobbes, "guerra consiste 
não só na batalha, ou no ato de lutar: mas num período de tempo 
em que a vontade de disputar pela batalha é suficientemente 
conhecida" (Hobbes, capítulo 13). A Guerra Fria entre EUA e 
URSS, que dominou o cenário internacional na segunda metade do 
Breve Século XX, foi sem dúvida um desses períodos." 
(Hobsbawm, Eric. "Era dos Extremos, o breve século XX -1914-1991", São Paulo, 
Cia das Letras, 1995.) 
 
Com relação ao período conhecido como Guerra Fria, verificamos 
que: 
a) a humanidade vivia sob constante ameaça de uma guerra 
nuclear, em que dois países decidiriam o destino do mundo. 
b) o bloco socialista sempre defendeu o desarmamento, apesar da 
rivalidade entre as duas potências. 
c) o texto fez referência a uma Terceira Guerra Mundial, porém o 
bloco capitalista nunca interferiu na política latino-americana. 
d) ao longo do século XX, não se observaram movimentos 
contestatórios à bipolarização. 
e) o mundo assistiu passivamente à disputa entre as duas 
potências, portanto não podemos concordar com a ideia de a 
Guerra Fria ser um fenômeno mundial. 
 
Questão 13 
Leia os trechos da mensagem do presidente Harry Truman, dos 
Estados Unidos da América, ao Congresso, em 1947. 
No momento atual da história do mundo quase todas as nações se 
veem na contingência de escolher entre modos alternativos de 
vida. E a escolha, algumas vezes, não é livre. Acredito que a 
política dos Estados Unidos deve ser a de apoiar os povos livres 
que estão resistindo à subjugação tentada por minorias armadas 
ou por pressões vindas de fora. Acredito que precisamos ajudar os 
povos livres a elaborar os seus destinos à sua maneira. (...) Se 
fraquejarmos em nossa liderança, poderemos pôr em perigo a paz 
do mundo e poremos seguramente em perigo o bem-estar da 
nossa nação. 
(Ricardo de Moura Faria e outros. "História". 
Belo Horizonte: Lê, 1993. p. 366-7) 
 
Os princípios contidos na mensagem serviram como justificativa 
para que o governo dos Estados Unidos da América 
a) ajudasse, militar e economicamente, a luta de independência 
dos países africanos e asiáticos. 
b) contribuísse para a proliferação de governos democráticos em 
todo o continente americano. 
c) desse continuidade à política intervencionista visando garantir 
sua hegemonia no mundo. 
d) reconhecesse os direitos políticos e a liberdade de expressão 
dos cidadãos do seu próprio país. 
e) desencadeasse uma política de pacificação e ajuda econômica 
no Oriente Médio. 
 
Questão 14 
"O aspecto mais marcante da ordem geopolítica bipolar foi a 
chamada Guerra Fria. Ela consistiu simultaneamente numa disputa 
e numa conivência entre Estados Unidos e ex União Soviética. Foi 
uma disputa tanto político-militar e econômica como diplomática, 
cultural e ideológica. Pode-se dizer que ela representou uma 
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espécie de prolongamento da Segunda Guerra Mundial, só que 
sem as batalhas, sem os conflitos militares diretos." 
(VESENTINI, José William. "A nova ordem mundial". São Paulo: Ática, 1995, p.12.) 
 
A partir da leitura do texto, pode-se compreender que a ausência 
de conflitos militares diretos entre as duas superpotências significa 
que: 
a) a competição econômica neutralizou os conflitos militares 
durante os anos da Guerra Fria. 
b) as disputas militares ocorreram de forma indireta em outros 
países, como os do Terceiro Mundo. 
c) a ideia de democracia presente na ideologia capitalista e na 
socialista impediu a eclosão de movimentos militares. 
d) a paz predominou no mundo a partir do pleno funcionamento 
das relações diplomáticas. 
e) o progressivo desarmamento no planeta ocorreu com o fim da 
Segunda Guerra Mundial. 
 
Questão 15 
Leia esta notícia de primeira página da Folha de S. Paulo de 
20/08/61: 
MOSCOU REJEITA OS PROTESTOS DOS ALIADOS SOBRE A 
CRISE DE BERLIM. 
(...) o Kremlin 'compreende e apoia plenamente o fechamento 
“temporário” da fronteira, ordenado pelo governo comunista alemão 
(...) 
 
