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SEMANA 25 – Verbo 
 
 
 
 
 
289 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
no Rio de Janeiro, dia 25 de janeiro de 1927 e faleceu em Nova 
Iorque, no dia 8 de dezembro de 1994. Dedicado à música, Tom 
Jobim foi compositor, pianista, maestro,cantor e violonista 
brasileiro. Algumas de suas composições: Garota de Ipanema, Eu 
sei que vou te amar, Águas de março, Pela luz dos olhos teus, 
Samba do Avião, dentre outras. 
Vinícius de Moraes 
Um dos fundadores do movimento da Bossa Nova, junto à João 
Gilberto e Tom Jobim, Marcus Vinícius de Moraes, nasceu no Rio 
de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913 e faleceu em sua cidade 
natal, no dia 9 de julho de 1980. Figura multifacetada, Vinícius foi 
poeta, compositor, diplomata, dramaturgo, jornalista brasileiro. 
Algumas de suas composições: Soneto da Fidelidade, Aquarela, 
Samba da benção, a Felicidade, a Casa, o Girassol, dentre outras. 
Curiosidades 
• Em 2005, a música "Garota de Ipanema" foi considerada, pela 
Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 
grandes obras musicais da humanidade. 
• O Dia Nacional da Bossa Nova é comemorado no dia 25 de 
janeiro, data de aniversário de Tom Jobim. 
• Tom Jobim foi considerado o maior expoente de todos os tempos 
da música brasileira pela revista Rolling Stone. 
Tropicalismo 
O Tropicalismo foi um movimento cultural de vanguarda que 
ocorreu no Brasil nos anos de 1967 e 1968 nas artes, 
principalmente na Música. Merecem destaques os compositores 
Caetano veloso, Gilberto Gil, que lideraram o movimento, além de 
Nara Leão, Tom Zé, Gal Costa, Os Mutantes (Rita Lee, Arnaldo 
Baptista e Sérgio Dias), Torquato Neto, Rogério Duprat, Capinam, 
Jorge Bem, Maria Bethânia. 
O Tropicalismo caracterizado como um movimento 
libertário e revolucionário, buscava se afastar um pouco do 
intelectualismo da Bossa Nova a fim de aproximar a música 
brasileira dos aspectos da cultura popular, do samba, do pop, do 
rock, da psicodelia. Interessante observar que essa experiência 
estética aberta, sincrética e inovadora lançada pelos tropicalistas, 
mudou não somente a música popular brasileira, mas o panorama 
da cultura em geral, em busca da modernidade do país 
Contexto Histórico 
No momento, o Brasil passava por momentos de conflito como o 
Golpe de 64, a censura, as greves, os movimentos estudantis, que 
culminaram num regime ditatorial no país. Após o declínio 
da Bossa Nova, o novo movimento que surge, a saber, a MPB, foi 
o fulcro necessário para que um conjunto de artistas, denominados 
"Tropicalistas", se reunissem com objetivos de libertação e 
mudanças no panorama cultural brasileiro. 
Teve grande influência do movimento concretista na literatura e 
nas artes plásticas. Na música, além do sincretismo de ritmos, o 
movimento apostou na presença do som melódico 
das guitarras em suas canções. 
O início do Tropicalismo deu-se no III Festival de Música Popular 
Brasileira da TV Record em 1967, com destaque para as 
apresentações de Caetano, com a música "Alegria, alegria" e de 
Gilberto Gil com "Domingo no Parque". 
Durante um ano, além de mudanças na música popular, outros 
elementos culturais foram incorporadas à cultura brasileira como, 
por exemplo, o estilo das roupas, muito próximas à dos hippies, 
mas ao mesmo tempo com uma psicodelia e mistura de cores e 
tonalidades. 
Por fim, o movimento tropicalista termina com a prisão de Gilberto 
Gil e Caetano Veloso em 1968 pela Ditadura Militar. Em 1969, 
Caetano partiu para o exílio marcando definitivamente o fim do 
movimento. 
