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SEMANA 25 – Verbo 289 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência no Rio de Janeiro, dia 25 de janeiro de 1927 e faleceu em Nova Iorque, no dia 8 de dezembro de 1994. Dedicado à música, Tom Jobim foi compositor, pianista, maestro,cantor e violonista brasileiro. Algumas de suas composições: Garota de Ipanema, Eu sei que vou te amar, Águas de março, Pela luz dos olhos teus, Samba do Avião, dentre outras. Vinícius de Moraes Um dos fundadores do movimento da Bossa Nova, junto à João Gilberto e Tom Jobim, Marcus Vinícius de Moraes, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913 e faleceu em sua cidade natal, no dia 9 de julho de 1980. Figura multifacetada, Vinícius foi poeta, compositor, diplomata, dramaturgo, jornalista brasileiro. Algumas de suas composições: Soneto da Fidelidade, Aquarela, Samba da benção, a Felicidade, a Casa, o Girassol, dentre outras. Curiosidades • Em 2005, a música "Garota de Ipanema" foi considerada, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade. • O Dia Nacional da Bossa Nova é comemorado no dia 25 de janeiro, data de aniversário de Tom Jobim. • Tom Jobim foi considerado o maior expoente de todos os tempos da música brasileira pela revista Rolling Stone. Tropicalismo O Tropicalismo foi um movimento cultural de vanguarda que ocorreu no Brasil nos anos de 1967 e 1968 nas artes, principalmente na Música. Merecem destaques os compositores Caetano veloso, Gilberto Gil, que lideraram o movimento, além de Nara Leão, Tom Zé, Gal Costa, Os Mutantes (Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias), Torquato Neto, Rogério Duprat, Capinam, Jorge Bem, Maria Bethânia. O Tropicalismo caracterizado como um movimento libertário e revolucionário, buscava se afastar um pouco do intelectualismo da Bossa Nova a fim de aproximar a música brasileira dos aspectos da cultura popular, do samba, do pop, do rock, da psicodelia. Interessante observar que essa experiência estética aberta, sincrética e inovadora lançada pelos tropicalistas, mudou não somente a música popular brasileira, mas o panorama da cultura em geral, em busca da modernidade do país Contexto Histórico No momento, o Brasil passava por momentos de conflito como o Golpe de 64, a censura, as greves, os movimentos estudantis, que culminaram num regime ditatorial no país. Após o declínio da Bossa Nova, o novo movimento que surge, a saber, a MPB, foi o fulcro necessário para que um conjunto de artistas, denominados "Tropicalistas", se reunissem com objetivos de libertação e mudanças no panorama cultural brasileiro. Teve grande influência do movimento concretista na literatura e nas artes plásticas. Na música, além do sincretismo de ritmos, o movimento apostou na presença do som melódico das guitarras em suas canções. O início do Tropicalismo deu-se no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record em 1967, com destaque para as apresentações de Caetano, com a música "Alegria, alegria" e de Gilberto Gil com "Domingo no Parque". Durante um ano, além de mudanças na música popular, outros elementos culturais foram incorporadas à cultura brasileira como, por exemplo, o estilo das roupas, muito próximas à dos hippies, mas ao mesmo tempo com uma psicodelia e mistura de cores e tonalidades. Por fim, o movimento tropicalista termina com a prisão de Gilberto Gil e Caetano Veloso em 1968 pela Ditadura Militar. Em 1969, Caetano partiu para o exílio marcando definitivamente o fim do movimento. Músicas As músicas que mais se destacaram no Movimento Tropicalista e, muitas inclusive ganharam os Festivais de Música de MPB da Tv Record foram: "Tropicália" (1968), "Alegria, Alegria" (1967), "Atrás do Trio Elétrico" e "É proibido proibir" (1968) (1968) de Caetano Veloso; "Domingo no Parque" (1967), "Aquele abraço" (1968) de Gilberto Gil; "São Paulo, meu amor" (1968) e "Parque Industrial" (1968) de Tom Zé; "Não identificado" (1969), "Mamãe, coragem" (1968) e "Baby" (1968) de Gal Costa; "Tropicália ou Panis et Circenses" (1968), "Miserere Nobis" (1968), "Bat Macumba" (1968) e "Minha Menina" (1968) dos Mutantes. Jovem Guarda A Jovem Guarda se refere ao programa musical exibido na TV Record de São Paulo de 1965 a 1968, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia. O nome do programa ajudou a batizar o movimento musical e estético que introduziu o rock no Brasil. Atualmente, vários de seus integrantes continuam ligados à atividade musical. Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos no programa. Programa Jovem Guarda O programa "Jovem Guarda" estreou em 22.08.1965, na TV Record, liderado por três cantores em ascensão naquele momento. Roberto Carlos já havia estourado em 1963 com uma versão de "Splish Splash", de Bobby Darin e o DJ Murray the K, na versão brasileira de Erasmo Carlos. Por sua parte, Wanderléia tinha ganhado vários concursos de cantores de rádio e havia lançado seu primeiro compacto em 1962. As gravações aconteciam no Teatro Record, na rua da Consolação, em São Paulo e era transmitido ao vivo. No Rio, havia uma versão exibida durante a semana dirigida por Carlos Manga transmitida pela TV Rio. O resto do país tinha que aguardar assistia em videotape, pois não havia retransmissão via satélite. Ao longo de uma hora, o trio cantava seus sucessos e recebia convidados. Rapidamente, o programa tornou-se líder de audiência e provocou a histeria nos fãs que lotavam as dependências do teatro. A postura rebelde, o ritmo frenético e as letras inocentes, mas https://www.todamateria.com.br/bossa-nova/ https://www.todamateria.com.br/mpb-musica-popular-brasileira/ https://www.todamateria.com.br/mpb-musica-popular-brasileira/ 290 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO – (Prof. Cláudio Neves) identificáveis pelo público adolescente garantiram o êxito do programa. Contexto Histórico Nos anos 60, a música brasileira consagrava a Bossa Nova. Letras elaboradas, harmonia sofisticada e uma batida nova que mesclava o jazz com o samba. Era a juventude da Zona Sul do Rio de Janeiro que renovava o cenário musical brasileiro. No entanto, nos subúrbios da mesma cidade, havia jovens que estavam mais antenados ao rock de Elvis Presley. dos Beatles e dos Rolling Stones. A Jovem Guarda era vista por uma parte da intelectualidade como frívola por conta do tema de suas canções e de suas melodias pobres. A partir de 1964, quando a ditadura se instalou no Brasil, os integrantes da Jovem Guarda passaram a ser apontados como "alienados" por aqueles que combatiam o governo militar. Nesse contexto, o rock e as baladas propostos pela Jovem Guarda eram a resposta perfeita para se evadir da complicada década de 60. Ao invés de se preocuparem com a Guerra Fria e a Guerra do Vietnã, os espectadores preferiam dançar ao som de "Alguém na multidão" interpretada pelos Golden Boys. Golden Boys atuando no programa Jovem Guarda. Músicas As primeiras canções da Jovem Guarda eram versões de sucessos do cancioneiro americano e britânico. Podemos citar a versão de “Girl”, dos "Beatles", que se transformou na canção “Meu Bem”, sucesso na voz de Ronnie Von. Também “Stupid Cupid”, de Neil Sedaka foi um grande êxito com Celly Campelo cantando “Estúpido Cupido.” Ao mesmo tempo, Roberto Carlos e Erasmo Carlos começaram a fazer composições seguindo a linha do rock anglo-saxão. As letras falavam dos namoros, conquistas, carros e liberdade. Exemplos dessa temática são “Quero que tudo vá para o inferno”, de Roberto Carlos (1965) e “Festa de arromba”, de Erasmo Carlos e Roberto Carlos (1965). Entretanto, existia espaço para as baladas como “Devolva-me”, de Lilian Knapp e Renato Barros, um sucesso com Leno e Lilian. Igualmente, “Eu te amo mesmo assim”, composto e interpretado por Martinha, em 1966. Estética A Jovem Guarda deixou marcas no comportamentodos adolescentes lançando moda e gírias. Roupas extravagantes como casacos com plumas, cores fortes e a onipresente minissaia para as moças. O cabelo deveria ser comprido como o dos Beatles e a postura deveria ser o mais descontraída possível. A linguagem se viu invadida por expressões como "é uma brasa, mora?", "barra limpa" e "é papo firme". Essas expressões eram retiradas das letras das canções apresentadas no programa. Legado Com o fim do programa na TV Record, em 1968, os integrantes da Jovem Guarda tomaram rumos distintos. Pode-se pode afirmar que o movimento gerou três herdeiros diretos: o Tropicalismo, o sertanejo e o rock nacional. O