Buscar

MATERIAL DE APOIO - História Geral - Francisco Nilton-4

Prévia do material em texto

alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
2 
 
RENASCIMENTO CULTURAL 
O Renascimento Cultural foi um movimento que teve seu início na Itália no século XIV e 
se estendeu por toda a Europa até o século XVI. Os artistas, escritores e pensadores 
renascentistas expressavam em suas obras os valores, ideais e nova visão do mundo, de uma 
sociedade que emergia da crise do período medieval. Na Idade Média, grande parte da 
produção intelectual e artística estava ligada à Igreja. Já na Idade Moderna, a arte e o saber 
voltaram-se para o mundo concreto, para a humanidade e a sua capacidade de transformar o 
mundo. 
A Itália é considerada o berço do Renascimento Cultural, pois foi em cidades como 
Gênova, Florença e Veneza que houve um grande desenvolvimento intelectual e artístico entre 
os séculos XV e XVI. 
MOTIVOS DO PIONEIRISMO ITALIANO 
O desenvolvimento do Renascimento na Itália foi favorecido pelo importante 
crescimento comercial e urbano que ocorreu em várias cidades do norte da Itália a partir 
do século XIV. Grandes mercadores italianos passaram a incentivar o desenvolvimento 
artístico, financiando vários artistas (principalmente pintores e escultores) italianos. Estes 
ricos comerciantes eram chamados de “mecenas” e o apoio que davam aos artistas ficou 
conhecido como mecenato. 
Esta dinâmica burguesia italiana, sobretudo em Florença onde a família Médici deu 
grande incentivo às artes, foi muito importante para o desenvolvimento artístico 
renascentista. Outro fato importante que fortaleceu o desenvolvimento artístico e cultural na 
Itália foi a ligação direta com o legado, principalmente o estilo artístico, greco-romano. 
Grande parte das características da arte grega e romana foi resgatada pelos artistas italianos 
na fase do Renascimento. 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO 
• Humanismo: o movimento humanista surge como mote para a valorização do 
ser humano e da natureza humana, donde o Antropocentrismo (homem no 
centro do mundo) foi sua principal característica. O Humanismo foi uma 
corrente intelectual que se destacou na filosofia e nas artes, e que desenvolveu o 
espírito crítico do ser humano. 
• Racionalismo: ao defender a razão humana, essa corrente filosófica foi 
importante para desenvolver diversos aspectos do pensamento renascentista 
em detrimento da fé medieval. Com ele, o empirismo ou a valorização da 
experiência, foram essenciais para a mudança de mentalidade no período do 
Renascimento. Note que o Racionalismo está intimamente relacionado com a 
expansão científica de forma que busca uma explicação para os fatos, baseada 
na ciência. Em outras palavras, a razão é o único caminho para se chegar ao 
conhecimento. 
• Individualismo: representou uma das importantes características do 
Renascimento, associado ao movimento humanista. O homem é colocado em 
posição central e passa a ser regido, não somente pela Igreja, mas também por 
suas emoções. Assim, ele torna-se um ser crítico e responsável por suas ações 
no mundo. 
• Antropocentrismo: em detrimento do pensamento teocêntrico medieval, em 
que Deus estava no centro do mundo, o Antropocentrismo (homem como centro 
do mundo) surge para resgatar diversos aspectos do ser humano. A inteligência 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
3 
 