Músicas 
As músicas que mais se destacaram no Movimento Tropicalista e, 
muitas inclusive ganharam os Festivais de Música de MPB da Tv 
Record foram: "Tropicália" (1968), "Alegria, Alegria" (1967), "Atrás 
do Trio Elétrico" e "É proibido proibir" (1968) (1968) de Caetano 
Veloso; "Domingo no Parque" (1967), "Aquele abraço" (1968) de 
Gilberto Gil; "São Paulo, meu amor" (1968) e "Parque Industrial" 
(1968) de Tom Zé; "Não identificado" (1969), "Mamãe, coragem" 
(1968) e "Baby" (1968) de Gal Costa; "Tropicália ou Panis et 
Circenses" (1968), "Miserere Nobis" (1968), "Bat Macumba" (1968) 
e "Minha Menina" (1968) dos Mutantes. 
Jovem Guarda 
A Jovem Guarda se refere ao programa musical exibido na TV 
Record de São Paulo de 1965 a 1968, apresentado por Roberto 
Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia. 
O nome do programa ajudou a batizar o movimento musical e 
estético que introduziu o rock no Brasil. Atualmente, vários de seus 
integrantes continuam ligados à atividade musical. 
 
Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos no programa. 
Programa Jovem Guarda 
O programa "Jovem Guarda" estreou em 22.08.1965, na TV 
Record, liderado por três cantores em ascensão naquele momento. 
Roberto Carlos já havia estourado em 1963 com uma versão de 
"Splish Splash", de Bobby Darin e o DJ Murray the K, na versão 
brasileira de Erasmo Carlos. Por sua parte, Wanderléia tinha 
ganhado vários concursos de cantores de rádio e havia lançado 
seu primeiro compacto em 1962. 
As gravações aconteciam no Teatro Record, na rua da 
Consolação, em São Paulo e era transmitido ao vivo. No Rio, havia 
uma versão exibida durante a semana dirigida por Carlos Manga 
transmitida pela TV Rio. O resto do país tinha que aguardar 
assistia em videotape, pois não havia retransmissão via satélite. 
Ao longo de uma hora, o trio cantava seus sucessos e recebia 
convidados. Rapidamente, o programa tornou-se líder de audiência 
e provocou a histeria nos fãs que lotavam as dependências do 
teatro. 
A postura rebelde, o ritmo frenético e as letras inocentes, mas 
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CURSO ANUAL GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO – (Prof. Cláudio Neves) 
identificáveis pelo público adolescente garantiram o êxito do 
programa. 
Contexto Histórico 
Nos anos 60, a música brasileira consagrava a Bossa Nova. Letras 
elaboradas, harmonia sofisticada e uma batida nova que mesclava 
o jazz com o samba. Era a juventude da Zona Sul do Rio de 
Janeiro que renovava o cenário musical brasileiro. 
No entanto, nos subúrbios da mesma cidade, havia jovens que 
estavam mais antenados ao rock de Elvis Presley. dos Beatles e 
dos Rolling Stones. 
A Jovem Guarda era vista por uma parte da intelectualidade como 
frívola por conta do tema de suas canções e de suas melodias 
pobres. 
A partir de 1964, quando a ditadura se instalou no Brasil, os 
integrantes da Jovem Guarda passaram a ser apontados como 
"alienados" por aqueles que combatiam o governo militar. 
Nesse contexto, o rock e as baladas propostos pela Jovem Guarda 
eram a resposta perfeita para se evadir da complicada década de 
60. 
Ao invés de se preocuparem com a Guerra Fria e a Guerra do 
Vietnã, os espectadores preferiam dançar ao som de "Alguém na 
multidão" interpretada pelos Golden Boys. 
 
 
Golden Boys atuando no programa Jovem Guarda. 
Músicas 
As primeiras canções da Jovem Guarda eram versões de sucessos 
do cancioneiro americano e britânico. Podemos citar a versão de 
“Girl”, dos "Beatles", que se transformou na canção “Meu Bem”, 
sucesso na voz de Ronnie Von. Também “Stupid Cupid”, de Neil 
Sedaka foi um grande êxito com Celly Campelo cantando “Estúpido 
Cupido.” 