(...) Uma boa parte da resposta soviética está dedicada a reafirmar 
que a zona oriental de Berlim procura fechar o caminho às 
atividades subversivas empreendidas, da zona ocidental, contra a 
República Democrática Alemã e os demais países da comunidade 
socialista." 
 
Sobre o contexto histórico, ao qual se refere a notícia, é correto 
afirmar que: 
I. A divisão da Alemanha em duas se deu alguns anos após a 
ocupação pelos Aliados, já no período da Guerra Fria. 
II. A República Federal Alemã era um país socialista e a República 
Democrática Alemã era capitalista. 
III. Berlim Oriental pertencia à Alemanha socialista e Berlim 
Ocidental pertencia à Alemanha capitalista. 
IV. A comunidade socialista era integrada por países do Leste 
Europeu. 
 
Estão corretas 
a) II e III, somente. 
b) II e IV, somente. 
c) I, II e IV, somente. 
d) I, III e IV, somente. 
e) I, II, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A GUERRA FRIA (PARTE 2) 
A DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA 
Durante a Guerra Fria, os países afro-asiáticos conseguiram se libertar do domínio colonial europeu. A esse processo dá-se o nome de 
“descolonização”. Com o esfacelamento dos impérios coloniais europeus, novos países surgiram, alterando a geopolítica internacional. 
Entre os principais fatores que estimularam a descolonização, destacam-se: 
• o enfraquecimento das potências europeias após a Segunda Grande Guerra, que 
comprometeu sua capacidade de reagir aos movimentos de libertação colonial; 
• a eclosão de uma onda nacionalista afro-asiática que estimulou a luta pela independência 
nas colônias; 
• o interesse das superpotências (EUA e URSS) em ampliar seu raio mundial de influência, 
o que resultou no apoio das mesmas aos movimentos de descolonização; 
• a criação da ONU (1945), que passou a defender o direito dos povos à autodeterminação 
e ao autogoverno. 
Em 1955, vinte e nove países afro-asiaticos já independentes se reuniram em Bandung, 
Indonésia. Debateram seus problemas, discutiram os rumos do movimento de 
descolonização, manifestaram seu apoio aos países que ainda não tinham conseguido a 
emancipação política, condenaram toda forma de racismo e colonialismo e proclamaram-se 
pertencentes ao Terceiro Mundo, rejeitando o alinhamento automático às superpotências. A Conferência de Bandung foi um poderoso 
marco no processo de descolonização dos povos afro-asiáticos; entretanto, os países reunidos em Bandung não foram capazes de traçar 
com clareza ações práticas que pudessem livrar as ex colônias do trágico signo do subdesenvolvimento e da pobreza. 
Destacamos aqui o processo de descolonização da Índia (1947), comandado por Mahatma Gandhi. 
Colônia inglesa desde o século XIX, a Índia conseguiu sua independência graças à desobediência 
civil, estratégia que Gandhi e seus seguidores adotaram para dobrar as autoridades britânicas. Os 
indianos deveriamignorar as ordens dos colonizadores, desobedecendo-os de forma aberta e 
deliberada, sem reagir com violência às retaliações que viriam. Além de desobedecer às autoridades 
coloniais, os indianos deveriam boicotar o consumo de produtos ingleses. 
Um dos mais importantes momentos da desobediência civil foi a “marcha do sal”, produto cujo 
monopólio se encontrava nas mãos da metrópole. Gandhi e um grupo de indianos percorreram, a pé, 
centenas de quilômetros, até chegar ao litoral para ferver a água do mar e, dessa forma, produzir sal, 
em mais uma demonstração de desobediência aos colonizadores britânicos. 
Estimulado a continuidade do movimento, Gandhi disse: “A primeira coisa, portanto, é dizer-vos a vós 
mesmos: Não aceitarei mais o papel de escravo. Não obedecerei às 
ordens como tais, mas desobedecerei quando estiverem em conflito 
com a minha consciência. O assim chamado patrão poderá surrar-vos 
e tentar forçar-vos a servi-lo. Direis: Não, não vos servirei por vosso 
dinheiro ou sob ameaça. Isso poderá implicar sofrimentos. Vossa 
prontidão em sofrer acenderá a tocha da liberdade que não poderá 
jamais ser apagada.” 
Incapaz de reprimir o movimento de desobediência civil, o governo 
britânico seretirou da Índia em 1947. Com a saída dos colonizadores, 
vieram à tona, de forma ainda mais forte, as diferenças entre os 
índianos que professavam a fé hindu e os que professavam a fé 
islâmica. O país acabou se dividindo em dois: Índia (abrigando a 
população de maioria hindu) e Paquistão (abrigando a população de 
maioria islâmica). Um terceiro país surgiu no ano seguinte, na ilha do 
Ceilão, adotando o nome de Sri Lanka (população de maioria budista). 
No meio de toda essa agitação, a Caxemira, cuja população é de 
maioria islâmica, acabou incorporada à Índia, desagradando a vontade 
da maior parte de seus habitantes, que desejavam a incorporação do 
território ao Paquistão. 
De olho na situação, o governo paquistanês passou a apoiar um movimento separatista na Caxemira, o que transformou a região numa 
permanente zona de tensão entre a Índia e o Paquistão. 
A GUERRA DA CORÉIA 
Ocupada por tropas japonesas durante a Segunda Grande Guerra, a Coréia foi libertada pelas forças militares dos Aliados ao fim do conflito 
mundial. Dividida em duas zonas de ocupação, na altura do paralelo 38, a península da Coréia deu origem a dois países: ao norte, a 
 