humana foi corroborada com as diversas descobertas científicas da época. O 
homem passa a ter uma posição centralizada de destaque. 
• Cientificismo: numa época de efervescência, o conceito do Cientificismo foi de 
suma importância para mudar a mentalidade do homem e trazer à tona 
questões sobre o conhecimento do mundo. Destacam-se as descobertas 
científicas realizadas por Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler, 
Andreas Vesalius, Francis Bacon, René Descartes, Leonardo da Vinci e Isaac 
Newton. 
• Universalismo: foi desenvolvida sobretudo na educação renascentista 
corroborada pelo desenvolvimento do conhecimento humano em diversas áreas 
do saber. O homem renascentista busca ser um "polímata", ou seja, aquele que 
se especializa em diversas áreas. O maior exemplo de figura polímata do 
Renascimento foi, sem dúvida, Leonardo da Vinci. Vale ressaltar que no período 
renascentista, houve uma expansão de escolas, faculdades e universidades, bem 
como a inclusão de disciplinas relacionadas às humanidades (línguas, literatura, 
filosofia, dentre outras.) 
• Classicismo: a retomada dos valores clássicos foi essencial para o estudo dos 
humanistas. Um dos fatos que facilitou muito o estudo dos clássicos foi a 
invenção da imprensa, uma vez que a rápida reprodução das obras auxiliou na 
divulgação do conhecimento. Segundo os estudiosos da época, a filosofia e as 
artes desenvolvidas durante a Grécia e a Roma antiga possuíam grande valor 
estético e cultural, em detrimento da Idade das Trevas (Idade Média) em que 
foram relegadas. 
PRINCIPAIS ARTISTAS E OBRAS 
• Leonardo da Vinci (1452-1519): considerado um dos maiores gênios da 
história, Leonardo da Vinci foi pintor, escultor, engenheiro, cientista, escritor e 
inventor italiano. Nascido no vilarejo italiano de Anchiano, Leonardo foi uma 
das figuras mais importantes do Renascimento, de forma que contribuiu para a 
produção intelectual e artística da época. De suas obras destacam-se: “A Última 
Ceia” (Santa Ceia) e “A Gioconda” (ou Mona Lisa). 
• Michelangelo Buonarroti (1475-1564): pintor, escultor e arquiteto italiano, 
Michelangelo nasceu na cidade de Caprese, região da Toscana. Foi um dos 
maiores representantes da arte renascentista e, sem dúvida, sua maior obra foi 
a pintura da abóboda da "Capela Sistina", na Catedral de São Pedro, em Roma. O 
artista passou quatro anos (1508-1512) pintando o local, que agrupa cerca de 
300 figuras, das quais se destaca: “O Juízo Final”. Na escultura, suas obras mais 
representativas foram: “Pietà” e a “Escultura de Davi”. 
• Rafael Sanzio (1483-1520): ao lado de Leonardo da Vinci e Michelangelo, 
Rafael formou a tríade mais importante dos grandes mestres da arte italiana da 
Renascença. Pintor italiano nascido na cidade de Urbino, inovou as técnicas de 
pintura, ao utilizar contrastes de luzes e sombras. Ficou conhecido por suas 
diversas “Madonas” (mãe de Jesus), das quais se destaca: “Madona e o Menino 
Entronados com Santos” (1505). 
• Sandro Boticcelli (1445-1510): pintor e desenhista nascido em Florença, 
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, mais conhecido por seu nome artístico, 
Sandro Boticcelli, foi um dos pintores mais proeminentes da Itália renascentista. 
Em suas obras, abordou temas religiosos e mitológicos, donde se destacam: “A 
Primavera” e “O Nascimento de Vênus”. 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
4 
 
LITERATURA RENASCENTISTA 
Na literatura, o período do Renascimento foi denominado de Classicismo, e da mesma 
forma que outras vertentes da arte renascentista (pintura, escultura, arquitetura), 
representava uma arte voltada para os modelos clássicos, e daí surge seu nome. Nessa época, 
muitos escritores se empenharam em trazer à tona os aspectos do Humanismo renascentista, 
inaugurando assim, a literatura moderna. Segue abaixo, um dos maiores representantes da 
literatura renascentista: 
• Luís de Camões (1524-1580): poeta português, autor de “Os Lusíadas”. 
• Dante Alighieri (1265-1321): escritor italiano, autor da “Divina Comédia”. 
• Michel de Montaigne (1523-1592): escritor e filósofo francês, autor de 
“Ensaios”. 
• Erasmo de Roterdã (1466-1536): escritor e teólogo neerlandês, autor de “Elogio 
da Loucura”. 
• François de Rabelais (1494-1553): escritor e padre francês, autor de 
“Pantagruel e Gargântua”. 
• Willian Shakespeare (1564-1616): poeta e dramaturgo inglês, autor de 
“Romeu e Julieta” e “Hamlet”. 
• Miguel de Cervantes (1547-1616): poeta, romancista e dramaturgo 
espanhol, autor de “Dom Quixote de la Mancha”. 
A Divina Comédia é a obra-prima de Dante Alighieri, que a iniciou 
provavelmente por volta de 1307, concluindo-a pouco antesde sua morte (1321). 
Escrita em italiano, a obra é um poema narrativo rigorosamente simétrico e 
planejado, que narra uma odisseia pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, descrevendo 
cada etapa da viagem com detalhes quase visuais. Dante, o personagem da história, 
é guiado pelo inferno e purgatório pelo poeta romano Virgílio, e no céu por Beatriz, 
musa em várias de suas obras. 
EXERCÍCIOS 
Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal! 
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
Quantos filhos em vão rezaram! 
Quantas noivas ficaram por casar 
Para que fosses nosso, ó mar! 
(PESSOA, Fernando. “Mar português”. In: Mensagem, 1970.) 
 