Ao mesmo tempo, Roberto Carlos e Erasmo Carlos começaram a 
fazer composições seguindo a linha do rock anglo-saxão. As letras 
falavam dos namoros, conquistas, carros e liberdade. Exemplos 
dessa temática são “Quero que tudo vá para o inferno”, de Roberto 
Carlos (1965) e “Festa de arromba”, de Erasmo Carlos e Roberto 
Carlos (1965). 
Entretanto, existia espaço para as baladas como “Devolva-me”, de 
Lilian Knapp e Renato Barros, um sucesso com Leno e Lilian. 
Igualmente, “Eu te amo mesmo assim”, composto e interpretado 
por Martinha, em 1966. 
Estética 
A Jovem Guarda deixou marcas no comportamentodos 
adolescentes lançando moda e gírias. Roupas extravagantes como 
casacos com plumas, cores fortes e a onipresente minissaia para 
as moças. O cabelo deveria ser comprido como o dos Beatles e a 
postura deveria ser o mais descontraída possível. 
A linguagem se viu invadida por expressões como "é uma brasa, 
mora?", "barra limpa" e "é papo firme". Essas expressões eram 
retiradas das letras das canções apresentadas no programa. 
Legado 
Com o fim do programa na TV Record, em 1968, os integrantes da 
Jovem Guarda tomaram rumos distintos. 
Pode-se pode afirmar que o movimento gerou três herdeiros 
diretos: o Tropicalismo, o sertanejo e o rock nacional. 
O Tropicalismo misturou os instrumentos elétricos aos acústicos 
brasileiros. Caetano Veloso e Gilberto Gil não tiveram nenhum 
preconceito em se aproximar de Roberto Carlos e sua turma. Esta 
amizade lhe valeu a linda canção “Debaixo dos caracóis dos seus 
cabelos” feita por Roberto Carlos quando Caetano foi exilado em 
Londres. 
A música sertaneja seguiu a trilha do romantismo destilado nas 
letras da Jovem Guarda. Sérgio Reis se transformou num bem-
sucedido cantor sertanejo. A cantora e compositora, Martinha é 
muito solicitada para escrever para duplas como Chitãozinho e 
Xororó. 
Nos anos posteriores, vários astros da música nacional 
continuaram a gravar temas da Jovem Guarda. A banda Skank 
registrou em 1994 “É proibido fumar”, de Roberto Carlos (1964). 
Marisa Monte gravou em 2016 “De que vale tudo isso?”, de 
Roberto Carlos (1967). 
Intérpretes 
Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia, Golden Boys, Ronnie 
Von, Os Vips, Martinha, Celly Campello, Leno e Lilian, Renato e 
seus Blues Caps, The Fevers, Jerry Adriani, Rosemary, entre 
outros nomes. 
Curiosidades 
O nome do programa surgiu a partir de uma frase do líder da 
URSS, Lênin: "o futuro pertencia à jovem guarda porque a velha 
está ultrapassada". 
O movimento também era chamado de "iê-iê-iê", uma forma 
abrasileirada da expressão "yeah-yeah-yeah" cantada pelos 
Beatles em "She loves you". 
A era dos festivais 
A história da Música Popular Brasileira foi marcada pela presença 
de inúmeros festivais, promovidos por emissoras de rádio, redes de 
televisão, teatros e movimentos estudantis. Esses festivais 
cumpriram (e ainda o fazem na atualidade) a função de revelar 
intérpretes, compositores e instrumentistas ao grande público. 
Os mais antigos festivais foram os de música para o carnaval nos 
anos 1930, patrocinados pela Prefeitura do Rio de Janeiro ou por 
empresas comerciais, jornais e revistas. Somente no final dos anos 
1950, os festivais de música popular para o chamado período 
"meio de ano" começaram a aparecer. 
A segunda metade da década de 1960, em especial, foi marcada 
pela consagração de artistas que passaram a figurar entre os 
grandes nomes da MPB, tais como Elis Regina, Edu Lobo, Chico 
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Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gilberto Gil, entre 
tantos outros. 
