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PEER REVIEW, Vol. 5, Nº 9, 2023 
DOI: 10.53660/413.prw1451 
ISSN: 1541-1389 
 
 
 
Recebido: 15/04/2023 | Aceito: 20/05/2023 | Publicado: 01/06/2023 
Anatomia Humana no Ensino Médio: integrando alunos da Medicina 
por meio da Educação Continuada 
Human anatomy in secondary school: integration of medical students through 
Continuing Education 
 
Maria Clara Trevisan Rojas 
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2867-814X 
Centro Universitário Padre Albino, UNIFIPA/FAMECA, Brasil 
Email:mariaclaratrojas@gmail.com 
Julia Ravazzi Casari 
Email:jurcasari@gmail.com 
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8716-5910 
Centro Universitário Padre Albino, UNIFIPA/FAMECA, Brasil 
Daniel Gregório Gonsalves 
Email:danielgregoriogonsalves@gmail.com 
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0658-4700 
Centro Universitário Padre Albino, UNIFIPA/FAMECA, Brasil 
Ana Carolina Vicente Rodrigues 
Email:carolrodrigues2707@gmail.com 
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0149-401X 
Centro Universitário Padre Albino, UNIFIPA/FAMECA, Brasil 
Renato Rissi 
Email: renato_rissi@yahoo.com.br 
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0935-496X 
Centro Universitário Padre Albino, UNIFIPA/FAMECA, Brasil 
 
 
RESUMO 
Introdução: A promoção de atividades didáticas de ensino-aprendizado objetiva o despertar dos estudantes 
para com o conteúdo abordado, sendo uma das formas de estímulo para mediar o entendimento mais 
aprofundado dos alunos. Objetivo: Relatar a experiência obtida a partir do ensino de Anatomia Humana 
pelos estudantes de Medicina para alunos do Ensino Médio. Método: Foram três dias de atividades, com 
participação de 25 alunos do Ensino Médio por dia. Doze alunos do primeiro ano do curso de Medicina 
foram selecionados, via inscrição, para ministrar as aulas. As atividades foram realizadas no laboratório de 
Anatomia Humana da universidade. Resultados: A iniciativa do estudo dinâmico de anatomia humana 
despertou a curiosidade dos alunos do ensino médio frente as possibilidades e importâncias de integrar ao 
meio acadêmico. Já, para os acadêmicos de medicina, o ensino permitiu a exploração ativa do conteúdo 
anatômico, além de promover a aproximação destes à docência. Conclusão: A realização de atividades 
didáticas entre estudantes de diferentes níveis de formação consegue promover o incentivo a busca pelo 
saber na área acadêmica, meio importante para o surgimento de reflexão e construção de senso crítico. 
PALAVRAS-CHAVE: Educação da população; Ensino Fundamental e Médio; Anatomia; Estudantes. 
 
 
ABSTRACT 
Introduction: The promotion of teaching-learning didactic activities aims to awaken students to the content 
addressed, being one of the forms of stimulus to mediate the students' deeper understanding. Objective: To 
report the experience obtained from the teaching of Human Anatomy by medical students to high school 
mailto:mariaclaratrojas@gmail.com
mailto:jurcasari@gmail.com-
mailto:danielgregoriogonsalves@gmail.com
mailto:carolrodrigues2707@gmail.com
mailto:renato_rissi@yahoo.com.br
 