A Conferência de Bandung (1955). 
 
Mahatma Gandhi. 
 
http://3.bp.blogspot.com/_lRe1RGoCF3U/RwU0dgJho5I/AAAAAAAAABA/EVQ7VRjp6TY/s1600-h/imagem.bmp.jpg
Aula 30 – Guerra Fria (Parte 2) 
 
 
 
 
 
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República Popular Democrática da Coréia, de orientação socialista, com a capital 
na cidade de Pyongyang; ao sul, a República da Coréia, capitalista, com a capital 
em Seul. 
A situação apresentava tonalidades extremamente explosivas para a paz, uma 
vez que tanto o governo de Pyongyang como o de Seul reivindicavam a totalidade 
do território da península coreana. A fronteira entre as duas Coréias se 
transformou numa das principais zonas de tensão do pós guerra. 
Em 1950, sob as ordens do líder norte-coreano Kim II Sung, tropas da República 
Popular Democrática da Coréia invadiram a República da Coréia com o objetivo 
de unificar os dois países sob o regime socialista. Tropas norte-americanas foram 
mobilizadas em socorro da Coréia do Sul. Depois de 3 anos de conflito, que 
deixou um saldo de mais de 3 milhões de mortos, os dois países assinaram o 
armistício de Pan Munjon (1953), encerrando o conflito e restabelecendo os 
antigos limites de fronteiras e criando uma zona desmilitarizada entre a Coréia do Norte e a Coréia do Sul. 
Depois do conflito, a Coréia do Sul passou a receber investimentos estrangeiros, transformando-se numa potência capitalista asiática. 
Quanto à Coréia do Norte, o regime socialista ainda resiste, mesmo com o fim da URSS em 1991 e a consequente suspensão da ajuda 
financeira de Moscou ao país (veja a Leitura Complementar I ao fim deste capítulo). 
A GUERRA DO VIETNÃ 
Localizado no sudeste asiático, o Vietnã foi dominado pela França na segunda metade do século XIX. Em 1954, depois de uma longa 
guerra de independência, os vietnamitas derrotaram de vez os franceses da histórica batalha de Diem Bien Phu. 
Ainda no mesmo ano ocorreu em Genebra, na Suíça, uma reunião entre representantes do governo francês e os líderes vietnamitas que 
comandaram a luta contra o domínio colonial. Em Genebra, a França reconheceu a independência do Vietnã; entretanto, divergências entre 
os próprios líderes vietnamitas quanto ao sistema sócio econômico que deveria ser adotado no país independente (socialismo ou 
capitalismo) levaram à divisão do Vietnã em dois: 
• Vietnã do Norte, socialista, com a capital em Hanói, governado por Ho Chi Minh; 
• Vietnã do Sul, capitalista, com a capital em Saigon, governado por Bao Daí. 
Ficou decidido ainda a realização de um plebiscito nos dois países, em 1956, para decidir o futuro da região (se haveria ou não a 
reunificação e, caso houvesse, qual seria o sistema sócio econômico do país reunificado). 
Às vésperas da realização do plebiscito, tudo indicava que o resultado seria a reunificação do país sob a bandeira do socialismo. Então, no 
Vietnã do Sul, Ngo Dinh Diem (que sucedeu Bao Daí no governo) proibiu a realização do plebiscito, desencadeando a reação da 
população, que organizou uma guerrilha para derrubar o governo e reunificar os dois países. 
A guerrilha vietcongue, formada pela população do Vietnã do Sul, começou a receber ajuda da URSS e do Vietnã do Norte. Os EUA 
passaram a enviar, a partir de 1964, “conselheiros militares” (tropas armadas) para ajudar o governo do Vietnã do Sul a esmagar a 
guerrilha. Os americanos temiam que a vitória da guerrilha vietcongue abrisse caminho para a reunificação do país sob a tutela do governo 
socialista do Vietnã do Norte, o que influenciaria outras nações do Sudeste asiático a abraçar regimes socialistas (Teoria do Dominó). 
 