O Festival Nacional de Música Popular Brasileira, promovido pela 
TV Excelsior de São Paulo, teve sua primeira edição em 1965 e 
sua segunda edição em 1966, e apresentou como respectivas 
vencedoras as canções "Arrastão" (Edu Lobo e Vinicius de 
Moraes), interpretada por Elis Regina, e “Porta-estandarte” 
(Geraldo Vandré e Fernando Lona), interpretada por Airto Moreira 
e Tuca. 
O Festival da Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record 
de São Paulo, teve quatro edições, em 1966, 1967, 1968 e 1969, 
com as seguintes vencedoras: 
1966: "A banda" (Chico Buarque) empatada com "Disparada" (Téo 
de Barros e Geraldo Vandré), a primeira interpretada por Nara 
Leão e a segunda por Jair Rodrigues; 
1967: "Ponteio" (Edu Lobo e Capinam), interpretada por Edu Lobo 
e Marília Medalha. Vale ainda ressaltar que, nessa edição, a 
segunda, terceira e quarta colocações foram respectivamente para 
as canções "Domingo no parque" (Gilberto Gil), interpretada por Gil 
e Os Mutantes, "Roda viva" (Chico Buarque), interpretada pelo 
autor e pelo MPB-4, e "Alegria, alegria" (Caetano Veloso), 
interpretada pelo compositor e pelo grupo argentino Beat Boys; 
1968: "São São Paulo meu amor" (Tom Zé), interpretada por Tom 
Zé, Canto 4 e Os Brasões, na votação do júri especial, e 
"Benvinda" (Chico Buarque), interpretada por Chico Buarque e 
MPB 4, na votação do júri popular; 
1969: "Sinal fechado" (Paulinho da Viola), interpretada pelo autor. 
O Festival Internacional da Canção (FIC), em sua fase nacional, 
teve sua primeira edição realizada no Maracanãzinho, Rio de 
Janeiro, e foi inicialmente promovido pela TV-Rio (I FIC) e em 
seguida pela TV Globo (demais edições). No total, foram sete 
edições realizadas entre os anos de 1966 e 1972. Canções como 
"Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) e "Fio maravilha" (Jorge 
Ben, hoje Jorge Benjor), premiadas com o primeiro lugar, passaram 
a fazer parte dos clássicos da MPB. O II FIC revelou ainda Milton 
Nascimento como Melhor Intérprete, com "Travessia", sua 
composição em parceria com Fernando Brant, que recebeu a 
segunda colocação. Outro fato importante de ser lembrado foi a 
antológica participação de Caetano Veloso no III FIC, com sua 
composição "É proibido proibir". A música foi vaiada pela platéia 
levando Caetano a discursar ao público: "Vocês não estão 
entendendo nada." A canção foi desclassificada. Segundo o 
historiador Jairo Severiano, a canção "Andança", de Danilo 
Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, foi uma das mais 
aplaudidas pelo público nessa terceira edição do FIC. A música, 
interpretada por Beth Carvalho e o conjunto Golden Boys, obteve a 
terceira colocação. Nesse dia, o público vaiou a grande vencedora, 
"Sabiá", em favor de "Caminhando (Pra não dizer que não falei de 
flores)", de Geraldo Vandré, que acabou levando a segunda 
colocação, interpretada pelo autor e o Quarteto Livre (nas 
eliminatórias, Vandré apresentou-se sozinho ao violão). Para Jairo 
Severiano "o VII FIC (realizado em 1972) foi o último do ciclo dos 
festivais, encerrando assim uma fase auspiciosa da MPB na 
televisão, com grande proveito para ambas as partes" ("A canção 
no tempo" vol.2, p.174, Editora 34). 
A partir de 1967, em plena época dos festivais de MPB 
transmitidos pelas redes de televisão, o Museu da Imagem e do 
Som (MIS) fez voltar os concursos para escolher as melhores 
músicas produzidas para o carnaval. O primeiro, intitulado I 
Concurso de Música para o Carnaval, foi presidido por Ricardo 
Cravo Albin, então diretor do MIS, e dele saiu vencedor "Máscara 
negra" (Zé Keti e P. Filho), em 1967. Houve apenas mais duas 
edições, transmitidas do Maracanãzinho, Rio de Janeiro. 