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students. Method: There were three days of activities, with the participation of 25 high school students per 
day. Twelve students from the first year of the medical course were selected, via registration, to teach the 
classes. The activities were carried out in the human anatomy laboratory of the university. Results: The 
initiative of the dynamic study of human anatomy aroused the curiosity of high school students regarding 
the possibilities and the importance of joining the academic environment. For medical students, teaching 
allowed the active exploration of anatomical content, besides promoting their approach to teaching. 
Conclusion: The performance of didactic activities among students of different levels of training can 
promote the incentive to seek knowledge in the academic area, making it an important means for the 
emergence of reflection and construction of critical sense. 
KEYWORDS: Population Education; Education, Primary and Secondary; Anatomy; Students. 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
O estudo da Anatomia Humana é uma das ciências médicas mais antigas, tendo 
sido considerada alicerce fundamental para formação da área da saúde (MOMPEÓ; 
PÉREZ, 2003). O estudo anatômico teve início em cerca de 500 a.C, no Egito e foi 
revolucionado com os filósofos gregos (CHOPARD, 2008; LYONS; PETRUCELLI, 
1997). Um dos maiores nomes da Anatomia foi Galeno (124 a.C); dedicou-se ao estudo 
a partir de macacose publicou diversas obras dedicadas à descrição anatômica. Andreas 
Vesalius surgiu posteriormente, como admirador de Galeno e promissor em examinar a 
anatomia em cadáveres propriamente dito e, como resultado, demonstrou seus estudos na 
obra De Humani Corporis Fabrica, datada de 1543 (LYONS; PETRUCELLI, 1997). O 
papel da anatomia se transformou ao longo do tempo: no princípio procurou compreender 
e desmistificar a morte, enquanto hoje, tornou-se matéria curricular básica nos ensinos da 
maioria dos cursos da área da saúde. 
O estudo anatômico passou a ser uma organização científica baseada no estudo de 
cadáveres (TALAMONI, 2014). A compreensão da estrutura humana, da localização dos 
órgãos e principais artérias e veias, da comunicação estabelecida entre os sistemas 
respiratório, cardiovascular, reprodutivo, urinário, digestório, sensorial e esquelético-
motor, estabelece o embasamento para o estudo aprofundado da fisiologia de todo 
organismo, trazendo, dessa forma, a cognição do macroscópico para o microscópio da 
ciência (SILVA et al., 2018). 
O contato aprofundado e investigativo dos indivíduos, na maioria das vezes, com 
a disciplina de Anatomia Humana ocorre quando é adentrado o nível superior de ensino 
vinculado a alguma área da saúde e biológica. Embora, a princípio, o conteúdo seja 
atrativo, uma vez que é algo relacionado ao próprio organismo, os alunos possuem 
dificuldades envolvendo a disciplina de anatomia, seja pela grande quantidade de 
conteúdo, quanto pela diversidade de nomenclaturas - técnicas e específicas 
(FORNAZIERO, 2009). Para tanto, o processo didático da anatomia, enquanto ensino-
aprendizado, faz-se imprescindível para o desenvolvimento do conhecimento do aluno 
universitário. A promoção de espaço para que o aluno se coloque no papel de tutor de 
ensino, ou seja, passá-lo à responsabilidade de ministrar uma aula ou seminário, tende a 
ser propulsor no aspecto de dinamizar o estudo da anatomia. Tal contexto insere o 
indivíduo como protagonista da ação, tirando-o da passividade de memorizar o conteúdo, 
 
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o que o habilita a ter autonomia de pensamento e, até mesmo, originalidade em construir 
novas ideias a partir da base estudada previamente (BERBEL, 2011). 
Pensando nisso, os alunos do curso de Medicina do Centro Universitário Padre 
Albino (UNIFIPA/FAMECA), membros da Liga Acadêmica de Anatomia Geral 
(LAAG), desenvolveram um projeto de Educação Continuada com os alunos do Ensino 
Médio do Colégio Catanduva, em que foram ministradas aulas de Anatomia Humana, 
pelos alunos de Medicina, para os alunos do primeiro ao terceiro ano do Ensino Médio. 
MÉTODO 
Os alunos do primeiro ao terceiro ano do ensino médio do Colégio Catanduva, da 
Cidade de Catanduva, interior de São Paulo, foram convidados a participar do projeto de 
extensão de Educação Continuada da LAAG, através do qual visitaram o laboratório de 
Anatomia da UNIFIPA e participaram de uma aula magna ministrada por alunos do 
primeiro ano do Curso de Medicina sobre Anatomia Humana básica. Foram realizados 
três encontros, sendo versado sobre Sistema Locomotor e Sistema Cardiorrespiratório. 
Para a realização das aulas foi realizada a capacitação dos alunos do primeiro ano com o 
professor anatomista docente da instituição. Desta forma, foi orquestrada um cronograma 
dos temas a serem abordados, sendo que durante dois dias combinados (16/08/2022 - dia 
1 e 29/08/2022 - dia 2) foram dedicados ao Sistema Locomotore um, (13/09/2022 - dia 
3) apresentou-se a temática do Sistema Cardiorrespiratório. 
Para manter a organização, no dia 1 e no dia 2 foram separadas quatro bancadas 
do laboratório de anatomia da UNIFIPA: as duas primeiras destinadas ao conteúdo 
específico de Sistema Locomotor para membros superiores, e as restantes destinadas aos 
membros inferiores. Os cadáveres não identificáveis destinados à estudo do Laboratório 
foram expostos nas bancadas citadas. Foram selecionados 12 alunos do curso de Medicina 
por dia de aula, e separados em grupos de dois ou três alunos por bancada para 
ministrarem a aula. Aproximadamente 25 alunos do Colégio Catanduva compareceram 
às aulas em cada dia. 
No dia 3, foi realizada a abordagem a respeito do Sistema cardiorrespiratório, com 
a mesma intencionalidade de mostrar de maneira simples e lúdica o conteúdo em questão. 
Quatro bancadas foram separadas, sendo que as duas primeiras ficaram disponibilizadas 
para o sistema respiratório, enquanto as demais foram planejadas para o sistema cardíaco. 
 