Tropicalismo misturou os instrumentos elétricos aos acústicos brasileiros. Caetano Veloso e Gilberto Gil não tiveram nenhum preconceito em se aproximar de Roberto Carlos e sua turma. Esta amizade lhe valeu a linda canção “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos” feita por Roberto Carlos quando Caetano foi exilado em Londres. A música sertaneja seguiu a trilha do romantismo destilado nas letras da Jovem Guarda. Sérgio Reis se transformou num bem- sucedido cantor sertanejo. A cantora e compositora, Martinha é muito solicitada para escrever para duplas como Chitãozinho e Xororó. Nos anos posteriores, vários astros da música nacional continuaram a gravar temas da Jovem Guarda. A banda Skank registrou em 1994 “É proibido fumar”, de Roberto Carlos (1964). Marisa Monte gravou em 2016 “De que vale tudo isso?”, de Roberto Carlos (1967). Intérpretes Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia, Golden Boys, Ronnie Von, Os Vips, Martinha, Celly Campello, Leno e Lilian, Renato e seus Blues Caps, The Fevers, Jerry Adriani, Rosemary, entre outros nomes. Curiosidades O nome do programa surgiu a partir de uma frase do líder da URSS, Lênin: "o futuro pertencia à jovem guarda porque a velha está ultrapassada". O movimento também era chamado de "iê-iê-iê", uma forma abrasileirada da expressão "yeah-yeah-yeah" cantada pelos Beatles em "She loves you". A era dos festivais A história da Música Popular Brasileira foi marcada pela presença de inúmeros festivais, promovidos por emissoras de rádio, redes de televisão, teatros e movimentos estudantis. Esses festivais cumpriram (e ainda o fazem na atualidade) a função de revelar intérpretes, compositores e instrumentistas ao grande público. Os mais antigos festivais foram os de música para o carnaval nos anos 1930, patrocinados pela Prefeitura do Rio de Janeiro ou por empresas comerciais, jornais e revistas. Somente no final dos anos 1950, os festivais de música popular para o chamado período "meio de ano" começaram a aparecer. A segunda metade da década de 1960, em especial, foi marcada pela consagração de artistas que passaram a figurar entre os grandes nomes da MPB, tais como Elis Regina, Edu Lobo, Chico https://www.todamateria.com.br/bossa-nova/ https://www.todamateria.com.br/tropicalismo/ SEMANA 25 – Verbo 291 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gilberto Gil, entre tantos outros. O Festival Nacional de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Excelsior de São Paulo, teve sua primeira edição em 1965 e sua segunda edição em 1966, e apresentou como respectivas vencedoras as canções "Arrastão" (Edu Lobo e Vinicius de Moraes), interpretada por Elis Regina, e “Porta-estandarte” (Geraldo Vandré e Fernando Lona), interpretada por Airto Moreira e Tuca. O Festival da Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record de São Paulo, teve quatro edições, em 1966, 1967, 1968 e 1969, com as seguintes vencedoras: 1966: "A banda" (Chico Buarque) empatada com "Disparada" (Téo de Barros e Geraldo Vandré), a primeira interpretada por Nara Leão e a segunda por Jair Rodrigues; 1967: "Ponteio" (Edu Lobo e Capinam), interpretada por Edu Lobo e Marília Medalha. Vale ainda ressaltar que, nessa edição, a segunda, terceira e quarta colocações foram respectivamente para as canções "Domingo no parque" (Gilberto Gil), interpretada por Gil e Os Mutantes, "Roda viva" (Chico Buarque), interpretada pelo autor e pelo MPB-4, e "Alegria, alegria" (Caetano Veloso), interpretada pelo compositor e pelo grupo argentino Beat Boys; 1968: "São São Paulo meu amor" (Tom Zé), interpretada por Tom Zé, Canto 4 e Os Brasões, na votação do júri especial, e "Benvinda" (Chico Buarque), interpretada por Chico Buarque e MPB 4, na votação do júri popular; 1969: "Sinal fechado" (Paulinho da Viola), interpretada pelo autor. O Festival Internacional da Canção (FIC), em sua fase nacional, teve sua primeira edição realizada no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, e foi inicialmente promovido pela TV-Rio (I FIC) e em seguida pela TV Globo (demais edições). No total, foram sete edições realizadas entre os anos de 1966 e 1972. Canções como "Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) e "Fio