O ano de 1968 ainda foi marcado pelo I Festival Universitário de 
Música Popular Brasileira, promovido pela TV Tupi, que teve entre 
os candidatos o jovem estudante do quarto ano de química da 
UFRJ, Ivan Guimarães Lins, que concorreu com sua parceria com 
Waldemar Correia dos Santos "Até o amanhecer", interpretada por 
ninguém menos que Cyro Monteiro. Esse festival lançaria também 
nomes como Aldir Blanc e Sílvio da Silva Júnior, entre muitos 
outros. 
Ainda em 1968 foi realizada a I Bienal do Samba, promovida pela 
TV Record de São Paulo, que teve como primeira colocada a 
composição "Lapinha" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), 
defendida por Elis Regina. Caetano Veloso foi impedido de 
participar dessa Bienal por utilizar guitarras elétricas para 
acompanhar sua composição. Nessa primeira Bienal do Samba, 
foram desclassificados pioneiros como Pixinguinha e Donga, além 
de compositores do porte de Adoniran Barbosa, Herivelto Martins e 
muitos outros. 
Festivais de âmbito regional também acontecem com freqüência, 
como o I Festival Nordestino da Música Popular, promovido em 
1969 pelos Diários e Emissoras Associados do Nordeste, e o 
Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul,que teve sua 
primeira edição em 1971. Ambos os festivais foram registrados em 
disco. 
Em 1975, foi realizado o Festival da Nova Música Brasileira - 
Abertura, que trouxe entre as 12 finalistas a canção "Fato 
consumado", composta e interpretada pelo então novato Djavan. 
Em 1979, a TV Tupi realizou o Festival 79 de Música Popular, que 
projetou artistas como Oswaldo Montenegro, que teve sua 
composição "Bandolins" colocada em terceiro lugar. Nesse mesmo 
ano, o programa "Flávio Cavalcanti" promoveu o 1º Festival dos 
Estudantes, conferindo o primeiro lugar à canção "Eu demônio, eu 
poeta", de Fátima de Figueiredo, Sara Benchimol (ambas alunas 
da Academia de Balett Nino Giovanetti) e Ricardo Marques (aluno 
da Academia Militar de Agulhas Negras). Quem interpretou a 
canção foi Maria Odete e o festival foi registrado em LP lançado 
pela WEA (o que é comum nos festivais de uma forma geral). 
A TV Globo promoveu na década de 1980 o MPB-80, conferindo o 
primeiro lugar à canção "Agonia" (Mongol), interpretada por 
Oswaldo Montenegro, que recebeu o prêmio de Melhor Intérprete 
na quarta eliminatória. Nesse mesmo festival, Eduardo Dusek 
ganhou projeção nacional quando defendeu sua composição 
"Nostradamus". No ano seguinte, o MPB-81 conferiu a primeira 
colocação à canção "Purpurina" (Jerônimo Jardim), interpretada 
por Lucinha Lins. Esse resultado provocou vaias da platéia, que 
tinha como favorita "Planeta água" (Guilherme Arantes). Em 1982, 
foi realizado o MPB-82, no qual Eduardo Dusek foi desclassificado 
ao apresentar a música "Barrados no baile", de sua autoria, no 
lugar da música que havia inscrito como concorrente, "Valdirene, a 
paranormal", também de sua autoria. 
Em 1985, também pela TV Globo, foi realizado o "Festivais dos 
Festivais", evento que revelou a cantora Leila Pinheiro, intérprete 
da canção "Verde" (Eduardo Gudin e Costa Netto), que recebeu a 
terceira colocação. O primeiro lugar ficou com "Escrito nas 
estrelas" (Arnaldo Black e Carlos Rennó), defendida por Tetê 
Espíndola, que pela primeira vez interpretava, em público, uma 
canção de amor. 
Na década de 1990, festivais de âmbito nacional foram promovidos 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO – (Prof. Cláudio Neves) 
por empresas privadas como o "FestValda" e o "Prêmio Visa", 
entre outros. Porém, esses festivais não tiveram a mesma 
repercussão dos da década de 1960 e início da de 1970. 