1. Mensagem foi o único livro que o poeta português Fernando Pessoa publicou em vida. 
Ele pensou, a princípio, dar-lhe o título de Portugal, considerando que os poemas 
tratavam da história do esplendor e da decadência do antigo reino. A estrofe transcrita 
exprime com lirismo e tristeza 
a) A resignação cristã que caracterizou a expansão marítima portuguesa, carente de 
qualquer interesse comercial ou político. 
b) As dificuldades inerentes às navegações marítimas da Idade Moderna e as suas 
consequências para a população portuguesa. 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
5 
 
c) O orgulho do poeta em ser descendente de ilustres navegadores e a consciência 
portuguesa de ter criado o mundo moderno. 
d) Os motivos da decadência abrupta de Portugal, devido aos gastos com a fabricação de 
caravelas e à perda de homens nos naufrágios. 
e) A perda do domínio dos mares pelo governo português e a redução do número de 
habitantes do reino com as conquistas no além-mar. 
2. Sobre as relações entre os reinos ibéricos e a expansão ultramarina, é correto afirmar 
que a 
a) Expansão marítima e comercial precisou de recursos promovidos pelo reino 
português, ainda não unificado, que usou a guerra de Reconquista para garantir a sua 
unificação política contra os demais reinos ibéricos, que lutavam ao lado dos 
muçulmanos como forma de impedir o fortalecimento do futuro Estado luso. 
b) Canalização de recursos, organizada pelo Estado português para a expansão 
ultramarina, só foi possível com a preciosa ajuda do capital dos demais reinos da 
península Ibérica na guerra de Reconquista, interessados em expulsar o invasor 
muçulmano que havia fechado o rentável comércio no Mediterrâneo. 
c) Centralização do poder no reino português só ocorreu após a vitória contra os 
muçulmanos na guerra de Reconquista, o que garantiu o estabelecimento de alianças 
diplomáticas com os demais reinos ibéricos, condição para sanar a crise do feudalismo 
por meio da expansão ultramarina. 
d) Guerra de Reconquista teve papel importante na organização do Estado português, 
uma vez que reforçou o poder do rei como chefe político e militar, garantindo a 
centralização do poder, requisito para mobilizar recursos a fim de bancar a expansão 
marítima e comercial. 
e) Vitória do reino de Portugal contra os muçulmanos foi garantida pela ajuda militar e 
financeira do Estado espanhol, já unificado, o que permitiu também a expansão 
marítima e comercial, condição essencial para o fim da crise do feudalismo na Europa 
Ocidental. 
3. As crenças de navegadores portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI, inspiradas na 
teologia medieval, de que o Paraíso estava ao alcance dos homens, embora em lugar 
ainda desconhecido, estimularam as viagens de “descobertas” que incorporaram o Novo 
Mundo ao espaço geográfico das terras conhecidas pelos europeus. As pistas desta 
mentalidade estão em obras filosóficas e literárias da Antiguidade Greco-Romana e de 
autores humanistas, além de novelas de cavalaria. O conteúdo destas obras fazia parte 
do patrimônio intelectual europeu de fins da Idade Média e forneceu o quadro mental a 
partir do qual foram escritas as obras de viajantes europeus que vieram à América no 
século XVI. A busca do paraíso terrestre, quando da expansão marítima europeia 
voltada para a descoberta de novas rotas de comércio com o Oriente, significou: 
a) A ruptura entre a mentalidade medieval e aquela do Renascimento. 
b) A confirmação dos relatos bíblicos, que podiam ser constatados com as navegações. 
c) A correspondência entre as crenças europeias e os mitos indígenas do Novo Mundo. 
d) O uso da justificativa religiosa para o financiamento das navegações pelas Coroas 
Ibéricas. 
e) A permanência de elementos da mentalidade medieval no período inicial do 
Renascimento. 
https://www.alfaconcursos.com.br/

Mais conteúdos dessa disciplina