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As disposições por bancada e o número de alunos do Colégio Catanduva foram os 
mesmos dos dias 1 e 2. 
RESULTADOS 
A organização do projeto de Educação Continuada de Anatomia Humana 
realizada pela LAAG surgiu como uma iniciativa de trazer um olhar menos técnico para 
os alunos do curso de Medicina sobre a disciplina. Na UNIFIPA, a disciplina de Anatomia 
Humana é matéria curricular do primeiro ano de ensino, sendo uma das mais densas e 
complexas no âmbito do aprendizado. A faculdade e o Colégio Catanduva fazem parte da 
Fundação Padre Albino, facilitando as atividades de integração entre as duas instituições. 
Tendo em vista a dificuldade dos alunos frente à disciplina e a proximidade com a escola 
parceira, foi possível promover as aulas de anatomia. 
O docente responsável pela liga acadêmica contatou o coordenador responsável 
pela escola, encontrando o melhor dia e horário para as atividades. As aulas foram 
ministradas nas terças-feiras no período vespertino que, no cronograma anual do curso de 
Medicina, é o horário destinado às atividades da disciplina de Extensão I, tornando esse 
projeto um programa de extensão. 
Inicialmente, foi elaborado um Edital de convocação para os alunos interessados 
em ministrar as aulas. Foram dispostas 12 vagas por dia de aula: 6 reservadas aos alunos 
da LAAG e as demais, para qualquer aluno do primeiro ano de medicina. Completadas 
as vagas, foi agendado um dia para que fosse realizada uma capacitação junto ao professor 
docente. 
Durante a capacitação, os assuntos mais recorrentes e com potencialidade de 
despertar a curiosidade dos ouvintes foram selecionados. Levou-se em conta quais as 
matérias mais vigentes no primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Médio, para 
possibilitar a intertextualidade e conexão com os alunos. 
A iniciação a partir da temática do Sistema Locomotor (separado em membros 
superiores e inferiores) foi pensada visto a grande quantidade de correlações cotidianas 
verificadas com lesões ósseas e musculares. Com isso, foi possível aproximar o comum 
e rotineiro na vida dos estudantes do ensino médio com o conteúdo mais ampliado trazido 
pela Anatomia Humana, promovendo o interesse desses alunos. 
 
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Aliando o cronograma de estudos das aulas da faculdade com o cenário pandêmico 
de COVID-19, o segundo sistema escolhido foi Sistema Cardiorrespiratório, tal qual 
provocou amplos questionamentos e curiosidades. Durante a apresentação dessa temática 
houve o cuidado para trazer à luz os principais pontos anatômicos e suas respectivas 
funcionalidades referentes às principais crises e síndromes respiratórias. 
Chegado o momento efetivo do projeto educacional, os vinte e cinco alunos do 
Colégio Catanduva foram divididos nas quatro bancadas disponíveis, assim como os 12 
estudantes da UNIFIPA. Para tornar as aulas interessantes e ilustrativas, foram feitas 
comparações e exibições de estruturas passíveis de serem vistas a olho nu. A exemplo do 
método aplicado, pode-se citar que os alunos, com a peça anatômica de uma escápula, 
apontaram e explicitaram o que é o acrômio (acidente ósseo da escápula) e pediram para 
que os ouvintes tentassem sentir neles próprios aquele local, uma vez que é uma 
proeminência possível de ser palpada. Construiu-se, assim, uma proximidade entre os 
alunos de modo a formar um ambiente de puro aprendizado e troca de conhecimento. 
Houve grande ânimo dos ouvintes, visto que puderam ter contato com órgãos de 
cadáveres, inspecionando e palpando aquilo que, até então, só era conhecido na teoria. 
Uma das curiosidades mais despertadoras no terceiro dia foi a visualização do óstio 
faríngeo da tuba auditiva. Tal nome faz referência à uma abertura que comunica a orelha 
média com a faringe; e nos momentos em que ocorre mudança abrupta da pressão 
atmosférica frente a pressão interna, ocorre um incômodo no ouvido. Ao entenderem que 
a “abertura da boca” ou o “mascar chiclete” atuava na promoção da readequação das 
pressões a partir do óstio, ficaram repletos de esclarecimento. 
Com os alunos de medicina no papel de tutores, a forma de entender e ver a 
matéria se alterou e, também, os aproximou da docência, criando um espaço de tentativa 
de novos interesses. Ao atender os alunos do Colégio parceiro, pôde ser promissor em 
deixá-los mais próximos do “o que é” adentrar ao nível superior, e instigar o interesse por 
buscar uma área de formação acadêmica, independentemente do curso. Foi possível ainda 
escutar suas curiosidades e dúvidas, não só sobre a matéria aplicada, mas de qual caminho 
seguir para que alcancem as faculdades almejadas, tendo sido um momento de troca de 
experiências e de grande enriquecimento crítico de ambas as partes dos alunos. 
As consequências apresentadas pela reação dos alunos ouvintes puderam deixar 
claro que os momentos promovidos pelas aulas foram promissores. Captar no olhar e nas 
 