Em 2000, a TV Globo promoveu o Festival da Música Brasileira, no 
qual nomes conhecidos como Toninho Horta e Zé Renato 
figuravam ao lado de desconhecidos, concorrendo pelo prêmio de 
melhor canção. 
om o advento da internet, muitos concursos, mostras e premiações 
passaram a ser realizados "on line", como o Festival Nova Música, 
promovido pelo site www.novamusica.com.br. 
(Disponível em: www.dicionariompb.com.br) 
Há 50 anos, nascia a MPB; protagonistas lembram festival que 
cunhou o termo 
Há 50 anos, Elis Regina recebia um conselho de Vinicius de 
Moraes em um bilhete, pouco antes de subir ao palco no 1º 
Festival Nacional da Musica Popular Brasileira. "Arrasta essa gente 
aí, Pimentinha", pedia o poeta. Ao que consta na história, Elis 
Regina fez a interpretação da sua vida, girando os braços 
freneticamente, conforme a canção "Arrastão" crescia para explodir 
no verso: "Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim / Nunca, 
jamais, se viu tanto peixe assim". 
Composta por Vinicius e Edu Lobo, "Arrastão" venceu o festival 
realizado pela TV Excelsior, que lançou a semente da MPB tal 
como a conhecemos hoje. A partir dali, a música brasileira 
encontraria na TV seu principal difusor e passaria a ser conhecida 
pela abreviação MPB –uma decisão prática, já que o nome inteiro 
do festival não cabia nas manchetes dos jornais. 
Não foi exatamente o primeiro festival do país. Houve tentativas 
anteriores em fazer uma versão tupiniquim do famoso festival 
italiano de San Remo, mas o produtor musical Solano Ribeiro, 
grande idealizador deste e dos seguintes festivais de música, 
sentia um vento batendo diferente na metade dos anos 1960. 
Diante da queda de popularidade da Bossa Nova, nascia uma nova 
música, criativa e arejada, que se reproduzia aos montes nos 
becos, bares, teatros e universidades. Era a hora e a vez de 
compositores novos, como Baden Powell, Edu Lobo, Caetano 
Veloso, Francis Hime e um estudante de arquitetura chamado 
Chico Buarque de Hollanda. 
"Existia uma confluência de gêneros, era um movimento musical 
atrás do outro, uma grande onda de criatividade começando a 
botar a cara", relembra o músico Roberto Menescal. Produtor de 
célebres discos de Elis Regina, Chico Buarque, Maria Bethânia e 
Maysa, ele também foi um dos compositores que participaram da 
seleção com a canção "Por quem Morrer de Amor", escrita em 
parceria com Ronaldo Bôscoli. Como ele mesmo imaginava, a 
música morreu na terceira eliminatória. "Eu nunca acreditei que 
pudesse vencer com uma música romântica enquanto outras 
tantas vinham com posturas mais fortes e desafiadoras". 
Assim foi aberta a inscrição para os compositores, enquanto os 
intérpretes, com status de astros, seriam escolhidos pela 
direção. Wilson Simonal, Claudette Soares, Geraldo Vandré, 
Agnaldo Rayol, Agostinho dos Santos, Altemar Dutra, Cauby 
Peixoto, Cyro Monteiro, Elizeth Cardoso, Miltinho, Elis Regina e 
Orlando Silva defenderam 36 das 1,2 mil canções inscritas. 
"Eu já havia realizado eventos menores de sucesso com aquele 
elenco, o que me dava certeza que a resposta do público seria 
favorável. O que não imaginava era o tamanho do sucesso", 
relembra o produtor Solano Ribeiro, ao UOL. Para manter a 
maresia do balneário de San Remo, ele adaptou o regulamento do 
evento italiano e escolheu um local análogo para sediar o festival: 
Guarujá, no litoral paulista. 
A fórmula do festival 
O pesquisador Zuza Homem de Melo em breve transformaria o 
festival no grande sucesso da TV Record, mas em 1965, ele era 
um mero espectador. "A grande transformação foi a de ser um 
programa de televisão com competição de canções e participação 
do público torcendo abertamente. Na música, viu-se que as 
canções da Bossa Nova não teriam êxito nos festivais. Surgiu um 
novo formato denominado canção brasileira tipo festival", conta. 