maravilha" (Jorge Ben, hoje Jorge Benjor), premiadas com o primeiro lugar, passaram a fazer parte dos clássicos da MPB. O II FIC revelou ainda Milton Nascimento como Melhor Intérprete, com "Travessia", sua composição em parceria com Fernando Brant, que recebeu a segunda colocação. Outro fato importante de ser lembrado foi a antológica participação de Caetano Veloso no III FIC, com sua composição "É proibido proibir". A música foi vaiada pela platéia levando Caetano a discursar ao público: "Vocês não estão entendendo nada." A canção foi desclassificada. Segundo o historiador Jairo Severiano, a canção "Andança", de Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, foi uma das mais aplaudidas pelo público nessa terceira edição do FIC. A música, interpretada por Beth Carvalho e o conjunto Golden Boys, obteve a terceira colocação. Nesse dia, o público vaiou a grande vencedora, "Sabiá", em favor de "Caminhando (Pra não dizer que não falei de flores)", de Geraldo Vandré, que acabou levando a segunda colocação, interpretada pelo autor e o Quarteto Livre (nas eliminatórias, Vandré apresentou-se sozinho ao violão). Para Jairo Severiano "o VII FIC (realizado em 1972) foi o último do ciclo dos festivais, encerrando assim uma fase auspiciosa da MPB na televisão, com grande proveito para ambas as partes" ("A canção no tempo" vol.2, p.174, Editora 34). A partir de 1967, em plena época dos festivais de MPB transmitidos pelas redes de televisão, o Museu da Imagem e do Som (MIS) fez voltar os concursos para escolher as melhores músicas produzidas para o carnaval. O primeiro, intitulado I Concurso de Música para o Carnaval, foi presidido por Ricardo Cravo Albin, então diretor do MIS, e dele saiu vencedor "Máscara negra" (Zé Keti e P. Filho), em 1967. Houve apenas mais duas edições, transmitidas do Maracanãzinho, Rio de Janeiro. O ano de 1968 ainda foi marcado pelo I Festival Universitário de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Tupi, que teve entre os candidatos o jovem estudante do quarto ano de química da UFRJ, Ivan Guimarães Lins, que concorreu com sua parceria com Waldemar Correia dos Santos "Até o amanhecer", interpretada por ninguém menos que Cyro Monteiro. Esse festival lançaria também nomes como Aldir Blanc e Sílvio da Silva Júnior, entre muitos outros. Ainda em 1968 foi realizada a I Bienal do Samba, promovida pela TV Record de São Paulo, que teve como primeira colocada a composição "Lapinha" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), defendida por Elis Regina. Caetano Veloso foi impedido de participar dessa Bienal por utilizar guitarras elétricas para acompanhar sua composição. Nessa primeira Bienal do Samba, foram desclassificados pioneiros como Pixinguinha e Donga, além de compositores do porte de Adoniran Barbosa, Herivelto Martins e muitos outros. Festivais de âmbito regional também acontecem com freqüência, como o I Festival Nordestino da Música Popular, promovido em 1969 pelos Diários e Emissoras Associados do Nordeste, e o Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul,que teve sua primeira edição em 1971. Ambos os festivais foram registrados em disco. Em 1975, foi realizado o Festival da Nova Música Brasileira - Abertura, que trouxe entre as 12 finalistas a canção "Fato consumado", composta e interpretada pelo então novato Djavan. Em 1979, a TV Tupi realizou o Festival 79 de Música Popular, que projetou artistas como Oswaldo Montenegro, que teve sua composição "Bandolins" colocada em terceiro lugar. Nesse mesmo ano, o programa "Flávio Cavalcanti" promoveu o 1º Festival dos Estudantes, conferindo o primeiro lugar à canção "Eu demônio, eu poeta", de Fátima de Figueiredo, Sara Benchimol (ambas alunas da Academia de Balett Nino Giovanetti) e Ricardo Marques (aluno da Academia Militar de Agulhas Negras). Quem interpretou a canção foi Maria Odete e o festival foi registrado em LP lançado pela WEA (o que é comum nos festivais de uma forma geral). A TV Globo promoveu na década de 1980 o MPB-80, conferindo o primeiro lugar à canção "Agonia" (Mongol), interpretada por Oswaldo Montenegro, que recebeu o prêmio de Melhor Intérprete na quarta eliminatória. Nesse mesmo festival, Eduardo Dusek ganhou projeção nacional quando defendeu sua