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mais simples falas dos alunos a vontade de estar, um dia, no lugar daqueles que estiveram 
no papel de tutor, mostrou o quão potencial é permitir a aproximação entre o ensino médio 
e o ensino superior. A integração dos alunos do Curso de Medicina para com a Anatomia 
teve êxito. Aqueles com maior facilidade, buscaram ampliar seus conhecimentos e, 
muitos, se identificaram com a docência e com a surpresa de como é responder perguntas 
durante a explicação. Outros, menos integrados a disciplina, tiveram o despertar de 
“como” estudar. A partir da necessidade de explicar a matéria com didática, entenderam 
que é possível absorver informações, segundo um método de estudo que se encaixe a seus 
princípios de cognição. A dinâmica permitiu ainda que os alunos conversassem a respeito 
do melhor jeito de estudar para cada um, trazendo formas desconhecidas por uns e 
conhecidas por outros. 
A Educação Continuada de Anatomia Geral possibilitou um ambiente de troca de 
conhecimento e de experiência única entre os alunos. Enquanto os atuais universitários 
relembraram a vida do Ensino Médio, os alunos do colegial conheceram um pouco da 
rotina dos estuantes de Medicina, gerando uma troca de informações potencializadoras 
do processo reflexivo e criativo, sempre bem-vindo no ambiente acadêmico. A figura 1 
apresenta fotografias captadas durante as aulas realizadas. 
Figura 1. Fotografia realizada durante o projeto de Educação Continuada no 
Laboratório de Anatomia da UNIFIPA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Rojas, 2023 
 
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DISCUSSÃO 
A proposta de promover a Educação Continuada da Anatomia Humana para os 
alunos do Ensino Médio trouxe diversos benefícios para a formação dos alunos em 
Medicina e, para o amadurecimento decisório dos alunos do colegial. Mais que isso, foi 
um momento de troca de conhecimento ímpar na vida acadêmica dos estudantes, trazendo 
uma forma de ultrapassar barreiras muito comuns dentro do ensino da Anatomia. Diversos 
fatoresda contemporaneidade dificultam o ensino dessa matéria: a dificuldade de acesso 
à cadáveres, o aumento do número de alunos nos cursos de medicina, a redução do tempo 
de contato do aluno para com a disciplina e, consequente, diminuição adequada de 
memorização do conteúdo têm sido obstáculos para a efetividade da formação em 
anatomia (SILVA et al., 2018). 
Por isso, atividades extensivas, dinâmicas e lúdicas que ultrapassem as aulas 
propriamente ditas funcionam como um intensificador da matéria, de maneira eficaz e 
produtiva. O uso de jogos de perguntas e respostas de anatomia, softwares e mapas 
conceituais (CASTRO et al., 2021; SILVA et al., 2018) mostram-se imperiosos na forma 
de iniciação lúdica da anatomia. No estudo vigente, traz-se a aula prática de anatomia 
para alunos do Ensino Médio como forma de ampliação da informatização e 
conhecimento, trazendo dessa maneira a aproximação indireta dos alunos à docência. 
Ademais, os alunos ouvintes puderam ter junto ao momento de aprendizado, um 
momento de descontração, despertando o senso crítico e a curiosidade de forma saudável 
entre eles (MESQUITA AL, 2016). Essa interação “aluno com aluno” aumenta a 
familiarização dos integrantes, possibilitando um momento de troca de ensino-
aprendizado interessante para todos os envolvidos (FRIEDMANN, 1996). Segundo 
Gomes et al., 2011 (GOMES et al., 2011), o aprendizado é consistente e sólido quando 
existe previamente um conhecimento do assunto, e a partir do ponto conhecido, amplia-
se com os detalhes e especificações; base usada para o modelo de interação promovido 
entre os adolescentes durante o projeto extensivo. A promoção do diálogo, da discussão 
democratizada e do estímulo ao raciocínio em busca de conclusão, indiretamente, ajuda 
no crescimento interior desses indivíduos, os quais passam por um período de intensas 
mudanças psicossociais (LI; HUANG, 2021). 
Sintetiza-se, dessa maneira, que a apresentação de meios para que a didática 
floresça, como o formato de aulas integrativas com alunos do Ensino Médio, traz 
 