Na final, no dia 6 de abril, no Rio de Janeiro, "Arrastão" conquistou 
o troféu Berimbau de Ouro. Melodia assobiável, o arrebatamento 
na voz de Elis, a performance teatral com os braços giratórios– que 
lhe renderia o apelido de Hélice Regina--, e a letra forte de Vinicius 
e Edu Lobo eram itens essenciais à nova receita. 
Pouco tempo depois, canções como "Domingo no Parque" e 
"Alegria, Alegria", de Gilberto Gil e Caetano Veloso, 
respectivamente, subverteriam a fórmula. "O governo não 
percebeu que as canções poderiam se tornar uma bandeira da 
classe universitária contra a censura e contra a ditadura militar", 
observa Zuza. 
(Disponível em: www.musica.uol.com.br) 
10 canções de protesto 
1. A música Alegria, Alegria foi lançada em 1967, por Caetano 
Veloso. Valorizava a ironia, a rebeldia e o anarquismo a partir de 
fragmentos do dia-a-dia. Em cada verso, revelações da opressão 
ao cidadão em todas as esferas sociais. A letra critica o abuso do 
poder e da violência, as más condições do contexto educacional e 
cultural estabelecido pelos militares, aos quais interessava formar 
brasileiros alienados. 
Trecho: O sol se reparte em crimes/Espaçonaves, guerrilhas/Em 
cardinales bonitas/Eu vou… 
2. Caminhando (Pra não dizer que falei das flores) é uma 
música de Geraldo Vandré, lançada em 1968. Vandré foi um dos 
primeiros artistas a ser perseguido e censurado pelo governo 
militar. A música foi a sensação do Festival de Música Brasileira da 
TV Record, se transformando em um hino para os cidadãos que 
lutavam pela abertura política. Através dela, Vandré chamava o 
público à revolta contra o regime ditatorial e ainda fazia fortes 
provocações ao exército. 
Trecho:Há soldados armados / Amados ou não / Quase todos 
perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam / Uma 
antiga lição: De morrer pela pátria / E viver sem razão 
3. A música Cálice, lançada por Chico Buarque em 1973, faz 
alusão a oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim do 
Getsêmane: “Pai, afasta de mim este cálice”. Para quem lutava 
pela democracia, o silêncio também era uma forma de morte. Para 
os ditadores, a morte era uma forma de silêncio. Daí nasceu a ideia 
de Chico Buarque: explorar a sonoridade e o duplo sentido das 
palavras “cálice” e “cale-se” para criticar o regime instaurado. 
Trecho: De muito gorda a porca já não anda (Cálice!) / De muito 
usada a faca já não corta / Como é difícil, Pai, abrir a porta 
(Cálice!) / Essa palavra presa na garganta 
4. O bêbado e o equilibrista, foi composto por Aldir Blanc e João 
Bosco e gravado por Elis Regina, em 1979. Representava o pedido 
da população pela anistia ampla, geral e irrestrita, um movimento 
consolidado no final da década de 70. A letra fala sobre o choro de 
Marias e Clarisses, em alusão às esposas do operário Manuel Fiel 
http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/elis-regina/arrastao/370457
http://www.radio.uol.com.br/#/artista/edu-lobo/651
http://www.radio.uol.com.br/#/artista/baden-powell/1229
http://www.radio.uol.com.br/#/artista/caetano-veloso/43
http://www.radio.uol.com.br/#/artista/caetano-veloso/43
http://www.radio.uol.com.br/#/artista/francis-hime/801
http://www.radio.uol.com.br/#/artista/chico-buarque/641
http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/cauby-peixoto/por-quem-morreu-de-amor/5079022
http://www.radio.uol.com.br/#/artista/wilson-simonal/10874
http://www.radio.uol.com.br/#/artista/claudette-soares/11866
SEMANA 25 – Verbo 
 
 
 
 
 
293 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
Filho e do jornalista Vladimir Herzog, assassinados sob tortura pelo 
exército. 