Soldados americanos atravessam um rio no Vietnã do Sul (1965). Calcula-se que o governo dos EUA enviou ao Vietnã do Sul, entre 1964 e 1968, mais de 500 mil 
“conselheiros militares”, a fim de ajudar o governo sul vietnamita a esmagar a guerrilha vietcongue (que era apoiada pelo Vietnã do Norte e pela URSS). 
Sem treinamento adequado para enfrentar uma guerra de guerrilhas, os soldados americanos enfrentaram um verdadeiro pesadelo durante 
o conflito: a surpresa do ataque inimigo. Afinal de contas, o inimigo estava em toda parte, uma vez que a guerrilha vietcongue recebia cada 
vez mais adesão da população do Vietnã do Sul. Em resposta, as tropas americanas começaram a promover ataques indiscriminados 
contra a população civil, bombardeando aldeias no interior sob o argumento de que se tratavam de focos guerrilheiros. Um dos episódios 
mais dramáticos ocorreu numa pequena aldeia sul vietnamita, My Lai, onde a população civil foi vítima de uma chacina praticada pelas 
tropas americanas, que acreditavam ser o local um abrigo de guerrilheiros vietcongues. 
O Vietnã do Norte também foi bombardeado pelas forças militares dos EUA, em retaliação à colaboração do governo de Ho Chi Minh à 
guerrilha sul vietnamita. Foi num desses bombardeios que um fotógrafo registrou a imagem que se tornaria o maior símbolo do conflito: 
 
A península coreana, dividida em dois países após a Segunda 
Guerra Mundial. 
http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/guerra-do-vietna-imagens-do-horror/foto-henri-huetap/
http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/guerra-do-vietna-imagens-do-horror/foto-henri-huetap/�
 
 
 