349 
 
benefícios duplos, tanto para o aprendiz se portar como ator do conhecimento quanto para 
os ouvintes, os quais entram em contato com uma esfera de curiosidades e fundamentos 
inexistentes anteriormente. É preciso levar em conta que os alunos do colegial estão em 
processo de amadurecimento a respeito de qual área seguir no processo de 
profissionalização. Logo, mostrar a disciplina base da maioria dos cursos da área de saúde 
pode ser indicativo e motivo de escolha em qual área dedicar seus pensamentos de 
evolução acadêmica. 
A ludicidade, a forma com que os alunos podem inovar durante sua atuação como 
“professor” de Anatomia, auxiliam, também, na aproximação do aluno à docência e 
despertam, portanto, a autonomia e independência para senso crítico e criativo (FREIRE; 
FERNANDEZ, 2015). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A partir do estudo realizado, pode-se perceber como os alunos do primeiro ano da 
graduação de Medicina conseguiram colocar seus conhecimentos em prática, tendo como 
reflexo um maior domínio sobre o assunto e um olhar menos metrificado sobre a 
anatomia, visto a necessidade da didática junto ao conteúdo pragmático no momento de 
passagem para os ouvintes. A promoção do contato de alunos do Ensino Médio com a 
atmosfera do meio universitário e com um conteúdo pertinente de sua própria anatomia 
desperta o interesse no autoconhecimento de seu corpo e na decisão futura sobre sua 
carreira profissional. A introdução de um olhar íntegro para a formação acadêmica dos 
indivíduos enaltece não apenas o processo profissionalizante, mas também levá-los a 
seres dotados de senso crítico e reflexivo. 
REFERÊNCIAS 
BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. 
Semina: Ciências Sociais e Humanas, v. 32, n. 1, 2011. 
 
CASTRO, K. S. et al. O ensino da anatomia humana através de metodologias ativas de 
aprendizagem: um relato de experiência. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 2, 
2021. 
 
CHOPARD, R. P. Anatomia: conceito e introdução ao estudo. Em: Anatomia humana: 
aprendizagem dinâmica. Maringá, Paraná: [s.n.]. p. 10–20. 
 
350 
 
 
FORNAZIERO, A. M. Efeitos de um jogo de futebol sobre marcadores fisiológicos, 
bioquímicos e de performance. Curitiba: [s.n.]. 
 
FREIRE, L. I. F.; FERNANDEZ, C. O professor universitário novato: tensões, dilemas 
e aprendizados no início da carreira docente. Ciência & Educação (Bauru), v. 21, n. 1, 
2015. 
 
FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender - o resgate do jogo infantil. São 
Paulo: Moderna, 1996. 
 
GOMES, A. P. et al. O Papel dos Mapas Conceituais na Educação Médica. Revista 
Brasileira de Educação Médica, v. 35, n. 2, 2011. 
 
LI, Y.; HUANG, D. The path of improving chinese youth’s physical health from the 
perspective of public sports service. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 27, 
n. Special issue, p. 91–93, 2021. 
 
LYONS, A. S.; PETRUCELLI, R. J. Historia da Medicina. 1. ed. [s.l.] Manole, 1997. 
MESQUITA AL, ET AL. Metodologias lúdicas aplicadas ao curso de medicina. 
Revista Educação em Saúde, 2016. 
 
MOMPEÓ, B.; PÉREZ, L. Relevancia de la anatomía humana en el ejercicio de la 
medicina de asistencia primaria y en el estudio de las asignaturas de segundo ciclo 
de la licenciatura en medicinaEducación Médica. [s.l: s.n.]. 
 
SILVA, J. H. et al. O ensino-aprendizagem da anatomia humana: avaliação do 
desempenho dos alunos após a utilização de mapas conceituais como uma estratégia 
pedagógica. Ciência & Educação (Bauru), v. 24, n. 1, 2018. 
 
TALAMONI, A. C. B. Os nervos e os ossos do ofício: uma análise etnológica da aula 
de Anatomia. [s.l.] SciELO Books - Editora UNESP, 2014.

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