composição "Nostradamus". No ano seguinte, o MPB-81 conferiu a primeira colocação à canção "Purpurina" (Jerônimo Jardim), interpretada por Lucinha Lins. Esse resultado provocou vaias da platéia, que tinha como favorita "Planeta água" (Guilherme Arantes). Em 1982, foi realizado o MPB-82, no qual Eduardo Dusek foi desclassificado ao apresentar a música "Barrados no baile", de sua autoria, no lugar da música que havia inscrito como concorrente, "Valdirene, a paranormal", também de sua autoria. Em 1985, também pela TV Globo, foi realizado o "Festivais dos Festivais", evento que revelou a cantora Leila Pinheiro, intérprete da canção "Verde" (Eduardo Gudin e Costa Netto), que recebeu a terceira colocação. O primeiro lugar ficou com "Escrito nas estrelas" (Arnaldo Black e Carlos Rennó), defendida por Tetê Espíndola, que pela primeira vez interpretava, em público, uma canção de amor. Na década de 1990, festivais de âmbito nacional foram promovidos 292 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO – (Prof. Cláudio Neves) por empresas privadas como o "FestValda" e o "Prêmio Visa", entre outros. Porém, esses festivais não tiveram a mesma repercussão dos da década de 1960 e início da de 1970. Em 2000, a TV Globo promoveu o Festival da Música Brasileira, no qual nomes conhecidos como Toninho Horta e Zé Renato figuravam ao lado de desconhecidos, concorrendo pelo prêmio de melhor canção. om o advento da internet, muitos concursos, mostras e premiações passaram a ser realizados "on line", como o Festival Nova Música, promovido pelo site www.novamusica.com.br. (Disponível em: www.dicionariompb.com.br) Há 50 anos, nascia a MPB; protagonistas lembram festival que cunhou o termo Há 50 anos, Elis Regina recebia um conselho de Vinicius de Moraes em um bilhete, pouco antes de subir ao palco no 1º Festival Nacional da Musica Popular Brasileira. "Arrasta essa gente aí, Pimentinha", pedia o poeta. Ao que consta na história, Elis Regina fez a interpretação da sua vida, girando os braços freneticamente, conforme a canção "Arrastão" crescia para explodir no verso: "Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim / Nunca, jamais, se viu tanto peixe assim". Composta por Vinicius e Edu Lobo, "Arrastão" venceu o festival realizado pela TV Excelsior, que lançou a semente da MPB tal como a conhecemos hoje. A partir dali, a música brasileira encontraria na TV seu principal difusor e passaria a ser conhecida pela abreviação MPB –uma decisão prática, já que o nome inteiro do festival não cabia nas manchetes dos jornais. Não foi exatamente o primeiro festival do país. Houve tentativas anteriores em fazer uma versão tupiniquim do famoso festival italiano de San Remo, mas o produtor musical Solano Ribeiro, grande idealizador deste e dos seguintes festivais de música, sentia um vento batendo diferente na metade dos anos 1960. Diante da queda de popularidade da Bossa Nova, nascia uma nova música, criativa e arejada, que se reproduzia aos montes nos becos, bares, teatros e universidades. Era a hora e a vez de compositores novos, como Baden Powell, Edu Lobo, Caetano Veloso, Francis Hime e um estudante de arquitetura chamado Chico Buarque de Hollanda. "Existia uma confluência de gêneros, era um movimento musical atrás do outro, uma grande onda de criatividade começando a botar a cara", relembra o músico Roberto Menescal. Produtor de célebres discos de Elis Regina, Chico Buarque, Maria Bethânia e Maysa, ele também foi um dos compositores que participaram da seleção com a canção "Por quem Morrer de Amor", escrita em parceria com Ronaldo Bôscoli. Como ele mesmo imaginava, a música morreu na terceira eliminatória. "Eu nunca acreditei que pudesse vencer com uma música romântica enquanto outras tantas vinham com posturas mais fortes e desafiadoras". Assim foi aberta a inscrição para os compositores, enquanto os intérpretes, com status de astros, seriam escolhidos pela direção. Wilson Simonal, Claudette Soares, Geraldo Vandré, Agnaldo Rayol, Agostinho dos Santos, Altemar Dutra, Cauby Peixoto, Cyro Monteiro, Elizeth Cardoso, Miltinho, Elis Regina e Orlando Silva defenderam 36 das 1,2 mil canções inscritas. "Eu já havia realizado eventos menores de sucesso com aquele elenco, o que me dava