 
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crianças fugindo de sua aldeia, destruída pelas bombas americanas, com destaque para uma menina, nua, com o corpo queimado pelo 
napalm que os americanos usavam em suas bombas. 
Ela se transformou no símboloda Guerra do Vietnã. A foto da menina queimada, 
fugindo nua após seu vilarejo ser devastado pelos americanos, correu o mundo. 
Hoje, Phan Thi Kim Phuc ainda carrega as marcas do bombardeio, mas se esforça 
para superar o trauma. "Estive no inferno e percebi que, se mantivesse o ódio, 
nunca sairia dele", disse a vietnamita em entrevista ao Estado durante sua 
passagem por Genebra, na semana passada. 
Phan conta que jamais esquecerá o dia 8 de junho de 1972. "Estávamos em casa 
e, de repente, começamos a ver nossa vila sendo atacada. Corremos para um 
templo, que depois também foi bombardeado. Decidimos sair correndo. Ao sair, 
senti meu corpo inteiro queimar, como se estivesse em um forno. Era o napalm, 
que eu, sinceramente, não tinha ideia do que fosse até aquele momento", disse 
Phan, que teve 65% de seu corpo queimado. 
Seu vilarejo, Trang Bang, fica no sul do Vietnã, a cerca de 40 quilômetros de 
Saigon. A bomba foi lançada por soldados do Vietnã do Sul contra tropas norte-vietnamitas. A operação foi coordenada por militares 
americanos, ainda que Washington jamais tenha admitido seu envolvimento. 
Em 1972, ela tinha 9 anos. Hoje, aos 45, é casada e mora no Canadá com seus dois filhos. Sua foto, tirada por Huynh Cong Ut, fotógrafo da 
agência Associated Press, ganhou o Prêmio Pulitzer do ano seguinte e se transformou no símbolo do conflito. 
Enquanto a foto corria o mundo, sua vida mudava de forma radical. Após o ataque, ela foi levada para um hospital em Saigon pelo próprio 
fotógrafo. "Só me lembro que jogava água no meu corpo." 
Quando chegou ao hospital, as enfermeiras disseram que a garota não sobreviveria. "Fiquei 14 meses internada e passei por 17 cirurgias", 
diz. A última ocorreu na Alemanha Oriental, em 1984. Mas, nem assim, as marcas desapareceram. "Continuo sentindo muita dor a cada 
movimento." 
Um ano após o ataque, ela voltou ao vilarejo. "Alguns dias depois, meu pai me trouxe um jornal e me mostrou a foto. Fiquei horrorizada e 
chorei sem parar por vários dias. Foi naquele momento que comecei a entender o que eu tinha vivido. Além disso, estava muito 
envergonhada. Não suportava me ver nua em uma foto que o mundo inteiro viu." 
Phan relata que estava vestida com uma roupa leve no momento do ataque, a qual que foi queimada em alguns segundos. "Se estivesse 
usando uma roupa mais pesada, que levasse mais tempo para queimar, estaria morta. Muitos morreram exatamente desta forma." 
Aos 13 anos, ela foi estudar em Saigon. No regime comunista, obteve a autorização, alguns anos mais tarde, para estudar medicina em 
Cuba, onde conheceu seu marido. Na viagem de lua de mel, o avião fez uma escala no Canadá, de onde o casal nunca mais saiu. 
Phan tentou viver no anonimato, mas foi descoberta nos anos 90. "Um dia, estava andando na rua em Toronto e alguém me disse que 
sabia quem eu era. Foi aí que eu entendi que não poderia mudar o passado, mas que poderia alterar o significado do que ocorreu." 
A vietnamita passou a atuar como ativista de direitos humanos, tornou-se embaixadora da Unesco e criou uma fundação. Até hoje, Phan se 
lembra com ironia dos comentários do então presidente americano Richard Nixon, que duvidava da autenticidade da foto. 
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-destino-da-menina-que-foi-a-cara-de-uma-guerra,481141,0.htm 
 
Apesar de contar com armas mais poderosas, as tropas norte-americanas não conseguiam sufocar com eficiência a guerrilha vietcongue, 
que cada vez mais contava com a simpatia da opinião pública internacional. 
A própria opinião pública americana, a partir de 1968, passou a condenar a 
participação do país no conflito. Quase 60 mil soldados americanos tinham 
morrido no conflito até então. Nos campus universitários, jovens 
organizavam grandes manifestações contra a guerra. Os pais não queriam 
que seus filhos fossem enviados para lutar num país distante, numa guerra 
em que sequer conseguiam compreender muito bem o motivo de 
envolvimento dos EUA. 
Pressionado por todos os lados, o presidente Richard Nixon ordenou, em 
1973, a retirada das tropas americanas do Vietnã. A guerra entrou, a partir 
daí, numa fase denominada de “vietnamização do conflito”, sem a presença 
das tropas estrangeiras enviadas por Washington. Em dois anos, a guerrilha 
vietcongue conseguiu derrubar o governo do Vietnã do Sul. O país foi 
finalmente reunificado sob o signo do socialismo. 
A GUERRA DO AFEGANISTÃO 
Sob a justificativa de proteger um governo alinhado a Moscou, tropas da 
URSS invadiram e ocuparam o Afeganistão, país do Oriente Médio, na Ásia (1979). Começava a partir daí um conflito que se arrastaria por 
dez longos anos e cujos desdobramentos teriam ligação com os atentados de 11 de setembro de 2001, nos EUA. 
O Afeganistão possui uma longa história de Guerras e invasões. Ocupado por macedônicos, muçulmanos, mongóis, turco otomano e, 
 
Manifestação contra a Guerra do Vietnã em Washington, 1967. 
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	SEMANA 30 - H GERAL - Guerra Fria (parte 2) - MONTEIRO JR

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