Trecho: Que sonha com a volta / Do irmão do Henfil / Com tanta 
gente que partiu / Num rabo de foguete / Chora! A nossa 
Pátria Mãe gentil / Choram Marias e Clarisses / No solo do Brasil… 
5. Mosca na sopa é uma música de Raul Seixas, lançada em 
1973. Apesar das controvérsias acerca do sentido da música, a 
letra faz uma referência clara à ditadura militar. Através de uma 
metáfora, o povo é a “mosca” e, a ditadura militar, “a sopa”. Desta 
forma, o povo é apresentado como aquele que incomoda, que não 
pode ser eliminado, pois sempre vão existir aqueles que se 
levantam contra regimes opressores. 
Trecho: E não adianta / Vir me detetizar / Pois nem o DDT / Pode 
assim me exterminar / Porque você mata uma / E vem outra em 
meu lugar… 
6. É proibido proibir é uma música de Caetano Veloso, lançada 
em 1968. Esta canção era uma manifestação das grandes 
mudanças culturais que estavam ocorrendo no mundo na década 
de 1960. Na apresentação realizada no Teatro da Universidade 
Católica de São Paulo, a música de Caetano foi recebida com 
furiosa vaia pelo público que lotava o auditório. Indignado, Caetano 
fez um longo e inflamado discurso que quase não se podia ouvir, 
tamanho era o barulho dentro do teatro. 
Trecho: Me dê um beijo meu amor / Eles estão nos esperando / 
Os automóveis ardem em chamas / Derrubar as prateleiras / As 
estantes, as estátuas / As vidraças, louças / Livros, sim… 
7. Depois de Geraldo Vandré, Chico Buarque se tornou o artista 
mais odiado pelo governo militar, tendo dezenas de músicas 
censuradas. Apesar de você foi lançada em 1970, durante o 
governo do general Médici. A letra faz uma clara referência a este 
ditador. Para driblar a censura, ele afirmou que a música contava a 
história de uma briga de casal, cuja esposa era muito autoritária. A 
desculpa funcionou e o disco foi gravado, mas os oficiais do 
exército logo perceberam a real intenção e a canção foi proibida de 
tocar nas rádios. 
Trecho: Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou 
cobrar com juros. Juro! / Todo esse amor reprimido / Esse grito 
contido / Esse samba no escuro 
8. A música Acender as velas, lançada em 1965, é considerada 
uma das maiores composições do sambista Zé Keti. Esta música 
inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964. A 
letra deste samba possui um impacto forte, criado pelo relato 
dramático do dia-a-dia da favela. Faz uma crítica social as 
péssimas condições de vida nos morros do Rio de Janeiro, na 
década de 1960. 
Trecho: Acender as velas / Já é profissão / Quando não tem 
samba / Tem desilusão / É mais um coração / Que deixa de bater / 
Um anjo vai pro céu 
9. Que as crianças cantem livres é uma composição de Taiguara, 
lançada em 1973. No mesmo ano, o cantor se exilou em Londres, 
tendo sido um dos artistas mais perseguidos durante a ditadura 
militar. Taiguara teve 68 canções censuradas, durante o período de 
maior endurecimento do regime, no fim da década de 1960 até 
meados da década de 1970. 
Trecho: E que as crianças cantem livres sobre os muros / E 
ensinem sonho ao que não pode amar sem dor / E que o passado 
abra os presentes pro futuro / Que não dormiu e preparou o 
amanhecer… 
10. Jorge Maravilha, lançada em 1974, é mais uma música de 
Chico Buarque, agora sob o pseudônimo de Julinho de Adelaide, 
criado para driblar a censura. Os versos “você não gosta de mim, 
mas sua filha gosta” parecia uma relação conflituosa entre sogro, 
genro e filha. Mas, na verdade, fazia alusão à família do general 
Geisel. Geisel odiava Chico Buarque. No entanto, a filha do militar 
manifestava interesse pelo trabalho do compositor. 
Trecho: E como já dizia Jorge Maravilha / Prenhe de razão / Mais 
vale uma filha na mão / Do que dois pais voando / Você não gosta 
de mim, mas sua filha gosta 
 
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