certeza que a resposta do público seria favorável. O que não imaginava era o tamanho do sucesso", relembra o produtor Solano Ribeiro, ao UOL. Para manter a maresia do balneário de San Remo, ele adaptou o regulamento do evento italiano e escolheu um local análogo para sediar o festival: Guarujá, no litoral paulista. A fórmula do festival O pesquisador Zuza Homem de Melo em breve transformaria o festival no grande sucesso da TV Record, mas em 1965, ele era um mero espectador. "A grande transformação foi a de ser um programa de televisão com competição de canções e participação do público torcendo abertamente. Na música, viu-se que as canções da Bossa Nova não teriam êxito nos festivais. Surgiu um novo formato denominado canção brasileira tipo festival", conta. Na final, no dia 6 de abril, no Rio de Janeiro, "Arrastão" conquistou o troféu Berimbau de Ouro. Melodia assobiável, o arrebatamento na voz de Elis, a performance teatral com os braços giratórios– que lhe renderia o apelido de Hélice Regina--, e a letra forte de Vinicius e Edu Lobo eram itens essenciais à nova receita. Pouco tempo depois, canções como "Domingo no Parque" e "Alegria, Alegria", de Gilberto Gil e Caetano Veloso, respectivamente, subverteriam a fórmula. "O governo não percebeu que as canções poderiam se tornar uma bandeira da classe universitária contra a censura e contra a ditadura militar", observa Zuza. (Disponível em: www.musica.uol.com.br) 10 canções de protesto 1. A música Alegria, Alegria foi lançada em 1967, por Caetano Veloso. Valorizava a ironia, a rebeldia e o anarquismo a partir de fragmentos do dia-a-dia. Em cada verso, revelações da opressão ao cidadão em todas as esferas sociais. A letra critica o abuso do poder e da violência, as más condições do contexto educacional e cultural estabelecido pelos militares, aos quais interessava formar brasileiros alienados. Trecho: O sol se reparte em crimes/Espaçonaves, guerrilhas/Em cardinales bonitas/Eu vou… 2. Caminhando (Pra não dizer que falei das flores) é uma música de Geraldo Vandré, lançada em 1968. Vandré foi um dos primeiros artistas a ser perseguido e censurado pelo governo militar. A música foi a sensação do Festival de Música Brasileira da TV Record, se transformando em um hino para os cidadãos que lutavam pela abertura política. Através dela, Vandré chamava o público à revolta contra o regime ditatorial e ainda fazia fortes provocações ao exército. Trecho:Há soldados armados / Amados ou não / Quase todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam / Uma antiga lição: De morrer pela pátria / E viver sem razão 3. A música Cálice, lançada por Chico Buarque em 1973, faz alusão a oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim do Getsêmane: “Pai, afasta de mim este cálice”. Para quem lutava pela democracia, o silêncio também era uma forma de morte. Para os ditadores, a morte era uma forma de silêncio. Daí nasceu a ideia de Chico Buarque: explorar a sonoridade e o duplo sentido das palavras “cálice” e “cale-se” para criticar o regime instaurado. Trecho: De muito gorda a porca já não anda (Cálice!) / De muito usada a faca já não corta / Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!) / Essa palavra presa na garganta 4. O bêbado e o equilibrista, foi composto por Aldir Blanc e João Bosco e gravado por Elis Regina, em 1979. Representava o pedido da população pela anistia ampla, geral e irrestrita, um movimento consolidado no final da década de 70. A letra fala sobre o choro de Marias e Clarisses, em alusão às esposas do operário Manuel Fiel http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/elis-regina/arrastao/370457 http://www.radio.uol.com.br/#/artista/edu-lobo/651 http://www.radio.uol.com.br/#/artista/baden-powell/1229 http://www.radio.uol.com.br/#/artista/caetano-veloso/43 http://www.radio.uol.com.br/#/artista/caetano-veloso/43 http://www.radio.uol.com.br/#/artista/francis-hime/801 http://www.radio.uol.com.br/#/artista/chico-buarque/641 http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/cauby-peixoto/por-quem-morreu-de-amor/5079022 http://www.radio.uol.com.br/#/artista/wilson-simonal/10874 http://www.radio.uol.com.br/#/artista/claudette-soares/11866 SEMANA 25 – Verbo 293 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Filho e do jornalista Vladimir Herzog, assassinados sob tortura pelo exército. Trecho: Que sonha com a volta / Do irmão do Henfil / Com tanta gente que partiu / Num rabo de foguete / Chora! A nossa Pátria Mãe gentil / Choram Marias e Clarisses / No solo do Brasil… 5. Mosca na sopa é uma música de Raul Seixas, lançada em 1973. Apesar das controvérsias acerca do sentido da música, a letra faz uma referência clara à ditadura militar. Através de uma metáfora, o povo é a “mosca” e, a ditadura militar, “a sopa”. Desta forma, o povo é apresentado como aquele que incomoda, que não pode ser eliminado, pois sempre vão existir aqueles que se levantam contra regimes opressores. Trecho: E não adianta / Vir me detetizar / Pois nem o DDT / Pode assim me exterminar / Porque você mata uma / E vem outra em meu lugar… 6. É proibido proibir é uma música de Caetano Veloso, lançada em 1968. Esta canção era uma manifestação das grandes mudanças culturais que estavam ocorrendo no mundo na década de 1960. Na apresentação realizada no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, a música de Caetano foi recebida com furiosa vaia pelo público que lotava o auditório. Indignado, Caetano fez um longo e inflamado discurso que quase não se podia ouvir, tamanho era o barulho dentro do teatro. Trecho: Me dê um beijo meu amor / Eles estão nos esperando / Os automóveis ardem em chamas / Derrubar as prateleiras / As estantes, as estátuas / As vidraças, louças / Livros, sim… 7. Depois de Geraldo Vandré, Chico Buarque se tornou o artista mais odiado pelo governo militar, tendo dezenas de músicas censuradas. Apesar de você foi lançada em 1970, durante o governo do general Médici. A letra faz uma clara referência a este ditador. Para driblar a censura, ele afirmou que a música contava a história de uma briga de casal, cuja esposa era muito autoritária. A desculpa funcionou e o disco foi gravado, mas os oficiais do exército logo perceberam a real intenção e a canção foi proibida de tocar nas rádios. Trecho: Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou cobrar com juros. Juro! / Todo esse amor reprimido / Esse grito contido / Esse samba no escuro 8. A música Acender as velas, lançada em 1965, é considerada uma das maiores composições do sambista Zé Keti. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964. A letra deste samba possui um impacto forte, criado pelo relato dramático do dia-a-dia da favela. Faz uma crítica social as péssimas condições de vida nos morros do Rio de Janeiro, na década de 1960. Trecho: Acender as velas / Já é profissão / Quando não tem samba / Tem desilusão / É mais um coração / Que deixa de bater / Um anjo vai pro céu 9. Que as crianças cantem livres é uma composição de Taiguara, lançada em 1973. No mesmo ano, o cantor se exilou em Londres, tendo sido um dos artistas mais perseguidos durante a ditadura militar. Taiguara teve 68 canções censuradas, durante o período de maior endurecimento do regime, no fim da década de 1960 até meados da década de 1970. Trecho: E que as crianças cantem livres sobre os muros / E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor / E que o passado abra os presentes pro futuro / Que não dormiu e preparou o amanhecer… 10. Jorge Maravilha, lançada em 1974, é mais uma música de Chico Buarque, agora sob o pseudônimo de Julinho de Adelaide, criado para driblar a censura. Os versos “você não gosta de mim, mas sua filha gosta” parecia uma relação conflituosa entre sogro, genro e filha. Mas, na verdade, fazia alusão à família do general Geisel. Geisel odiava Chico Buarque. No entanto, a filha do militar manifestava interesse pelo trabalho do compositor. Trecho: E como já dizia Jorge Maravilha / Prenhe de razão / Mais vale uma filha na mão / Do que dois pais voando / Você não gosta de mim, mas sua filha gosta SEMANA 25 - GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO - VERBO - CLÁUDIO NEVES MPB - Música Popular Brasileira Compositores da Bossa Nova Vinícius de Moraes Curiosidades Contexto Histórico Músicas Jovem Guarda Programa Jovem Guarda Contexto Histórico Músicas Estética Legado Intérpretes Curiosidades Há 50 anos, nascia a MPB; protagonistas lembram festival que cunhou o termo